Este documento apresenta uma introdução à educação a distância, abordando:
1) O papel das tecnologias na sociedade e como elas impulsionam a evolução histórica da educação a distância.
2) Uma definição inicial de educação a distância.
3) Um panorama atual da educação a distância no Brasil, incluindo modelos e tecnologias utilizadas.
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Apostila Introdução à EaD (parte 2) 2013
1. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 1
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Professor Gonzalo Abio (Centro de Educação, UFAL)
gonzalo_ufal@yahoo.com.br
Revolução ou evolução? A imprensa de Gutenberg (século XV) e os estudantes
universitários indianos com o laptop Aakash de baixo custo (2011)
• O papel das tecnologias na sociedade
- O que são tecnologias e por que elas são essenciais?
• Uma definição de Educação a Distância?
• Evolução histórica da EaD
- Um pouco de história sobre a modalidade de estudo a distância
• Panorama atual da EaD no Brasil
- E no Brasil... Você conhece a história?
- A EaD nas universidades brasileiras
- A Universidade Aberta do Brasil
- Modelos de EaD que operam no Brasil
- Tecnologia mais utilizada na EaD
• Anexo I. Cronologia da EaD no Brasil
Maceió
2013
2. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 2
O papel das tecnologias na sociedade
O que chamamos agora de NTICs representa uma evolução e
não uma revolução com respeito às tecnologias mais antigas
da educação a distância (DANIEL, 2003, p. 167).
DANIEL, John. Educação e tecnologia num mundo globalizado.
Brasília: UNESCO, 2003.
A Educação a Distância (EaD) é, atualmente, um campo em
evidente expansão no Brasil, como forma de atender à
crescente e diversificada demanda por educação, sobretudo na
formação continuada de professores. Se, um dia, essa
modalidade educacional foi vista com desconfiança, hoje, o
desenvolvimento das tecnologias de informação e de
comunicação impulsiona seu crescimento. Contudo, a
introdução de sofisticados recursos tecnológicos em
velhas práticas educacionais não representa, por si só,
uma inovação pedagógica. Assim, os critérios para
analisar as propostas de EaD não devem estar voltados
para a mediação tecnológica, mas para a concepção
didático-pedagógica subjacente ao suporte tecnológico e à
sua utilização.
Elsa Guimarães Oliveira. Educação a distância na transição
paradigmática, Papirus Editora, 2003.
Você achou interessante esta citação anterior?
Cada unidade será iniciada assim, com citações que, de alguma
forma, têm que ver com o tema tratado.
Somos alunos de um curso de graduação nesta modalidade de estudos
semipresencial, mas também não podemos esquecer que nos
formaremos como futuros professores (se não é que exercemos essa
profissão já), por isso, o conhecimento sobre tecnologias e EaD deve
estar sempre perpassado pela reflexão sobre o uso pedagógico dessas
tecnologias e sua aplicação em contextos de estudo, seja na escola ou
fora dela.
Por exemplo, após a leitura dessa citação, com especial atenção para os
trechos destacados em negrito, pense no sentido desse texto e depois,
sugiro que apoie as ideias também com os resultados encontrados em um
estudo sobre uso de tecnologias na escola que encontrará aqui
http://bit.ly/1julSQD ou em outros textos semelhantes.
3. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 3
O que são tecnologias e por que elas são essenciais?
Carruagem de guerra sumério - 2.100 A.C. Algumas tecnologias proporcionavam
vantagens para os povos que as dominavam.
Como disse Kenski (2007), as tecnologias são tão antigas quanto a
espécie humana. Na verdade, foi a engenhosidade humana, em todos os
tempos, que deu origem às mais diferenciadas tecnologias. O uso do
raciocínio tem garantido ao homem um processo crescente de inovações.
Os conhecimentos daí derivados, quando colocados em prática, dão
origem a diferentes equipamentos, instrumentos, recursos, produtos,
processos, ferramentas, enfim, a tecnologias.
Desde o início dos tempos, o domínio de determinados tipos de
tecnologias, assim como o domínio de certas informações, distinguem os
seres humanos. Tecnologia é poder. Na Idade da Pedra, os homens –
que eram frágeis fisicamente diante dos outros animais e das
manifestações da natureza - conseguiram garantir a sobrevivência da
espécie e sua supremacia, pela engenhosidade e astúcia com que
dominavam o uso de elementos da natureza. A água, o fogo, um pedaço
de pau ou o osso de um animal eram utilizados para matar, dominar ou
afugentar os animais e outros homens que não tinham os mesmos
conhecimentos e habilidades.
Desde que surgiu a roda, - a primeira grande invenção tecnológica da
humanidade-, a grande maioria dos avanços tecnológicos são
impulsionados ou estão associados às guerras e poderio militar. Vale
lembrar, como exemplo, o caso dos aviões que foram aperfeiçoados e
utilizados na Primeira Guerra Mundial poucos anos após os primeiros
voos de Santos Dumont. Temos outro exemplo com as bombas
voadoras V1 e V2 alemãs cuja tecnologia serviu de base para o
desenvolvimento dos primeiros aviões a jato e foguetes espaciais.
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Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 4
Aviões, tanques, metralhadoras, encouraçados e bombas voadoras, a tecnologia a
serviço das guerras.
A Guerra Fria - iniciada logo após a Segunda Guerra Mundial e que
durante quase 50 anos dividiu o mundo em dois grandes blocos de poder
- impulsionou a ciência e a tecnologia de forma jamais vista na
história da humanidade. Muitos equipamentos, serviços e processos
foram descobertos durante a tensão que existiu entre os Estados Unidos
e a União Soviética pela ameaça, de ambos os lados, de ações bélicas,
sobretudo com o uso da bomba atômica. A corrida espacial, resultante do
avanço científico proporcionado por essa tensão, trouxe inúmeras
inovações: o isopor, o forno de micro-ondas, o relógio digital e o
computador.
O jornalista Fábio Reynol (2004) informa que
os aparelhos automáticos para medir pressão arterial encontrados
nas portas das farmácias são a evolução de equipamentos
desenvolvidos para astronautas, que precisavam de sistemas
práticos para avaliar a saúde no espaço. A válvula de um novo tipo
de coração artificial foi inspirada em uma bomba de combustível
de foguetes. Marca-passos são monitorados graças à mesma
tecnologia utilizada em satélites. E até a Fórmula l. famosa por ser
uma grande fonte de tecnologia, copiou dos trajes espaciais os
macacões antichamas de seus pilotos. Detectores de fumaça e de
vazamento de gás, tão comuns em construções hoje em dia,
vieram de pesquisas de similares que equipam veículos espaciais.
Também é graças ao espaço, que os ortodontistas contam hoje
com o Nitinol, uma liga que, por ser maleável e resistente, é muito
empregada na fabricação de satélites e que agora também
compõe os "araminhos" de muitos aparelhos ortodônticos. E até a
asa-delta, quem diria, não foi invenção de esportistas, mas de
Francis Rogallo. projetista da Nasa, que desenvolveu o aparato
para guiar espaçonaves depois da reentrada na atmosfera. O
inventor não imaginava que sua obra iria fazer muito mais sucesso
como esporte, modalidade inaugurada na década de 70.
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Novas tecnologias ao se disseminarem na sociedade levam a novas
experiências e a novas formas de relação com o outro, com o
conhecimento e com o processo de ensino-aprendizagem. Foi assim,
no passado, com a disseminação da escrita, que é também uma
tecnologia. A própria origem da educação e da escola depende
muito desta tecnologia de recuperação de informação.
Para o filósofo francês Lyotard (1988; 1993), o grande desafio da espécie
humana na atualidade é a tecnologia. Segundo ele, a única chance que o
homem tem para conseguir acompanhar o movimento do mundo é
adaptar-se à complexidade que os avanços tecnológicos impõem a todos,
indistintamente. Dessa forma a educação tem um duplo desafio: adaptar-
se aos avanços das tecnologias e orientar o caminho de todos para o
domínio e a apropriação crítica desses novos meios.
A evolução social do homem confunde-se com as tecnologias
desenvolvidas e empregadas em cada época. Diferentes períodos da
história da humanidade são historicamente reconhecidos pelo avanço
tecnológico correspondente. As idades da pedra, do ferro e do ouro,
por exemplo, correspondem ao momento histórico-social em que foram
criadas "novas tecnologias" para o aproveitamento desses recursos
da natureza.
Também devemos considerar que devido aos avanços tecnológicos as
mudanças na sociedade acontecem cada vez mais rapidamente. Vale
pensar que passaram muitos anos desde a revolução agrária em que
os povos nómades começaram a cultivar a terra até a chegada da
revolução industrial, com as primeiras fábricas impulsionadas pela
energia dos rios, mas principalmente com a aparição das máquinas
movidas a vapor e logo, no limiar do século vinte, com os numerosos
inventos e tecnologias que surgiram com o uso da eletricidade.
Da sociedade agrária, passou-se à sociedade industrial e não é
necessário muito esforço para percebermos a rapidez com que as
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Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 6
mudanças de cunho tecnológico vêm ocorrendo em nossa sociedade
nas últimas décadas valendo-se dos avanços tecnológicos digitais.
Expressões como “sociedade da informação”, “sociedade
tecnológica” e “sociedade do conhecimento” têm sido utilizadas
para caracterizar a sociedade pós-industrial.
Sociedade agrária > sociedade industrial > sociedade da informação
A evolução tecnológica não se restringe apenas aos novos usos de
determinados equipamentos e produtos. Ela também altera
comportamentos. A ampliação do uso de determinada tecnologia
impõe-se à cultura existente e transforma não apenas o
comportamento individual, mas o de todo o grupo social. A já
mencionada descoberta da roda, por exemplo, transformou
radicalmente as formas de deslocamento, redefiniu a produção, a
comercialização e a estocagem de produtos e deu origem a inúmeras
outras descobertas. Outro exemplo é o telefone celular que muitos
portam consigo e que se tornou um aparelho multitarefa com grande
poder de processamento e armazenamento de informações o qual
pode ser considerado uma prótese digital da memória. Quase
ninguém passa mais trabalho lembrando números de telefone e outras
informações que agora ficam gravadas nesse aparelho digital. Seu uso
cada vez mais estendido mudou a sociedade atual e ajuda, por
exemplo, na coordenação, por meio de Twitter, de grandes revoluções
sociais, como aconteceu com os fatos conhecidos como a "Primavera
árabe", e também ajudam na captura e divulgação de fotos e fatos
significativos em qualquer momento e lugar. [veja sobre Twitter no
glossário de termos de EaD de nosso curso].
Devemos pensar que o conceito de novas tecnologias é variável e
contextual. Em muitos casos, confunde-se com o conceito de inovação.
Com a rapidez do desenvolvimento tecnológico atual, ficou difícil
estabelecer o limite de tempo que devemos considerar para designar
como "novos" os conhecimentos, instrumentos e procedimentos que vão
aparecendo. Por exemplo, o radio dos carros ou a radio que escutamos
por Internet é uma tecnologia rejuvenescida, mas não tão nova. Ao se
falar em novas tecnologias, na atualidade, estamos nos referindo,
principalmente, aos processos e produtos relacionados com os
conhecimentos provenientes da eletrônica, da microeletrônica e das
telecomunicações. Essas tecnologias caracterizam-se por serem
evolutivas, ou seja, estão em permanente transformação. Caracterizam-
se também por terem uma base imaterial, ou seja, muitas delas não são
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Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 7
tecnologias materializadas em máquinas e equipamentos. Seu principal
espaço de ação é virtual e sua principal matéria-prima é a informação.
CURIOSIDADES. Alguns dados para pensar:
Fontes: Infográfico analisa crescimento da internet no Brasil em relação às redes sociais. Web Social Dev, 04-09-2013.
Disponível em: http://websocialdev.wordpress.com/2013/09/04/infografico-analisa-crescimento-de-internet-no-brasil
O Crescimento do Marketing Digital no Brasil. Soub.com.br, 16-07-2013. Disponível em: http://soub.com.br/wp-
content/uploads/2013/07/Infografico-crescimento-da-internet-no-Brasil.png
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A cada dois dias, a Humanidade gera um volume de informação
equivalente à que foi criada desde o início dos tempos até 2003. Essas
foram palavras pronunciadas pelo presidente de Google, Eric Schmidt, em
uma conferência em agosto de 2010. É verdade que esse volume não é
apenas informação estruturada para sua compreensão pelo ser
humano, pois uma parte dela corresponde com os dados trafegados entre
as redes, as chamadas telefônicas, as imagens digitalizadas, etc., mas
ainda assim é um volume de dados muito significativo, você não acha?
Para refletir: Pense como seria sua vida - e a de qualquer pessoa - se
não tivéssemos as tecnologias nos ajudando na realização das
nossas atividades diárias.
Duas perguntas para você:
1- O que significa viver na sociedade da informação?
2- Sem falar dos smartphones (telefones inteligentes), pense em
algumas formas de uso com propósitos pedagógicos dos telefones
celulares comuns que a grande maioria de nossos alunos já tem para
ensino e aprendizagem de línguas e outros conteúdos escolares?
Referências bibliográficas
KENSKI, V. M. Educação e tecnologias. O novo ritmo da informação.
Campinas, SP: Papirus, 2007.
LYOTARD, J.R. O inumano. Considerações sobre o tempo. Lisboa:
Estampa, 1988.
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Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 8
______ Moralités postmodernes. Paris: Galilée, 1993.
REYNOL, F. Guerra fria promoveu a corrida tecnológica. Guerra e
Ciência, 2004. Disponível em: http://bit.ly/NUSF2l
Uma definição de Educação a Distância?
Como você está participando em um curso realizado na modalidade
conhecida como "educação a distância", será interessante que pense
como podemos definir o que é EaD.
A EaD pode ser considerada uma forma de ensino e aprendizagem
intencionada e estruturada de tal forma que educadores e
aprendizes podem estar fisicamente separados, pois utiliza
principalmente ferramentas relacionadas com as TIC como meio de
comunicação e disponibilização de informações.
A seguir, você verá algumas definições de EaD entre as muitas
disponíveis. Não queremos que aprenda as definições, na
realidade queremos que entenda os elementos principais que não
devem faltar em uma possível definição de EaD que você mesmo
produzirá.
Michael G. Moore (1972):
O Ensino a Distância é o tipo de método de instrução em que as
condutas docentes acontecem a parte das discentes, de tal maneira
que a comunicação entre o professor e o aluno se possa realizar
mediante textos impressos, por meios eletrônicos, mecânicos ou por
outras técnicas.
G. Dohmem (1967):
Educação a Distância é uma forma sistematicamente organizada de
autoestudo, onde o aluno se instrui a partir do material que lhe é
apresentado, onde o acompanhamento e a supervisão do sucesso do
aluno são levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível
de ser feito a distância, através da aplicação de meios de
comunicação capazes de vencer essa distância, mesmo sendo longa.
José Luís García Llamas (1986):
A Educação a Distância é uma estratégia educativa baseada na
aplicação da tecnologia à aprendizagem, sem limitação do lugar,
tempo, ocupação ou idade dos alunos. Implica novos papéis para os
alunos e para os professores, novas atitudes e novos enfoques
metodológicos.
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Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 9
Miguel A. Ramón Martínez (1985):
A Educação a Distância é uma estratégia para operacionalizar os
princípios e os fins da educação permanente e aberta, de tal maneira
que qualquer pessoa, independentemente do tempo e do espaço,
possa converter-se em sujeito protagonista de sua própria
aprendizagem, graças ao uso sistemático de materiais educativos,
reforçado por diferentes meios e formas de comunicação.
José Manuel Moran (1999):
Educação a Distância é o processo de ensino-aprendizagem mediado
por tecnologias, em que professores e alunos ficam separados
espacial e/ou temporalmente, mas podem estar conectados,
interligados por tecnologias, tais como: telemáticas, a Internet, o
correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e
outras tecnologias.
Lorenzo García Aretio (1994):
O Ensino à Distância é um sistema tecnológico de comunicação
bidirecional, que pode ser massivo e que substitui a interação pessoal,
na sala de aula, de professor e aluno, como meio preferencial de
ensino, pela ação sistemática e conjunta de diversos recursos
didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria que propiciam a
aprendizagem independente e flexível dos alunos.
Moore e Kearsley (1996):
Educação a distância é o aprendizado planejado que normalmente
ocorre em lugar diverso do professor e como consequência requer
técnicas especiais de planejamento de curso, técnicas instrucionais
especiais, métodos especiais de comunicação, eletrônicos ou outros,
bem como estrutura organizacional e administrativa específica.
Para uma definição de EaD, Preti (1996) destaca os seguintes
elementos:
- A distância física professor-estudante: a presença física do
professor ou do tutor, isto é, do interlocutor, da pessoa com quem o
estudante vai dialogar, não é necessária e indispensável para que se
dê a aprendizagem. Ela se dá de outra maneira, “virtualmente”;
- Estudo individualizado e independente: reconhece-se a
capacidade do estudante de construir seu caminho, seu conhecimento,
por ele mesmo, de se tornar autodidata, ator e autor de suas práticas e
reflexões;
- Um processo de ensino-aprendizagem mediatizado: a EaD deve
oferecer suportes e estruturar um sistema que viabilize e incentive a
autonomia dos estudantes nos processos de aprendizagem;
10. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 10
- O uso de tecnologias: os recursos técnicos de comunicação, que
hoje têm alcançado um avanço espetacular, permitem romper com as
barreiras das distâncias, das dificuldades de acesso à educação e dos
problemas de aprendizagem por parte dos estudantes que estudam
individualmente, mas não isolados e sozinhos. Além disso, oferecem
possibilidades de estimular e motivar o estudante, de armazenamento
e divulgação de dados e de acesso às informações mais distantes,
com rapidez incrível.
- A comunicação bidirecional: o estudante não é mero receptor de
informações, de mensagens; apesar da distância, busca-se
estabelecer relações dialogais, criativas, críticas e participativas.
TAREFA 1 (parte 2)- a) Na leitura dessas definições de EaD você
encontrou alguma regularidade entre elas, não é verdade? Você
poderá ser capaz de elaborar uma definição própria de EaD a
partir das informações apresentadas?
b) Além disso, sugerimos que faça também uma pesquisa para
conhecer as diferenças entre educação ou aprendizagem formal,
informal e não formal.
c) Intercambie suas descobertas e opiniões no fórum “Definições de
EaD e aprendizagem formal, informal e não formal”.
Evolução histórica da EaD
Alguns exemplos de cursos bastante conhecidos no Brasil (Fontes: IUB:
http://bit.ly/1dw0qbC, Telecurso 2000: http://bit.ly/OVgUPh)
Hoje em dia parece que EaD é só através da Internet e computadores,
mas nem sempre foi assim. Algumas das imagens acima,
representativas de diversas instituições ou cursos, são um exemplo
disso.
11. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 11
No seguinte esquema veremos a representação de três gerações de
EaD, segundo a forma em que é veiculada preferencialmente a
informação.
Poderíamos pensar que uma geração só aparece depois da outra, mas
no esquema você verá que elas não ficam totalmente separadas.
Existem áreas de contato entre as gerações porque, por exemplo, os
tele-cursos só depois de vários anos de percurso é que tiveram a
capacidade de ser interativos (pelo avanço das tecnologias de
comunicação e aumento na velocidade do fluxo de dados).
Por outro lado, veremos que, mesmo já existindo cursos pela
televisão, ainda hoje eles coexistem com cursos por correspondência,
com envio de material impresso, áudio, CD-ROM, vídeo-aulas ou
vários deles juntos. Ao mesmo tempo, podem ser utilizados canais
diferentes para envio de conteúdos e recepção das atividades ou
dúvidas (por exemplo: teleaulas ou vídeoaulas com recepção de
trabalhos via correios e dúvidas pelo telefone 0800 ou outras
combinações).
O trabalho e estudo pode ser eminentemente individual, como
acontecia principalmente nas primeiras versões de EaD, mas nos
últimos tempos a criação de conhecimento por meio de interações e
discussões entre os alunos participantes cobrou uma importância
muito maior. De qualquer forma, essa coparticipação não elimina a
responsabilidade e autoregulação do processo por parte dos próprios
alunos.
Devemos pensar também que a educação pode ser presencial, a
distância ou mista, ou seja, esta última em um modelo híbrido que
agrupa as melhores caraterísticas de cada modalidade, como
acontece nos cursos da UAB (leia o conceito de Blended Learning no
glossário geral de termos de EaD do curso).
12. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 12
Um pouco de história sobre a modalidade de estudo a
distância
Conhecendo sua história também pode-se perceber melhor a sua
utilidade. Veja abaixo:
No mundo atual, em que muito se fala de globalização,
não só econômica, mas também cultural e educacional,
a educação a distância, apresenta-se como o ensino do
futuro e para um futuro que se perspectiva de grande
investimento na educação ao longo da vida, centrado no
aprendiz, e em que o docente é mais um orientador de
percursos de aprendizagens autogeridas por cada um
dos estudantes do que um professor ex cathedra perante
uma turma de estudantes que o seguem. É por isto que
a educação a distância se distingue do ensino
presencial: pela sua flexibilidade curricular, pela
existência de unidades creditáveis – quer estejam
integradas num curso de graduação ou de pós-
graduação, quer disponibilizadas em disciplinas
regulares (Maria José Ferro Tavares – Universidade
Aberta do Portugal).
A Educação a Distância (EaD) surgiu da necessidade do preparo
profissional e cultural de milhões de pessoas que, por vários motivos, não
podiam frequentar um estabelecimento de ensino presencial, e evoluiu
com as tecnologias disponíveis em cada momento histórico, as quais
influenciam o ambiente educativo e a sociedade.
Segundo Lobo Neto (1995), um primeiro marco da educação a distância
foi o anúncio publicado na Gazeta de Boston, no dia 20 de março de
1728, pelo professor de taquigrafia Cauleb Phillips: "Toda pessoa da
região, desejosa de aprender esta arte, pode receber em sua casa várias
lições semanalmente e ser perfeitamente instruída, como as pessoas que
vivem em Boston".
Em 1833, um anúncio publicado na Suécia já se referia ao ensino por
correspondência, e na Inglaterra, em 1840, Isaac Pitman sintetizou os
princípios da taquigrafia em cartões postais que trocava com seus alunos.
No entanto, o desenvolvimento de uma ação institucionalizada de
educação a distância teve início a partir da metade do século XIX.
Em 1856, em Berlim, Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt
fundaram o Institut Toussaint et Langenscheidt que foi a primeira escola
por correspondência destinada ao ensino de línguas.
13. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 13
Figura. Exemplo de material enviado por correspondência para autoestudo de
espanhol pelo método criado por Charles Toussaint e Gustav Langenscheidt
(Berlim, 1856). (Fontes: GARCIA ARETIO, 1999 e Wikipedia
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Toussaint-Langenscheidt_Spanisch_30.59-60.png
)
Em 1891, a administração da Universidade de Wisconsin aceitou a
proposta de seus professores para organizar cursos por correspondência
nos serviços de extensão universitária.
Um ano depois, em 1892, o reitor da Universidade de Chicago, William R.
Harper, que já havia experimentado a utilização da correspondência na
formação de docentes para as escolas dominicais, criou uma Divisão de
Ensino por Correspondência no Departamento de Extensão daquela
universidade.
Por volta de 1895, em Oxford, Joseph W. Knipe, após experiência bem-
sucedida preparando por correspondência duas turmas de estudantes
para o Certificated Teacher’s Examination iniciou os cursos do Wolsey
Hall utilizando o mesmo método de ensino.
No final da Primeira Guerra Mundial, surgiram novas iniciativas de ensino
a distância, em virtude de um considerável aumento da demanda social
por educação, confirmando, de certo modo, as palavras de William
Harper, escritas em 1886:
14. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 14
Chegará o dia em que o volume da instrução recebida
por correspondência será maior do que o transmitido nas
aulas de nossas academias e escolas; em que o número
dos estudantes por correspondência ultrapassará o dos
presenciais.
O aperfeiçoamento dos serviços de correio, a agilização dos meios de
transporte e, sobretudo, o desenvolvimento tecnológico aplicado ao
campo da comunicação e da informação influíram decisivamente nos
destinos da educação a distância. Em 1922, a antiga União Soviética
organizou um sistema de ensino por correspondência que em dois anos
passou a atender 350.000 usuários. A França criou em 1939 um serviço
de ensino por via postal para a clientela de estudantes deslocados pelo
êxodo.
A partir daí, começou a utilização de um novo meio de comunicação, o
rádio, que penetrou também no ensino formal. O rádio alcançou muito
sucesso em experiências nacionais e internacionais, tendo sido bastante
explorado na América Latina nos programas de educação a distância do
Brasil, Colômbia, México, Venezuela, entre outros. Lembro que quando
eu era estudante do sexto ano na escola em Cuba, introduziram na grade
curricular o estudo de uma disciplina chamada “Educação musical” e
como não existiam um número suficiente de professores habilitados, a
solução foi oferecer essa disciplina via rádio para todos os escolares
enquanto os professores responsáveis de cada turma auxiliavam na
tarefa com materiais específicos que recebiam em papel.
Após as décadas de 1960 e 1970, a educação a distância, embora
mantendo os materiais escritos como base, passou a incorporar de forma
articulada o áudio e o videocassete, as transmissões de rádio e televisão,
o videotexto, o computador e, mais recentemente, a tecnologia de
multimídia, que combina textos, sons, imagens, em conjunto com diversos
mecanismos de geração de caminhos alternativos de aprendizagem
(hipertextos, diferentes linguagens) e instrumentos para fixação de
aprendizagem com feedback imediato (programas tutoriais
informatizados), etc.
Uma curiosidade: A tecnologia para ouvir e aprender línguas
estrangeiras.
Em 1893 havia já gravações para ensinar inglês e espanhol de forma
comercial para aulas presenciais ou para estudo em casa, mas existem
muitos poucos registros sobre o uso do fonógrafo naquela época. Um
dos primeiros em reconhecer o potencial para ensino de línguas que
podia ter o gramofone inventado por Edison em 1877 e os cilindros de
cera de Alexander Graham Bell, criados em 1886, foi Jacques Roston, um
tradutor polonês e professor de línguas, que emigrou para Inglaterra e
fundou em 1901 o Linguaphone Group. A invenção dos discos planos de
vinilo marcou uma nova etapa e em 1925 Roston divulgou o primeiro
curso que teve grande sucesso. Ver mais na página do grupo
Linguaphone (http://linguaphone.pt/historia).
15. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 15
1- Gramofone (fonte: http://rue-morgue.com/blog/wp-content/uploads/gramophone.jpg ).
2- Disco de vinilo produzido pelo Grupo Linguaphone com curso de francês para
crianças (foto do autor).
3- Professor Quino Martínez em curso de espanhol de 1956 pela TV (fonte: Arquivo da
Arizona State University http://www.asu.edu/lib/archives/asustory/pages/32casc.htm).
Na atualidade, o ensino não presencial mobiliza os meios pedagógicos de
quase todo o mundo, tanto em nações industrializadas quanto em países
em desenvolvimento. Novos e mais complexos cursos são desenvolvidos,
tanto no âmbito dos sistemas de ensino formal quanto nas áreas de
treinamento profissional. Podem-se ver inúmeros exemplos visitando-se
os sites de universidades e empresas especializadas em e-learning.
Atenção: Em nosso curso faremos diferenciação entre cursos regulares
oferecidos pela EaD ou mais especificamente por EOL (Ensino On-line),
daqueles cursos de e-learning ou ensino corporativo que são
normalmente oferecidos em cursos de curta duração e com propósitos
16. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 16
muito específicos para os empregados das grandes empresas. Na
apostila terceira falaremos mais um pouco do e-learning.
A educação a distância é uma das soluções para os tempos atuais. As
novas tecnologias de comunicação e informação, como a televisão, o
vídeo, a informática – com a Internet ganhando espaços cada vez
maiores–, sem desprezar os meios tradicionais de correio, telefone e
postos pedagógicos organizacionais, convidam a um aproveitamento
amplo de suas possibilidades em benefício da educação, incluindo às
redes sociais como complemento mais aberto e duradouro dos cursos
regulares.
De fato, em função de fatores como o modelo de EaD seguido, os apoios
políticos e sociais disponíveis, as necessidades educativas da população
e o desenvolvimento das tecnologias de comunicação e informação, há
grande diversidade de formas metodológicas, estruturais e projetos de
aplicação para essa modalidade de educação.
A educação a distância foi utilizada inicialmente como recurso para
superação de deficiências educacionais, para a qualificação profissional e
aperfeiçoamento ou atualização de conhecimentos. Hoje, cada vez mais,
é utilizada também em programas que complementam outras formas
tradicionais, face a face, de interação, e é vista por muitos como uma
modalidade de ensino alternativo que pode complementar parte do
sistema regular de ensino presencial. Na realidade, ficam cada vez mais
difusas as fronteiras entre o ensino presencial e a distância pois as
tecnologias atuais permitem uma comunicação, interação e aprendizagem
em todo momento e lugar (veja o conceito de U-learning ou
aprendizagem ubíquo no glossário do curso).
Hoje, mais de 80 países, nos cinco continentes, adotam a educação a
distância em todos os níveis de ensino, em programas formais e não
formais, atendendo a milhões de estudantes. A educação a distância tem
sido usada para treinamento e aperfeiçoamento de professores em
serviço. Programas não formais de ensino têm sido largamente utilizados
para adultos nas áreas da saúde, agricultura e previdência social, tanto
pela iniciativa privada como pela governamental. No momento, é
crescente o número de instituições e empresas que desenvolvem
programas de treinamento de recursos humanos através da modalidade
da educação a distância.
Não quero deixar de mencionar uma nova alternativa surgida
recentemente e da qual provavelmente ouviremos falar muito nos
próximos anos. São os MOOC (Cursos Online Abertos e Massivos) que
as mais importantes universidades do mundo estão começando a
oferecer, incluindo algumas universidades brasileiras. Esses cursos estão
baseados nas teorias conectivistas de aprendizagem na era digital e
também na filosofia dos conteúdos abertos (ver no glossário a definição
de MOOC). Embora não seja objetivo para ser avaliado em nosso curso
não esqueçam desse nome!
17. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 17
Veja de novo a figura com as três gerações no desenvolvimento da
EaD que foi apresentada anteriormente para situar os três tipos,
enquanto lê estes dados em formato de lista:
1ª geração - Correspondência
1728 – Curso de taquigrafia, Boston Gazette
1833 – Suécia
1840 – Taquigrafia, Inglaterra
1856 – Primeiro curso de línguas, Langensheidt, Berlin.
1873 – Criou-se uma das primeiras escolas de estudo em casa, a Society
to Encourage Studies at Home, com a finalidade de ajudar às mulheres, a
quem era negado em grande parte o acesso às instituições educacionais
formais.
1892 – O reitor da University of Chicago criou a Divisão de Ensino por
Correspondência no Departamento de Extensão dessa universidade,
constituindo o primeiro programa formal de EaD no mundo.
1930 – 39 universidades norte-americanas oferecem cursos a distância
por correspondência.
1941- É fundado o United States Armed Forces Institute (USAFI) que, em
1966 oferecia mais de 200 cursos por correspondência, abarcando cerca
de 500 mil alunos.
2ª geração - Teleducação / Telecursos
Com o surgimento da rádio, muitos educadores reagiram com otimismo e
entusiasmo.
1921 – Foi dada a primeira autorização para uma emissora educacional
nos Estados Unidos da University of Salt Lake.
1925 – A State University of Iowa oferecia seus primeiros cursos de cinco
créditos via rádio.
1934 – A mesma universidade realizava as primeiras transmissões
educacionais através da televisão.
1956 – As escolas públicas de Washington County foram unidas em um
serviço de televisão em circuito fechado.
1967 – O congresso aprovou a lei para instalação da Televisão Educativa
nos Estados Unidos.
1952 – A primeira televisão a cabo começou a operar.
1964- Surge o projeto AIM (Articulated Instructional Media Project), na
universidade de Wisconsin, para agrupar várias tecnologias com o
propósito de oferecer um ensino de alta qualidade e custo reduzido a
alunos não-universitários. Muitas das ideias e experiências obtidas neste
projeto ajudaram na criação de outras instituições de ensino como a
Universidade Aberta britânica em 1969, que têm, na atualidade,
matrículas anuais superiores a 200 mil alunos adultos e cerca de 2 mil
diplomas a cada ano, admitindo mais de um terço de todos os alunos em
18. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 18
período parcial no Reino Unido. Nos anos 70 e 80 surgiram muitas outras
universidades abertas no mundo, por exemplo: 1978, Sukhotai
Thammatirat em Tailândia (com 216.800 alunos); 1972, Universidad
Nacional de Educación a Distancia em Espanha (110.000 alunos); 1979,
China TV University System, (530.000 alunos); 1982, Turquia, Anadolu
University (577.804); 1984. Indonésia, Universitas Terbuka (353.000);
1985, Índia, Indira Gandhi National Opne University (242.000) e outras.
1972- A Federal Communications Commission (FCC) exigiu que todas as
operadoras a cabo tivessem um canal educativo.
1980 – Em meados da década de 1980, existiam cerca de 200 telecursos
de nível universitário nos Estados Unidos.
3ª geração – Ambientes interativos
Com o desenvolvimento tecnológico acontecido nessas mesmas décadas
dos anos 80 e 90, como a chegada dos primeiros satélites de
comunicação e envio de dados por fibra óptica, os próprios sistemas de
áudio e teleconferência foram ficando mais velozes, eficientes e com
capacidade de transmitir dados de forma bidirecional. Além disso, a
ampliação do uso de microcomputadores e softwares a partir da década
de 1970, assim como a chegada da Internet nos anos 90, facilitou a
disseminação dos sistemas interativos que permitem a troca de
informações, de forma síncrona (teleconferências, chats) ou assíncrona
(fóruns, correio eletrônico, weblogs, etc.).
Atenção: Você deverá saber reconhecer e diferenciar o que é
comunicação síncrona e assíncrona e as ferramentas ou meios de
comunicação que são próprios de uma ou outra categoria. Na terceira
apostila também falaremos um pouco sobre esses conceitos, mas você já
pode ir pesquisando e conhecendo mais de forma individual sobre esse
tema.
E no Brasil.... Você conhece a história?
No Brasil, desde a fundação do Instituto Rádio Técnico Monitor, em
1939 e hoje Instituto Monitor, depois do Instituto Universal Brasileiro
em 1941 e o Instituto Padre Reus em 1974, várias experiências de
educação a distância foram iniciadas e levadas a termo com relativo
sucesso. As experiências brasileiras, governamentais e privadas, foram
muitas e representaram, nas últimas décadas, a mobilização de grandes
contingentes de recursos. Os resultados do passado não foram
suficientes para gerar um processo de aceitação governamental e social
da modalidade de educação a distância no Brasil. Porém, a realidade
brasileira já mudou e hoje existem leis e normas para a modalidade de
educação a distância em nosso país.
19. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 19
Abaixo, destacamos vários projetos que contribuíram para disseminação
da Educação a Distância no Brasil:
Em 1904: escolas internacionais, que eram instituições
privadas, ofereciam cursos pagos, por correspondência;
Em 1934: Edgard Roquete-Pinto instalou a Rádio-Escola
Municipal no Rio. Estudantes tinham acesso prévio a
folhetos e esquemas de aulas. Utilizava também
correspondência para contato com estudantes;
Em 1939: surgiu o Instituto Monitor, em São Paulo;
Em 1941: primeira Universidade do Ar, que durou dois anos;
Em 1947: Nova Universidade do Ar, patrocinada pelo
SENAC, SESC e emissoras associadas;
Em 1961/65: Movimento de Educação de Base (MEB) –
Igreja Católica e Governo Federal utilizavam um sistema
radio--educativo: educação, conscientização, politização,
educação sindicalista etc.
Em 1970: Projeto Minerva – convênio entre Fundação Padre
Landell de Moura e Fundação Padre Anchieta para
produção de textos e programas;
Em 1972, o Governo Federal enviou à Inglaterra um grupo
de educadores, tendo à frente o conselheiro Newton
Sucupira: o relatório final marcou uma posição reacionária
às mudanças no sistema educacional brasileiro, colocando
um grande obstáculo à implantação da Universidade Aberta
e a Distância no Brasil;
Na década de 70: Fundação Roberto Marinho – programa
de educação supletiva a distância, para 1º e 2º graus;
Em 1992, foi criada a Universidade Aberta de Brasília (Lei
403/92), podendo atingir três campos distintos:
• Ampliação do conhecimento cultural: organização de
cursos específicos de acesso a todos;
• Educação continuada: reciclagem profissional às
diversas categorias de trabalhadores e àqueles que já
passaram pela universidade;
• Ensino superior: englobando tanto a graduação como
a pós-graduação.
Curiosidade:
Instituto Monitor http://www.institutomonitor.com.br
Instituto Padre Reus http://www.institutopadrereus.com
Instituto Universal Brasileiro http://www.institutouniversal.com.br
A EaD nas universidades brasileiras
A história da educação brasileira mostra que, até os anos 90, no final do
século XX, a grande maioria das Instituições de Ensino Superior não tinha
envolvimento com educação a distância. A primeira iniciativa de EaD,
como vimos anteriormente, surgiu no país em 1904, com o ensino por
20. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 20
correspondência. O Instituto Monitor, o Instituto Universal Brasileiro e
outras organizações similares, foram responsáveis pelo atendimento de
mais de três milhões de estudantes em cursos abertos profissionalizantes
ofertados pela modalidade de ensino por correspondência, mas não eram
cursos universitários.
Nas décadas de 1970 e 1980, fundações privadas e organizações não
governamentais iniciaram a oferta de cursos supletivos a distância, no
modelo de teleducação, com aulas via satélite complementadas por kits
de materiais impressos, demarcando a chegada da segunda geração de
EaD no país. A maior parte das Instituições de Ensino Superior brasileiras
mobiliou-se para a EaD com o uso de novas tecnologias da comunicação
e da informação somente na década de 1990. Em 1994, teve início a
expansão da Internet no ambiente universitário. Dois anos depois, surgiu
a primeira legislação específica para educação a distância no ensino
superior.
Do ponto de vista legal, teve-se em 1996, a consolidação da última
reforma educacional brasileira, instaurada pela Lei 9.394/96 (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional ou LDB) que oficializou na
política nacional a educação a distância no país como modalidade válida
e equivalente para todos os níveis de ensino.
Segue o texto do artigo 80 da lei mencionada:
Artigo 80 da Lei 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional.
O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a
veiculação de programas de ensino a distância, em
todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada.
§ 1º. A educação a distância, organizada com abertura
e regime especiais, será oferecida por instituições
especificamente credenciadas pela União.
§ 2º. A União regulamentará os requisitos para a
realização de exames e registro de diploma relativos a
cursos de educação a distância.
§ 3º. As normas para produção, controle e avaliação de
programas de educação a distância e a autorização para
sua implementação, caberão aos respectivos sistemas
de ensino, podendo haver cooperação e integração entre
os diferentes sistemas.
§ 4º. A educação a distância gozará de tratamento
diferenciado, que incluirá:
I - custos de transmissão reduzidos em canais
comerciais de radiodifusão sonora e de sons e imagens;
II - concessão de canais com finalidades
exclusivamente educativas;
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder
Público, pelos concessionários de canais comerciais.
21. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 21
Como podemos ver, o primeiro artigo da lei determina a necessidade de
credenciamento das instituições. O segundo define que cabe à União a
regulamentação dos requisitos para registro de diplomas. O terceiro artigo
disciplina a produção, o controle e avaliação de programas de educação a
distância; e o quarto faz referência a uma política de facilitação de
condições operacionais para apoiar a sua implementação, conforme a
transcrição a seguir.
A mesma Lei 9.394/96 estabelece ainda a exigência de que, a partir de
2006, todos os professores que viessem a ser contratados para ministrar
aulas no ensino fundamental e médio deveriam estar habilitados, com o
terceiro grau concluído. Esta exigência criou um movimento em direção à
qualificação dos professores leigos que já estavam no exercício da
profissão, apontando para o uso da educação a distância como
ferramenta para a oferta das licenciaturas então necessárias.
O Ministério da Educação formou em 1997 um grupo de especialistas
para criar a regulamentação do artigo 80 da LDB. Como resultado deste
trabalho, surgem os Decretos 2.494 e 2.561, em fevereiro e abril de 1998,
respectivamente, e a portaria 301, de 7 de abril de 1998, formando o
conjunto de instrumentos que indicaram os procedimentos que deveriam
ser adotados pelas instituições para obter o credenciamento do MEC para
a oferta de cursos de graduação a distância.
O Decreto Federal n. 5.622, em 20 de dezembro de 2005, é o mais
recente que regulamenta dito artigo 80 da LDB.
Em abril de 2001 o Conselho Nacional de Educação edita a Resolução
01, que disciplina a oferta dos cursos de pós-graduação a distância no
país, fixa limites e estabelece exigências para o reconhecimento de
cursos a distância ofertados por instituições estrangeiras.
Muito interessante é a Portaria 2.253 de 2001, que permite às
universidades, centros universitários, faculdades e centros tecnológicos
oferecer até 20% da carga horária de cursos já reconhecidos na
modalidade a distância. Uma nova portaria, a 4.059, em 10 de dezembro
de 2004 mantém essa possibilidade de oferecimento de até 20% da carga
horária total do curso na modalidade semi-presencial. Esta é a famosa
“Lei do 20%”, que facilita a introdução da educação semipresencial ou
modelo híbrido de educação, mas como alguns autores opinam, por que
tem que ser rigidamente estabelecido o limite de até 20% e não deixar de
forma mais liberada a proporção de tempo que seja necessária para as
atividades online e atividades presenciais de cada disciplina? Deveria ser
possível um 30%, 40%, 50%... de atividades online, sempre em
dependência das necessidades do curso e depois da aceitação dos
planos de aula.
A Universidade Aberta do Brasil (UAB)
22. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 22
A UAB foi criada pelo Ministério da Educação através do decreto nº 5.800,
de 08/06/2006, com foco nas políticas e na gestão da educação superior,
sob cinco eixos:
1- Expansão pública da educação superior, considerando os
processos de democratização e acesso;
2- Aperfeiçoamento dos processos de gestão das instituições
de ensino superior, possibilitando sua expansão em consonância
com as propostas educacionais dos estados e municípios;
3- Avaliação da EaD com base nos processos de flexibilização e
regulação viabilizados pelo MEC;
4- Contribuições para a investigação em EaD no país;
5- Financiamento dos processos de implantação, execução e
formação de recursos humanos em EaD.
Podemos ver que os eixos norteadores da UAB facilitam iniciativas de
acesso ao ensino superior e democratização para toda a população, além
de favorecer o aperfeiçoamento dos processos de gestão das IES.
A UAB tem como base o aprimoramento da EaD e visa expandir e
interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior. Isso
só é possível com acordos e parcerias entre as esferas federal, estaduais
e municipais do governo.
A prioridade da UAB é a formação de professores para educação
básica pela modalidade de EaD mediada por TIC, utilizando a Internet e
suas interfaces. O sistema UAB não tem como finalidade a criação de
uma nova IES, e sim a articulação com instituições já existentes,
levando ensino superior de alta qualidade aos diversos municípios
brasileiros que não possuem cursos superiores
em sua região, o que possibilita o acesso ao
ensino superior para camadas da população
excluídas do processo educacional.
A UAB em parceria com as universidades
públicas e os IFETS (Institutos Federais de
Educação, Ciência e Tecnologia), está presente
em quase todos os estados brasileiros. Em
janeiro de 2009 havia 562 polos da UAB distribuídos pelo país. Em
agosto de 2009 selecionou mais 163 novos polos, no âmbito do Plano de
Ações Articuladas, para equacionar a demanda e a oferta de formação de
professores na rede pública da educação básica, ampliando a rede para
um total de 720 polos.
Até novembro de 2012 integravam o Sistema UAB 103 instituições
públicas de ensino superior (IPES): 56 universidades federais, 30
universidades estaduais e 17 Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia (IFETs).
23. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 23
Juntando os cursos de formação pedagógica, extensão e sequencial,
totalizam-se 268.028 matrículas ativas em outubro de 2012 e 42.611
concluintes até este período (UAB, 2012).
O que é um polo de apoio presencial? Os polos de apoio presencial
são as unidades operacionais para o desenvolvimento descentralizado de
atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e
programas ofertados a distância pelas instituições públicas de ensino
superior no âmbito do Sistema UAB. Mantidos por municípios ou
governos estaduais, os polos oferecem a infraestrutura física, tecnológica
e pedagógica para que os alunos possam acompanhar os cursos a
distância.
O polo de apoio presencial também pode ser entendido como "local de
encontro" onde acontecem os momentos presenciais, o acompanhamento
e a orientação para os estudos, as práticas laboratoriais e as avaliações
presenciais.
A UAB na UFAL
A UAB iniciou suas atividades com um convênio financiado pelo Fundo
das Estatais através do Banco do Brasil, com a oferta do Curso de
Administração a distância em 2006. Essas atividades foram iniciadas
em parceria com 25 IFES com a finalidade de atender à demanda de
servidores públicos que não tinham qualificação em nível superior. A
UFAL foi uma das universidades escolhidas para ofertar este curso devido
à larga experiência na EaD. A Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade (FEAC) da UFAL realizou em 2006 o vestibular para 500
vagas do Curso Piloto de Administração na modalidade a distância para
três cidades do estado: Maceió, Porto Calvo e Santana do Ipanema.
Em 2007, a Secretaria de Educação a Distância/Ministério da Educação
(SEED/MEC) lançou um edital contemplando o sistema UAB e
possibilitando às Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) ampliar
o número de cursos na modalidade a distância, em ação com os
municípios e estados para interiorizar o ensino superior de qualidade
através da EaD. Com isso, foram criados os cursos de licenciatura em
Pedagogia e Física, bacharelado em Sistema da Informação e Tecnólogo
em Hotelaria. Nesse momento, em Alagoas, os municípios de Maceió,
Porto Calvo, Santana do Ipanema, Olho D`Água das Flores, São José da
Laje e Maragogi oferecem cursos na modalidade a distância, de nível
técnico e de bacharelado e licenciaturas, além de cursos de pós-
graduação latu sensu em parceria com a UFAL e o Instituto Federal de
Educação Tecnológica (IFET).
Em janeiro de 2009 foi realizado o concurso vestibular para
preenchimento de mais 750 vagas no sistema UAB em vários municípios
e, ainda a inserção do curso de licenciatura em Matemática e Pedagogia
na cidade de São José da Laje.
24. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 24
De acordo com a COPEVE, ainda em 2009 foi realizado vestibular para
preenchimento de 50 vagas de licenciatura em Matemática para o polo
Maceió e 250 vagas para o curso regular de bacharelado em
Administração Pública para os polos de Maceió, Arapiraca, Penedo e
Piranhas, que fazem parte do Plano Nacional de Formação de
Administradores Públicos (PNAP). E mais três cursos de pós-graduação
latu sensu: Gestão Pública, Gestão Pública Municipal e Gestão em Saúde
Pública.
A UAB conta ainda com o PAR, que tem duração de quatro anos e, nele,
são organizadas as ações a ser efetivadas para atingir as metas definidas
pelo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). A partir do decreto
no. 6.755, de janeiro de 2009, é instituída a Política Nacional de
Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica, com a
finalidade de organizar, em regime de colaboração entre a União , os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a formação inicial e
continuada dos profissionais do magistério para as redes públicas da
educação básica. O plano oferece cursos de graduação em nível de
licenciatura, gratuitos e com qualidade, por instituições públicas de ensino
superior: 48 federais, 28 estaduais e 14 universidades comunitárias [1] A
previsão de oferta inicial para os 21 estados brasileiros mais o Distrito
Federal supera a marca de 330 mil vagas, com começo em alguns
estados no segundo semestre de 2009 e as demais entradas para os
anos de 2010 e 2011.
Segundo a Secretaria de Educação do Estado de Alagoas (SEE/AL), o
PAR de Alagoas [2] contempla 80 itens ligados a quatro grandes
dimensões: gestão educacional, formação de professores e profissionais
de apoio e serviços educacionais, prática pedagógica e de avaliação,
infraestrutura física e recursos pedagógicos. A proposta é discutir as
articulações necessárias para a realização da formação dos educadores e
trabalhadores da educação. Estão previstas parcerias com instituições de
ensino superior do estado, como UFAL, IFET, UNEAL e UNCISAL. Uma
das propostas é a ampliação dos polos de Maceió e no interior.
Em 2009, o Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação
Básica, lança o Programa Emergencial de Segunda Licenciatura para
Professores em exercício na Educação Básica Pública sob coordenação
do MEC em colaboração com as universidades públicas. Os cursos de
formação inicial do PARFOR dividem-se em três categorias: a) 1ª
licenciatura para professores sem formação superior; b) 2ª licenciatura
para professores que atuam fora de sua formação específica; c) formação
pedagógica para bacharéis sem licenciatura.
Ao se planejar este curso de licenciatura em Letras – Língua espanhola
na modalidade a distância na UFAL pelo consórcio da UAB foi levado em
consideração, além da necessidade de capacitar o professor do Ensino
Fundamental e Ensino Médio, a preocupação em atender a uma clientela
formada principalmente por professores em exercício, com dificuldades de
ordem pessoal para frequentar cursos presenciais convencionais.
25. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 25
Nesse sentido, a oferta indicada pela FALE (Faculdade de Letras) para
este curso contempla 80% das vagas destinadas para professores
atuantes e 20% das vagas destinadas à demanda social, ou seja, para
pessoas que podem não ser professores, mas que desejam fazer o curso
universitário.
Em 2013 foi aberto o Vestibular da Universidade Aberta do Brasil da
UFAL para cursos de graduação à distância. Ao todo são 900 vagas,
divididas para demanda da Plataforma Paulo Freire e Demanda Social,
distribuídas para os cursos de Sistemas de Informação, Física
Licenciaturas Letras Espanhol, Ciências Sociais, Pedagogia e Geografia.
Os municípios contemplados são: Maceió, Arapiraca, Maragogi, Olho
D`Água das Flores, Santana do Ipanema e Palmeira dos Índios. Por sua
vez, o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) abriu 525 vagas – distribuídas
nos campus Maceió, Maragogi, Palmeira dos Índios, Arapiraca, Santana
do Ipanema e Mata de São João/BA (Licenciatura em Letras-Português,
Licenciatura em Ciências Biológicas e Tecnológico em Hotelaria).
A coordenação das atividades de EaD na UFAL foi inicialmente uma
responsabilidade de um Comitê Gestor de EaD
(2005), mas atualmente é coordenada pela
Coordenadoria Institucional de Educação à
Distância (CIED). A CIED é um órgão de apoio
acadêmico vinculado à Reitoria, que coordena
os planos de ações de Educação à Distância na
nossa universidade.
Não restam dúvidas de que a EaD como política pública trouxe um
aumento significativo na oferta de vagas no ensino superior brasileiro,
transformou o cenário da educação no país e possibilitou o estudo de
pessoas desprivilegiadas geograficamente – e tudo isso com uma
educação gratuita e de qualidade ofertada por IES.
O impacto da modalidade a distância atinge todos os níveis de educação,
dando às pessoas acesso ao conhecimento e mudando o modelo
pedagógico usado nas IES, com exploração das TIC não só nos cursos
da modalidade a distância, mas também nos de ensino presencial.
[1] Instituições de ensino superior sem fins lucrativos (ABRUC, 2009).
[2] O documento do estado está baseado no Plano Plurianual do Governo (2007-2011) ,
no Plano Estadual de Educação (2006/2005) e no Planejamento Estratégico da SEE
(2007/2011)
Modelos de EaD que operam no Brasil
É importante saber que existem no Brasil dois grandes modelos de EaD,
com muitas variáveis Segundo Moran (2011) são o modelo de
tele/videoaula e o modelo web.
26. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 26
Modelo de tele/videoaula
No modelo de tele/videoaula aparece mais o professor no seu papel
tradicional, sendo visto pelos alunos ao vivo (teleaula) ou em aula
gravada (vídeoaula). Além das aulas, há leituras e atividades presenciais
e virtuais.
Figura: sala com alunos assistindo uma teleaula ou videoaula (fonte:
http://bit.ly/1lmI3bx).
No modelo de teleaula os alunos vão a determinadas salas, nos polos,
em que assistem a aulas transmitidas por satélite, ao vivo, uma ou duas
vezes por semana. Eles enviam perguntas e o professor responde as que
considera mais relevantes. Em geral, depois da teleaula, os alunos se
reúnem em pequenos grupos para realizar atividades de discussão e
aprofundamento de questões relacionadas com a aula dada, sob a
supervisão de um mediador, chamado de professor-tutor local. Além das
aulas, os alunos costumam receber material impresso e orientações de
atividades para fazer durante a semana, individualmente, com o
acompanhamento de um professor-tutor online ou eletrônico.
No formato de videoaula, as aulas são produzidas em estúdio e vistas
pelos alunos, individualmente ou reunidos em salas, com
acompanhamento de um professor-orientador/tutor ou não. Também há
dois modelos predominantes utilizando a videoaula, um semipresencial
(em salas) e outro online.
O modo mais usual é o de salas, em que o aluno vai presencialmente
uma ou várias vezes por semana e um tutor supervisiona a exibição do
vídeo e as atividades relacionadas ao conteúdo da disciplina. Esse
modelo é útil particularmente para cidades pequenas, sem condições de
instalar uma instituição de ensino superior presencial.
No outro modelo de vídeoaula (o modelo online) os alunos acessam as
videoaulas via web ou as recebem por CD ou DVD. Os alunos assistem
27. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 27
as videoaulas em casa ou no trabalho, leem o material impresso e fazem
as atividades, que são entregues a um tutor online num ambiente de
aprendizagem digital, como o Moodle. Os alunos só vão a um polo para a
avaliação online.
Modelo web
No segundo modelo (o modelo web), o professor não dá aula, ele se
comunica por materiais impressos e digitais, escritos de forma dialogada
e com tutoria presencial em polos e/ou virtual, pela internet. Usa alguns
vídeos de forma eventual, não sistematicamente.
Figura: Encontro presencial de alunos que estudam no curso de pedagogia pela UAB-
UFAL (polo de São José da Laje, AL, 2009) (foto do autor).
No caso do modelo web também foca no conteúdo disponibilizado pela
internet e por CD ou DVD. Além do material encontrado na web, os
alunos costumam ter material impresso por disciplina ou módulo. Os
ambientes principais de aprendizagem são o Moodle, o Blackboard e o
Teleduc. Algumas instituições têm o seu próprio ambiente digital de
aprendizagem. Começa-se a utilizar a web-conferência para alguns
momentos de interação presencial com os alunos, visando orientar,
solucionar dúvidas e manter os vínculos afetivos.
28. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 28
Figura. Web-conferência para alunos do curso de Letras Espanhol (UAB-UFSM),
possibilidade facilitada pela maior velocidade de Internet disponível na atualidade
(modelo web) (imagem capturada pelo autor).
Até agora temos basicamente dois modelos diferentes de ensino superior
a distância via web: o mais virtual e o semipresencial. No modelo mais
virtual, a orientação dos alunos é feita a distância, pela internet ou
telefone. Os alunos se reportam ao professor e ao tutor durante o
semestre e, em geral, se encontram presencialmente só para fazer as
avaliações. É um modelo predominantemente via internet, e os encontros
presenciais são mais espaçados porque não existem os polos para o
apoio semanal.
No modelo semipresencial, como os do Consórcio Cederj, das
universidades públicas do estado de Rio de Janeiro, os alunos têm os
polos perto de onde moram e, além do tutor online, o tutor presencial no
polo, com quem podem tirar dúvidas e participar das atividades solicitadas
e dos laboratórios de informática e específicos do curso. Esse modelo é
replicado pelas universidades públicas sobre gestão da UAB, que fazem
parcerias com as prefeituras para a instalação dos polos de apoio
presenciais.
Duas perguntas para você:
1- Qual modelo de educação a distância é seguido nos cursos
realizados pela consórcio da UAB?
2- Você conhece outros cursos que utilizem um modelo diferente do
padrão utilizado até agora pela UAB?
Leia de novo a informação apresentada na seção “Modelos de EaD
que operam no Brasil” e verifique se esta tabela está correta.
29. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 29
Tecnologia mais utilizada na EaD
Como já pudemos nas leituras anteriores, dependendo da duração e do
tipo de curso pode haver um mix de tecnologias. Aos poucos, os
ambientes digitais de aprendizagem são utilizados de forma mais
abrangente na maioria dos cursos. O material impresso continua sendo
um aliado importante nos cursos de longa duração, principalmente na
graduação. Aumenta também o uso de recursos de comunicação online e
offline, como MSN, Skype e web-conferencia.
O uso de mídias móveis, como celulares, smartphones e tablets, deve
crescer muito a partir de agora, integrando as tecnologias portáteis e
facilitando que alunos e professores possam ensinar e aprender, agora
em qualquer momento e lugar (ver conceitos de “aprendizagem móvel” e
“aprendizagem ubíqua” no glossário do curso).
Figura. Esta imagem foi tomada do Portal da SATE-UECE em agosto de 2012
A visualização de conteúdos pelo celular já é realidade em algumas universidades.
Há uma progressiva utilização de ambientes virtuais flexíveis,
customizáveis e gratuitos, como o Moodle, pela relação custo-benefício.
30. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 30
Algumas instituições preferem a segurança dos sistemas proprietários,
como o Blackboard, pela confiabilidade e garantia de atendimento. Todos
os ambientes precisam incorporar mais diretamente os recursos da web
2.0 (ou web social), os recursos colaborativos, as redes sociais aplicadas
à educação e as tecnologias móveis.
Outra evolução seria a criação de ambientes pessoais de
aprendizagem que incorporassem todo o conhecimento registrado do
aluno, suas redes de comunicação e seu percurso de aprendizagem.
Falta também a inclusão de simuladores, jogos, laboratórios digitais de
ponta e ambiente 3-D.
Fonte: Este texto foi elaborado em parte com informações da Revista Nexus Ciência &
Tecnologia – UFSC, Florianópolis, n. 7, ano IV, 2002. (Material cedido pela editora da
UFSC) e com MORAN, José Manuel. Desafios da educação a distância no Brasil. In:
ARANTES, Valéria Amorim (Org.). Educação a distância. Pontos e contrapontos. José
Armando Valente - José Manuel Moran, 2011, p. 45-86.
Outra pergunta para você:
Você acabou de ver diversas tecnologias, meios e dispositivos que
podem ser utilizados para ensino a distância. Pode mencioná-los?
Para saber mais:
ALVES, Lucineia. Educação a Distância: conceitos e história no Brasil e no
mundo. Revista Brasileira de Aprendizagem Aberta a Distância, v. 10, 2011.
Disponível em: http://bit.ly/12AgHXz.
GARCÍA ARETIO, Lorenzo. Historia de la Educación a Distancia, RIED. Revista
Iberoamericana de Educación a Distancia, v. 2, n. 1, p. 8-27, 1999. Disponível
em: http://ried.utpl.edu.ec/images/pdfs/volumen2-1.pdf
MOTA, Ronaldo. A Universidade Aberta do Brasil. In. LITTO, Fredric; FORMIGA,
Marcos (Org.). Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson
Education do Brasil, 2009. p. 297-303.
PESCE, Lucila. EAD: Antes e depois da cibercultura. In: Cibercultura: O que
muda na educação. TV escola. Salto para o futuro. Ano XXI, Boletim 03, Abril
2011, p. 10-15. Disponível em: http://bit.ly/qo3fZ5.
UAB. O que é um polo de apoio presencial. Disponível em: http://bit.ly/18Z6AKH.
Infográfico “Distance Learning. A history of flexibility”
http://elearningindustry.com/images/The%20History%20of%20Distance%20Lear
ning%20-%20Infographic.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Educação_a_distância
http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001398/139898por.pdf
31. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 31
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12502&
Itemid=823
http://www.abed.org.br/congresso2008/tc/510200863228PM.pdf
http://www.uab.capes.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21
6:encontro-reune-coordenadores-do-sistema-uab-para-discussoes-e-
apresentacao-do-balanco-de-2012&catid=1:noticia&Itemid=7
http://www.institutoclaro.org.br/banco_arquivos/infograficos_9/index.html
Atenção! Com as leituras e trabalhos realizados até aqui, já temos
uma ideia das diversas formas que podem ter os cursos da
modalidade a distância e como eles evoluíram. Agora vamos ver
melhor essas características através de exemplos atuais de
cursos a distância no Brasil, que você pesquisará e descreverá.
TAREFA 2 (parte 2) - A partir das informações apresentadas no texto
acima e no anexo 1 selecione três (3) exemplos de experiências de
ensino brasileiras, representativas de cada geração de
EaD (correspondência, telecursos e ambientes interativos) para
reunir um total de nove (9) exemplos.
No processador de textos existente no computador (seja o programa
Word ou Writer) construa uma tabela com quatro (4) linhas e três (3)
colunas, de igual forma que aparece nesta imagem:
Coloque na tabela construída por você os exemplos reunidos do
texto anterior.
Após a tabela, acrescente no final desse texto se você teve alguma
dificuldade para fazer esta tarefa, ou seja, se foi fácil ou difícil para você.
Obrigado!
Salve o arquivo como: "seu nome _ tabela 3 gerações”.
32. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 32
Envie o arquivo com a tabela produzida para a “Tarefa tabela três
gerações” que está no Moodle.
Segue outra tarefa desta unidade.
TAREFA 3 (parte 2)- Você deverá encontrar e descrever três
(3) cursos de EaD existentes na atualidade no Brasil.
Um bom ponto de partida para encontrar essas instituições é a lista
contida no Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a
Distância (ABRAEAD) http://www.abraead.com.br/ead_form.asp
(opção de “Busca Simples” ou “Busca Detalhada”).
Uma vez identificadas as instituições e cursos de seu
interesse, descreva-os utilizando os seguintes itens:
• Nome da instituição,
• link,
• tipo de cursos oferecidos (graduação ou pós-graduação:
especialização, mestrado ou doutorado, curso abertos à
comunidade),
• duração do curso,
• procedimentos ou ferramentas de comunicação utilizadas,
• Acrescente qualquer outro dado de interesse que tenha
encontrado sobre essa instituição e curso.
Os dados selecionados serão colocados no fórum específico intitulado
"Panorama da EaD no Brasil". Nele você observará as postagens ou
envios dos colegas e também poderá avaliá-los. Por isso, desta vez,
você copiará e colará seu texto diretamente na janela que
aparecerá.
Atenção: Nessa descrição de três cursos existentes no Brasil que ofertam
ensino a distância não inclua a UNOPAR virtual, porque esse é um
curso muito conhecido e quase sempre aparece primeiro nas listas.
33. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 33
Anexo I
Atenção: Os dados presentes neste anexo I não são para um estudo
detalhado. Na realidade foram colocados aqui para sua utilização na
Tarefa 2 parte 2, ou seja, para elaborar no processador de texto
disponível no computador (o Word ou Writer) a tabela descrita acima.
Provavelmente terá que integrar estes dados com a busca de outras
informações por meio das opções que foram mostradas nas outras
seções deste capítulo.
Cronologia da EAD no Brasil
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1932 - Ginástica via rádio,
Oswaldo Diniz Magalhães
Aulas de ginástica via rádio, com
suporte de mapas impressos para
orientar as posições dos
exercícios. Cidade do Rio de
Janeiro.
1932 - Manifesto “Pioneiros da
Escola Nova”
Lançamento do manifesto “Pioneiros
da Escola Nova”, em que educadores
propõem o uso dos recursos
tecnológicos do rádio, cinema e
impressos para a educação brasileira.
1934 - Rádio Escola Municipal,
Edgard Roquete Pinto.
Criação da Rádio-Escola
Municipal – Rio de Janeiro.
Emissões radiofônicas
consorciadas com folhetos e
esquemas de aula. Interação com
os alunos através de
correspondência. Programas
diários com três seções distintas:
Hora Infantil, com 402 irradiações
em 34, Jornal dos Professores,
com 288 irradiações, e
Suplemento Musical (Discoteca
Municipal).
1936 - Rádio Ministério da
Educação, Edgard Roquete
Pinto/MEC
Doação da Rádio Sociedade ao
Ministério da Educação e Saúde, sob
a condição de ser utilizada somente
com finalidade educativa. Surge assim
a Rádio Ministério da Educação.
1939 - Instituto Monitor, Cursos
Profissionalizantes
Criação do primeiro instituto
brasileiro para a oferta
sistemática de cursos de iniciação
profissionalizante a distância.
Modalidade de ensino por
correspondência. Os primeiros
cursos oferecidos foram no ramo
da eletrônica, formando
radiotécnicos.
1957 - Radioeducação,
SIRENA,Sistema Radioeducativo
Nacional. Produção de programas
veiculados por emissoras espalhadas
em todo o país.
1937 - Radiodifusão Educativa,
Ministério da Educação
Criação do Serviço de Radiodifusão
Educativa do Ministério da Educação.
1941 - Instituto Universal
Brasileiro,Cursos Profissionalizantes
Criação do Instituto que viria a ser o
maior difusor de cursos
profissionalizantes a distância no
Brasil no século XX, pela modalidade
de ensino por correspondência.
1941 - Universidade do Ar – RJ
Emissões radiofônicas para a
formação de professores leigos.
1957 - Escola Líder – SP,
Criação da instituição.
Oferta de cursos
profissionalizantes. Ensino por
correspondência.
1930
1950
1940
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Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 34
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1961 - Alfabetização de
Adultos, Fundação João Batista
do Amaral. Programa de
alfabetização de adultos, com
veiculação pela TV Rio até 1965.
1961 - Movimento de Educação de
Base, MEC/CNBB
Início efetivo do serviço radiofônico
com apoio de material impresso e
grupos de apoio locais, para
programas de alfabetização,
conscientização, politização,
educação sindicalista,
instrumentalização das comunidades
e animação popular, fundado numa
“pedagogia popular”. Até 1965, último
ano de operação do MEB, desativado
oficialmente por conflito com a
orientação política do governo militar
instaurado em 1964, 4.522 grupos de
alunos estavam organizados em
“escolas radiofônicas”.
1962 - Aperfeiçoamento de
Professores Primários,
Fundação João Batista do
Amaral Programa veiculado pela
TV Rio com conteúdos para o
aperfeiçoamento de professores
primários.
1962 - Universidade de Cultura
Popular, Gilson Amado
Um dos grandes incentivadores
e criadores de programação
televisiva para suporte à
educação, Gilson Amado lança a
ideia de se criar uma
Universidade de Cultura Popular.
A ideia ganha corpo em 1966,
através de programa veiculado
pela TV Continental.
1968 - Dom Bosco Escolas
Reunidas – SP
Oferta de cursos
profissionalizantes. Ensino por
correspondência. Matrículas de
6.900 alunos em 1970, e de
5.200 alunos em 1971.
1967 - Instituto Brasileiro de
Administração Municipal, RJ
Criação de programas a distância
para atender demandas de
funcionários de prefeituras municipais.
Ensino por correspondência
(fascículos).
1970 - Projeto MINERVA, MEC /
Fundação Padre Anchieta / Fundação
Padre Landell de Moura
Criado em setembro de 1970, com
base na Lei 5692, com ênfase na
educação de adultos. Projeto
MINERVA – Transmissão em rede
nacional de 1.200 emissoras de rádio
e 63 emissoras de televisão, dos
conteúdos para preparação dos
exames supletivos de Capacitação
Ginasial e Madureza Ginasial,
produzidos pela Fundação Padre
Landell de Moura e pela Fundação
Padre Anchieta. Atendeu 17.246
alunos de outubro de 1970 a
dezembro de 1971.
1969- TVE do Maranhão, Governo do
Estado do MA
Criada a Fundação Maranhense de
TV Educativa – Centro Educativo do
Maranhão, oferecendo teleducação
em circuito fechado para a 5a série, e,
a partir de 1970, em sinal aberto, para
as demais séries do então 1o Grau.
Sistema de recepção organizada em
telesalas de escolas da rede oficial.
Dados de 1995 indicavam 1.104
telesalas em todo o estado, com
41.500 alunos atendidos.
1969 - Projeto SACI,
MEC/CNPq/Instituto de
Pesquisas Espaciais. Satélite
Avançado de Comunicações
Interdisciplinares. Planejamento
do projeto durante os anos de
1967 e 1968, pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE), com know how e
consultoria da Universidade de
Stanford (EUA). Início das
atividades educacionais do
projeto em 72, com o
treinamento de supervisores e
professores. Em 1973 têm início
a oferta de aulas pré-gravadas
transmitidas via satélite e suporte
em material impresso, para
alunos das séries iniciais e
professores leigos do então
ensino primário no estado do Rio
Grande do Norte. Experiência
piloto no estado até 1974.
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1970 - Sistema Nacional de
Ensino por Correspondência,
Ministério da Fazenda
Início da oferta de cursos a
distância pelo setor de formação
de recursos humanos do
Ministério da Fazenda.
Programas administrados pela
Escola de Administração
Fazendária (ESAF), nas áreas
de Português, Redação Oficial,
Introdução à Administração,
Administração por Objetivos,
Computação e Contabilidade
Pública.
1971- Criação da ABT -
Associação Brasileira de
Tecnologia e Educação
Criada inicialmente com o nome
de Associação Brasileira de
Tele-Educação, já produzia
Seminários Brasileiros de Tele-
Educação a partir de 1969. Criou
programas de capacitação de
professores por ensino através
de correspondência.
1978 - Telecurso 2o Grau,
Fundação Roberto Marinho-RJ /
Fundação Padre Anchieta – SP
Lançamento em janeiro/78 do
convênio entre a Fundação
Roberto Marinho e a Fundação
Padre Anchieta, originando o
Telecurso 2o Grau. Programas
televisivos com uso de atores do
elenco comercial da Rede Globo,
produção de fascículos semanais
vendidos em bancas de revista,
e programação de chamadas de
audiência durante programação
regular da Rede Globo e da TV
Cultura, e um pool nacional de
mais 38 emissoras comerciais e
outros oito canais educativos.
Visava dar suporte à preparação
dos alunos para os exames
oficiais de supletivo, ao estilo do
antigo Madureza Colegial.
1971- João da Silva - Telenovela
Educativa, TVE – Rio de Janeiro
Gilson Amado, presidente da FCBTVE
lança a primeira novela educativa da
TV brasileira, João da Silva, dirigida
por Jacy Campos e que receberia
Menção Honrosa do Júri do Prêmio
Japonês de melhor programa didático
de 1973. Programas no ar em 1973 e
74, com a veiculação de 100
capítulos, 25 aulas retrospectivas, 10
programas complementares e 5 livros
de apoio.
1971- Supletivo 1o Grau – Fase I,
Ministério da Educação
Transmissão em âmbito nacional,
durante três anos (72, 73 e 74) com
programas radiofônicos de ensino
supletivo.
1979 - Projeto Conquista, Ministério
da Educação – Criação da FCBTVE –
Fundação Centro Brasileiro de
Televisão Educativa (futura
FUNTEVÊ). Produz o projeto
Conquista, uma telenovela para o
ensino supletivo de 5a a 8a série, e
programas para a alfabetização com o
uso da televisão, dentro do projeto
MOBRAL (Movimento Brasileiro de
Alfabetização). O projeto tinha como
objetivo o ensino supletivo de 5a a 8a
série do 1o grau. Seguindo o formato
telenovela do projeto João da Silva, a
série tinha 200 capítulos distribuídos
da seguinte forma: 4 de apresentação,
148 instrucionais, 37 retrospectivos,
10 complementares e um de
encerramento. Sete livros de apoio
completavam o material.
1974- Telescola, TV Cultura –
Fundação Padre Anchieta
De 1974 a 1976, realização do projeto
Telescola, em parceria com a
Secretaria de Educação do Município
de São Paulo, para apoio às
disciplinas de Ciências e Matemática
do curso ginasial, em 50 escolas. As
aulas pela tevê eram precedidas de
um pré-teste e sucedidas de um pós-
teste o que ensejava a avaliação do
aprendizado. A aula de matemática,
"Introdução aos números inteiros” foi
premiada em 1975 com o Special
Prize, no Japão. Direção e roteiro:
José Castellar / Produção: Nádia
Hatori.
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1981- Telecurso 1o Grau, Fundação
Roberto Marinho
Lançamento do Telecurso 1o Grau,
em parceria com o Ministério da
Educação e a Universidade de
Brasília, voltado para o supletivo de
5a a 8a série.
1979 - Projeto Hapronte, Depto. De
Ensino Fundamental/MEC
Produção de 64 programas de rádio
para o ensino da língua francesa, para
professores não-titulados em exercício
de 1a a 4a série. Abrangência para
os Estados do Paraná, Espírito Santo
e Alagoas.
1985 - Novo Telecurso 2o
Grau, Fundação Roberto
Marinho
A Fundação Roberto Marinho
lança o Novo Telecurso 2o Grau,
em parceria com o Banco
Bradesco S/A. Produção de 900
tele-aulas e de 500 programas
de rádio, com veiculação diária
pelas redes que já vinham
exibindo os telecursos anteriores
elaborados pela Fundação
1980 - Universidade Aberta,
Universidade de Brasília – UnB
Lançamento de convênio da UnB
com a Open University, para a
implementação de programas de
educação a distância no Brasil.
Início dos cursos nas áreas de
ciências políticas, relações
internacionais e pensamento
político brasileiro em 1980.
Cursos de extensão com seis
meses de duração, com o uso de
fascículos e de sessões
presenciais de tutoria em capitais
de estado. Programas
coordenados na época pelo
Decanato de Extensão da UnB.
Total de 4 mil inscritos nos três
primeiros cursos. Em 1981 a
UnB lança parcerias com jornais
de grande circulação para a
publicação de fascículos de auto-
aprendizagem. Os alunos que
encaminhavam trabalhos de
avaliação recebiam certificado de
programa de extensão. Nesta
modalidade, até o ano de 1983,
estes programas tinham
alcançado 30 mil matrículas.
Conclusão do programa
Universidade Aberta em 1984.
1979 - Programa de
Alfabetização Funcional –
PAF/TV, Mobral / FCBTVE /
Prontel
Programa especial visando à
alfabetização de adultos com o
uso de multimeios.. Implantação
em 1979 através de 60 tele-aulas
dramatizadas e fascículos de
apoio para alunos e monitores,
com distribuição por TVs
educativas nos estados da
Bahia, Minas Gerais, São Paulo,
Ceará, Paraná e Rio de Janeiro.
1980 - Série Curumim, TV Cultura –
Fundação Padre Anchieta
De 1980 a 1984 houve a produção e
veiculação da série Curumim, projeto
de educação infantil em parceria com
a prefeitura de São Paulo. Programas
com conteúdo pedagógico e
orientação de utilização pelo professor
em sala de aula. Todas as EMEI -
Escola Municipal de Educação Infantil
estavam sintonizadas na TV Cultura
na hora dos programas, de acordo
com registros da produtora Nadia
Hatori.
1980- Projeto Seringueiro,
SUDHEVEA. Produção de 230
programas educativos para veiculação
pela rádio nacional de Brasília, em
convênio com a rádio Cruzeiro do Sul,
no Acre. Ênfase nas áreas de
comunicação e expressão,
matemática e ciências físicas e
1984- Projeto Ipê, Fundação Padre
Anchieta
De 1984 a 1990. Realização da TV
Cultura em parceria com a Secretaria
da Educação do Estado de São Paulo,
na gestão do prof. Paulo Renato.
Cursos de atualização a
aperfeiçoamento de professores de 1o
e de 2o Graus. Projeto que deu
origem ao canal TV Escola, quando
Paulo Renato de Souza assumiu o
Ministério da Educação. No início o
Ipê utilizava recursos multimeios.
Além do programa de TV, havia o de
rádio, apostilas, textos
complementares, telepostos para
discussões mediadas por monitores e
relatórios de avaliação.
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1988 - Verso e Reverso -
Educando o Educador, Rede
Manchete / MEC
A Rede Manchete de Televisão e
a Fundação Educar apresentam
a série Verso e Reverso –
Educando o Educador. Ao todo,
foram 24 programas de televisão
com 30 minutos cada, veiculados
aos domingos, 12 publicações de
apoio e um manual de
orientação, num mix de
teleducação e ensino por
correspondência. Design
pedagógico da Fundação
Nacional para a Educação de
Jovens e Adultos (Fundação
EDUCAR), para capacitação de
professores de Educação Básica
de Jovens e Adultos. O educador
Paulo Freire participou como
consultor especial da
implantação do programa na
Arquidiocese de Nova Iguaçu
(Baixada Fluminense).
1991 - Jornal da Educação:
Edição do Professor, Ministério
da Educação – MEC
O Ministério da Educação lança
o Projeto Piloto de Utilização do
Satélite na Educação. Programa
estruturado para veicular
programas de televisão com
recepção organizada em
telepostos equipados com
aparelhos de televisão e
videocassete para recepção,
com fax e telefone para interação
dos cursistas com o núcleo de
geração, e distribuição de
material impresso aos cursistas.
A receptividade do programa,
com 600 alunos da 3a série de
cursos de magistério em seis
estados brasileiros, forneceu os
subsídios para o lançamento da
série Um Salto Para o Futuro, no
mesmo ano.
1993- MULTIRIO, Secretaria Municipal
de Educação – cidade do Rio de
Janeiro
Criação de uma central de produção
multimídia para criar produtos
audiovisuais de suporte ao ensino na
rede municipal de educação da cidade
do Rio de Janeiro. Produção de
programas de televisão com
veiculação local, e de cursos a
distância com suporte de material
impresso. Até 1998 produção
acumulada superior a 500 programas.
1988 - Projeto Novo Saber, ASOEC
A Universidade Salgado Oliveira
(ASOEC) cria o programa de Novo
Saber (Parecer CFE 630/89),
oferecendo especialização a distância
num modelo semidireto de EAD, nas
áreas Administração Educacional,
Supervisão Educacional,
Planejamento Educacional e Língua
Portuguesa, para os estados de
Goiás, Maranhão, Espírito Santo e
Ceará. Em 1996, com atuação
também nas áreas de Administração,
Biologia, Educação Física, Letras,
História e Direito, alcançava 8.626
alunos, em 83 municípios de 17
Estados brasileiros.
1989 – CEAD, Universidade de
Brasília
A UnB cria mais um grupo de trabalho
em EaD, o Centro de Educação
Aberta e Continuada (CEAD). Já na
década de 90, o Centro foi
responsável pela produção dos cursos
Política de Ciência e Tecnologia para
a década de 90, Introdução Crítica ao
Direito do Trabalho, e O
Microcomputador Sem Mistérios.
Ensino por correspondência, e início
da utilização de produção multimídia,
com atividades de aprendizagem
encaminhadas aos alunos através de
disquetes.
1990
38. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
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1995 - Ensino Interativo a
Distância, Universidade
Anhembi-Morumbi – SP
O Departamento de Ensino
Interativo a Distância lança em
agosto de 1995 atividades de
aprendizagem por Internet no
Brasil, com cursos de extensão
universitária na área de Moda.
Em outubro de 1995 lança um
curso de Empregabilidade, para
alunos do Ensino Médio,
utilizando a Internet para acesso
a conteúdos e atividades de
aprendizagem.
1994 - TV SENAC, SENAC-SP
Início das atividades que
resultaram no projeto TV
SENAC, com a realização de
sessões de teleconferência e
videoconferência. A TV SENAC
surge como canal de TV Cabo
por acesso codificado em banda
digital do satélite Brasilsat. Em
seguida expande-se para formar
parcerias com canais
comunitários e universitários
para ampliar a rede de cobertura
em sistemas de TV por cabo.
Distribuição de programação
cultural, reciclagem profissional e
de interesse de aprendizagem na
área do comércio, com
interatividade mediada por
fax/telefone/e-mail.
1994 - Licenciatura a distância,
Universidade Federal do Mato
Grosso
O Núcleo de Educação a
Distância do Instituto de
Educação da UFMT cria o curso
de Licenciatura em Educação
Básica, em parceria com a
Secretaria de Estado da
Educação, a Universidade do
Estado do Mato Grosso e com
apoio da Tele-Université du
Québèc (Canadá). O curso da
UFMT foi autorizado pela
Resolução 88 do Conselho
Diretor da UFMT em 2 de agosto
de 1994, iniciado em 1995, e
reconhecido pelo Conselho
Nacional de Educação em 1999.
1994 - Telecurso 2000, Fundação
Roberto Marinho
Telecurso 2000 1o e 2o Graus, e
Telecurso Profissionalizante de
Mecânica. Programas em parceria
entre a Fundação Roberto Marinho e a
Federação das Indústrias do Estado
de São Paulo. Programas de televisão
e coleções de fascículos para
preparação de alunos candidatos a
realização de exames supletivos e de
certificação profissionalizante.
Veiculação pela Rede Globo e canais
educativos a partir de 1995.Nesta
série houve uma revisão da
metodologia de tele-aulas até então
utilizada. Um núcleo de personagens
problematizava situações cuja solução
de conflitos dependia da apropriação
de um conteúdo específico. Em
parceria com empresas e instituições
de ensino as fitas e os impressos do
Telecurso 2000 também foram
colocados como material de consulta e
de apoio ao ensino em salas para
atendimento presencial a alunos,
assistidos por monitor especializado.
1995 - TV Escola, MEC/SEED
O Governo Federal lança o Programa
TV Escola em setembro de 1995,
visando equipar escolas públicas de
todo o Brasil com kits tecnológicos
para recepção e gravação de sinal de
TV por antena parabólica, e, em
seguida, veicular programação
educativa. O canal entra em operação
em março de 1996. Até junho de
1999, 56 mil escolas públicas já
tinham instalados os seus kits
tecnológicos.
1995- Biologia Molecular; Introdução
à Genética UNIFESP – Escola
Paulista de Medicina.
Início das atividades de educação a
distância on-line pela Escola Paulista
de Medicina. Publicação na Internet de
material suplementar aos cursos
regulares de graduação. Material de
livre acesso, sem restrição de uso por
senhas, e auto-avaliação on-line.
39. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 39
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1996- Pós-Graduação a
Distância, UFSC – SIEMENS
Primeira experiência brasileira do
uso de videoconferência na
educação. A UFSC oferece um
programa de pós-graduação em
engenharia de produção para
funcionários da fábrica do grupo
Siemens em Curitiba. Aulas ao
vivo e interativas direto do
Campus da UFSC para a
empresa.
1996 - PROINFO, MEC
Criação do Programa Nacional
de Informática na Educação,
para introduzir a tecnologia de
informática na rede pública de
ensino. Capacitação de
professores e técnicos, e
distribuição de equipamentos de
informática.
1996- UNIVIR, Faculdade Carioca
A Faculdade Carioca institui o núcleo
Universidade Virtual (UNIVIR), para a
promoção de cursos abertos de
educação a distância, com o uso de
ambientes Internet.
1997- TV Futura, FRM
Criação do canal FUTURA pela
Fundação Roberto Marinho em
setembro de 1997. Programação
educativa e profissionalizante. Início
de operações como canal de
assinatura (Net/Multicanal/Sky), e a
partir de 98 também como canal
aberto. Ao contrário das séries
Telecurso produzidas pela Fundação
Roberto Marinho, o canal Futura não
surge como proposta de
escolarização, mas como uma
estratégia de programação de
complementação cultural. O slogan
utilizado para lançar o Futura foi “O
canal do conhecimento”.
1997- Institucionalização do Projeto
VIRTUS, Universidade Federal de
Pernambuco – PE
Em março de 1997 a Universidade
Federal de Pernambuco
institucionaliza o Projeto Virtus.
Criação de ambientes virtuais de
estudo com soluções tecnológicas e
abordagem pedagógica própria da
UFPE. Oferta de sites de apoio às
aulas presenciais. Ao final do ano já
oferecem disciplinas realizadas 100%
pela rede.
1997- Projeto Aulanet, PUC – Rio de
Janeiro
Laboratórios da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de
Janeiro desenvolvem o software
AulaNet, ambiente para a realização
de cursos por educação a distância via
Internet.
1996- Projeto Atue Online,
Universidade Anhembi-Morumbi
Criação de ambientes virtuais de
aprendizagem Internet, para qualificar
professores a utilizar redes de
computadores como ferramentas de
ensino. No mesmo ano lança o
programa de extensão online Vivência
Universitária, para alunos do Ensino
Médio.
1997- Especialização em
Saúde Pública, Escola Nacional
de Saúde Pública – Fundação
Osvaldo Cruz – CEAD-UnB
Programa de educação a
distância estruturado a partir de
conteúdos fornecidos pela
Escola Nacional de Saúde
Pública (ENSP) da Fundação
Osvaldo Cruz (FIOCRUZ), e
metodologia do Centro de
Educação Aberta, Continuada e
a Distância (UnB). Modalidade
mista de ensino por
correspondência, com a
estruturação básica em cinco
módulos impressos, e início de
interações por correio eletrônico
(e-mail) no processo de tutoria
feito pela ENSP.
1997 - Open-School – Centro
Virtual de Convivência,
Informática e Gestão LTDA – BA
Em junho de 1997 a empresa
Informática e Gestão, de
Salvador (BA), registra o domínio
www.open-school.com.br e cria
ambiente virtual de
aprendizagem a distância.
Oferece acesso a links de cursos
on-line em toda e rede.
40. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 40
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1999- Expansão da oferta de
cursos por Internet e
videoconferência
O ano de 1999 tem como
principal característica o
crescimento do número de
instituições de ensino superior e
de institutos em direção ao uso
da Internet como mídia
preferencial de interação para
cursos em todos os níveis. O uso
da videoconferência continua
restrito a programas de pós-
graduação desenvolvidos em
parcerias interuniversitárias ou
entre universidades e empresas.
Os seminários e congressos de
EAD realizados no Brasil têm
como destaque as estratégias de
uso e as ferramentas de
gerenciamento administrativo e
da aprendizagem orientadas
para a Internet.
1999- Credenciamento de IES
para EAD pelo Ministério da
Educação
Tem início o processo de
autorização e credenciamento de
cursos superiores a distância
pelo MEC. O procedimento
segue a regulamentação do
Decreto 2.494, de fevereiro de
1998, e da Portaria MEC 301, de
abril do mesmo ano. As
primeiras instituições
credenciadas foram a
Universidade Federal do Pará e
a Universidade Federal do
1997- Mestrado a distância,
UFSC – PETROBRÁS, Mestrado
em Logística
Primeiro mestrado a distância
por sistema de videoconferência
multiponto do mundo. UFSC
lança o ambiente LED de
aprendizagem por Internet.
Alunos interagem com os
professores no Campus da
UFSC em tempo real e
simultaneamente por
videoconferência nas cidades de
Natal, Salvador, Rio de Janeiro,
Macaé e Belém. Atividades off
line por Internet, e seminários
presenciais para avaliação.
1999- UNIREDE – Universidade
Virtual Pública do Brasil
Em dezembro de 1999, 18
universidades públicas reúnem-se em
Brasília e lançam documento pela
criação da Universidade Virtual
Pública do Brasil. O movimento recebe
adesão de praticamente todas as IES
federais e estaduais, superando 50
instituições signatárias do projeto em
três meses. Em abril de 2000 os
ministérios da Educação e de Ciência
e Tecnologia baixam portaria
nomeando comissões de trabalho para
analisar a viabilidade de criação da
instituição.
1998- Projeto ‘Sala de Aula’,
Extensão por Internet, Faculdade de
Comunicação – UFBA
A Faculdade de Comunicação da
Universidade Federal da Bahia
(FACOM – UFBA) lança um projeto de
utilização do ciberespaço como
instrumento pedagógico, oferecendo
como primeiro curso Introdução à
Cibercultura. Em seguida oferece
cursos de Hipertexto e Ficção
Literária, Marketing, Novas
Tecnologias, Arte e Cultura, e
Jornalismo On-line. Módulos de
atividades de aprendizagem por
Internet, divididos em semanas
temáticas. Conteúdos próprios no site
do curso, e links de interesse para
comentários dos alunos. Tutoria de
orientação das atividades por lista de
discussão via Internet.
1999- Universidade Virtual, UnB –
Universidade de Brasília
A Universidade de Brasília oficializa
com o nome Universidade Virtual suas
atividades por educação a distância.
Oferta em 99 de 07 cursos de
extensão, dois de aperfeiçoamento e
um de especialização. Utilização
crescente da mídia Internet,
sinalizando uma transição do modelo
de ensino por correspondência, até
então característico da UnB, para
estratégias pedagógicas e recursos
tecnológicos de 3a geração em
educação a distância. A
Especialização em Educação
Continuada e a Distância utiliza como
ambiente Internet o software
canadense Virtual U.
41. Licenciatura em Letras. Curso a distância da UFAL-UAB.
Introdução à Educação a Distância. Parte 2. Prof. Gonzalo Abio 41
Fonte: Adaptado de VIANNEY, João; TORRES, Patrícia; SILVA, Elizabeth. A
Universidade Virtual no Brasil. Os números do ensino superior a distância no país
em 2002. In: Seminário Internacional sobre Universidades Virtuais na América Latina e
Caribe.Quito – Equador, 13 e 14 de fevereiro de 2003. Disponível em:
<http://www.portaldeensino.com.br/ead_historico.pdf> Acesso em: 17 jul. 2007.
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2000 - PUC-Virtual – PUC Minas
Gerais e PUC Porto Alegre
As universidades católicas em Belo
Horizonte (MG) e em Porto Alegre
(RS) lançam programas próprios de
educação a distância. Ambos os
projetos caracterizam-se pelo uso
consorciado de mídias, utilizando-se
de canais universitários, links de
satélite para videoconferência,
Internet, suporte em materiais
impressos e produção multimídia.
2000 – Online University, Univ.
Estácio de Sá
Em julho, a Universidade Estácio de
Sá coloca na Internet o portal
onlineuniversity.com.br, anunciando
serviços de apoio a estudantes do
ensino médio, a alunos do ensino
superior e oferecendo cursos a
distância.
2000 – Universidade Virtual
Brasileira
Um consórcio de 10 universidades
particulares e comunitárias, cria a
marca Universidade Virtual Brasileira,
para cooperação em desenvolvimento
de plataformas tecnológicas comuns,
produção de conteúdos para EAD,
definição de metodologias de trabalho,
formação de recursos humanos e
oferta de cursos por EAD. O primeiro
curso, Preparação de Professores
Autores e Tutores para Educação a
Distância tem início em agosto, com
157 matrículas.
1999- Estágio de Convergência
de Mídias; Programa
Engenheiro Empreendedor,
Laboratório de Ensino a
Distância, Universidade Federal
de Santa Catarina
Com o aumento do número de
usuários de Internet permitindo
ganhos em capilaridade em
escala nacional, o LED/UFSC
adota o uso da rede também
para os programas de
capacitação a distância para
grandes contingentes, que até
então utilizavam estratégias de
mídias integradas
(teleconferência, material
impresso, vídeo-aulas, sistemas
DDG). O uso da rede ocorre em
paralelo aos recursos anteriores,
estimulando a clientela a migrar
para o uso da Internet.
Realização de 8 programas de
extensão no ano, com quase dez
mil matrículas.
Nos programas de pós-
graduação a distância com o uso
da videoconferência os
professores são orientados a
aumentar a intensidade de
interações e de atividades de
aprendizagem pela Internet.
Assim, a Internet deixa de ser
mídia acessória e passa à
condição de mídia complementar
nestes programas. Em 1999 teve
início treze novos cursos de pós-
graduação.
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