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Módulo 6
A Cultura do
Palco
Contextualização
Luís XIV (1638-1715)
Palácio de Versalhes
O Antigo Regime, é o termo utilizado para designar um período histórico que
decorre entre os séculos XVI e XVIII e que se caracterizou pela forte
centralização do Estado (monarquia absoluta), pelo mercantilismo e pela
divisão da sociedade em ordens.
O Antigo Regime
Luís XIV (1638-1715)- França
D. João V (1689-1750) - Portugal
1. O tempo
Período de grande
esplendor, de vida na
Corte, de espetáculos
e da encenação do
poder.
a) A política
Apoiando-se na teoria da origem divina do poder, os reis assumiam-se como
representantes de Deus na Terra, detentores de um poder total e absoluto. Viviam num
ambiente de luxo, ostentação e exibiam o seu poder através de festas, da construção e
decoração dos edifícios. Luís XIV, o Rei Sol, instalou-se em Versalhes.
Monarquia absoluta: Sistema político que vigorou na Europa no período correspondente
ao Antigo Regime. Consistia numa forma de governo concentrada na pessoa do rei.
Segundo os teóricos do absolutismo, o monarca recebia o poder das mãos de Deus, que
lhe conferia a legitimidade para governar em seu nome. No entanto, o rei estava
obrigado a respeitar a propriedade e direitos dos súbditos e das corporações.
Palácio de Versalhes
Absolutismo Régio
Concentra os poderes:
• Executivo: administração do reino: controlo da economia e comando do exército
• Legislativo: promulgação das leis
• Judicial: aplicação da justiça
REI
Representa
Deus na Terra.
Controla a nobreza e
o clero.
Luís XIV - França
O Rei é a garantia da ordem estabelecida e é apoiado por uma complexa rede de
funcionários régios na Corte e espalhados por todo o reino. O seu poder é sagrado,
paternal, absoluto e submetido à Razão, ou seja, à sabedoria do Rei escolhido por Deus
para governar.
Para demonstrar o seu poder absoluto, os reis utilizam diversos instrumentos:
A Corte Régia: Morada do rei, é o local central de funções representativas do Estado
absoluto, um polo de atração e palco de encenação do poder;
A imagem de luxo e ostentação: exibida na forma como se apresentam em público, na
apresentação dos locais onde residem, na quantidade de pessoas que com eles
coabitam e por eles são sustentadas;
O Exército;
O espetáculo: forma de entretenimento para os nobres que viviam na Corte e uma
forma dos reis exibirem a sua riqueza (=poder). Quanto maiores e mais luxuosas fossem
as festas e os espetáculos, maior seria a riqueza e o poder do Rei que as proporcionava.
Objetivos:
• Demonstrar a riqueza e poder;
• Controlar a nobreza para evitar a oposição dos grandes senhores à sua política
absoluta.
A Corte de Versalhes
• Era um modelo de todas as principais cortes régias europeias da
época;
• Destacava-se pela grandiosidade, luxo e riqueza;
• Era um exemplo e modelo de encenação do poder;
O convívio social da nobreza nos jardins de Versalhes
O Palácio de Versalhes era habitado pela família real e pela nobreza de corte, que
Luís XIV pretendia controlar, fazendo-a depender de si e dos seus favores.
Quais eram os meios usados pelos reis absolutos para controlar a nobreza?
Quais eram os cerimoniais públicos de reforço do poder régio?
A nobreza acompanhava todos os momentos da vida real, participando em algumas tarefas
rotineiras como vestir os reis ou assistir às refeições, para ganhar os favores régios e
aumentar o seu prestígio social.
Imagens do filme “Maria Antonieta”
As caçadas, o luxo, a ostentação e a concessão de títulos e cargos à nobreza eram
formas de demonstração do poder dos reis absolutos.
Luxo e ostentação
Foram criados exércitos nacionais,
comandados pelo próprio rei que
se fazia representar a cavalo
trajando uma armadura.
O símbolo máximo do
absolutismo foi o rei
francês Luís XIV, o rei-Sol.
O exército
As paradas e desfiles eram realizados em ocasiões especiais, como o nascimento de
um príncipe, e eram usados pelos reis para demonstrar o seu poder.
Em França, no Palácio de Versalhes, o rei organizava festas que eram frequentadas pela
nobreza. Muitos nobres eram sustentados pelo rei e viviam na Corte. Era assim que o Rei
controlava aqueles que lhe podiam fazer alguma oposição.
Os espetáculos
Luís XIV, Rei Sol (França):
“O Estado sou eu!”
D. Pedro II(Portugal)
D. João V(Portugal)
Exemplos de monarcas absolutistas
(Vídeo na Escola Virtual:
“O absolutismo régio: o
exemplo de Luís XIV)
Mas os Estados europeus não seguiram todos o mesmo modelo de
organização política.
Inglaterra e Províncias Unidas constituíram exemplos de regimes parlamentares
(uma exceção ao absolutismo):
Províncias Unidas (Holanda)
Rejeitam o rei com poder absoluto (o Estado
governado por um “chefe” eleito); Neste altura
o regime político desta região era a República.
(Vídeo na Escola Virtual: “Organização política
das Províncias Unidas”)
Inglaterra
O regime era a Monarquia Parlamentar (o
rei/rainha era “vigiado (a)” pelo Parlamento)
O Parlamentarismo inglês
ComércioAgricultura
Principais atividades económicas no Antigo Regime
b) A economia
Permanência da relação de
dependência entre os donos das
terras e os camponeses.
Ausência de inovação: instrumentos
e técnicas pouco evoluídos.
Agricultura com características
semelhantes às da Idade Média.
A agricultura do Antigo Regime
Nos sécs. XVI e XVII, a economia ganha uma dimensão mundial (desenvolvimento do
comércio), mas a agricultura continuou a ser a principal atividade económica, ainda
que mantendo formas de exploração da terra e técnicas agrícolas pouco
desenvolvidas.
Características:
Os cereais eram a base da
alimentação.
Mão de obra abundante e instrumentos rudimentares: os camponeses, sobrecarregados
com obrigações e sem terras próprias, não investiam na modernização da agricultura.
A agricultura era pouco produtiva.
Maioria das terras estava concentrada nas mãos de uma minoria da população: os terrenos
agrícolas eram propriedade do rei ou dos grupos privilegiados (clero e nobreza) que os cedia
aos camponeses a troco do pagamento de pesados impostos.
Mantinham-se as culturas
tradicionais: cereais e vinha.
O comércio internacional assentava
na compra e venda de especiarias,
açúcar, chá e tabaco.
Produtos europeus: cereais, vinho,
sal, tecidos, vidro.
Principais portos europeus:
Amesterdão, Londres, Antuérpia.
Comércio muito dinâmico que
permitia a obtenção de grandes
lucros.
O comércio no Antigo Regime
As cidades desenvolveram-se
graças ao comércio (Lisboa,
Sevilha, Antuérpia, Paris,
Amesterdão e, principalmente,
Londres) . Por elas circulavam
produtos coloniais (especiarias,
açúcar, chá, tabaco), mas
também cereais, vinho, azeite,
frutos secos, tecidos e vidro.
A economia torna-se mundial, aumentou a concorrência entre os países europeus e a
oferta passa a ser maior que a procura. No contexto da crise comercial, surge um novo
sistema económico: o mercantilismo.
Dirk Stoop, séc. XVII
O Terreiro do Paço, Lisboa
Para alcançar os objetivos do
mercantilismo, foram fundadas
manufaturas e criaram-se
companhias de comércio.
O que é o mercantilismo?
É uma doutrina económica que defende que a riqueza de um Estado está na quantidade
de metais preciosos (ouro e prata) que consegue acumular.
Em Portugal as ideias mercantilistas
foram concretizadas pelo Conde da
Ericeira.
Colbert foi o superintendente geral
das finanças do rei Luís XIV e
responsável pela implementação do
mercantilismo em França.
Para diminuir as importações, o Estado:
• Aumenta as taxas alfandegárias sobre os
produtos importados.
• Faz publicar leis que proibiam a
importação de certos artigos de luxo (Leis
Pragmáticas).
Para aumentar as exportações, o Estado:
• Promove o desenvolvimento das
manufaturas.
• Incentiva a criação de Monopólios.
• Apoia o colonialismo (as colónias
forneciam matérias-primas e recebiam os
produtos exportados).
Como se aplica o mercantilismo?
Para acumular metais preciosos (ouro/prata) o Estado precisa diminuir as importações e
aumentar as exportações.
Agricultura
- Economia rural – ocupava a
maioria da população
- Técnicas e instrumentos
rudimentares – produtividade
fraca –, fome e mortalidade
elevada
- Regime senhorial: clero, nobreza
e rei possuíam grande parte das
terras trabalhadas por
camponeses sujeitos a pesadas
rendas e impostos
Comércio
- Dinâmico e lucrativo,
sobretudo o colonial,
gerava multiplicação de
capitais e conduziu ao
desenvolvimento do
capitalismo comercial
- Recebia incentivos do
rei: monopólios
concedidos às
companhias de comércio
(mercantilismo)
Indústria
- Desenvolvimento da
manufatura, mais
produtiva e lucrativa do
que o artesanato –
produzia-se mais em
menos tempo para
exportar
- Recebia incentivos do
rei: subsídios, isenções
fiscais, monopólios
(mercantilismo)
Quadro-síntese da economia do Antigo Regime
Em França, adotou-se o mercantilismo.
O rei dirigia a economia dando ordens aos seus
ministros, entre os quais se destacou Colbert.
Em Inglaterra, o Estado tinha
menor intervenção na economia,
deixando liberdade para a
burguesia e a gentry, ativas e
empreendedoras, que
enriqueceram com os seus
negócios.
Mas os Estados europeus não seguiram todos o mesmo modelo de
organização económica.
Províncias Unidas/ Holanda:
Atividades económicas:
Construção naval;
Transporte de mercadorias;
Comércio (mercadores
intermediários entre o comércio dos
vários países);
Livre iniciativa suportada pela banca
e por outras instituições financeiras;
Política económica: “política de
transporte”: a Holanda transporta
nas suas embarcações produtos de
boa qualidade e a bom preço.
Holandeses, franceses e ingleses disputam o comércio colonial.
França e Inglaterra procuram proteger-se da concorrência holandesa e colocam
entraves à importação de produtos holandeses ou por eles transportados;
O comércio dos séculos XVII e XVIII gerava muitos lucros. Estes eram reinvestidos pelas
companhias comerciais, levando ao desenvolvimento do capitalismo comercial.
Qual era o papel do comércio triangular
no Antigo Regime?
O comércio triangular dos séculos XVII e XVIII gerava muitos
lucros. Estes eram reinvestidos pelas companhias comerciais,
levando ao desenvolvimento do capitalismo comercial.
c) A sociedade
A sociedade do Antigo Regime
era uma sociedade tripartida,
hierarquizada e estratificada
em função do nascimento e das
funções de cada um. A
mobilidade social era
praticamente inexistente.
Une terre, des hommes,
França: Magnard
(Vídeo na Escola Virtual: “estratificação social
no Antigo Regime”)
Nobreza (2%):
- Sangue ou Espada (de Corte)
- Província ou Rural
- Toga
Clero (1%):
- Alto Clero
- Baixo Clero
Terceiro Estado (97%):
- Burgueses
- Assalariados rurais e urbanos
-Escravos, mendigos e vagabundos
“Sociedade de Ordens”, estratificada e hierarquizada
[Abbé E.Siéyès]
Terceiro Estado
Estratos Funções
Alta burguesia
Média e baixa burguesia
Camponeses e assalariados
(rurais e urbanos)
Mendigos e marginais
Comércio e negócios
ultramarinos;
Comércio e artesanato;
Agricultura e todas as
tarefas produtivas;
Jacques-Louis
David
Charles-Pierre
Pécoul e esposa
1784
Museu do Louvre
Louis ou Antoine Le Nain
Família de Camponeses
c. 1640
Museu do Louvre
Na sociedade do Antigo Regime não havia igualdade nem de direitos, nem de deveres.
O Clero e a Nobreza eram as ordens privilegiadas:
Clero- Leis próprias;
- Isenção de impostos e serviço
militar;
- Direito de asilo e formas de
tratamento especial;
- Cobrança da dízima (imposto) aos
fiéis.
Nobreza
- Acesso aos altos cargos políticos,
militares e eclesiásticos;
- Isenção de impostos;
- Penas judiciais mais leves;
- Formas de tratamento especial.
Tinham a maioria das terras, exigiam
elevadas rendas e impostos aos
camponeses, deixando-os numa situação de
extrema pobreza.
O Terceiro Estado, apesar de constituir a maioria da população e assegurar a
produção agrícola e industrial, não dispunha de qualquer privilégio, nem direitos
políticos.
Critérios de distinção entre as ordens
• Nascimento.
• Cargos e posições ocupadas.
• Vestuário que podiam usar.
• Hábitos e mentalidades próprios.
• Formas de tratamento.
• Lugar que ocupavam nas cerimónias públicas ( por
ordem de importância).
• Penas /castigos a que estavam sujeitos.
Mas os Estados europeus não seguiram todos o mesmo modelo de
sociedade.
Na Holanda e em Inglaterra:
A sociedade era dominada pela burguesia comercial e financeira, empreendedora,
instruída e com intervenção política. O nobres partilhavam os interesses burgueses;
d) A religião
Este período ficou marcado pela Reforma Protestante e pela Contrarreforma Católica.
• A crise religiosa deu origem ao aparecimento das Igrejas Protestantes (na Alemanha,
Suíça e Inglaterra, as quais se expandiram, essencialmente, para o Norte da Europa;
• As lutas e perseguições abalaram a confiança religiosa da populações,
desestabilizaram a sociedade e a economia e acabaram por interferir na governação
política;
• A censura, a Inquisição e o Index limitaram a produção cultural, artística e científica.
A Europa “religiosa” no séc. XVII
Reflexo da religião na arte
Católicos:
Usam imagens religiosas
(martírio e êxtase de santos)
Decoram as igrejas de forma
exuberante para atrair os fieis;
Protestantes:
Proibiram a idolatria;
Usam o retrato, as paisagens e
cenas do quotidiano;
Interior da Sé de Braga Interior da Catedral de Wittenberg
2. O espaço – a Europa de Corte: o modelo de
Versalhes
Corte: termo utilizado desde o Renascimento para designar o circulo de pessoas
que rodeavam o grande senhor ( a família, a criadagem, homens de armas,
artistas, ….) – os chamados cortesãos.
Em troca de serviços e subserviência, o rei concedia aos cortesãos pensões,
cargos e doações.
Os nobres tudo faziam para agradar ao Rei.
Corte Régia: termo que surgiu no Antigo Regime, com Luís XIV, que, a partir do
seu palácio. Regulamentou as dependências sociais da aristocracia através de um
código de comportamento e etiqueta, orientando-a para a obediência e culto à
pessoa do rei, através e cerimónias e rituais próprios.
Luís XIV é o paradigma do rei absoluto.
Versalhes é o paradigma da Corte Régia.
a) A Corte Régia:
- Morada do Rei;
- Símbolo do seu poder e da sua influência;
- Acolhia uma nobreza sem ocupação profissional, que vivia de festas,
bailes, serões de leitura, caçadas, torneios….
- O ambiente era de intriga e escândalo que contribuía ora para a sua
ascensão, ora para a sua queda;
- Polo de atração e palco de encenação do poder (em Versalhes
chegaram a viver 10000 pessoas);
3. Os palcos
Corte de Versalhes:
- Modelo das principais Cortes régias
europeias;
- Modelo de encenação do poder – todos
os atos do Rei eram ritualizados e
encenados de modo a endeusar a sua
pessoa e submeter as ordens sociais;
- Cada gesto tinha um significado social ou
político – através da etiqueta o Rei
controlava a sociedade.
b) As Igrejas:
- Eram palco da luta contra o protestantismo
e a favor da Contrarreforma católica;
- Empenhadas em seduzir os crentes, tinham
a arte ao seu serviço (o estilo barroco é a
arte de seduzir os crentes);
- Usavam a imagem como meio de
propaganda e doutrinação católica;
- Despertavam sensações através dos
sermões (pregados a partir dos púlpitos),
do incenso, da música e da decoração
(barroca);
- São a imagem dos reis, cujo poder absoluto
é de origem divina; Catedral de Toledo - Narciso Tomé
Púlpito barroco: Peterskirche, Áustria
O teatro e mais tarde a ópera foram usados como meios de exaltação do Rei e
de ocupação da Corte. As representações decorriam nos palácios, nos locais ao
ar livre ou em salas próprias que foram evoluindo seguindo o estilo do teatro
italiano.
c) O teatro e a Ópera:
Ópera de Versalhes
- Eram apoiadas pelos reis que lhes
concediam regalias, privilégios
(Luís XIV apoiou a Academia
Francesa, a Academia Real de
Pintura e escultura de Paris, a
Academia Real de Dança…);
- O apoio dos reis garantia que os
intelectuais e artistas seguiam o
“estilo oficial”, ou seja, o gosto
pessoal do Rei;
Visita de Luís XIV e do seu Ministro Colbert, à
Academia das Ciências de Paris (1659)
d) As Academias:
(sociedades de escritores, artistas e cientistas formadas com o objetivo de aperfeiçoar o
conhecimento);
As Bibliotecas, os Laboratórios e os Observatórios vão ser os grandes promotores da
Revolução Científica.
4. A Revolução Científica: A Razão e a Ciência; O
Método; A Experimentação
Nos sécs. XVII e XVII verificou-se, na Europa, um tão grande e importante
desenvolvimento científico, sobretudo nos domínios da Matemática, da
Astronomia, da Física, Química e Medicina, que se pode falar noma verdadeira
Revolução Científica.
O método de investigação foi desenvolvido por Francis Bacon (Método
Experimental ou Científico) e por René Descartes (Dúvida Metódica)
Francis Bacon. Fundador
da Ciência Moderna
(1561-1626).
Levantamento de
um problema
Observação
Experimentação
Formulação de
uma hipótese
Lei científica
(Conhecimento)
Método
experimental
Os homens do séc. XVII aplicaram o Método Experimental a todas as áreas de estudo,
resultando no desenvolvimento de diversas ciências.
Lei científica
(Conhecimento)
René Descartes. 1596-1650.
Dúvida Metódica
A dúvida é o caminho para a
construção do conhecimento
científico. Nasce uma ideia
Pensamento (Razão)
Dúvida
Experiência
Conhecimento
seguro e certo
O clima de progresso científico, que caracterizou a Europa nos séculos XVII e
XVIII, permitiu criar uma cultura de elites , pois apenas os membros dos grupos
privilegiados se mantinham informados.
De facto, a maioria da população europeia continuava analfabeta e alheia aos
avanços científicos, devido:
• à persistência de uma forte cultura popular que mantinha muitas tradições
relacionadas com a vida agrícola e com a religião;
• à ação do Índex e da Inquisição que se opunham à difusão das novas ideias;
• ao ensino tradicional que, controlado pelos Jesuítas, apresentava currículos
e métodos ainda baseados nos mestres da Antiguidade.
O desenvolvimento das ciências levou à invenção, durante os séculos XVII e
XVIII, de muitas máquinas e instrumentos científicos, como o microscópio, o
termómetro, o telescópio, a calculadora, o relógio de pêndulo, a máquina a
vapor e os balões de ar quente.
Os progressos científicos e técnicos impulsionaram a realização de grandes
viagens de exploração. Assim, no decorrer do século XVIII, navegadores
ingleses, holandeses e franceses, acompanhados de geógrafos, cartógrafos e
botânicos, efetuaram viagens nos oceanos Pacífico, Ártico e Antártico,
descobrindo novas ilhas (Austrália, Nova Zelândia, etc) e novas espécies animais
e vegetais.
O conhecimento do Mundo era cada vez mais rigoroso.

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Antigo Regime-Contextualização do Módulo 6

  • 1. Módulo 6 A Cultura do Palco Contextualização Luís XIV (1638-1715) Palácio de Versalhes
  • 2. O Antigo Regime, é o termo utilizado para designar um período histórico que decorre entre os séculos XVI e XVIII e que se caracterizou pela forte centralização do Estado (monarquia absoluta), pelo mercantilismo e pela divisão da sociedade em ordens. O Antigo Regime Luís XIV (1638-1715)- França D. João V (1689-1750) - Portugal 1. O tempo Período de grande esplendor, de vida na Corte, de espetáculos e da encenação do poder.
  • 3. a) A política Apoiando-se na teoria da origem divina do poder, os reis assumiam-se como representantes de Deus na Terra, detentores de um poder total e absoluto. Viviam num ambiente de luxo, ostentação e exibiam o seu poder através de festas, da construção e decoração dos edifícios. Luís XIV, o Rei Sol, instalou-se em Versalhes. Monarquia absoluta: Sistema político que vigorou na Europa no período correspondente ao Antigo Regime. Consistia numa forma de governo concentrada na pessoa do rei. Segundo os teóricos do absolutismo, o monarca recebia o poder das mãos de Deus, que lhe conferia a legitimidade para governar em seu nome. No entanto, o rei estava obrigado a respeitar a propriedade e direitos dos súbditos e das corporações. Palácio de Versalhes
  • 4. Absolutismo Régio Concentra os poderes: • Executivo: administração do reino: controlo da economia e comando do exército • Legislativo: promulgação das leis • Judicial: aplicação da justiça REI Representa Deus na Terra. Controla a nobreza e o clero. Luís XIV - França O Rei é a garantia da ordem estabelecida e é apoiado por uma complexa rede de funcionários régios na Corte e espalhados por todo o reino. O seu poder é sagrado, paternal, absoluto e submetido à Razão, ou seja, à sabedoria do Rei escolhido por Deus para governar.
  • 5. Para demonstrar o seu poder absoluto, os reis utilizam diversos instrumentos: A Corte Régia: Morada do rei, é o local central de funções representativas do Estado absoluto, um polo de atração e palco de encenação do poder; A imagem de luxo e ostentação: exibida na forma como se apresentam em público, na apresentação dos locais onde residem, na quantidade de pessoas que com eles coabitam e por eles são sustentadas; O Exército; O espetáculo: forma de entretenimento para os nobres que viviam na Corte e uma forma dos reis exibirem a sua riqueza (=poder). Quanto maiores e mais luxuosas fossem as festas e os espetáculos, maior seria a riqueza e o poder do Rei que as proporcionava. Objetivos: • Demonstrar a riqueza e poder; • Controlar a nobreza para evitar a oposição dos grandes senhores à sua política absoluta.
  • 6. A Corte de Versalhes • Era um modelo de todas as principais cortes régias europeias da época; • Destacava-se pela grandiosidade, luxo e riqueza; • Era um exemplo e modelo de encenação do poder; O convívio social da nobreza nos jardins de Versalhes
  • 7. O Palácio de Versalhes era habitado pela família real e pela nobreza de corte, que Luís XIV pretendia controlar, fazendo-a depender de si e dos seus favores. Quais eram os meios usados pelos reis absolutos para controlar a nobreza?
  • 8. Quais eram os cerimoniais públicos de reforço do poder régio? A nobreza acompanhava todos os momentos da vida real, participando em algumas tarefas rotineiras como vestir os reis ou assistir às refeições, para ganhar os favores régios e aumentar o seu prestígio social. Imagens do filme “Maria Antonieta”
  • 9. As caçadas, o luxo, a ostentação e a concessão de títulos e cargos à nobreza eram formas de demonstração do poder dos reis absolutos. Luxo e ostentação
  • 10. Foram criados exércitos nacionais, comandados pelo próprio rei que se fazia representar a cavalo trajando uma armadura. O símbolo máximo do absolutismo foi o rei francês Luís XIV, o rei-Sol. O exército
  • 11. As paradas e desfiles eram realizados em ocasiões especiais, como o nascimento de um príncipe, e eram usados pelos reis para demonstrar o seu poder.
  • 12. Em França, no Palácio de Versalhes, o rei organizava festas que eram frequentadas pela nobreza. Muitos nobres eram sustentados pelo rei e viviam na Corte. Era assim que o Rei controlava aqueles que lhe podiam fazer alguma oposição. Os espetáculos
  • 13. Luís XIV, Rei Sol (França): “O Estado sou eu!” D. Pedro II(Portugal) D. João V(Portugal) Exemplos de monarcas absolutistas (Vídeo na Escola Virtual: “O absolutismo régio: o exemplo de Luís XIV)
  • 14. Mas os Estados europeus não seguiram todos o mesmo modelo de organização política.
  • 15. Inglaterra e Províncias Unidas constituíram exemplos de regimes parlamentares (uma exceção ao absolutismo): Províncias Unidas (Holanda) Rejeitam o rei com poder absoluto (o Estado governado por um “chefe” eleito); Neste altura o regime político desta região era a República. (Vídeo na Escola Virtual: “Organização política das Províncias Unidas”) Inglaterra O regime era a Monarquia Parlamentar (o rei/rainha era “vigiado (a)” pelo Parlamento) O Parlamentarismo inglês
  • 17. Permanência da relação de dependência entre os donos das terras e os camponeses. Ausência de inovação: instrumentos e técnicas pouco evoluídos. Agricultura com características semelhantes às da Idade Média. A agricultura do Antigo Regime Nos sécs. XVI e XVII, a economia ganha uma dimensão mundial (desenvolvimento do comércio), mas a agricultura continuou a ser a principal atividade económica, ainda que mantendo formas de exploração da terra e técnicas agrícolas pouco desenvolvidas. Características:
  • 18. Os cereais eram a base da alimentação. Mão de obra abundante e instrumentos rudimentares: os camponeses, sobrecarregados com obrigações e sem terras próprias, não investiam na modernização da agricultura. A agricultura era pouco produtiva. Maioria das terras estava concentrada nas mãos de uma minoria da população: os terrenos agrícolas eram propriedade do rei ou dos grupos privilegiados (clero e nobreza) que os cedia aos camponeses a troco do pagamento de pesados impostos. Mantinham-se as culturas tradicionais: cereais e vinha.
  • 19. O comércio internacional assentava na compra e venda de especiarias, açúcar, chá e tabaco. Produtos europeus: cereais, vinho, sal, tecidos, vidro. Principais portos europeus: Amesterdão, Londres, Antuérpia. Comércio muito dinâmico que permitia a obtenção de grandes lucros. O comércio no Antigo Regime
  • 20. As cidades desenvolveram-se graças ao comércio (Lisboa, Sevilha, Antuérpia, Paris, Amesterdão e, principalmente, Londres) . Por elas circulavam produtos coloniais (especiarias, açúcar, chá, tabaco), mas também cereais, vinho, azeite, frutos secos, tecidos e vidro. A economia torna-se mundial, aumentou a concorrência entre os países europeus e a oferta passa a ser maior que a procura. No contexto da crise comercial, surge um novo sistema económico: o mercantilismo. Dirk Stoop, séc. XVII O Terreiro do Paço, Lisboa
  • 21. Para alcançar os objetivos do mercantilismo, foram fundadas manufaturas e criaram-se companhias de comércio. O que é o mercantilismo? É uma doutrina económica que defende que a riqueza de um Estado está na quantidade de metais preciosos (ouro e prata) que consegue acumular.
  • 22. Em Portugal as ideias mercantilistas foram concretizadas pelo Conde da Ericeira. Colbert foi o superintendente geral das finanças do rei Luís XIV e responsável pela implementação do mercantilismo em França.
  • 23. Para diminuir as importações, o Estado: • Aumenta as taxas alfandegárias sobre os produtos importados. • Faz publicar leis que proibiam a importação de certos artigos de luxo (Leis Pragmáticas). Para aumentar as exportações, o Estado: • Promove o desenvolvimento das manufaturas. • Incentiva a criação de Monopólios. • Apoia o colonialismo (as colónias forneciam matérias-primas e recebiam os produtos exportados). Como se aplica o mercantilismo? Para acumular metais preciosos (ouro/prata) o Estado precisa diminuir as importações e aumentar as exportações.
  • 24. Agricultura - Economia rural – ocupava a maioria da população - Técnicas e instrumentos rudimentares – produtividade fraca –, fome e mortalidade elevada - Regime senhorial: clero, nobreza e rei possuíam grande parte das terras trabalhadas por camponeses sujeitos a pesadas rendas e impostos Comércio - Dinâmico e lucrativo, sobretudo o colonial, gerava multiplicação de capitais e conduziu ao desenvolvimento do capitalismo comercial - Recebia incentivos do rei: monopólios concedidos às companhias de comércio (mercantilismo) Indústria - Desenvolvimento da manufatura, mais produtiva e lucrativa do que o artesanato – produzia-se mais em menos tempo para exportar - Recebia incentivos do rei: subsídios, isenções fiscais, monopólios (mercantilismo) Quadro-síntese da economia do Antigo Regime
  • 25. Em França, adotou-se o mercantilismo. O rei dirigia a economia dando ordens aos seus ministros, entre os quais se destacou Colbert. Em Inglaterra, o Estado tinha menor intervenção na economia, deixando liberdade para a burguesia e a gentry, ativas e empreendedoras, que enriqueceram com os seus negócios. Mas os Estados europeus não seguiram todos o mesmo modelo de organização económica.
  • 26. Províncias Unidas/ Holanda: Atividades económicas: Construção naval; Transporte de mercadorias; Comércio (mercadores intermediários entre o comércio dos vários países); Livre iniciativa suportada pela banca e por outras instituições financeiras; Política económica: “política de transporte”: a Holanda transporta nas suas embarcações produtos de boa qualidade e a bom preço.
  • 27. Holandeses, franceses e ingleses disputam o comércio colonial. França e Inglaterra procuram proteger-se da concorrência holandesa e colocam entraves à importação de produtos holandeses ou por eles transportados; O comércio dos séculos XVII e XVIII gerava muitos lucros. Estes eram reinvestidos pelas companhias comerciais, levando ao desenvolvimento do capitalismo comercial.
  • 28. Qual era o papel do comércio triangular no Antigo Regime? O comércio triangular dos séculos XVII e XVIII gerava muitos lucros. Estes eram reinvestidos pelas companhias comerciais, levando ao desenvolvimento do capitalismo comercial.
  • 29. c) A sociedade A sociedade do Antigo Regime era uma sociedade tripartida, hierarquizada e estratificada em função do nascimento e das funções de cada um. A mobilidade social era praticamente inexistente. Une terre, des hommes, França: Magnard (Vídeo na Escola Virtual: “estratificação social no Antigo Regime”)
  • 30. Nobreza (2%): - Sangue ou Espada (de Corte) - Província ou Rural - Toga Clero (1%): - Alto Clero - Baixo Clero Terceiro Estado (97%): - Burgueses - Assalariados rurais e urbanos -Escravos, mendigos e vagabundos “Sociedade de Ordens”, estratificada e hierarquizada
  • 31.
  • 32. [Abbé E.Siéyès] Terceiro Estado Estratos Funções Alta burguesia Média e baixa burguesia Camponeses e assalariados (rurais e urbanos) Mendigos e marginais Comércio e negócios ultramarinos; Comércio e artesanato; Agricultura e todas as tarefas produtivas; Jacques-Louis David Charles-Pierre Pécoul e esposa 1784 Museu do Louvre Louis ou Antoine Le Nain Família de Camponeses c. 1640 Museu do Louvre
  • 33. Na sociedade do Antigo Regime não havia igualdade nem de direitos, nem de deveres.
  • 34. O Clero e a Nobreza eram as ordens privilegiadas: Clero- Leis próprias; - Isenção de impostos e serviço militar; - Direito de asilo e formas de tratamento especial; - Cobrança da dízima (imposto) aos fiéis. Nobreza - Acesso aos altos cargos políticos, militares e eclesiásticos; - Isenção de impostos; - Penas judiciais mais leves; - Formas de tratamento especial. Tinham a maioria das terras, exigiam elevadas rendas e impostos aos camponeses, deixando-os numa situação de extrema pobreza.
  • 35. O Terceiro Estado, apesar de constituir a maioria da população e assegurar a produção agrícola e industrial, não dispunha de qualquer privilégio, nem direitos políticos.
  • 36. Critérios de distinção entre as ordens • Nascimento. • Cargos e posições ocupadas. • Vestuário que podiam usar. • Hábitos e mentalidades próprios. • Formas de tratamento. • Lugar que ocupavam nas cerimónias públicas ( por ordem de importância). • Penas /castigos a que estavam sujeitos.
  • 37. Mas os Estados europeus não seguiram todos o mesmo modelo de sociedade. Na Holanda e em Inglaterra: A sociedade era dominada pela burguesia comercial e financeira, empreendedora, instruída e com intervenção política. O nobres partilhavam os interesses burgueses;
  • 38. d) A religião Este período ficou marcado pela Reforma Protestante e pela Contrarreforma Católica. • A crise religiosa deu origem ao aparecimento das Igrejas Protestantes (na Alemanha, Suíça e Inglaterra, as quais se expandiram, essencialmente, para o Norte da Europa; • As lutas e perseguições abalaram a confiança religiosa da populações, desestabilizaram a sociedade e a economia e acabaram por interferir na governação política; • A censura, a Inquisição e o Index limitaram a produção cultural, artística e científica.
  • 39. A Europa “religiosa” no séc. XVII
  • 40. Reflexo da religião na arte Católicos: Usam imagens religiosas (martírio e êxtase de santos) Decoram as igrejas de forma exuberante para atrair os fieis; Protestantes: Proibiram a idolatria; Usam o retrato, as paisagens e cenas do quotidiano; Interior da Sé de Braga Interior da Catedral de Wittenberg
  • 41. 2. O espaço – a Europa de Corte: o modelo de Versalhes Corte: termo utilizado desde o Renascimento para designar o circulo de pessoas que rodeavam o grande senhor ( a família, a criadagem, homens de armas, artistas, ….) – os chamados cortesãos. Em troca de serviços e subserviência, o rei concedia aos cortesãos pensões, cargos e doações. Os nobres tudo faziam para agradar ao Rei.
  • 42. Corte Régia: termo que surgiu no Antigo Regime, com Luís XIV, que, a partir do seu palácio. Regulamentou as dependências sociais da aristocracia através de um código de comportamento e etiqueta, orientando-a para a obediência e culto à pessoa do rei, através e cerimónias e rituais próprios. Luís XIV é o paradigma do rei absoluto. Versalhes é o paradigma da Corte Régia.
  • 43. a) A Corte Régia: - Morada do Rei; - Símbolo do seu poder e da sua influência; - Acolhia uma nobreza sem ocupação profissional, que vivia de festas, bailes, serões de leitura, caçadas, torneios…. - O ambiente era de intriga e escândalo que contribuía ora para a sua ascensão, ora para a sua queda; - Polo de atração e palco de encenação do poder (em Versalhes chegaram a viver 10000 pessoas); 3. Os palcos
  • 44. Corte de Versalhes: - Modelo das principais Cortes régias europeias; - Modelo de encenação do poder – todos os atos do Rei eram ritualizados e encenados de modo a endeusar a sua pessoa e submeter as ordens sociais; - Cada gesto tinha um significado social ou político – através da etiqueta o Rei controlava a sociedade.
  • 45. b) As Igrejas: - Eram palco da luta contra o protestantismo e a favor da Contrarreforma católica; - Empenhadas em seduzir os crentes, tinham a arte ao seu serviço (o estilo barroco é a arte de seduzir os crentes); - Usavam a imagem como meio de propaganda e doutrinação católica; - Despertavam sensações através dos sermões (pregados a partir dos púlpitos), do incenso, da música e da decoração (barroca); - São a imagem dos reis, cujo poder absoluto é de origem divina; Catedral de Toledo - Narciso Tomé
  • 47. O teatro e mais tarde a ópera foram usados como meios de exaltação do Rei e de ocupação da Corte. As representações decorriam nos palácios, nos locais ao ar livre ou em salas próprias que foram evoluindo seguindo o estilo do teatro italiano. c) O teatro e a Ópera: Ópera de Versalhes
  • 48. - Eram apoiadas pelos reis que lhes concediam regalias, privilégios (Luís XIV apoiou a Academia Francesa, a Academia Real de Pintura e escultura de Paris, a Academia Real de Dança…); - O apoio dos reis garantia que os intelectuais e artistas seguiam o “estilo oficial”, ou seja, o gosto pessoal do Rei; Visita de Luís XIV e do seu Ministro Colbert, à Academia das Ciências de Paris (1659) d) As Academias: (sociedades de escritores, artistas e cientistas formadas com o objetivo de aperfeiçoar o conhecimento); As Bibliotecas, os Laboratórios e os Observatórios vão ser os grandes promotores da Revolução Científica.
  • 49. 4. A Revolução Científica: A Razão e a Ciência; O Método; A Experimentação Nos sécs. XVII e XVII verificou-se, na Europa, um tão grande e importante desenvolvimento científico, sobretudo nos domínios da Matemática, da Astronomia, da Física, Química e Medicina, que se pode falar noma verdadeira Revolução Científica. O método de investigação foi desenvolvido por Francis Bacon (Método Experimental ou Científico) e por René Descartes (Dúvida Metódica)
  • 50. Francis Bacon. Fundador da Ciência Moderna (1561-1626). Levantamento de um problema Observação Experimentação Formulação de uma hipótese Lei científica (Conhecimento) Método experimental Os homens do séc. XVII aplicaram o Método Experimental a todas as áreas de estudo, resultando no desenvolvimento de diversas ciências. Lei científica (Conhecimento)
  • 51. René Descartes. 1596-1650. Dúvida Metódica A dúvida é o caminho para a construção do conhecimento científico. Nasce uma ideia Pensamento (Razão) Dúvida Experiência Conhecimento seguro e certo
  • 52. O clima de progresso científico, que caracterizou a Europa nos séculos XVII e XVIII, permitiu criar uma cultura de elites , pois apenas os membros dos grupos privilegiados se mantinham informados. De facto, a maioria da população europeia continuava analfabeta e alheia aos avanços científicos, devido: • à persistência de uma forte cultura popular que mantinha muitas tradições relacionadas com a vida agrícola e com a religião; • à ação do Índex e da Inquisição que se opunham à difusão das novas ideias; • ao ensino tradicional que, controlado pelos Jesuítas, apresentava currículos e métodos ainda baseados nos mestres da Antiguidade.
  • 53. O desenvolvimento das ciências levou à invenção, durante os séculos XVII e XVIII, de muitas máquinas e instrumentos científicos, como o microscópio, o termómetro, o telescópio, a calculadora, o relógio de pêndulo, a máquina a vapor e os balões de ar quente. Os progressos científicos e técnicos impulsionaram a realização de grandes viagens de exploração. Assim, no decorrer do século XVIII, navegadores ingleses, holandeses e franceses, acompanhados de geógrafos, cartógrafos e botânicos, efetuaram viagens nos oceanos Pacífico, Ártico e Antártico, descobrindo novas ilhas (Austrália, Nova Zelândia, etc) e novas espécies animais e vegetais. O conhecimento do Mundo era cada vez mais rigoroso.