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A ABERTURA EUROPEIA AO MUNDO
Mutações nos conhecimentos, sensibilidades e
valores nos séculos XV e XVI
Em que consistiu a abertura europeia ao mundo
do ponto de vista geográfico e antropológico?
Que meios técnicos a tornaram possível?
1. Antecedentes (recuperação de aprendizagens)
Expansão e mudança nos sécs. XV e XVI
Condicionalismos da expansão portuguesa:
Políticos- paz interna no reino e submissão da nobreza à Coroa;
Económicos: necessidade de ouro e cereais;
Sociais: todos os grupos viam contrapartidas favoráveis na expansão;
Técnicos: experiência marítima e conhecimentos técnicos ligados à arte de marear;
Rumos da expansão portuguesa:
1415- Conquista de Ceuta (sucesso militar e um fracasso económico);
1419… - descoberta e colonização dos arquipélagos atlânticos;
1434 – Passagem do cabo Bojador (prosseguem as viagens ao longo da costa africana e o
comércio a sul do Cabo Bojador passa a ser monopólio do Infante D. Henrique);
1460- D. Afonso V regressa às conquistas no N. de África e arrenda o comércio africano a
Fernão Gomes);
1477/81 – D. João II assume o comando das viagens portuguesas e em 1487 Bartolomeu
Dias passa o Cabo da Boa Esperança;
1498 – Vasco da Gama chega à Índia por mar (reinado de D. Manuel I); (os portugueses
asseguram o monopólio do comércio no Índico e a ligação à Índia pela Rota do Cabo);
1500- Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil;
Descobrimentos feitos ao serviço dos reis de Espanha:
1492- Cristóvão Colombo descobre a América;
1521 – Fernão de Magalhães (navegador português ao serviço dos reis de Espanha) faz a viagem de
Circum-navegação a qual será concluída por Sebastião de Elcano (viagem que comprova a
esfericidade da Terra);
Os descobrimentos proporcionaram a Portugal saberes técnico-científicos. As inovações na
náutica, na cartografia, a observação e descrição da Natureza não só alteraram a conceção
europeia do Mundo e a forma como os europeus faziam comércio, como também foram
importantes contributos portugueses para o alargamento do conhecimento do Mundo e para
o progresso da civilização renascentista.
2. O contributo português
a) Inovações técnicas
Os instrumentos de navegação usados no Mediterrâneo pelos genoveses e venezianos (a bússola, a
ampulheta ou relógio de areia) foram auxiliares fundamentais na navegação “por rumo e estima”,
sempre com aproximação à costa.
À medida que a navegação se fazia mais
longe da costa, as cartas de portulano
que representavam o traçado
aproximado e estimado das costas com
base nas distâncias calculadas em
duração de dias de navegação,
aperfeiçoaram-se.
Traçado de linhas de rumo no portulano de Bem Zara,
1472
Náutica
Caravela Quinhentista
Até ao século XV, os portugueses praticavam uma
navegação de cabotagem, utilizando a barca e
o barinel, embarcações pequenas e frágeis. O
avanço para Sul (com os baixios, os ventos fortes e
as correntes marítimas desfavoráveis) exigiu
embarcações mais fáceis de manejar e com velas
que permitiam navegar à bolina – as caravelas.
Com a navegação oceânica, e à medida que se
foi desenvolvendo o comércio marítimo,
tornou-se necessário aumentar a capacidade
do transporte surgindo as caravelas de
armada e, posteriormente, as naus.
Nau de Pedro Álvares Cabral
Quadrante permitia
determinar a distância
entre o ponto de partida e
o lugar onde a embarcação
se encontrava, cujo cálculo
se baseava na altura da
Estrela Polar.
O astrolábio permitia
descobrir a distância entre
ponto de partida e o lugar
onde a embarcação se
encontrava, medindo a altura
do sol ao meio-dia. Era
vantajoso em relação ao
quadrante, porque era mais
fácil trabalhar à luz do dia, e
porque a Estrela Polar não é
visível no hemisfério sul.
Balestilha permitia
calcular a medida da
distância da linha do
horizonte aos astros.
Cartografia
Os planisférios representavam a Terra com 3 continentes;
O planisfério ptolomaico (séc. II) ainda era usado (séc. XV) como verdadeiro
(representava, erradamente, a configuração de África e do Oriente;
Planisfério de Ptolomeu, 1482
Até às viagens de descoberta, a cartografia era muito pouco rigorosa.
Com as viagens de descoberta os mapas medievais foram substituídos:
Pelos portulanos (mais fiáveis e minuciosos);
Pelo planisfério de Henricus Martellus
(1489)…
Pelo planisfério de Cantino (1502) …
… que representa, pela 1ª vez, o Cabo da Boa Esperança;
…que representa o litoral brasileiro e o continente africano com bastante exatidão;
b) Observação e descrição da Natureza
Os Descobrimentos portugueses proporcionaram uma observação mais atenta da Natureza o
que levou o Homem a questionar as “verdades” absolutas da idade Média.
O saber nasce da “experiência feita”, o único método que não engana e permite chegar à
verdade.
“A experiência é madre de todas as cousas e por ela soubemos radicalmente a verdade”
(Duarte Pacheco Pereira)
Os conhecimentos derivados do experiencialismo resultam da observação e descrição empírica da
Natureza, não sendo o resultado de experiências feitas propositadamente para a verificação de
hipóteses (não se podem considerar científicos).
Não sendo uma “ciência” o saber português contribuiu para o exercício do espírito
crítico (raiz do pensamento moderno).
3. O conhecimento científico da Natureza
Séc. XVIII– surge o verdadeiro conhecimento científico – a reflexão teórica e matemática
comprovam os resultados obtidos pela observação e pela vivência experimental.
Os números tomam conta do quotidiano do Homem, a
Matemática afirma-se como linguagem científica universal e
dá origem a uma mentalidade quantitativa.
A combinação do cálculo matemático com a
observação e o saber experimental provocou uma
revolução das conceções cosmológicas, cujos efeitos
fizeram sentir-se, particularmente no séc. XVII.
Geocentrismo Heliocentrismo
O séc. XV representou um momento de transição entre a conceção medieval do Mundo e a
Época Moderna. Portugal tinha um conjunto de conhecimentos técnicos e condicionalismos
geográficos que, aliados a uma conjuntura económica, política, social e religiosa favorável,
impulsionaram a expansão portuguesa no mundo.
As primeiras viagens foram de exploração da costa africana, mas a expansão ultramarina
assumiu, posteriormente, uma vertente de descoberta e conquista. Desde a passagem do Cabo
Bojador à descoberta do caminho marítimo para a Índia e do Brasil, um novo mundo se abriu
para Portugal e para a Europa.
Este alargamento e expansão do mundo refletiu-se na elaboração de novos mapas, mais
rigorosos e consonantes com os conhecimentos geográficos e destruidores dos mitos e lendas
que povoavam o imaginário medieval. Deu origem a um novo tipo de saber, assente na
observação, descrição e experiência, a uma nova mentalidade, a uma nova conceção do
mundo e do universo.
Em que consistiu a abertura europeia ao mundo do ponto de vista geográfico e
antropológico? Que meios técnicos a tornaram possível?
QUESTÕES
1. A partir dos docs. , explique o contributo dos portugueses para uma mais correta representação
cartográfica da Terra, comparando os dois planisférios.
2. Defina Mentalidade Quantitativa.
3. Concorda com a afirmação do historiador Vitorino Magalhães Godinho: “O conhecimento do
Mundo é a novidade decisiva destes séculos, porque traz em si a invenção da Humanidade”.
Justifique.
4. Partindo do doc. 8, da pág. 30 do manual, esclareça o significado de “experiencialismo”.
A abertura ao mundo
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A abertura ao mundo

  • 1. A ABERTURA EUROPEIA AO MUNDO Mutações nos conhecimentos, sensibilidades e valores nos séculos XV e XVI
  • 2. Em que consistiu a abertura europeia ao mundo do ponto de vista geográfico e antropológico? Que meios técnicos a tornaram possível?
  • 3. 1. Antecedentes (recuperação de aprendizagens) Expansão e mudança nos sécs. XV e XVI Condicionalismos da expansão portuguesa: Políticos- paz interna no reino e submissão da nobreza à Coroa; Económicos: necessidade de ouro e cereais; Sociais: todos os grupos viam contrapartidas favoráveis na expansão; Técnicos: experiência marítima e conhecimentos técnicos ligados à arte de marear;
  • 4. Rumos da expansão portuguesa: 1415- Conquista de Ceuta (sucesso militar e um fracasso económico); 1419… - descoberta e colonização dos arquipélagos atlânticos; 1434 – Passagem do cabo Bojador (prosseguem as viagens ao longo da costa africana e o comércio a sul do Cabo Bojador passa a ser monopólio do Infante D. Henrique); 1460- D. Afonso V regressa às conquistas no N. de África e arrenda o comércio africano a Fernão Gomes); 1477/81 – D. João II assume o comando das viagens portuguesas e em 1487 Bartolomeu Dias passa o Cabo da Boa Esperança; 1498 – Vasco da Gama chega à Índia por mar (reinado de D. Manuel I); (os portugueses asseguram o monopólio do comércio no Índico e a ligação à Índia pela Rota do Cabo); 1500- Pedro Álvares Cabral descobre o Brasil;
  • 5. Descobrimentos feitos ao serviço dos reis de Espanha: 1492- Cristóvão Colombo descobre a América; 1521 – Fernão de Magalhães (navegador português ao serviço dos reis de Espanha) faz a viagem de Circum-navegação a qual será concluída por Sebastião de Elcano (viagem que comprova a esfericidade da Terra); Os descobrimentos proporcionaram a Portugal saberes técnico-científicos. As inovações na náutica, na cartografia, a observação e descrição da Natureza não só alteraram a conceção europeia do Mundo e a forma como os europeus faziam comércio, como também foram importantes contributos portugueses para o alargamento do conhecimento do Mundo e para o progresso da civilização renascentista.
  • 6. 2. O contributo português a) Inovações técnicas Os instrumentos de navegação usados no Mediterrâneo pelos genoveses e venezianos (a bússola, a ampulheta ou relógio de areia) foram auxiliares fundamentais na navegação “por rumo e estima”, sempre com aproximação à costa. À medida que a navegação se fazia mais longe da costa, as cartas de portulano que representavam o traçado aproximado e estimado das costas com base nas distâncias calculadas em duração de dias de navegação, aperfeiçoaram-se. Traçado de linhas de rumo no portulano de Bem Zara, 1472 Náutica
  • 7. Caravela Quinhentista Até ao século XV, os portugueses praticavam uma navegação de cabotagem, utilizando a barca e o barinel, embarcações pequenas e frágeis. O avanço para Sul (com os baixios, os ventos fortes e as correntes marítimas desfavoráveis) exigiu embarcações mais fáceis de manejar e com velas que permitiam navegar à bolina – as caravelas. Com a navegação oceânica, e à medida que se foi desenvolvendo o comércio marítimo, tornou-se necessário aumentar a capacidade do transporte surgindo as caravelas de armada e, posteriormente, as naus. Nau de Pedro Álvares Cabral
  • 8. Quadrante permitia determinar a distância entre o ponto de partida e o lugar onde a embarcação se encontrava, cujo cálculo se baseava na altura da Estrela Polar. O astrolábio permitia descobrir a distância entre ponto de partida e o lugar onde a embarcação se encontrava, medindo a altura do sol ao meio-dia. Era vantajoso em relação ao quadrante, porque era mais fácil trabalhar à luz do dia, e porque a Estrela Polar não é visível no hemisfério sul. Balestilha permitia calcular a medida da distância da linha do horizonte aos astros.
  • 9. Cartografia Os planisférios representavam a Terra com 3 continentes; O planisfério ptolomaico (séc. II) ainda era usado (séc. XV) como verdadeiro (representava, erradamente, a configuração de África e do Oriente; Planisfério de Ptolomeu, 1482 Até às viagens de descoberta, a cartografia era muito pouco rigorosa.
  • 10. Com as viagens de descoberta os mapas medievais foram substituídos: Pelos portulanos (mais fiáveis e minuciosos); Pelo planisfério de Henricus Martellus (1489)… Pelo planisfério de Cantino (1502) …
  • 11. … que representa, pela 1ª vez, o Cabo da Boa Esperança;
  • 12. …que representa o litoral brasileiro e o continente africano com bastante exatidão;
  • 13. b) Observação e descrição da Natureza Os Descobrimentos portugueses proporcionaram uma observação mais atenta da Natureza o que levou o Homem a questionar as “verdades” absolutas da idade Média. O saber nasce da “experiência feita”, o único método que não engana e permite chegar à verdade. “A experiência é madre de todas as cousas e por ela soubemos radicalmente a verdade” (Duarte Pacheco Pereira) Os conhecimentos derivados do experiencialismo resultam da observação e descrição empírica da Natureza, não sendo o resultado de experiências feitas propositadamente para a verificação de hipóteses (não se podem considerar científicos). Não sendo uma “ciência” o saber português contribuiu para o exercício do espírito crítico (raiz do pensamento moderno).
  • 14. 3. O conhecimento científico da Natureza Séc. XVIII– surge o verdadeiro conhecimento científico – a reflexão teórica e matemática comprovam os resultados obtidos pela observação e pela vivência experimental. Os números tomam conta do quotidiano do Homem, a Matemática afirma-se como linguagem científica universal e dá origem a uma mentalidade quantitativa. A combinação do cálculo matemático com a observação e o saber experimental provocou uma revolução das conceções cosmológicas, cujos efeitos fizeram sentir-se, particularmente no séc. XVII. Geocentrismo Heliocentrismo
  • 15. O séc. XV representou um momento de transição entre a conceção medieval do Mundo e a Época Moderna. Portugal tinha um conjunto de conhecimentos técnicos e condicionalismos geográficos que, aliados a uma conjuntura económica, política, social e religiosa favorável, impulsionaram a expansão portuguesa no mundo. As primeiras viagens foram de exploração da costa africana, mas a expansão ultramarina assumiu, posteriormente, uma vertente de descoberta e conquista. Desde a passagem do Cabo Bojador à descoberta do caminho marítimo para a Índia e do Brasil, um novo mundo se abriu para Portugal e para a Europa. Este alargamento e expansão do mundo refletiu-se na elaboração de novos mapas, mais rigorosos e consonantes com os conhecimentos geográficos e destruidores dos mitos e lendas que povoavam o imaginário medieval. Deu origem a um novo tipo de saber, assente na observação, descrição e experiência, a uma nova mentalidade, a uma nova conceção do mundo e do universo. Em que consistiu a abertura europeia ao mundo do ponto de vista geográfico e antropológico? Que meios técnicos a tornaram possível?
  • 16. QUESTÕES 1. A partir dos docs. , explique o contributo dos portugueses para uma mais correta representação cartográfica da Terra, comparando os dois planisférios. 2. Defina Mentalidade Quantitativa. 3. Concorda com a afirmação do historiador Vitorino Magalhães Godinho: “O conhecimento do Mundo é a novidade decisiva destes séculos, porque traz em si a invenção da Humanidade”. Justifique. 4. Partindo do doc. 8, da pág. 30 do manual, esclareça o significado de “experiencialismo”.