1. Avaliações Bimestrais - 2013 – 6º ao 9º ano – 1
_______________________________________________AVALIAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA – 3º BIMESTRE
Escola:
Aluno:
Prof.(a)
Ano/ Turma:
05. No verso “Não vê que me lembrei lá no Norte
meu Deus! A expressão destacada exprime ideia de
(A) tempo.
(B) lugar.
(C) finalidade.
(D) modo.
8º ano
SOMOS TODOS UM SÓ
DESCOBRIMENTO
Mário de Andrade
Abancado a escrivaninha em São Paulo.
Na minha casa da Rua Lopes Chaves
De repente senti um friúme por dentro.
Fiquei trêmulo, muito comovido
Com o livro palerma olhando pra mim.
Não vê que me lembrei que lá no norte, meu
Deus!
muito longe de mim,
Na escuridão ativa da noite que caiu,
Um homem pálido, magro, de cabelo escorrendo
nos olhos.
Depois de fazer uma pele com a borracha do
dia,
Faz pouco se deitou, está dormindo.
Esse homem é brasileiro que nem eu...
Poesias completas. Belo Horizonte: Villa Rica, 1993, p. 203.
01. “De repente senti um friúme por dentro.”, o
autor quis dizer que sentiu-se
(A) angustiado.
(C) preocupado.
(B) emocionado.
(D) decepcionado.
02. O trecho em que a expressão destacada
indica uma relação de tempo é
(A) “Na minha casa da Rua Lopes Chaves.”
(B) “Fiquei trêmulo, muito comovido.”
(C) “Não vê que me lembrei que lá no norte...”
(D) “Faz pouco se deitou, está dormindo.”
03. No poema o poeta ficou surpreendido e
emocionado ao se lembrar do homem do norte
por que
(A) sentiu que suas condições de vida eram
semelhante a do homem.
(B) sentiu que suas condições de vida eram
distintas a do homem.
(C) sentiu que suas condições de vida eram
superiores a do homem.
(D) sentiu que suas condições de vida eram
inferiores a do homem.
04. No trecho “Fiquei trêmulo, muito comovido com
o livro palerma olhando pra mim”. O termo
destacado significa
(A) esquisito.
(B) intensamente.
(C) bobo.
(D) antigo.
Norton Godoy
Pesquisa genética internacional mostra que
não existem raças na espécie humana,
derrubando qualquer base científica para a
discriminação.
Se um pesquisador do IBGE bater à sua
porta e perguntar qual é sua raça, você terá
dúvidas para responder? Por mais banal que
pareça, essa questão está gerando muita
polêmica nos Estados Unidos. O presidente Bill
Clinton chegou a formar uma comissão de alto
nível para discuti-la. Isso porque, assim como os
brasileiros, os americanos irão realizar no ano
2000 o último censo do século. Lá, porém, o
resultado do perfil racial da população não é
apenas mais um quesito estatístico. Influi, entre
outras coisas, na distribuição de recursos aos
órgãos federais e não governamentais dedicados
às chamadas minorias étnicas. Enquanto aqui
você tem total liberdade de definir qual é sua raça,
lá é o recenseador quem identifica o cidadão entre
nada menos do que sete grupos raciais. […]
Mas, se a questão já tinha implicação
políticas, econômicas e culturais, ficou ainda mais
difícil há poucos dias com a publicação de um
amplo e meticuloso trabalha científico que chegou
a uma conclusão taxativa: não existem raças
exina espécie humana.
IstoÉ, 18 nov. 1998, p. 129-130, 133 -134.
Leia.
“Se um pesquisador do IBGE bater à sua porta e
perguntar qual é sua raça, você terá dúvidas para
responder?”
06. Nesse trecho, o termo destacado estabelece
relação de
(A) causa.
(B) condição.
(C) explicação.
(D) finalidade.
07. O sinal de pontuação usado no final da frase
indica
(A) indagação.
(B) admiração.
(C) afirmação.
(D) exposição.
08. No texto, o termo destacado substitui a palavra
(A) raça.
(B) questão.
(C) polêmica.
(D) comissão.
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Mas, se a questão já tinha implicação
políticas, econômicas e culturais, ficou ainda mais
difícil há poucos dias com a publicação de um
amplo e meticuloso trabalha científico que chegou
a uma conclusão taxativa: não existem raças
exina espécie humana.
09. Nesse trecho a função dos dois pontos é
(A) destacar uma citação.
(B) fazer uma enumeração.
(C) dar uma explicação.
(D) introduzir um diálogo.
PAPO-CABEÇA pra PENSAR
‘’SEM PRECOCEITO NENHUM SOU PRETO’’ […]
‘’NADA ANTIGAMENTE ERA MELHOR DO QUE
HOJE’’
Como você vê as conquistas?
A mudança fundamental é a gente poder falar.
Houve um tempo no qual era muito difícil, para os
militantes, falar do movimento. Outro tempo foi o de
contestação. A luta hoje é por participação na
sociedade. A estratégia de protestar é fácil, basta
agredir. A de conquistar é mais difícil. Uns vinte
anos atrás, vi em Nova York aqueles luminosos,
achava fantástico, ao mesmo tempo estranho: era
porque havia negros nos cartazes. Uma coisa que
não havia no Brasil. Agora vemos aí vários cartazes
com negros.
Mas nós temos a peculiaridade da mestiçagem,
que nos diferencia de vários países aos quais os
negros chegaram como escravos.
Isso é bom, porque criamos a raça-Brasil. Mas não
saiu tão perfeito, porque na América do Norte o
negro vive melhor e lá muito mais negro participam
da administração, das universidades. Cheguei a um
banco, vi aquele monte de negros trabalhando, olhei
na gerência: só tinha negro! Uma coisa que não
existe no Brasil. Aqui tratam você muito bem, tanto
quanto qualquer cliente que tenha conta, não
discriminam tudo bem. Mas até naquelas funções
mais simples, de recepcionar uma pessoa, você não
tem negros trabalhando. A negrinha não tem vaga
nesse banco. Falei banco, mas podia ser outro
lugar. Então a mestiçagem foi muito boa, mas
contribui para manter essa diferença.
[...]
Resta algum preconceito em alguma camada?
A juventude brasileira, arrisco dizer, é hoje sem
preconceito. Existe ainda nas pessoas mais velhas,
daquela classe dominante antiga, que perderam
muita coisa, porque as coisas mudaram. O Brasil
não tem mais o preconceito doentio. O que existe
ainda é dificuldade de acesso, como conquistar,
como entrar no Almanaque Brasil.[...] Estamos
avançando. O Brasil está muito melhor. Minha mãe,
que tem 92 anos, analfabeta, tem uma sabedoria
fantástica. “Sempre que alguém fala “ah,
antigamente era melhor’’, ela me chama e diz:”
mentira, Martinho, nada antigamente era melhor do
que hoje”. E tem razão.
Almanaque Brasil
nov.1999,p.22-23
de
Cultura
Popular,
n.8,
10. Na frase: “Agora vemos aí vários cartazes com
negro.” A palavra destacada é marca de linguagem
(A) formal.
(B) informal.
(C) técnica.
(D) científica.
11.”Houve um tempo no qual era muito difícil para
os militantes falar do movimento”. Os militantes
eram
(A) os que defendiam as causas dos negros.
(B) os preconceituosos que discriminavam os
negros.
(C) os que desempenhavam a função dos negros
(D) os que contestavam contra os negros.
12. “O Brasil não tem mais o preconceito doentio.”
A expressão destacada é uma sequência
(A) argumentativa.
(B) descritiva.
(C) injuntiva.
(D) narrativa.
13. Um trecho do texto que indica uma opinião do
entrevistado é
(A)” Falei banco, mas podia ser o outro lugar.”
(B) “Minha mãe, que tem 92 anos...”
(C) ‘’...na América do Norte o negro vive melhor...”
(D)” Uns vinte anos atrás, vi em Nova YorK aqueles
luminosos...”
14. O entrevistado, Martinho da Vila, acha que a
mestiçagem foi boa porque
(A) criou uma raça tipicamente brasileira.
(B) diminuiu o preconceito consideravelmente.
(C) facilitou o ingresso dos negros na sociedade.
(D) Levou os negros a viver melhor no Brasil.
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_______________________________________________15. Na opinião do cantor, a mestiçagem contribuiu
para manter a diferença porque
(A) apresenta a influência dos negros na sociedade.
(B) demonstra a identidade dos negros.
(C) dificulta a consciência negra.
(D) expõe o preconceito dos brancos.
16. A frase que anuncia a entrevista é: ‘’Papocabeça pra pensar.” A expressão papo-cabeça foi
usada com o sentido de
(A) papo confuso.
(B) papo estranho.
(C) papo inteligente.
(D) papo ultrapassado.
17. Na frase: ‘’Aqui tratam você muito bem...’’ A
palavra em destaque refere-se ao
(A) cliente.
(B) negro.
(C) entrevistado.
(D) entrevistador.
O mapa da exclusão
Rodrigo de Almeida
Preconceito. Etimologicamente, significa
um pensamento, ideia ou opinião prévia, algo
como um conceito formado antecipadamente,
sem fundamentar que o embase. Um juízo prévio
a respeito de algum aspecto da realidade antes
de conhecê-lo adequadamente. Essa definição é
invocada pelo psicólogo e consultor Nello de
Moura Rangel Neto, num artigo chamado O reino
rígido da estereotipia. Segundo ele, ‘’num
contexto social, poderíamos dizer do preconceito
como uma atitude de hostilidade frente a um
grupo ou a uma pessoa enquanto membro deste
grupo, apoiadas num juízo prévio que carece de
fundamento’’.
Sob o signo do preconceito, da
hostilidade em função de juízos prévios, o
mercado de trabalho brasileiro impõe seus focos
de exclusão. O Brasil gosta de se imaginar uma
nação sem racismo. No entanto, não é o que
mostram os números, a prova real de que
alguém é valorizado ou não numa sociedade via
salário ou nível de emprego.
[...]
“Estamos saindo de uma visão mecanicista e
economicista para uma visão humanística, onde
os se notícia, ainda mais quando levado em
conta o crescimento do número de empresas
socialmente responsáveis”. Traçar um mapa
dessa modificação, relativizá-la, é tão importante
quanto identificar e analisar o quadro de
exclusão. Eis o primeiro passo para desvestir a
face do preconceito.
O Povo, Fortaleza, 3 dez. 2000, Economia, p.1.
18. Um juízo prévio a respeito de algum aspecto
da
realidade,
antes
de
conhecê-lo
adequadamente. O termo em destaque no trecho
refere-se a
(A) aspecto.
(B) prévio.
(C) juízo.
(D) respeito.
19. Traçar um mapa dessa modificação,
revitalizá-la, é tão importante quanto identificar e
analisar o quadro de exclusão. A palavra
sublinhada indica
(A) explicação.
(B) conclusão.
(C) oposição.
(D) adição.
20. A conclusão do jornalista ao terminar a
reportagem é
(A) o processo de exclusão está passando por
transformações que combate o preconceito.
(B) o conceito de preconceito e sua presença
aumenta cada vez mais no mercado de trabalho.
(C) os negros, deficientes e idosos estão cada vez
mais preconceituosos.
(D) os seres humanos não conseguem identificar o
quadro da exclusão.