1. O papel do contador no novo milênio
Não há dúvidasde queo profissional de contabilidade vem sendo valorizado cada vez
mais no contexto empresarial e felizmente na sociedade brasileira.
Com a globalização no mundo corporativo, surge a necessidade de que empresas de
diferentes países possam “falar a mesma língua”. Isso reflete diretamente nas
demonstrações financeiras das companhias, onde no inicio desse processo as
informações divergiam,ao ponto que o lucro levantado pelas práticas contábeis de um
país convergidos para GAAP do outro, poderia apontar para um prejuízo significativo, o
que surpreendia os investidores e acionistasestrangeiros.
Após longos anos de pesquisas, estudos e negociações, o IFRS (International Financial
Reporting Standards) foi escolhido como padrão e adotado por mais de 130 países do
mundo, buscando transparência, compreensibilidade e homogeneidade nas
informações divulgadas. A mudança tem grande significado, visto que a contabilidade
não é preparada simplesmente para atender ao fisco, mas sim para registrar e
mensurar o negócio da empresa, refletindo sua real situação econômica, pois a
essência prevalece a forma. Isto permite a comparabilidade de suas demonstrações
financeiras não somente com do exercício anterior, mas também com das empresas do
mesmo ramo.
O contador deixa de ser o “guardador de livros”, ou aquele que apenas apura os
impostos mensais e entrega inúmeras declarações que o governo impõe, ou ainda
aquela pessoa que todo mundo procura uma vez no ano para entregar sua declaração
de imposto de renda. Uma empresa que visa crescimento sustentável,
independentemente do seu porte e ramo de atuação, deve se aliar ao seu contador
como seu braço direito, pois ele vai oferecer as ferramentas necessárias para a
preservação do seu patrimônio,prestar informações precisas e atualizadas,
contribuindo assim na tomada de decisões.
O contador é essencial na vida das empresas e os benefícios resultam para a
sociedade.
Cumprir o código de ética e responsabilidade fiscal é uma questão de responsabilidade
social e de cidadania. Isto deve traduzir a seriedade da relação contratual entre o
profissional, o cliente e a sociedade.
Agora como nunca, quando a Receita Federal do Brasil se pronunciou mudando as
regras do jogo, após longos quatro anos de adoção de normas internacionais no Brasil,
contrariando os entendimentos que estavam sendo implantados e praticados, o
contador mais uma vez será desafiado para que atenda com agilidade às mudanças
impostas pelo órgão.
2. A Classe já se manifestou através de comunicado emitido pelo CFC, na pessoa do seu
Presidente, o Sr. Juarez Domingues Carneiro, esperando que o entendimento da
Receita não retroceda a evolução ocorrida até aqui, acreditando na possibilidade de
reabertura de diálogo para reestudo do conteúdo da IN 1397 de 18/09/2013,
especialmente em relação à implementação de novas obrigações acessórias
classificadas como desnecessárias.
Por Saltanat Kurmanbaeva, Gerente Contábil – Somat Contadores