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ESTAÇÃO DE APRENDIZAGEM:
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
• Conheçam Marie Baines, 40 anos,
mãe, esposa e trabalhadora de uma
fábrica têxtil em Londres.
A história de Marrie está interligada
à Revolução Industrial, será com
sua ajuda que relembraremos esse
assunto em nossa aula de hoje!
AS FORMAS DE PRODUÇÃO
“ANTIGAMENTE AS COISAS
ERAM FEITAS ATRAVÉS DO
ARTESANATO, NÃO EXISTIAM
FÁBRICAS NÃO, MAS COMO
SERÁ QUE FUNCIONAVA
ISSO”?
“VOCÊS PODEM ME AJUDAR
EXPLICANDO COMO FUNCIONAVA
ESSE TAL ARTESANATO ? ERA MUITO
DIFERENTE DO TRABALHO NAS
FÁBRICAS?”
Os trabalhadores contratados perderam o domínio
da compreensão da totalidade do processo, mas
permaneceram desenvolvendo suas atividades
operando as ferramentas com suas próprias mãos e,
quando necessário, utilizavam o auxílio de outros
membros do corpo humano. Mesmo convivendo no
interior de um novo processo de trabalho, suas
ações eram coordenadas de forma direta por
atividades que ainda dependiam, em todo o
processo, da habilidade individual de cada
trabalhador assalariado. "Aperfeiçoa-se o método
de trabalho devido à repetição. Maior produtividade
com menor esforço. Os conhecimentos parciais
firmam-se, acumulam-se e se transmitem" (Marx,
1975b, p. 390),19 mas o trabalho humano ainda
comanda.
“E NA MANUFATURA O
QUE MUDOU ENTÃO
COM RELAÇÃO AO
TRABALHO? A
PRODUÇÃO
AUMENTOU?”
É na cidade que ocorre, num primeiro
momento, o desenvolvimento do processo
de trabalho que tem como instrumento
principal a máquina movida a vapor. O
trabalhador, todos os dias, desde o início
até o final das suas atividades —
isoladamente —
era responsável por vigiar
uma máquina que desenvolvia um
movimento parcial. A máquina, sujeito do
processo de trabalho enquanto
instrumento, fazia imperar a consolidação
da concorrência entre os trabalhadores e
entre os próprios capitalistas.
“DESSA FASE DA
MAQUINOFATURA EU
ENTENDO BEM, AFINAL FAÇO
MEU TRABALHO
DIARIAMENTE NA FÁBRICA
DE TECIDOS E VOCÊS O QUE
SABEM DESSA FASE?”
“POR QUE SERÁ
QUE A REVOLUÇÃO
INDUSTRIAL
COMEÇOU AQUI
NA INGLATERRA?”
“TRABALHO TANTO, GANHO
POUCO E ENFRENTO PÉSSIMAS
CONDIÇÕES , MEUS FILHOS
PEQUENOS TAMBÉM
TRABALHAM COMIGO, É MUITO
TRISTE E SOFRIDA NOSSA
SITUAÇÃO, VAMOS CONHECER
MAIS SOBRE ESSE ASSUNTO?”
• Nosso período regular de trabalho ia das cinco da manhã até as
nove ou dez da noite. No sábado, até as onze, às vezes meia-noite,
e então éramos mandados para a limpeza das máquinas no
domingo. Não havia tempo disponível para o café da manhã e não
se podia sentar para o jantar ou qualquer tempo disponível para o
chá da tarde. Nós íamos para o moinho às cinco da manhã e
trabalhávamos até as oito ou nove horas quando vinha o nosso
café, que consistia de flocos de aveia com água, acompanhado de
cebolas e bolo de aveia tudo amontoado em duas vasilhas.
Acompanhando o bolo de aveia vinha o leite. Bebíamos e
comíamos com as mãos e depois voltávamos para o trabalho sem
que pudéssemos nem ao menos nos sentar para a refeição.
O jornal Ashton Chronicle entrevistou John Birley em maio de
1849)
• Na primavera de 1840, eu comecei a sentir dores no meu pulso
direito, essa dor vinha da fraqueza geral de minhas juntas, o que
vinha acontecendo desde minha entrada na fábrica. A sensação
de dor só aumentava. O pulso chegava a inchar muito chegando
a medir até 12 polegadas ao mesmo tempo em que meu corpo
não era mais do que ossos. Eu entrei no hospital St. Thomas no
dia 18 de julho para operar. A mão foi extraída um pouco abaixo
do cotovelo. A dissecação fez com que os ossos do antebraço
passassem a ter uma curiosa aparência – algo como uma
colméia vazia – com o mel tendo desaparecido totalmente.
(William Dodd escreveu sobre sua situação como criança
trabalhadora acidentada no trabalho em seu panfleto “Narrativa de
uma criança aleijada” no ano de 1841)
• Quando eu tinha sete anos de idade fui trabalhar na
fábrica do Sr. Marshall em Shrewsbury. Se uma criança
se mostrasse sonolenta o responsável pelo turno a
chamava e dizia, “venha aqui”. Num canto da sala havia
uma cisterna de ferro cheia de água. Ele pegava a
criança pelas pernas e a mergulhava na cisterna para
depois manda-la de volta ao trabalho.
(Jonathan Downe foi entrevistado por um representante
do parlamento britânico em junho de 1832)
• Eu tenho conhecimento de mais acidentes no início do dia
do que no final. Eu fui, inclusive, testemunha de um deles.
Uma criança estava trabalhando a lã, isso é, preparando a
lã para a máquina; Mas a alça o prendeu, como ele foi pego
de surpresa, acabou sendo levado para dentro do
mecanismo; e nós encontramos seus membros em um
lugar, outro acolá, e ele foi cortado em pedaços; todo o seu
corpo foi mandado para dentro e foi totalmente mutilado.
• (John Allett começou a trabalhar numa fábrica de tecidos
quando tinha apenas quatorze anos. Foi convocado a dar
um depoimento ao parlamento britânico sobre as condições
de trabalho nas fábricas aos 53 anos)
• O que podemos entender dos depoimentos
do período?
• Os trabalhadores do período buscaram resistir
de alguma forma?
• A Revolução Industrial impactou muitas vidas
e resultou em quais consequências?

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  • 2. • Conheçam Marie Baines, 40 anos, mãe, esposa e trabalhadora de uma fábrica têxtil em Londres. A história de Marrie está interligada à Revolução Industrial, será com sua ajuda que relembraremos esse assunto em nossa aula de hoje!
  • 3. AS FORMAS DE PRODUÇÃO “ANTIGAMENTE AS COISAS ERAM FEITAS ATRAVÉS DO ARTESANATO, NÃO EXISTIAM FÁBRICAS NÃO, MAS COMO SERÁ QUE FUNCIONAVA ISSO”?
  • 4.
  • 5. “VOCÊS PODEM ME AJUDAR EXPLICANDO COMO FUNCIONAVA ESSE TAL ARTESANATO ? ERA MUITO DIFERENTE DO TRABALHO NAS FÁBRICAS?”
  • 6. Os trabalhadores contratados perderam o domínio da compreensão da totalidade do processo, mas permaneceram desenvolvendo suas atividades operando as ferramentas com suas próprias mãos e, quando necessário, utilizavam o auxílio de outros membros do corpo humano. Mesmo convivendo no interior de um novo processo de trabalho, suas ações eram coordenadas de forma direta por atividades que ainda dependiam, em todo o processo, da habilidade individual de cada trabalhador assalariado. "Aperfeiçoa-se o método de trabalho devido à repetição. Maior produtividade com menor esforço. Os conhecimentos parciais firmam-se, acumulam-se e se transmitem" (Marx, 1975b, p. 390),19 mas o trabalho humano ainda comanda.
  • 7. “E NA MANUFATURA O QUE MUDOU ENTÃO COM RELAÇÃO AO TRABALHO? A PRODUÇÃO AUMENTOU?”
  • 8. É na cidade que ocorre, num primeiro momento, o desenvolvimento do processo de trabalho que tem como instrumento principal a máquina movida a vapor. O trabalhador, todos os dias, desde o início até o final das suas atividades — isoladamente — era responsável por vigiar uma máquina que desenvolvia um movimento parcial. A máquina, sujeito do processo de trabalho enquanto instrumento, fazia imperar a consolidação da concorrência entre os trabalhadores e entre os próprios capitalistas.
  • 9. “DESSA FASE DA MAQUINOFATURA EU ENTENDO BEM, AFINAL FAÇO MEU TRABALHO DIARIAMENTE NA FÁBRICA DE TECIDOS E VOCÊS O QUE SABEM DESSA FASE?”
  • 10. “POR QUE SERÁ QUE A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL COMEÇOU AQUI NA INGLATERRA?”
  • 11. “TRABALHO TANTO, GANHO POUCO E ENFRENTO PÉSSIMAS CONDIÇÕES , MEUS FILHOS PEQUENOS TAMBÉM TRABALHAM COMIGO, É MUITO TRISTE E SOFRIDA NOSSA SITUAÇÃO, VAMOS CONHECER MAIS SOBRE ESSE ASSUNTO?”
  • 12. • Nosso período regular de trabalho ia das cinco da manhã até as nove ou dez da noite. No sábado, até as onze, às vezes meia-noite, e então éramos mandados para a limpeza das máquinas no domingo. Não havia tempo disponível para o café da manhã e não se podia sentar para o jantar ou qualquer tempo disponível para o chá da tarde. Nós íamos para o moinho às cinco da manhã e trabalhávamos até as oito ou nove horas quando vinha o nosso café, que consistia de flocos de aveia com água, acompanhado de cebolas e bolo de aveia tudo amontoado em duas vasilhas. Acompanhando o bolo de aveia vinha o leite. Bebíamos e comíamos com as mãos e depois voltávamos para o trabalho sem que pudéssemos nem ao menos nos sentar para a refeição. O jornal Ashton Chronicle entrevistou John Birley em maio de 1849)
  • 13. • Na primavera de 1840, eu comecei a sentir dores no meu pulso direito, essa dor vinha da fraqueza geral de minhas juntas, o que vinha acontecendo desde minha entrada na fábrica. A sensação de dor só aumentava. O pulso chegava a inchar muito chegando a medir até 12 polegadas ao mesmo tempo em que meu corpo não era mais do que ossos. Eu entrei no hospital St. Thomas no dia 18 de julho para operar. A mão foi extraída um pouco abaixo do cotovelo. A dissecação fez com que os ossos do antebraço passassem a ter uma curiosa aparência – algo como uma colméia vazia – com o mel tendo desaparecido totalmente. (William Dodd escreveu sobre sua situação como criança trabalhadora acidentada no trabalho em seu panfleto “Narrativa de uma criança aleijada” no ano de 1841)
  • 14. • Quando eu tinha sete anos de idade fui trabalhar na fábrica do Sr. Marshall em Shrewsbury. Se uma criança se mostrasse sonolenta o responsável pelo turno a chamava e dizia, “venha aqui”. Num canto da sala havia uma cisterna de ferro cheia de água. Ele pegava a criança pelas pernas e a mergulhava na cisterna para depois manda-la de volta ao trabalho. (Jonathan Downe foi entrevistado por um representante do parlamento britânico em junho de 1832)
  • 15. • Eu tenho conhecimento de mais acidentes no início do dia do que no final. Eu fui, inclusive, testemunha de um deles. Uma criança estava trabalhando a lã, isso é, preparando a lã para a máquina; Mas a alça o prendeu, como ele foi pego de surpresa, acabou sendo levado para dentro do mecanismo; e nós encontramos seus membros em um lugar, outro acolá, e ele foi cortado em pedaços; todo o seu corpo foi mandado para dentro e foi totalmente mutilado. • (John Allett começou a trabalhar numa fábrica de tecidos quando tinha apenas quatorze anos. Foi convocado a dar um depoimento ao parlamento britânico sobre as condições de trabalho nas fábricas aos 53 anos)
  • 16. • O que podemos entender dos depoimentos do período? • Os trabalhadores do período buscaram resistir de alguma forma? • A Revolução Industrial impactou muitas vidas e resultou em quais consequências?