2. Definição e causas
Os sismos, ou tremores de terra são movimentos
vibratórios, bruscos e breves com origem nas
camadas superiores da Terra, provocados pela
libertação de energia.
A maior parte dos sismos são tectónicos pois
ocorrem nas zonas de fronteira entre placas
tectónicas.
O movimento lento das placas tectónicas,
afastamento ou colisão, permite que nas suas
fronteiras enormes quantidades de energia se
acumulem.
3. Definição e causas
A teoria do ressalto elástico foi estabelecida por H. F. Reid com
base em estudos geodésicos que realizou após o sismo de 1906 em
São Francisco, Califórnia, de um e do outro lado do segmento da
falha de Sto. André que sofreu rotura durante o sismo.
Ocorre uma movimentação brusca devido a tensões acumuladas.
As rochas ressaltam elasticamente, libertando energia sob a forma
de calor e de ondas elásticas, isto é, produz-se um sismo.
4. Definição e causas
Se a tensão cisalhante atinge o valor crítico, ultrapassando
o atrito na zona da falha, dá-se uma movimentação brusca
e as rochas em ambos os lados da falha ressaltam
elasticamente, libertando energia sob a forma de calor e de
ondas elásticas (sísmicas), isto é, produz-se um sismo.
5. Definição e causas
A única região da Terra onde se verificam estas condições
é na litosfera e por isso só nela ocorrem os tremores de
terra, particularmente onde as tensões estão concentradas
junto das fronteiras das placas.
6. Definição e causas
Os sismos podem ser precedidos e sucedidos por sismos menores, aos
quais se dá o nome de, respectivamente, abalos premonitórios e
réplicas.
Falha activa é uma estrutura geológica que resulta da fractura de
rochas, com formação de blocos que se deslocam uns em relação aos
outros.
A fronteira entre placas tectónicas é um exemplo de falha
activa... mas, durante um sismo, podem formar-se outros sistemas
de falhas activas, na sequência da energia libertada ao longo do plano
de falha tectónico.
Outros exemplos: sismos vulcânicos.
7. Parâmetros de caracterização sísmica
O local do interior da geosfera onde ocorre a libertação da energia sísmica
designa-se foco ou hipocentro.
O local à superfície da Terra, situado na vertical do foco ou hipocentro,
chama-se epicentro.
A distância entre o foco e o epicentro designa-se profundidade focal.
As ondas sísmicas originam-se a partir da energia libertada no foco e que
se propaga em todas as direcções, fazendo vibrar as partículas rochosas.
A propagação das ondas sísmicas é tridimensional constituindo superfícies
esféricas definidas pelo conjunto de pontos na mesma fase do movimento
ondulatório e designam-se por frentes de onda.
10. Detecção e registo de sismos
Os sismógrafos são
aparelhos de precisão que
registam, em
sismogramas, a passagem
das ondas sísmicas.
Numa estação sismográfica existem, geralmente, três sismógrafos: um
que regista os movimentos verticais e outros dois que registam os
movimentos horizontais (um orientado na direcção N-S e outro na
direcção E-W).
11. Detecção e registo de sismos
Um sismograma é constituído por rectas paralelas, na ausência de quaisquer
vibrações. No entanto, a Terra é perturbada por microssismos, como
consequência de fenómenos naturais ou resultantes da actividade humana.
São registadas diferentes tipo de ondas sísmicas
14. Detecção e registo de sismos
A intensidade de um sismo depende (além de outros factores):
Profundidade do foco e da distância ao epicentro
Natureza do subsolo
Quantidade de energia libertada no foco
15. Intensidade de um sismo
Para avaliar a intensidade (estragos causados) de um sismo numa
determinada área, utiliza-se a ESCALA INTERNACIONAL ou de
MERCALLI MODIFICADA. Esta Escala é:
Qualitativa
Imprecisa e incerta
Graduada de I até XII.
Mercalli propôs, em 1902, uma escala de intensidade com 10 graus. A extensão
a 12 graus foi proposta, mais tarde, por Cancani. Em 1912, Sieberg
caracterizou de forma exaustiva, cada um dos doze graus da escala.
Actualmente, a escala é conhecida por escala de Mercalli-Cancani-Sieberg
(MCS ).
16. Intensidade de um sismo
Versão simplificada da escala de Mercalli:
I - Não se sente.
II - Só é sentido por pessoas em descanso ou nos andares superiores de um prédio.
III - Só é sentido por pessoas dentro de casa. Candeeiros do tecto baloiçam. A vibração sentida é semelhante à provocada por um
camião que passa.
IV - Vibração semelhante à provocada pela passagem de camiões pesados. Carros estacionados baloiçam. Objectos de loiça e janelas
vibram. Objectos de cristal tilintam. Soalhos de madeira e vigas podem ranger.
V - Sente-se mesmo na rua. pode estimar-se a direcção das vibrações. Acordam pessoas que dormem. Agita líquidos em repouso,
podendo mesmo entornar os copos cheios. Pequenos objectos são deslocados. As portas abrem-se e batem. Os relógios de pêndulo
param ou aceleram.
VI - Sentido por toda a gente. Pessoas assustam-se e saem para rua. Torna-se difícil andar. Quadros caem das paredes. Móveis
mexem-se ou caem. Caliça cai das paredes, azulejos racham. Pequenos sinos começam a tocar. Árvores e arbustos abanam.
VII - Difícil manter-se de pé. Mesmo os condutores de automóveis o sentem. Os objectos suspensos balançam. Móveis partem-se.
Tijolos e azulejos mais frágeis partem-se. Chaminés mais frágeis desabam. Cai gesso das paredes, tijolos soltos, cornijas, pedras,
telhas. Formam-se ondas nos lagos e tanques. As águas ficam sujas de lama. Criam-se declives e desníveis ao longo de areais e zonas
de gravilha. Grandes sinos tocam. Valas de cimento ficam danificadas
VIII - A condução de automóveis é afectada. Construções são afectadas, algumas podem cair parcialmente. Queda dos estuques e
de algumas paredes de tijolo. Chaminés torcem-se e caem, monumentos, torres, depósitos de água elevados caem igualmente.
Estrutura das casas desloca-se ou chega mesmo a cair. Paredes soltas caem. Ramos das árvores partem-se. Temperatura e caudal da
água das fontes e poços é alterada. Surgem brechas no solo em declives e na terra molhada.
IX - Pânico generalizado. Construção mais frágeis são destruídas. As construções normais são muito danificadas, algumas colapsam.
Mesmo as construções mais sólidas são afectadas. Reservatórios de água danificados. Canalizações subterrâneas são afectadas.
Brechas visíveis no solo. Nas zonas aluviais, areia e lama é ejectada.
X - A maior parte das construções é destruída juntamente com as fundações. Construções mais sólidas de madeira e pontes
colapsam. Danos graves em barragens, diques e cais. Grandes deslocamentos de terra. Água de canais, rios, lagos é projectada. A
areia e lama sofre grandes deslocações laterais nas praias e regiões planas. Carris de caminho de ferro são ligeiramente torcidos.
XI - Carris de caminho de ferro muito torcidos. Canalizações subterrâneas completamente destruídas.
XII - Danos quase totais. Grandes massas rochosas deslocadas. As linhas de nível são alteradas. Objectos são lançados ao ar.
17. Intensidade e magnitude de um sismo
Isossistas são linhas que unem os pontos onde a intensidade do
sismo foi a mesma.
19. Intensidade de um sismo
Quando numa zona há
incerteza na intensidade
do sismo, representa-se
a isossista a tracejado.
Por exemplo, zonas de
baixa ou nula densidade
populacional, como nos
oceanos, onde não é
possível a recolha de
dados.
20. Magnitude de um sismo
A Escala de Magnitude
de Richter mede a
quantidade de energia
libertada no foco ou
hipocentro.
A Escala de Richter é
uma escala aberta, sem
limite máximo
(poucos foram os sismos
superiores a 9).
21. Intensidade e magnitude de um sismo
ESCALA de MERCALLI ESCALA de RICHTER
Avalia a intensidade de um sismo Avalia a magnitude de um
através: sismo, através do cálculo da
. da percepção do sismo pela energia libertada no foco ou
população. hipocentro.
. do grau de destruição.
Instrumentos de trabalho: Instrumentos de trabalho:
inquéritos realizados às sismogramas
populações e registos descritivos
do grau de destruição.
Fechada, com XII graus. Aberta
Qualitativa e Subjectiva Quantitativa e Objectiva
Exprime-se em numeração Exprime-se em numeração
romana árabe
22. Os sismos e a tectónica de placas
A distribuição sísmica coincide com o limite das placas tectónicas.
Estas são zonas geologicamente activas.
23. Os sismos e a tectónica de placas
O enquadramento tectónico dos sismos permite classificá-los em:
SISMOS INTERPLACA
SISMOS INTRAPLACA
Os sismos interplaca ocorrem nas zonas de fronteira de placa
(maior ocorrência nas zonas de colisão).
Os sismos intraplaca ocorrem no interior das placas tectónicas
(consequência de falhas activas).
24. Sismicidade interplaca
Colisão entre uma placa oceânica e
uma placa continental
. A placa oceânica , ao colidir com a
placa continental, mergulha sob
esta. É este arrastamento para o
interior da geosfera que constitui o
mecanismo gerador da maior parte
dos sismos nestas zonas.
Colisão entre placas continentais
. Ex: A Índia ao colidir com a Ásia
resultou na formação dos Himalaias
(colisão entre as placas Eurasiática
e Indo-Australiana ).
25. Sismicidade interplaca
Colisão entre placas oceânicas
. Quando duas placas oceânicas
colidem, a mais densa mergulha
sob a de menor densidade,
desenvolvendo tensões que
podem desencadear sismos
(Aleutas).
Afastamento de placas oceânicas
. A maior cadeia montanhosa da
Terra encontra-se submersa. A
tensão é forte pois é uma zona
onde as placas oceânicas se
separam (10% dos sismos têm
esta origem).
26. Sismicidade interplaca
Afastamento de placas continentais
. A placa que suporta o continente
africano, ainda continua a dividir-se e
o Rifte Valley Africano, exemplo
desta divisão, é responsável pela
sismicidade desta região.
Contacto com deslizamento entre
duas placas
. A falha de Santo André, na
Califórnia, marca a fronteira entre a
Placa Pacífica e a placa Norte-
Americana. Deslizam a uma velocidade
de 3 a 6cm por ano e
consequentemente, existe forte
actividade sísmica na Califórnia e no
México.
27. TSUNAMIS
Os tsunamis formam-se quando o fundo oceânico é deformado, na
sequência da libertação de energia sísmica, deslocando
verticalmente a coluna de água que repousa sobre ele (sismos
interplaca)
28. SISMICIDADE EM PORTUGAL
Portugal Continental, tectonicamente, situa-se na Placa Euroasiática, limitada
a sul pela Falha Açores-Gibraltar (corresponde à fronteira entre as placas
Euroasiática e Africana ) e, a oeste, pela Dorsal Médio-Atlântica. O
movimento das placas caracteriza-se pelo deslocamento para norte da Placa
Africana e pelo movimento divergente na dorsal atlântica.
29. SISMICIDADE EM PORTUGAL
1 de Novembro de 1755 – sismo interplaca –Falha Açores-Gibraltar, a mais
de 100km da costa, no Banco de Gorringe – hipotético epicentro.
28 de Fevereiro de 1969 – Lisboa, grau VIII, na Escala de intensidade de
Mercalli – sismo interplaca.
23 de Abril de 1909, no continente, epicentro em Benavente, na falha do Vale
Inferior do Tejo, magnitude 6,7 – sismo intraplaca.
Arquipélago da Madeira, sismicidade reduzida, com actividade sísmica na Placa
Africana – a 25 de Novembro de 1942, grau VI na Escala de Mercalli.
Actividade sísmica e vulcânica dos Açores deve-se ao seu enquadramento
tectónico – Falha da Glória, Rifte da Terceira, Dorsal Médio Atlântica, bem
como ao sistema de fracturas associado.
30. PREVISÃO E PREVENÇÃO
Identificar zonas de maior risco
Construir estruturas mais sólidas e anti-sísmicas
Promover a educação da população
Medidas de segurança
Planos de emergência
O perigo da actividade sísmica depende da magnitude e
da intensidade do sismo, assim como da densidade
populacional da área em análise.
32. O Terramoto de 1755
Actualmente, alguns estudos referem a Falha do Marquês de Pombal como
zona provável do epicentro. Esta Falha situa-se a 100km a W do Cabo de São
Vicente. O sismo ocorreu às 9h40m e às 10h00m, um enorme tsunami
(cerca de 15m de altura), abateu-se sobre a zona ribeirinha de Lisboa,
matando milhares de pessoas que aí tinham procurado refúgio, fugindo de
uma cidade incendiada e em ruínas.
Este sismo foi sentido em Marrocos, onde houve também grandes derrocadas e
muitas vítimas, provocando pequenos estragos no Norte de Portugal, no Sul
de Espanha e na Argélia. Estendeu-se a França, Suiça, Itália, Alemanha e
Madeira e Açores. A magnitude é estimada de 8,75.