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* Oficina do CREAD- Brasil. Diretora
A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL
Algumas considerações sobre
critérios de qualidade
Marlene M. Blois*
m.blois@terra.com.br
1. A proposta deste trabalho
Pretende-se, neste trabalho, apresentar um breve
panorama da EAD no Brasil, destacando a incorpora-
ção das novas tecnologias em suas ofertas; as ques-
tões referentes à qualidade na legislação e analisar
os critérios de qualidade recomendados pelo
Ministério da Educação do país para, finalmente,
levantar pontos para reflexão.
2. A Educação no Brasil e a EAD
A Educação sempre foi um dos grandes desafios
enfrentados pela sociedade brasileira, desde os
tempos em que se tornou independente de Portu-
gal (1822). Atender a todos que dela necessitam
com qualidade, segue sendo uma utopia na opini-
ão de muitos estudiosos. Mais do que garantir o
acesso à escola, é preciso manter um enorme con-
tingente de alunos nas classes, sendo atendidos por
professores bem formados e atualizados. Vale lem-
brar que uma exigência legal – ter o ano de 2007
como prazo para que todos os professores das clas-
ses iniciais do Ensino Fundamental tenham habilita-
ção em nível superior para o magistério - não será
alcançada, embora a EAD tenha dado uma grande
contribuição nesse campo.
Outro ponto crítico a demandar um enorme esfor-
ço, tanto dos governos quanto de órgãos de classe
e das próprias organizações, diz respeito à prepara-
ção de pessoal para responder, nos postos de traba-
lho, às exigências de um mundo cada vez mais
competitivo em todos os aspectos. Saber interagir
com as novas tecnologias, fazer delas um diferenci-
al a seu favor, é o que procuram as empresas nos
colaboradores já contratados e a contratar. A neces-
sidade cada vez maior de tornar a Educação Conti-
nuada um componente da cultura incorporada em
cada profissional, fez surgir o que chamo de “empre-
sa-escola”, ou seja, a que toma para si também o
processo de formar/ atualizar seus trabalhadores
para o seu negócio e, portanto, para
o mercado, valorizando o capital inte-
lectual e a criatividade.
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Ser-
viço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC),
com cursos para profissionais da indústria e do
comércio/ prestação de serviços, respectivamente.
Outro ponto levantado na pesquisa, diz respeito às
instituições credenciadas nos Estados e Municípios, que
atuam nos ensinos fundamental, médio e profissionali-
zante, e atendem a jovens e adultos supletivamente.
Elas são responsáveis por atender a 48,6 por cento do
universo de estudantes de EAD, o que representa mais
de 150.000 cursistas. Vale destacar que este número se
aproxima dos 160.000 alunos que estão matriculados
em cursos de graduação, seqüencial ou pós-graduação.
A pesquisa veio constatar, ainda, o que especialis-
tas de EAD já supunham : que o ensino a distância
é a modalidade que apresenta maior crescimento
nos últimos anos no país. Em se tratando de gradu-
ação e pós-graduação, comparando-se com dados
levantados anteriormente pelo Ministério da Educa-
ção, o número de estudantes saltou de 76.000 para
cerca de 150.000, o que confere à EAD, em apenas
um ano, uma expansão de aproximadamente 100 por
cento. Em nossa opinião, esse crescimento se deve
tanto a uma mudança de visão e valorização da EAD,
como forma de ter acesso a uma educação de quali-
dade, como a necessidade de atualização profissional
Se a universalização da educação fundamental
está estatisticamente atingida, o país viu seus jovens
se movimentarem para dar seqüência aos estudos,
buscar o ensino médio e não descartar do sonho de
“ser alguém” pela Educação,e lutar por uma vaga na
Universidade.
A Universidade Brasileira não acumulou a história
de muitas de suas congêneres da América Latina,
mas nas quatro últimas décadas passou por uma
expansão pouco vista em outros países em desen-
volvimento. Em 2003, o país possuía 3.900.000
estudantes em 16.453 cursos de graduação, com
crescimento de 11,7 por cento em relação ao ano
anterior, tendo as 207 instituições públicas respon-
dido por 7,8 por cento e as 1.652 privadas, por 18
por cento desse aumento. Vale destacar que o
número de vagas oferecidas nas instituições de
ensino superior, no mesmo ano, pela primeira vez
ultrapassou o de concluintes do ensino médio regu-
lar em 2002, sendo de 12,9 por cento o crescimen-
to total da oferta de vagas.
Quanto às funções docentes, estavam em exercí-
cio nas instituições brasileiras, em 2003, 254.153
profissionais, sendo nas públicas 88.795 ( 39,5 por
cento são doutores e 27,3 por cento, mestres) e nas
instituições privadas, 165.358 (com doutorado,
11,8 por cento e com mestrado, 39,4 por cento).
No entanto, a desigualdade no atendimento a
população que deseja cursar uma instituição de ensi-
no superior pode ser constatada, quando se compro-
va que apenas 20 municípios dos cerca de 5.600
concentram 45 por cento do total de alunos, ou seja,
1.578.222 . Duas das cidades - São Paulo e Rio de
Janeiro - detêm, respectivamente, 377.471 (10,8 por
cento) e 236.644 (6,8 por cento) do total dos estu-
dantes. (Fonte: Censo de Educação Superior 2003.
MEC/INEP).
Pesquisa realizada em 2004 por duas organiza-
ções não governamentais (o Instituto Monitor e a
ABED), sobre a realidade da EAD no Brasil, destaca
que 1.100.000 estudantes realizaram algum curso a
distância, em instituição credenciada oficialmente,
seja no ensino superior, médio ou fundamental, e
em seis outras grandes organizações , a saber: a
Fundação Roberto Marinho, que oferece o Telecur-
so 2000 para jovens e adultos; o SEBRAE , com
seus cursos voltados para o segmento que atua em
micro e pequenas empresas; o Governo do Estado
de São Paulo, com projetos para profissionais de
diversas áreas, com destaque para a da Educação; a
Telemar, empresa do ramo das telecomunicações,
que atua através da sua universidade corporativa, a
UNITE, com cursos a seus colaboradores; e o Serviço
76
Tecnología y Comunicación Educativas No. 41
AeducaçãoadistâncianoBrasil
Algumasconsideraçõessobrecritériosdequalidade
crescente , além do aumento dos cursos oferecidos,
que últimos quatro anos cresceu 600%. Se, em 2001,
os cursos à distância eram apenas 11 e, em 2002, 19,
um ano depois já totalizavam 34, para, em 2004, ver
a oferta atingir 77 cursos.
A EAD no Brasil guarda características bastante
interessantes, tanto com relação à natureza das
organizações que disponibilizam cursos, em termos
de suas vinculações administrativas (públicas - fede-
ral, estadual, municipal -, privadas e de outras cate-
gorias), como o nível do ensino oferecido (supletivo,
regular; fundamental, médio, superior, profissionali-
zante , de extensão, etc.) e os meios ou suportes
escolhidos, a modelagem e duração desses cursos.
As chamadas gerações da EAD convivem nesse país
continental, que tanto necessita de ofertas educativas
de qualidade para atender a demanda de suas carên-
cias, chegando até onde estão os que precisam de
estudar e construir novos conhecimentos.
Assim, têm-se hoje cursos de altíssima qualidade
oferecidos on-line ou por CD-ROM, vídeo e telecon-
ferência, como utilizando tecnologias mais tradicio-
nais , como o material impresso, associado ou não a
outros meios, o rádio, a Tv , o que caracteriza uma
verdadeira convergência de meios.
O crescimento, expansão e barateamento de
acesso às novas tecnologias fez com que organiza-
ções até então afastadas da EAD, passassem a enca-
rá-la como um desafio a ser vencido. Nesse caso
está o mundo universitário, que até cinco anos atrás
via a EAD como oferta exclusiva para atender a
massa fora da faixa etária do ensino regular (cursos
supletivos), com raras e honrosas exceções.
São criadas redes nacionais, regionais e estaduais
de universidades públicas e privadas e consórcio de
particulares para criação e oferta de cursos a distân-
cia, o que configura uma mudança de paradigmas e
a abertura de novos papéis e possibilidades para a
comunidade carente de educação superior.
Hoje, com apoio do MEC, estão sendo abertas
18.000 vagas em cursos de formação de professo-
res a distância em universidades públicas. Há recur-
so para serem abertas mais, pelo menos, 30.000
vagas em 2006. Também, através da Universidade
Aberta do Brasil, um esforço conjunto do MEC com
as Universidades Públicas, deve ser aberto pelo
menos um curso de Administração, com 2.000
vagas iniciais. A previsão para 2006 é que cerca de
100.000 estudantes tenham ingressado em cursos
de graduação a distância.
3. A Regulamentação e os Referenciais
de Qualidade a EAD
- A Legislação
Para a EAD no Brasil, o ano de 1996 constitui-se
num marco, que lhe dá legitimidade e visibilidade. A
lei maior da Educação no país – a Lei de diretrizes
e Bases, de nº 9394, em seu artigo 80, refere-se à
EAD e ao papel do Poder Público, nesses termos:
O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a
veiculação de programas de ensino a distância em
todos os níveis e modalidades de ensino e de edu-
cação continuada.
Textos legais subseqüentes tratam da regulamenta-
ção e normatizam a EAD, em alguns pontos, apon-
tando questões como a qualidade e a avaliação.
Para efeito desse trabalho estão destacados os
seguintes:
• Os programas e cursos a distância no âmbito da
educação superior, devem atender aos padrões
nacionais de qualidade de cursos.
• O Plano de Desenvolvimento Institucional PDI
deve pautar-se pelas diretrizes curriculares e
pelos padrões de qualidade de cursos nacionais
e , integração da educação à distância ao projeto
pedagógico de oferta de seus cursos superiores.
77
Julio-diciembre de 2005
MarleneM.Blois
• O resultado das avaliações insti-
tucionais e das verificações realizadas
para fins de autorização ou reconheci-
mento será divulgado pelo Ministério
da Educação.
A nova Legislação proposta
Com a evolução crescente da EAD em
todos os segmentos educacionais, um
novo decreto foi elaborado, adotando-
se um processo contínuo (desde
2003) e participativo, do qual participa-
ram: Secretarias e órgãos do MEC, o
Conselho Nacional de Educação, os
Conselhos Estaduais de Educação, Ins-
tituições de Ensino, Associações envol-
vidas com a EAD e a sociedade em
geral. No final de agosto de 2005, o
documento foi encaminhado à Casa
Civil, esperando o MEC , que não sofra
nenhuma mudança significativa, uma
vez que foi amplamente discutido antes
do envio.
Alguns destaques para efeito da
temática desse estudo:
• Nova definição para a EAD:
Para os fins deste Decreto, considera-se educação a
distância a modalidade educacional que busca
superar limitações de espaço e tempo com a aplica-
ção pedagógica de meios e tecnologias da informa-
ção e da comunicação e que, sem excluir atividades
presenciais, organiza-se segundo metodologia, ges-
tão e avaliação peculiares.
• Alinhamento dos cursos e programas a distância
com:
• Os fins, princípios e objetivos da educação
nacional.
• As Diretrizes Curriculares Nacionais estabeleci-
das pelo Ministério da Educação para os res-
pectivos níveis e modalidades educacionais.
• Os Referenciais de Qualidade para Educação
a Distância, definidos pelo Ministério da Edu-
cação, os quais terão por objetivo o desen-
volvimento e a avaliação dos processos de
ensino e aprendizagem.
• Bibliotecas adequadas, inclusive com acervo
eletrônico remoto e acesso por meio de
redes de comunicação e sistemas de infor-
mação, com regime de funcionamento e
• Cursos superiores a distância, no sistema federal
de ensino, exigem a realização de verificação e
avaliação prévia por especialistas designados
pelo Ministério da Educação.
• A autorização e o reconhecimento dos programas
e cursos superiores a distância serão limitados a
cinco anos, podendo ser renovados após avalia-
ção favorável, sendo que o reconhecimento de
cursos de graduação e seqüenciais a distância
requererá prévia avaliação do MEC.
• As avaliações obedecerão a procedimentos, crité-
rios, indicadores de qualidade definidos.
• A autorização e o reconhecimento de programas
a distância de mestrado e doutorado será objeto
de avaliação prévia pelo Ministério.
• Os diplomas de cursos superiores de graduação
a distância emitidos por instituições estrangeiras,
mesmo quando realizados em cooperação com
instituições sediadas no Brasil, para gerarem efei-
tos legais, deverão ser revalidados por universida-
des públicas brasileiras.
• A avaliação do rendimento do aluno para fins de
promoção, certificação ou diplomação, dar-se-á
no processo com a realização, em algum momen-
to, de exames presenciais.
78
Tecnología y Comunicación Educativas No. 41
AeducaçãoadistâncianoBrasil
Algumasconsideraçõessobrecritériosdequalidade
atendimento aos estudantes de educação a
distância.
• Bibliotecas adequadas, inclusive com acervo
eletrônico remoto e acesso por meio de
redes de comunicação e sistemas de infor-
mação, com regime de funcionamento e
atendimento aos estudantes de educação a
distância.
Os resultados das avaliações mencionadas no inciso
III deste artigo deverão ser considerados para os pro-
cedimentos de recredenciamento.
• EAD para educação básica de jovens e adultos
• A matrícula em cursos a distância para educa-
ção básica de jovens e adultos poderá ser
feita independentemente de escolarização
anterior, obedecida a respectiva idade míni-
ma e mediante avaliação do educando, que
permita sua inscrição na etapa adequada,
conforme regulamentação do respectivo sis-
tema de ensino.
• A avaliação de desempenho dos estudantes
deverá ser feita no processo, pela própria insti-
tuição de ensino credenciada para ministrar cur-
sos a distância, segundo critérios
e procedimentos previstos no
projeto pedagógico do curso.
• As avaliações de que trata o
caput e que conduzem à pro-
moção, conclusão de estudos
e à obtenção de diplomas ou
certificados deverão ser espe-
cificadas no projeto pedagógi-
co, de modo que o resultado
final de exames presenciais
predomine sobre o resultado
das demais avaliações.
• A avaliação do desempenho
do estudante para fins de pro-
moção dar-se-á no processo,
mediante o cumprimento das
atividades programadas e a
realização de exames presen-
ciais periódicos sob a respon-
sabilidade da instituição de
ensino credenciada, segundo
procedimentos e critérios defi-
nidos no projeto pedagógico
do curso ou programa.
• Os resultados dos exames presenciais perió-
dicos referidos no caput deste artigo prevale-
cerão sobre os demais resultados obtidos em
quaisquer outras formas de avaliação a dis-
tância.
• Os estudantes de cursos de graduação a dis-
tância deverão ser inscritos pelas respectivas
instituições de ensino nas avaliações nacionais
correspondentes à sua área de diplomação.
• Diplomas de cursos realizados em instituições
estrangeiras.
• Os diplomas de cursos ou programas superi-
ores de graduação a distância emitidos por
instituição estrangeira, inclusive os ofertados
em convênios com instituições sediadas no
Brasil, deverão ser revalidados por universida-
de brasileira, conforme a legislação vigente.
• Para os fins de revalidação de diploma de
curso ou programa de graduação, faculta-se à
universidade exigir, do portador do diploma
estrangeiro, que se submeta à complementa-
ção de estudos, provas ou exames destina-
79
MarleneM.Blois
5. Qualidade dos recursos educacionais.
6. Infra-estrutura de apoio.
7. Avaliação de qualidade contínua e abrangente.
8. Convênios e parcerias.
9. Edital e informações sobre o curso de graduação
a distância.
10.Custos de implementação e manutenção da gra-
duação a distância.
As instituições têm total liberdade para criar outros indi-
cadores pertinentes e específicos ao projeto proposto.
Outro ponto destacado diz respeito ao princípio-mes-
tre a der considerado: “ o fundamento da graduação é
a educação da pessoa para a vida e o mundo do tra-
balho” , não se tratando, portanto, de uma valorização
excessiva da tecnologia e da informação.
Quanto aos cursos de nível fundamental e médio,
inclusive técnico, cabe aos Conselhos Estaduais de
Educação, órgãos responsáveis por sua normatiza-
ção, definir os indicadores a serem considerados, na
construção das propostas dos cursos.
A SEED considera como pontos fundamentais na
hora de autorizar a abertura de um curso a distância:
• O compromisso dos gestores.
• O desenho do projeto.
• A equipe multidisciplinary.
• A comunicação / interação entre os agentes.
• Os recursos educacionais.
• A infraestrutura de apoio.
• A avaliação contínua e abrangente.
• Os convênios e parcerias.
• A transparência nas informações.
• A sustentabilidade financeira.
4. Pontos para Reflexão
Nas duas últimas décadas o Brasil apresenta-se
como um espaço democrático de ofertas de EAD,
no que tange às tecnologias e suportes utilizados, e
aos cursos que diferentes instituições estão ofere-
cendo, sejam instituições tradicionalmente educati-
vas ou organizações que passam a assumir a
responsabilidade de atualizar seus colaborados, uti-
lizando o e-lear ning nas suas recém criadas univer-
sidades corporativas.
dos a suprir ou aferir conhecimentos, compe-
tências e habilidades na área de diplomação.
• Disposições Finais e Transitórias.
• Os cursos a distância para a educação básica
de jovens e adultos autorizados com duração
inferior a dois anos no ensino fundamental e
um ano e meio no ensino médio, deverão
inscrever seus alunos em exames de certifica-
ção, para fins de conclusão do respectivo
nível de ensino.
• Os exames citados no caput serão realizados
pelo órgão executivo do respectivo sistema
de ensino ou por instituições por ele creden-
ciadas.
• Os Referenciais de Qualidade.
O Ministério da Educação estabeleceu Referenciais
de Qualidade de EAD para a autorização de cursos de
graduação a distância, buscando assegurar que as ins-
tituições trabalhem continuamente visando a melhori-
as na criação, aperfeiçoamento e divulgação de
conhecimentos culturais, científicos, tecnológicos e
profissionais, que contribuam para superar os proble-
mas regionais, nacionais e internacionais e para o
desenvolvimento sustentável dos seres humanos, sem
exclusões, nas comunidades e ambientes em que
vivem.
Destaca a importância de que seja analisado cada
item e que todos estejam articulados, numa aborda-
gem global , para a construção e o bom desenvolvi-
mento do projeto do curso A realidade cultural e
sócio-econômica da clientela, cidade, região e às
particularidades de cada organização precisam ser
respeitadas e presentes na construção da proposta
do curso.
Sem terem força de lei, a SEED/ Secretaria de Edu-
cação a Distância do MEC, indica dez itens básicos,
que devem nortear as instituições que pretendem
criar programas de graduação a distância, e que ser-
virão, também, como orientação às Comissões de
Especialistas ao analisarem os projetos. Os itens são:
1. Integração com políticas, diretrizes e padrões de
qualidade definidos para o ensino superior como
um todo e para o curso específico.
2. Desenho do projeto: a identidade da Educação a
Distância.
3. Equipe profissional multidisciplinar.
4. Comunicação/ interatividade entre professor e
aluno.
80
Tecnología y Comunicación Educativas No. 41
AeducaçãoadistâncianoBrasil
Algumasconsideraçõessobrecritériosdequalidade
Os cursos de graduação a distância , por serem
bastante recentes, ainda não apresentam dados de
avaliação que possam vir a constituir-se em referen-
cial para os que estão sendo criados e em anda-
mento.
O processo de avaliação desses cursos deve inici-
ar-se, no próximo ano, em uma ação conjunta pro-
posta delo MEC.
Até hoje as avaliações feitas foram muito mais
para efeitos de credenciamento de instituições e
autorização e reconhecimento de cursos.
Vale destacar o conjunto de trabalhos acadêmicos
de avaliação , que o Curso de Pedagogia da Univer-
sidade Federal de Mato Grosso já possui, que deve
ser analisado e considerado.
Quanto à legislação, constata-se um avanço quan-
to ao credenciamento de cursos superiores, que
passa a ser único, ou seja, sem distinção se a insti-
tuição se habilitou com um curso de especialização,
com um curso de graduação ou de pós-graduação
stricto sensu.
No caso de instituições vinculadas aos conselhos
estaduais (educação profissional de nível médio e
Educação de Jovens e Adultos) passa a haver um
credenciamento federal, quando a instituição pre-
tender atuar para além de seu estado de origem.
Como já era anteriormente, o credenciamento
deve vir acompanhado de um projeto de curso. No
entanto o credenciamento da instituição e a autori-
zação do curso são dois atos distintos.
Nesse contexto, as novas tecnologias abrem pers-
pectivas para que cursos, com maior interatividade
entre seus atores, possam chegar a segmentos da
população localizadas em pontos distantes dos gran-
des centros.
Como as Instituições de Ensino Superior abriram-
se, sem medo ou discriminação, para a EAD, acredi-
ta-se que a mesma qualidade dos cursos por elas
oferecidos presencialmente venha a beneficiar um
contingente até agora impossibilitado de ter acesso
à universidade.
Que os indicadores de qualidade passem por
revisões periódicas, à luz dos novos paradigmas de
uma educação não bancária, uma Educação que
busque a autonomia dos estudantes na construção
de conhecimento por diferentes vias então abertas
pelas tecnologias desse século, sem descuidar da
formação humanística e do respeito à cultura de
cada indivíduo e do país.
Porque, como afirmou Paulo Freire,
Não há nada parado. Tudo está sendo, nada é.
81
Julio-diciembre de 2005
MarleneM.Blois
Los trabajos contenidos en esta obra, desprendidos del VII Congreso Latinoamericano de
Investigadores en Comunicación, permiten un acercamiento a los espacios universitarios
en donde tiene lugar la formación de los comunicadores en seis países de nuestro con-
tinente, para conocer las líneas sobre las cuales trabajan los especialistas-docentes-inves-
tigadores, que desde perspectivas diversas, pero alentados por el propósito de fortalecer
la formación de profesionales en comunicación, dedican esfuerzos al estudio de los fac-
tores que inciden durante su preparación y en su inserción en el ámbito laboral.
Cada uno de los cuatro segmentos de este libro presenta un enfoque diferente en
cuanto a la temática de trabajo, el hilo conductor y núcleo de las aportaciones es siempre la
comunicación, para abordar la formación de los comunicadores; la construcción del
campo de conocimiento; las nuevas tendencias y la influencia de las tecnologías digita-
les y, al final, presenta otras perspectivas de la comunicación educativa.
En la primera parte de Bitácora de viaje se ilustra el largo camino recorrido
por algunas instituciones universitarias de la región, para fortalecer la presencia de
una profesión que se plantea a sí misma innumerables retos en cuanto a la
congruencia de las propuestas curriculares, su relación con las expectativas
de los egresados y su inserción en el campo de trabajo disponible para ellos.
En la segunda parte, Reflexiones y estrategias para la construcción del
campo de conocimiento comunicación/educación, es posible identificar
nuevos espacios teóricos que nos permiten reconocer la actuación de los
medios de comunicación que en conjunción con la escuela, pueden
transformar la información en conocimiento.
En la tercera parte, Tecnologías digitales en la educación. Tenden-
cias y experiencias, adquiere particular atención la informática, no
sólo como herramienta de difusión, procesamiento y almacenamien-
to de contenidos, sino como mediadora en el aprendizaje que se
construye a través de procesos sociales comunicativos.
Por último, en Intervenciones, conquistas y deudas en el
campo de la comunicación educativa se presentan trabajos que
ofrecen un panorama aplicativo, analítico y reflexivo sobre la importan-
cia que tiene el acontecimiento comunicativo en los procesos de socia-
lización y de enseñanza-aprendizaje. Las experiencias describen, desde una
adaptación del modelo de mediación pedagógica y las inteligencias múltiples para la cons-
trucción de significados, la importancia de revisar el paradigma basado en la crítica ideológi-
ca, para enmarcarlo en el acto comunicativo donde confluyen procedimientos más
complejos en los que participan los procesos de socialización mediática,
familiar y escolar.
Esperamos que los lectores encuentren en esta publicación motivos
suficientes para cuestionar, proponer y desarrollar, investigaciones y
propuestas que contribuyan a la construcción de los caminos por los
que ha de transitar la formación de comunicadores y de especialista
de la comunicación en general y la comunicación educativa como un
interés particular.
Bitácora de viaje
Investigación y formación de
profesionales de la comunicación
en América Latina

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  • 1. * Oficina do CREAD- Brasil. Diretora A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL Algumas considerações sobre critérios de qualidade Marlene M. Blois* m.blois@terra.com.br 1. A proposta deste trabalho Pretende-se, neste trabalho, apresentar um breve panorama da EAD no Brasil, destacando a incorpora- ção das novas tecnologias em suas ofertas; as ques- tões referentes à qualidade na legislação e analisar os critérios de qualidade recomendados pelo Ministério da Educação do país para, finalmente, levantar pontos para reflexão. 2. A Educação no Brasil e a EAD A Educação sempre foi um dos grandes desafios enfrentados pela sociedade brasileira, desde os tempos em que se tornou independente de Portu- gal (1822). Atender a todos que dela necessitam com qualidade, segue sendo uma utopia na opini- ão de muitos estudiosos. Mais do que garantir o acesso à escola, é preciso manter um enorme con- tingente de alunos nas classes, sendo atendidos por professores bem formados e atualizados. Vale lem- brar que uma exigência legal – ter o ano de 2007 como prazo para que todos os professores das clas- ses iniciais do Ensino Fundamental tenham habilita- ção em nível superior para o magistério - não será alcançada, embora a EAD tenha dado uma grande contribuição nesse campo. Outro ponto crítico a demandar um enorme esfor- ço, tanto dos governos quanto de órgãos de classe e das próprias organizações, diz respeito à prepara- ção de pessoal para responder, nos postos de traba- lho, às exigências de um mundo cada vez mais competitivo em todos os aspectos. Saber interagir com as novas tecnologias, fazer delas um diferenci- al a seu favor, é o que procuram as empresas nos colaboradores já contratados e a contratar. A neces- sidade cada vez maior de tornar a Educação Conti- nuada um componente da cultura incorporada em cada profissional, fez surgir o que chamo de “empre- sa-escola”, ou seja, a que toma para si também o processo de formar/ atualizar seus trabalhadores para o seu negócio e, portanto, para o mercado, valorizando o capital inte- lectual e a criatividade.
  • 2. Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e o Ser- viço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), com cursos para profissionais da indústria e do comércio/ prestação de serviços, respectivamente. Outro ponto levantado na pesquisa, diz respeito às instituições credenciadas nos Estados e Municípios, que atuam nos ensinos fundamental, médio e profissionali- zante, e atendem a jovens e adultos supletivamente. Elas são responsáveis por atender a 48,6 por cento do universo de estudantes de EAD, o que representa mais de 150.000 cursistas. Vale destacar que este número se aproxima dos 160.000 alunos que estão matriculados em cursos de graduação, seqüencial ou pós-graduação. A pesquisa veio constatar, ainda, o que especialis- tas de EAD já supunham : que o ensino a distância é a modalidade que apresenta maior crescimento nos últimos anos no país. Em se tratando de gradu- ação e pós-graduação, comparando-se com dados levantados anteriormente pelo Ministério da Educa- ção, o número de estudantes saltou de 76.000 para cerca de 150.000, o que confere à EAD, em apenas um ano, uma expansão de aproximadamente 100 por cento. Em nossa opinião, esse crescimento se deve tanto a uma mudança de visão e valorização da EAD, como forma de ter acesso a uma educação de quali- dade, como a necessidade de atualização profissional Se a universalização da educação fundamental está estatisticamente atingida, o país viu seus jovens se movimentarem para dar seqüência aos estudos, buscar o ensino médio e não descartar do sonho de “ser alguém” pela Educação,e lutar por uma vaga na Universidade. A Universidade Brasileira não acumulou a história de muitas de suas congêneres da América Latina, mas nas quatro últimas décadas passou por uma expansão pouco vista em outros países em desen- volvimento. Em 2003, o país possuía 3.900.000 estudantes em 16.453 cursos de graduação, com crescimento de 11,7 por cento em relação ao ano anterior, tendo as 207 instituições públicas respon- dido por 7,8 por cento e as 1.652 privadas, por 18 por cento desse aumento. Vale destacar que o número de vagas oferecidas nas instituições de ensino superior, no mesmo ano, pela primeira vez ultrapassou o de concluintes do ensino médio regu- lar em 2002, sendo de 12,9 por cento o crescimen- to total da oferta de vagas. Quanto às funções docentes, estavam em exercí- cio nas instituições brasileiras, em 2003, 254.153 profissionais, sendo nas públicas 88.795 ( 39,5 por cento são doutores e 27,3 por cento, mestres) e nas instituições privadas, 165.358 (com doutorado, 11,8 por cento e com mestrado, 39,4 por cento). No entanto, a desigualdade no atendimento a população que deseja cursar uma instituição de ensi- no superior pode ser constatada, quando se compro- va que apenas 20 municípios dos cerca de 5.600 concentram 45 por cento do total de alunos, ou seja, 1.578.222 . Duas das cidades - São Paulo e Rio de Janeiro - detêm, respectivamente, 377.471 (10,8 por cento) e 236.644 (6,8 por cento) do total dos estu- dantes. (Fonte: Censo de Educação Superior 2003. MEC/INEP). Pesquisa realizada em 2004 por duas organiza- ções não governamentais (o Instituto Monitor e a ABED), sobre a realidade da EAD no Brasil, destaca que 1.100.000 estudantes realizaram algum curso a distância, em instituição credenciada oficialmente, seja no ensino superior, médio ou fundamental, e em seis outras grandes organizações , a saber: a Fundação Roberto Marinho, que oferece o Telecur- so 2000 para jovens e adultos; o SEBRAE , com seus cursos voltados para o segmento que atua em micro e pequenas empresas; o Governo do Estado de São Paulo, com projetos para profissionais de diversas áreas, com destaque para a da Educação; a Telemar, empresa do ramo das telecomunicações, que atua através da sua universidade corporativa, a UNITE, com cursos a seus colaboradores; e o Serviço 76 Tecnología y Comunicación Educativas No. 41 AeducaçãoadistâncianoBrasil Algumasconsideraçõessobrecritériosdequalidade
  • 3. crescente , além do aumento dos cursos oferecidos, que últimos quatro anos cresceu 600%. Se, em 2001, os cursos à distância eram apenas 11 e, em 2002, 19, um ano depois já totalizavam 34, para, em 2004, ver a oferta atingir 77 cursos. A EAD no Brasil guarda características bastante interessantes, tanto com relação à natureza das organizações que disponibilizam cursos, em termos de suas vinculações administrativas (públicas - fede- ral, estadual, municipal -, privadas e de outras cate- gorias), como o nível do ensino oferecido (supletivo, regular; fundamental, médio, superior, profissionali- zante , de extensão, etc.) e os meios ou suportes escolhidos, a modelagem e duração desses cursos. As chamadas gerações da EAD convivem nesse país continental, que tanto necessita de ofertas educativas de qualidade para atender a demanda de suas carên- cias, chegando até onde estão os que precisam de estudar e construir novos conhecimentos. Assim, têm-se hoje cursos de altíssima qualidade oferecidos on-line ou por CD-ROM, vídeo e telecon- ferência, como utilizando tecnologias mais tradicio- nais , como o material impresso, associado ou não a outros meios, o rádio, a Tv , o que caracteriza uma verdadeira convergência de meios. O crescimento, expansão e barateamento de acesso às novas tecnologias fez com que organiza- ções até então afastadas da EAD, passassem a enca- rá-la como um desafio a ser vencido. Nesse caso está o mundo universitário, que até cinco anos atrás via a EAD como oferta exclusiva para atender a massa fora da faixa etária do ensino regular (cursos supletivos), com raras e honrosas exceções. São criadas redes nacionais, regionais e estaduais de universidades públicas e privadas e consórcio de particulares para criação e oferta de cursos a distân- cia, o que configura uma mudança de paradigmas e a abertura de novos papéis e possibilidades para a comunidade carente de educação superior. Hoje, com apoio do MEC, estão sendo abertas 18.000 vagas em cursos de formação de professo- res a distância em universidades públicas. Há recur- so para serem abertas mais, pelo menos, 30.000 vagas em 2006. Também, através da Universidade Aberta do Brasil, um esforço conjunto do MEC com as Universidades Públicas, deve ser aberto pelo menos um curso de Administração, com 2.000 vagas iniciais. A previsão para 2006 é que cerca de 100.000 estudantes tenham ingressado em cursos de graduação a distância. 3. A Regulamentação e os Referenciais de Qualidade a EAD - A Legislação Para a EAD no Brasil, o ano de 1996 constitui-se num marco, que lhe dá legitimidade e visibilidade. A lei maior da Educação no país – a Lei de diretrizes e Bases, de nº 9394, em seu artigo 80, refere-se à EAD e ao papel do Poder Público, nesses termos: O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância em todos os níveis e modalidades de ensino e de edu- cação continuada. Textos legais subseqüentes tratam da regulamenta- ção e normatizam a EAD, em alguns pontos, apon- tando questões como a qualidade e a avaliação. Para efeito desse trabalho estão destacados os seguintes: • Os programas e cursos a distância no âmbito da educação superior, devem atender aos padrões nacionais de qualidade de cursos. • O Plano de Desenvolvimento Institucional PDI deve pautar-se pelas diretrizes curriculares e pelos padrões de qualidade de cursos nacionais e , integração da educação à distância ao projeto pedagógico de oferta de seus cursos superiores. 77 Julio-diciembre de 2005 MarleneM.Blois
  • 4. • O resultado das avaliações insti- tucionais e das verificações realizadas para fins de autorização ou reconheci- mento será divulgado pelo Ministério da Educação. A nova Legislação proposta Com a evolução crescente da EAD em todos os segmentos educacionais, um novo decreto foi elaborado, adotando- se um processo contínuo (desde 2003) e participativo, do qual participa- ram: Secretarias e órgãos do MEC, o Conselho Nacional de Educação, os Conselhos Estaduais de Educação, Ins- tituições de Ensino, Associações envol- vidas com a EAD e a sociedade em geral. No final de agosto de 2005, o documento foi encaminhado à Casa Civil, esperando o MEC , que não sofra nenhuma mudança significativa, uma vez que foi amplamente discutido antes do envio. Alguns destaques para efeito da temática desse estudo: • Nova definição para a EAD: Para os fins deste Decreto, considera-se educação a distância a modalidade educacional que busca superar limitações de espaço e tempo com a aplica- ção pedagógica de meios e tecnologias da informa- ção e da comunicação e que, sem excluir atividades presenciais, organiza-se segundo metodologia, ges- tão e avaliação peculiares. • Alinhamento dos cursos e programas a distância com: • Os fins, princípios e objetivos da educação nacional. • As Diretrizes Curriculares Nacionais estabeleci- das pelo Ministério da Educação para os res- pectivos níveis e modalidades educacionais. • Os Referenciais de Qualidade para Educação a Distância, definidos pelo Ministério da Edu- cação, os quais terão por objetivo o desen- volvimento e a avaliação dos processos de ensino e aprendizagem. • Bibliotecas adequadas, inclusive com acervo eletrônico remoto e acesso por meio de redes de comunicação e sistemas de infor- mação, com regime de funcionamento e • Cursos superiores a distância, no sistema federal de ensino, exigem a realização de verificação e avaliação prévia por especialistas designados pelo Ministério da Educação. • A autorização e o reconhecimento dos programas e cursos superiores a distância serão limitados a cinco anos, podendo ser renovados após avalia- ção favorável, sendo que o reconhecimento de cursos de graduação e seqüenciais a distância requererá prévia avaliação do MEC. • As avaliações obedecerão a procedimentos, crité- rios, indicadores de qualidade definidos. • A autorização e o reconhecimento de programas a distância de mestrado e doutorado será objeto de avaliação prévia pelo Ministério. • Os diplomas de cursos superiores de graduação a distância emitidos por instituições estrangeiras, mesmo quando realizados em cooperação com instituições sediadas no Brasil, para gerarem efei- tos legais, deverão ser revalidados por universida- des públicas brasileiras. • A avaliação do rendimento do aluno para fins de promoção, certificação ou diplomação, dar-se-á no processo com a realização, em algum momen- to, de exames presenciais. 78 Tecnología y Comunicación Educativas No. 41 AeducaçãoadistâncianoBrasil Algumasconsideraçõessobrecritériosdequalidade
  • 5. atendimento aos estudantes de educação a distância. • Bibliotecas adequadas, inclusive com acervo eletrônico remoto e acesso por meio de redes de comunicação e sistemas de infor- mação, com regime de funcionamento e atendimento aos estudantes de educação a distância. Os resultados das avaliações mencionadas no inciso III deste artigo deverão ser considerados para os pro- cedimentos de recredenciamento. • EAD para educação básica de jovens e adultos • A matrícula em cursos a distância para educa- ção básica de jovens e adultos poderá ser feita independentemente de escolarização anterior, obedecida a respectiva idade míni- ma e mediante avaliação do educando, que permita sua inscrição na etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sis- tema de ensino. • A avaliação de desempenho dos estudantes deverá ser feita no processo, pela própria insti- tuição de ensino credenciada para ministrar cur- sos a distância, segundo critérios e procedimentos previstos no projeto pedagógico do curso. • As avaliações de que trata o caput e que conduzem à pro- moção, conclusão de estudos e à obtenção de diplomas ou certificados deverão ser espe- cificadas no projeto pedagógi- co, de modo que o resultado final de exames presenciais predomine sobre o resultado das demais avaliações. • A avaliação do desempenho do estudante para fins de pro- moção dar-se-á no processo, mediante o cumprimento das atividades programadas e a realização de exames presen- ciais periódicos sob a respon- sabilidade da instituição de ensino credenciada, segundo procedimentos e critérios defi- nidos no projeto pedagógico do curso ou programa. • Os resultados dos exames presenciais perió- dicos referidos no caput deste artigo prevale- cerão sobre os demais resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a dis- tância. • Os estudantes de cursos de graduação a dis- tância deverão ser inscritos pelas respectivas instituições de ensino nas avaliações nacionais correspondentes à sua área de diplomação. • Diplomas de cursos realizados em instituições estrangeiras. • Os diplomas de cursos ou programas superi- ores de graduação a distância emitidos por instituição estrangeira, inclusive os ofertados em convênios com instituições sediadas no Brasil, deverão ser revalidados por universida- de brasileira, conforme a legislação vigente. • Para os fins de revalidação de diploma de curso ou programa de graduação, faculta-se à universidade exigir, do portador do diploma estrangeiro, que se submeta à complementa- ção de estudos, provas ou exames destina- 79 MarleneM.Blois
  • 6. 5. Qualidade dos recursos educacionais. 6. Infra-estrutura de apoio. 7. Avaliação de qualidade contínua e abrangente. 8. Convênios e parcerias. 9. Edital e informações sobre o curso de graduação a distância. 10.Custos de implementação e manutenção da gra- duação a distância. As instituições têm total liberdade para criar outros indi- cadores pertinentes e específicos ao projeto proposto. Outro ponto destacado diz respeito ao princípio-mes- tre a der considerado: “ o fundamento da graduação é a educação da pessoa para a vida e o mundo do tra- balho” , não se tratando, portanto, de uma valorização excessiva da tecnologia e da informação. Quanto aos cursos de nível fundamental e médio, inclusive técnico, cabe aos Conselhos Estaduais de Educação, órgãos responsáveis por sua normatiza- ção, definir os indicadores a serem considerados, na construção das propostas dos cursos. A SEED considera como pontos fundamentais na hora de autorizar a abertura de um curso a distância: • O compromisso dos gestores. • O desenho do projeto. • A equipe multidisciplinary. • A comunicação / interação entre os agentes. • Os recursos educacionais. • A infraestrutura de apoio. • A avaliação contínua e abrangente. • Os convênios e parcerias. • A transparência nas informações. • A sustentabilidade financeira. 4. Pontos para Reflexão Nas duas últimas décadas o Brasil apresenta-se como um espaço democrático de ofertas de EAD, no que tange às tecnologias e suportes utilizados, e aos cursos que diferentes instituições estão ofere- cendo, sejam instituições tradicionalmente educati- vas ou organizações que passam a assumir a responsabilidade de atualizar seus colaborados, uti- lizando o e-lear ning nas suas recém criadas univer- sidades corporativas. dos a suprir ou aferir conhecimentos, compe- tências e habilidades na área de diplomação. • Disposições Finais e Transitórias. • Os cursos a distância para a educação básica de jovens e adultos autorizados com duração inferior a dois anos no ensino fundamental e um ano e meio no ensino médio, deverão inscrever seus alunos em exames de certifica- ção, para fins de conclusão do respectivo nível de ensino. • Os exames citados no caput serão realizados pelo órgão executivo do respectivo sistema de ensino ou por instituições por ele creden- ciadas. • Os Referenciais de Qualidade. O Ministério da Educação estabeleceu Referenciais de Qualidade de EAD para a autorização de cursos de graduação a distância, buscando assegurar que as ins- tituições trabalhem continuamente visando a melhori- as na criação, aperfeiçoamento e divulgação de conhecimentos culturais, científicos, tecnológicos e profissionais, que contribuam para superar os proble- mas regionais, nacionais e internacionais e para o desenvolvimento sustentável dos seres humanos, sem exclusões, nas comunidades e ambientes em que vivem. Destaca a importância de que seja analisado cada item e que todos estejam articulados, numa aborda- gem global , para a construção e o bom desenvolvi- mento do projeto do curso A realidade cultural e sócio-econômica da clientela, cidade, região e às particularidades de cada organização precisam ser respeitadas e presentes na construção da proposta do curso. Sem terem força de lei, a SEED/ Secretaria de Edu- cação a Distância do MEC, indica dez itens básicos, que devem nortear as instituições que pretendem criar programas de graduação a distância, e que ser- virão, também, como orientação às Comissões de Especialistas ao analisarem os projetos. Os itens são: 1. Integração com políticas, diretrizes e padrões de qualidade definidos para o ensino superior como um todo e para o curso específico. 2. Desenho do projeto: a identidade da Educação a Distância. 3. Equipe profissional multidisciplinar. 4. Comunicação/ interatividade entre professor e aluno. 80 Tecnología y Comunicación Educativas No. 41 AeducaçãoadistâncianoBrasil Algumasconsideraçõessobrecritériosdequalidade
  • 7. Os cursos de graduação a distância , por serem bastante recentes, ainda não apresentam dados de avaliação que possam vir a constituir-se em referen- cial para os que estão sendo criados e em anda- mento. O processo de avaliação desses cursos deve inici- ar-se, no próximo ano, em uma ação conjunta pro- posta delo MEC. Até hoje as avaliações feitas foram muito mais para efeitos de credenciamento de instituições e autorização e reconhecimento de cursos. Vale destacar o conjunto de trabalhos acadêmicos de avaliação , que o Curso de Pedagogia da Univer- sidade Federal de Mato Grosso já possui, que deve ser analisado e considerado. Quanto à legislação, constata-se um avanço quan- to ao credenciamento de cursos superiores, que passa a ser único, ou seja, sem distinção se a insti- tuição se habilitou com um curso de especialização, com um curso de graduação ou de pós-graduação stricto sensu. No caso de instituições vinculadas aos conselhos estaduais (educação profissional de nível médio e Educação de Jovens e Adultos) passa a haver um credenciamento federal, quando a instituição pre- tender atuar para além de seu estado de origem. Como já era anteriormente, o credenciamento deve vir acompanhado de um projeto de curso. No entanto o credenciamento da instituição e a autori- zação do curso são dois atos distintos. Nesse contexto, as novas tecnologias abrem pers- pectivas para que cursos, com maior interatividade entre seus atores, possam chegar a segmentos da população localizadas em pontos distantes dos gran- des centros. Como as Instituições de Ensino Superior abriram- se, sem medo ou discriminação, para a EAD, acredi- ta-se que a mesma qualidade dos cursos por elas oferecidos presencialmente venha a beneficiar um contingente até agora impossibilitado de ter acesso à universidade. Que os indicadores de qualidade passem por revisões periódicas, à luz dos novos paradigmas de uma educação não bancária, uma Educação que busque a autonomia dos estudantes na construção de conhecimento por diferentes vias então abertas pelas tecnologias desse século, sem descuidar da formação humanística e do respeito à cultura de cada indivíduo e do país. Porque, como afirmou Paulo Freire, Não há nada parado. Tudo está sendo, nada é. 81 Julio-diciembre de 2005 MarleneM.Blois
  • 8. Los trabajos contenidos en esta obra, desprendidos del VII Congreso Latinoamericano de Investigadores en Comunicación, permiten un acercamiento a los espacios universitarios en donde tiene lugar la formación de los comunicadores en seis países de nuestro con- tinente, para conocer las líneas sobre las cuales trabajan los especialistas-docentes-inves- tigadores, que desde perspectivas diversas, pero alentados por el propósito de fortalecer la formación de profesionales en comunicación, dedican esfuerzos al estudio de los fac- tores que inciden durante su preparación y en su inserción en el ámbito laboral. Cada uno de los cuatro segmentos de este libro presenta un enfoque diferente en cuanto a la temática de trabajo, el hilo conductor y núcleo de las aportaciones es siempre la comunicación, para abordar la formación de los comunicadores; la construcción del campo de conocimiento; las nuevas tendencias y la influencia de las tecnologías digita- les y, al final, presenta otras perspectivas de la comunicación educativa. En la primera parte de Bitácora de viaje se ilustra el largo camino recorrido por algunas instituciones universitarias de la región, para fortalecer la presencia de una profesión que se plantea a sí misma innumerables retos en cuanto a la congruencia de las propuestas curriculares, su relación con las expectativas de los egresados y su inserción en el campo de trabajo disponible para ellos. En la segunda parte, Reflexiones y estrategias para la construcción del campo de conocimiento comunicación/educación, es posible identificar nuevos espacios teóricos que nos permiten reconocer la actuación de los medios de comunicación que en conjunción con la escuela, pueden transformar la información en conocimiento. En la tercera parte, Tecnologías digitales en la educación. Tenden- cias y experiencias, adquiere particular atención la informática, no sólo como herramienta de difusión, procesamiento y almacenamien- to de contenidos, sino como mediadora en el aprendizaje que se construye a través de procesos sociales comunicativos. Por último, en Intervenciones, conquistas y deudas en el campo de la comunicación educativa se presentan trabajos que ofrecen un panorama aplicativo, analítico y reflexivo sobre la importan- cia que tiene el acontecimiento comunicativo en los procesos de socia- lización y de enseñanza-aprendizaje. Las experiencias describen, desde una adaptación del modelo de mediación pedagógica y las inteligencias múltiples para la cons- trucción de significados, la importancia de revisar el paradigma basado en la crítica ideológi- ca, para enmarcarlo en el acto comunicativo donde confluyen procedimientos más complejos en los que participan los procesos de socialización mediática, familiar y escolar. Esperamos que los lectores encuentren en esta publicación motivos suficientes para cuestionar, proponer y desarrollar, investigaciones y propuestas que contribuyan a la construcción de los caminos por los que ha de transitar la formación de comunicadores y de especialista de la comunicación en general y la comunicación educativa como un interés particular. Bitácora de viaje Investigación y formación de profesionales de la comunicación en América Latina