1. Badaró
“Morre um liberal, mas não morre a liberdade!"
Edição: 3
Suas ideias não correspondem aos fatos
Q
uando uma situação se é caso daqueles jornalistas que Nada além disso. Imaginemos,
faz visível aos olhos de adoram relatar um acontecimento ainda, que a cada vez que
todos, ou seja, quando como se redigissem manuais, ficamos angustiados por não
se torna evidente e verificável como se fosse possível descrever conseguirmos enxergar nada,
para qualquer investigação, um acontecimento sendo fiel a projetamos um feixe de luz. E,
dizem tratar-se de um ato de “realidade.” Realidade de quem? nessa tentativa de iluminarmos
transparência. Este ato não está Estar em busca de uma o ambiente, nossas sensações se
apenas no discurso científico ou conduta ética é estar em busca tornam ainda mais angustiantes,
político, ele também está presente da transparência. E, quando pois, se existe luz, por que
em nosso cotidiano, inclusive na estamos nessa busca, podemos estamos vivendo na escuridão?
própria produção deste texto, já dizer que estamos tentando agir Esta analogia serve para explicar
que tentamos, no mínimo, ser com retidão. Porém, quando que a falta de transparência é
claros quando procuramos nos fingimos ou manipulamos, entra como viver no escuro. Fornece
comunicar com outras pessoas. em cena a mais temível face da aos poderosos o recurso da
Ser claro, ser evidente e transparência. A hipocrisia. Isto invisibilidade, onde tudo pode
objetivo, é ser transparente. E acontece quando o discurso faz ser feito sem interferências,
isso é o que geralmente tentamos, uso de frases bem construídas investigações ou críticas. Eis
mas nem sempre conseguimos. A e palavras de impacto para criar o verdadeiro e opaco paraíso
propósito, transparência em um uma teoria bem diferente da da corrupção. Diante disso,
discurso muitas vezes pode dar a prática. ou ficamos cada vez mais
impressão de ingenuidade, como Imaginemo-nos, por exemplo, indignados, ou fingimos acreditar
dentro de um ambiente escuro. que tudo está claro.
Nesta Edição do Badaró: Historix informa >
Você poderá conferir
textos opinativos
“Adoramos a perfeição,
produzido por nós porque não a podemos
acadêmicos, além disso ter; repugna-la-íamos, se
o Badaró traz também os
versos da transparência,
a tivéssemos. O perfeito
informações sobre o curso é desumano, porque o
de História e uma pitada humano é imperfeito.”
de humor.
Fernando Pessoa
Boa leitura!
2. Entre testemunhos e silêncios
O
A construção histórica é quase questionário, consistem no
“ bom historiador se
sempre um diálogo com os primeiro requisito para uma
parece com o ogro
mortos. Narramos um tempo que construção mais comprometida,
da lenda. Onde fareja
não vivemos, acontecimentos. bem conduzida.
carne humana, sabe que ali está
Segundo Pierre Vidal-Naquet Mesmo fontes tidas como
a sua caça”. Nada melhor para
“todo mundo que é claras somente respondem
esse começo do que
objeto da história é um quando são lançadas perguntas,
uma citação de Marc
mundo desaparecido, caso contrário, permanecem no
Bloch, tão discutido,
mesmo que esse passado silêncio. Vale enaltecer que o
de forma magistral,
remonte algumas horas”. historiador pode lidar com três
pela profª Ana Carolina
São nossas perguntas tipos de silêncios possíveis. O
(a quem este texto é
feitas ao documento o “silêncio irremediável” quando
inspirado). A história
condicionante de nossa não há vestígios disponíveis, que
pode ser tomada como
análise. A resignação, torne possível sua pesquisa, nesse
estudo dos homens
a mera descrição de sentido é irrealizável. Também
no tempo. Partindo
palavras, a sacralização há o “silêncio necessário”, a
desse pressuposto sua
da fonte, tidas como inconstantes história é muito ampla e não
narração e arquitetura, só se
destoa-se do método critico existe condição de comprimir
torna possível via testemunhos.
de abordagem. Tal método tudo, é preciso, sob essa óptica,
Ou seja, vestígios deixados pelo
consiste em problematizar e silenciar algumas fontes para
passado, por homens de outro
criar um horizonte de novas que outras se pronunciem. Por
tempo, voluntariamente ou não
possibilidades. As fontes não fim existe o “silêncio arbitrário”,
e, que são apreciados pelos
falam por si mesma, é preciso onde fontes são silenciadas para
historiadores. Esses resquícios
indagá-las esperando que que uma determinada teoria se
são escritos, monumentos,
elas gerem respostas ou até sobressaia, os dados são postos
quadros e outros; de certo modo,
mesmo dúvidas. Portanto, as debaixo do tapete, feito uma
é tudo que é percebido e descrito,
interpelações suscitam um forma de desonestidade para
tocado pelo homem.
com a história.
Transparência, mas nem tanto
A
privacidade é um e, portanto, não nos cabe julgar Dificilmente um político teria
direito constitucional de aqui se é errado ou não valer- grande credibilidade com seus
todos nós, brasileiros. se dela nesse sentido, já que a eleitorado, se sua vida particular
Inevitavelmente, essa palavra proposta desta edição do Badaró fosse repleta de excessos. Seria,
acaba esbarrando no tema desta não é questionar as leis de nossa no mínimo, hipocrisia do político
edição do Badaró. Isto porque Constituição Federal. afirmar uma coisa e praticar
é comum acompanharmos nos Com isso, entramos aqui em outra. Assim, o que se percebe
noticiários casos de políticos que um novo debate, já que alguns nesse debate é que atitude moral
se utilizam desse direito para atos praticados na vida pessoal e ética deve se estender à vida
impedir que as investigações de podem acabar se refletindo na cotidiana. Desta forma, sequer
seus atos se aprofundem. Sim, a vida profissional ou pública. questionaríamos a transparência
privacidade é um direito de todos Vejamos um exemplo. e seus limites.
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3. Transparência em versos
por: Kiko di Faria
Nesta era cibernética No bojo da apatia
Já era a transparência Com de paciência
Esta era cibernética Morre o sonho, nasce o crime
Anti ética e poli estética Que a todos cercam e oprime
Neo lítica liberal No império da prepotência
De política canibal Transformando hipocrisia
Transparência na essência Que é caso de família Com um discurso de excelência
A maquiagem do ilegal Num grito de transparência Vão imperando sem clemência
Vão levando esta nação
Ilumina-se o escuro Educação pós-moderna Pra vala da indecência
Ocultando o que importa Formando vís homídeos Inculcando em cada um
A sujeira corriqueira Diplomados como Doutos Pouco a pouco a cada dia
Com sutileza e brincadeira Tem a práxis dos eqüídeos Seus valores invalor
Vai pra baixo do tapete No pasto da ignorância Nos legando o dissabor
Ou para detrás da porta Imperam com maestria
Levando a gente a viver do jeito Adorando aos privilégios Dissabor que se revela
que o diabo gosta Vivem numa idolatria No jornal ou na novela
No boteco ou escola
Na Igreja e na família
No coletivo e no público
No privado e na folia
Desta viz podre paródia
De uma tal democracia
Enquanto isso na nossa Unidade
M
anter os alunos Cruz. Por meio delas, ficamos instalação de um sistema de luz
informados sobre os cientes dos recursos financeiros para iluminar a o pátio. Não que
fatos ocorridos na nossa pertinentes à nossa coordenação. esta iniciativa seja criticável; pelo
Unidade também é uma forma O compartilhamento dessas contrário, tudo que traz algum
de transparência. Nesse sentido, informações contribui para nos conforto para a nossa Unidade
podemos afirmar e garantir que livrar de futuras surpresas, as merece elogios. Mas a falta de
nosso curso de História prioriza o quais poderiam constranger um comunicação entre setores pode
discurso e as ações transparentes ou outro setor que compõe a levar a algumas interpretações
entre o coordenador do curso, vida universitária. No entanto, exageradas, ou não. O fato
professores e acadêmicos. O o fato de adotarmos entre nós é que todas essas falhas ou
exemplo maior de tal postura a transparência, de tentarmos lacunas poderiam ser evitadas
são as constantes prestações de alcançar o inalcançável, nem se recorrêssemos a um recurso
contas, regularmente divulgadas sempre é suficiente para evitar pelo qual os seres humanos
pelo coordenador Fábio Santa tais surpresas. Surpresas como a conseguem se fazer entender há
séculos - a comunicação.
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4. Comunicado por Comissão eleitoral
A
pós dois meses de por nossa Unidade. Na primeira e a inscrição será do dia 29
reuniões e debates reunião diagnosticamos alguns de agosto de 2011 (segunda-
calorosos foram abertas problemas, os quais o próximo feira) ao dia 02 de setembro de
as inscrições das chapas para CA deverá estar atento. Na 2011 (sexta-feira). A comissão
a eleição do CA de História. segunda reunião, debatemos eleitoral é formada pelos alunos:
Algumas questões foram acerca da estrutura do CA Danilo do 1°ano; Moisés 2°ano;
intensamente debatidas pelos nascente e definimos os eixos Lucas 3°ano; Mauricio 4°ano.
alunos do curso, ressaltamos a do pleito. Tal estrutura será Participem, votem, dialoguem,
participação dos alunos, mesmo disponibilizada a cada chapa os esforços para a revitalização
os não interessados em participar inscrita, podendo esta adotar do movimento estudantil no
de chapas, que se envolveram ou não o modelo, a escolha é curso de História necessita
nas discussões acerca dos livre. As chapas poderão ser da contribuição de todos os
principais problemas vividos formadas de 5 a 10 membros, acadêmicos.
Danilo - 1° ano
Outras informações: Moisés - 2° ano
II Copa Ney será em 1 de outubro Lucas -3° ano
VII Semana de História já tem datas definidas Mauricio - 4° ano
Professores do curso assumem editoria de revista
UEG-Formosa oferecerá curso de inglês coloquial
TCCs já podem ser consultados
Viste a página do curso: http://historiauegformosa.blogspot.com
Humor com H
Responsáveis pelo Badaró: Fernando Teixeira, Joaquim Teles, Marcos Dias e Victor Barbosa 4