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Badaró
                     “Morre um liberal, mas não morre a liberdade!"
                                                                                                 Edição: 3

   Suas ideias não correspondem aos fatos

Q
          uando uma situação se      é caso daqueles jornalistas que     Nada além disso. Imaginemos,
          faz visível aos olhos de   adoram relatar um acontecimento     ainda, que a cada vez que
          todos, ou seja, quando     como se redigissem manuais,         ficamos angustiados por não
se torna evidente e verificável      como se fosse possível descrever    conseguirmos enxergar nada,
para qualquer investigação,          um acontecimento sendo fiel a       projetamos um feixe de luz. E,
dizem tratar-se de um ato de         “realidade.” Realidade de quem?     nessa tentativa de iluminarmos
transparência. Este ato não está      Estar em busca de uma              o ambiente, nossas sensações se
apenas no discurso científico ou     conduta ética é estar em busca      tornam ainda mais angustiantes,
político, ele também está presente   da transparência. E, quando         pois, se existe luz, por que
em nosso cotidiano, inclusive na     estamos nessa busca, podemos        estamos vivendo na escuridão?
própria produção deste texto, já     dizer que estamos tentando agir     Esta analogia serve para explicar
que tentamos, no mínimo, ser         com retidão. Porém, quando          que a falta de transparência é
claros quando procuramos nos         fingimos ou manipulamos, entra      como viver no escuro. Fornece
comunicar com outras pessoas.        em cena a mais temível face da      aos poderosos o recurso da
 Ser claro, ser evidente e           transparência. A hipocrisia. Isto   invisibilidade, onde tudo pode
objetivo, é ser transparente. E      acontece quando o discurso faz      ser feito sem interferências,
isso é o que geralmente tentamos,    uso de frases bem construídas       investigações ou críticas. Eis
mas nem sempre conseguimos. A        e palavras de impacto para criar    o verdadeiro e opaco paraíso
propósito, transparência em um       uma teoria bem diferente da         da corrupção. Diante disso,
discurso muitas vezes pode dar a     prática.                            ou     ficamos cada vez mais
impressão de ingenuidade, como        Imaginemo-nos, por exemplo,        indignados, ou fingimos acreditar
                                     dentro de um ambiente escuro.       que tudo está claro.



  Nesta Edição do Badaró:            Historix informa >
   Você poderá conferir
   textos         opinativos
                                       “Adoramos a perfeição,
   produzido     por     nós           porque não a podemos
   acadêmicos, além disso              ter; repugna-la-íamos, se
   o Badaró traz também os
   versos da transparência,
                                       a tivéssemos. O perfeito
   informações sobre o curso           é desumano, porque o
   de História e uma pitada             humano é imperfeito.”
   de humor.
                                                     Fernando Pessoa
         Boa leitura!
Entre testemunhos e silêncios

O
                                       A construção histórica é quase     questionário, consistem no
“        bom historiador se
                                      sempre um diálogo com os            primeiro requisito para uma
         parece com o ogro
                                      mortos. Narramos um tempo que       construção mais comprometida,
         da lenda. Onde fareja
                                      não vivemos, acontecimentos.        bem conduzida.
carne humana, sabe que ali está
                                      Segundo Pierre Vidal-Naquet          Mesmo fontes tidas como
a sua caça”. Nada melhor para
                                              “todo mundo que é           claras    somente      respondem
esse começo do que
                                              objeto da história é um     quando são lançadas perguntas,
uma citação de Marc
                                              mundo       desaparecido,   caso contrário, permanecem no
Bloch, tão discutido,
                                              mesmo que esse passado      silêncio. Vale enaltecer que o
de forma magistral,
                                              remonte algumas horas”.     historiador pode lidar com três
pela profª Ana Carolina
                                              São nossas perguntas        tipos de silêncios possíveis. O
(a quem este texto é
                                              feitas ao documento o       “silêncio irremediável” quando
inspirado). A história
                                              condicionante de nossa      não há vestígios disponíveis, que
pode ser tomada como
                                              análise. A resignação,      torne possível sua pesquisa, nesse
estudo dos homens
                                              a mera descrição de         sentido é irrealizável. Também
no tempo. Partindo
                                              palavras, a sacralização    há o “silêncio necessário”, a
desse pressuposto sua
                                      da fonte, tidas como inconstantes   história é muito ampla e não
narração e arquitetura, só se
                                      destoa-se do método critico         existe condição de comprimir
torna possível via testemunhos.
                                      de abordagem. Tal método            tudo, é preciso, sob essa óptica,
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                                      consiste em problematizar e         silenciar algumas fontes para
passado, por homens de outro
                                      criar um horizonte de novas         que outras se pronunciem. Por
tempo, voluntariamente ou não
                                      possibilidades. As fontes não       fim existe o “silêncio arbitrário”,
e, que são apreciados pelos
                                      falam por si mesma, é preciso       onde fontes são silenciadas para
historiadores. Esses resquícios
                                      indagá-las      esperando    que    que uma determinada teoria se
são     escritos,  monumentos,
                                      elas gerem respostas ou até         sobressaia, os dados são postos
quadros e outros; de certo modo,
                                      mesmo dúvidas. Portanto, as         debaixo do tapete, feito uma
é tudo que é percebido e descrito,
                                      interpelações     suscitam    um    forma de desonestidade para
tocado pelo homem.
                                                                          com a história.


         Transparência, mas nem tanto
 A
          privacidade      é   um     e, portanto, não nos cabe julgar    Dificilmente um político teria
          direito constitucional de   aqui se é errado ou não valer-      grande credibilidade com seus
          todos nós, brasileiros.     se dela nesse sentido, já que a     eleitorado, se sua vida particular
Inevitavelmente, essa palavra         proposta desta edição do Badaró     fosse repleta de excessos. Seria,
acaba esbarrando no tema desta        não é questionar as leis de nossa   no mínimo, hipocrisia do político
edição do Badaró. Isto porque         Constituição Federal.               afirmar uma coisa e praticar
é comum acompanharmos nos              Com isso, entramos aqui em         outra. Assim, o que se percebe
noticiários casos de políticos que    um novo debate, já que alguns       nesse debate é que atitude moral
se utilizam desse direito para        atos praticados na vida pessoal     e ética deve se estender à vida
impedir que as investigações de       podem acabar se refletindo na       cotidiana. Desta forma, sequer
seus atos se aprofundem. Sim, a       vida profissional ou pública.       questionaríamos a transparência
privacidade é um direito de todos     Vejamos        um       exemplo.    e seus limites.

                                                                                                                2
Transparência em versos
          por: Kiko di Faria


     Nesta era cibernética                 No bojo da apatia
     Já era a transparência                Com de paciência
      Esta era cibernética            Morre o sonho, nasce o crime
    Anti ética e poli estética        Que a todos cercam e oprime
       Neo lítica liberal              No império da prepotência
      De política canibal              Transformando hipocrisia
   Transparência na essência             Que é caso de família             Com um discurso de excelência
    A maquiagem do ilegal              Num grito de transparência          Vão imperando sem clemência
                                                                              Vão levando esta nação
     Ilumina-se o escuro                 Educação pós-moderna                  Pra vala da indecência
   Ocultando o que importa               Formando vís homídeos                Inculcando em cada um
     A sujeira corriqueira              Diplomados como Doutos               Pouco a pouco a cada dia
  Com sutileza e brincadeira            Tem a práxis dos eqüídeos               Seus valores invalor
    Vai pra baixo do tapete              No pasto da ignorância               Nos legando o dissabor
    Ou para detrás da porta              Imperam com maestria
Levando a gente a viver do jeito        Adorando aos privilégios                Dissabor que se revela
      que o diabo gosta                   Vivem numa idolatria                  No jornal ou na novela
                                                                                 No boteco ou escola
                                                                                Na Igreja e na família
                                                                               No coletivo e no público
                                                                                No privado e na folia
                                                                               Desta viz podre paródia
                                                                               De uma tal democracia



         Enquanto isso na nossa Unidade

 M
          anter     os     alunos    Cruz. Por meio delas, ficamos      instalação de um sistema de luz
          informados sobre os        cientes dos recursos financeiros   para iluminar a o pátio. Não que
          fatos ocorridos na nossa   pertinentes à nossa coordenação.   esta iniciativa seja criticável; pelo
Unidade também é uma forma            O compartilhamento dessas         contrário, tudo que traz algum
de transparência. Nesse sentido,     informações contribui para nos     conforto para a nossa Unidade
podemos afirmar e garantir que       livrar de futuras surpresas, as    merece elogios. Mas a falta de
nosso curso de História prioriza o   quais poderiam constranger um      comunicação entre setores pode
discurso e as ações transparentes    ou outro setor que compõe a        levar a algumas interpretações
entre o coordenador do curso,        vida universitária. No entanto,    exageradas, ou não. O fato
professores e acadêmicos. O          o fato de adotarmos entre nós      é que todas essas falhas ou
exemplo maior de tal postura         a transparência, de tentarmos      lacunas poderiam ser evitadas
são as constantes prestações de      alcançar o inalcançável, nem       se recorrêssemos a um recurso
contas, regularmente divulgadas      sempre é suficiente para evitar    pelo qual os seres humanos
pelo coordenador Fábio Santa         tais surpresas. Surpresas como a   conseguem se fazer entender há
                                                                        séculos - a comunicação.
                                                                                                                3
Comunicado                                  por Comissão eleitoral



A
         pós dois meses de          por nossa Unidade. Na primeira   e a inscrição será do dia 29
         reuniões e debates         reunião diagnosticamos alguns    de agosto de 2011 (segunda-
         calorosos foram abertas    problemas, os quais o próximo    feira) ao dia 02 de setembro de
as inscrições das chapas para       CA deverá estar atento. Na       2011 (sexta-feira). A comissão
a eleição do CA de História.        segunda reunião, debatemos       eleitoral é formada pelos alunos:
Algumas       questões     foram    acerca da estrutura do CA        Danilo do 1°ano; Moisés 2°ano;
intensamente debatidas pelos        nascente e definimos os eixos    Lucas 3°ano; Mauricio 4°ano.
alunos do curso, ressaltamos a      do pleito. Tal estrutura será    Participem, votem, dialoguem,
participação dos alunos, mesmo      disponibilizada a cada chapa     os esforços para a revitalização
os não interessados em participar   inscrita, podendo esta adotar    do movimento estudantil no
de chapas, que se envolveram        ou não o modelo, a escolha é     curso de História necessita
nas discussões acerca dos           livre. As chapas poderão ser     da contribuição de todos os
principais problemas vividos        formadas de 5 a 10 membros,      acadêmicos.

                                                                                  Danilo - 1° ano
                 Outras informações:                                             Moisés - 2° ano
II Copa Ney será em 1 de outubro                                                  Lucas -3° ano
VII Semana de História já tem datas definidas                                    Mauricio - 4° ano
Professores do curso assumem editoria de revista
UEG-Formosa oferecerá curso de inglês coloquial
TCCs já podem ser consultados

Viste a página do curso: http://historiauegformosa.blogspot.com



                                Humor com H




Responsáveis pelo Badaró: Fernando Teixeira, Joaquim Teles, Marcos Dias e Victor Barbosa                 4

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Badaró 3

  • 1. Badaró “Morre um liberal, mas não morre a liberdade!" Edição: 3 Suas ideias não correspondem aos fatos Q uando uma situação se é caso daqueles jornalistas que Nada além disso. Imaginemos, faz visível aos olhos de adoram relatar um acontecimento ainda, que a cada vez que todos, ou seja, quando como se redigissem manuais, ficamos angustiados por não se torna evidente e verificável como se fosse possível descrever conseguirmos enxergar nada, para qualquer investigação, um acontecimento sendo fiel a projetamos um feixe de luz. E, dizem tratar-se de um ato de “realidade.” Realidade de quem? nessa tentativa de iluminarmos transparência. Este ato não está Estar em busca de uma o ambiente, nossas sensações se apenas no discurso científico ou conduta ética é estar em busca tornam ainda mais angustiantes, político, ele também está presente da transparência. E, quando pois, se existe luz, por que em nosso cotidiano, inclusive na estamos nessa busca, podemos estamos vivendo na escuridão? própria produção deste texto, já dizer que estamos tentando agir Esta analogia serve para explicar que tentamos, no mínimo, ser com retidão. Porém, quando que a falta de transparência é claros quando procuramos nos fingimos ou manipulamos, entra como viver no escuro. Fornece comunicar com outras pessoas. em cena a mais temível face da aos poderosos o recurso da Ser claro, ser evidente e transparência. A hipocrisia. Isto invisibilidade, onde tudo pode objetivo, é ser transparente. E acontece quando o discurso faz ser feito sem interferências, isso é o que geralmente tentamos, uso de frases bem construídas investigações ou críticas. Eis mas nem sempre conseguimos. A e palavras de impacto para criar o verdadeiro e opaco paraíso propósito, transparência em um uma teoria bem diferente da da corrupção. Diante disso, discurso muitas vezes pode dar a prática. ou ficamos cada vez mais impressão de ingenuidade, como Imaginemo-nos, por exemplo, indignados, ou fingimos acreditar dentro de um ambiente escuro. que tudo está claro. Nesta Edição do Badaró: Historix informa > Você poderá conferir textos opinativos “Adoramos a perfeição, produzido por nós porque não a podemos acadêmicos, além disso ter; repugna-la-íamos, se o Badaró traz também os versos da transparência, a tivéssemos. O perfeito informações sobre o curso é desumano, porque o de História e uma pitada humano é imperfeito.” de humor. Fernando Pessoa Boa leitura!
  • 2. Entre testemunhos e silêncios O A construção histórica é quase questionário, consistem no “ bom historiador se sempre um diálogo com os primeiro requisito para uma parece com o ogro mortos. Narramos um tempo que construção mais comprometida, da lenda. Onde fareja não vivemos, acontecimentos. bem conduzida. carne humana, sabe que ali está Segundo Pierre Vidal-Naquet Mesmo fontes tidas como a sua caça”. Nada melhor para “todo mundo que é claras somente respondem esse começo do que objeto da história é um quando são lançadas perguntas, uma citação de Marc mundo desaparecido, caso contrário, permanecem no Bloch, tão discutido, mesmo que esse passado silêncio. Vale enaltecer que o de forma magistral, remonte algumas horas”. historiador pode lidar com três pela profª Ana Carolina São nossas perguntas tipos de silêncios possíveis. O (a quem este texto é feitas ao documento o “silêncio irremediável” quando inspirado). A história condicionante de nossa não há vestígios disponíveis, que pode ser tomada como análise. A resignação, torne possível sua pesquisa, nesse estudo dos homens a mera descrição de sentido é irrealizável. Também no tempo. Partindo palavras, a sacralização há o “silêncio necessário”, a desse pressuposto sua da fonte, tidas como inconstantes história é muito ampla e não narração e arquitetura, só se destoa-se do método critico existe condição de comprimir torna possível via testemunhos. de abordagem. Tal método tudo, é preciso, sob essa óptica, Ou seja, vestígios deixados pelo consiste em problematizar e silenciar algumas fontes para passado, por homens de outro criar um horizonte de novas que outras se pronunciem. Por tempo, voluntariamente ou não possibilidades. As fontes não fim existe o “silêncio arbitrário”, e, que são apreciados pelos falam por si mesma, é preciso onde fontes são silenciadas para historiadores. Esses resquícios indagá-las esperando que que uma determinada teoria se são escritos, monumentos, elas gerem respostas ou até sobressaia, os dados são postos quadros e outros; de certo modo, mesmo dúvidas. Portanto, as debaixo do tapete, feito uma é tudo que é percebido e descrito, interpelações suscitam um forma de desonestidade para tocado pelo homem. com a história. Transparência, mas nem tanto A privacidade é um e, portanto, não nos cabe julgar Dificilmente um político teria direito constitucional de aqui se é errado ou não valer- grande credibilidade com seus todos nós, brasileiros. se dela nesse sentido, já que a eleitorado, se sua vida particular Inevitavelmente, essa palavra proposta desta edição do Badaró fosse repleta de excessos. Seria, acaba esbarrando no tema desta não é questionar as leis de nossa no mínimo, hipocrisia do político edição do Badaró. Isto porque Constituição Federal. afirmar uma coisa e praticar é comum acompanharmos nos Com isso, entramos aqui em outra. Assim, o que se percebe noticiários casos de políticos que um novo debate, já que alguns nesse debate é que atitude moral se utilizam desse direito para atos praticados na vida pessoal e ética deve se estender à vida impedir que as investigações de podem acabar se refletindo na cotidiana. Desta forma, sequer seus atos se aprofundem. Sim, a vida profissional ou pública. questionaríamos a transparência privacidade é um direito de todos Vejamos um exemplo. e seus limites. 2
  • 3. Transparência em versos por: Kiko di Faria Nesta era cibernética No bojo da apatia Já era a transparência Com de paciência Esta era cibernética Morre o sonho, nasce o crime Anti ética e poli estética Que a todos cercam e oprime Neo lítica liberal No império da prepotência De política canibal Transformando hipocrisia Transparência na essência Que é caso de família Com um discurso de excelência A maquiagem do ilegal Num grito de transparência Vão imperando sem clemência Vão levando esta nação Ilumina-se o escuro Educação pós-moderna Pra vala da indecência Ocultando o que importa Formando vís homídeos Inculcando em cada um A sujeira corriqueira Diplomados como Doutos Pouco a pouco a cada dia Com sutileza e brincadeira Tem a práxis dos eqüídeos Seus valores invalor Vai pra baixo do tapete No pasto da ignorância Nos legando o dissabor Ou para detrás da porta Imperam com maestria Levando a gente a viver do jeito Adorando aos privilégios Dissabor que se revela que o diabo gosta Vivem numa idolatria No jornal ou na novela No boteco ou escola Na Igreja e na família No coletivo e no público No privado e na folia Desta viz podre paródia De uma tal democracia Enquanto isso na nossa Unidade M anter os alunos Cruz. Por meio delas, ficamos instalação de um sistema de luz informados sobre os cientes dos recursos financeiros para iluminar a o pátio. Não que fatos ocorridos na nossa pertinentes à nossa coordenação. esta iniciativa seja criticável; pelo Unidade também é uma forma O compartilhamento dessas contrário, tudo que traz algum de transparência. Nesse sentido, informações contribui para nos conforto para a nossa Unidade podemos afirmar e garantir que livrar de futuras surpresas, as merece elogios. Mas a falta de nosso curso de História prioriza o quais poderiam constranger um comunicação entre setores pode discurso e as ações transparentes ou outro setor que compõe a levar a algumas interpretações entre o coordenador do curso, vida universitária. No entanto, exageradas, ou não. O fato professores e acadêmicos. O o fato de adotarmos entre nós é que todas essas falhas ou exemplo maior de tal postura a transparência, de tentarmos lacunas poderiam ser evitadas são as constantes prestações de alcançar o inalcançável, nem se recorrêssemos a um recurso contas, regularmente divulgadas sempre é suficiente para evitar pelo qual os seres humanos pelo coordenador Fábio Santa tais surpresas. Surpresas como a conseguem se fazer entender há séculos - a comunicação. 3
  • 4. Comunicado por Comissão eleitoral A pós dois meses de por nossa Unidade. Na primeira e a inscrição será do dia 29 reuniões e debates reunião diagnosticamos alguns de agosto de 2011 (segunda- calorosos foram abertas problemas, os quais o próximo feira) ao dia 02 de setembro de as inscrições das chapas para CA deverá estar atento. Na 2011 (sexta-feira). A comissão a eleição do CA de História. segunda reunião, debatemos eleitoral é formada pelos alunos: Algumas questões foram acerca da estrutura do CA Danilo do 1°ano; Moisés 2°ano; intensamente debatidas pelos nascente e definimos os eixos Lucas 3°ano; Mauricio 4°ano. alunos do curso, ressaltamos a do pleito. Tal estrutura será Participem, votem, dialoguem, participação dos alunos, mesmo disponibilizada a cada chapa os esforços para a revitalização os não interessados em participar inscrita, podendo esta adotar do movimento estudantil no de chapas, que se envolveram ou não o modelo, a escolha é curso de História necessita nas discussões acerca dos livre. As chapas poderão ser da contribuição de todos os principais problemas vividos formadas de 5 a 10 membros, acadêmicos. Danilo - 1° ano Outras informações: Moisés - 2° ano II Copa Ney será em 1 de outubro Lucas -3° ano VII Semana de História já tem datas definidas Mauricio - 4° ano Professores do curso assumem editoria de revista UEG-Formosa oferecerá curso de inglês coloquial TCCs já podem ser consultados Viste a página do curso: http://historiauegformosa.blogspot.com Humor com H Responsáveis pelo Badaró: Fernando Teixeira, Joaquim Teles, Marcos Dias e Victor Barbosa 4