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Igreja Católica Imperial,
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O Guardião da Graça
Filósofo e Teólogo (354-430)
“Quando pensava em consagrar-
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Essa busca pela verdade acabou levando
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Em 395, Agostinho é ordenado, contra a
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Como ministro e bispo, Agostinho
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Como parte das responsabilidades
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Muitas das suas obras eram dirigidas contra
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Nesses escritos Agostinho fala da autoridade
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Parte da sua tarefa teológica consistiu também
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Foi contra os pelagianos que Agostinho
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convicções sobre a depravação total do homem
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Enquanto Pelágio elevou a capacidade do
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Enquanto Pelágio minimizou e comprometeu a
soberania divina, Agostinho engrandeceu a
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Deus na salvação.
Confissões (397)
Uma das mais populares e profundas obras
de todos os tempos.
É a mais antiga autobiografia em
existência.
Escrito na forma de uma oração, ele
combina devaneios espirituais com ensinos
doutrinais.
Traça a jornada espiritual de Agostinho, o
Da Graça e Do Livre-Arbítrio (426-427)
Afirmou a graça de Deus e o livre-arbítrio do
homem.
Para Agostinho, o pecado de Adão mergulhou o
gênero humano na morte espiritual.
Dessa forma, a vontade humana está morta
para as coisas de Deus.
O homem só pode fazer o que agrada a Deus
pela graça.
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capacitação, que os pecadores creem.
Da Trindade (399-419)
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escrevendo essa obra.
Se tornou um clássico, contrasta “a cidade de
Deus” – a igreja dos santos – com “a cidade do
homem” – o mundo inconverso.
Aborda a criação, o tempo, a origem do mal, a
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futuro, a ressurreição do corpo, o juízo final, a
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perdão e outros tópicos.
Da Doutrina Cristã (396-427)
Apresenta seu ponto de vista sobre a
Escritura, a hermenêutica e a pregação.
Delineou as preparações que equipam o
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O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
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História da Igreja #14

  • 1. A Supremacia da Antiga Igreja Católica Imperial, 313-590 O Guardião da Graça
  • 2.
  • 3. Filósofo e Teólogo (354-430) “Quando pensava em consagrar- me por inteiro ao seu serviço, Deus meu, […] era eu quem queria faze-lo, e eu quem não queria faze- lo. Era eu mesmo. E, porque não queria de todo, nem de todo não queria, lutava comigo mesmo e me rasgava em pedaços..”
  • 4. A peregrinação de Agostinho em direção à fé cristã é um confronto com perguntas que refletem os conflitos espirituais de muitos cristãos modernos: A Escritura é realmente a fonte última de autoridade para as nossas crenças? Como podemos interpretar corretamente a Escritura? Como o pecado tem afetado a personalidade humana? Se Deus é bom, por que o mundo está cheio de tanto mal? O que é o mal, e como ele entrou no mundo? Por que nos encontrando amando as coisas erradas com tanta frequência? Como podemos aprender a amar o bem?
  • 5. Agostinho nasceu em 354 no povoado de Tagaste, no norte da África. Seu pai era um oficial romano e pagão. Sua mãe, Mônica, era cristã fervorosa. Seus pais tentaram lhe oferecer a melhor educação possível, o enviaram primeiro a Madaura, a cidade mais próxima e, posteriormente, a Cartago.
  • 6. Chegou aos 17 anos em Cartago, centro político, econômico e cultural da África de fala latina. Não se descuidou dos estudos, mas logo começou a desfrutar também dos diversos prazeres que Cartago lhe oferecia. A matéria estudada por Agostinho era a retórica.
  • 7. Durante seus estudos Agostinho convenceu-se de que o bom falar não era suficiente. Era necessário buscar a verdade. Essa busca pela verdade acabou levando Agostinho até o maniqueísmo. O maniqueísmo parecia ser a resposta para as dúvidas de Agostinho, que estavam centradas em dois pontos: As Escrituras cristãs; A origem do mal.
  • 8. Agostinho se tornou maniqueu, mas ainda restavam dúvidas e, por isso, durante nove anos ele foi um ouvinte questionador. Quando ele expressava as suas dúvidas, os o maniqueístas diziam que seus questionamentos eram profundos demais, e que o grande mestre maniqueu, chamado Fausto, lhe daria as respostas tanto esperadas.
  • 9. Quando a tão esperada visita finalmente chegou, Fausto provou ser uma farsa. Desiludido, Agostinho decidiu conduzir sua busca pela verdade por outros caminhos. Decide sair de Cartago e ir pra Roma e, posteriormente, Milão. Em Milão, Agostinho se tornou neoplatônico.
  • 10. Mas, uma dúvida ainda martelava a cabeça de Agostinho: Como podiam as Escrituras, com sua linguagem rude e suas histórias de violência e roubo, ser a Palavra de Deus? Foi nesse ponto que Ambrósio de Milão entra em cena. A partir de então, as dificuldades intelectuais estavam resolvidas. Mas havia outras. Agostinho não se tornaria cristão facilmente.
  • 11. Agostinho estava convicto de que, caso se tornasse cristão, teria que renunciar à sua carreira de professor de retórica e a todas as suas ambições e usufruto dos prazeres sensuais. Ele mesmo conta que a sua constante oração era: “Dá-me castidade e continência, mas não logo”. Então, Agostinho passa por uma experiência no jardim de Milão que muda os rumos da sua vida. Em resultado disso, a posteridade o conhece como “Santo Agostinho”.
  • 12. Depois da sua conversão, Agostinho começou a dar os passos necessários que sua decisão implicava: Batismo Renunciou ao cargo de professor Regressou ao norte da África Em Tagaste, vendeu a maior parte das suas propriedades e deu o dinheiro aos pobres
  • 13. Em 395, Agostinho é ordenado, contra a sua vontade, a bispo da cidade de Hipona. Como ministro e bispo, Agostinho continuou levando vida semelhante à que levara em Casicíaco. Como parte das responsabilidades pastorais, Agostinho escreveu uma série de obras que fizeram dele o teólogo mais importante da igreja ocidental desde o tempo do apóstolo Paulo.
  • 14. Muitas das suas obras eram dirigidas contra os maniqueus. Nesses escritos Agostinho fala da autoridade das Escrituras, da origem do mal e do livre- arbítrio. Parte da sua tarefa teológica consistiu também em refutar o donatismo. Foi contra os pelagianos que Agostinho escreveu suas obras teológicas mais importantes.
  • 15. A soteriologia de Agostinho fluiu de suas convicções sobre a depravação total do homem após a queda e da soberania de Deus na salvação. Enquanto Pelágio elevou a capacidade do homem caído, Agostinho se opôs a isso, assinalando ao homem caído seu devido lugar. Enquanto Pelágio minimizou e comprometeu a soberania divina, Agostinho engrandeceu a suprema autoridade e a graça irresistível de Deus na salvação.
  • 16. Confissões (397) Uma das mais populares e profundas obras de todos os tempos. É a mais antiga autobiografia em existência. Escrito na forma de uma oração, ele combina devaneios espirituais com ensinos doutrinais. Traça a jornada espiritual de Agostinho, o
  • 17. Da Graça e Do Livre-Arbítrio (426-427) Afirmou a graça de Deus e o livre-arbítrio do homem. Para Agostinho, o pecado de Adão mergulhou o gênero humano na morte espiritual. Dessa forma, a vontade humana está morta para as coisas de Deus. O homem só pode fazer o que agrada a Deus pela graça. É pela graça, por divina iniciativa e divina capacitação, que os pecadores creem.
  • 18. Da Trindade (399-419) Uma compilação de quinze livros escritos num período de vinte anos. Foi o primeiro tratado sobre a Trindade escrito por um teólogo do Ocidente. Agostinho refuta as heresias dos arianos e dos sabelianos. Aborda as relações intertrinitárias e defende a igualdade do Filho e do Espírito Santo com o Pai. Existe um só Deus, porém três pessoas que são
  • 19. A Cidade de Deus (413) Agostinho tentou fortalecer a fé dos crentes escrevendo essa obra. Se tornou um clássico, contrasta “a cidade de Deus” – a igreja dos santos – com “a cidade do homem” – o mundo inconverso. Aborda a criação, o tempo, a origem do mal, a liberdade humana, o conhecimento divino do futuro, a ressurreição do corpo, o juízo final, a felicidade, a encarnação, o pecado, a graça, o perdão e outros tópicos.
  • 20. Da Doutrina Cristã (396-427) Apresenta seu ponto de vista sobre a Escritura, a hermenêutica e a pregação. Delineou as preparações que equipam o intérprete da Escritura para entender e explicar corretamente a mensagem cristã. O livro articula sua abordagem da exposição bíblica e da instrução catequética.
  • 21. Da Predestinação dos Santos (428) Aborda a eleição para a salvação. Nesse livro, Agostinho articulou cuidadosamente a soberania de Deus em sua graça salvífica. Essa obra provaria ser um esforço definidor na apresentação que Agostinho faz da graça soberana.

Notas do Editor

  1. - Era um oficial romano de um escalão inferior, aparentemente Agostinho não teve um relacionamento muito íntimo com seu pai, tendo em vista que ele o cita muito pouco em suas obras. Orava muito pela conversão do marido e filho, o que acontece com ambos. Foi muito próxima e importante na vida de Agostinho, boa parte da sua vida adulta foi vivida a sombra da sua mãe. Os pais perceberam uma inteligência incomum e fizeram todo o possível para dar uma boa educação.
  2. - Nesse desfrute dos prazeres da vida ele conhece uma mulher com a qual passou a conviver, e da qual teve seu único filho, Adeodato. Essa matéria servia para preparar advogados e funcionários públicos. A matéria ensinava as pessoas a falar de maneira elegante e convincente, sem se importar se o que era dito era certo ou não. Os professores de filosofia que se preocupavam com a natureza da verdade, os de retórica se preocupavam somente com o falar bem.
  3. Foi lendo as obras de Cicero, um orador, que também era um filósofo, Agostinho se convenceu que apenas falar bem não era suficiente, era necessário buscar a verdade. Fundada por Mani na metade do século 3, um dualismo espírito x matéria, bom x mal, Deus x diabo, um aperfeiçoamento do gnosticismo do século 1. 1. Do ponto de vista da retórica a Palavra de Deus era uma série de escritos pouco elegantes e até mesmo bárbaros, muitos episódios de violência, enfim. Boa parte da propaganda maniqueísta consistia em ridicularizar as Escrituras, criticavam e zombavam desse estilo presente na bíblia. 3) 2. Mônica, sua mãe havia ensinado a Agostinho que só havia um Deus bom. Mas Agostinho olhava para si mesmo, para o seu redor, e se perguntava de onde vinha todo esse mal. O maniqueísmo parecia ter a resposta também, essa fusão espírito x matéria, bom x mal.
  4. Dentro do maniqueísmo havia uma separação entre os chamados “ouvintes” e os “perfeitos”, Agostinho se recusava passar para a classe dos “perfeitos” pois ainda tinha muitas dúvidas. -
  5. O conhecimento de Fausto não era maior do que os demais líderes do maniqueísmo. Houve também aqui uma desilusão com seus alunos em Cartago, o que motivou ainda mais uma mudança em sua vida. Forma uma nova turma em Roma, mas esses seus alunos não o pagavam e o que fez com que ele resolvesse mudar novamente, agora para Milão. O neoplatonismo crê que existe um princípio único do qual provém toda a realidade, uma boa maneira de ilustrar é a ideia de jogar pedrinha na água, forma-se círculos, as realidades mais próximas do centro do círculo são superiores, enquanto as realidades mais distantes são inferiores.
  6. - Como professor de retórica, foi ouvir a pregação do famoso bispo. Ambrósio possuía a fama de ser um bom orador, mas com o passar do tempo Agostinho prestava cada vez menos atenção na maneira que Ambrósio falava e começou a dar mais atenção no que Ambrósio falava. Ambrósio, apesar do usar o método alegórico, foi capaz de convencer Agostinho da riqueza e do valor das Escrituras.
  7. Esse último ponto era a principal dificuldade que ainda o detinha. Ele queria se tornar um cristão, mas ainda não. Ele conta que um dia estava de baixo de uma figueira no jardim de Milão, clamando a Deus: “Até quando Senhor?” Amanhã, sempre amanhã?” Por que não acaba com a minha imundice nesse exato momento? Diz que ele ouviu uma criança brincando, jogando algum jogo infantil e ela dizia repetidamente: “Toma e lê, toma e lê, toma e lê” Ele havia cabado de jogar fora um manuscrico contendo Romanos 13.13,14 que estava lendo, nesse exato momento ele decidiu por se dedicar totalmente a fé cristã.
  8. Foi batizado por Ambrósio, que aparentemente não viu nada de especial nesse novo convertido. - Junto com um grupo de amigos e com sua mãe. Mônica havia acompanhado boa parte de suas viagens pois ficou viúva e desde então dedicou a sua vida a fé e a cuidar do seu filho. Foi ela que convenceu agostinho a abandonar sua concubina e ficou com o seu filho, Adeodato, que volta com eles para o norte da África. Só que no porto Mônica adoce e morre, o que faz com que Agostinho e seus companheiros ficasse ainda vários meses em Roma, antes de ir definitivamente para a África. Aqui ele vive com seus amigos e filhos, não levam uma vida como monges, mas sim uma vida disciplinada e dedicada ao estudo, devoção e meditação na Palavra de Deus.
  9. Foi ordenado contra a sua vontade. Casicíaco era como Agostinho chama o local que ele vivia em Tagaste. -
  10. Como ele mesmo havia contribuído para o maniqueísmo ele se sentiu na obrigação de refutar as doutrinas que antes ele defendera. Ele defende o livre-arbítrio de antes da queda para justificar a origem do mal. Ele refuta a ideia de que a validade dos sacramentos depende da virtude moral da pessoa que os administra. -