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FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
MEDICINA VETERINÁRIA – TURMA 015201B03




              TILÁPIA




         DANIELA LEMES
       PRISCILA NOVELLI
        SANDRA ROSADO




             SÃO PAULO
            OUTUBRO - 2009
FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS
MEDICINA VETERINÁRIA – TURMA 015201B03




              TILÁPIA




         DANIELA LEMES
       PRISCILA NOVELLI
        SANDRA ROSADO




              Trabalho   apresentado       para   avaliação    na
              disciplina de Aquicultura, do curso de Medicina
              Veterinária,     Noturno,     das     Faculdades
              Metropolitanas     Unidas,     ministrado       pela
              professora Dra. Carolina Amália de Souza
              Dantas Muniz.




             SÃO PAULO
            OUTUBRO - 2009
SUMÁRIO
                                                                                                                           Pg.



         Relação de Fotos.............................................................................................04
         Relação de Quadros........................................................................................05
1.0      Introdução ........................................................................................................06
2.0      Espécie.............................................................................................................07
2.1      Sistema de Criação..........................................................................................09
2.11 Características Físicas.....................................................................................11
2.12 Características Químicas.................................................................................15
2.2      Reprodução......................................................................................................19
2.21 A produção do Juvenil.....................................................................................20
2.22 Recomendações Gerais para os Viveiros-Berçário.........................................22
2.3      Larvicultura.......................................................................................................23
2.4      Alevinagem.......................................................................................................25
2.41 Alevinagem Semi- Intensiva.............................................................................27
2.42 Alevinagem Intensiva.......................................................................................28
2.43 Alevinagem Semi- Extensiva...........................................................................29
2.5      Crescimento.....................................................................................................31
2.6      Engorda............................................................................................................34
2.61 Preparo do Viveiro............................................................................................35
2.62 Povoamento.....................................................................................................36
2.63 Alimentação......................................................................................................37
2.64 Biometria..........................................................................................................38
2.7      Características da Carcaça..............................................................................39
3.0      Conclusão .......................................................................................................40
         Referências Bibliográficas ...............................................................................41
RELAÇÃO DE FOTOS


Foto 1 – Tilápia
Foto 2 – Sistema de Criação da Tilápia
Foto 3 – Disco De Secchi
Foto 4 – Condutivímetro
Foto 5 – pHmetro
Foto 6 – Aparelho para Medição de O2
Foto 7 – Aparelho para Medição de pH
Foto 8 – pHmetro
Foto 9 – Alevinos utilizados na produção de Juvenis
Foto 10 – Alevino de Tilápia
RELAÇÃO DE QUADROS


Quadro 1 – Parâmetros de qualidade da água para tilápia
Quadro 2 – Crescimento da Tilápia
Quadro 3 – Exemplo de alimentação da Tilápia na fase de reversão sexual
1.0   INTRODUÇÃO


      Escolheu-se trabalhar com a Tilápia, pois trata-se de uma das espécies mais
cultivadas em cativeiros no Brasil devido a sua rusticidade. Elas também são fáceis
de se manter em aquário, já que elas conseguem espaço suficiente neles. Elas se
reproduzem facilmente, crescem rápido e maioria das espécies são reprodutores de
superfície e protegem sua cria em sua boca.


      A tilápia-do-nilo foi um dos primeiros peixes a serem criados em aquicultura
pelos antigos Egípcios (4000 anos), o que torna um atrativo e tanto para se estudá-
la. A tilápia é um excelente controle biológico para alguns problemas de plantas
aquáticas, pois preferem plantas aquáticas que flutuam, mas também consomem
algumas algas fibrosas.


      Estes peixes, são nativos da América do Sul e África, mas foram introduzidas
em muitos lugares nas águas abertas do sul da América do Norte e são agora
comuns na Flórida, Texas e partes do sudoeste dos EUA.
2.0   ESPÉCIE


      Existem espalhadas pelo mundo cerca de cem espécies deste peixe de
escamas, sendo que no Brasil foram introduzidas aproximadamente cinco delas,
tendo se tornado mais popular a "Tilápia do Nilo". Esta variedade de peixes com
coloração escura, pode chegar a pesar até 5kg. Outra variedade hoje muito comum,
é o que podemos chamar de um cruzamento industrial, ou seja, para obter melhores
resultados em proporções comerciais, já se trabalham com peixes resultantes do
cruzamento entre a Tilápia Nilótica e a Tilápia Tailandesa, sendo esta última uma
espécie que apresenta excelente ganho de peso e, que com o cruzamento,
aumentou sua rusticidade.




                    Foto 1 – Tilápia
                    Fonte: www.itograss.com.br


      São peixes com grande capacidade de adaptação, chegando até serem
classificados como espécie oportunistas. Apresentam preferência pelos ambientes
sem correnteza, suportando ainda baixos teores de oxigênio dissolvido e uma larga
faixa de tolerância térmica. Apesar de serem peixes de água doce, adaptam-se
ainda a ambientes com baixa salinidade (salinidade conhecida 33%).


      As tilápias destacam-se na aquicultura mundial e, atualmente, formam o
segundo maior grupo de peixes cultivados, por apresentarem crescimento rápido e
rusticidade (Hayashi et al., 1999a), fácil reprodução, manipulação de sexo, carne de
ampla aceitação no mercado consumidor, pela inexistência de espinhos em forma
de "y" no seu filé e fácil industrialização (Hildsorf, 1995). A tilápia, de hábito
alimentar onívoro, apresenta eficiente utilização dos carboidratos e, em decorrência
do aumento de sua produção, muitos aspectos de sua nutrição têm sido estudados
(Barros et al., 2002; Pezzato et al., 2002).


       A espécie de peixe que apresenta o melhor perfil para cultivo em todo mundo
é a nilótica, de origem africana. Os primeiros exemplares que iniciaram o cultivo no
Oeste do Paraná em 1982 vieram da Costa do Marfim, de uma linhagem chamada
Buaque. Atualmente predomina a linhagem Chitralada de origem tailandesa
importada em 1996. É utilizada tanto em cultivos puros como em cruzamentos com
as primeiras, chamadas de “nativas".


       Trata-se de uma espécie onívora que aceita com facilidade vários tipos de
alimento, dócil ao manejo em todas as fases de cultivo, boa rusticidade, prolífica e
de fácil domínio da reprodução, precoce, com alta qualidade de carne (filé). Estas
são basicamente as razões da opção por esta espécie a exemplo do que acontece
nos demais continentes.
2.1    SISTEMA DE CRIAÇÃO


       As Tilápias são peixes de água doce e são criadas em tanque rede, que é
uma espécie de gaiola que fica quase que totalmente submersas no leito rio. Dentro
dela, são colocados peixes ainda na fase de alevinos e com peso médio inicial a
partir de 2g cada. Lá, eles ficam até atingir o tamanho adequado para serem então
comercializados. A depender do mercado, são retirados para venda com peso
médio de 800g.


       Por gaiola de 6m3, os piscicultores chegam a colher até 750 kg de tilápia e
em cada módulo de 12 tanques-rede estão conseguindo produzir em média 6.000kg
de tilápia por ciclo. "Com um preço atual girando em torno de R$3,50/kg, a atividade
consegue ser produtiva, rentável e estimular a geração de empregos na região",
explica Daniela Campeche, pesquisadora da Embrapa Semi-Árido (Petrolina-PE)
em entrevista ao site da Embrapa. Além disso, a indústria de beneficiamento dessa
espécie tem demandado maior oferta de tilápia, o que torna o mercado atraente
para investimento dos piscicultores.


       Para se criar Tilápias, como qualquer outro peixe, é extremamente
necessário se atentar aos parâmetros de qualidade físico/química da água, como
descrito abaixo:


Quadro 1 - Parâmetros de qualidade da água para tilápia




          Fonte: Adaptado de Curso de Piscicultura – Emater-PR/Convênio TEM/SEFOR/CODEFAT/SERT-PR – 2000
Foto 2 – Sistema de Criação da Tilápia
Fonte: www.globorural.globo.com
2.11 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS


1 Temperatura


      É a temperatura que determina a intensidade do metabolismo dos
organismos vivos no viveiro. A tilápia desenvolve-se bem na temperatura de água
entre 26 a 28ºC. Os demais organismos vivos (fito e zooplancton, etc), que estão
presentes nos viveiros, são importantes para a tilápia e precisam ser mantidos em
condições adequadas ou desejáveis.




                      Foto 3 – Termômetro
                      Fonte: www.thumbs.dreamstime.com


      O desenvolvimento destes organismos é influenciado pela disponibilidade e
equilíbrio dos nutrientes e também pela temperatura. Para se buscar o melhor
crescimento dos peixes é necessário administrar o conjunto peixe x água, dando a
cada um as condições para o desenvolvimento equilibrado. Nos períodos do ano em
que as temperaturas são mais altas, a água do viveiro pode atingir níveis superiores
aos limites confortáveis (28ºC). Acima de 30ºC observar as reduções da taxa de
alimentação, fornecendo alimentos em horários de temperaturas mais amenas e
confortáveis. Iniciar o processo de renovação de água.
No caso do inverno as reduções da temperatura são normalmente bruscas,
mas o metabolismo da tilápia (e dos demais organismos também) mantém a mesma
atividade, decrescendo gradativamente. É fundamental o acompanhamento diário
para que o fornecimento de alimento seja reduzido na proporção da redução do
apetite. A tabela de alimentação é a melhor referência para orientar este processo.


      Da mesma maneira, as temperaturas no final do inverno também se elevam
rapidamente, mas o metabolismo da tilápia ainda não está bem adaptado. Deve-se
esperar um período de pelo menos 30 dias com as temperaturas acima de 22º C,
para qualquer procedimento de manejo, especialmente de juvenis.
2 Transparência da Água


          A transparência da água pode ser utilizada como parâmetro indicativo da
riqueza ou não da água em alimento natural (formado por animais e vegetais
invisíveis a olho nu). Águas muito transparentes são pobres; quando muito turvas,
impedem a entrada dos raios solares e em consequência a fotossíntese pelas
plantas. A água deve ser clara com um teor de verde. Vale a pena salientar que
água vermelha ou marrom, é um importante sinal de que o solo está desprotegido.


          Existem, entretanto, medidores de transparência como por exemplo, o Disco
de Secchi, que foi inventado pelo padre italiano Pietro Angelo Secchi e que foi
utilizado pela primeira vez em 1865. Este é um disco especialmente construído para
medir a transparência e o nível de turbidez de corpos de água, como oceanos, lagos
e rios.


          Tradicionalmente o disco vem montado em uma vara, corda ou fita, para ser
baixado, aos poucos, às profundezas das águas. Ele deve ser colocado a uma
profundidade de 35cm.




                               Foto 4 – Disco De Secchi
                               Fonte: Apostila
3 Condutividade


      É medida através do condutivímetro, que mede a passagem da corrente elétrica da
água. Quanto maior a quantidade de partículas em suspensão, maior é a condutividade.




                               Foto 5 – Condutivímetro




      Fonte das fotos 5, 6 e 7: www.biomol.com.br
2.12 CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS


1 PH


       O pHmetro é extremamente importante para se criar uma espécie de peixe.
Por exemplo, a Tilápia suporta bem faixas de pH entre 5 e 9 abaixo e acima desses
valores, apresentam baixa sobrevivência e menores taxas de desenvolvimento.


       O pHmetro ou medidor de pH é um aparelho usado para medição de ph.
Constituído basicamente por um eletrodo e um circuito potenciômetro. O aparelho é
calibrado de acordo com os valores referenciado em cada soluções de calibração.
Uma vez calibrado estará pronto para uso. A leitura do aparelho é feita em função
da leituras de milivolts que o eletrodo gera quando submerso na amostra. Esses
milivolts são convertidos para uma escala de pH. O aparelho faz essa conversão e
tendo como uma escala usual de 0 a 14 pH.




                  Foto 8 – pHmetro
                  Fonte: www.medicao.com.br
2 Alcalinidade total:


       Tanto quanto a dureza e o gás carbônico, a alcalinidade é um parâmetro que
indiretamente indica o equilíbrio do pH do sistema, além de indicar a disponibilidade
de cálcio e magnésio que são essenciais para o desenvolvimento dos organismos
aquáticos. Na região Oeste do Paraná as águas apresentam baixos valores para
alcalinidade (< 15 mg/l).


       A calagem é o procedimento para a elevação da alcalinidade e a análise de
solo é que determina a quantidade a ser aplicada no solo do fundo do viveiro. Uma
regra prática é adicionar 500-600g/m2 de calcário, que de maneira geral eleva a
alcalinidade para 35 a 40 mg/l, com pequenas taxas de renovação de água (5%).
3 Oxigênio Dissolvido (OD):


      As fontes de oxigênio num viveiro de criação de tilápia são: o contato com o
ar, o fitoplâncton, a renovação de água e também os equipamento aeradores
elétricos. A quantidade de oxigênio disponível é que determina a capacidade do
viveiro em manter equilibrado (vivo) os peixes e os demais organismos. O oxigênio
produzido e acumulado no viveiro durante o dia é consumido durante a noite.


      Inspeções no viveiro nas primeiras horas de luz permitem identificar
problemas de desequilíbrio e tomar decisões oportunas. A partir de 600g (peso/m3)
de biomassa e dependendo das demais condições do viveiro, deve-se considerar o
uso do aerador. Dias nublados (chuvosos) apresentam menor produção de oxigênio
(menor taxa de fotossíntese das algas presentes na água).


      Existe um equipamento específico chamado Paddle Wheel, que é um
propulsor de ar que deve ser ligado entre às 4:30 am e 5:00, que é onde se tem o
menor nível de oxigênio na água.
4 Amônia:


      Ocorre pelo excesso de matéria orgânica e é um sinal de que se perdeu o
momento de agir ou de que houve erro na adubação. Somente é corrigido pela
renovação da água do viveiro. A calagem direta na água durante o cultivo, quando
há ocorrência de amônia, piora o problema, pois a amônia é ainda mais tóxica em
pH elevado (>7,0).


      Existem outros parâmetros de qualidade de água que podem ser utilizados,
entretanto requerem mais conhecimento, pois como já foi observado, há uma
estreita correlação entre os fatores que influenciam no comportamento dos
organismos presentes nos viveiros e da tilápia.
.
2.2   REPRODUÇÃO

      Criadores especializados - os alevinocultores – é que mantém um plantel de
reprodutores e fornecem alevinos aos demais criadores: os piscicultores
terminadores. Para maior rendimento, somente os machos - porque tem maior
crescimento – são cultivados. Para obter esta população, as larvas são submetidas
ao processo de reversão sexual e após 30 dias estão prontas para iniciar a fase
seguinte: o cultivo. Para o sucesso do cultivo não se recomenda o povoamento de
viveiros de engorda com peixes de peso inferiores a 25g, chamados de juvenis.
2.21 A PRODUÇÃO DO JUVENIL


      O criador pode optar por adquirir os juvenis de outro criador especializado ou
produzir o seu próprio juvenil na propriedade. Em ambos os casos, alguns cuidados
são fundamentais: procedência/idoneidade da estação produtora de alevinos;
garantia do índice mínimo de reversão sexual de 98%; lotes homogêneos (mesma
idade e tamanho) e livre de doenças. Os viveiros de produção de juvenis podem ser
considerados como uma “quarentena” pois em aproximadamente 40 dias terão
tamanho/peso adequado para povoar os viveiros de engorda. Por esta razão a água
que sai do berçário não deve ser utilizada por outros viveiros como forma de evitar a
disseminação ou contágio. Se ocorrer algum problema sanitário o viveiro e a água
devem ser tratados.




     Foto 9 – Alevinos utilizados na produção de Juvenis
     Fonte: www.aquavap.com


      Estima-se uma perda variável na produção dos juvenis (predadores,
oscilações térmicas, doenças, má qualidade da água, etc) em torno de 20%. Para
uma área de 1 hectare (10 000 m2) seriam necessários aproximadamente 31.000
alevinos, para obter-se 25 000 juvenis para a engorda (2,5 juvenis/m2).


      Considerando-se que, para o bom desenvolvimento dos alevinos no berçário
a biomassa de peixe não deve ser superior a 400g, calculamos que uma piscicultura
com um hectare de viveiros para engorda necessitará de 1875m2 ou,
aproximadamente de 2000m2 de viveiros-berçário distribuídos em número adequado
à programação de produção e ao número de viveiros de engorda.
2.22 RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA OS VIVEIROS-BERÇÁRIO


- Localização privilegiada para proteção contra predadores e para acesso do
tratador;


- Evitar trocas de água, para não perder nutrientes primários importantes no
equilíbrio do ambiente. Na maioria dos casos a manutenção do volume já é
suficiente;


- A estabilidade dos parâmetros físico/químico e nutricionais é determinante do
desenvolvimento do juvenil e repercutirá na fase posterior: a engorda;


- A programação da produção (e da comercialização) somente será possível com o
domínio da disponibilidade de juvenis;


- Se a produção de juvenis coincidir com a estação do inverno, a mortalidade poderá
ser maior que 20%. Neste caso manter a adubação em níveis adequados, evitar a
entrada de água superficial; manter os alevinos em viveiros mais profundos ou
manter o berçário com o nível máximo de água e ainda utilizar 1000 mg de vitamina
C por quilo de ração;


- Efetuar uma padronização por peso/tamanho ao transferir para o viveiro de
engorda. Este momento precisa ser rápido, sem comprimir os peixes visando o
mínimo dano (estresse, perda de escamas, amassamento, etc) sem descuidar da
temperatura e oxigenação da água;


- Se necessário os juvenis podem passar por um banho profilático de 5 a 10 minutos
em solução salina a 2% (2 kg de sal para 100 litros de água);


       A alimentação é dependente da temperatura e é fundamental que, durante o
período de berçário os alevinos recebam alimento no mínimo 3 vezes ao dia em
quantidade determinada pela tabela de alimentação. Nesta fase o diâmetro das
partículas vai de finamente farelada até máximo de 2 mm e o teor de proteína de 40.
2.3    LARVICULTURA


       A larvicultura de peixes é uma das fases mais importantes para a piscicultura,
pois é a etapa que determina o número e a qualidade de animais para as fases
posteriores de criação. Em ambientes naturais, os peixes conseguem balancear
suas dietas, escolhendo os alimentos que melhor suprem suas necessidades
nutricionais. Deste modo, raramente são observados sinais de deficiência nutricional
nestas condições.


       Em geral, os alimentos naturais explorados, possuem grande valor
energético, apresentam altos níveis de proteína de excelente qualidade e se
constituem em importantes fontes de minerais e vitaminas, contrabalançando uma
eventual deficiência nutricional.


       A importância do alimento natural é maior durante as fases de larvicultura e
alevinagem, ou na recria de espécies planctófagas, em tanques e viveiros de baixa
renovação de água. Porém, a quantidade de alimento natural diminui com a
biomassa de peixes estocada. Quanto maior a biomassa de peixes por área, menor
será a quantidade de alimento natural disponível para cada peixe, aumentando a
necessidade do uso de alimento suplementar para a manutenção de um adequado
crescimento dos peixes.


       As pós-larvas de peixes, por apresentarem rápido crescimento, são bastante
exigentes em nutrientes e com as reservas corporais mínimas, qualquer deficiência
na nutrição das mesmas são rapidamente notadas e catastróficas. As pós-larvas são
classificadas em duas categorias:


       Pós-larvas com trato digestivo rudimentar, devido à transição entre o vitelo e o
alimento externo. Nesta categoria incluímos os pacus, tambaquis, surubins,
curimbatás, dourados, carpas chinesas. A ausência de algumas enzimas digestivas
pode prejudicar a utilização de rações preparadas, sendo o zooplâncton, o primeiro
alimento externo. Enzimas digestivas presentes neste organismo são liberadas pela
ação física das pós-larvas durante a captura e ingestão do zooplâncton. Estas
enzimas (exógenas) desencadeiam a hidrólise das proteínas do próprio zooplâncton
ingerido e estimulam a secreção de enzimas pelo trato digestivo das pós-larvas
(enzimas endógenas), facilitando os processos de digestão e absorção dos
nutrientes. Alguns dias depois de iniciada a alimentação exógena às custas de
organismos planctônicos, as pós-larvas começam a aceitar e melhor utilizar as
rações preparadas.


      Larvas com trato digestivo completo aceitam e conseguem utilizar
adequadamente rações fareladas de boa qualidade e nutricionalmente completa na
primeira alimentação exógena. Nesta categoria incluímos as pós-larvas de tilápias,
bagre-do-canal, truta arco-íris, carpa comum etc.


      A composição da ração para esta fase segue a composição dos organismos
do zooplâncton, ou seja, níveis de proteína entre 40 e 50% e energia de 3.600 a
4.200 kcal de ED/kg de ração.


      As rações para pós-larvas são de textura muito fina, geralmente menor que
0,5 mm e, portanto, estão sujeitas a excessivas perdas por nutrientes por lixiviação
na água, principalmente os aminoácidos e as vitaminas hidrossolúveis. Deste modo,
as rações fareladas devem apresentar adequada flutuabilidade na água, reduzindo
sua superfície de contato. Além do mais, a superfortificação com vitaminas e
minerais é altamente recomendada para compensar eventuais perdas destes
nutrientes.
2.4     ALEVINAGEM


        O sucesso na obtenção do primeiro alimento externo é um dos fatores mais
críticos e decisivos que os peixes enfrentam ao longo de suas vidas. Devido ao seu
pequeno tamanho, poucos são os organismos que eles conseguem comer, embora
sejam muitos os animais que podem devorá-los. Portanto, esse é justamente o
momento em que eles representam muito mais o papel de presa que de predador
na cadeia alimentar do ecossistema do qual fazem parte, seja ele natural ou
artificial.


        Em viveiros de produção de alevinos os predadores mais perigosos são os
insetos aquáticos (baratas e besouros d’água, larvas e ninfas de libélulas), as
espécies indesejadas de outros peixes (lambaris, traíras, acarás, etc) que podem
invadir o viveiro, cobras d’água, aves aquáticas, etc. Também existem competidores
tais como os girinos e outros pequenos peixinhos que agem como “ladrões” da
comida dos alevinos, impedindo seu crescimento e fortalecimento, o que acaba
favorecendo a ação dos predadores.




                                 Foto 10 – Alevino de Tilápia
                                 Fonte: www.6rbtata.com


        A maioria das pós-larvas e alevinos precisam obrigatoriamente se alimentar
de microorganismos aquáticos. Esses organismos basicamente se classificam em
plâncton      (microorganismos   que   habitam       a    coluna   d’água)   e   bentos
(microorganismos que habitam o fundo). A dependência por estes animais
microscópicos se estende até as pós-larvas e micro-alevinos aprenderem a se
alimentar de outras fontes. Daí a necessidade de se criar e fornecer tais organismos
na quantidade adequada.
Por isso a fase de alevinagem é a fase mais sensível de todo processo. A
taxa de sobrevivência pode ser zero, caso não haja um bom preparo de viveiros ou
um bom manejo alimentar, controle de predadores e competidores, necessitando
treinamento, experimentação e sobretudo grande atenção para com os “milimétricos
bebês”.

       Cabe ressaltar a importância de uma estocagem correta de pós-larvas, a qual
vai depender da espécie criada, da qualidade da unidade de produção (viveiro)
utilizada   e do tipo de trato possível de ser praticado na região, conforme a
disponibilidade de insumos. Percebe-se como tudo passa a ser extremamente
relativo nessa fase, em apelo ao bom senso dos técnicos envolvidos, cujo trabalho
pode se tornar estritamente experimental.

       Devido a essa necessidade constante de experimentação, os sistemas de
alevinagem utilizados no Alto Rio Negro variam podendo ser basicamente de três
tipos: sistema semi-extensivo, semi-intensivo e intensivo.
2.41 ALEVINAGEM SEMI – INTENSIVA

      É um método dependente de um minucioso preparo e manutenção de viveiros
berçários, os quais devem possuir dispositivos hidráulicos para o controle total da
vazão, possibilitando um manejo mais efetivo e adequado: secagem total, retirada
de lama, erradicação de predadores, calagem (correção da acidez da água com
aplicação regular de calcário agrícola), fertilização (aplicação regular de fertilizantes
químicos) para estimular produção de fitoplâncton (plâncton de origem vegetal ou
micro-algas) e adubação (aplicação regular de adubos orgânicos) para estimular a
produção de zooplâncton (plâncton de origem animal).

      Devido à necessidade da aplicação de todos esses insumos, freqüentemente
inexistentes na região, é necessário ainda realizar monitoramento regular da
qualidade da água, feito através de análises físicas e químicas.

      No Alto Rio Negro a aplicação desse método tem gerado resultados incertos,
mostrando-se muitas vezes inviável, por conta, principalmente, das dificuldades de
logística, impossibilidade de integração com outras atividades zootécnicas,
capacitação teórica dos agentes locais, etc.
2.42 ALEVINAGEM INTENSIVA

       É um sistema mais moderno que vem sendo muito experimentado atualmente
em toda parte, estando sua tecnologia em processo de desenvolvimento na maioria
das pisciculturas do Brasil e do mundo. É baseado no fechamento quase que
completo do sistema, na tentativa de impedir totalmente a entrada de predadores.
Por isso só pode ser realizado em laboratório através do confinamento de uma
grande quantidade de pós-larvas e micro-alevinos em espaço e volume de água
filtrada   reduzidos,   onde   os   peixinhos    são   alimentados   com   uma   dieta
nutricionalmente mais completa quanto for possível.

       Podem ser fornecidos zooplâncton nativo, filtrado dos viveiros externos, ou
zooplâncton de origem marinha (Artemia salina) criado intensivamente em
laboratório, além de ração artificial vitaminada e de elevado teor de proteínas,
possível de ser produzida artesanalmente em pequenas quantidades. As vantagens
desse sistema estão relacionadas com a obtenção de altas taxas de sobrevivência,
sendo uma maneira real de se aumentar a produção de alevinos sem depender da
necessidade de aumentar a área alagada com a construção nem sempre possível
de novos viveiros nas estações de piscicultura.

       A desvantagem está no alto grau de intervenção humana (dá muito trabalho)
e também na necessidade de insumos provenientes de fora (plâncton de origem
marinha, ingredientes especiais de ração etc).
2.43 ALEVINAGEM SEMI - EXTENSIVA

      Este é um sistema que vem sendo exclusivamente experimentado e
aperfeiçoado pelas equipes técnicas do Projeto. Os viveiros familiares ou
comunitários recebem não alevinos (mudas) e sim pós-larvas (sementes). Para isso
eles são preparados apenas com o objetivo de controlar a população de predadores
antes e durante o processo. Para que haja um máximo aproveitamento da
produtividade natural em alimentos, os peixamentos são feitos de modo crescente e
sucessivo, conforme as possibilidades.

      Essas estocagens sucessivas variam, havendo como base teórica a sucessão
bentônica e planctônica, bem como as possibilidades de canibalismo em relação à
dinâmica de crescimento e mudanças de hábito alimentar das pós-larvas, micro-
alevinos, alevinos e juvenis que dessa forma co-habitam um mesmo viveiro.

      Por exemplo, no viveiro comunitário de Caruru-Cachoeira (Alto Tiquié) a
estocagem tem sido praticada da seguinte maneira: 25 pós-larvas por metro
quadrado no primeiro peixamento, 50 pós-larvas por metro quadrado no segundo,
mais 100 pós-larvas por metro quadrado no terceiro, sendo o intervalo entre os
peixamentos de cerca de 15 a 20 dias. Dessa forma, pós-larvas pequenas se
alimentam de plânctons e bentos pequenos, micro-alevinos se alimentam de
plânctons e bentos grandes, alevinos já se alimentam de ração normal, farináceos e
insetos.

      Percebe-se como as diferentes turmas não competem por alimentos. Alevinos
grandes podem comer pós-larvas, mas por outro lado competem positivamente com
outros tipos de predadores. Além disso, por já se alimentarem de ração comum,
contribuem para uma espécie de adubação natural do viveiro, aumentando sua
capacidade de suporte. O aumento crescente na estocagem serve para compensar
eventuais perdas por canibalismo dos grandes sobre os pequenos, estando baseado
na possibilidade de haver sobras crescentes de organismos menores, numa
sucessão promovida pela própria seletividade alimentar daqueles que já haviam sido
estocados anteriormente.
Esse sistema de produção de alevinos tem sido o mais interessante para a
região do Alto Rio Negro, apresentando várias vantagens: a primeira refere-se à
facilidade de transporte das pós-larvas, pois estas necessitam de um volume de
água bem menor que os alevinos; em segundo lugar, não ocorre demanda de
insumos provenientes de fora para o preparo dos viveiros; a terceira vantagem está
na qualidade genética dos alevinos produzidos, sempre de grande tamanho, devido
a própria seletividade natural do ecossistema formado, onde somente os mais fortes
sobreviverão.

      Porém, esse é um sistema que apresenta certas limitações: teoricamente só é
possível ser praticado com pós-larvas de espécies de boca pequena, como é o caso
dos aracus. Além disso, dependendo das características físicas, químicas e
biológicas diferentes de cada unidade de produção não tem sido possível praticar
esse sistema em todos os viveiros, devido à presença de predadores e dificuldades
relacionadas à sua erradicação, o que é um fato bastante comum para viveiros onde
não é possível controlar a vazão.
2.5    CRESCIMENTO


       A tilápia nilótica, ao contrário da maioria dos peixes, desenvolve-se bem no
período larval alimentando-se somente com ração artificial (Santiago et al., 1987;
Hayashi et al., 1999).


       As exigências nutricionais dos peixes são estabelecidas, em sua maioria, sob
condições laboratoriais, o que pode ser responsável por parte das diferenças intra e
interespecíficas, às vezes conflitantes, apresentadas na literatura. Entretanto, sabe-
se que as reais exigências nutricionais estão diretamente relacionadas aos
seguintes fatores: espécie, fase de desenvolvimento, sexo e estádio de maturação
sexual, sistema e regime de produção, temperatura da água, freqüência de
arraçoamento e qualidade da dieta (PEZZATO et al., 2004).


       A tilápia-do-Nilo apresenta o hábito alimentar planctófago e se alimenta de
detritos do fundo, mas aceita bem ração comercial (YANCEY & MENEZES, 1983).
Sabe-se que a ração como insumo pode vir a inviabilizar a implantação da
tilapicultura em algumas comunidades, no entanto, a tilápia pode se servir de vários
organismos, mudando seu hábito, caso não tenha alimento suficiente no meio.


       Foi procurado um estudo que avaliasse o crescimento da tilápia-do-Nilo e foi
encontrado um semelhante sobre o crescimento da Tilápia alimentada com peixes
marinhos provenientes da fauna acompanhante da pesca do camarão.


       O estudo foi realizado no Centro de Tecnologia em Aqüicultura do
Departamento de Crescimento de Tilápia-do-Nilo alimentada com peixes marinhos
provenientes da pesca do camarão 187 Ciência Animal Brasileira, v. 8, n. 2, p. 185-
192, abr./jun. 2007 Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, entre
1º de novembro de 2002 a 1º de fevereiro de 2003, totalizando 91 dias de cultivo.

      Cultivaram-se 63 alevinos de tilápia-do-Nilo, revertidos sexualmente com o
hormônio masculinizante 17 metiltestosterona, adquiridos junto ao Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) de Pentecoste, CE, e transportados
via terrestre para Fortaleza em sacos plásticos com 1/3 de água e 2/3 de oxigênio.
Ao chegar no laboratório, aclimataram-se os peixes para as novas condições
de confinamento. Posteriormente, procedeu-se à pesagem, medição e estocagem
desses peixes, seus respectivos tratamentos, a uma densidade de sete
peixes/tanque, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, composto
por três tratamentos com três repetições cada.

      Realizou-se o experimento em nove tanques de alvenaria, com capacidade
para 2 m3, sendo cada um deles provido com aeradores para manutenção do
oxigênio dissolvido. Os peixes foram submetidos a três tipos de alimentação: ração
comercial para peixes com 28% de proteína bruta; Pellona harroweri, Fowler, 1917
(sardinha-piaba); e Pomadasys croco, Cuvier, 1830 (coró-amarelo).


     Os indivíduos apresentaram pesos e comprimentos médios iniciais de
3,059±0,846 g e 44,1±4,0 mm para o tratamento com ração comercial (RC) para
peixe com 28% de proteína bruta; 3,015±0,892 g e 44,6±4,5 mm para o tratamento
com os peixes alimentados com P. harroweri (PH) e 2,736±0,803 g e 43,6±4,5 mm
para o tratamento com os peixes alimentados com P. croco (PC).


     Realizou-se biometria no início e a cada vinte dias até a quinta amostragem.
Entre a quinta e a sexta amostragem, o intervalo utilizado foi de onze dias,
totalizando seis biometrias ao final do experimento. Para isso, empregou-se balança
digital (precisão de 0,001 g) e paquímetro (precisão de 0,05 mm).


     Após cada procedimento biométrico, renovaram-se 95% da água do cultivo,
com o intuito de drenar a sujeira do fundo dos tanques, retirando-se as fezes e os
restos de alimento. Assim, procurou-se manter a qualidade da água dentro dos
padrões aceitáveis.


      A temperatura e o pH foram mensurados diariamente com o auxílio de
termômetro (precisão de 0,1 ºC) e peagâmetro (precisão de 0,01). A taxa de
oxigênio dissolvido não foi analisada, pelo fato de as unidades de cultivo serem
acopladas a um sistema de aeração ligado 24 horas por dia.
A alimentação foi ofertada até a saciedade das tilápias, sendo os peixes
marinhos disponibilizados triturados e na forma in natura. Ao final do experimento,
submeteram-se os dados do peso e comprimento à homogeneidade e,
consecutivamente, realizou-se a análise de variância (ANOVA). Como se constatou
diferença estatística significativa entre os tratamentos, realizou-se o teste de Tukey,
para comparação média por média. O nível de probabilidade utilizado foi de 5%.


As taxas de crescimento em peso (TCP) e comprimento (TCC), assim como o
incremento em peso relativo diário da biomassa (TCPD).


RESULTADOS:


       Os dados dos pesos e comprimentos médios iniciais e finais das tilápias
foram analisados pela análise de variância (ANOVA) e verificou-se que não houve
diferenças estatísticas significativas entre os tratamentos testados no início do
experimento (P > 0,05). No entanto, em relação aos resultados finais, observaram-se
diferenças estatísticas significativas (P<0,05), a saber, as tilápias alimentadas com
RC apresentaram os melhores rendimentos, quando comparadas às tilápias
alimentadas com os peixes P. harroweri e P. Croco.


  Quadro 2 – Crescimento da Tilápia




 Fonte: Embrapa


       As Figuras 1 e 2 mostram as curvas de crescimento em peso (g) e em
comprimento (mm) durante os 91 dias de cultivo. Verificou-se que as tilápias que se
alimentaram com RC foram as que apresentaram os melhores ganhos no TCP, TCC
e TCPD, quando comparadas com as tilápias que se alimentaram exclusivamente
com os peixes P. harroweri e P. Croco.
2.6    ENGORDA


       No cultivo racional de tilápia, a fase de larvicultura dos animais destinados à
engorda é conhecida também como fase de reversão sexual, basicamente por
causa do processo que estes indivíduos sofrem neste período. A reversão sexual é
um manejo fundamental na tilapicultura em razão da necessidade de obtenção de
machos para a engorda. O macho tem maior crescimento e o cultivo monossexo
evita baixo desempenho ocasionado por gastos energéticos com cópula, desova,
cuidado parental e excesso populacional nos viveiros. Foi mostrado através de
pequenos capítulos, todas as fases da engorda da Tilápia.


 Quadro 3 – Exemplo de alimentação da Tilápia na fase de reversão sexual




 Fonte: Embrapa
2.61 PREPARO DO VIVEIRO


      Após a despesca fazer a manutenção de barragens, monges e canais.
Coletar amostra de solos. Proceder a desinfecção dos viveiros com cal virgem
(200g/m2).


      De 14 a 21 dias antes do enchimento, corrigir com calcário elevando a
saturação de bases. Viveiros pobres em matéria orgânica (carbono abaixo de 2%)
fertilizar com adubos orgânicos.


      Para melhorar a produção primária, encher os viveiros gradativamente,
inicialmente até ¾.
2.62 POVOAMENTO


      Deve-se efetuar uma análise das condições do viveiro antes da soltura dos
juvenis, assegurando-se de que se encontra adequado ao povoamento.


      Deve-se evitar este procedimento quando a temperatura da água for inferior a
22o C e quando for muito quente (horas mais quentes do dia).


      Deve-se submeter os juvenis (no berçário) a um jejum de 24 horas anteriores
ao manejo (padronização e transferência para engorda). Manter o mesmo padrão
(tipo, quantidade, frequência) de alimentação por uma semana.


      É esperado um “ganho compensatório”, que é um crescimento acelerado
(ganho de peso) provocado pela saída de um ambiente de restrição para outro mais
favorável, com mais alimento e espaço. Mas não significa que manterá este
desenvolvimento ao longo do cultivo, e por esta razão o piscicultor não deve
abandonar a tabela de alimentação.


      Outro momento em que se observa este crescimento compensatório, ocorre
na saída do inverno, quando os peixes saem da restrição provocada pelas baixas
temperaturas que reduzem o metabolismo. Deve-se estabelecer um procedimento
para anotações das informações econômicas: despesas & receitas e indicadores de
desenvolvimento da criação: volume diário de ração, uso de outros insumos, além
dos demais parâmetros de qualidade de água e das variações climáticas.
2.63 ALIMENTAÇÃO

      Como na maioria das atividades pecuária, a alimentação é o que mais pesa
no custo de produção. Representa de 68 a 79% do custo total de produção. A
conversão alimentar da tilápia nas propriedades acompanhadas da Rede de
Referência e no Processo Piscicultura, situou-se em torno de 1,3 (kg de ração/kg de
peixe produzido).


      As tabelas de alimentação são confeccionadas, tendo em vista os
requerimentos nutricionais totais. No caso de viveiros escavados a produção de
alimento natural pode ser considerada, de acordo com o histórico do viveiro e com a
recomendação do assistente técnico, levando a uma redução no fornecimento de
ração que terá grande impacto nos custos.


      As trocas de ração podem ocorrer por: mudança no tamanho do pelete, teor
de proteína, tipo (extrusada – peletizada) ou fabricante. Nestes casos a
recomendação é que a mudança seja gradativa para que o peixe se adapte e não
haja perda de ração e de crescimento.


      No povoamento, os peixes devem receber rações com 32% PB (2,5 -3,0 mm).
Após atingir 100 g recomenda-se o fornecimento de rações com 28% PB (4,0 -5,0
mm) até o final do cultivo. A frequência de alimentação recomendada é de 2 vezes
ao dia.
2.64 BIOMETRIA


      O recomendável é que as biometrias aconteçam a cada 15 dias e tem como
objetivo acompanhar o desenvolvimento e ajustar a quantidade de alimento. O
número de peixes amostrados deve ser de 75 a 100 indivíduos para que a amostra
seja representativa.
2.7   CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA


      As tilápias representam o segundo grupo de maior importância na aquicultura
mundial. São de baixo nível trófico (onívoras), fato este que as coloca em vantagem
em relação às espécies carnívoras que necessitam grande quantidade de farinha de
peixe nas rações (Fitzsimmons, 2000), aceitam rações com grande facilidade desde
o período larval (Meurer et al., 1999) e utilizam eficientemente os carboidratos, da
dieta, Destacam-se em cultivos por apresentar crescimento rápido e rusticidade, A
tilápia apresenta carne de ótima qualidade, com boa aceitação no mercado
consumidor e por não apresenta espinhos na forma de “Y” no seu filé (Hildsorf,
1995) é uma espécie apropriada para a indústria de filetagem, tornando-a uma
espécie de grande interesse para a piscicultura (Boscolo et al., 2002a).


      A inclusão de gordura na ração dos peixes leva a um aumento do nível de
gordura corporal, sendo que este aumento está relacionado com o nível de inclusão,
isto é, quanto maior o nível de gordura dietária maior o depósito de gordura no peixe
(Cyrino, 1995; Meurer et al., 2002). O excesso de gordura na carcaça é, atualmente,
uma característica indesejável. No entanto, deve-se manter um nível que não afete
as características organolépticas da carne.


      Outro fator negativo do excesso de gordura na carcaça é que esta acumula-
se principalmente no tecido adiposo da cavidade abdominal, o que diminui a
percentagem de rendimento de filé e, consequentemente, o valor comercial do peixe
(Meurer et al., 2002). Devido à grande importância da tilápia do Nilo na aquicultura
se faz necessário estudos com relação a sua nutrição e características de carcaça.


      O óleo de soja é frequentemente utilizado para formulação de dietas para
peixes, sendo uma excelente fonte energética para o seu crescimento,
apresentando, segundo Boscolo et al. (2002b), 8485kcal/kg de energia digestível
para tilápia do Nilo. No entanto são escassas as informações sobre os efeitos da
inclusão de gordura na ração sobre o desempenho, as características de carcaça e
locais de deposição corporal deste nutriente em peixes.
3.0   CONCLUSÃO


      A tilapicultura é atrativa porque apresenta indicadores que validam a
atividade como tal, apesar da elevação dos custos de produção e dos solavancos
da cadeia produtiva. E por ser lucrativa, os criadores sobreviveram à crise dos
pesque & pagues e dos frigoríficos mal sucedidos.


      A produção de tilápia, no inicio absorvida integralmente por pesque&pagues,
hoje encaminha 71% (EMATER 2003) do volume aos frigoríficos, que no modelo
proposto: “450g e 150 dias de cultivo” possibilita o estabelecimento de um
cronograma de produção, indispensável para a profissionalização da atividade.


      O melhoramento do Modelo Emater e o estabelecimento de modelos mais
avançados dependerão de pesquisas regionalizadas que permitam a superação dos
obstáculos já identificados, que possam efetivamente validar o desenvolvimento
sustentável para a tilapicultura no Oeste do Paraná.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BARROS, M.M.; PEZZATO, L.E.; KLEEMANN, G.K. et al. Níveis de vitamina C e

ferro para tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). Revista Brasileira de Zootecnia,

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BOSCOLO, W.R.; HAYASHI,            C.; SOARES, C.M. et al.           Desempenho         e

características de carcaça de machos revertidos de tilápias do nilo (Oreochromis

niloticus), linhagens tailandesa e comum, nas fases inicial e de crescimento. Rev.

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revertidos de tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus), linhagens tailandesa e comum,

nas fases iniciais e de crescimento. Rev. Bras. Zootec., Viçosa, v.30, n.5, p.1391-

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BOSCOLO, W. R. et al. Farinha de varredura de mandioca (Manihot esculenta) na

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INTERNET


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RIBEIRO, Marcelino. Seminário discute criação de tilápias no rio São Francisco.

Embrapa, Petrolina-CE, 04 junho 1997. Disponível em:<http://www.embrapa.br />.

Acesso em: 13 outubro 2009

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Cultivo da Tilápia: Características, Sistema de Criação e Parâmetros de Qualidade da Água

  • 1. FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS MEDICINA VETERINÁRIA – TURMA 015201B03 TILÁPIA DANIELA LEMES PRISCILA NOVELLI SANDRA ROSADO SÃO PAULO OUTUBRO - 2009
  • 2. FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS MEDICINA VETERINÁRIA – TURMA 015201B03 TILÁPIA DANIELA LEMES PRISCILA NOVELLI SANDRA ROSADO Trabalho apresentado para avaliação na disciplina de Aquicultura, do curso de Medicina Veterinária, Noturno, das Faculdades Metropolitanas Unidas, ministrado pela professora Dra. Carolina Amália de Souza Dantas Muniz. SÃO PAULO OUTUBRO - 2009
  • 3. SUMÁRIO Pg. Relação de Fotos.............................................................................................04 Relação de Quadros........................................................................................05 1.0 Introdução ........................................................................................................06 2.0 Espécie.............................................................................................................07 2.1 Sistema de Criação..........................................................................................09 2.11 Características Físicas.....................................................................................11 2.12 Características Químicas.................................................................................15 2.2 Reprodução......................................................................................................19 2.21 A produção do Juvenil.....................................................................................20 2.22 Recomendações Gerais para os Viveiros-Berçário.........................................22 2.3 Larvicultura.......................................................................................................23 2.4 Alevinagem.......................................................................................................25 2.41 Alevinagem Semi- Intensiva.............................................................................27 2.42 Alevinagem Intensiva.......................................................................................28 2.43 Alevinagem Semi- Extensiva...........................................................................29 2.5 Crescimento.....................................................................................................31 2.6 Engorda............................................................................................................34 2.61 Preparo do Viveiro............................................................................................35 2.62 Povoamento.....................................................................................................36 2.63 Alimentação......................................................................................................37 2.64 Biometria..........................................................................................................38 2.7 Características da Carcaça..............................................................................39 3.0 Conclusão .......................................................................................................40 Referências Bibliográficas ...............................................................................41
  • 4. RELAÇÃO DE FOTOS Foto 1 – Tilápia Foto 2 – Sistema de Criação da Tilápia Foto 3 – Disco De Secchi Foto 4 – Condutivímetro Foto 5 – pHmetro Foto 6 – Aparelho para Medição de O2 Foto 7 – Aparelho para Medição de pH Foto 8 – pHmetro Foto 9 – Alevinos utilizados na produção de Juvenis Foto 10 – Alevino de Tilápia
  • 5. RELAÇÃO DE QUADROS Quadro 1 – Parâmetros de qualidade da água para tilápia Quadro 2 – Crescimento da Tilápia Quadro 3 – Exemplo de alimentação da Tilápia na fase de reversão sexual
  • 6. 1.0 INTRODUÇÃO Escolheu-se trabalhar com a Tilápia, pois trata-se de uma das espécies mais cultivadas em cativeiros no Brasil devido a sua rusticidade. Elas também são fáceis de se manter em aquário, já que elas conseguem espaço suficiente neles. Elas se reproduzem facilmente, crescem rápido e maioria das espécies são reprodutores de superfície e protegem sua cria em sua boca. A tilápia-do-nilo foi um dos primeiros peixes a serem criados em aquicultura pelos antigos Egípcios (4000 anos), o que torna um atrativo e tanto para se estudá- la. A tilápia é um excelente controle biológico para alguns problemas de plantas aquáticas, pois preferem plantas aquáticas que flutuam, mas também consomem algumas algas fibrosas. Estes peixes, são nativos da América do Sul e África, mas foram introduzidas em muitos lugares nas águas abertas do sul da América do Norte e são agora comuns na Flórida, Texas e partes do sudoeste dos EUA.
  • 7. 2.0 ESPÉCIE Existem espalhadas pelo mundo cerca de cem espécies deste peixe de escamas, sendo que no Brasil foram introduzidas aproximadamente cinco delas, tendo se tornado mais popular a "Tilápia do Nilo". Esta variedade de peixes com coloração escura, pode chegar a pesar até 5kg. Outra variedade hoje muito comum, é o que podemos chamar de um cruzamento industrial, ou seja, para obter melhores resultados em proporções comerciais, já se trabalham com peixes resultantes do cruzamento entre a Tilápia Nilótica e a Tilápia Tailandesa, sendo esta última uma espécie que apresenta excelente ganho de peso e, que com o cruzamento, aumentou sua rusticidade. Foto 1 – Tilápia Fonte: www.itograss.com.br São peixes com grande capacidade de adaptação, chegando até serem classificados como espécie oportunistas. Apresentam preferência pelos ambientes sem correnteza, suportando ainda baixos teores de oxigênio dissolvido e uma larga faixa de tolerância térmica. Apesar de serem peixes de água doce, adaptam-se ainda a ambientes com baixa salinidade (salinidade conhecida 33%). As tilápias destacam-se na aquicultura mundial e, atualmente, formam o segundo maior grupo de peixes cultivados, por apresentarem crescimento rápido e
  • 8. rusticidade (Hayashi et al., 1999a), fácil reprodução, manipulação de sexo, carne de ampla aceitação no mercado consumidor, pela inexistência de espinhos em forma de "y" no seu filé e fácil industrialização (Hildsorf, 1995). A tilápia, de hábito alimentar onívoro, apresenta eficiente utilização dos carboidratos e, em decorrência do aumento de sua produção, muitos aspectos de sua nutrição têm sido estudados (Barros et al., 2002; Pezzato et al., 2002). A espécie de peixe que apresenta o melhor perfil para cultivo em todo mundo é a nilótica, de origem africana. Os primeiros exemplares que iniciaram o cultivo no Oeste do Paraná em 1982 vieram da Costa do Marfim, de uma linhagem chamada Buaque. Atualmente predomina a linhagem Chitralada de origem tailandesa importada em 1996. É utilizada tanto em cultivos puros como em cruzamentos com as primeiras, chamadas de “nativas". Trata-se de uma espécie onívora que aceita com facilidade vários tipos de alimento, dócil ao manejo em todas as fases de cultivo, boa rusticidade, prolífica e de fácil domínio da reprodução, precoce, com alta qualidade de carne (filé). Estas são basicamente as razões da opção por esta espécie a exemplo do que acontece nos demais continentes.
  • 9. 2.1 SISTEMA DE CRIAÇÃO As Tilápias são peixes de água doce e são criadas em tanque rede, que é uma espécie de gaiola que fica quase que totalmente submersas no leito rio. Dentro dela, são colocados peixes ainda na fase de alevinos e com peso médio inicial a partir de 2g cada. Lá, eles ficam até atingir o tamanho adequado para serem então comercializados. A depender do mercado, são retirados para venda com peso médio de 800g. Por gaiola de 6m3, os piscicultores chegam a colher até 750 kg de tilápia e em cada módulo de 12 tanques-rede estão conseguindo produzir em média 6.000kg de tilápia por ciclo. "Com um preço atual girando em torno de R$3,50/kg, a atividade consegue ser produtiva, rentável e estimular a geração de empregos na região", explica Daniela Campeche, pesquisadora da Embrapa Semi-Árido (Petrolina-PE) em entrevista ao site da Embrapa. Além disso, a indústria de beneficiamento dessa espécie tem demandado maior oferta de tilápia, o que torna o mercado atraente para investimento dos piscicultores. Para se criar Tilápias, como qualquer outro peixe, é extremamente necessário se atentar aos parâmetros de qualidade físico/química da água, como descrito abaixo: Quadro 1 - Parâmetros de qualidade da água para tilápia Fonte: Adaptado de Curso de Piscicultura – Emater-PR/Convênio TEM/SEFOR/CODEFAT/SERT-PR – 2000
  • 10. Foto 2 – Sistema de Criação da Tilápia Fonte: www.globorural.globo.com
  • 11. 2.11 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 1 Temperatura É a temperatura que determina a intensidade do metabolismo dos organismos vivos no viveiro. A tilápia desenvolve-se bem na temperatura de água entre 26 a 28ºC. Os demais organismos vivos (fito e zooplancton, etc), que estão presentes nos viveiros, são importantes para a tilápia e precisam ser mantidos em condições adequadas ou desejáveis. Foto 3 – Termômetro Fonte: www.thumbs.dreamstime.com O desenvolvimento destes organismos é influenciado pela disponibilidade e equilíbrio dos nutrientes e também pela temperatura. Para se buscar o melhor crescimento dos peixes é necessário administrar o conjunto peixe x água, dando a cada um as condições para o desenvolvimento equilibrado. Nos períodos do ano em que as temperaturas são mais altas, a água do viveiro pode atingir níveis superiores aos limites confortáveis (28ºC). Acima de 30ºC observar as reduções da taxa de alimentação, fornecendo alimentos em horários de temperaturas mais amenas e confortáveis. Iniciar o processo de renovação de água.
  • 12. No caso do inverno as reduções da temperatura são normalmente bruscas, mas o metabolismo da tilápia (e dos demais organismos também) mantém a mesma atividade, decrescendo gradativamente. É fundamental o acompanhamento diário para que o fornecimento de alimento seja reduzido na proporção da redução do apetite. A tabela de alimentação é a melhor referência para orientar este processo. Da mesma maneira, as temperaturas no final do inverno também se elevam rapidamente, mas o metabolismo da tilápia ainda não está bem adaptado. Deve-se esperar um período de pelo menos 30 dias com as temperaturas acima de 22º C, para qualquer procedimento de manejo, especialmente de juvenis.
  • 13. 2 Transparência da Água A transparência da água pode ser utilizada como parâmetro indicativo da riqueza ou não da água em alimento natural (formado por animais e vegetais invisíveis a olho nu). Águas muito transparentes são pobres; quando muito turvas, impedem a entrada dos raios solares e em consequência a fotossíntese pelas plantas. A água deve ser clara com um teor de verde. Vale a pena salientar que água vermelha ou marrom, é um importante sinal de que o solo está desprotegido. Existem, entretanto, medidores de transparência como por exemplo, o Disco de Secchi, que foi inventado pelo padre italiano Pietro Angelo Secchi e que foi utilizado pela primeira vez em 1865. Este é um disco especialmente construído para medir a transparência e o nível de turbidez de corpos de água, como oceanos, lagos e rios. Tradicionalmente o disco vem montado em uma vara, corda ou fita, para ser baixado, aos poucos, às profundezas das águas. Ele deve ser colocado a uma profundidade de 35cm. Foto 4 – Disco De Secchi Fonte: Apostila
  • 14. 3 Condutividade É medida através do condutivímetro, que mede a passagem da corrente elétrica da água. Quanto maior a quantidade de partículas em suspensão, maior é a condutividade. Foto 5 – Condutivímetro Fonte das fotos 5, 6 e 7: www.biomol.com.br
  • 15. 2.12 CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS 1 PH O pHmetro é extremamente importante para se criar uma espécie de peixe. Por exemplo, a Tilápia suporta bem faixas de pH entre 5 e 9 abaixo e acima desses valores, apresentam baixa sobrevivência e menores taxas de desenvolvimento. O pHmetro ou medidor de pH é um aparelho usado para medição de ph. Constituído basicamente por um eletrodo e um circuito potenciômetro. O aparelho é calibrado de acordo com os valores referenciado em cada soluções de calibração. Uma vez calibrado estará pronto para uso. A leitura do aparelho é feita em função da leituras de milivolts que o eletrodo gera quando submerso na amostra. Esses milivolts são convertidos para uma escala de pH. O aparelho faz essa conversão e tendo como uma escala usual de 0 a 14 pH. Foto 8 – pHmetro Fonte: www.medicao.com.br
  • 16. 2 Alcalinidade total: Tanto quanto a dureza e o gás carbônico, a alcalinidade é um parâmetro que indiretamente indica o equilíbrio do pH do sistema, além de indicar a disponibilidade de cálcio e magnésio que são essenciais para o desenvolvimento dos organismos aquáticos. Na região Oeste do Paraná as águas apresentam baixos valores para alcalinidade (< 15 mg/l). A calagem é o procedimento para a elevação da alcalinidade e a análise de solo é que determina a quantidade a ser aplicada no solo do fundo do viveiro. Uma regra prática é adicionar 500-600g/m2 de calcário, que de maneira geral eleva a alcalinidade para 35 a 40 mg/l, com pequenas taxas de renovação de água (5%).
  • 17. 3 Oxigênio Dissolvido (OD): As fontes de oxigênio num viveiro de criação de tilápia são: o contato com o ar, o fitoplâncton, a renovação de água e também os equipamento aeradores elétricos. A quantidade de oxigênio disponível é que determina a capacidade do viveiro em manter equilibrado (vivo) os peixes e os demais organismos. O oxigênio produzido e acumulado no viveiro durante o dia é consumido durante a noite. Inspeções no viveiro nas primeiras horas de luz permitem identificar problemas de desequilíbrio e tomar decisões oportunas. A partir de 600g (peso/m3) de biomassa e dependendo das demais condições do viveiro, deve-se considerar o uso do aerador. Dias nublados (chuvosos) apresentam menor produção de oxigênio (menor taxa de fotossíntese das algas presentes na água). Existe um equipamento específico chamado Paddle Wheel, que é um propulsor de ar que deve ser ligado entre às 4:30 am e 5:00, que é onde se tem o menor nível de oxigênio na água.
  • 18. 4 Amônia: Ocorre pelo excesso de matéria orgânica e é um sinal de que se perdeu o momento de agir ou de que houve erro na adubação. Somente é corrigido pela renovação da água do viveiro. A calagem direta na água durante o cultivo, quando há ocorrência de amônia, piora o problema, pois a amônia é ainda mais tóxica em pH elevado (>7,0). Existem outros parâmetros de qualidade de água que podem ser utilizados, entretanto requerem mais conhecimento, pois como já foi observado, há uma estreita correlação entre os fatores que influenciam no comportamento dos organismos presentes nos viveiros e da tilápia. .
  • 19. 2.2 REPRODUÇÃO Criadores especializados - os alevinocultores – é que mantém um plantel de reprodutores e fornecem alevinos aos demais criadores: os piscicultores terminadores. Para maior rendimento, somente os machos - porque tem maior crescimento – são cultivados. Para obter esta população, as larvas são submetidas ao processo de reversão sexual e após 30 dias estão prontas para iniciar a fase seguinte: o cultivo. Para o sucesso do cultivo não se recomenda o povoamento de viveiros de engorda com peixes de peso inferiores a 25g, chamados de juvenis.
  • 20. 2.21 A PRODUÇÃO DO JUVENIL O criador pode optar por adquirir os juvenis de outro criador especializado ou produzir o seu próprio juvenil na propriedade. Em ambos os casos, alguns cuidados são fundamentais: procedência/idoneidade da estação produtora de alevinos; garantia do índice mínimo de reversão sexual de 98%; lotes homogêneos (mesma idade e tamanho) e livre de doenças. Os viveiros de produção de juvenis podem ser considerados como uma “quarentena” pois em aproximadamente 40 dias terão tamanho/peso adequado para povoar os viveiros de engorda. Por esta razão a água que sai do berçário não deve ser utilizada por outros viveiros como forma de evitar a disseminação ou contágio. Se ocorrer algum problema sanitário o viveiro e a água devem ser tratados. Foto 9 – Alevinos utilizados na produção de Juvenis Fonte: www.aquavap.com Estima-se uma perda variável na produção dos juvenis (predadores, oscilações térmicas, doenças, má qualidade da água, etc) em torno de 20%. Para
  • 21. uma área de 1 hectare (10 000 m2) seriam necessários aproximadamente 31.000 alevinos, para obter-se 25 000 juvenis para a engorda (2,5 juvenis/m2). Considerando-se que, para o bom desenvolvimento dos alevinos no berçário a biomassa de peixe não deve ser superior a 400g, calculamos que uma piscicultura com um hectare de viveiros para engorda necessitará de 1875m2 ou, aproximadamente de 2000m2 de viveiros-berçário distribuídos em número adequado à programação de produção e ao número de viveiros de engorda.
  • 22. 2.22 RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA OS VIVEIROS-BERÇÁRIO - Localização privilegiada para proteção contra predadores e para acesso do tratador; - Evitar trocas de água, para não perder nutrientes primários importantes no equilíbrio do ambiente. Na maioria dos casos a manutenção do volume já é suficiente; - A estabilidade dos parâmetros físico/químico e nutricionais é determinante do desenvolvimento do juvenil e repercutirá na fase posterior: a engorda; - A programação da produção (e da comercialização) somente será possível com o domínio da disponibilidade de juvenis; - Se a produção de juvenis coincidir com a estação do inverno, a mortalidade poderá ser maior que 20%. Neste caso manter a adubação em níveis adequados, evitar a entrada de água superficial; manter os alevinos em viveiros mais profundos ou manter o berçário com o nível máximo de água e ainda utilizar 1000 mg de vitamina C por quilo de ração; - Efetuar uma padronização por peso/tamanho ao transferir para o viveiro de engorda. Este momento precisa ser rápido, sem comprimir os peixes visando o mínimo dano (estresse, perda de escamas, amassamento, etc) sem descuidar da temperatura e oxigenação da água; - Se necessário os juvenis podem passar por um banho profilático de 5 a 10 minutos em solução salina a 2% (2 kg de sal para 100 litros de água); A alimentação é dependente da temperatura e é fundamental que, durante o período de berçário os alevinos recebam alimento no mínimo 3 vezes ao dia em quantidade determinada pela tabela de alimentação. Nesta fase o diâmetro das partículas vai de finamente farelada até máximo de 2 mm e o teor de proteína de 40.
  • 23. 2.3 LARVICULTURA A larvicultura de peixes é uma das fases mais importantes para a piscicultura, pois é a etapa que determina o número e a qualidade de animais para as fases posteriores de criação. Em ambientes naturais, os peixes conseguem balancear suas dietas, escolhendo os alimentos que melhor suprem suas necessidades nutricionais. Deste modo, raramente são observados sinais de deficiência nutricional nestas condições. Em geral, os alimentos naturais explorados, possuem grande valor energético, apresentam altos níveis de proteína de excelente qualidade e se constituem em importantes fontes de minerais e vitaminas, contrabalançando uma eventual deficiência nutricional. A importância do alimento natural é maior durante as fases de larvicultura e alevinagem, ou na recria de espécies planctófagas, em tanques e viveiros de baixa renovação de água. Porém, a quantidade de alimento natural diminui com a biomassa de peixes estocada. Quanto maior a biomassa de peixes por área, menor será a quantidade de alimento natural disponível para cada peixe, aumentando a necessidade do uso de alimento suplementar para a manutenção de um adequado crescimento dos peixes. As pós-larvas de peixes, por apresentarem rápido crescimento, são bastante exigentes em nutrientes e com as reservas corporais mínimas, qualquer deficiência na nutrição das mesmas são rapidamente notadas e catastróficas. As pós-larvas são classificadas em duas categorias: Pós-larvas com trato digestivo rudimentar, devido à transição entre o vitelo e o alimento externo. Nesta categoria incluímos os pacus, tambaquis, surubins, curimbatás, dourados, carpas chinesas. A ausência de algumas enzimas digestivas pode prejudicar a utilização de rações preparadas, sendo o zooplâncton, o primeiro alimento externo. Enzimas digestivas presentes neste organismo são liberadas pela ação física das pós-larvas durante a captura e ingestão do zooplâncton. Estas
  • 24. enzimas (exógenas) desencadeiam a hidrólise das proteínas do próprio zooplâncton ingerido e estimulam a secreção de enzimas pelo trato digestivo das pós-larvas (enzimas endógenas), facilitando os processos de digestão e absorção dos nutrientes. Alguns dias depois de iniciada a alimentação exógena às custas de organismos planctônicos, as pós-larvas começam a aceitar e melhor utilizar as rações preparadas. Larvas com trato digestivo completo aceitam e conseguem utilizar adequadamente rações fareladas de boa qualidade e nutricionalmente completa na primeira alimentação exógena. Nesta categoria incluímos as pós-larvas de tilápias, bagre-do-canal, truta arco-íris, carpa comum etc. A composição da ração para esta fase segue a composição dos organismos do zooplâncton, ou seja, níveis de proteína entre 40 e 50% e energia de 3.600 a 4.200 kcal de ED/kg de ração. As rações para pós-larvas são de textura muito fina, geralmente menor que 0,5 mm e, portanto, estão sujeitas a excessivas perdas por nutrientes por lixiviação na água, principalmente os aminoácidos e as vitaminas hidrossolúveis. Deste modo, as rações fareladas devem apresentar adequada flutuabilidade na água, reduzindo sua superfície de contato. Além do mais, a superfortificação com vitaminas e minerais é altamente recomendada para compensar eventuais perdas destes nutrientes.
  • 25. 2.4 ALEVINAGEM O sucesso na obtenção do primeiro alimento externo é um dos fatores mais críticos e decisivos que os peixes enfrentam ao longo de suas vidas. Devido ao seu pequeno tamanho, poucos são os organismos que eles conseguem comer, embora sejam muitos os animais que podem devorá-los. Portanto, esse é justamente o momento em que eles representam muito mais o papel de presa que de predador na cadeia alimentar do ecossistema do qual fazem parte, seja ele natural ou artificial. Em viveiros de produção de alevinos os predadores mais perigosos são os insetos aquáticos (baratas e besouros d’água, larvas e ninfas de libélulas), as espécies indesejadas de outros peixes (lambaris, traíras, acarás, etc) que podem invadir o viveiro, cobras d’água, aves aquáticas, etc. Também existem competidores tais como os girinos e outros pequenos peixinhos que agem como “ladrões” da comida dos alevinos, impedindo seu crescimento e fortalecimento, o que acaba favorecendo a ação dos predadores. Foto 10 – Alevino de Tilápia Fonte: www.6rbtata.com A maioria das pós-larvas e alevinos precisam obrigatoriamente se alimentar de microorganismos aquáticos. Esses organismos basicamente se classificam em plâncton (microorganismos que habitam a coluna d’água) e bentos (microorganismos que habitam o fundo). A dependência por estes animais microscópicos se estende até as pós-larvas e micro-alevinos aprenderem a se alimentar de outras fontes. Daí a necessidade de se criar e fornecer tais organismos na quantidade adequada.
  • 26. Por isso a fase de alevinagem é a fase mais sensível de todo processo. A taxa de sobrevivência pode ser zero, caso não haja um bom preparo de viveiros ou um bom manejo alimentar, controle de predadores e competidores, necessitando treinamento, experimentação e sobretudo grande atenção para com os “milimétricos bebês”. Cabe ressaltar a importância de uma estocagem correta de pós-larvas, a qual vai depender da espécie criada, da qualidade da unidade de produção (viveiro) utilizada e do tipo de trato possível de ser praticado na região, conforme a disponibilidade de insumos. Percebe-se como tudo passa a ser extremamente relativo nessa fase, em apelo ao bom senso dos técnicos envolvidos, cujo trabalho pode se tornar estritamente experimental. Devido a essa necessidade constante de experimentação, os sistemas de alevinagem utilizados no Alto Rio Negro variam podendo ser basicamente de três tipos: sistema semi-extensivo, semi-intensivo e intensivo.
  • 27. 2.41 ALEVINAGEM SEMI – INTENSIVA É um método dependente de um minucioso preparo e manutenção de viveiros berçários, os quais devem possuir dispositivos hidráulicos para o controle total da vazão, possibilitando um manejo mais efetivo e adequado: secagem total, retirada de lama, erradicação de predadores, calagem (correção da acidez da água com aplicação regular de calcário agrícola), fertilização (aplicação regular de fertilizantes químicos) para estimular produção de fitoplâncton (plâncton de origem vegetal ou micro-algas) e adubação (aplicação regular de adubos orgânicos) para estimular a produção de zooplâncton (plâncton de origem animal). Devido à necessidade da aplicação de todos esses insumos, freqüentemente inexistentes na região, é necessário ainda realizar monitoramento regular da qualidade da água, feito através de análises físicas e químicas. No Alto Rio Negro a aplicação desse método tem gerado resultados incertos, mostrando-se muitas vezes inviável, por conta, principalmente, das dificuldades de logística, impossibilidade de integração com outras atividades zootécnicas, capacitação teórica dos agentes locais, etc.
  • 28. 2.42 ALEVINAGEM INTENSIVA É um sistema mais moderno que vem sendo muito experimentado atualmente em toda parte, estando sua tecnologia em processo de desenvolvimento na maioria das pisciculturas do Brasil e do mundo. É baseado no fechamento quase que completo do sistema, na tentativa de impedir totalmente a entrada de predadores. Por isso só pode ser realizado em laboratório através do confinamento de uma grande quantidade de pós-larvas e micro-alevinos em espaço e volume de água filtrada reduzidos, onde os peixinhos são alimentados com uma dieta nutricionalmente mais completa quanto for possível. Podem ser fornecidos zooplâncton nativo, filtrado dos viveiros externos, ou zooplâncton de origem marinha (Artemia salina) criado intensivamente em laboratório, além de ração artificial vitaminada e de elevado teor de proteínas, possível de ser produzida artesanalmente em pequenas quantidades. As vantagens desse sistema estão relacionadas com a obtenção de altas taxas de sobrevivência, sendo uma maneira real de se aumentar a produção de alevinos sem depender da necessidade de aumentar a área alagada com a construção nem sempre possível de novos viveiros nas estações de piscicultura. A desvantagem está no alto grau de intervenção humana (dá muito trabalho) e também na necessidade de insumos provenientes de fora (plâncton de origem marinha, ingredientes especiais de ração etc).
  • 29. 2.43 ALEVINAGEM SEMI - EXTENSIVA Este é um sistema que vem sendo exclusivamente experimentado e aperfeiçoado pelas equipes técnicas do Projeto. Os viveiros familiares ou comunitários recebem não alevinos (mudas) e sim pós-larvas (sementes). Para isso eles são preparados apenas com o objetivo de controlar a população de predadores antes e durante o processo. Para que haja um máximo aproveitamento da produtividade natural em alimentos, os peixamentos são feitos de modo crescente e sucessivo, conforme as possibilidades. Essas estocagens sucessivas variam, havendo como base teórica a sucessão bentônica e planctônica, bem como as possibilidades de canibalismo em relação à dinâmica de crescimento e mudanças de hábito alimentar das pós-larvas, micro- alevinos, alevinos e juvenis que dessa forma co-habitam um mesmo viveiro. Por exemplo, no viveiro comunitário de Caruru-Cachoeira (Alto Tiquié) a estocagem tem sido praticada da seguinte maneira: 25 pós-larvas por metro quadrado no primeiro peixamento, 50 pós-larvas por metro quadrado no segundo, mais 100 pós-larvas por metro quadrado no terceiro, sendo o intervalo entre os peixamentos de cerca de 15 a 20 dias. Dessa forma, pós-larvas pequenas se alimentam de plânctons e bentos pequenos, micro-alevinos se alimentam de plânctons e bentos grandes, alevinos já se alimentam de ração normal, farináceos e insetos. Percebe-se como as diferentes turmas não competem por alimentos. Alevinos grandes podem comer pós-larvas, mas por outro lado competem positivamente com outros tipos de predadores. Além disso, por já se alimentarem de ração comum, contribuem para uma espécie de adubação natural do viveiro, aumentando sua capacidade de suporte. O aumento crescente na estocagem serve para compensar eventuais perdas por canibalismo dos grandes sobre os pequenos, estando baseado na possibilidade de haver sobras crescentes de organismos menores, numa sucessão promovida pela própria seletividade alimentar daqueles que já haviam sido estocados anteriormente.
  • 30. Esse sistema de produção de alevinos tem sido o mais interessante para a região do Alto Rio Negro, apresentando várias vantagens: a primeira refere-se à facilidade de transporte das pós-larvas, pois estas necessitam de um volume de água bem menor que os alevinos; em segundo lugar, não ocorre demanda de insumos provenientes de fora para o preparo dos viveiros; a terceira vantagem está na qualidade genética dos alevinos produzidos, sempre de grande tamanho, devido a própria seletividade natural do ecossistema formado, onde somente os mais fortes sobreviverão. Porém, esse é um sistema que apresenta certas limitações: teoricamente só é possível ser praticado com pós-larvas de espécies de boca pequena, como é o caso dos aracus. Além disso, dependendo das características físicas, químicas e biológicas diferentes de cada unidade de produção não tem sido possível praticar esse sistema em todos os viveiros, devido à presença de predadores e dificuldades relacionadas à sua erradicação, o que é um fato bastante comum para viveiros onde não é possível controlar a vazão.
  • 31. 2.5 CRESCIMENTO A tilápia nilótica, ao contrário da maioria dos peixes, desenvolve-se bem no período larval alimentando-se somente com ração artificial (Santiago et al., 1987; Hayashi et al., 1999). As exigências nutricionais dos peixes são estabelecidas, em sua maioria, sob condições laboratoriais, o que pode ser responsável por parte das diferenças intra e interespecíficas, às vezes conflitantes, apresentadas na literatura. Entretanto, sabe- se que as reais exigências nutricionais estão diretamente relacionadas aos seguintes fatores: espécie, fase de desenvolvimento, sexo e estádio de maturação sexual, sistema e regime de produção, temperatura da água, freqüência de arraçoamento e qualidade da dieta (PEZZATO et al., 2004). A tilápia-do-Nilo apresenta o hábito alimentar planctófago e se alimenta de detritos do fundo, mas aceita bem ração comercial (YANCEY & MENEZES, 1983). Sabe-se que a ração como insumo pode vir a inviabilizar a implantação da tilapicultura em algumas comunidades, no entanto, a tilápia pode se servir de vários organismos, mudando seu hábito, caso não tenha alimento suficiente no meio. Foi procurado um estudo que avaliasse o crescimento da tilápia-do-Nilo e foi encontrado um semelhante sobre o crescimento da Tilápia alimentada com peixes marinhos provenientes da fauna acompanhante da pesca do camarão. O estudo foi realizado no Centro de Tecnologia em Aqüicultura do Departamento de Crescimento de Tilápia-do-Nilo alimentada com peixes marinhos provenientes da pesca do camarão 187 Ciência Animal Brasileira, v. 8, n. 2, p. 185- 192, abr./jun. 2007 Engenharia de Pesca da Universidade Federal do Ceará, entre 1º de novembro de 2002 a 1º de fevereiro de 2003, totalizando 91 dias de cultivo. Cultivaram-se 63 alevinos de tilápia-do-Nilo, revertidos sexualmente com o hormônio masculinizante 17 metiltestosterona, adquiridos junto ao Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) de Pentecoste, CE, e transportados via terrestre para Fortaleza em sacos plásticos com 1/3 de água e 2/3 de oxigênio.
  • 32. Ao chegar no laboratório, aclimataram-se os peixes para as novas condições de confinamento. Posteriormente, procedeu-se à pesagem, medição e estocagem desses peixes, seus respectivos tratamentos, a uma densidade de sete peixes/tanque, distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, composto por três tratamentos com três repetições cada. Realizou-se o experimento em nove tanques de alvenaria, com capacidade para 2 m3, sendo cada um deles provido com aeradores para manutenção do oxigênio dissolvido. Os peixes foram submetidos a três tipos de alimentação: ração comercial para peixes com 28% de proteína bruta; Pellona harroweri, Fowler, 1917 (sardinha-piaba); e Pomadasys croco, Cuvier, 1830 (coró-amarelo). Os indivíduos apresentaram pesos e comprimentos médios iniciais de 3,059±0,846 g e 44,1±4,0 mm para o tratamento com ração comercial (RC) para peixe com 28% de proteína bruta; 3,015±0,892 g e 44,6±4,5 mm para o tratamento com os peixes alimentados com P. harroweri (PH) e 2,736±0,803 g e 43,6±4,5 mm para o tratamento com os peixes alimentados com P. croco (PC). Realizou-se biometria no início e a cada vinte dias até a quinta amostragem. Entre a quinta e a sexta amostragem, o intervalo utilizado foi de onze dias, totalizando seis biometrias ao final do experimento. Para isso, empregou-se balança digital (precisão de 0,001 g) e paquímetro (precisão de 0,05 mm). Após cada procedimento biométrico, renovaram-se 95% da água do cultivo, com o intuito de drenar a sujeira do fundo dos tanques, retirando-se as fezes e os restos de alimento. Assim, procurou-se manter a qualidade da água dentro dos padrões aceitáveis. A temperatura e o pH foram mensurados diariamente com o auxílio de termômetro (precisão de 0,1 ºC) e peagâmetro (precisão de 0,01). A taxa de oxigênio dissolvido não foi analisada, pelo fato de as unidades de cultivo serem acopladas a um sistema de aeração ligado 24 horas por dia.
  • 33. A alimentação foi ofertada até a saciedade das tilápias, sendo os peixes marinhos disponibilizados triturados e na forma in natura. Ao final do experimento, submeteram-se os dados do peso e comprimento à homogeneidade e, consecutivamente, realizou-se a análise de variância (ANOVA). Como se constatou diferença estatística significativa entre os tratamentos, realizou-se o teste de Tukey, para comparação média por média. O nível de probabilidade utilizado foi de 5%. As taxas de crescimento em peso (TCP) e comprimento (TCC), assim como o incremento em peso relativo diário da biomassa (TCPD). RESULTADOS: Os dados dos pesos e comprimentos médios iniciais e finais das tilápias foram analisados pela análise de variância (ANOVA) e verificou-se que não houve diferenças estatísticas significativas entre os tratamentos testados no início do experimento (P > 0,05). No entanto, em relação aos resultados finais, observaram-se diferenças estatísticas significativas (P<0,05), a saber, as tilápias alimentadas com RC apresentaram os melhores rendimentos, quando comparadas às tilápias alimentadas com os peixes P. harroweri e P. Croco. Quadro 2 – Crescimento da Tilápia Fonte: Embrapa As Figuras 1 e 2 mostram as curvas de crescimento em peso (g) e em comprimento (mm) durante os 91 dias de cultivo. Verificou-se que as tilápias que se alimentaram com RC foram as que apresentaram os melhores ganhos no TCP, TCC e TCPD, quando comparadas com as tilápias que se alimentaram exclusivamente com os peixes P. harroweri e P. Croco.
  • 34. 2.6 ENGORDA No cultivo racional de tilápia, a fase de larvicultura dos animais destinados à engorda é conhecida também como fase de reversão sexual, basicamente por causa do processo que estes indivíduos sofrem neste período. A reversão sexual é um manejo fundamental na tilapicultura em razão da necessidade de obtenção de machos para a engorda. O macho tem maior crescimento e o cultivo monossexo evita baixo desempenho ocasionado por gastos energéticos com cópula, desova, cuidado parental e excesso populacional nos viveiros. Foi mostrado através de pequenos capítulos, todas as fases da engorda da Tilápia. Quadro 3 – Exemplo de alimentação da Tilápia na fase de reversão sexual Fonte: Embrapa
  • 35. 2.61 PREPARO DO VIVEIRO Após a despesca fazer a manutenção de barragens, monges e canais. Coletar amostra de solos. Proceder a desinfecção dos viveiros com cal virgem (200g/m2). De 14 a 21 dias antes do enchimento, corrigir com calcário elevando a saturação de bases. Viveiros pobres em matéria orgânica (carbono abaixo de 2%) fertilizar com adubos orgânicos. Para melhorar a produção primária, encher os viveiros gradativamente, inicialmente até ¾.
  • 36. 2.62 POVOAMENTO Deve-se efetuar uma análise das condições do viveiro antes da soltura dos juvenis, assegurando-se de que se encontra adequado ao povoamento. Deve-se evitar este procedimento quando a temperatura da água for inferior a 22o C e quando for muito quente (horas mais quentes do dia). Deve-se submeter os juvenis (no berçário) a um jejum de 24 horas anteriores ao manejo (padronização e transferência para engorda). Manter o mesmo padrão (tipo, quantidade, frequência) de alimentação por uma semana. É esperado um “ganho compensatório”, que é um crescimento acelerado (ganho de peso) provocado pela saída de um ambiente de restrição para outro mais favorável, com mais alimento e espaço. Mas não significa que manterá este desenvolvimento ao longo do cultivo, e por esta razão o piscicultor não deve abandonar a tabela de alimentação. Outro momento em que se observa este crescimento compensatório, ocorre na saída do inverno, quando os peixes saem da restrição provocada pelas baixas temperaturas que reduzem o metabolismo. Deve-se estabelecer um procedimento para anotações das informações econômicas: despesas & receitas e indicadores de desenvolvimento da criação: volume diário de ração, uso de outros insumos, além dos demais parâmetros de qualidade de água e das variações climáticas.
  • 37. 2.63 ALIMENTAÇÃO Como na maioria das atividades pecuária, a alimentação é o que mais pesa no custo de produção. Representa de 68 a 79% do custo total de produção. A conversão alimentar da tilápia nas propriedades acompanhadas da Rede de Referência e no Processo Piscicultura, situou-se em torno de 1,3 (kg de ração/kg de peixe produzido). As tabelas de alimentação são confeccionadas, tendo em vista os requerimentos nutricionais totais. No caso de viveiros escavados a produção de alimento natural pode ser considerada, de acordo com o histórico do viveiro e com a recomendação do assistente técnico, levando a uma redução no fornecimento de ração que terá grande impacto nos custos. As trocas de ração podem ocorrer por: mudança no tamanho do pelete, teor de proteína, tipo (extrusada – peletizada) ou fabricante. Nestes casos a recomendação é que a mudança seja gradativa para que o peixe se adapte e não haja perda de ração e de crescimento. No povoamento, os peixes devem receber rações com 32% PB (2,5 -3,0 mm). Após atingir 100 g recomenda-se o fornecimento de rações com 28% PB (4,0 -5,0 mm) até o final do cultivo. A frequência de alimentação recomendada é de 2 vezes ao dia.
  • 38. 2.64 BIOMETRIA O recomendável é que as biometrias aconteçam a cada 15 dias e tem como objetivo acompanhar o desenvolvimento e ajustar a quantidade de alimento. O número de peixes amostrados deve ser de 75 a 100 indivíduos para que a amostra seja representativa.
  • 39. 2.7 CARACTERÍSTICAS DA CARCAÇA As tilápias representam o segundo grupo de maior importância na aquicultura mundial. São de baixo nível trófico (onívoras), fato este que as coloca em vantagem em relação às espécies carnívoras que necessitam grande quantidade de farinha de peixe nas rações (Fitzsimmons, 2000), aceitam rações com grande facilidade desde o período larval (Meurer et al., 1999) e utilizam eficientemente os carboidratos, da dieta, Destacam-se em cultivos por apresentar crescimento rápido e rusticidade, A tilápia apresenta carne de ótima qualidade, com boa aceitação no mercado consumidor e por não apresenta espinhos na forma de “Y” no seu filé (Hildsorf, 1995) é uma espécie apropriada para a indústria de filetagem, tornando-a uma espécie de grande interesse para a piscicultura (Boscolo et al., 2002a). A inclusão de gordura na ração dos peixes leva a um aumento do nível de gordura corporal, sendo que este aumento está relacionado com o nível de inclusão, isto é, quanto maior o nível de gordura dietária maior o depósito de gordura no peixe (Cyrino, 1995; Meurer et al., 2002). O excesso de gordura na carcaça é, atualmente, uma característica indesejável. No entanto, deve-se manter um nível que não afete as características organolépticas da carne. Outro fator negativo do excesso de gordura na carcaça é que esta acumula- se principalmente no tecido adiposo da cavidade abdominal, o que diminui a percentagem de rendimento de filé e, consequentemente, o valor comercial do peixe (Meurer et al., 2002). Devido à grande importância da tilápia do Nilo na aquicultura se faz necessário estudos com relação a sua nutrição e características de carcaça. O óleo de soja é frequentemente utilizado para formulação de dietas para peixes, sendo uma excelente fonte energética para o seu crescimento, apresentando, segundo Boscolo et al. (2002b), 8485kcal/kg de energia digestível para tilápia do Nilo. No entanto são escassas as informações sobre os efeitos da inclusão de gordura na ração sobre o desempenho, as características de carcaça e locais de deposição corporal deste nutriente em peixes.
  • 40. 3.0 CONCLUSÃO A tilapicultura é atrativa porque apresenta indicadores que validam a atividade como tal, apesar da elevação dos custos de produção e dos solavancos da cadeia produtiva. E por ser lucrativa, os criadores sobreviveram à crise dos pesque & pagues e dos frigoríficos mal sucedidos. A produção de tilápia, no inicio absorvida integralmente por pesque&pagues, hoje encaminha 71% (EMATER 2003) do volume aos frigoríficos, que no modelo proposto: “450g e 150 dias de cultivo” possibilita o estabelecimento de um cronograma de produção, indispensável para a profissionalização da atividade. O melhoramento do Modelo Emater e o estabelecimento de modelos mais avançados dependerão de pesquisas regionalizadas que permitam a superação dos obstáculos já identificados, que possam efetivamente validar o desenvolvimento sustentável para a tilapicultura no Oeste do Paraná.
  • 41. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, M.M.; PEZZATO, L.E.; KLEEMANN, G.K. et al. Níveis de vitamina C e ferro para tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.6, p.2149-2156, 2002. BOSCOLO, W.R.; HAYASHI, C.; SOARES, C.M. et al. Desempenho e características de carcaça de machos revertidos de tilápias do nilo (Oreochromis niloticus), linhagens tailandesa e comum, nas fases inicial e de crescimento. Rev. Bras. Zootec., v.30, p.1391-1396, 2001. BOSCOLO, W.R. et al.. Desempenho e características de carcaça de machos revertidos de tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus), linhagens tailandesa e comum, nas fases iniciais e de crescimento. Rev. Bras. Zootec., Viçosa, v.30, n.5, p.1391- 1396, 2001. BOSCOLO, W. R. et al. Farinha de varredura de mandioca (Manihot esculenta) na alimentação de Alevinos de Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus L.). Rev. Bras. Zootec., Viçosa, v.13, n.2, p.545-551, 2002A. BOSCOLO, W. R. et al. Digestibilidade aparente da energia e nutrientes de alimentos convencionais e alternativos para a tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus, L.). Rev. Bras. Zootec., Viçosa, v.13, n.2, p.539-545, 2002b.
  • 42. CARVALHO, E.D.; FORESTI, F. Reversão de sexo em tilápia-do-nilo Oreochromis niloticus induzida por 17-α-metiltestosterona: proporção de sexo e histologia das gônadas. Braz. J. Biol., v.56, p.249-262, 1996. CRESCÊNCIO, R. Ictiofauna brasileira e seu potencial para criação. In: BALDISSEROTTO, B.; GOMES, L.C. (Eds). Espécies nativas para piscicultura no Brasil. Santa Maria: UFSM, 2005. p.23-33. CYRINO, J.E.P. Regulação nutricional do alimento. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL SOBRE NUTRIÇÃO DE PEIXE E CRUSTÁCEOS, 1, 1995, Campos do Jordão. Anais...Campos do Jordão: CBNA, 1995, p.69-91. FITZSIMMONS, K. Tilapia: most important aquaculture species of the 21st century. In: PROCEEDINGS FROM THE FIFTH INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON TILAPIA AQUACULTURE, 2000, Rio de Janeiro, Anais... Rio de Janeiro: ISTA, 2000. p. 3-8. HAYASHI,C.; BOSCOLO,W.R.; SOARES,C.M. et al. Uso de diferentes graus de moagem dos ingredientes em dietas para a tilapia do Nilo (Oreochromis niloticus L.) na fase de crescimento. Acta scientiarum, v.21, n.3, p.733-737, 1999a. HILDSORF, A.W.S. Genética e cultivo de tilápias vermelhas, uma revisão. Boletim Instituto de Pesca, v.22, n.1, p.73-78, 1995.
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