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ÍNDIOS DO
BRASIL
Fábio Salvari - Tigrão
AS PRIMEIRASAS PRIMEIRAS
IMPRESSÕESIMPRESSÕES
• “Eram pardos,
todos nus, sem
coisa alguma que
lhes cobrissem
as suas
vergonhas.
Traziam nas
mãos arcos e
setas” .
OS TUPI-GUARANIOS TUPI-GUARANI
• Os povos Tupi-guarani, agricultores pouco
sedentários e de muita rivalidade intertribal,
que dominavam a costa brasileira de São Paulo
ao Pará,foram os primeiros a entrar em
contato com os europeus.
• Os Tupi-guarani estavam mais bem
organizados que as outras nações.Eram
extremamente preconceituosos,tanto que
chamavam os Jês de Tapuia, ou
seja,”selvagens”. Este menosprezo dos Tupi-
guarani pelos outros povos acabou depois
sendo assimilado pelos conquistadores.
MODO DE VIDAMODO DE VIDA
• O tipo de sociedade em
que estavam organizados
esses indígenas é
chamado pelos
antropólogos de sistema
tribal.
• O que domina na
organização tribal é a
relação de
parentesco,definida pela
cooperação entre
membros descendentes
de um ancestral comum.
• Nas aldeias não existia uma
autoridade formal,
responsável pelo controle do
grupo.O chefe de cada aldeia
não tinha o poder de um
rei.Ele trabalhava como os
outros do grupo, e seu poder
de liderança era exercido
durante as reuniões, nos
períodos de guerra ou em
situações de calamidade. Era
chamado de cacique ou
morubixaba.
• Outra figura importante
na organização das tribos
era o Pajé, também
conhecido por xamã,
mediador entre o plano
dos homens e o dos
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• Os Tupi-guarani
acreditavam na vida futura
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• Temiam os espíritos do
mal e as almas dos
mortos.
A ANTROPOFAGIAA ANTROPOFAGIA
O RITUAL DEO RITUAL DE
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GUARANISGUARANIS
• As principais vítimas desse tipo de ritual eram os inimigos
de prestígio, pois esses povos acreditavam que
incorporariam a força e o poder daquele que fosse
devorado. O responsável pelo aprisionamento, ou aquele
que tinha recebido a vítima como presente, ganharia mais
prestígio na comunidade.
• O ritual também poderia significar um ato de vingança
contra os inimigos.Mas, em qualquer uma dessas
circunstâncias,não se pode afirmar que a antropofagia
estivesse relacionada com uma atitude selvagem, pois o
ato de comer carne humana não estava ligado
simplesmente ao desejo de saciar a fome ou a um impulso
instintivo. Ao contrário, tratava-se de um ato cultural,
carregado de manifestações simbólicas.
O ENCONTRO ENTREO ENCONTRO ENTRE
CULTURASCULTURAS
INFERNO E PARAÍSOINFERNO E PARAÍSO
A leitura cristã feita do encontro dos
europeus com os habitantes da América
tinha forte conotação maniqueísta. De um
lado, estava o “bem” , simbolizado por
Deus e pela busca do paraíso; de outro, o
“mal” , representado pelo Diabo e o
inferno. Assim, a idéia da conquista de
novas terras vinha acompanhada pelo
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“criaturas demonizadas” do Novo Mundo,
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• A política indigenista do
Estado português teve a
preocupação de submeter a
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de defesa e exploração de
seus domínios no continente
americano. Esse processo
acompanhou o desenvolvimento
da política colonial.Dessa
forma, nos primeiros anos da
conquista, durante breve
período, os índios foram
tratados como parceiros
comerciais no escambo do
pau-brasil ao longo da costa.
• Quando a colonização ganhou
força, a partir de meados do
século XVI, as tentativas de
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tensões e conflitos entre o
conquistador e os indígenas. A
possibilidade de parceria
entre europeus e nativos
acabou, assim, anulada pela
perspectiva da colonização
dominadora.
• Os portugueses procuraram
dominar os índios através da
“guerra justa” , do “resgate”
ou do “descimento”
• “guerra justa” – designava a
luta contra grupos que não
aceitavam a conquista
portuguesa e resistiam à
catequização. Os índios
aprisionados nessas guerras
podiam ser escravizados com
autorização do rei.
• Além dos índios aprisionados
em “guerras justas” , os
colonos estavam autorizados
a escravizar também os
nativos “descidos” – aqueles
que eram trazidos das suas
aldeias para novos
aldeamentos organizados
pelos colonizadores, próximos
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os prisioneiros de outros
índios.
A RESISTÊNCIAA RESISTÊNCIA
INDÍGENAINDÍGENA
• Com a colonização, os nativos da América
portuguesa tinham duas escolhas : submeter-
se ou resistir.
• No plano social e político, isso significava
aderir a uma sociedade não-igualitária,
utilitarista e hierarquizada, inteiramente
diversa da sua, ou opor-se a ela.
• No plano cultural, implicava preservar ou
abandonar as tradições, crenças e ritos
seculares pelos costumes, valores e doutrinas
do mundo cristão, apresentados como os únicos
verdadeiros e superiores a todos os demais.
• Alguns povos não
tiveram escolha
senão deixar-se
catequizar e
colocar-se sob o
abrigo das ordens
religiosas para
escapar à
escravidão ou ao
extermínio impostos
pelos colonizadores.
• Nas diversas missões, os caminhos da catequese e
da exploração do trabalho indígena seguiram
processo e diretrizes semelhantes. Os descimentos
e depois, a redução dos indígenas marcavam o passo
inicial do empreendimento religioso. Reduzir,significa
“reconduzir” , devolver os índios à fé cristã e à vida
policiada.
• Na atuação missionária, os descimentos estavam
atrelados às reduções, ou seja, desciam-se índios
para depois reduzi-los.
• Reduzir significava fixá-los nas missões, sob formas
de organização diferentes das tribais.
Outros povos empreenderam lutas ferozes em
defesa da liberdade.
• Um terceiro grupo optou por
fugir para regiões cada vez
mais distantes dos núcleos
formados pelos
colonizadores.Entre esses
grupos, o mais numeroso
parece ter sido o dos
tupinambás. Após a chegada
dos portugueses em 1500,
milhares deles retiraram-se
do litoral, procurando na
Amazônia o que chamavam de
“terra sem males”.
CONCLUSÃOCONCLUSÃO
• Como solução econômica principal, a escravidão
indígena fracassou no contexto da vida colonial
centrada na exploração mercantilista. Não pela
indolência, mas sim pela resistência dos índios
ao cativeiro e a um regime de trabalho para
eles opressivo, estranho e sem sentido. Com o
conhecimento que tinham do território, podiam
contra-atacar, fugir ou migrar em massa para o
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• Como solução econômica secundária, a
escravidão indígena continuou a ser usada em
toda a colônia. Seria sempre menos importante
nas áreas mais prósperas da produção e
exportação açucareira. Mas teria muita
importância para áreas menos prósperas, sem
recursos para comprar escravos africanos .
• “ A maioria dos que ali estavam trazia
aqueles bicos de ossos nos lábios. E
dentre os que andavam sem eles, alguns
tinham os lábios furados e nos buracos
uma espécie de rolha de madeira; outros
traziam três daqueles bicos : um no meio
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andavam outros por ali, pintados, metade
de sua própria cor e metade de tintura
preta, meio azulada; outros ainda tinham
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• ( Pero Vaz de Caminha )
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Indios do brasil

  • 2. AS PRIMEIRASAS PRIMEIRAS IMPRESSÕESIMPRESSÕES • “Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrissem as suas vergonhas. Traziam nas mãos arcos e setas” .
  • 3.
  • 4. OS TUPI-GUARANIOS TUPI-GUARANI • Os povos Tupi-guarani, agricultores pouco sedentários e de muita rivalidade intertribal, que dominavam a costa brasileira de São Paulo ao Pará,foram os primeiros a entrar em contato com os europeus. • Os Tupi-guarani estavam mais bem organizados que as outras nações.Eram extremamente preconceituosos,tanto que chamavam os Jês de Tapuia, ou seja,”selvagens”. Este menosprezo dos Tupi- guarani pelos outros povos acabou depois sendo assimilado pelos conquistadores.
  • 5. MODO DE VIDAMODO DE VIDA • O tipo de sociedade em que estavam organizados esses indígenas é chamado pelos antropólogos de sistema tribal. • O que domina na organização tribal é a relação de parentesco,definida pela cooperação entre membros descendentes de um ancestral comum.
  • 6. • Nas aldeias não existia uma autoridade formal, responsável pelo controle do grupo.O chefe de cada aldeia não tinha o poder de um rei.Ele trabalhava como os outros do grupo, e seu poder de liderança era exercido durante as reuniões, nos períodos de guerra ou em situações de calamidade. Era chamado de cacique ou morubixaba.
  • 7. • Outra figura importante na organização das tribos era o Pajé, também conhecido por xamã, mediador entre o plano dos homens e o dos espíritos. • Os Tupi-guarani acreditavam na vida futura e na reencarnação dos antepassados em uma criança. • Temiam os espíritos do mal e as almas dos mortos.
  • 9. O RITUAL DEO RITUAL DE ANTROPOFAGIA DOSANTROPOFAGIA DOS GUARANISGUARANIS
  • 10. • As principais vítimas desse tipo de ritual eram os inimigos de prestígio, pois esses povos acreditavam que incorporariam a força e o poder daquele que fosse devorado. O responsável pelo aprisionamento, ou aquele que tinha recebido a vítima como presente, ganharia mais prestígio na comunidade. • O ritual também poderia significar um ato de vingança contra os inimigos.Mas, em qualquer uma dessas circunstâncias,não se pode afirmar que a antropofagia estivesse relacionada com uma atitude selvagem, pois o ato de comer carne humana não estava ligado simplesmente ao desejo de saciar a fome ou a um impulso instintivo. Ao contrário, tratava-se de um ato cultural, carregado de manifestações simbólicas.
  • 11. O ENCONTRO ENTREO ENCONTRO ENTRE CULTURASCULTURAS
  • 12. INFERNO E PARAÍSOINFERNO E PARAÍSO A leitura cristã feita do encontro dos europeus com os habitantes da América tinha forte conotação maniqueísta. De um lado, estava o “bem” , simbolizado por Deus e pela busca do paraíso; de outro, o “mal” , representado pelo Diabo e o inferno. Assim, a idéia da conquista de novas terras vinha acompanhada pelo desejo de levar a palavra de Deus para as “criaturas demonizadas” do Novo Mundo, por meio da catequese.
  • 13. • A política indigenista do Estado português teve a preocupação de submeter a população nativa ao esforço de defesa e exploração de seus domínios no continente americano. Esse processo acompanhou o desenvolvimento da política colonial.Dessa forma, nos primeiros anos da conquista, durante breve período, os índios foram tratados como parceiros comerciais no escambo do pau-brasil ao longo da costa.
  • 14. • Quando a colonização ganhou força, a partir de meados do século XVI, as tentativas de convívio iniciais deram lugar a tensões e conflitos entre o conquistador e os indígenas. A possibilidade de parceria entre europeus e nativos acabou, assim, anulada pela perspectiva da colonização dominadora.
  • 15. • Os portugueses procuraram dominar os índios através da “guerra justa” , do “resgate” ou do “descimento” • “guerra justa” – designava a luta contra grupos que não aceitavam a conquista portuguesa e resistiam à catequização. Os índios aprisionados nessas guerras podiam ser escravizados com autorização do rei.
  • 16. • Além dos índios aprisionados em “guerras justas” , os colonos estavam autorizados a escravizar também os nativos “descidos” – aqueles que eram trazidos das suas aldeias para novos aldeamentos organizados pelos colonizadores, próximos às vilas – e os “resgatados”, ou seja, índios obtidos entre os prisioneiros de outros índios.
  • 17. A RESISTÊNCIAA RESISTÊNCIA INDÍGENAINDÍGENA • Com a colonização, os nativos da América portuguesa tinham duas escolhas : submeter- se ou resistir. • No plano social e político, isso significava aderir a uma sociedade não-igualitária, utilitarista e hierarquizada, inteiramente diversa da sua, ou opor-se a ela. • No plano cultural, implicava preservar ou abandonar as tradições, crenças e ritos seculares pelos costumes, valores e doutrinas do mundo cristão, apresentados como os únicos verdadeiros e superiores a todos os demais.
  • 18. • Alguns povos não tiveram escolha senão deixar-se catequizar e colocar-se sob o abrigo das ordens religiosas para escapar à escravidão ou ao extermínio impostos pelos colonizadores.
  • 19. • Nas diversas missões, os caminhos da catequese e da exploração do trabalho indígena seguiram processo e diretrizes semelhantes. Os descimentos e depois, a redução dos indígenas marcavam o passo inicial do empreendimento religioso. Reduzir,significa “reconduzir” , devolver os índios à fé cristã e à vida policiada. • Na atuação missionária, os descimentos estavam atrelados às reduções, ou seja, desciam-se índios para depois reduzi-los. • Reduzir significava fixá-los nas missões, sob formas de organização diferentes das tribais.
  • 20. Outros povos empreenderam lutas ferozes em defesa da liberdade.
  • 21. • Um terceiro grupo optou por fugir para regiões cada vez mais distantes dos núcleos formados pelos colonizadores.Entre esses grupos, o mais numeroso parece ter sido o dos tupinambás. Após a chegada dos portugueses em 1500, milhares deles retiraram-se do litoral, procurando na Amazônia o que chamavam de “terra sem males”.
  • 22. CONCLUSÃOCONCLUSÃO • Como solução econômica principal, a escravidão indígena fracassou no contexto da vida colonial centrada na exploração mercantilista. Não pela indolência, mas sim pela resistência dos índios ao cativeiro e a um regime de trabalho para eles opressivo, estranho e sem sentido. Com o conhecimento que tinham do território, podiam contra-atacar, fugir ou migrar em massa para o interior • Como solução econômica secundária, a escravidão indígena continuou a ser usada em toda a colônia. Seria sempre menos importante nas áreas mais prósperas da produção e exportação açucareira. Mas teria muita importância para áreas menos prósperas, sem recursos para comprar escravos africanos .
  • 23. • “ A maioria dos que ali estavam trazia aqueles bicos de ossos nos lábios. E dentre os que andavam sem eles, alguns tinham os lábios furados e nos buracos uma espécie de rolha de madeira; outros traziam três daqueles bicos : um no meio e os dois outros nos lados da boca. E andavam outros por ali, pintados, metade de sua própria cor e metade de tintura preta, meio azulada; outros ainda tinham o corpo pintado de xadrez.” • ( Pero Vaz de Caminha )