O documento descreve a história do Romi-Isetta, o primeiro carro produzido no Brasil por uma montadora nacional. O Romi-Isetta foi produzido entre 1956-1961 pela Indústrias Romi em parceria com a Iso italiana, porém encontrou dificuldades para competir após a chegada de diversas montadoras estrangeiras incentivadas pelo governo.
3. No Brasil, no início da década
de 50, ainda não existiam
montadoras de veículos
Todos os
automóveis eram
importados
Além disso essas
importações causavam
ao país um déficit de
milhões de dólares em
suas contas externas
Devido aos elevados
impostos e taxas,
tornava-se muito difícil
ao cidadão adquirir
um veículo
4. O país vivia tempos de
otimismo e necessidade por
modernidade e industrialização
Então dois empresários,
Américo Emílio Romi e Carlos Chiti,
entenderam que seria o momento para
produzir um veículo nacional
6. Comendador Américo Emílio Romi,
descendente de imigrantes italianos
Carlos Chiti, italiano de Florença
e radicado no Brasil
Proprietários da
Indústrias Romi S/A,
de Santa Bárbara do Oeste
São Paulo
7.
8. 1930
Fundação da empresa
1934
Inauguração de uma fundição
e início da produção de
implementos agrícolas
1940
Início da produção de
máquinas operatrizes
1948
Com o lançamento do
“Toro” foi pioneira na
produção de tratores no
Brasil
Histórico da
Indústrias Romi
9. 1930
Fundação da Romi
1934
Inauguração de uma fundição
e início da produção de
implementos agrícolas
1940
Início da produção de
máquinas operatrizes
1948
Com o lançamento do
“Toro” foi pioneira na
produção de tratores no
Brasil
10. No ano de 1955, em uma viagem à Itália, Romi
e Chiti fazem um contato com o industrial
Renzo Rivolta, da Automoveicoli Iso SpA
A Iso, como era chamada a fábrica, havia lançado
na Itália em 1953 o Isetta, um micro-carro para
duas pessoas
Porém o veículo não aprovou naquele país,
e já estava sendo retirado de linha
no ano de 1955
A Iso procurava então parceiros que tivessem
interesse em fabricar o Isetta
em outros países
11. A Romi firmou então com a
Iso uma parceria para a
produção, sob licença, do
veículo
A empresa brasileira
pagaria para a indústria
italiana, proprietária do
projeto, 3% por cada
unidade vendida
No Brasil o
carro seria
denominado de
Romi-Isetta
12. Um pavilhão de 25 mil m² é construído para abrigar a linha
de montagem e a produção é iniciada no interior do
estado de São Paulo
15. O lançamento em São Paulo foi em
junho de 1956
O Cardeal D Carlos Carmelo Motta
abençoa o Romi-Isetta
16. No lançamento foi organizada uma caravana de
Romi-Isettas pelas ruas de São Paulo
A caravana foi até a sede do governo do estado, onde
foram recebidos pelo então governador Jânio Quadros
19. Os carros vendidos
pelas empresas
estrangeiras aqui
instaladas eram
importados ou senão
montados no sistema
CKD
No CKD “complete
knock-down” todas as
peças eram produzidas
fora do país e importadas
para os veículos então
serem montados pelas
multinacionais
Na Romi-Isetta
por sua vez a
grande maioria
das peças já
eram produzidas
no Brasil
Tínhamos então na
década de 50 um
carro produzido por
uma empresa
brasileira, algo que
nos dias de hoje
não existe
20. Foi organizada um campanha publicitária
direcionada para os diferentes tipos de consumidor
21. Um
carro com
alma feminista
A Romi, percebendo as crescentes
demandas femininas por maior
autonomia, endereçou grande parte da
publicidade ao público feminino
No mundo dos anos 50, as mulheres
não haviam ainda conquistado muitos
dos espaços que fazem parte do seu
dia-a-dia atual
Dirigir era para homens ! ! !
Carros eram masculinos demais,
grandes, pesados: quem os
projetava entendia que o lugar das
mulheres deveria ser ao lado, como
passageira
22. Curiosa propaganda
direcionada para o
sexo feminino
Mostra uma mulher aprisionada em
uma gaiola, dando a entender que
com uma Romi-Isetta ela estaria se
libertando
31. A primeira unidade do veículo
produzida foi vendida para
Porto Alegre RS
32. Os profissionais da comunicação logo
descobriram que qualquer evento que tivesse
o Romi-Isetta no meio era êxito garantido
Então o
simpático
carrinho
também foi
motivo de
filmes, pois o
cinema
nacional se
encontrava no
auge naqueles
anos
33. Em 1957 foi lançado o filme
Absolutamente Certo
O filme estrelava
Anselmo Duarte,
Odete Lara e
Dercy Gonçalves
34. O filme foi rodado em
São Paulo no estúdios
da Cia Cinematográfica
Vera Cruz
37. Nas corridas foi criada
uma Categoria 250 cc
especialmente para o
Romi-Isetta
Competições
esportivas
38. Durante os anos em que foi
produzido, apesar de manter a
estrutura original do veículo, o
fabricante periodicamente
implantava inovações
tecnológicas
O primeiro modelo lançado
possuía faróis em posição
baixa, frontalmente
integrados aos pára-lamas
39. À partir de 1957 o veículo foi
produzido com faróis nas laterais,
acima dos pára-lamas e abaixo
do quebra-vento
O primeiro modelo lançado
possuía faróis em posição
baixa, frontalmente
integrados aos pára-lamas
40. As mudanças mais significativas
foram implementadas em 1959, com
uma nova motorização
41. Devido ao sucesso que o
Isetta vinha fazendo na
Alemanha, a Romi fechou
uma parceria com a BMW
e, à partir de 1959, passou
a fabricar o veículo com
um motor idêntico ao
modelo alemão
Era um motor mais
moderno, que passou
a proporcionar maior
potência e melhor
desempenho ao
Romi-Isetta
43. No ano de 1956, mesmo ano do lançamento do Romi-Isetta,
assume como presidente do Brasil Juscelino Kubitschek
44. JK, como era conhecido,
implanta um projeto
desenvolvimentista à curto
prazo
Entre suas prioridades estão
a instalação no país de
indústrias automobilísticas
45. JK negocia então a vinda
para o país de diversas
multinacionais fabricantes
de veículos
47. Então de um momento para
outro o consumidor passou a
ter à sua disposição uma
grande variedade de veículos
de produção nacional
48. O Romi-Isetta alcançou sucesso no início,
quando estava sózinho no mercado, porém
o surgimento de toda uma variedade de
concorrentes acabou sendo um entrave
para um aumento nas vendas
49. O fato de possuir
espaço para somente
duas pessoas deixava
o Romi-Isetta em
desvantagem
50. Estavam sendo produzidos veículos para
todos os gostos e tipo de consumidor,
carros com maior praticidade, conforto e
melhor desempenho do que o Romi-Isetta
52. Logo após a sua posse em 1956, visando
incentivar a produção nacional, o
presidente JK criou o GEIA – Grupo
Executivo da Indústria Automobilística
Em 1957 o GEIA emitiu um decreto
concedendo incentivos fiscais, cambiais,
financeiros e outros às empresas que
produzissem automóveis no Brasil
53. Com isso todas as montadoras
estrangeiras que aqui se instalaram
receberam os incentivos do GEIA,
porém menos a brasileira Romi
O governo alegou que para se
enquadrar, o veículo deveria possuir
capacidade para quatro ou mais
passageiros e pelo menos duas portas
54. Isso praticamente
decretou o fim do
Romi-Isetta, pois sem
os incentivos do GEIA
o seu preço foi
duplicado,
inviabilizando a sua
comercialização
56. Fica a pergunta:
Por que não foi revisto pelo governo e políticos da época o
ítem do decreto que impedia conceder ao fabricante do
Romi-Isetta os mesmos incentivos do GEIA que eram
concedidos às multinacionais?
57. Vejamos um comparativo daquela época
Preço de um Volkswagen
Cr$ 540.000
Preço de uma Romi-Isetta
Cr$ 370.000
58. Preço de um Volkswagen
Cr$ 540.000
Preço de uma Romi-Isetta
Cr$ 370.000
59. Preço de um Volkswagen
Cr$ 540.000
Preço de uma Romi-Isetta
Cr$ 370.000
Essa proximidade nos
preços fez com que se
tornasse desinteressante
para o consumidor optar
pela Romi-Isetta
Inclusive havia especulações
de que o não enquadramento
do Romi-Isetta para receber
os incentivos da GEIA se
devia à uma conspiração do
cartel das montadoras
estrangeiras
61. MODELO Cr$ Nº SALÁRIOS MÍNIMOS
Romi-Isetta 370.000 38
Dauphine 530.000 55
Volkswagen 540.000 56
DKW Candango 591.000 61
Kombi 598.000 62
Land Rower 600.000 63
Rural 645.000 67
DKW Belcar 668.000 69
Aero Willys 895.000 93
FNM JK 944.000 98
Simca 1.098.000 114
PREÇO DOS AUTOMÓVEIS NACIONAIS EM 1960
Fonte: Revista Quatro Rodas
62. Com isso chega ao fim
a fase brasileira do
pequeno Isetta
A última unidade
deixou a fábrica em
dezembro de 1961
63. O Romi-Isetta entrou
para a história
automobilística do
Brasil como pioneiro
a
Já naquela época
chegou a ser um
veículo produzido por
um fabricante nacional
Atualmente todas
montadoras que
atuam no país são
estrangeiras
À partir daí todas as
tentativas de produzir
um automóvel
brasileiro fracassaram