O documento discute a importância das atividades lúdicas no desenvolvimento infantil e no processo de aprendizagem. Brincadeiras e jogos podem ser usados pelos professores para ensinar conteúdos de diferentes áreas como língua portuguesa, história, matemática e ciências de forma prazerosa para as crianças. As atividades lúdicas estimulam a imaginação, a criatividade e o aprendizado significativo das crianças.
2. “Brincar com crianças não é
perder tempo, é ganhá-lo. Se
é triste ver meninos sem
escola, mais triste ainda é
vê-los sentados, enfileirados
em salas sem ar, com
exercícios estéreis, sem valor
para a formação do homem”.
(Carlos Drummond de
Andrade
3. A Ludicidade é de extrema importância
para o desenvolvimento mental da criança.
Através das atividades lúdicas a criança é
livre para criar o seu mundo simbólico e é
estimulada à fantasia e a imaginação.
4. Nossa investida inicial antes de
chegarmos à discussão sobre as
brincadeiras no processo de alfabetização
foi a de buscar o significado da palavra
Lúdico. Esta palavra se origina do latim
ludus e tem o significado original
associado à brincadeira, ao jogo, ao
divertimento. Acontece que seu
significado foi ampliado e passou a ser
reconhecido como elemento essencial do
desenvolvimento humano. (Ano 01, página 14)
5. O lúdico faz parte do cotidiano de
qualquer criança desde a mais tenra idade, no
entanto, a discussão sobre o relacionamento
entre o lúdico e a sala de aula deve-se à
influência de diferentes abordagens teóricas.
Com base nos estudos sobre Zona de
Desenvolvimento Proximal de Vygotsky
(1994), é possível afirmar que o professor
pode ser um mediador da atividade lúdica.
Em determinadas situações, mesmo sendo
escolares, ele não precisa ser o centro do
ensino, mas também não precisa ser passivo,
mas sim, um mediador. (Ano 01, página 14)
6. Ele pode atuar na seleção de propostas de
atividades, na organização dos grupos de
crianças, na mediação durante a situação ou
mesmo pode ser um problematizador,
provocando as crianças a tomarem decisões,
a opinarem, a defenderem suas posições. (Ano
01, página 15)
7. Muitas aprendizagens podem ser realizadas,
tanto em atividades coordenadas pelo professor,
como a de conversa sobre um texto lido ou
produção em grupo de um texto, quanto em
situações de participação em jogos, em que as
crianças podem brincar sozinhas ou com
mediação do professor, que não precisa estar
presente durante toda a partida do jogo.
Todas essas situações podem ser lúdicas,
dependendo de como foram planejadas. Isto é,
uma atividade lúdica pode ser um jogo, uma
brincadeira ou qualquer outra que dê prazer,
sensação de plenitude. ( Ano 01 página 16)
8.
9. No componente curricular Língua
Portuguesa, muitas atividades podem ser
desenvolvidas de maneira a privilegiar o
lúdico no processo de aprendizagem. Jogos
de palavras, presentes na tradição oral,
leitura de textos rimados, trava-línguas,
além de livros de literatura infantil são
exemplos de importantes instrumentos que
despertam a ludicidade no aprendizado da
língua materna.( Ano 02 página 09)
10. Para os alunos em processo de
apropriação do Sistema de Escrita, os jogos
ou atividades de análise fonológica são
importantes instrumentos para o aprendizado
da língua, pois levam os aprendizes a pensar
nas palavras em sua dimensão não só
semântica, mas também sonoro-escrita.
Refletir sobre a relação entre a escrita e a
pauta sonora ajuda os estudantes a
estabelecer e sistematizar as relações entre
letras ou grupos de letras e os fonemas com
mais eficiência, princípio fundamental para a
alfabetização. ( Ano 02 página 10)
11. O ensino da Literatura se opõe ao ensino do
componente curricular História? É possível aprender
os conteúdos do componente curricular Língua
Portuguesa enquanto se lê um conto ou uma poesia?
Ciências, Matemática, Artes estão presentes no
acervo de livros que compõem a biblioteca da escola?
Livro de literatura é brinquedo?
Defendemos que a educação literária (COLOMER,
2007), ou seja, a familiarização com diferentes textos
e obras que compõem o acervo literário não significa
roubar tempo das aulas de História, de Geografia, de
Ciências ou de Matemática. Pelo contrário, pode ser
um caminho para preservar o espaço e o tempo da
brincadeira na sala de aula e simultaneamente
apresentar os conteúdos curriculares. ( Ano 03 pág. 16)
12. As possibilidades do aprender brincando
são diversas e independem das áreas de
conhecimento. Por meio de brincadeiras é
possível pensar o sentido do que é ser
criança e conhecer como estão
historicamente situadas, possibilitando que
as crianças pensem sobre as mudanças e
permanências em relação aos modos de
brincar. Ao investigar as brincadeiras, os
estudantes podem identificar na própria vida
cotidiana registros do passado. Esta
perspectiva traduz um novo olhar para o que
é ensinar História. ( Ano 02 pág. 19)
13. Na área de História, para os anos iniciais, é
fundamental darmos ênfase ao trabalho com o
tempo. A brincadeira de contar histórias por
meio da literatura infantil pode ser uma aliada na
construção das noções de tempo pela criança.
Hilary Cooper (2006) sugere que, até mesmo nos
contos de fadas, podemos explorar hábitos
culturais associados a tempos antigos vinculados
à expressão “era uma vez...” Cooper afirma a
importância das crianças, nos anos iniciais,
relacionarem suas vivências com histórias sobre
outras crianças e outros grupos familiares.
( Ano 02, pág. 23)
14. Por isso, recursos como poesias,
brincadeiras, vestimentas, histórias em
quadrinhos, fotografias, músicas, filmes...
Também são importantes no planejamento de
atividades e podem ser abordados como
fontes de interrogação e interpretação na
construção do conhecimento histórico.
(Ano 02 pág. 24)
15. Uma reflexão sobre as brincadeiras e
Matemática indica que, além dos aspectos
interpessoais, ao considerar o grupo e as relações
que se estabelecem em seu interior, elas envolvem
duas linguagens: a oral e a corporal, que em
combinação podem favorecer aos estudantes o
desenvolvimento da consciência corporal e de um
tipo especial de pensamento, característicos do
pensamento geométrico, que permite
compreender, descrever e representar, de forma
organizada, o mundo em que vive. Além disso,
pode favorecer a sintonia entre movimentos e
tempos, por exemplo, ao pular corda.
( Ano 02 pág. 27)
16. As brincadeiras também ajudam a repensar
os modos de organização das aulas de
Matemática: a aula pode ser fora da sala? É
possível haver relações afetivas nestas aulas de
Matemática: o riso, a alegria, o querer, a
vontade?
Ao pensarmos no campo da geometria, por
exemplo, orientações curriculares nacionais
indicam que nos anos iniciais do ensino
fundamental, o trabalho com a geometria deve
estar centrado na exploração do espaço que
envolve o estudante. As situações em que ele
seja levado a situar-se no espaço que o cerca
devem ser particularmente exploradas em
atividades que favoreçam a organização do
esquema corporal e a orientação espacial. (Ano 02
pág. 28)
17. As atividades de leitura e escrita, quando
avaliadas, ganham novas finalidades, não mais a
mera classificação dos alunos. De acordo com
Albuquerque, Morais e Leal (2007) é fundamental o
registro do processo de aprendizagem, porém, mais
importante é a sua utilização para reorganizar e
diversificar as ações que integram a rotina escolar.
( Ano 03 pág. 29)
Muitas atividades lúdicas, como jogos e
brincadeiras, incluem atividades relacionadas a
diversas áreas de conhecimento, que podem ser
aproveitadas como ponto de partida para o ensino e
consequentemente como suporte para a avaliação. (
Ano 03 pág. 30)