1. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ"
Piracicaba, 25 de abril de 2013.
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PRODUÇÃO DE FÉCULA FICA ESTAGNADA E MARGEM DIMINUI EM 2012
O ano de 2012 pode ser considerado atípico para o sistema agroindustrial da fécula de
mandioca no Brasil. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a
produção de raiz de mandioca, que já havia sido considerada baixa em 2011, recuou mais 7,6% em
2012, resultado das menores área e produtividade, principalmente no Nordeste.
A demanda por farinha de mandioca dos estados do Centro-Sul, por sua vez, aumentou
expressivamente no início do segundo semestre de 2012. Com isso, indústrias de farinha do Paraná,
São Paulo e de Mato Grosso do Sul passaram a processar maior quantidade de raiz. O resultado foi
aumento na disputa por matéria-prima entre farinheiras e a indústria de fécula. Como a
disponibilidade de raiz não foi suficiente, farinheiras elevaram os valores pagos aos produtores,
aumentando, consequentemente, a ociosidade na indústria de fécula.
A capacidade instalada da indústria de fécula de mandioca no Brasil é de até 19.107 toneladas
de raiz/dia e, se todas as indústrias trabalhassem pelo menos 200 dias por ano a plena capacidade,
poderiam ser processadas 3,82 milhões de toneladas de mandioca no Brasil por ano. Contudo, dados
do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam que, em 2012, foram
processadas cerca de 2,04 milhões de toneladas de raiz, o que resultaria em estimativa de ociosidade
de 46% da capacidade instalada na indústria de fécula brasileira. Neste ritmo de produção, e com
rendimento médio de amido de 25%, poderiam ter sido produzidas 955,3 mil toneladas de fécula.
Porém, a produção efetiva ficou pouco acima da metade desse total.
Dados primários obtidos pelo Cepea no “Levantamento sobre o desempenho da indústria de
fécula de mandioca no Brasil em 2012”, estudo realizado pelo 9º ano consecutivo em parceria com a
Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam), apontam que o volume total de
fécula produzido em 2012 foi de apenas 519,67 mil toneladas (Figura 1), praticamente igual ao do ano
anterior. Apesar da expressiva ociosidade, no geral, os dados surpreenderam as expectativas dos
agentes, que esperam produção bem inferior à do ano anterior.
Essas informações foram obtidas a partir de questionários enviados para as 73 fecularias em
atividade no Brasil em 2012 (100% do total), havendo um total de respostas de 83,5% até março de
2013. Para as empresas não respondentes, os dados sobre produção foram estimados pelo Cepea com
base em informações sobre processamento de matéria-prima, dias de trabalho e rendimento médio de
amido coletados semanalmente junto a essas próprias empresas.
Assim como em anos anteriores, a produção de fécula de mandioca continuou concentrada no
Paraná, onde foram produzidas 374,3 mil toneladas, representando 72% do total nacional. Mato
Grosso do Sul ficou em segundo no ranking, com 88,2 mil toneladas produzidas e 17% do total. No
estado de São Paulo, a produção totalizou 48 mil toneladas, 9,2% do total. Somados, os estados de
Santa Catarina, Pará e Bahia produziram 9 mil toneladas, representando 1,7% do total nacional. Vale
destacar que, entre 2011 e 2012, Paraná teve o maior avanço em termos de produção, como se observa
na Tabela 1.
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170,00
185,00
200,00
240,00
290,00
220,00
235,00
300,00
328,00
368,00
400,00
575,00
667,00
428,10
410,13
592,70
595,05
545,01
565,11
582,93
542,20
519,16
519,67
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
700
750
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
miltoneladas
Figura 1. Evolução da produção brasileira de fécula de mandioca entre 1990 e 2012.
Fonte: Abam para os anos de 1990 a 2003; Cepea-Esalq/USP, de 2004 a 2012.
Tabela 1. Produção total e participação dos estados na produção nacional de fécula entre 2010 e 2012.
Estados
2010 2011 2012
Produção (t) % do total Produção (t) % do total Produção (t) % do total
PR 404.248,50 74,6% 365.989,25 70,5% 374.336,09 72,0%
MS 80.802,81 14,9% 88.536,25 17,1% 88.246,82 17,0%
SP 50.728,33 9,4% 55.383,17 10,7% 48.027,86 9,2%
SC 5.860,75 1,1% 6.797,50 1,3% 4.760,00 0,9%
PA - - 1.650,00 0,3% 3.000,00 0,6%
BA - - 800,00 0,2% 1.300,00 0,3%
GO 560,00 0,1% - - - -
Total 542.200,39 100,0% 519.156,17 100,0% 519.670,77 100,0%
Fonte: Cepea-Esalq/USP (2013).
Regionalmente, a produção concentrou-se no noroeste paranaense, com 219,4 toneladas e
42,2% do total. Vale destacar que, após ter diminuído em 2011, em 2012, a produção da região
avançou 6,4%. O extremo-oeste do Paraná representou 18,3% da produção total nos dois últimos anos.
Já no centro-oeste do estado, houve recuo de 7,6% na produção em 2012, passando a representar 7,6%
do total.
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No extremo-sul de Mato Grosso do Sul, a produção de fécula de mandioca totalizou 41,7 mil
toneladas em 2012, crescimento de 11,6% em relação a 2011 e a região passou a representar 8% do
total nacional. Por outro lado, no sudeste de MS, o total produzido decresceu 9% e a região passou a
representar 8,9% do total de 2012, percentual que era de aproximadamente 10 em 2011.
Nas regiões de Santa Catarina, a produção baixou expressivamente no último ano. No alto vale
do Itajaí, o recuo foi de 55,4% e a região passou a representar 0,1% do total nacional em 2012. No
litoral sul-catarinense, a baixa foi de 22,3%, representando 0,8% do total de fécula produzido. No Pará
e na Bahia houve avanços, mas esses estados têm baixa participação no total de fécula de mandioca
produzido no Brasil. Os dados da produção regional, bem como a participação de cada uma das
regiões no total, são apresentados na Tabela 2.
Tabela 2. Produção total e participação das regiões na produção nacional de fécula entre 2010 e 2012.
Regiões
2010 2011 2012
Produção (t) % do total Produção (t) % do total Produção (t) % do total
NOP 235.527,40 43,5% 206.189,75 39,7% 219.476,20 42,2%
EOP 89.865,17 16,6% 95.076,46 18,3% 95.095,39 18,3%
COP 78.855,93 14,6% 64.723,05 12,5% 59.764,49 11,5%
ASI 50.728,33 9,4% 55.383,17 10,7% 48.027,86 9,2%
SOM 43.280,10 8,0% 51.096,60 9,8% 46.453,89 8,9%
ESM 37.522,71 6,9% 37.439,65 7,2% 41.792,93 8,0%
LSC 2.600,00 0,5% 5.227,50 1,0% 4.060,00 0,8%
PA - - 1.650,00 0,3% 3.000,00 0,6%
BA - - 800,00 0,2% 1.300,00 0,3%
AVI 3.260,75 0,6% 1.570,00 0,3% 700,00 0,1%
GO 560,00 0,1% - - - -
Total 541.640,39 100,0% 519.156,17 100,0% 519.670,77 100,0%
Fonte: Cepea-Esalq/USP (2013).
Legenda: LSC: Litoral Sul-Catarinense (região de Capivari de Baixo), EOP: Extremo-Oeste Paranaense (região de
Marechal Cândido Rondon), COP: Centro-Oeste Paranaense (região de Araruna), NOP: Noroeste Paranaense (região de
Paranavaí), ESM: Extremo-Sul Sul-mato-grossense (região de Naviraí), SOM: Sudeste Sul-mato-grossense (região de
Ivinhema), ASI: Assis SP (região de Assis), GO: Goiás, AVI: Alto Vale do Itajaí (região de Rio do Sul), PA: Pará (região
de Mojú) e BA: Bahia.
Com produção estável e demanda crescente, os preços da mandioca e derivados subiram
expressivamente de meados de agosto de 2012 até o final de março de 2013. A média nominal a prazo
da raiz de mandioca em 2012 foi de R$ 236,88/tonelada, 8,7% superior à de 2011 (Figura 2). Para a
fécula, a média nominal a prazo foi de R$ 1.344,98/t em 2012, 6% acima da do ano anterior (Figura
3).
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56,93
190,59
238,69
112,42
92,43
138,52
159,32
151,39
240,29
217,95
236,88
0,00
25,00
50,00
75,00
100,00
125,00
150,00
175,00
200,00
225,00
250,00
275,00
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
R$/tonelada
Figura 2. Preços médios nominais acumulados da raiz de mandioca entre 2002 e 2012.
Fonte: Cepea-Esalq/USP (2013).
445,68
1.165,47
1.461,81
779,03
649,37
881,41
961,64
939,21
1.405,72
1.267,95
1.344,98
0,00
100,00
200,00
300,00
400,00
500,00
600,00
700,00
800,00
900,00
1.000,00
1.100,00
1.200,00
1.300,00
1.400,00
1.500,00
1.600,00
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
R$/tonelada
Figura 3. Preços médios nominais acumulados da fécula de mandioca entre 2002 e 2012.
Fonte: Cepea-Esalq /USP (2013).
Em 2012, os preços da raiz de mandioca subiram proporcionalmente mais que os da fécula,
diminuindo, assim, as margens brutas na indústria de fécula. Dados do Cepea indicam que a relação
entre os preços da fécula e raiz, na média entre 2002 e 2012, foi de 6,36, mas puxados pelas relações
observadas em 2002, 2005 e 2006. Na prática, desde 2008, esta relação está em queda, tendo chegado
ao menor patamar justamente em 2012, quando foi de 5,67, como se observa na Figura 4.
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7,83
6,12
6,12
6,93
7,03
6,36
6,04
6,20
5,85
5,82
5,68
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
8,00
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Relaçãopreçoféculaepreçoraizdemandioca
Relação de preços Média
Figura 4. Relação de preços fécula e raiz de mandioca entre 2002 e 2012.
Fonte: Cepea-Esalq/USP (2013).
Considerando-se o valor médio nominal da fécula de mandioca a R$ 1.344,98/t em 2012 e
multiplicando-se este valor pela produção total (519,67 mil toneladas), obtém-se o Valor Bruto da
Produção (VPB) da fécula de mandioca na marca de R$ 698,94 milhões, acréscimo de 6,2% em
relação ao de 2011 (R$ 658,26 milhões). Entretanto, considerando-se os preços reais (descontando-se
a inflação do período), o faturamento da indústria de fécula aumentou ligeiro 0,2% ante o calculado
para 2011, quando foi de R$ 697,51 milhões. Esses dados podem ser observados por meio da Figura
5.
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Figura 5. Faturamento nominal e real da indústria de fécula de mandioca no Brasil entre 2002 e 2012.
Fonte: Cepea-Esalq/USP (2013).
Em 2012, os principais segmentos demandantes de fécula de mandioca foram: Atacadista
(25% do total), massa, biscoito e panificação (18,6%), papel e papelão (15,8%), frigoríficos (13,2%),
varejistas (7,6%), gerais (5,6%), outras fecularias (5,2%), indústria química (4,7%), setor têxtil (3,7%)
e exportação (0,6%), conforme pode se observar na Figura 6.
Atacadistas
25,0%
Massa, biscoito e
panificação
18,6%
Papel e papelão
15,8%
Frigoríficos
13,2%
Varejistas
7,6%
Gerais
5,6%
Outras
fecularias
5,2%
Indústrias
químicas
4,7%
Têxtil
3,7%
Exportação
0,6%
Figura 5. Segmentos consumidores de fécula de mandioca em 2012.
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Fonte: Cepea-Esalq/USP (2013).
Em 2012, o segmento atacadista continuou como o principal demandante de fécula de
mandioca, absorvendo 25% da produção total. As vendas de fécula para o setor de massa, biscoito e
panificação avançaram 25,6% e, em 2012, o setor se destacou como segundo principal mercado,
consumindo 18,6% da produção.
Vale destacar que as vendas de fécula para o setor papeleiro têm diminuído desde 2009. Dados
obtidos pelo Cepea por meio do questionário apontam que, entre 2011 e 2012, houve queda de 13,2%
e o setor, que já foi o principal consumidor de fécula, caiu para o terceiro lugar, representando 15,8%
das compras totais. A demanda por parte dos frigoríficos manteve-se relativamente estável; este setor
absorveu no correr do ano passado 13,2% da produção.
O setor varejista reduziu sua participação nas vendas das fecularias, passando a representar
7,6% da demanda total. Apesar dos baixos estoques, as transações entre fecularias foram
relativamente estáveis, respondendo por 5,2% da produção total.
Chamou atenção a participação da indústria química e do setor têxtil enquanto demandantes de
fécula de mandioca. A indústria química, que, em 2011, representava 2,3% das vendas, passou a
representar 4,7% em 2012. No setor têxtil, o aumento foi ainda mais expressivo, evoluindo de 1,1%
do total em 2011 para 3,7% do total em 2012. A participação de cada setor nas compras de fécula nos
últimos seis anos é apresentada na Tabela 3.
Tabela 3. Setores compradores diretamente das fecularias entre 2007 e 2012.
Setores 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Atacadistas 16,6% 21,8% 19,8% 29,4% 27,7% 25,0%
Massa, biscoito e panificação 14,1% 22,5% 18,7% 14,4% 14,8% 18,6%
Papel e papelão 19,7% 23,5% 23,8% 20,0% 18,2% 15,8%
Frigoríficos 23,7% 13,5% 16,3% 17,3% 13,1% 13,2%
Varejistas 3,2% 3,8% 2,7% 3,8% 11,2% 7,6%
Gerais 11,5% 5,1% 8,9% 3,4% 6,5% 5,6%
Outras fecularias 2,9% 2,9% 5,1% 6,4% 5,1% 5,2%
Indústrias químicas 3,4% 3,8% 2,6% 2,9% 2,3% 4,7%
Têxtil 4,9% 3,2% 2,2% 2,3% 1,1% 3,7%
Exportação - - - - - 0,6%
Fonte: Cepea-Esalq/USP (2013).
A região Sul do Brasil se destacou como principal destino das vendas de fécula de mandioca
em 2012, representando 36,9% do total. O Sudeste, que em 2011 era o principal destino das vendas,
passou a ser o segundo no ranking, representando 36,2% do total. Em seguida, os destinos das vendas
foram: Centro-Oeste (13,4% do total), Nordeste (11,4%) e Norte (2,1%), conforme se observa na
Figura 6.
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Pouco se alterou o ranking dos estados compradores e, em 2012, o Paraná foi o principal
destino das vendas, representando 24,3% do total, o que se atribui à alta concentração de fecularias
que transacionam o produto entre si. Em seguida está São Paulo (22% do total), onde estão instaladas
parte expressiva das empresas consumidoras de fécula.
Minas Gerais destaca-se, em seguida, tendo sido destino de 13,1% da fécula comercializada
em 2012, puxadas pela indústria de massas e polvilheiras. Santa Catarina aparece como quarto destino
das vendas de fécula, representando 11,4% do total, em relação inversa com a queda da produção no
estado em anos recentes.
Outros estados relevantes como destino das vendas de fécula de mandioca em 2012 foram:
Mato Grosso do Sul (6,3% do total), Goiás (4,3%), Bahia (2,4%), Ceará (2,2%) e Rio Grande do Sul
(2%). Outros estados compradores e suas respectivas participações enquanto destino das vendas são
apresentados na Figura 7.
Sul
36,9%
Sudeste
36,2%
Centro-Oeste
13,4%
Nordeste
11,4%
Norte
2,1%
Figura 6. Participação das regiões brasileiras no consumo de fécula de mandioca em 2012.
Fonte: Cepea-Esalq/USP (2012).
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24,3%
22,0%
13,1%
11,4%
6,3%
4,3%
2,4%
2,2%
2,0%
1,8%
1,8%
1,6%
1,3%
1,0%
0,8%
0,8%
0,7%
0,6%
0,5%
0,5%
0,3%
0,2%
0,1%
0%
3%
5%
8%
10%
13%
15%
18%
20%
23%
25%
28%
30%
Paraná
SãoPaulo
MinasGerais
SantaCatarina
MatoGrossodoSul
Goiás
Bahia
Ceará
RioGrandedoSul
Maranhão
DistritoFederal
Piaui
MatoGrosso
RiodeJaneiro
Amazonas
EspíritoSanto
Pará
Alagoas
RioGrandedoNorte
Pernambuco
Roraima
Tocantins
Rondônia
%dototal
Figura 7 – Principais estados consumidores de fécula em 2012.
Fonte: Cepea-Esalq/USP (2012).
PERSPECTIVAS PARA 2013
De acordo com o IBGE, a área de mandioca a ser colhida em 2013 no Brasil deve ser 3,6%
inferior à de 2012, mas a produção ainda pode se manter estável frente à do ano anterior, em 23,4
milhões de toneladas.
Levantamentos do Cepea, por sua vez, sinalizam que a área a ser plantada na temporada
2013/14 deve se manter estável. Motivados pelos preços favoráveis desde o último trimestre de 2012,
parte dos agricultores até considera aumentar o cultivo. Este cenário é mais evidente em regiões
tradicionais, caso do noroeste paranaense e sudeste de Mato Grosso do Sul. Os elevados custos de
produção (principalmente de arrendamentos e de mão de obra), contudo, podem limitar esse avanço.
Regiões onde há maior concorrência com grãos, a área plantada deve ser menor.
No Nordeste do País, a falta de manivas para plantio deve limitar a área de mandioca nesta
temporada, conforme indicam agentes da região. Além disso, agricultores que realizaram o plantio
com variedades não adaptadas acreditam que a produtividade pode ser menor. Neste cenário, a
expectativa é de que agentes Nordestinos sigam se abastecendo no Centro-Sul.
Motivados por cotações em alta, produtores intensificaram a colheita de raiz no primeiro
trimestre de 2013. No período, a quantidade de mandioca processada na indústria de fécula foi 6,2%
10. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA
ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA "LUIZ DE QUEIROZ"
Piracicaba, 25 de abril de 2013.
CAIXA POSTAL 132 • 13400-970 • PIRACICABA - SP • BRASIL • TEL: 19 3429-8837 • FAX: 19 3429-8829
superior à do mesmo período de 2012. Este quadro, aliado à menor disponibilidade de raízes de
segundo ciclo para 2012, passa a sinalizar para menor oferta de mandioca no segundo semestre de
2013, o que poder sustentar as cotações.
Dados obtidos pelo Cepea por meio de questionário junto às fecularias indicam que, em 2013,
a produção de fécula deve totalizar 510,3 mil toneladas, 1,8% inferior à de 2012. Agentes consultados
pelo Cepea acreditam em preços mais elevados no segundo semestre de 2013, tanto para a raiz quanto
para a fécula, o que reduziria a competitividade do produto frente ao amido de milho, que deve ter
aumento na capacidade instalada no Brasil neste ano.