SlideShare a Scribd company logo
1 of 37
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA 
Iamamoto, Marilada Villela. Os espaços sócio-ocupacionais 
do Assistente Social
BIOGRAFIA 
MARILDA VILELA 
IAMAMOTO 
Coordenadora do Centro de Estudos 
Octávio Ianni: 
Mineira, de Juiz de Fora. Estudou na 
Faculdade de Serviço Social da 
Universidade Federal de Juiz de Fora 
(UFJF) entre1967 e 1971. Fez mestrado 
em Sociologia Rural na Escola Superior 
de Agricultura “Luiz de Queiroz” da 
Universidade de São Paulo 
(ESALQ/USP) e doutorou-se em 
Ciências Sociais, na Pontifícia 
Universidadede São Paulo (PUC-SP). 
Atuou como docente na Pontifícia 
Universidade Católica de Minas Gerais 
(PUC-MG), na década de setenta, na 
PUC-SP (1980-1988) e foi Professora 
Titular da Escola de Serviço Socialda 
UFRJ, onde exerceu suas atividades 
acadêmicas de 1988 a 1997.
Os espaços sócios-ocupacionais 
do assistente social
O texto pretende caracterizar o assistente social 
enquanto trabalhador assalariado e portador de um 
projeto profissional enraizado no processo histórico e 
apaoiado em valores radicalmente humanos e tratar 
alguns dos determinantes históricos e forças sociais 
que explicam as metamorfoses dos espaços 
ocupacionais em que insere os assistentes sociais na 
atualidade.
INTRODUÇÃO 
A análise dos espaços ocupacionais 
do assistente social - em sua 
expanção e metamofoses - requer 
inscrevê-los na totalidade histórica 
considerando as formas assumidas 
pelo capital no processo de 
revitalização da acumulação no 
cenário da crise mundial.
INTRODUÇÃO 
As estratégias defensivas incidem na 
relação de Estado e sociedade de 
classes, alterando a forma assumida 
pelo Estado e a destinação do fundo 
público, a tecnologia e as formas de 
organização da produção de bens e 
serviços (reestruturação produtiva), o 
consumo e a força de trabalho e as 
expressões associativas da sociedade 
civil.
INTRODUÇÃO 
O mercado dentro desta perspectiva liberal acaba por 
regular as relações sociais impulsionando a competição 
e o individualismo e desarticulando formas de luta e 
negociação coletiva. 
O bem estar social passa a ser transferido no foro 
privado dos indivíduos com seu trabalho voluntario 
restando ao Estado a responsabilidade da pobreza 
extrema. 
Neste cenário cresce o desemprego, a 
desregulamentação e informalização das relações de 
trabalho, crescem as políticas focalistas. 
Ocorre uma reorientação do gasto público em favor do 
grande capital financeiro e em detrimento da economia 
política do trabalho.
INTRODUÇÃO 
A despolitização da classe subalterna e sua 
divisão por categorias faz parte da estratégia 
política e ideológica de legitimação do 
capital, o consenso de classe é alimentado 
pela mídia, iniciativas empresarias e pela re-estruturação 
do Estado e suas 
correspondentes políticas sociais que 
passam a organizar-se no crivo da 
privatização, focalização e descentralização, 
terreno onde se inscreve o trabalho dos 
assistentes sociais.
INTRODUÇÃO 
Segundo IAMAMOTO , o espaço 
profissional é um produto histórico, 
condicionado tanto: 
a. Pelo nivel de luta pela hegemonia 
que se estabelece entre as classes 
fundamentais e suas respectivas 
alianças ; 
b. Pelo tipo de respostas teórico-práticas 
densas de conteúdo político 
dadas pela categoria profissional.
Pesquisa Sobre o perfil dos assistentes sociais no 
Brasil Promovidas pelo Conselho Federal de Serviços 
Social (CFESS-2005). 
Nível nacional 78,16% dos Assistentes Sociais 
atuam em instituições públicas de natureza estatal. 
Nível Municipal 
49,97 
Nível Estadual 
24% 
Nível Federal 
13,19%
Assim, assistente social no Brasil é majoritariamente 
um funcionário público, que atua predominantemente 
na formulação, planejamento e execução de políticas 
sociais com destaque às políticas de saúde, assistência 
social, educação, habitação, entre outras.. 
Empresas Privadas 
13,19% 
Terceiro Setor 
6,81%
VÍNCULOS EMPREGATÍCIOS 
Estatuário 
55,68 
CLT 
27,24% 
C. Temporários 
27,24% 
S. Prestados 
5,84% 
A qualificação dos assistentes sociais brasileiros é a 
seguinte: 55,34% têm graduação; 35,26% têm título de 
especialista; 6,49% têm mestrado; 1,24%, doutorado e 
0,67%, pós-doutorado.
A presença de 30,44% de assistentes sociais nos 
Conselho de Direitos ou de Políticas Sociais, como 
profissionais e militantes de base, envolvidos no 
exercício democrático do acompanhamento de 
gestão e avaliação da política, dos planos que as 
orientam e dos recursos destinados à sua 
implementação. 
As maiores frequências incidem nas áreas de: 
assistência (35,45%), criança e adolescente 
(25,12%), saúde (16,67%) idoso (7,08%), direitos 
humanos (6,57%), mulher (4,23%), portador de 
deficiência (1,41%).
Esse perfil sintético permite uma aproximação 
empírico-descritiva às condições e relações de 
trabalho que circunscrevem o trabalho dessa 
categoria profissional e aos sujeitos que a 
constituem 
O que Iamamoto que nos mostrar os elementos 
para análise do trabalho do assistente social, 
considerando suas particularidades e as relações entre 
PROJETO ÉTICO POLITICO PROFISSIONAL E 
ESTATUTO ASSALARIADO.
As relações entre o projeto ético-político 
profissional e o estatuto de trabalho 
assalariado! 
RELAÇÕES TENSAS 
O que é Projeto ético-politico 
Profissional do Assistente Social? 
O que é estatuto de Trabalho 
Assalariado?
O que é Projeto ético-politico 
Profissional do Assistente Social? 
É o nosso projeto profissional que foi construído 
no contexto histórico de transição dos anos 1970 aos 
1980, num processo de redemocratização da 
sociedade brasileira, recusando o conservadorismo 
profissional presente no Serviço Social brasileiro. 
Constata-se o seu amadurecimento na década de 
1990, período de profundas transformações societárias 
que afetam a produção, a economia, a política, o 
Estado, a cultura, o trabalho, marcadas pelo modelo de 
acumulação flexível (Harvey) e pelo neoliberalismo.
O que é estatuto de Trabalho 
Assalariado? 
O exercício profissional realiza-se pela mediação do 
trabalho assalariado: 
• O estatuto de assalariado realiza-se pela 
mercantilização da força de trabalho do assistente 
social; 
• A mercantilização da força de trabalho subordina este 
trabalho útil, de qualidade específica ao ordenamento 
do trabalho abstrato, impondo obstáculos à autonomia 
do assistente social na condução do trabalho e à 
integral implementação do projeto profissional.
“Verifica-se uma tensão entre projeto 
profissional, que afirma o assistente social como 
um ser prático-social dotado de liberdade e 
teleologia, capaz de realizar projeções e buscar 
implementá-las na vida social; e a condição de 
trabalhador assalariado, cujas ações são 
submetidas ao poder dos empregadores e 
determinadas por condições externas aos 
sujeitos singulares, às quais são socialmente 
forjados a submeter-se, ainda que coletivamente 
possam rebelar-se” ( IAMAMOTO, 2007, p. 416, 
grifo nosso).
O exercício da profissão realiza-se pela mediação 
do trabalho assalariado, que tem na esfera do Estado 
e nos organismos privados – empresariais ou não – 
os pilares de maior sustentação dos espaços 
ocupacionais desse profissional, perfilando o seu 
mercado de trabalho, componente essencial da 
profissionalização do Serviço Social. A 
mercantilização da força de trabalho, pressuposto do 
estatuto assalariado, subordina esse trabalho de 
qualidade particular aos ditames do trabalho abstrato 
e o impregna dos dilemas da alienação, impondo 
condicionantes socialmente objetivos à autonomia do 
assistente social na condução do trabalho e à integral 
implementação do projeto profissional.
Pois como bem coloca Iamamoto (2007), passar da 
análise da profissão para o seu efetivo exercício agrega um 
complexo de novas determinações e mediações que são 
fundamentais para esclarecer o significado social do 
trabalho profissional – que deve ser considerado de forma 
contraditória: como trabalho concreto e trabalho abstrato – 
enquanto exercício profissional especializado que se realiza 
por meio do trabalho assalariado alienado
Mesmo que a profissão seja regulamentada como 
uma profissão liberal, há necessidade de estatutos legais 
e éticos que regulamentam socialmente a atividade, 
como também necessita para a sua efetivação da compra 
e venda da força de trabalho especializada a diferentes 
empregadores: Assim, o significado social do trabalho 
profissional do assistente social depende das relações 
que estabelece com os sujeitos sociais que o contratam, 
os quais personificam funções diferenciadas na 
sociedade.
A metamorfose dos espaços ocupacionais 
do assistente social 
A primeira proposta que norteia os princípios e 
seguridade social na carta constitucional de 
1988aposta no avanço da democracia, fundada na 
participação e do controle popular; na universalização 
dos direitos e, em consequência, da cobertura e do 
atendimento das politicas sociais; na gratuidade no 
acesso aos serviços; na integralidade das ações 
voltadas à defesa da cidadania de todos na 
perspectiva da igualdade. Pensar a defesa dos direitos 
requer afirmar a primazia do estado-enquanto instância 
fundamental à sua universalização na condução das 
politicas públicas, o respeito ao pacto federativo, 
estimulando a descentralização do poder e o impulso 
ao processo de democratização das politicas sociais 
no atendimento às necessidades das maiorias.
A metamorfose dos espaços ocupacionais 
do assistente social 
No Brasil, é maior importância o trabalho que vem 
sendo realizado por assistentes sociais especialmente 
na esfera da seguridade social: nos processos de sua 
elaboração, gestão monitoramento e avaliação, nos 
diferentes níveis da federação. Destaca-se, ainda, a 
atuação dos assistentes sociais juntos aos conselhos 
de politicas-com saliência para os conselhos de saúde 
e de assistência social nos níveis nacional, estadual e 
municipal. Somam-se conselhos tutelares e conselhos 
de direitos, responsáveis pela formulação de politicas 
públicas para a criança e o adolescente, para a terceira 
idade e pessoas portadoras de necessidades 
especiais.
A metamorfose dos espaços ocupacionais do 
assistente social 
Nos diferentes espaços ocupacionais do assistente social, é de 
suma importância impulsionar pesquisas e projetos que 
favoreçam o conhecimento do modo de vida e de trabalho -e 
correspondentes expressões culturais-dos segmentos 
populacionais atendidos, criando um acervo de dados sobres os 
sujeitos e as expressões da questão social que as vivenciam. o 
conhecimento criterioso dos processos sociais e de sua vivência 
pelos indivíduos sociais poderá alimentar ações inovadoras, 
capazes de propiciar o atendimento às efetivas necessidades 
sociais dos segmentos subalternizados, alvos das ações 
institucionais. Esse conhecimento é pré-requisito para impulsionar 
a consciência critica e uma cultura pública democrática para além 
das mistificações difundidas pela prática social em geral e 
particularmente pela mídia.
GASTOS 
PÚBLICO 
Após 1999, uma parcela dos gastos públicos previstos 
para as políticas socais passa a ser canalizada para a 
geração de elevados e crescentes superávits 
primários, tendo em vista o refinanciamento da dívida 
pública e a “sensação de credibilidade e de 
governabilidade” em prol da estabilização monetária. 
Essa tem sido a tônica das propostas sobre a 
desvinculação do salário mínimo como indexador dos 
benefícios da Previdência Social e da Assistência 
Social e da desvinculação das contribuições sociais e 
demais impostos que compõem a política social
Como registra o IPEA (2007), a estrutura de 
financiamento das políticas de previdência social, 
assistência social, saúde pública e seguro desemprego 
tornou-se, ao longo do período de 1995-2005, quase 
que exclusivamente dependente das contribuições de 
empregadores e de empregados ao Instituto Nacional 
de Seguridade Social. A participação de outros tributos 
não vinculados explicitamente ao financiamento desse 
sistema caiu de 34,7% para 7,4% entre 1995 e 2005.
Outro elemento que merece destaque, no 
ordenamento político-institucional vigente da política 
social, é o aumento da participação não 
governamental na sua implementação, com a 
presença do “terceiro setor”. Na interpretação 
governamental, ele é tido como distinto do Estado 
(primeiro setor) e do mercado (segundo setor), 
considerado como um setor “não governamental”, 
“não lucrativo” e voltado ao desenvolvimento social, 
que daria origem a uma “esfera pública não estatal”, 
constituída por “organizações da sociedade civil de 
interesse público”.
No marco legal do terceiro setor no Brasil, são 
incluídas entidades de natureza as mais variadas, 
que estabelecem um termo de parceria entre 
entidades de fins públicos de origem diversa (estatal 
e social) e de natureza distinta (pública ou privada). 
Engloba, sob o mesmo título, as tradicionais 
instituições filantrópicas, o voluntariado e 
organizações não governamentais –desde aquelas 
combativas que emergiram no campo dos 
movimentos sociais, àquelas com filiações político-ideológico 
as mais distintas, além da denominada 
“filantropia empresarial”.
Com que trabalha os assistentes 
sociais 
Os (as) assistentes sociais trabalham com as mais 
diversas expressões da questão social, esclarecendo à 
população seus direitos sociais e os meios de ter 
acesso aos mesmos.
Para o fazer profissional do assistente social 
requer um perfil 
Um Esses perfil elementos, de profissional aliados culto, à pesquisa crítico da e realidade, 
capaz de 
formular, recriar e avaliar propostas que apontem para 
a progressiva democratização das relações sociais. 
Exige-se, para tanto, compromisso ético-político com 
os valores democráticos e competência teórico-metodológica 
possibilitam decifrar as situações particulares com 
que se defronta o assistente social no seu trabalho, 
de modo a conectá-las aos processos sociais 
macroscópicos que as geram e as modificam. Mas, 
requisita, também, um profissional versado no 
instrumental técnico-operativo, capaz de potencializar 
as ações nos níveis de assessoria, planejamento, 
negociação, pesquisa e ação direta, estimuladora da 
participação dos sujeitos sociais nas decisões que 
lhes dizem respeito, na defesa de seus direitos e no 
acesso aos meios de exercê-los. 
na teoria crítica, em sua lógica de 
explicação da vida social.
Os espaços ocupacionais: exigências para 
sua análise 
Com a ofensiva neoliberal o desafio é definir os 
espaços ocupacionais de natureza diferentes do 
assistente social, qual seu significado dentro das 
relações sociais em que ele se apresenta como 
trabalhador especializado. 
Por isso a necessidade de decifrar o serviço social 
para entender a profissão dentro das relações e as 
peculiaridades, isso faz a profissão ter um significado 
social diferente, pois o seu trabalho se efetiva por 
mediações distintas.
 Quando se fala na atividade profissional do 
assistente social, muda-se a sua terminologia, que 
passa de trabalho para a prática; que é apenas um 
pronunciar que não altera a consistência de sua 
atividade. Mas também se percebe que é um termo 
utilizado que associa à profissão uma visão liberal; de 
uma atuação apenas operativa, nesta situação o projeto 
profissional passa a ser apenas da intencionalidade do 
profissional, uma forma de esvaziar a competência da 
classe profissional.
 O ponto fundamental é reconhecer a profissão 
enquanto um trabalho concreto; que desvela toda 
dinâmica de lutas e enfrentamento da classe 
trabalhadora; por isso a necessidade de uma 
maturidade e domínio critica da teria social. 
 para Iamamoto o serviço social não desempenha 
funções produtivas,podendo ser em geral 
caracterizado como um trabalho improdutivo, mas que 
se insere nas atividades que contribuem para a 
viabilização dos processos especificamente 
monopólicos da reprodução, da acumulação e da 
valorização do capital. Embora não sejam geradoras 
de valor, tornam mais eficiente o trabalho produtivo, 
reduzem o limite negativo colocado à valorização do 
capital, não deixando de ser para ele uma fonte de 
lucro.
A metamorfose dos espaços ocupacionais 
do assistente social 
Hoje os Assistentes Sociais vivem uma tensão 
entre a defesa dos direitos sociais universais e a 
mercantilização e refilantropização do atendimento às 
necessidades sociais, com claras implicações nas 
condições e relações de trabalho do assistente social 
(OLIVEIRA; SALLES, 1998; BRAVO, 1996; 
PEREIRA, 1998).
A metamorfose dos espaços ocupacionais 
do assistente social 
Segundo, Netto (1992), os Assitentes Sociais São 
“executores terminais de políticas sociais”. O processo 
de descentralização das políticas sociais públicas, com 
ênfase na sua municipalização, requer dos assistentes 
sociais – como de outros profissionais – novas funções 
e competências.
A metamorfose dos espaços ocupacionais 
do assistente social 
Os assistentes sociais estão sendo chamados a 
atuar na esfera da formulação e avaliação de políticas 
e do planejamento, gestão e monitoramento, inscritos 
em equipes multiprofissionais. Ampliam seu espaço 
ocupacional para atividades relacionadas ao controle 
social à implantação e orientação de conselhos de 
políticas públicas, à capacitação de conselheiros, à 
elaboração de planos e projetos sociais, ao 
acompanhamento e avaliação de políticas, programas 
e projetos.
Perfil e espaços do AS

More Related Content

What's hot

Apresentação politica de assistencia social 2
Apresentação politica de assistencia social 2Apresentação politica de assistencia social 2
Apresentação politica de assistencia social 2Alinebrauna Brauna
 
Serviço Social : Surgimento e Institucionalização no Brasil
Serviço Social : Surgimento e Institucionalização no BrasilServiço Social : Surgimento e Institucionalização no Brasil
Serviço Social : Surgimento e Institucionalização no BrasilIlana Fernandes
 
Apresentação serviço social.
Apresentação serviço social.Apresentação serviço social.
Apresentação serviço social.Felipe Marques
 
Instrumentais tecnico operativos no servico social
Instrumentais tecnico operativos no servico socialInstrumentais tecnico operativos no servico social
Instrumentais tecnico operativos no servico socialAna santos
 
OS INSTRUMENTAIS TÉCNICO-OPERATIVOS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL
OS INSTRUMENTAIS TÉCNICO-OPERATIVOS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIALOS INSTRUMENTAIS TÉCNICO-OPERATIVOS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL
OS INSTRUMENTAIS TÉCNICO-OPERATIVOS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIALConceição Amorim
 
Suas 13 estudos de caso para debate
Suas  13 estudos de caso para debateSuas  13 estudos de caso para debate
Suas 13 estudos de caso para debateRosane Domingues
 
Anexo 8-profissão-de-serviço-social
Anexo 8-profissão-de-serviço-socialAnexo 8-profissão-de-serviço-social
Anexo 8-profissão-de-serviço-socialRosane Domingues
 
Oficina de serviço social elaboração de relatórios e laudos.
Oficina de serviço social   elaboração de relatórios e laudos.Oficina de serviço social   elaboração de relatórios e laudos.
Oficina de serviço social elaboração de relatórios e laudos.Rosane Domingues
 
O serviço social na cena contemporânea
O serviço social na cena contemporâneaO serviço social na cena contemporânea
O serviço social na cena contemporâneaRita Jussara
 
COMO FAZER RELATÓRIOS
COMO FAZER RELATÓRIOSCOMO FAZER RELATÓRIOS
COMO FAZER RELATÓRIOSDaiane Daine
 
08 plano de acompanhamento familiar - folha de acoes - exemplos
08   plano de acompanhamento familiar - folha de acoes - exemplos08   plano de acompanhamento familiar - folha de acoes - exemplos
08 plano de acompanhamento familiar - folha de acoes - exemplosJanaina Anjos
 
A Construção Teórica e Metodológica do Serviço Social.pptx
A Construção Teórica e Metodológica do Serviço Social.pptxA Construção Teórica e Metodológica do Serviço Social.pptx
A Construção Teórica e Metodológica do Serviço Social.pptxarmando jonas
 
Dicionário de Termos Técnicos da Assistência Social [PMBH-MG]
Dicionário de Termos Técnicos da Assistência Social [PMBH-MG]Dicionário de Termos Técnicos da Assistência Social [PMBH-MG]
Dicionário de Termos Técnicos da Assistência Social [PMBH-MG]Henrique Manoel Carvalho Silva
 
O trabalho do assistente social no SUAS
O trabalho do assistente social no SUASO trabalho do assistente social no SUAS
O trabalho do assistente social no SUASRosane Domingues
 
Orientacoes tecnicas sobre o paif tipificacao vol 1
Orientacoes tecnicas sobre o paif   tipificacao vol 1Orientacoes tecnicas sobre o paif   tipificacao vol 1
Orientacoes tecnicas sobre o paif tipificacao vol 1NandaTome
 
Caderno de-orientac3a7c3b5es-paif-e-scfv-mds-2015
Caderno de-orientac3a7c3b5es-paif-e-scfv-mds-2015Caderno de-orientac3a7c3b5es-paif-e-scfv-mds-2015
Caderno de-orientac3a7c3b5es-paif-e-scfv-mds-2015patriciakvg
 
O Serviço Social na cena contemporânea-Marilda Villela Iamamoto
O Serviço Social na cena contemporânea-Marilda Villela IamamotoO Serviço Social na cena contemporânea-Marilda Villela Iamamoto
O Serviço Social na cena contemporânea-Marilda Villela IamamotoRosane Domingues
 

What's hot (20)

Apresentação politica de assistencia social 2
Apresentação politica de assistencia social 2Apresentação politica de assistencia social 2
Apresentação politica de assistencia social 2
 
Serviço Social : Surgimento e Institucionalização no Brasil
Serviço Social : Surgimento e Institucionalização no BrasilServiço Social : Surgimento e Institucionalização no Brasil
Serviço Social : Surgimento e Institucionalização no Brasil
 
Apresentação serviço social.
Apresentação serviço social.Apresentação serviço social.
Apresentação serviço social.
 
Instrumentais tecnico operativos no servico social
Instrumentais tecnico operativos no servico socialInstrumentais tecnico operativos no servico social
Instrumentais tecnico operativos no servico social
 
OS INSTRUMENTAIS TÉCNICO-OPERATIVOS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL
OS INSTRUMENTAIS TÉCNICO-OPERATIVOS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIALOS INSTRUMENTAIS TÉCNICO-OPERATIVOS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL
OS INSTRUMENTAIS TÉCNICO-OPERATIVOS NA PRÁTICA PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL
 
Suas 13 estudos de caso para debate
Suas  13 estudos de caso para debateSuas  13 estudos de caso para debate
Suas 13 estudos de caso para debate
 
Anexo 8-profissão-de-serviço-social
Anexo 8-profissão-de-serviço-socialAnexo 8-profissão-de-serviço-social
Anexo 8-profissão-de-serviço-social
 
Oficina de serviço social elaboração de relatórios e laudos.
Oficina de serviço social   elaboração de relatórios e laudos.Oficina de serviço social   elaboração de relatórios e laudos.
Oficina de serviço social elaboração de relatórios e laudos.
 
O serviço social na cena contemporânea
O serviço social na cena contemporâneaO serviço social na cena contemporânea
O serviço social na cena contemporânea
 
Relatório final de estágio
Relatório final de estágio Relatório final de estágio
Relatório final de estágio
 
COMO FAZER RELATÓRIOS
COMO FAZER RELATÓRIOSCOMO FAZER RELATÓRIOS
COMO FAZER RELATÓRIOS
 
Serviço social de caso
Serviço social de casoServiço social de caso
Serviço social de caso
 
08 plano de acompanhamento familiar - folha de acoes - exemplos
08   plano de acompanhamento familiar - folha de acoes - exemplos08   plano de acompanhamento familiar - folha de acoes - exemplos
08 plano de acompanhamento familiar - folha de acoes - exemplos
 
A Construção Teórica e Metodológica do Serviço Social.pptx
A Construção Teórica e Metodológica do Serviço Social.pptxA Construção Teórica e Metodológica do Serviço Social.pptx
A Construção Teórica e Metodológica do Serviço Social.pptx
 
Dicionário de Termos Técnicos da Assistência Social [PMBH-MG]
Dicionário de Termos Técnicos da Assistência Social [PMBH-MG]Dicionário de Termos Técnicos da Assistência Social [PMBH-MG]
Dicionário de Termos Técnicos da Assistência Social [PMBH-MG]
 
Relatorio social adoção
Relatorio social adoçãoRelatorio social adoção
Relatorio social adoção
 
O trabalho do assistente social no SUAS
O trabalho do assistente social no SUASO trabalho do assistente social no SUAS
O trabalho do assistente social no SUAS
 
Orientacoes tecnicas sobre o paif tipificacao vol 1
Orientacoes tecnicas sobre o paif   tipificacao vol 1Orientacoes tecnicas sobre o paif   tipificacao vol 1
Orientacoes tecnicas sobre o paif tipificacao vol 1
 
Caderno de-orientac3a7c3b5es-paif-e-scfv-mds-2015
Caderno de-orientac3a7c3b5es-paif-e-scfv-mds-2015Caderno de-orientac3a7c3b5es-paif-e-scfv-mds-2015
Caderno de-orientac3a7c3b5es-paif-e-scfv-mds-2015
 
O Serviço Social na cena contemporânea-Marilda Villela Iamamoto
O Serviço Social na cena contemporânea-Marilda Villela IamamotoO Serviço Social na cena contemporânea-Marilda Villela Iamamoto
O Serviço Social na cena contemporânea-Marilda Villela Iamamoto
 

Similar to Perfil e espaços do AS

A atuação-do-assistente-social-na-gestão-municipal-da-política-pública-de-as
A atuação-do-assistente-social-na-gestão-municipal-da-política-pública-de-asA atuação-do-assistente-social-na-gestão-municipal-da-política-pública-de-as
A atuação-do-assistente-social-na-gestão-municipal-da-política-pública-de-asJosi Leo
 
SERVIÇO SOCIAL- ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
SERVIÇO SOCIAL- ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONALSERVIÇO SOCIAL- ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
SERVIÇO SOCIAL- ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONALRosane Domingues
 
Unidade 2 - 04-04-2023.ppt
Unidade 2 - 04-04-2023.pptUnidade 2 - 04-04-2023.ppt
Unidade 2 - 04-04-2023.pptIslanaPereira1
 
Potfolio em grupo 4° semestre
Potfolio em grupo 4° semestrePotfolio em grupo 4° semestre
Potfolio em grupo 4° semestreluizaclara
 
A importância da formação continuada dos assistentes sociais na atuação das p...
A importância da formação continuada dos assistentes sociais na atuação das p...A importância da formação continuada dos assistentes sociais na atuação das p...
A importância da formação continuada dos assistentes sociais na atuação das p...Rosane Domingues
 
A política de assistência social no contexto neoliberal desafios e contradi...
A política de assistência social no  contexto neoliberal desafios e  contradi...A política de assistência social no  contexto neoliberal desafios e  contradi...
A política de assistência social no contexto neoliberal desafios e contradi...GILZEANE
 
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iii
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iiiFundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iii
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iiiMarcyane
 
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iii
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iiiFundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iii
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iiiMarcyane
 
A estratégia de descentralização das políticas públicas e os impacros sobre o...
A estratégia de descentralização das políticas públicas e os impacros sobre o...A estratégia de descentralização das políticas públicas e os impacros sobre o...
A estratégia de descentralização das políticas públicas e os impacros sobre o...Rosane Domingues
 
4.2 o trabalho_do_assistente_social_na_esfera_estatal
4.2 o trabalho_do_assistente_social_na_esfera_estatal4.2 o trabalho_do_assistente_social_na_esfera_estatal
4.2 o trabalho_do_assistente_social_na_esfera_estatalRosane Domingues
 
1 -o_significado_socio-_historico_da_profissao
1  -o_significado_socio-_historico_da_profissao1  -o_significado_socio-_historico_da_profissao
1 -o_significado_socio-_historico_da_profissaoDANIELI PIRES
 
5.9 magistério, direção e supervisão
5.9 magistério, direção e supervisão5.9 magistério, direção e supervisão
5.9 magistério, direção e supervisãoalinecruzseso
 
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...pollymarchiotti
 
Gestão social democratica
Gestão social democratica Gestão social democratica
Gestão social democratica Karla Lopes
 
ASSISTÊNCIA SOCIAL: DE AÇÃO INDIVIDUAL A DIREITO SOCIAL
ASSISTÊNCIA SOCIAL: DE AÇÃO INDIVIDUAL A DIREITO SOCIALASSISTÊNCIA SOCIAL: DE AÇÃO INDIVIDUAL A DIREITO SOCIAL
ASSISTÊNCIA SOCIAL: DE AÇÃO INDIVIDUAL A DIREITO SOCIALjorge luiz dos santos de souza
 
A dimensão política do trabalho do assitente social
A dimensão política do trabalho do assitente socialA dimensão política do trabalho do assitente social
A dimensão política do trabalho do assitente socialAndré Santos Luigi
 

Similar to Perfil e espaços do AS (20)

Teste
TesteTeste
Teste
 
A atuação-do-assistente-social-na-gestão-municipal-da-política-pública-de-as
A atuação-do-assistente-social-na-gestão-municipal-da-política-pública-de-asA atuação-do-assistente-social-na-gestão-municipal-da-política-pública-de-as
A atuação-do-assistente-social-na-gestão-municipal-da-política-pública-de-as
 
SERVIÇO SOCIAL- ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
SERVIÇO SOCIAL- ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONALSERVIÇO SOCIAL- ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
SERVIÇO SOCIAL- ÉTICA E LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL
 
Unidade 2 - 04-04-2023.ppt
Unidade 2 - 04-04-2023.pptUnidade 2 - 04-04-2023.ppt
Unidade 2 - 04-04-2023.ppt
 
Potfolio em grupo 4° semestre
Potfolio em grupo 4° semestrePotfolio em grupo 4° semestre
Potfolio em grupo 4° semestre
 
A importância da formação continuada dos assistentes sociais na atuação das p...
A importância da formação continuada dos assistentes sociais na atuação das p...A importância da formação continuada dos assistentes sociais na atuação das p...
A importância da formação continuada dos assistentes sociais na atuação das p...
 
A construção da politica social no brasil
A construção da politica social no brasilA construção da politica social no brasil
A construção da politica social no brasil
 
A política de assistência social no contexto neoliberal desafios e contradi...
A política de assistência social no  contexto neoliberal desafios e  contradi...A política de assistência social no  contexto neoliberal desafios e  contradi...
A política de assistência social no contexto neoliberal desafios e contradi...
 
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iii
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iiiFundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iii
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iii
 
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iii
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iiiFundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iii
Fundamentos hist. e teóricos metodológ. do serviço social iii
 
A estratégia de descentralização das políticas públicas e os impacros sobre o...
A estratégia de descentralização das políticas públicas e os impacros sobre o...A estratégia de descentralização das políticas públicas e os impacros sobre o...
A estratégia de descentralização das políticas públicas e os impacros sobre o...
 
4.2 o trabalho_do_assistente_social_na_esfera_estatal
4.2 o trabalho_do_assistente_social_na_esfera_estatal4.2 o trabalho_do_assistente_social_na_esfera_estatal
4.2 o trabalho_do_assistente_social_na_esfera_estatal
 
1 -o_significado_socio-_historico_da_profissao
1  -o_significado_socio-_historico_da_profissao1  -o_significado_socio-_historico_da_profissao
1 -o_significado_socio-_historico_da_profissao
 
2 servico em_debate
2 servico em_debate2 servico em_debate
2 servico em_debate
 
5.9 magistério, direção e supervisão
5.9 magistério, direção e supervisão5.9 magistério, direção e supervisão
5.9 magistério, direção e supervisão
 
Apresentação1
Apresentação1Apresentação1
Apresentação1
 
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...
Os limites e as possibilidades da materialidade do projeto ético-político do ...
 
Gestão social democratica
Gestão social democratica Gestão social democratica
Gestão social democratica
 
ASSISTÊNCIA SOCIAL: DE AÇÃO INDIVIDUAL A DIREITO SOCIAL
ASSISTÊNCIA SOCIAL: DE AÇÃO INDIVIDUAL A DIREITO SOCIALASSISTÊNCIA SOCIAL: DE AÇÃO INDIVIDUAL A DIREITO SOCIAL
ASSISTÊNCIA SOCIAL: DE AÇÃO INDIVIDUAL A DIREITO SOCIAL
 
A dimensão política do trabalho do assitente social
A dimensão política do trabalho do assitente socialA dimensão política do trabalho do assitente social
A dimensão política do trabalho do assitente social
 

Perfil e espaços do AS

  • 1. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA Iamamoto, Marilada Villela. Os espaços sócio-ocupacionais do Assistente Social
  • 2. BIOGRAFIA MARILDA VILELA IAMAMOTO Coordenadora do Centro de Estudos Octávio Ianni: Mineira, de Juiz de Fora. Estudou na Faculdade de Serviço Social da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) entre1967 e 1971. Fez mestrado em Sociologia Rural na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) e doutorou-se em Ciências Sociais, na Pontifícia Universidadede São Paulo (PUC-SP). Atuou como docente na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), na década de setenta, na PUC-SP (1980-1988) e foi Professora Titular da Escola de Serviço Socialda UFRJ, onde exerceu suas atividades acadêmicas de 1988 a 1997.
  • 3. Os espaços sócios-ocupacionais do assistente social
  • 4. O texto pretende caracterizar o assistente social enquanto trabalhador assalariado e portador de um projeto profissional enraizado no processo histórico e apaoiado em valores radicalmente humanos e tratar alguns dos determinantes históricos e forças sociais que explicam as metamorfoses dos espaços ocupacionais em que insere os assistentes sociais na atualidade.
  • 5. INTRODUÇÃO A análise dos espaços ocupacionais do assistente social - em sua expanção e metamofoses - requer inscrevê-los na totalidade histórica considerando as formas assumidas pelo capital no processo de revitalização da acumulação no cenário da crise mundial.
  • 6. INTRODUÇÃO As estratégias defensivas incidem na relação de Estado e sociedade de classes, alterando a forma assumida pelo Estado e a destinação do fundo público, a tecnologia e as formas de organização da produção de bens e serviços (reestruturação produtiva), o consumo e a força de trabalho e as expressões associativas da sociedade civil.
  • 7. INTRODUÇÃO O mercado dentro desta perspectiva liberal acaba por regular as relações sociais impulsionando a competição e o individualismo e desarticulando formas de luta e negociação coletiva. O bem estar social passa a ser transferido no foro privado dos indivíduos com seu trabalho voluntario restando ao Estado a responsabilidade da pobreza extrema. Neste cenário cresce o desemprego, a desregulamentação e informalização das relações de trabalho, crescem as políticas focalistas. Ocorre uma reorientação do gasto público em favor do grande capital financeiro e em detrimento da economia política do trabalho.
  • 8. INTRODUÇÃO A despolitização da classe subalterna e sua divisão por categorias faz parte da estratégia política e ideológica de legitimação do capital, o consenso de classe é alimentado pela mídia, iniciativas empresarias e pela re-estruturação do Estado e suas correspondentes políticas sociais que passam a organizar-se no crivo da privatização, focalização e descentralização, terreno onde se inscreve o trabalho dos assistentes sociais.
  • 9. INTRODUÇÃO Segundo IAMAMOTO , o espaço profissional é um produto histórico, condicionado tanto: a. Pelo nivel de luta pela hegemonia que se estabelece entre as classes fundamentais e suas respectivas alianças ; b. Pelo tipo de respostas teórico-práticas densas de conteúdo político dadas pela categoria profissional.
  • 10. Pesquisa Sobre o perfil dos assistentes sociais no Brasil Promovidas pelo Conselho Federal de Serviços Social (CFESS-2005). Nível nacional 78,16% dos Assistentes Sociais atuam em instituições públicas de natureza estatal. Nível Municipal 49,97 Nível Estadual 24% Nível Federal 13,19%
  • 11. Assim, assistente social no Brasil é majoritariamente um funcionário público, que atua predominantemente na formulação, planejamento e execução de políticas sociais com destaque às políticas de saúde, assistência social, educação, habitação, entre outras.. Empresas Privadas 13,19% Terceiro Setor 6,81%
  • 12. VÍNCULOS EMPREGATÍCIOS Estatuário 55,68 CLT 27,24% C. Temporários 27,24% S. Prestados 5,84% A qualificação dos assistentes sociais brasileiros é a seguinte: 55,34% têm graduação; 35,26% têm título de especialista; 6,49% têm mestrado; 1,24%, doutorado e 0,67%, pós-doutorado.
  • 13. A presença de 30,44% de assistentes sociais nos Conselho de Direitos ou de Políticas Sociais, como profissionais e militantes de base, envolvidos no exercício democrático do acompanhamento de gestão e avaliação da política, dos planos que as orientam e dos recursos destinados à sua implementação. As maiores frequências incidem nas áreas de: assistência (35,45%), criança e adolescente (25,12%), saúde (16,67%) idoso (7,08%), direitos humanos (6,57%), mulher (4,23%), portador de deficiência (1,41%).
  • 14. Esse perfil sintético permite uma aproximação empírico-descritiva às condições e relações de trabalho que circunscrevem o trabalho dessa categoria profissional e aos sujeitos que a constituem O que Iamamoto que nos mostrar os elementos para análise do trabalho do assistente social, considerando suas particularidades e as relações entre PROJETO ÉTICO POLITICO PROFISSIONAL E ESTATUTO ASSALARIADO.
  • 15. As relações entre o projeto ético-político profissional e o estatuto de trabalho assalariado! RELAÇÕES TENSAS O que é Projeto ético-politico Profissional do Assistente Social? O que é estatuto de Trabalho Assalariado?
  • 16. O que é Projeto ético-politico Profissional do Assistente Social? É o nosso projeto profissional que foi construído no contexto histórico de transição dos anos 1970 aos 1980, num processo de redemocratização da sociedade brasileira, recusando o conservadorismo profissional presente no Serviço Social brasileiro. Constata-se o seu amadurecimento na década de 1990, período de profundas transformações societárias que afetam a produção, a economia, a política, o Estado, a cultura, o trabalho, marcadas pelo modelo de acumulação flexível (Harvey) e pelo neoliberalismo.
  • 17. O que é estatuto de Trabalho Assalariado? O exercício profissional realiza-se pela mediação do trabalho assalariado: • O estatuto de assalariado realiza-se pela mercantilização da força de trabalho do assistente social; • A mercantilização da força de trabalho subordina este trabalho útil, de qualidade específica ao ordenamento do trabalho abstrato, impondo obstáculos à autonomia do assistente social na condução do trabalho e à integral implementação do projeto profissional.
  • 18. “Verifica-se uma tensão entre projeto profissional, que afirma o assistente social como um ser prático-social dotado de liberdade e teleologia, capaz de realizar projeções e buscar implementá-las na vida social; e a condição de trabalhador assalariado, cujas ações são submetidas ao poder dos empregadores e determinadas por condições externas aos sujeitos singulares, às quais são socialmente forjados a submeter-se, ainda que coletivamente possam rebelar-se” ( IAMAMOTO, 2007, p. 416, grifo nosso).
  • 19. O exercício da profissão realiza-se pela mediação do trabalho assalariado, que tem na esfera do Estado e nos organismos privados – empresariais ou não – os pilares de maior sustentação dos espaços ocupacionais desse profissional, perfilando o seu mercado de trabalho, componente essencial da profissionalização do Serviço Social. A mercantilização da força de trabalho, pressuposto do estatuto assalariado, subordina esse trabalho de qualidade particular aos ditames do trabalho abstrato e o impregna dos dilemas da alienação, impondo condicionantes socialmente objetivos à autonomia do assistente social na condução do trabalho e à integral implementação do projeto profissional.
  • 20. Pois como bem coloca Iamamoto (2007), passar da análise da profissão para o seu efetivo exercício agrega um complexo de novas determinações e mediações que são fundamentais para esclarecer o significado social do trabalho profissional – que deve ser considerado de forma contraditória: como trabalho concreto e trabalho abstrato – enquanto exercício profissional especializado que se realiza por meio do trabalho assalariado alienado
  • 21. Mesmo que a profissão seja regulamentada como uma profissão liberal, há necessidade de estatutos legais e éticos que regulamentam socialmente a atividade, como também necessita para a sua efetivação da compra e venda da força de trabalho especializada a diferentes empregadores: Assim, o significado social do trabalho profissional do assistente social depende das relações que estabelece com os sujeitos sociais que o contratam, os quais personificam funções diferenciadas na sociedade.
  • 22. A metamorfose dos espaços ocupacionais do assistente social A primeira proposta que norteia os princípios e seguridade social na carta constitucional de 1988aposta no avanço da democracia, fundada na participação e do controle popular; na universalização dos direitos e, em consequência, da cobertura e do atendimento das politicas sociais; na gratuidade no acesso aos serviços; na integralidade das ações voltadas à defesa da cidadania de todos na perspectiva da igualdade. Pensar a defesa dos direitos requer afirmar a primazia do estado-enquanto instância fundamental à sua universalização na condução das politicas públicas, o respeito ao pacto federativo, estimulando a descentralização do poder e o impulso ao processo de democratização das politicas sociais no atendimento às necessidades das maiorias.
  • 23. A metamorfose dos espaços ocupacionais do assistente social No Brasil, é maior importância o trabalho que vem sendo realizado por assistentes sociais especialmente na esfera da seguridade social: nos processos de sua elaboração, gestão monitoramento e avaliação, nos diferentes níveis da federação. Destaca-se, ainda, a atuação dos assistentes sociais juntos aos conselhos de politicas-com saliência para os conselhos de saúde e de assistência social nos níveis nacional, estadual e municipal. Somam-se conselhos tutelares e conselhos de direitos, responsáveis pela formulação de politicas públicas para a criança e o adolescente, para a terceira idade e pessoas portadoras de necessidades especiais.
  • 24. A metamorfose dos espaços ocupacionais do assistente social Nos diferentes espaços ocupacionais do assistente social, é de suma importância impulsionar pesquisas e projetos que favoreçam o conhecimento do modo de vida e de trabalho -e correspondentes expressões culturais-dos segmentos populacionais atendidos, criando um acervo de dados sobres os sujeitos e as expressões da questão social que as vivenciam. o conhecimento criterioso dos processos sociais e de sua vivência pelos indivíduos sociais poderá alimentar ações inovadoras, capazes de propiciar o atendimento às efetivas necessidades sociais dos segmentos subalternizados, alvos das ações institucionais. Esse conhecimento é pré-requisito para impulsionar a consciência critica e uma cultura pública democrática para além das mistificações difundidas pela prática social em geral e particularmente pela mídia.
  • 25. GASTOS PÚBLICO Após 1999, uma parcela dos gastos públicos previstos para as políticas socais passa a ser canalizada para a geração de elevados e crescentes superávits primários, tendo em vista o refinanciamento da dívida pública e a “sensação de credibilidade e de governabilidade” em prol da estabilização monetária. Essa tem sido a tônica das propostas sobre a desvinculação do salário mínimo como indexador dos benefícios da Previdência Social e da Assistência Social e da desvinculação das contribuições sociais e demais impostos que compõem a política social
  • 26. Como registra o IPEA (2007), a estrutura de financiamento das políticas de previdência social, assistência social, saúde pública e seguro desemprego tornou-se, ao longo do período de 1995-2005, quase que exclusivamente dependente das contribuições de empregadores e de empregados ao Instituto Nacional de Seguridade Social. A participação de outros tributos não vinculados explicitamente ao financiamento desse sistema caiu de 34,7% para 7,4% entre 1995 e 2005.
  • 27. Outro elemento que merece destaque, no ordenamento político-institucional vigente da política social, é o aumento da participação não governamental na sua implementação, com a presença do “terceiro setor”. Na interpretação governamental, ele é tido como distinto do Estado (primeiro setor) e do mercado (segundo setor), considerado como um setor “não governamental”, “não lucrativo” e voltado ao desenvolvimento social, que daria origem a uma “esfera pública não estatal”, constituída por “organizações da sociedade civil de interesse público”.
  • 28. No marco legal do terceiro setor no Brasil, são incluídas entidades de natureza as mais variadas, que estabelecem um termo de parceria entre entidades de fins públicos de origem diversa (estatal e social) e de natureza distinta (pública ou privada). Engloba, sob o mesmo título, as tradicionais instituições filantrópicas, o voluntariado e organizações não governamentais –desde aquelas combativas que emergiram no campo dos movimentos sociais, àquelas com filiações político-ideológico as mais distintas, além da denominada “filantropia empresarial”.
  • 29. Com que trabalha os assistentes sociais Os (as) assistentes sociais trabalham com as mais diversas expressões da questão social, esclarecendo à população seus direitos sociais e os meios de ter acesso aos mesmos.
  • 30. Para o fazer profissional do assistente social requer um perfil Um Esses perfil elementos, de profissional aliados culto, à pesquisa crítico da e realidade, capaz de formular, recriar e avaliar propostas que apontem para a progressiva democratização das relações sociais. Exige-se, para tanto, compromisso ético-político com os valores democráticos e competência teórico-metodológica possibilitam decifrar as situações particulares com que se defronta o assistente social no seu trabalho, de modo a conectá-las aos processos sociais macroscópicos que as geram e as modificam. Mas, requisita, também, um profissional versado no instrumental técnico-operativo, capaz de potencializar as ações nos níveis de assessoria, planejamento, negociação, pesquisa e ação direta, estimuladora da participação dos sujeitos sociais nas decisões que lhes dizem respeito, na defesa de seus direitos e no acesso aos meios de exercê-los. na teoria crítica, em sua lógica de explicação da vida social.
  • 31. Os espaços ocupacionais: exigências para sua análise Com a ofensiva neoliberal o desafio é definir os espaços ocupacionais de natureza diferentes do assistente social, qual seu significado dentro das relações sociais em que ele se apresenta como trabalhador especializado. Por isso a necessidade de decifrar o serviço social para entender a profissão dentro das relações e as peculiaridades, isso faz a profissão ter um significado social diferente, pois o seu trabalho se efetiva por mediações distintas.
  • 32.  Quando se fala na atividade profissional do assistente social, muda-se a sua terminologia, que passa de trabalho para a prática; que é apenas um pronunciar que não altera a consistência de sua atividade. Mas também se percebe que é um termo utilizado que associa à profissão uma visão liberal; de uma atuação apenas operativa, nesta situação o projeto profissional passa a ser apenas da intencionalidade do profissional, uma forma de esvaziar a competência da classe profissional.
  • 33.  O ponto fundamental é reconhecer a profissão enquanto um trabalho concreto; que desvela toda dinâmica de lutas e enfrentamento da classe trabalhadora; por isso a necessidade de uma maturidade e domínio critica da teria social.  para Iamamoto o serviço social não desempenha funções produtivas,podendo ser em geral caracterizado como um trabalho improdutivo, mas que se insere nas atividades que contribuem para a viabilização dos processos especificamente monopólicos da reprodução, da acumulação e da valorização do capital. Embora não sejam geradoras de valor, tornam mais eficiente o trabalho produtivo, reduzem o limite negativo colocado à valorização do capital, não deixando de ser para ele uma fonte de lucro.
  • 34. A metamorfose dos espaços ocupacionais do assistente social Hoje os Assistentes Sociais vivem uma tensão entre a defesa dos direitos sociais universais e a mercantilização e refilantropização do atendimento às necessidades sociais, com claras implicações nas condições e relações de trabalho do assistente social (OLIVEIRA; SALLES, 1998; BRAVO, 1996; PEREIRA, 1998).
  • 35. A metamorfose dos espaços ocupacionais do assistente social Segundo, Netto (1992), os Assitentes Sociais São “executores terminais de políticas sociais”. O processo de descentralização das políticas sociais públicas, com ênfase na sua municipalização, requer dos assistentes sociais – como de outros profissionais – novas funções e competências.
  • 36. A metamorfose dos espaços ocupacionais do assistente social Os assistentes sociais estão sendo chamados a atuar na esfera da formulação e avaliação de políticas e do planejamento, gestão e monitoramento, inscritos em equipes multiprofissionais. Ampliam seu espaço ocupacional para atividades relacionadas ao controle social à implantação e orientação de conselhos de políticas públicas, à capacitação de conselheiros, à elaboração de planos e projetos sociais, ao acompanhamento e avaliação de políticas, programas e projetos.