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CHOQUE E DISFUNÇÃO
MULTIPLA DE ÓRGÃOS


    Francisco Nascimento
Classificação do Choque
Choque e Disfunção de Orgãos
Choque e Disfunção de Orgãos.
Introdução
A sepse com disfunção orgânica é comum
e freqüentemente fatal.

A incidência e a morbi-mortalidade é
                 morbi-
subestimada.

Sepse geralmente não é o diagnóstico
primário e é sempre pensada como
complicação da doença de base.
Diagnóstico da Sepses
Sepse E DisfunçãO Aguda De óRgãO
Definições
Sepse E DisfunçãO Aguda De óRgãO
Definições
Não há justificativa para mudança nos critérios,
porém, observar a “aparência séptica”pelos sinais
e sintomas:
Gerais:
Gerais: alteração dos estado mental, edema
significativo, balanço positivo, hiperglicemia.
Inflamatórios:
Inflamatórios: PCR, procalcitonina.
Hemodinâmico:
Hemodinâmico: SVO2 >70%, índice cardíaco
>3,5l
Disfunção orgânica: coagulação anormal, íleo
            orgânica:
paralítico, aumento de bilirrubina.
Perfusão tecidual: livedo, diminuição no
           tecidual:
enchimento capilar.
Sistema Imune
Sistema composto por componentes
adaptativos ( céls B e T) e inatos.
A imunidade adaptativa contribui
significativamente para a resposta imune
e providencia proteção contra futuros
encontros com o patógeno, gerando
imunidade primária e resposta celular de
dias a semanas, tempo inavaliável no
paciente séptico.
A imunidade inata responde
instantaneamente a agressão.
Sistema Imune Inato
  Componentes celulares da imunidade
  inata:
  inata:
  Monócitos, macrófagos, neutrófilos,
  Natural Killer e plaquetas.
  3 tipos de receptores:
1) Endocíticos: reconhece os componentes
  moleculares dos patógenos e estimulam a
  fagocitose por macrófagos.
2) Sinalizadores: ativa o sinal que dispara a
  resposta imune responsável por funções
  celulares, como liberação de citocinas.
3) Secretores: estimulam secreção celular.
Sistema Imune Inato
“tool gene”: Receptor transmembrana
      gene”:
sinalizador em organismos primitivos.
São genes que codificam receptores chamados
TRL, que são os reguladores chave da
imunidade inata.
Resposta inata: febre, secreção de
interleucinas, fixação de complemento,
ativação do macrófagos, ativação da cascata
da coagulação.
As citocinas estimuladas pelo TRL levam ao
aumento do fator tecidual de macrófagos e
monócitos no endotélio e toda a cascata de
liberação de outras citocinas envolvida na
SIRS.
O fator tecidual está presente na via
extrínseca e estimula a cascata da coagulação.
Sistema Imune Inato
Componentes fluidos da imunidade inata:

São as citocinas e o sistema complemento.
Macrófagos ativos estimulam a secreção de
interleucinas pró-inflamatórias, interferon e fator
              pró-
ativador de plaquetas. Isso produz SIRS.
Se a sepse persiste, as citocinas se tornam anti-
                                             anti-
inflamatórias. Há perda de células B e T por
apoptose e há imunossupressão. Conforme
progride, o paciente se torna anérgico.
Complemento: faz opsonização e promove
inflamação.
Disfunção das Células
         Endoteliais
Endotélio tem superfície de 1000 m2:
maior órgão do corpo humano.

Servem como interface entre inflamação e
coagulação.

A disfunção endotelial é a chave da
patogênese da sepse. É secundária ao
efeito de endotoxinas e citocinas pró-
                                  pró-
inflamatórias.
Disfunção das Células
           Endoteliais
Os efeitos da disfunção endotelial são diferentes
em cada órgão e mudam ao longo do tempo(
pode ser transitória).

Há aumento dos níveis sanguíneos de
trombomodulina, molécula de adesão
intercelularI, selectina e Fator de von
Willembrand.

Citocinas e células inflamatórias causam dano no
endotélio e levam a apoptose. A apoptose induz
múltiplas disfunções orgânicas, reduzindo o fluxo
microvascular e a habilidade do corpo em
restaurar sua homeotase.
Mediadores :
Fisiopatologia
 Da Disfunção
   Orgânica
   Múltipla
Sepse E DisfunçãO Aguda De óRgãO
Sistema Cárdio-Vascular
           Cárdio-
A hipotensão induzida pela sepse é
multifatorial: redistribuição do fluxo
sanguíneo, auto-regulação metabólica,
            auto-
perda de fluido para terceiro espaço,
vómitos, diarréia.

Inicialmente: RVS alta e DC pode ser
diminuído.

Tipicamente: RVS diminuída e DC
aumentado .
Sistema Cárdio-Vasuclar
             Cárdio-
Miocárdio:
Miocárdio:

 40% dos pacientes podem ter disfunção
 miocárdica reversível.
 Ocorre no início da sepse, progride nos primeiros
 3 dias e resolve em 7-10 dias.
                       7-
 Injúria miocárdica mediada por citocinas induz
 dano miofribrilar e injúria de reperfusão pós
 isquemia.
 Pode ser sistólica, diastólica ou biventricular.
 Manifesta-
 Manifesta-se com disfunção de paredes,
 alterações no ECG e de troponina.
Sistema Cárdio-Vascular
               Cárdio-
     Paciente sépticos são vasodilatados por 3
     mecanismos:

1)   Ativação dos canais K-ATP: hipóxia e queda do
                           K-
     metabolismo estimula a entrada de K na célula,
     leva a hiperpolarização, queda do cálcio e
     relaxamento e vasodilatação.
2)   Síntese de NO: vasodilatador endógeno. Ativa
     os canais de K na célula.
3)   Deficiência de vasopressina: A vasopressina
     controla os barorreceptores da musculatura
     lisa, inibe o NO e bloqueia canais de K.
Sistema Respiratório
Componentes sistêmicos da injúria
 pulmonar:
 pulmonar:
 Citocinas pró-inflamatórias da sepses
           pró-
 alteram o fenótipo endotelial e as células
 se tornam pró-trombóticas, aumentam a
            pró-
 adesão molecular e secretam mediadores
 quimio-
 quimio-atraentes.
 Neutrófilos migram para a circulação
 pulmonar, saem do capilar para a alvéolo
 e promovem liberação de oxidases,
 proteases, leucotrienos e fator ativador de
 plaquetas.
Sistema Respiratório
Em resposta, macrófagos liberam citocinas
e lesam pneumócitos e causam
taquipnéia, infiltrado pulmonar e queda na
relação PaO2/FiO2.

Ativação da coagulação faz deposição de
fibrina intra-alveolar, favorecendo
        intra-
formação de mb hialina e disfunção
pulmonar.

Essa inflamação pode levar a fibrose
pulmonar.
Sistema Respiratório
Ventilação mecânica:
           mecânica:
 IOT + deficiência das defesas dos
 hospedeiros + má nutrição = VAP
 Pneumonia pode ser causa primária de
 injúria pulmonar e SARA.
 Barotrauma e o “abrir e fechar”dos
 alvéolos favorece injúria pulmonar.
 Ventilação protetora na SARA aumenta
 sobrevida.
Sistema Gatrointestinal
A hipotensão arterial leva a hipoperfusão
intestinal.
Ocorrer redistribuição do fluxo para áreas
mais ativas metabolicamente e isso
preserva a barreia de proteção e previne
translocação bacteriana. O fluxo não é
suficiente para suprir a demanda, o pH cai
e o lactato aumenta.
Alimentação precoce protege contra
translocação bacteriana.
Trato Hepatobiliar
     A queda da perfusão é o evento mais
     importante para disfunção hepática nas
     primeiras horas do choque séptico.
1)   Células de Kupffer: Macrófagos fixos no fígado
                Kupffer:
     que limpam o sangue portal. . Modulam a
     resposta do hepatócito por meio de secreção e
     liberação de proteínas e outros mediadores.
2)   Hepatócitos:
     Hepatócitos: expressam receptores para
     endotoxinas, substâncias vasoativas,
     mediadores inflamatórios e citocinas. Alterações
     metabólicas priorizam a gliconeogênese e a
     síntese protéica.
Sangue e Medula Óssea
O sistema hematológico restaura a
homeostase eliminando o patógeno e
isolando a infecção.

Quando o foco infeccioso é isolado, a
resposta sistêmica é favorável.

Em pacientes com sepses severa, essa
resposta exuberante é deletéria.
Sangue e Medula Óssea
     2 componentes da resposta hematológica:
1)   Reposta Celular: leucócitos, eritrócitos e
     plaquetas.
     Hemácia: bloqueio da transferência do ferro =
     hipoplasia eritróide e diminuição da sobrevida.
     Leucocitose inicial resulta do recrutamento de
     neutrófilos e aumento da maturação de
     granulócitos na M.O .
     Leucopenia pode acontecer por migração
     maciça de leucócitos para o foco infeccioso ou
     falência da M.O.
     Trombocitopenia ocorre por aumento da adesão
     e agregação na microvasculatura.
Sangue e Medula Óssea
2) Resposta Fluida: proteínas da coagulação
               Fluida:
  A sepses é um estado pró-trombótico:
                         pró-
  aumento na coagulação e defeito na
  fibrinólise.
  Cai a síntese de anticoagulantes
  hepáticos, proteína C e S e aumenta a
  liberação de fibrinogênio.
  Formação de trombos é maior que a
  capacidade de dissolução.
  Aumento dos níveis de d-dímero e
                          d-
  produtos da degradação da fibrina.
Rim

Disfunção por vários fatores:
hipotensão sistêmica, redistribuição do
fluxo sanguíneo, vasoconstricção renal,
efeitos das citocinas e endotoxinas no
endotélio da vasculatura renal, ativação
da inflamação celular por mediadores
inflamatórios e LPS.
Há queda na taxa de filtração
glomerular e azotemia pré-renal e pode
                        pré-
haver necrose tubular aguda.
Drogas que predispõem a falência
renal, como exemplo, AINH.
Sistema Nervoso
SNC:
SNC:
 Há 71% de disfunção cerebral nos casos de
 sepse severa.
 Ocorrer em 80% dos paciente em VM e é um
 preditor independente de mau prognóstico.
 A etiologia é multifatorial: anormalidades na
 barreira hemato-encefálica, alteração do fluxo
          hemato-
 sanguíneo cerebral, fisiologia celular anormal
 e alteração na composição de
 neurotransmissores.
 Edema perivascular impede o fluxo de O2 e
 diminui o consumo cerebral.
 Há disfunção mitocondrial, defeitos nas células
 da glia e astrócitos.
Sistema Nervoso
Sistema Nervoso Autônomo
  Modelo experimental mostra estimulação do
  parassimpático por endotoxinas.

Sistema Nervoso Periférico e músculos:
                             músculos:
  É a maior causa de morbidade em pacientes com
  sepses severa.
  Desnervação parcial em 90% dos paciente
  internados por 1 mês na UTI, 5 anos após a alta.
  Mioneuropatia em 66% dos casos.
Avaliação Clínica
Sinais vitais:
       vitais:
  Febre >38°C e hipotermia < 35°C.
         >38°                35°
  50% dos pacientes são normo ou
  hipotérmicos.

Alteração do estado mental:
                    mental:
  Delirium – agitação ou hipoatividade.
  Pode denotar infecção de SNC
Exames de Imagem
Técnicas de RX no leito são limitadas por
aparelhos portáteis.
PNM: acurácia de 50%, sensib 60% e
especif 28%.
Rx de tórax é essencial nas primeiras 24h
de sintomas de pneumonia e em
neutropênicos.
O tipo de exame é definido pela suspeita
do foco infeccioso.
Microbiologia
Todos os focos em potencial de infecção
devem ser levados para cultura.

Em 20-30% o foco de infecção não é
    20-
localizado.

O sangue é um bom material para cultura,
porém 70% dos pacientes sépticos não
tem patógenos circulantes no sangue.
Marcadores Laboratoriais
  São usados para identificação de pacientes co ativação
  sistêmica da cascata de coagulação.
  Não são usados de rotina na prática clínica.

  IL-6: Relação com o prognóstico.
  IL-
  PCR:
  PCR: É sintetizada na fase aguda da sepses e usada
  para diagnóstico de SIRS.
  Seu aumento é paralelo ao curso da infecção.
  C3: É o marcador mais sensível e específico para
  C3:
  diferenciação entre sepses e outras causa de SIRS.
  Procalcitonina:
  Procalcitonina: bom preditor de sepses.
=> C3+ procalcitonina: 91% de sensib e 80% de especif
  para diferenciar sepses de outras causas de SIRS.
Obrigado!!

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Sepse E DisfunçãO Aguda De óRgãO

  • 1. CHOQUE E DISFUNÇÃO MULTIPLA DE ÓRGÃOS Francisco Nascimento
  • 3. Choque e Disfunção de Orgãos
  • 4. Choque e Disfunção de Orgãos.
  • 5. Introdução A sepse com disfunção orgânica é comum e freqüentemente fatal. A incidência e a morbi-mortalidade é morbi- subestimada. Sepse geralmente não é o diagnóstico primário e é sempre pensada como complicação da doença de base.
  • 10. Definições Não há justificativa para mudança nos critérios, porém, observar a “aparência séptica”pelos sinais e sintomas: Gerais: Gerais: alteração dos estado mental, edema significativo, balanço positivo, hiperglicemia. Inflamatórios: Inflamatórios: PCR, procalcitonina. Hemodinâmico: Hemodinâmico: SVO2 >70%, índice cardíaco >3,5l Disfunção orgânica: coagulação anormal, íleo orgânica: paralítico, aumento de bilirrubina. Perfusão tecidual: livedo, diminuição no tecidual: enchimento capilar.
  • 11. Sistema Imune Sistema composto por componentes adaptativos ( céls B e T) e inatos. A imunidade adaptativa contribui significativamente para a resposta imune e providencia proteção contra futuros encontros com o patógeno, gerando imunidade primária e resposta celular de dias a semanas, tempo inavaliável no paciente séptico. A imunidade inata responde instantaneamente a agressão.
  • 12. Sistema Imune Inato Componentes celulares da imunidade inata: inata: Monócitos, macrófagos, neutrófilos, Natural Killer e plaquetas. 3 tipos de receptores: 1) Endocíticos: reconhece os componentes moleculares dos patógenos e estimulam a fagocitose por macrófagos. 2) Sinalizadores: ativa o sinal que dispara a resposta imune responsável por funções celulares, como liberação de citocinas. 3) Secretores: estimulam secreção celular.
  • 13. Sistema Imune Inato “tool gene”: Receptor transmembrana gene”: sinalizador em organismos primitivos. São genes que codificam receptores chamados TRL, que são os reguladores chave da imunidade inata. Resposta inata: febre, secreção de interleucinas, fixação de complemento, ativação do macrófagos, ativação da cascata da coagulação. As citocinas estimuladas pelo TRL levam ao aumento do fator tecidual de macrófagos e monócitos no endotélio e toda a cascata de liberação de outras citocinas envolvida na SIRS. O fator tecidual está presente na via extrínseca e estimula a cascata da coagulação.
  • 14. Sistema Imune Inato Componentes fluidos da imunidade inata: São as citocinas e o sistema complemento. Macrófagos ativos estimulam a secreção de interleucinas pró-inflamatórias, interferon e fator pró- ativador de plaquetas. Isso produz SIRS. Se a sepse persiste, as citocinas se tornam anti- anti- inflamatórias. Há perda de células B e T por apoptose e há imunossupressão. Conforme progride, o paciente se torna anérgico. Complemento: faz opsonização e promove inflamação.
  • 15. Disfunção das Células Endoteliais Endotélio tem superfície de 1000 m2: maior órgão do corpo humano. Servem como interface entre inflamação e coagulação. A disfunção endotelial é a chave da patogênese da sepse. É secundária ao efeito de endotoxinas e citocinas pró- pró- inflamatórias.
  • 16. Disfunção das Células Endoteliais Os efeitos da disfunção endotelial são diferentes em cada órgão e mudam ao longo do tempo( pode ser transitória). Há aumento dos níveis sanguíneos de trombomodulina, molécula de adesão intercelularI, selectina e Fator de von Willembrand. Citocinas e células inflamatórias causam dano no endotélio e levam a apoptose. A apoptose induz múltiplas disfunções orgânicas, reduzindo o fluxo microvascular e a habilidade do corpo em restaurar sua homeotase.
  • 18. Fisiopatologia Da Disfunção Orgânica Múltipla
  • 20. Sistema Cárdio-Vascular Cárdio- A hipotensão induzida pela sepse é multifatorial: redistribuição do fluxo sanguíneo, auto-regulação metabólica, auto- perda de fluido para terceiro espaço, vómitos, diarréia. Inicialmente: RVS alta e DC pode ser diminuído. Tipicamente: RVS diminuída e DC aumentado .
  • 21. Sistema Cárdio-Vasuclar Cárdio- Miocárdio: Miocárdio: 40% dos pacientes podem ter disfunção miocárdica reversível. Ocorre no início da sepse, progride nos primeiros 3 dias e resolve em 7-10 dias. 7- Injúria miocárdica mediada por citocinas induz dano miofribrilar e injúria de reperfusão pós isquemia. Pode ser sistólica, diastólica ou biventricular. Manifesta- Manifesta-se com disfunção de paredes, alterações no ECG e de troponina.
  • 22. Sistema Cárdio-Vascular Cárdio- Paciente sépticos são vasodilatados por 3 mecanismos: 1) Ativação dos canais K-ATP: hipóxia e queda do K- metabolismo estimula a entrada de K na célula, leva a hiperpolarização, queda do cálcio e relaxamento e vasodilatação. 2) Síntese de NO: vasodilatador endógeno. Ativa os canais de K na célula. 3) Deficiência de vasopressina: A vasopressina controla os barorreceptores da musculatura lisa, inibe o NO e bloqueia canais de K.
  • 23. Sistema Respiratório Componentes sistêmicos da injúria pulmonar: pulmonar: Citocinas pró-inflamatórias da sepses pró- alteram o fenótipo endotelial e as células se tornam pró-trombóticas, aumentam a pró- adesão molecular e secretam mediadores quimio- quimio-atraentes. Neutrófilos migram para a circulação pulmonar, saem do capilar para a alvéolo e promovem liberação de oxidases, proteases, leucotrienos e fator ativador de plaquetas.
  • 24. Sistema Respiratório Em resposta, macrófagos liberam citocinas e lesam pneumócitos e causam taquipnéia, infiltrado pulmonar e queda na relação PaO2/FiO2. Ativação da coagulação faz deposição de fibrina intra-alveolar, favorecendo intra- formação de mb hialina e disfunção pulmonar. Essa inflamação pode levar a fibrose pulmonar.
  • 25. Sistema Respiratório Ventilação mecânica: mecânica: IOT + deficiência das defesas dos hospedeiros + má nutrição = VAP Pneumonia pode ser causa primária de injúria pulmonar e SARA. Barotrauma e o “abrir e fechar”dos alvéolos favorece injúria pulmonar. Ventilação protetora na SARA aumenta sobrevida.
  • 26. Sistema Gatrointestinal A hipotensão arterial leva a hipoperfusão intestinal. Ocorrer redistribuição do fluxo para áreas mais ativas metabolicamente e isso preserva a barreia de proteção e previne translocação bacteriana. O fluxo não é suficiente para suprir a demanda, o pH cai e o lactato aumenta. Alimentação precoce protege contra translocação bacteriana.
  • 27. Trato Hepatobiliar A queda da perfusão é o evento mais importante para disfunção hepática nas primeiras horas do choque séptico. 1) Células de Kupffer: Macrófagos fixos no fígado Kupffer: que limpam o sangue portal. . Modulam a resposta do hepatócito por meio de secreção e liberação de proteínas e outros mediadores. 2) Hepatócitos: Hepatócitos: expressam receptores para endotoxinas, substâncias vasoativas, mediadores inflamatórios e citocinas. Alterações metabólicas priorizam a gliconeogênese e a síntese protéica.
  • 28. Sangue e Medula Óssea O sistema hematológico restaura a homeostase eliminando o patógeno e isolando a infecção. Quando o foco infeccioso é isolado, a resposta sistêmica é favorável. Em pacientes com sepses severa, essa resposta exuberante é deletéria.
  • 29. Sangue e Medula Óssea 2 componentes da resposta hematológica: 1) Reposta Celular: leucócitos, eritrócitos e plaquetas. Hemácia: bloqueio da transferência do ferro = hipoplasia eritróide e diminuição da sobrevida. Leucocitose inicial resulta do recrutamento de neutrófilos e aumento da maturação de granulócitos na M.O . Leucopenia pode acontecer por migração maciça de leucócitos para o foco infeccioso ou falência da M.O. Trombocitopenia ocorre por aumento da adesão e agregação na microvasculatura.
  • 30. Sangue e Medula Óssea 2) Resposta Fluida: proteínas da coagulação Fluida: A sepses é um estado pró-trombótico: pró- aumento na coagulação e defeito na fibrinólise. Cai a síntese de anticoagulantes hepáticos, proteína C e S e aumenta a liberação de fibrinogênio. Formação de trombos é maior que a capacidade de dissolução. Aumento dos níveis de d-dímero e d- produtos da degradação da fibrina.
  • 31. Rim Disfunção por vários fatores: hipotensão sistêmica, redistribuição do fluxo sanguíneo, vasoconstricção renal, efeitos das citocinas e endotoxinas no endotélio da vasculatura renal, ativação da inflamação celular por mediadores inflamatórios e LPS. Há queda na taxa de filtração glomerular e azotemia pré-renal e pode pré- haver necrose tubular aguda. Drogas que predispõem a falência renal, como exemplo, AINH.
  • 32. Sistema Nervoso SNC: SNC: Há 71% de disfunção cerebral nos casos de sepse severa. Ocorrer em 80% dos paciente em VM e é um preditor independente de mau prognóstico. A etiologia é multifatorial: anormalidades na barreira hemato-encefálica, alteração do fluxo hemato- sanguíneo cerebral, fisiologia celular anormal e alteração na composição de neurotransmissores. Edema perivascular impede o fluxo de O2 e diminui o consumo cerebral. Há disfunção mitocondrial, defeitos nas células da glia e astrócitos.
  • 33. Sistema Nervoso Sistema Nervoso Autônomo Modelo experimental mostra estimulação do parassimpático por endotoxinas. Sistema Nervoso Periférico e músculos: músculos: É a maior causa de morbidade em pacientes com sepses severa. Desnervação parcial em 90% dos paciente internados por 1 mês na UTI, 5 anos após a alta. Mioneuropatia em 66% dos casos.
  • 34. Avaliação Clínica Sinais vitais: vitais: Febre >38°C e hipotermia < 35°C. >38° 35° 50% dos pacientes são normo ou hipotérmicos. Alteração do estado mental: mental: Delirium – agitação ou hipoatividade. Pode denotar infecção de SNC
  • 35. Exames de Imagem Técnicas de RX no leito são limitadas por aparelhos portáteis. PNM: acurácia de 50%, sensib 60% e especif 28%. Rx de tórax é essencial nas primeiras 24h de sintomas de pneumonia e em neutropênicos. O tipo de exame é definido pela suspeita do foco infeccioso.
  • 36. Microbiologia Todos os focos em potencial de infecção devem ser levados para cultura. Em 20-30% o foco de infecção não é 20- localizado. O sangue é um bom material para cultura, porém 70% dos pacientes sépticos não tem patógenos circulantes no sangue.
  • 37. Marcadores Laboratoriais São usados para identificação de pacientes co ativação sistêmica da cascata de coagulação. Não são usados de rotina na prática clínica. IL-6: Relação com o prognóstico. IL- PCR: PCR: É sintetizada na fase aguda da sepses e usada para diagnóstico de SIRS. Seu aumento é paralelo ao curso da infecção. C3: É o marcador mais sensível e específico para C3: diferenciação entre sepses e outras causa de SIRS. Procalcitonina: Procalcitonina: bom preditor de sepses. => C3+ procalcitonina: 91% de sensib e 80% de especif para diferenciar sepses de outras causas de SIRS.