SlideShare a Scribd company logo
1 of 5
Download to read offline
Licenciamento ambiental: o barato e rápido sai mais caro para todos
As entidades representativas dos servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente abaixo-
assinadas vêm a público expressar estranheza, indignação e apreensão após a leitura da entrevista
concedida pela nova Presidente do Ibama, Marilene Ramos, em 30/05/2015, ao jornal O Estado de
São Paulo – imediatamente após sua posse.
“Presidente do Ibama reconhece lentidão – para Marilene Ramos, é necessário dar mais rapidez ao
licenciamento ambiental”
http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,presidente-do-ibama-reconhece-lentidao,1697459
Na entrevista, Marilene Ramos afirma que o licenciamento ambiental é “lento” e que há “excessos
nas análises ambientais”, que recairiam inclusive em uma “agenda muito mais voltada a temas de
desenvolvimento social do que ambiental”. Sugere, como justificativa para o que entende como
excessos cometidos, o receio que os técnicos teriam de ser alvo de ações criminais movidas pelo
Ministério Público, indicando que uma solução para esse problema seria flexibilizar a Lei de
Crimes Ambientais. Por fim, afirma que sua intenção é intensificar o “monitoramento das ações de
compensação após o licenciamento”.
Em resposta às falas da dirigente de nossa autarquia, temos os seguintes pontos a esclarecer:
a) Existe um processo racional de licenciamento ambiental
Há um tempo mínimo para o licenciamento ambiental de uma atividade/empreendimento, que segue
um processo racional e se inicia com a elaboração do termo de referência para a realização dos
estudos ambientais, segue com a realização dos estudos (que pode levar mais de um ano,
dependendo da complexidade do projeto), a análise e aprovação, a elaboração do projeto detalhado
e das medidas a serem adotadas para evitar, reduzir ou compensar impactos; e por aí segue.
“Queimar” ou “enxugar” etapas para ganhar tempo pode prejudicar totalmente a racionalidade do
processo e reduzir a efetividade do licenciamento ambiental, tornando o procedimento meramente
burocrático.
b) Existe sobrecarga de demandas sobre o corpo técnico
O aumento progressivo na quantidade de processos de licenciamento ambiental ativos no Ibama
não foi acompanhado por crescimento proporcional de seu quadro de servidores. Em 2004, eram
157 técnicos atuando em 563 processos ativos; em 2014, passamos a 428 técnicos em 1.884
processos ativos (dados de set/2014). Ou seja, o aumento no número de técnicos foi de 273%,
enquanto que o de processos ativos foi 335%. Já havia sobrecarga para os técnicos naquele
momento, mas é evidente que a situação atual é ainda mais grave.
Ressaltamos ainda que a autarquia como um todo se encontra ameaçada de esvaziamento, pois já
conta com quase 700 cargos vagos e 51,6% de seus aproximadamente 4.000 servidores ativos em
todo o país podem se aposentar ainda em 2015.
c) Não estamos conseguindo acompanhar as licenças emitidas
Diante do quadro de sobrecarga apresentado acima, uma explicação possível para o tempo
necessário para obtenção de licenças não ter sido significativamente ampliado, é que o Ibama não
dedica o devido tempo de trabalho para o acompanhamento das licenças concedidas. Além de ser
questão sempre destacada pelos servidores, isso já havia sido afirmado pelo TCU em 20091
e
infelizmente a situação ainda não foi contornada, devido à ausência de pessoal e tempo disponível
para tal acompanhamento.
Ou seja, para “ampliar o monitoramento das ações de compensação após o licenciamento”,
conforme a nova presidente afirmou que é a prioridade, seria necessário destinar tempo e recursos
para isso. Trata-se de necessidade inquestionável e resolveria uma angústia permanente dos
servidores que trabalham no licenciamento ambiental do Ibama, que sabem da importância do
cumprimento das condicionantes e programas ambientais exigidos no licenciamento.
Hoje, com alguma frequência ocorre de serem feitas avaliações apenas quando o empreendedor
solicita renovação ou emissão de nova licença, pois para atender a solicitação é legalmente
necessário avaliar se as condicionantes foram ou não cumpridas, se os programas foram ou não
executados a contento. Nesse meio tempo, se algo não saiu conforme o previsto, muito tempo já
terá transcorrido e o custo para corrigir os rumos do licenciamento será muito maior – isso se ainda
for possível. Assim, o licenciamento muitas vezes trabalha como “despachante-bombeiro”: emite
licenças rapidamente para atender as demandas dos empreendedores, mas depois é acionado para
[tentar] apagar os “incêndios” resultantes das deficiências dos estudos e das medidas mitigadoras e
compensatórias. Não há normas que exijam, por exemplo, a realização de vistorias regulares aos
empreendimentos licenciados.
d) O conceito normativo e técnico de “ambiente” inclui sua dimensão social
Daremos destaque a este ponto, pois percebemos a permanente tentativa de excluir o social do
ambiental, como se essa separação de fato existisse – o que é um equívoco técnico e legal.
A nova presidente afirmou que seria necessário retirar “excessos” e complementar “lacunas” do
licenciamento, que resultariam atualmente em uma “agenda muito mais voltada a temas de
desenvolvimento social do que ambiental”. Destacamos que são temerárias tais afirmações, em tom
genérico, realizadas pela Presidência do Ibama, diante da gravidade dos assuntos tratados. Dá-se
margem a questionamentos sobre possíveis “excessos” e “lacunas”, sem que fique nem ao menos
indicado qual a concepção do que seriam.
Seriam “excessos” a obrigação de o empreendedor dar suporte à elaboração dos planos diretores
municipais, como forma de evitar os significativos impactos ao ordenamento e desenvolvimento
municipal que resultam dos grandes empreendimentos licenciados pelo Ibama? Ou a obrigação de
assegurar a indenização e/ou realocação das comunidades vulneráveis que são removidas dos locais
onde moravam, para instalação dos empreendimentos e/ou realização das atividades licenciadas?
Ou então a necessidade de monitoramento arqueológico para evitar que se perca,
irremediavelmente, o conhecimento sobre a história (e pré-história) do local onde se implantam
atividades/empreendimentos? Seria um “excesso” a avaliação específica dos impactos sobre
comunidades quilombolas e povos indígenas?
Ou seriam excessos as exigências relativas ao saneamento ambiental de Altamira/PA, no
licenciamento da UHE Belo Monte? Tendo em visto os significativos impactos socioambientais
1 TCU – Tribunal de Contas da União. Relatório de levantamento de auditoria – Fiscobras 2009, TCU009.362/2009-4.
Brasília, 2009. Disponível em: <http://6ccr.pgr.mpf.mp.br/documentos-e-publicacoes/docs_acordaos/Ibama_2009.pdf>.
Acesso em: 01/6/2015.
.
identificados como decorrência do empreendimento, que traria e de fato trouxe imenso aporte
populacional para a cidade, a exigência de implantação de sistema de saneamento ambiental foi
colocada como condição para a viabilidade ambiental do empreendimento. A alternativa possível,
evitando-se incluir tal exigência como condicionante do licenciamento, seria declarar a
inviabilidade de implantação da UHE no local, devido aos importantes impactos que seriam
ocasionados e não solucionados.
O caso de Altamira/PA se repete pelo Brasil, devido ao quadro de precário desenvolvimento social
que ainda predomina, em especial nos lugares que são alvo de grandes empreendimentos de
infraestrutura, licenciados pelo Ibama. Sendo intenção da Presidência de nossa autarquia atender
aos anseios dos empreendedores e negar a inclusão de condicionantes relativas ao desenvolvimento
social, vislumbramos como inevitável a significativa ampliação das manifestações técnicas
demonstrando a inviabilidade locacional de tais empreendimentos, movidas pela consideração dos
significativos impactos que seriam causados, sem que pudessem ser exigidas as contrapartidas
necessárias para evitá-los, mitigá-los ou compensá-los.
Cada uma dessas exigências decorre de disposições legais/constitucionais e remete, direta ou
indiretamente, à Resolução Conama nº 01/1986 e seu conceito de impacto ambiental, que guia a
elaboração dos estudos de impacto ambiental. Via de regra, elas remetem aos grupos sociais mais
vulneráveis, que frequentemente ainda não são ouvidos nos processos de licenciamento ambiental,
já que a participação pública/social é comumente tratada por nossa autarquia como mera exigência
legal a ser burocraticamente atendida em audiências públicas sem a devida preparação e sem a
devida consideração no processo de licenciamento ambiental.
Contudo, não se trata apenas de exigência legal, mas de entendimento técnico. Os técnicos da
Diretoria de Licenciamento Ambiental há alguns anos vêm recebendo capacitações em Avaliação de
Impacto Ambiental ministradas pelo expoente nacional no tema, Luis Enrique Sánchez, o qual ao
discutir o conceito de ambiente no livro que utilizamos como referência para nosso trabalho2
(p.
19), concorda com o que aqui apresentamos e que utilizamos nas análises técnicas.
Seriam esses os “excessos” a serem retirados do licenciamento ambiental do Ibama? À luz dessa
primeira entrevista, ganha maior relevância o fato de que, em seu discurso de posse, Marilene em
nenhum momento se referiu aos movimentos sociais como atores a serem ouvidos – são citados,
repetidamente inclusive, apenas os empreendedores e as ONGs, com destaque para os primeiros.
e) Não há “rigor excessivo” e sim análise criteriosa, visando o interesse público
A nova Presidente afirmou que há “rigor excessivo” dos técnicos nas análises dos projetos, por
receio de processos criminais movidos pelo Ministério Público Federal.
Esclarecemos que não há “rigor excessivo” na opinião dos próprios técnicos que trabalham no
licenciamento do Ibama, que são criteriosos não por medo e sim por domínio técnico de seu campo
de trabalho (que inclui a consideração das preocupações dos grupos sociais interessados no
licenciamento em relação ao seu ambiente); tampouco na opinião do Ministério Público, das ONGs
e dos movimentos sociais – frequentes críticos do licenciamento ambiental do Ibama, que entendem
ser permissivo e não excessivamente rigoroso.
Não se trata nem mesmo de opinião pública, pois ainda que a mídia de massa insista no discurso da
“lentidão” e “rigor excessivo”, é evidente o apoio popular ao licenciamento realizado pelo Ibama –
quando ocorre de haver resistência popular ao licenciamento, é por entendê-lo permissivo.
Destaque-se que esses casos são frequentes quando as decisões sobre o licenciamento são tomadas
em contrariedade às sugestões apresentadas pelos técnicos do Ibama, que costumam se mostrar
muito mais atentos às demandas socioambientais do que os dirigentes da autarquia.
Então indagamos: para quem há “rigor excessivo” em nossas análises? Provavelmente para os
empreendedores que apresentam estudos ambientais de baixa qualidade e propostas de medidas
mitigadoras e compensatórias de impactos ambientais inconsistentes, que resultam em necessidades
2 SÁNCHEZ, Luís Enrique. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficina de textos, 2013.
de complementações e consequentes atrasos no licenciamento.
Destaque-se, portanto, que o licenciamento seria mais rápido caso os empreendedores de fato
dessem a importância necessária para os estudos e programas ambientais, assegurando qualidade ao
menos satisfatória dos trabalhos a serem entregues ao Ibama – a crítica à qualidade desses trabalhos
não é feita apenas pelo corpo técnico do Ibama, mas por diversos atores envolvidos no
licenciamento, como o Ministério Público da União3
e a sociedade civil organizada:
Habituados a jogar todos os problemas dos atrasos de empreendimentos em
demoras do Ibama e da Funai, empreendedores costumam esconder suas próprias
incompetências técnicas atrás de supostos atrasos do licenciamento ambiental e
demais autorizações públicas para instalação e operação de grandes
empreendimentos. 4
É aceitável, então, que o Ibama dê maior importância à opinião de um dos atores envolvidos no
licenciamento, os empreendedores (Petrobras, Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e
Biocombustíveis – IBP, Empresa de Planejamento Energético – EPE/MME, para se limitar aos
citados no discurso de posse da nova presidente, em 14/05), e reproduza acriticamente seu discurso?
Entendemos que os empreendedores representam um dos atores interessados no licenciamento
ambiental e devem sim ser ouvidos pelo Ibama, porém temos clareza de que assumir o discurso dos
empreendedores como o discurso da autarquia atenta contra os princípios que deveriam nos guiar.
Não aceitaremos que, por meio da deturpação dos princípios de nossa autarquia, seja cerceado o
nosso trabalho e os empreendedores recebam tratamento especial, em detrimento de os demais
grupos sociais interessados no licenciamento ambiental.
Propostas para um licenciamento ambiental mais efetivo
Como trabalhadores da área ambiental comprometidos com a missão socioambiental do Ibama e o
interesse público, não apenas seguimos as normas, procedimentos e práticas existentes, mas
também elaboramos, apresentamos e implementamos em nosso trabalho cotidiano, individualmente
ou organizados em grupos de trabalho, propostas para tornar o licenciamento ambiental mais
efetivo. Muitas dessas propostas já foram tornadas normas, procedimentos e práticas que hoje
fazem parte de nossa rotina de trabalho. Contudo, há propostas históricas que até hoje não foram
implementadas. Apresentamos aqui apenas duas, para indicar a existência de caminhos que
tornariam o licenciamento ambiental mais efetivo e até mesmo mais rápido:
a) Avaliação ambiental estratégica (AAE)
Com a realização prévia de avaliação ambiental estratégica (AAE) para orientar o planejamento dos
empreendimentos, a avaliação de impactos ambientais (AIA) realizada no licenciamento ambiental
seria mais direcionada, por já terem sido identificados e evitados os principais impactos desde o
momento de concepção dos empreendimentos, além de já se dispor de hipóteses sobre os potenciais
impactos. Essas hipóteses orientariam a elaboração do termo de referência mais consistente para os
estudos ambientais para o licenciamento.
Articulando o uso da AAE com o problema do baixo grau de desenvolvimento social no país,
poderiam ser seguidos dois caminhos: 1) evitar regiões onde se constate ser atualmente inviável a
implantação de empreendimentos pretendidos ou; 2) identificando o baixo grau de desenvolvimento
social e prevendo os significativos impactos socioambientais resultantes de empreendimentos
3 MPU – Ministério Público da União. Deficiências em estudos de impacto ambiental: síntese de uma experiência. Brasília:
Escola Superior do MPU, 2004. 48 p. Disponível em: <http://escola.mpu.mp.br/linha-editorial/outras-
publicacoes/impacto_ambiental3.pdf>. Acesso em: 01/6/2015.
4 ISA – Instituto Socioambiental. Blog do ISA. Atraso de Belo Monte: licenciamento ambiental não é mera burocracia.
Disponível em: <http://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-isa/atraso-de-belo-monte-licenciamento-ambiental-nao-e-
mera-burocracia>. Acesso em: 01/6/2015.
pretendidos, implantar previamente as condições de desenvolvimento social necessárias para evitar
tais impactos, de modo que as condições necessárias já estejam implantadas quando da solicitação
da licença prévia (LP)
Apesar da evidente importância desse instrumento, na entrevista que falou sobre as dificuldades no
licenciamento, não foi feita nenhuma menção a esse importante instrumento da política ambiental,
que deveria ser prévio e depois ser complementado pela avaliação de impacto ambiental (AIA). A
ausência da AAE certamente sobrecarrega e torna mais lenta a AIA, que deveria ser o segundo
momento de avaliação socioambiental, e não o primeiro. A implementação da AAE deve entrar na
ordem do dia da nova Presidência, para tornar mais direcionado o licenciamento ambiental e
apresentar resultados socioambientais efetivos.
b) Integração dos trabalhos e informações ambientais
Outra questão sempre destacada pelo corpo técnico do Ibama é a necessidade de assegurar a
integração dos trabalhos realizados e informações disponíveis não apenas no âmbito da própria
autarquia, mas de todo o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama): Ministério do Meio
Ambiente, ICMBio, Serviço Florestal Brasileiro, Agência Nacional de Águas, órgãos estaduais e
municipais de meio ambiente. E não apenas do Sisnama, mas também dos demais órgãos e
autarquias públicos, inclusive universidades e centros de pesquisa, dos quais o Ibama deve se
aproximar mais. Existindo banco de dados compartilhado, especialmente com informações
geoespaciais, seria possível realizar análises mais efetivas e até mesmo mais rápidas – talvez fosse
possível reduzir a quantidade de estudos e/ou programas ambientais solicitados no âmbito do
licenciamento, e/ou integrar estudos/programas em curso para otimizá-los, a partir do momento em
que se constate a sobreposição em diferentes empreendimentos – até mesmo em diferentes esferas
de competência (federal, estadual e municipal).
Preocupações quanto ao futuro do Ibama
Reafirmamos o receio de que a nova Presidência, seguindo a linha do discurso apresentado na
primeira entrevista que concedeu à frente do Ibama, adote medidas com visões unilaterais, ditadas
pelo poder econômico, que contrariem o interesse público e resultem em prejuízos socioambientais.
Receamos, por exemplo, que sejam deferidos ataques a um trabalho que vem sendo executado com
sucesso pela Diretoria de Licenciamento Ambiental, obtendo montantes significativos de recursos
oriundos da compensação ambiental no âmbito do licenciamento de empreendimentos/atividades,
instituída pelo art. 36 da Lei nº 9.985/2000, para aplicação nas unidades de conservação da natureza
(UCs), contribuindo para sua regularização fundiária, elaboração de planos de manejo, gestão das
UCs e até mesmo criação de novas UCs. A partir da organização de estrutura interna da diretoria
para o trabalho de cobrança e destinação de tais recursos, os valores destinados às UCs subiram de
aproximadamente R$ 10,5 milhões, em 2010, para mais de R$ 487 milhões, em 2014.
É possível que esse sucesso na implementação da lei esteja incomodando os empreendedores, assim
como o início da implementação efetiva do Código Florestal anterior (Lei nº 4.771/1965)
incomodou e levou a bancada ruralista a se organizar e conseguir a revogação da lei anterior e
promulgação de nova lei pelo Congresso Nacional (Lei nº 12.651/2012).
Preocupados com os possíveis retrocessos socioambientais sinalizados, pedimos a todos que
estejam atentos e fortes, pois o primeiro sinal dado pela nova Presidência do Ibama não foi
animador para aqueles que se importam com o meio ambiente e não acreditam em desenvolvimento
que não seja socioambiental.
Brasília/DF, 03 de junho de 2015
Condsef, Ascema Nacional, Sindsep-DF (Seção Sindical Ibama), Asibama-DF, Asibama-RJ e Assemma.

More Related Content

Viewers also liked

Effective Rate Strategies for VMS
Effective Rate Strategies for VMSEffective Rate Strategies for VMS
Effective Rate Strategies for VMSPeopleFluent
 
Stymulowanie rozwoju dziecka poprzez wykonywanie prac technicznych i plastycz...
Stymulowanie rozwoju dziecka poprzez wykonywanie prac technicznych i plastycz...Stymulowanie rozwoju dziecka poprzez wykonywanie prac technicznych i plastycz...
Stymulowanie rozwoju dziecka poprzez wykonywanie prac technicznych i plastycz...Szymon Konkol - Publikacje Cyfrowe
 
Diskadfransnieuw
DiskadfransnieuwDiskadfransnieuw
Diskadfransnieuwguestb088a9
 
Monico canada e3_1_google_docs
Monico canada e3_1_google_docsMonico canada e3_1_google_docs
Monico canada e3_1_google_docsmonico8
 
4.ariketa Sententzia.Ezgaitasun Iraunkorra
4.ariketa Sententzia.Ezgaitasun Iraunkorra4.ariketa Sententzia.Ezgaitasun Iraunkorra
4.ariketa Sententzia.Ezgaitasun Iraunkorraleyreb
 
Camilo 11 4
Camilo 11 4Camilo 11 4
Camilo 11 4kmilo10
 
Tarea 10
Tarea 10Tarea 10
Tarea 10EJavier
 
Sententzia Amatasuna2.Ariketa
Sententzia Amatasuna2.AriketaSententzia Amatasuna2.Ariketa
Sententzia Amatasuna2.Ariketaleyreb
 
Publisher test
Publisher testPublisher test
Publisher testjoe42ppc
 
GESTIÓ DE FLOTES DE VEHICLES: ESCOLLIR ENTRE CANVI PER COMPRA O RENOVACIÓ?
GESTIÓ DE FLOTES DE VEHICLES: ESCOLLIR ENTRE CANVI PER COMPRA O RENOVACIÓ?GESTIÓ DE FLOTES DE VEHICLES: ESCOLLIR ENTRE CANVI PER COMPRA O RENOVACIÓ?
GESTIÓ DE FLOTES DE VEHICLES: ESCOLLIR ENTRE CANVI PER COMPRA O RENOVACIÓ?AMTU
 
Dados Sobre a Bacia Hidrográfica do Rio São Marcos
Dados Sobre a Bacia Hidrográfica do Rio São Marcos Dados Sobre a Bacia Hidrográfica do Rio São Marcos
Dados Sobre a Bacia Hidrográfica do Rio São Marcos Casa Rústica Web News
 
Aireación Y Ventilación
Aireación Y VentilaciónAireación Y Ventilación
Aireación Y Ventilaciónzgaliza
 

Viewers also liked (20)

Effective Rate Strategies for VMS
Effective Rate Strategies for VMSEffective Rate Strategies for VMS
Effective Rate Strategies for VMS
 
Stymulowanie rozwoju dziecka poprzez wykonywanie prac technicznych i plastycz...
Stymulowanie rozwoju dziecka poprzez wykonywanie prac technicznych i plastycz...Stymulowanie rozwoju dziecka poprzez wykonywanie prac technicznych i plastycz...
Stymulowanie rozwoju dziecka poprzez wykonywanie prac technicznych i plastycz...
 
Diskadfransnieuw
DiskadfransnieuwDiskadfransnieuw
Diskadfransnieuw
 
Monico canada e3_1_google_docs
Monico canada e3_1_google_docsMonico canada e3_1_google_docs
Monico canada e3_1_google_docs
 
4.ariketa Sententzia.Ezgaitasun Iraunkorra
4.ariketa Sententzia.Ezgaitasun Iraunkorra4.ariketa Sententzia.Ezgaitasun Iraunkorra
4.ariketa Sententzia.Ezgaitasun Iraunkorra
 
Camilo 11 4
Camilo 11 4Camilo 11 4
Camilo 11 4
 
Ns1
Ns1Ns1
Ns1
 
Passos Per Desar Una Imatge
Passos Per Desar Una ImatgePassos Per Desar Una Imatge
Passos Per Desar Una Imatge
 
La empresa natural
La empresa naturalLa empresa natural
La empresa natural
 
Tarea 10
Tarea 10Tarea 10
Tarea 10
 
Mapas de Transformación
Mapas de TransformaciónMapas de Transformación
Mapas de Transformación
 
Escudella Catalana
Escudella CatalanaEscudella Catalana
Escudella Catalana
 
Sententzia Amatasuna2.Ariketa
Sententzia Amatasuna2.AriketaSententzia Amatasuna2.Ariketa
Sententzia Amatasuna2.Ariketa
 
11
1111
11
 
Publisher test
Publisher testPublisher test
Publisher test
 
GESTIÓ DE FLOTES DE VEHICLES: ESCOLLIR ENTRE CANVI PER COMPRA O RENOVACIÓ?
GESTIÓ DE FLOTES DE VEHICLES: ESCOLLIR ENTRE CANVI PER COMPRA O RENOVACIÓ?GESTIÓ DE FLOTES DE VEHICLES: ESCOLLIR ENTRE CANVI PER COMPRA O RENOVACIÓ?
GESTIÓ DE FLOTES DE VEHICLES: ESCOLLIR ENTRE CANVI PER COMPRA O RENOVACIÓ?
 
seAbilio
seAbilioseAbilio
seAbilio
 
Frenchcolours
FrenchcoloursFrenchcolours
Frenchcolours
 
Dados Sobre a Bacia Hidrográfica do Rio São Marcos
Dados Sobre a Bacia Hidrográfica do Rio São Marcos Dados Sobre a Bacia Hidrográfica do Rio São Marcos
Dados Sobre a Bacia Hidrográfica do Rio São Marcos
 
Aireación Y Ventilación
Aireación Y VentilaciónAireación Y Ventilación
Aireación Y Ventilación
 

Similar to Resposta à entrevista presidente do ibama marilene ramos

Riscos Na Construção
Riscos Na ConstruçãoRiscos Na Construção
Riscos Na ConstruçãoInformaGroup
 
2015 1868 licenciamento_ambiental_rosehofmann
2015 1868 licenciamento_ambiental_rosehofmann2015 1868 licenciamento_ambiental_rosehofmann
2015 1868 licenciamento_ambiental_rosehofmannCristiana Pharaoh Aouad
 
Cenários críticos na implantação de empreendimentos industriais
Cenários críticos na implantação de empreendimentos industriaisCenários críticos na implantação de empreendimentos industriais
Cenários críticos na implantação de empreendimentos industriaisUniversidade Federal Fluminense
 
cartilha_tcu.PDF
cartilha_tcu.PDFcartilha_tcu.PDF
cartilha_tcu.PDFamorimad373
 
Rima comperj
Rima comperjRima comperj
Rima comperjFAETEC
 
Condicionantes_Renata_Jones.pptx
Condicionantes_Renata_Jones.pptxCondicionantes_Renata_Jones.pptx
Condicionantes_Renata_Jones.pptxRenataDamas1
 

Similar to Resposta à entrevista presidente do ibama marilene ramos (7)

Riscos Na Construção
Riscos Na ConstruçãoRiscos Na Construção
Riscos Na Construção
 
2015 1868 licenciamento_ambiental_rosehofmann
2015 1868 licenciamento_ambiental_rosehofmann2015 1868 licenciamento_ambiental_rosehofmann
2015 1868 licenciamento_ambiental_rosehofmann
 
CREA_CONFEA.pdf
CREA_CONFEA.pdfCREA_CONFEA.pdf
CREA_CONFEA.pdf
 
Cenários críticos na implantação de empreendimentos industriais
Cenários críticos na implantação de empreendimentos industriaisCenários críticos na implantação de empreendimentos industriais
Cenários críticos na implantação de empreendimentos industriais
 
cartilha_tcu.PDF
cartilha_tcu.PDFcartilha_tcu.PDF
cartilha_tcu.PDF
 
Rima comperj
Rima comperjRima comperj
Rima comperj
 
Condicionantes_Renata_Jones.pptx
Condicionantes_Renata_Jones.pptxCondicionantes_Renata_Jones.pptx
Condicionantes_Renata_Jones.pptx
 

More from Casa Rústica Web News

More from Casa Rústica Web News (12)

Concurso de Fotografias CBH PARACATU Edital Completo
Concurso de Fotografias CBH PARACATU  Edital CompletoConcurso de Fotografias CBH PARACATU  Edital Completo
Concurso de Fotografias CBH PARACATU Edital Completo
 
Deliberação normativa aprovada
Deliberação normativa aprovadaDeliberação normativa aprovada
Deliberação normativa aprovada
 
Minuta ata 07 04 15 aprovada
Minuta ata 07 04 15 aprovadaMinuta ata 07 04 15 aprovada
Minuta ata 07 04 15 aprovada
 
Relatório Hidrometeorológico 2015
Relatório Hidrometeorológico 2015Relatório Hidrometeorológico 2015
Relatório Hidrometeorológico 2015
 
Deliberação normativa aprovada
Deliberação normativa aprovadaDeliberação normativa aprovada
Deliberação normativa aprovada
 
Ata aprovada 03 02
Ata aprovada 03 02Ata aprovada 03 02
Ata aprovada 03 02
 
Descrição dos itens componentes da carteira de bens, dispostos para uso na se...
Descrição dos itens componentes da carteira de bens, dispostos para uso na se...Descrição dos itens componentes da carteira de bens, dispostos para uso na se...
Descrição dos itens componentes da carteira de bens, dispostos para uso na se...
 
Inventário parte 2
Inventário parte 2Inventário parte 2
Inventário parte 2
 
Inventário atualizado 2015
Inventário atualizado 2015Inventário atualizado 2015
Inventário atualizado 2015
 
Online cbh paranaíba março 2015
Online cbh paranaíba   março 2015Online cbh paranaíba   março 2015
Online cbh paranaíba março 2015
 
Nota Técnica MPMG sobre utilização irregular dos recursos hídricos
Nota Técnica MPMG sobre utilização irregular dos recursos hídricosNota Técnica MPMG sobre utilização irregular dos recursos hídricos
Nota Técnica MPMG sobre utilização irregular dos recursos hídricos
 
Lista pdf 03 02
Lista pdf 03 02Lista pdf 03 02
Lista pdf 03 02
 

Recently uploaded

HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Mary Alvarenga
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarIedaGoethe
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirIedaGoethe
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxIsabellaGomes58
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfPastor Robson Colaço
 

Recently uploaded (20)

HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
Grupo Tribalhista - Música Velha Infância (cruzadinha e caça palavras)
 
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogarCaixa jogo da onça. para imprimir e jogar
Caixa jogo da onça. para imprimir e jogar
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimirFCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
FCEE - Diretrizes - Autismo.pdf para imprimir
 
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptxQUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
QUARTA - 1EM SOCIOLOGIA - Aprender a pesquisar.pptx
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdfO Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
O Universo Cuckold - Compartilhando a Esposas Com Amigo.pdf
 

Resposta à entrevista presidente do ibama marilene ramos

  • 1. Licenciamento ambiental: o barato e rápido sai mais caro para todos As entidades representativas dos servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente abaixo- assinadas vêm a público expressar estranheza, indignação e apreensão após a leitura da entrevista concedida pela nova Presidente do Ibama, Marilene Ramos, em 30/05/2015, ao jornal O Estado de São Paulo – imediatamente após sua posse. “Presidente do Ibama reconhece lentidão – para Marilene Ramos, é necessário dar mais rapidez ao licenciamento ambiental” http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,presidente-do-ibama-reconhece-lentidao,1697459 Na entrevista, Marilene Ramos afirma que o licenciamento ambiental é “lento” e que há “excessos nas análises ambientais”, que recairiam inclusive em uma “agenda muito mais voltada a temas de desenvolvimento social do que ambiental”. Sugere, como justificativa para o que entende como excessos cometidos, o receio que os técnicos teriam de ser alvo de ações criminais movidas pelo Ministério Público, indicando que uma solução para esse problema seria flexibilizar a Lei de Crimes Ambientais. Por fim, afirma que sua intenção é intensificar o “monitoramento das ações de compensação após o licenciamento”. Em resposta às falas da dirigente de nossa autarquia, temos os seguintes pontos a esclarecer: a) Existe um processo racional de licenciamento ambiental Há um tempo mínimo para o licenciamento ambiental de uma atividade/empreendimento, que segue um processo racional e se inicia com a elaboração do termo de referência para a realização dos estudos ambientais, segue com a realização dos estudos (que pode levar mais de um ano, dependendo da complexidade do projeto), a análise e aprovação, a elaboração do projeto detalhado e das medidas a serem adotadas para evitar, reduzir ou compensar impactos; e por aí segue. “Queimar” ou “enxugar” etapas para ganhar tempo pode prejudicar totalmente a racionalidade do processo e reduzir a efetividade do licenciamento ambiental, tornando o procedimento meramente burocrático. b) Existe sobrecarga de demandas sobre o corpo técnico O aumento progressivo na quantidade de processos de licenciamento ambiental ativos no Ibama não foi acompanhado por crescimento proporcional de seu quadro de servidores. Em 2004, eram 157 técnicos atuando em 563 processos ativos; em 2014, passamos a 428 técnicos em 1.884 processos ativos (dados de set/2014). Ou seja, o aumento no número de técnicos foi de 273%, enquanto que o de processos ativos foi 335%. Já havia sobrecarga para os técnicos naquele momento, mas é evidente que a situação atual é ainda mais grave. Ressaltamos ainda que a autarquia como um todo se encontra ameaçada de esvaziamento, pois já
  • 2. conta com quase 700 cargos vagos e 51,6% de seus aproximadamente 4.000 servidores ativos em todo o país podem se aposentar ainda em 2015. c) Não estamos conseguindo acompanhar as licenças emitidas Diante do quadro de sobrecarga apresentado acima, uma explicação possível para o tempo necessário para obtenção de licenças não ter sido significativamente ampliado, é que o Ibama não dedica o devido tempo de trabalho para o acompanhamento das licenças concedidas. Além de ser questão sempre destacada pelos servidores, isso já havia sido afirmado pelo TCU em 20091 e infelizmente a situação ainda não foi contornada, devido à ausência de pessoal e tempo disponível para tal acompanhamento. Ou seja, para “ampliar o monitoramento das ações de compensação após o licenciamento”, conforme a nova presidente afirmou que é a prioridade, seria necessário destinar tempo e recursos para isso. Trata-se de necessidade inquestionável e resolveria uma angústia permanente dos servidores que trabalham no licenciamento ambiental do Ibama, que sabem da importância do cumprimento das condicionantes e programas ambientais exigidos no licenciamento. Hoje, com alguma frequência ocorre de serem feitas avaliações apenas quando o empreendedor solicita renovação ou emissão de nova licença, pois para atender a solicitação é legalmente necessário avaliar se as condicionantes foram ou não cumpridas, se os programas foram ou não executados a contento. Nesse meio tempo, se algo não saiu conforme o previsto, muito tempo já terá transcorrido e o custo para corrigir os rumos do licenciamento será muito maior – isso se ainda for possível. Assim, o licenciamento muitas vezes trabalha como “despachante-bombeiro”: emite licenças rapidamente para atender as demandas dos empreendedores, mas depois é acionado para [tentar] apagar os “incêndios” resultantes das deficiências dos estudos e das medidas mitigadoras e compensatórias. Não há normas que exijam, por exemplo, a realização de vistorias regulares aos empreendimentos licenciados. d) O conceito normativo e técnico de “ambiente” inclui sua dimensão social Daremos destaque a este ponto, pois percebemos a permanente tentativa de excluir o social do ambiental, como se essa separação de fato existisse – o que é um equívoco técnico e legal. A nova presidente afirmou que seria necessário retirar “excessos” e complementar “lacunas” do licenciamento, que resultariam atualmente em uma “agenda muito mais voltada a temas de desenvolvimento social do que ambiental”. Destacamos que são temerárias tais afirmações, em tom genérico, realizadas pela Presidência do Ibama, diante da gravidade dos assuntos tratados. Dá-se margem a questionamentos sobre possíveis “excessos” e “lacunas”, sem que fique nem ao menos indicado qual a concepção do que seriam. Seriam “excessos” a obrigação de o empreendedor dar suporte à elaboração dos planos diretores municipais, como forma de evitar os significativos impactos ao ordenamento e desenvolvimento municipal que resultam dos grandes empreendimentos licenciados pelo Ibama? Ou a obrigação de assegurar a indenização e/ou realocação das comunidades vulneráveis que são removidas dos locais onde moravam, para instalação dos empreendimentos e/ou realização das atividades licenciadas? Ou então a necessidade de monitoramento arqueológico para evitar que se perca, irremediavelmente, o conhecimento sobre a história (e pré-história) do local onde se implantam atividades/empreendimentos? Seria um “excesso” a avaliação específica dos impactos sobre comunidades quilombolas e povos indígenas? Ou seriam excessos as exigências relativas ao saneamento ambiental de Altamira/PA, no licenciamento da UHE Belo Monte? Tendo em visto os significativos impactos socioambientais 1 TCU – Tribunal de Contas da União. Relatório de levantamento de auditoria – Fiscobras 2009, TCU009.362/2009-4. Brasília, 2009. Disponível em: <http://6ccr.pgr.mpf.mp.br/documentos-e-publicacoes/docs_acordaos/Ibama_2009.pdf>. Acesso em: 01/6/2015. .
  • 3. identificados como decorrência do empreendimento, que traria e de fato trouxe imenso aporte populacional para a cidade, a exigência de implantação de sistema de saneamento ambiental foi colocada como condição para a viabilidade ambiental do empreendimento. A alternativa possível, evitando-se incluir tal exigência como condicionante do licenciamento, seria declarar a inviabilidade de implantação da UHE no local, devido aos importantes impactos que seriam ocasionados e não solucionados. O caso de Altamira/PA se repete pelo Brasil, devido ao quadro de precário desenvolvimento social que ainda predomina, em especial nos lugares que são alvo de grandes empreendimentos de infraestrutura, licenciados pelo Ibama. Sendo intenção da Presidência de nossa autarquia atender aos anseios dos empreendedores e negar a inclusão de condicionantes relativas ao desenvolvimento social, vislumbramos como inevitável a significativa ampliação das manifestações técnicas demonstrando a inviabilidade locacional de tais empreendimentos, movidas pela consideração dos significativos impactos que seriam causados, sem que pudessem ser exigidas as contrapartidas necessárias para evitá-los, mitigá-los ou compensá-los. Cada uma dessas exigências decorre de disposições legais/constitucionais e remete, direta ou indiretamente, à Resolução Conama nº 01/1986 e seu conceito de impacto ambiental, que guia a elaboração dos estudos de impacto ambiental. Via de regra, elas remetem aos grupos sociais mais vulneráveis, que frequentemente ainda não são ouvidos nos processos de licenciamento ambiental, já que a participação pública/social é comumente tratada por nossa autarquia como mera exigência legal a ser burocraticamente atendida em audiências públicas sem a devida preparação e sem a devida consideração no processo de licenciamento ambiental. Contudo, não se trata apenas de exigência legal, mas de entendimento técnico. Os técnicos da Diretoria de Licenciamento Ambiental há alguns anos vêm recebendo capacitações em Avaliação de Impacto Ambiental ministradas pelo expoente nacional no tema, Luis Enrique Sánchez, o qual ao discutir o conceito de ambiente no livro que utilizamos como referência para nosso trabalho2 (p. 19), concorda com o que aqui apresentamos e que utilizamos nas análises técnicas. Seriam esses os “excessos” a serem retirados do licenciamento ambiental do Ibama? À luz dessa primeira entrevista, ganha maior relevância o fato de que, em seu discurso de posse, Marilene em nenhum momento se referiu aos movimentos sociais como atores a serem ouvidos – são citados, repetidamente inclusive, apenas os empreendedores e as ONGs, com destaque para os primeiros. e) Não há “rigor excessivo” e sim análise criteriosa, visando o interesse público A nova Presidente afirmou que há “rigor excessivo” dos técnicos nas análises dos projetos, por receio de processos criminais movidos pelo Ministério Público Federal. Esclarecemos que não há “rigor excessivo” na opinião dos próprios técnicos que trabalham no licenciamento do Ibama, que são criteriosos não por medo e sim por domínio técnico de seu campo de trabalho (que inclui a consideração das preocupações dos grupos sociais interessados no licenciamento em relação ao seu ambiente); tampouco na opinião do Ministério Público, das ONGs e dos movimentos sociais – frequentes críticos do licenciamento ambiental do Ibama, que entendem ser permissivo e não excessivamente rigoroso. Não se trata nem mesmo de opinião pública, pois ainda que a mídia de massa insista no discurso da “lentidão” e “rigor excessivo”, é evidente o apoio popular ao licenciamento realizado pelo Ibama – quando ocorre de haver resistência popular ao licenciamento, é por entendê-lo permissivo. Destaque-se que esses casos são frequentes quando as decisões sobre o licenciamento são tomadas em contrariedade às sugestões apresentadas pelos técnicos do Ibama, que costumam se mostrar muito mais atentos às demandas socioambientais do que os dirigentes da autarquia. Então indagamos: para quem há “rigor excessivo” em nossas análises? Provavelmente para os empreendedores que apresentam estudos ambientais de baixa qualidade e propostas de medidas mitigadoras e compensatórias de impactos ambientais inconsistentes, que resultam em necessidades 2 SÁNCHEZ, Luís Enrique. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. 2. ed. São Paulo: Oficina de textos, 2013.
  • 4. de complementações e consequentes atrasos no licenciamento. Destaque-se, portanto, que o licenciamento seria mais rápido caso os empreendedores de fato dessem a importância necessária para os estudos e programas ambientais, assegurando qualidade ao menos satisfatória dos trabalhos a serem entregues ao Ibama – a crítica à qualidade desses trabalhos não é feita apenas pelo corpo técnico do Ibama, mas por diversos atores envolvidos no licenciamento, como o Ministério Público da União3 e a sociedade civil organizada: Habituados a jogar todos os problemas dos atrasos de empreendimentos em demoras do Ibama e da Funai, empreendedores costumam esconder suas próprias incompetências técnicas atrás de supostos atrasos do licenciamento ambiental e demais autorizações públicas para instalação e operação de grandes empreendimentos. 4 É aceitável, então, que o Ibama dê maior importância à opinião de um dos atores envolvidos no licenciamento, os empreendedores (Petrobras, Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis – IBP, Empresa de Planejamento Energético – EPE/MME, para se limitar aos citados no discurso de posse da nova presidente, em 14/05), e reproduza acriticamente seu discurso? Entendemos que os empreendedores representam um dos atores interessados no licenciamento ambiental e devem sim ser ouvidos pelo Ibama, porém temos clareza de que assumir o discurso dos empreendedores como o discurso da autarquia atenta contra os princípios que deveriam nos guiar. Não aceitaremos que, por meio da deturpação dos princípios de nossa autarquia, seja cerceado o nosso trabalho e os empreendedores recebam tratamento especial, em detrimento de os demais grupos sociais interessados no licenciamento ambiental. Propostas para um licenciamento ambiental mais efetivo Como trabalhadores da área ambiental comprometidos com a missão socioambiental do Ibama e o interesse público, não apenas seguimos as normas, procedimentos e práticas existentes, mas também elaboramos, apresentamos e implementamos em nosso trabalho cotidiano, individualmente ou organizados em grupos de trabalho, propostas para tornar o licenciamento ambiental mais efetivo. Muitas dessas propostas já foram tornadas normas, procedimentos e práticas que hoje fazem parte de nossa rotina de trabalho. Contudo, há propostas históricas que até hoje não foram implementadas. Apresentamos aqui apenas duas, para indicar a existência de caminhos que tornariam o licenciamento ambiental mais efetivo e até mesmo mais rápido: a) Avaliação ambiental estratégica (AAE) Com a realização prévia de avaliação ambiental estratégica (AAE) para orientar o planejamento dos empreendimentos, a avaliação de impactos ambientais (AIA) realizada no licenciamento ambiental seria mais direcionada, por já terem sido identificados e evitados os principais impactos desde o momento de concepção dos empreendimentos, além de já se dispor de hipóteses sobre os potenciais impactos. Essas hipóteses orientariam a elaboração do termo de referência mais consistente para os estudos ambientais para o licenciamento. Articulando o uso da AAE com o problema do baixo grau de desenvolvimento social no país, poderiam ser seguidos dois caminhos: 1) evitar regiões onde se constate ser atualmente inviável a implantação de empreendimentos pretendidos ou; 2) identificando o baixo grau de desenvolvimento social e prevendo os significativos impactos socioambientais resultantes de empreendimentos 3 MPU – Ministério Público da União. Deficiências em estudos de impacto ambiental: síntese de uma experiência. Brasília: Escola Superior do MPU, 2004. 48 p. Disponível em: <http://escola.mpu.mp.br/linha-editorial/outras- publicacoes/impacto_ambiental3.pdf>. Acesso em: 01/6/2015. 4 ISA – Instituto Socioambiental. Blog do ISA. Atraso de Belo Monte: licenciamento ambiental não é mera burocracia. Disponível em: <http://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-isa/atraso-de-belo-monte-licenciamento-ambiental-nao-e- mera-burocracia>. Acesso em: 01/6/2015.
  • 5. pretendidos, implantar previamente as condições de desenvolvimento social necessárias para evitar tais impactos, de modo que as condições necessárias já estejam implantadas quando da solicitação da licença prévia (LP) Apesar da evidente importância desse instrumento, na entrevista que falou sobre as dificuldades no licenciamento, não foi feita nenhuma menção a esse importante instrumento da política ambiental, que deveria ser prévio e depois ser complementado pela avaliação de impacto ambiental (AIA). A ausência da AAE certamente sobrecarrega e torna mais lenta a AIA, que deveria ser o segundo momento de avaliação socioambiental, e não o primeiro. A implementação da AAE deve entrar na ordem do dia da nova Presidência, para tornar mais direcionado o licenciamento ambiental e apresentar resultados socioambientais efetivos. b) Integração dos trabalhos e informações ambientais Outra questão sempre destacada pelo corpo técnico do Ibama é a necessidade de assegurar a integração dos trabalhos realizados e informações disponíveis não apenas no âmbito da própria autarquia, mas de todo o Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama): Ministério do Meio Ambiente, ICMBio, Serviço Florestal Brasileiro, Agência Nacional de Águas, órgãos estaduais e municipais de meio ambiente. E não apenas do Sisnama, mas também dos demais órgãos e autarquias públicos, inclusive universidades e centros de pesquisa, dos quais o Ibama deve se aproximar mais. Existindo banco de dados compartilhado, especialmente com informações geoespaciais, seria possível realizar análises mais efetivas e até mesmo mais rápidas – talvez fosse possível reduzir a quantidade de estudos e/ou programas ambientais solicitados no âmbito do licenciamento, e/ou integrar estudos/programas em curso para otimizá-los, a partir do momento em que se constate a sobreposição em diferentes empreendimentos – até mesmo em diferentes esferas de competência (federal, estadual e municipal). Preocupações quanto ao futuro do Ibama Reafirmamos o receio de que a nova Presidência, seguindo a linha do discurso apresentado na primeira entrevista que concedeu à frente do Ibama, adote medidas com visões unilaterais, ditadas pelo poder econômico, que contrariem o interesse público e resultem em prejuízos socioambientais. Receamos, por exemplo, que sejam deferidos ataques a um trabalho que vem sendo executado com sucesso pela Diretoria de Licenciamento Ambiental, obtendo montantes significativos de recursos oriundos da compensação ambiental no âmbito do licenciamento de empreendimentos/atividades, instituída pelo art. 36 da Lei nº 9.985/2000, para aplicação nas unidades de conservação da natureza (UCs), contribuindo para sua regularização fundiária, elaboração de planos de manejo, gestão das UCs e até mesmo criação de novas UCs. A partir da organização de estrutura interna da diretoria para o trabalho de cobrança e destinação de tais recursos, os valores destinados às UCs subiram de aproximadamente R$ 10,5 milhões, em 2010, para mais de R$ 487 milhões, em 2014. É possível que esse sucesso na implementação da lei esteja incomodando os empreendedores, assim como o início da implementação efetiva do Código Florestal anterior (Lei nº 4.771/1965) incomodou e levou a bancada ruralista a se organizar e conseguir a revogação da lei anterior e promulgação de nova lei pelo Congresso Nacional (Lei nº 12.651/2012). Preocupados com os possíveis retrocessos socioambientais sinalizados, pedimos a todos que estejam atentos e fortes, pois o primeiro sinal dado pela nova Presidência do Ibama não foi animador para aqueles que se importam com o meio ambiente e não acreditam em desenvolvimento que não seja socioambiental. Brasília/DF, 03 de junho de 2015 Condsef, Ascema Nacional, Sindsep-DF (Seção Sindical Ibama), Asibama-DF, Asibama-RJ e Assemma.