2. Objetivos
• Descrever brevemente a história da ventilação pulmonar;
• Conhecer quais as principais situações para o uso de
ventilação mecânica;
• Comparar e contrastar os parâmetros modos de ventilação
mecânica comumente usados;
• Descrever os cuidados de enfermagem ao paciente submetido
à ventilação pulmonar mecânica;
• Descrever os princípios gerais do desmame.
3. • Caracterizar a pneumonia hospitalar e apresentar
os critérios indicados para o diagnóstico;
• Descrever a epidemiologia destacando a pneumonia
associada a ventilação mecânica;
• Caracterizar os níveis de prevenção que evitam a
PAV;
Objetivos
4. Histórico da ventilação mecânica
• 1970: o pediatra Dr. Joseph D’Ower, em decorrência da obstrução laríngea pela
difteria, desenvolve um aparato para desobstrução da laringe;
• 1900: são iniciados estudos para desenvolvimento de ventiladores mecânicos;
• 1906: a Drager cria o primeiro respirador de resgate – o Pulmotor;
• 1910: o mpedico Chavalier cria o modelo atual de laringoscópio;
• 1916: Ivan Magill desenvolveu o tubo endotraqueal metálico;
• 1926: criado em NY o comitê de reanimação – objetivo – criar o primeiro ventilador
mecânico;
• 1927: o primeiro ventilador mecânico;
5. Histórico da ventilação mecânica
• O comitê doa $5000 para a pesquisa de Philip Drinker;
• 1933: Bragg-Pulsador, criado pelo físico Willian Henry Bragg: efetuava compressões
intratorácicas intermitentes, empregado em neurocirurgias
• 1951: Kentaro Takaoka , médico brasileiro, cria o primeiro ventilador portátil;
• 1952: epidemia de pólio em Copenhagen; Carl-Gunnar Engstron, médico e engenheiro
suíço, cria o ventilador invasivo por pressão positiva;
• 1956: Forest Bird médico engenheiro e aeronauta, cria o Bird Mark-7;
• 1972: Takuo Aoyagi cria o oxímetro de pulso;
• 1976: Steve Jobs cria o computador que será utilizado em ventiladores;
• 1983: primeiro ventilador com pressão de suporte;
• 1987: a intermed lança o primeiro ventilador brasileiro: o inter-7
13. Parâmetros
• Fração inspirada de O2 (FiO2):
▫ É ajustada para manter a SaO2 > 90%;
▫ Nível elevado de FiO2 < 60% para evitar toxicidade;
▫ As alterações na FiO2 são feitas de acordo com a
gasometria e a SaO2.
• Volume corrente:
▫ É a quantidade de ar a ser entregue a cada respiração;
▫ Recomenda-se de 5 a 8ml/kg de peso corporal.
14. Parâmetros
• Frequência Respiratória:
▫ Ventilação Minuto = FR x VC;
▫ Ajustes em qualquer um desses parâmetros afetam a PaCO2:
• PEEP:
▫ Impedir o colabamento dos pulmões;
▫ É prática comum utilizar baixos níveis de PEEP (5cmH2O) no paciente intubado;
▫ A PEEP é aumentada quando são necessários níveis de FiO2 superiores a 50%
para atingir valores aceitáveis de SaO2 (90%) ou PaO2 (> 60-70 mmHg).
Quanto VM, PaCO2. Quanto VM, PaCO2!
15. Parâmetros
• Pico de fluxo:
▫ Velocidade do fluxo de gás expresso em litros/min.
• Limite de pico de pressão inspiratória (PPI):
▫ Alarme de alta pressão.
• Sensibilidade:
▫ Controla a quantidade de esforço do paciente necessária para
iniciar uma inspiração;
▫ Quanto maior a sensibilidade do ventilador, menor é o esforço do
paciente para inspirar.
16. Parâmetros
• Relação Tempo Inspiratório: Expiratório (I:E)
▫ A maioria dos ventiladores opera com um tempo
inspiratório curto e um tempo expiratório longo;
▫ Em casos de complacência reduzida, a relação I:E
pode ser invertida:
Melhora a oxigenação prevenindo o colapso alveolar.
17. Modos ventilatórios
Modos a volume:
Frequência respiratória, tempo e o volume corrente
A/C
SIMV
Modos a pressão:
PPI máxima
PVC
PSV
IRV
APRV
VGPO
PEEP
CPAP
BIPAP (não invasivo)
18. Modos a volume
• Modo controlado:
Todos os valores devem ser predeterminados:
Frequência respiratória, Volume corrente
Indicações: apnéicos, comprometimento SNC, parada
cardiorespiratória, supressão respiratória intencional
(sedação e bloqueio neuromuscular), esforço
respiratório é contra indicado.
Desvantagens: utilizado por tempo prolongado,
enfraquece os músculos respiratórios.
19.
20. Assistido ou Assistido/Controlado
• O paciente é responsável pelo inicio do ciclo
inspiratório
• O aparelho fornece volume corrente
• Os valores são igualmente predeterminados
como no modo controlado.
• Nesse caso do disparo do respirador é por
ativação mista
• FR < valores predeterminados, retorno ao modo
controlado
21.
22. SIMV: Modo de ventilação mandatória
intermitente sincronizada
• Respiração espontânea
Frequência respiratória
Volume corrente
▫ Possibilita que o cliente realize respiração espontânea.
• Vantagens: evita sedativos e relaxantes
musculares.
▫ Previne a atrofia e fraqueza dos músculos inspiratórios
▫ Reduz efeitos colaterais cardiovasculares
23. Alguns conceitos
• Resistência: normalmente é tão pequena que
mínimas alterações na pressão transportam
grandes volumes de ar.
• Complacência:
NORMAL: 100 ml/cmH2O
SAR adulto : 20 a 30 ml/cm H2O
24. • Complacência estática: vias respiratórias de
pequeno calibre e alvéolos
CE= vc/platô de pressão – PEEP
• Complacência dinâmica: parede torácica e a
complacência pulmonar
CD= vc/ PPI - PEEP
25. Modos a pressão
Modo de ventilação com pressão controlada:
PCV : respirações a pressão pré ajustada.
pressões médias das vias respiratórias e
intratorácicas
Indicações :
complacência
Risco de Barotrauma
Hipoxemia persistente
26. • Vantagens: picos de pressão inspiratória
reduzem o risco de barotrauma.
• Desvantagens: A assincronia Cliente- ventilador,
exige sedação/paralisia.
• Cuidados de enfermagem:
Monitorar o volume corrente
Barotrauma
Instabilidade hemodinâmica
27. PSV: Ventilação com pressão de
suporte
Incrementa ou auxilia esforços respiratórios
espontâneos
Nível constante de pressão positiva
Controle do tempo inspiratório e expiratório
desmame associado ao SIMV
Indicações:
desmame
Alguns casos de assincronia
Não indicados para clientes com broncospasmos agudo
28. • Vantagens: trabalho respiratório e
conforto do cliente.
• Cuidados de enfermagem:
▫ Monitorar a FR, VC pelo menos a cada hora
▫ Monitorar a complacência que podem causar alterações no
volume corrente
29. IRV: ventilação com relação inversa
• inverte a relação I:E de modo que o tempo
inspiratório é igual ou maior que o expiratório.
Indicações: cliente com condições caracterizadas
pela diminuição da complacência
30. • Vantagens: tempo inspiratório melhora as
trocas gasosas e a do tempo expiratório evita o
colapso alveolar.
• Desvantagens: requer sedação/paralisia, pode se
desenvolver autoPEEP
• Cuidados de enfermagem:
▫ Geralmente utilizado com a PCV
▫ Monitorar autoPEEP, barotrauma
▫ Monitorar instabilidade hemodinamica
31. APTV: Modo de ventilação com escape
de pressão das vias respiratórias
(BiPAP)
• Trata-se de um modo disparado pelo tempo, limitado a pressão.
• São estabelecidos a maior e a menor pressão
• Possibilita selecionar dois níveis pressóricos de pressão positiva:
IPAP, EPAP
Indicações: para clientes com hipoventilação
noturna
Doença neuromuscular
Deformidade da parece torácica
Apneia obstrutiva do sono
DPOC
32. • Vantagens: garante a entrega de VC enquanto
limita pressões
• Desvantagens: requer conhecimentos
sofisticados do modo e análise da forma de onda
33. CPAP: Modo de pressão positiva
contínua nas vias respiratórias
• Fornece pressão durante todo o ciclo
Indicações: para clientes com respiração espontânea
para melhorar a oxigenação.
Como um modo de desmame.
Para ventilação mecânica noturna (apneia do sono)
34. • Vantagens: não há necessidade de via
respiratória artificial
• Desvantagens: desconforto do clientes ou
claustrofobia. Uso de máscara facial aumenta o
risco de aspiração e reinalação do CO2
• Cuidados de enfermagem:
▫ Observar secreções espessas ou abundantes
▫ Tosse seca pode ser contraindicação relativas ao BiPAP
▫ Distensão gástrica, vazamentos de ar pela boca e risco de
aspiração
35. DESMAME
• O que é?
• Progressiva readaptação à ventilação espontânea
• Rápido e fácil;
• Depende do tipo de doença. Ex: DPOC, trauma
múltiplo, IAM.
VCV VCV A SIMV PSV
TT máscara facial
37. DESMAME
• Os métodos mais usados de demame são:
Abrupto, Peça em T, PSV, SIMV;
• Desmame em Tubo-T:
Usar 10% de O2 de 5 a 10 minutos, a cada 30 a 180 minutos
Observar se ocorre aparecimento de sinais de fadiga (12h)
Respirar espontaneamente por 2h consecutivas
38. DESMAME
• Vantagens:
Rápido e não requer muitos aparelhos;
• Desvantagens:
Resistência imposta pelo tubo traqueal;
Incapacidade de garantir volume mínimo;
Falta de controle sobre a FiO2.
39. DESMAME
• Desvantagens:
Ausência de monitorização;
Colapso alveolar devido à ausência de PEEP/
Maior necessidade de supervisão devido à falta
de alarmes;
40. DESMAME
• Desmame pela SIMV:
Ajusta-se inicialmente a frequência do aparelho que é
predeterminado pela necessidade do doente
Reduções da frequência graduais de 1 a 3 em cada etapa
Boa gasometria e condições clínicas de fadiga ausentes
Quando se obtiver frequência 0 ou próxima de 0
41. DESMAME
• Vantagens:
Menor assistência do terapeuta devido à presença de
alarmes;
Possibilidade de incorporação da PSV e CPAP;
Suporte psicológico para o paciente;
• Desvantagens:
Aumento do trabalho respiratório devido ao tubo traqueal;
Colapso alveolar devido à ausência de PEEP;
É um método lento;
42. DESMAME
• Desmame por PSV:
Injeta pressão positiva no tubo
Reduz gradativamente (2-4 cmH2O)
FR < 35 irm Sem sinal de esforço
43. DEMAME
• Vantagens:
Compensa a resistência do tubo traqueal;
Pode incorporar SIMV, PSV e PEEP;
Padrão de fluxo mais fisiológico;
• Desvantagens:
Insuficiência de manutenção da ventilação alveolar;
Colapso alveolar devido à ausência de PEEP;
46. PNEUMONIA HOSPITALAR
• É aquela pneumonia que se desenvolve a partir
de 48h após a admissão hospitalar.
• Critérios diagnósticos:
I) Radiografia com novo ou persistente infiltrado
pulmonar
II) Temperatura corporal maior que 38ºC ou
menor que 36ºC
III) Aspiração com secreção purulenta
49. EDUCAÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE
“ A educação permanente compreende o treinamento
contínuo em serviço, visando à capacitação e à
qualificação dos recursos humanos para a execução de
suas atividades laborais, que, direta ou indiretamente,
devem refletir os objetivos finais da instituição.Os
programas de treinamento, orientação e
acompanhamento visam corrigir desvios ou sanar
deficiências de desempenho. Entretanto, os resultados
somente serão alcançados se os envolvidos participarem
da análise e decisão sobre as mudanças.” (DELAGEB e
SILVAC, 2011)
50. VIGILÂNCIA DA PAV E
MICROBIOLÓGICA
• Não se deve realizar culturas de vigilância
rotineiras de pacientes, equipamentos e
artigos.
• Cálculo do indicador:
51. PREVENÇÃO DE FATORES DE RISCO
ASSOCIADOS AO TRATAMENTO
1. Intubação e ventilação mecânica
• Redução no tempo de exposição;
• Instituir e seguir protocolos de desmame precoce;
• Dar preferência a intubação orotraqueal em vez de
nasotraqueal;
• Manutenção da pressão do balonete do tubo
traqueal (maior ou igual a 20cm de H2O;
• Não são recomendas as trocas periódicas dos
circuitos respiratórios durante o uso no mesmo
paciente;
52. PREVENÇÃO DE FATORES DE RISCO
ASSOCIADOS AO TRATAMENTO
2.Trocadores de umidade e calor
3. Aspiração de secreções respiratórias
4. Traqueostomia
5. Cabeceira elevada
6. Nutrição enteral
53. PREVENÇÃO DE FATORES DE RISCO
ASSOCIADOS AO TRATAMENTO
7. Modulação da colonização: Higiene oral com anti-
sépticos orais;
8. Profilaxia de úlcera de estresse
9. Controle da glicemia (80 -100 mg/dL)
54. PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO DE
MICRORGANISMOS
1. Transmissão bacteriana pessoa a pessoa
Lavagem das mãos e precauções padrão
2. Cuidados com os equipamentos
respiratórios
• Realizar a troca no mesmo paciente, quando
estiverem visivelmente sujos ou com mau
funcionamento mecânico;
3.Umidificadores de oxigênio
• Entre tratamentos num mesmo paciente, limpe,
desinfete, enxágue e realize a secagem;
55. PREVENÇÃO DA TRANSMISSÃO DE
MICRORGANISMOS
4.Materiais de nebulização
• Realizar desinfecção de baixo nível diariamente ou
pasteurização seguida de secagem com ar comprimido.
5. Ambu
• Entre o uso de diferentes pacientes, esterilize ou realize
desinfecção de alto nível.
6. Cuidados com pacientes com traqueostomia
• Quando trocar o tubo da traqueostomia, use avental,
técnica asséptica e o novo tubo deve ter passado por
desinfecção de alto nível.
• Não há recomendação ao uso de agente microbiano tópico
56. 5 MILLION LIVES CAMPAING:
BUNDLE DA VENTILAÇÃO
• É um grupo de práticas baseadas em evidências
que quando implementadas em conjunto resultam
em reduções significativas na incidência de PAV.
Possui quatro componentes principais, são eles:
1. Elevação da cabeceira da cama entre 30 e 45
graus.
2. Interrupção diária da sedação e avaliação diária
das condições de extubação.
3. Profilaxia de úlcera péptica.
4. Profilaxia de trombose venosa profunda (a
menos que seja contra indicado).
57. REFERÊNCIAS
• Brunner & Suddarth, Tratado de enfermagem médico cirúrgica/ [editores] Suzanne C. Smeltzer...[et al.];
[revisão técnica Isabel Cristina Fonseca da Cruz, Ivone Evangelista Cabral; tradução Fernando Diniz Mundim,
José Eduardo Ferreira de Figueiredo]. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009. 4v: 11th ed.
• Morton, Patricia Gonce, 1952-Fundamentos dos cuidados críticos em enfermagem: uma abordagem
holística/Patricia Gonce Morton, Dorrie K. Fontaine; tradução: Maiza Ritomy Ide.-1. ed. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2014.
• PORTO, Celmo Celeno. Semiologia Médica. 6.ed. Guanabara Koogan, 2009.
• 5 Milion Lives Campaing. Getting Started Kit: Prevent Ventilator Associated Pneumonia. Cambridge, MA:
Institute for Healthcare Improvement; 2008. (Available at www.ihi.org)
• Sociedade Paulista de Infectologia. Diretrizes sobre pneumonia associada a ventilação mecânica (PAV). Office
Editora e publicidade Ltda; 2006.
• DELAGEB, D.G.A. ;SILVAC, G.A.D. Prevenção e controle das infecções hospitalares: um desafio em Instituições
de saúde de juiz de fora. Revista Baiana de Saúde Pública v.35, n.4, p.984-1000, out./dez. 2011
• Agência Nacional de Vigilância Sanitária | Anvisa. Critérios diagnósticos de infecção relacionada à assistência à
saúde. 1ª edição; 2013