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O LEGADO DE J.R.R.TOLKIEN – SUA INFLUÊNCIA NA                                       Anhanguera Educacional S.A.
                                                                                                   Correspondência/Contato
  INDÚSTRIA CULTURAL E DE CONSUMO                                                               Alameda Maria Tereza, 2000
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                                                                                            rc.ipade@unianhanguera.edu.br
                                                                                           pic.ipade@unianhanguera.edu.br
                                                                                                              Coordenação
                                                                                         Instituto de Pesquisas Aplicadas e
                                                                                     Desenvolvimento Educacional - IPADE
                                                                                           Publicação: dd de mmm de 2009




                                                        ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE
                                                                                               Vol. XII, Nº. 13, Ano 2011




                                                  RESUMO

                                                  Este projeto de iniciação científica pretende mostrar como as
                                                  obras do escritor J.R.R. Tolkien, definidas como a trilogia
                                                  Senhor dos Anéis, que são divididas em três partes (A
                                                  Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei)
                                                  influenciaram a indústria cultural e de consumo. Para isso, foi
                                                  feita uma pesquisa exploratória e chegou-se a conclusão de
                                                  J.R.R.Tolkien criou não só uma obra literária, mas uma fonte
                                                  de inspiração para a indústria cultural e de consumo.

                                                  Palavras-Chave:   artigo   científico,   normas    técnicas,   pesquisa
                                                  científica.




   Trabalho apresentado no XIV Congresso
   Metodista de Iniciação e Produção Científica




Trabalho realizado com o incentivo e fomento da
Anhanguera Educacional S.A.
2        Título do artigo - somente Substantivos Próprios devem ser escritos com as primeiras letras em maiúsculo



1. INTRODUÇÃO

           Por volta do início dos anos dois mil foi lançado nos cinemas de todo o mundo “O
Senhor dos Anéis”, baseado em uma obra literária criada por J.R.R.Tolkien. O filme
mostrou um mundo fantástico com seres singulares, como os Ents, árvores que andam
e falam. “O Senhor dos Anéis” no cinema seguiu o livro e foi feito em três partes, “A
Sociedade do Anel”, “As Duas Torres” e “O Retorno do Rei”.
           Tais histórias pertencem à literatura fantástica, ou seja, são histórias com apelo
imaginário vividas muitas vezes por seres estranhos e elementos únicos. Por esta
razão, esse projeto de iniciação científica escolheu esse tema para identificar a
influência dessa obra e seu autor, na atual indústria cultural de consumo.
           Quem criou a obra objeto deste estudo foi John Ronald Reuel Tolkien
(1892-1973), escritor nascido na cidade de Bloemfontein, na África do Sul, mas
naturalizado inglês, conforme a enciclopédia Larousse Cultural (1995), acrescentando
que Tolkien foi um especialista em literatura medieval. O livro que motivou esta
pesquisa é um romance de fantasia, que dá continuidade a uma obra anterior de
Tolkien, O Hobbit. Tal livro foi escrito entre 1937 e 1949. A obra tornou - se uma das
mais populares do século XX.
           A história de O Senhor dos Anéis, assim como todas as histórias escritas por
Tolkien, ocorrem em um mundo secundário, intitulado em suas páginas como a “Terra
Média”. “O Senhor dos Anéis” se passa na “Terceira Era” desse mundo, que fora
inspirado no mundo atual, mais especificamente em uma Europa mitológica, é habitado
por humanos e outros seres imaginários como os Elfos, Anões e Orcs.
           A história do livro narra o conflito entre bem e mal presente na Terra Média,
através da guerra de várias raças: Humanos, Anões, Elfos, Ents e Hobbits contra os
Orcs, tudo isso para evitar que o “Anel do Poder”, confeccionado secretamente e mais
poderoso que os outros nove anéis que haviam sido distribuídos entre as raças, volte às
mãos de seu criador Sauron, o Senhor do Escuro. Trata-se da guerra do anel, como é
chamando esse evento pelos personagens na história, sendo vista pelos olhos de seus
protagonistas, seis ao todo, especialmente por Frodo Bolseiro, hobbit que recebe a
missão de destruir o anel do mal, o “Anel do Poder”. Esses personagens fornecem uma
riqueza de material, histórico e linguístico, que inspiraram diversos produtos da indústria
cultural e de consumo.




Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente
3


2. OBJETIVO

Este trabalho pretende mostrar as influências das obras de Tolkien na indústria cultural
e de consumo. Tais segmentos foram definidos por diversos estudiosos. No livro “A
história das teorias da comunicação”, da Editora Loyola, escrito por Armand e Michele
Mattelart, são apresentados filósofos da comunicação, indústria cultural e suas
trajetórias históricas. Um desses filósofos é Theodor W. Adorno (1903-1969) um dos
expoentes da chamada Escola de Frankfurt, juntamente com Max Horkheimer, Walter
Benjamin e outros. Juntos conduziram algumas pesquisas e escreveram alguns
pensamentos sobre indústria cultural.
      Em síntese eles procuravam dar princípios filosóficos e explicativos ao
comportamento das massas naquela época, meados dos anos 60 e início dos anos 70.
Para melhor compreensão, ao observar uma frase que Adorno dirigiu ao status da
música da época, mas precisamente o Jazz, ritmo que crescia e vinha dos guetos
americanos, Adorno apud Mattelart (1999, p.76 e 77) definiu o som como: “felicidade
fraudulenta da arte afirmativa”.


              Com esses pensamentos, Adorno e Hokheimer, em meados dos anos 40, na
             Alemanha, criaram os conceitos de indústria cultural. Impulsionada pela
             revolução industrial e produção de bens culturais com movimento global, por
             exemplo: filmes, programas radiofônicos, as revistas, fabricação de automóveis
             em séries e até projetos de urbanismo. (ADORNO apud MATTELART, 1999, p.
             77)


      Demonstrando a busca das pessoas em se alto afirmar, complementado por
Mattelard para um entendimento comum, que de acordo com o mesmo, Debord apud
MATTELART (1999, p. 94), o espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma
relação social entre pessoas midiatizada por imagens, e ele ainda estende. Ele atesta
que a própria insatisfação se tornou uma mercadoria condição de estender sua
produção ao tratamento de semelhante matéria-prima.


3. METODOLOGIA

      Para a realização deste trabalho, foi feita uma pesquisa exploratória. Tal
modalidade de pesquisa é justificada quando pretende-se obter visão geral, de tipo
aproximativo, acerca de determinado fato (GIL, 2007, p.43). A pesquisa incluiu
levantamento    bibliográfico   e   documental.           Páginas             de       entretenimento                  e      de

                                        Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XIII, Nº. 16, Ano 2010 • p. 1-8
relacionamento na Internet foram consultadas com o objetivo de agrupar informações
sobre os fãs das obras do escritor J.R.R.Tolkien.


4. DESENVOLVIMENTO

      Foram consultados livros relacionados à Teoria da Comunicação, Comunicação
na Internet com a finalidade de entender indústria cultural, indústria de consumo e como
as pessoas se organizam em redes de relacionamento em torno de um assunto.


5. RESULTADOS

      Levando em consideração essas afirmações, é possível ver nas obras de J. R. R.
Tolkien, especialmente em “O Senhor dos Anéis” um potencial mercadológico na atual
indústria cultural e de consumo. Nos próximos parágrafos, serão analisados alguns
exemplos.
      Em pesquisas feitas na rede mundial de computadores, pode-se ver a influência
de Tolkien e seus livros em diversos produtos como músicas, quadrinhos e
videogames, por exemplo.
      Nas histórias em quadrinhos, pode-se destacar Joe the Barbarian produzido pelo
escocês Grant Morrison. Uma das minisséries do selo Vertigo, que tem elementos dos
livros de Tolkien com o filme, estrelado por Macaulay Culkin, ator que protagonizou o
filme “Esqueceram de mim”. Morrison revelou em uma entrevista feita em outubro de
2009, que mesclou tal filme à obra de Tolkien, segundo ASSIS (2009).
      Na música ocorrem outros exemplos, como a banda alemã Blind Guardian. Seus
integrantes compuseram uma vez um álbum chamado Nightfall in Middle-Earth,
baseado em “O Silmarillion” (obra idealizada por Tolkien e publicada após sua morte),
que é considerado a principal obra do escritor. (Monteiro, 2010).
      De acordo com Monteiro (2010), a influência mais fácil de ser notada das obras
de Tolkien na música encontra-se no rock, especialmente no heavy metal europeu. O
período de maior influência das obras de Tolkien está nas bandas das décadas de
80/90 com a popularização desse ritmo musical na Europa. Nas décadas de 60 e 70,
bandas de rock admitiam também a influência de Tolkien em suas composições, mas
não como nas bandas de Heavy Metal, nas quais pode-se encontrar influências que vão
desde o estilo de composições aos encartes dos álbuns. Uma banda que adotou este
estilo musical é o Marillion, formado por jovens ingleses em 1979, que retiraram seu
nome da obra “Silmarillion”, de Tolkien.
5


      Conforme informações de PIOLHO (2001), os Role Playing Games também
foram alimentados pelas obras de Tolkien. Nos RPGs, como são conhecidos essas
modalidades de jogos eletrônicos, onde os participantes encenam personagens de
livros de diversos estilos, apareçam personagens que habitam o universo de Tolkien
como orcs, anões, elfos, dragões e até os hobbits. A própria Terra-média chegou a ter
seu RPG, intitulado MERP (Middle-Earth Role Playing), em 1982, só que um
complicado sistema de regras e os freqüentes equívocos em sobre a trama
atrapalharam sua difusão.
      Com chegada dos jogos em vídeo surgiram diferentes personagens de jogos
inspirados nas criaturas dos livros de J. R. R. Tolkien; Por exemplo, o protagonista da
obra The Legend of Zelda é o guerreiro Link, que lembra um Elfo. A Electronic Arts é
uma grande produtora de games e se aproveitando do sucesso dos filmes, elaborou
jogos baseados nas obras de Tolkien a exemplo de Lord of the Rings Conquest, jogo
que permite ao jogador lutar tanto como as forças do bem e do mal, ao contrário de O
Senhor dos Anéis (BORBO, 2009)
      A Internet e sua liberdade de criação permite o encontro de diversas
informações, integrando, por exemplo, fãs das obras de Tolkien, em uma proposta de
interação entre as pessoas, como cita CASTELLS (2005, p. 414):


                A cultura da virtualidade real e a integração da comunicação eletrônica, o fim
                da audiência de massa e o surgimento de redes interativas. É o primeiro título
                que se destaca, a sociedade em que vivemos passa por uma “transformação
                tecnológica de dimensões históricas”.


      Castells compara essa transformação com a ocorrida 2.700 anos atrás, com o
surgimento do alfabeto. Uma observação interessante ressaltada por Castells (2005, p.
414) é que, pela primeira vez na história, integra no mesmo sistema as modalidades
escrita, oral e audiovisual da comunicação humana.
      Com o grande avanço da Internet as fronteiras caíram, a comunicação e
relacionamento entre as pessoas ao redor do globo se tornaram mais fáceis. Os anos
passam e a tecnologia avança, a Internet tornou-se um veículo de informação que
proporciona um contato maior com as massas. Hoje se vive uma era pós - www, mas
questões anteriores, de meados 1995 quando se deu o grande avanço da rede mundial
de computadores, continuam sobe debate. (CASTELLS, 2005, p. 442) questiona se a
Internet favorece a criação de novas comunidades, comunidades virtuais, ou, pelo


                                        Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XIII, Nº. 16, Ano 2010 • p. 1-8
contrário, está induzindo ao isolamento pessoal, cortando laços das pessoas com a
sociedade e, por fim, com o mundo real.
      Como exemplo, Castells (2005, p. 442) cita as comunidades virtuais,
esclarecendo que o nascimento de uma nova forma de comunidade, que reúne as
pessoas on-line ao redor de valores e interesses em comum. Considerando esse
significado, Castells afirma que:


             Um sistema em que a própria realidade (ou seja, a experiência simbólica/
             material das pessoas) é inteiramente captada, totalmente imersa em uma
             composição de imagens virtuais no mundo do faz de - conta, no qual as
             aparências não apenas se encontram na tela comunicadora da experiência, mas
             se transforma na experiência”. (2005, p. 459)


      Analisando essas definições, destaca-se a movimentação das redes sociais.
Uma pesquisa feita na rede social Orkut indica que Senhor dos Anéis resulta em mais
de 50 páginas de comunidades. Este site de relacionamento mostra o conjunto de
pessoas que se organizam sobre uma ideia ou título, cujas conversas variam entre juras
de amor a repulsa pelos personagens da saga do anel.
      As comunidades do Senhor dos Anéis no Orkut têm em média 5.000 integrantes
Um dado que a pesquisa apresentou é que comunidades dedicadas aos títulos de
Tolkien incluindo o Hobbit, Silmarilion, Contos Inacabados, por exemplo, possuem mais
adeptos, mas ao J. R. R. Tolkien registram apenas cinco paginas, com comunidades
que variam entre 300 integrantes. No Facebook, outra rede social, encontra - se um
sistema diferente do Orkut, no qual artigos ou publicações relacionadas aos títulos de
Tolkien, feitas pelos usuários ou instituições, permitem deixar comentários sobre a
informação oferecida. Conta com a classificação "curtir" em que pode -se ter a
dimensão de pessoas que apreciam Tolkien e seus títulos. Tal cifra chega a 10.000
pessoas.
      Entre as personagens mais marcantes no desenrolar do enredo dos livros, está o
hobbit Frodo, que encara uma jornada de herói, esforçando-se para levar o anel do
poder através da terra de Mordor. Apesar do empenho, os esforços de Frodo não são
devidamente reconhecidos, exceto pelo amigo Sam, que o acompanhou por todo o
caminho. Para Pereira e Volobuef (2010), Frodo se torna, então, uma personagem
relativamente marginalizada, sem quaisquer honras típicas do estatuto de um herói
romanesco.
7


        Tamanha dedicação de Frodo ao desempenhar a difícil tarefa, digna de herói,
alimenta o interesse em conhecer um pouco mais sobre o mito do herói e sua jornada.
Tal assunto é explicado no livro O poder do mito, escrito em forma de bate papo entre
Joseph Campbell com Bill Moyers, diferentes assuntos e seus mitos são abordados,
incluindo até o filme Guerra nas Estrelas na história. Quando Moyers (1988, p. 131)
indaga Campbell sobre a existência de tantos heróis nas histórias de magia, Campbell
(1988, p. 131) responde que isso vale a pena escrever, citando as diferentes razões e
elementos que compõem a história do herói e que levam ao heroísmo.
        Questionado por Moyers sobre o objetivo moral do heroísmo, Campbell (1988, p.
135) esclarece que o objetivo moral é o de salvar um povo, ou uma pessoa, ou
defender uma ideia, concluindo que o herói se sacrifica por algo. Campbell argumenta
ainda que existem heróis das duas espécies, alguns escolhem realizar certa
empreitada, outros não (1988, p. 137). Campbell explica que na maioria das vezes a
glória que o herói encontra no final da jornada não é o que ele realmente procurava,
uma vez que suas motivações são bem mais humildes. Campbell (1988, p. 137) explica
também que existem aventuras às quais você é lançado, são situações onde você não
está pronto para heroísmo, mas você é levado a condição de herói, mesmo que sua
intenção natural era só se proteger e seu próximo. Isso nos leva a próxima situação de
heroísmo, que é motivada pelo caráter da pessoa.
        Tal explicação é ideal para definir a motivação do personagem Frodo ao encarar
o desafio de levar o anel do poder na trilogia O Senhor dos Anéis. Ele enfrenta muitas
dificuldades, mas não desanima diante delas. A sensação de dever e a importância de
sua missão para o reinado do bem na Terra-Média fornecem ao personagem toda a
energia necessária para o cumprimento de sua tarefa e para resistir às tentações do
anel.
        Hoje essas teorias sobre o herói são vistas a todo o momento em filmes, novelas,
desenhos animados, etc.


6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

   No desenrolar desta pesquisa, foi constatado que a trilogia Senhor dos Anéis gerou
oportunidades de lançamento de produtos e inspirou o estudo de como o mercado se
aproveitava disso. Nascia aí o problema de pesquisa que motivou esse projeto de
iniciação científica.




                                       Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XIII, Nº. 16, Ano 2010 • p. 1-8
O desenvolvimento da pesquisa foi um tanto quanto dificultoso. Fãs do escritor
foram procurados, assim como suas manifestações de apreço ao escritor, mas foi visto
que eram pessoas discretas, expressando sua idolatria por Tolkien apenas em redes
sociais, uma motivação a mais para estudar como funciona o fenômeno das redes
sociais na Internet quando o assunto são as obras do escritor.
      Tolkien mostrou em sua narrativa um mundo fantástico onde a bravura, e
virtudes como honra e coragem, são postos em prática, por meio do personagem
Frodo, que encarna a jornada do herói descrita por Campbell. Com isso, foi criado um
elo emocional com fãs, que admiram a exaltação de virtudes do personagem Frodo.
      Talvez esse seja o motivo da influência de Tolkien na indústria cultural,
inspirando músicas, bandas, jogos, filmes e narrativas, assim como respectivos
produtos na indústria de consumo, aumentando o alcance da marca Tolkien para
pessoas que desejam possuir um objeto que represente a paixão por suas obras.


     REFERÊNCIAS
ASSIS, Erico. Joe the Barbarian: confira preview do novo trabalho de Grant
Morrison. Disponível em: <http://www.omelete.com.br/quadrinhos/joe-the-barbarian-
confira-preview-do-novo-trabalho-de-grant-morrison> Acesso em 29 abr.2011
BORGO, Érico. Games: Electronic arts não fará mais games de O Senhor dos
Anéis. Disponível em: <http://www.omelete.com.br/games/electronic-arts-nao-fara-
mais-games-de-o-senhor-dos-aneis> Acesso em 29 abr.2011
CASTELLS, Manuel. Sociedade em Rede São Paulo: Editora Paz e Terra, 2005.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2007.
LAROUSSE, Cultural. Grande Enciclopédia. São Paulo: Nova Cultural, 1998.
MATTELART, Michele e MATTELART, Armand. História das Teorias da
Comunicação. São Paulo: Loyola. 2004
MOYERS, Bill e CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. São Paulo: Editora Palas
Athena, 1990
MONTEIRO, Rodrigo. Vocalista dá detalhes do próximo álbum do Blind Guardian.
Disponível em: <http://www.omelete.com.br/musica/vocalista-da-detalhes-do-proximo-
album-do-blind-guardian> Acesso em 29 abr.2011
PEREIRA, André Luiz Rodriguez Modesto e VOLOBUEF, Karin. The Lord of the Rings
e a estética da finitude. In: XI Seminário de Pesquisa/V Simpósio de Literatura do
Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários – Questões Literárias
Contemporâneas (1980-2010). Anais... Araraquara: Universidade Estadual Paulista,
2010.
PIOLHO, Rodrigo. Música: sinfonia da Terra Média. Disponível em:
<http://www.omelete.com.br/musica/sinfonia-da-terra-media> Acesso em 29 abri.2011

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O LEGADO DE J.R.R.TOLKIEN – SUA INFLUÊNCIA NA INDÚSTRIA CULTURAL E DE CONSUMO

  • 1. O LEGADO DE J.R.R.TOLKIEN – SUA INFLUÊNCIA NA Anhanguera Educacional S.A. Correspondência/Contato INDÚSTRIA CULTURAL E DE CONSUMO Alameda Maria Tereza, 2000 Valinhos, São Paulo - 13.278-181 rc.ipade@unianhanguera.edu.br pic.ipade@unianhanguera.edu.br Coordenação Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Publicação: dd de mmm de 2009 ANUÁRIO DA PRODUÇÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DISCENTE Vol. XII, Nº. 13, Ano 2011 RESUMO Este projeto de iniciação científica pretende mostrar como as obras do escritor J.R.R. Tolkien, definidas como a trilogia Senhor dos Anéis, que são divididas em três partes (A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei) influenciaram a indústria cultural e de consumo. Para isso, foi feita uma pesquisa exploratória e chegou-se a conclusão de J.R.R.Tolkien criou não só uma obra literária, mas uma fonte de inspiração para a indústria cultural e de consumo. Palavras-Chave: artigo científico, normas técnicas, pesquisa científica. Trabalho apresentado no XIV Congresso Metodista de Iniciação e Produção Científica Trabalho realizado com o incentivo e fomento da Anhanguera Educacional S.A.
  • 2. 2 Título do artigo - somente Substantivos Próprios devem ser escritos com as primeiras letras em maiúsculo 1. INTRODUÇÃO Por volta do início dos anos dois mil foi lançado nos cinemas de todo o mundo “O Senhor dos Anéis”, baseado em uma obra literária criada por J.R.R.Tolkien. O filme mostrou um mundo fantástico com seres singulares, como os Ents, árvores que andam e falam. “O Senhor dos Anéis” no cinema seguiu o livro e foi feito em três partes, “A Sociedade do Anel”, “As Duas Torres” e “O Retorno do Rei”. Tais histórias pertencem à literatura fantástica, ou seja, são histórias com apelo imaginário vividas muitas vezes por seres estranhos e elementos únicos. Por esta razão, esse projeto de iniciação científica escolheu esse tema para identificar a influência dessa obra e seu autor, na atual indústria cultural de consumo. Quem criou a obra objeto deste estudo foi John Ronald Reuel Tolkien (1892-1973), escritor nascido na cidade de Bloemfontein, na África do Sul, mas naturalizado inglês, conforme a enciclopédia Larousse Cultural (1995), acrescentando que Tolkien foi um especialista em literatura medieval. O livro que motivou esta pesquisa é um romance de fantasia, que dá continuidade a uma obra anterior de Tolkien, O Hobbit. Tal livro foi escrito entre 1937 e 1949. A obra tornou - se uma das mais populares do século XX. A história de O Senhor dos Anéis, assim como todas as histórias escritas por Tolkien, ocorrem em um mundo secundário, intitulado em suas páginas como a “Terra Média”. “O Senhor dos Anéis” se passa na “Terceira Era” desse mundo, que fora inspirado no mundo atual, mais especificamente em uma Europa mitológica, é habitado por humanos e outros seres imaginários como os Elfos, Anões e Orcs. A história do livro narra o conflito entre bem e mal presente na Terra Média, através da guerra de várias raças: Humanos, Anões, Elfos, Ents e Hobbits contra os Orcs, tudo isso para evitar que o “Anel do Poder”, confeccionado secretamente e mais poderoso que os outros nove anéis que haviam sido distribuídos entre as raças, volte às mãos de seu criador Sauron, o Senhor do Escuro. Trata-se da guerra do anel, como é chamando esse evento pelos personagens na história, sendo vista pelos olhos de seus protagonistas, seis ao todo, especialmente por Frodo Bolseiro, hobbit que recebe a missão de destruir o anel do mal, o “Anel do Poder”. Esses personagens fornecem uma riqueza de material, histórico e linguístico, que inspiraram diversos produtos da indústria cultural e de consumo. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente
  • 3. 3 2. OBJETIVO Este trabalho pretende mostrar as influências das obras de Tolkien na indústria cultural e de consumo. Tais segmentos foram definidos por diversos estudiosos. No livro “A história das teorias da comunicação”, da Editora Loyola, escrito por Armand e Michele Mattelart, são apresentados filósofos da comunicação, indústria cultural e suas trajetórias históricas. Um desses filósofos é Theodor W. Adorno (1903-1969) um dos expoentes da chamada Escola de Frankfurt, juntamente com Max Horkheimer, Walter Benjamin e outros. Juntos conduziram algumas pesquisas e escreveram alguns pensamentos sobre indústria cultural. Em síntese eles procuravam dar princípios filosóficos e explicativos ao comportamento das massas naquela época, meados dos anos 60 e início dos anos 70. Para melhor compreensão, ao observar uma frase que Adorno dirigiu ao status da música da época, mas precisamente o Jazz, ritmo que crescia e vinha dos guetos americanos, Adorno apud Mattelart (1999, p.76 e 77) definiu o som como: “felicidade fraudulenta da arte afirmativa”. Com esses pensamentos, Adorno e Hokheimer, em meados dos anos 40, na Alemanha, criaram os conceitos de indústria cultural. Impulsionada pela revolução industrial e produção de bens culturais com movimento global, por exemplo: filmes, programas radiofônicos, as revistas, fabricação de automóveis em séries e até projetos de urbanismo. (ADORNO apud MATTELART, 1999, p. 77) Demonstrando a busca das pessoas em se alto afirmar, complementado por Mattelard para um entendimento comum, que de acordo com o mesmo, Debord apud MATTELART (1999, p. 94), o espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas midiatizada por imagens, e ele ainda estende. Ele atesta que a própria insatisfação se tornou uma mercadoria condição de estender sua produção ao tratamento de semelhante matéria-prima. 3. METODOLOGIA Para a realização deste trabalho, foi feita uma pesquisa exploratória. Tal modalidade de pesquisa é justificada quando pretende-se obter visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato (GIL, 2007, p.43). A pesquisa incluiu levantamento bibliográfico e documental. Páginas de entretenimento e de Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XIII, Nº. 16, Ano 2010 • p. 1-8
  • 4. relacionamento na Internet foram consultadas com o objetivo de agrupar informações sobre os fãs das obras do escritor J.R.R.Tolkien. 4. DESENVOLVIMENTO Foram consultados livros relacionados à Teoria da Comunicação, Comunicação na Internet com a finalidade de entender indústria cultural, indústria de consumo e como as pessoas se organizam em redes de relacionamento em torno de um assunto. 5. RESULTADOS Levando em consideração essas afirmações, é possível ver nas obras de J. R. R. Tolkien, especialmente em “O Senhor dos Anéis” um potencial mercadológico na atual indústria cultural e de consumo. Nos próximos parágrafos, serão analisados alguns exemplos. Em pesquisas feitas na rede mundial de computadores, pode-se ver a influência de Tolkien e seus livros em diversos produtos como músicas, quadrinhos e videogames, por exemplo. Nas histórias em quadrinhos, pode-se destacar Joe the Barbarian produzido pelo escocês Grant Morrison. Uma das minisséries do selo Vertigo, que tem elementos dos livros de Tolkien com o filme, estrelado por Macaulay Culkin, ator que protagonizou o filme “Esqueceram de mim”. Morrison revelou em uma entrevista feita em outubro de 2009, que mesclou tal filme à obra de Tolkien, segundo ASSIS (2009). Na música ocorrem outros exemplos, como a banda alemã Blind Guardian. Seus integrantes compuseram uma vez um álbum chamado Nightfall in Middle-Earth, baseado em “O Silmarillion” (obra idealizada por Tolkien e publicada após sua morte), que é considerado a principal obra do escritor. (Monteiro, 2010). De acordo com Monteiro (2010), a influência mais fácil de ser notada das obras de Tolkien na música encontra-se no rock, especialmente no heavy metal europeu. O período de maior influência das obras de Tolkien está nas bandas das décadas de 80/90 com a popularização desse ritmo musical na Europa. Nas décadas de 60 e 70, bandas de rock admitiam também a influência de Tolkien em suas composições, mas não como nas bandas de Heavy Metal, nas quais pode-se encontrar influências que vão desde o estilo de composições aos encartes dos álbuns. Uma banda que adotou este estilo musical é o Marillion, formado por jovens ingleses em 1979, que retiraram seu nome da obra “Silmarillion”, de Tolkien.
  • 5. 5 Conforme informações de PIOLHO (2001), os Role Playing Games também foram alimentados pelas obras de Tolkien. Nos RPGs, como são conhecidos essas modalidades de jogos eletrônicos, onde os participantes encenam personagens de livros de diversos estilos, apareçam personagens que habitam o universo de Tolkien como orcs, anões, elfos, dragões e até os hobbits. A própria Terra-média chegou a ter seu RPG, intitulado MERP (Middle-Earth Role Playing), em 1982, só que um complicado sistema de regras e os freqüentes equívocos em sobre a trama atrapalharam sua difusão. Com chegada dos jogos em vídeo surgiram diferentes personagens de jogos inspirados nas criaturas dos livros de J. R. R. Tolkien; Por exemplo, o protagonista da obra The Legend of Zelda é o guerreiro Link, que lembra um Elfo. A Electronic Arts é uma grande produtora de games e se aproveitando do sucesso dos filmes, elaborou jogos baseados nas obras de Tolkien a exemplo de Lord of the Rings Conquest, jogo que permite ao jogador lutar tanto como as forças do bem e do mal, ao contrário de O Senhor dos Anéis (BORBO, 2009) A Internet e sua liberdade de criação permite o encontro de diversas informações, integrando, por exemplo, fãs das obras de Tolkien, em uma proposta de interação entre as pessoas, como cita CASTELLS (2005, p. 414): A cultura da virtualidade real e a integração da comunicação eletrônica, o fim da audiência de massa e o surgimento de redes interativas. É o primeiro título que se destaca, a sociedade em que vivemos passa por uma “transformação tecnológica de dimensões históricas”. Castells compara essa transformação com a ocorrida 2.700 anos atrás, com o surgimento do alfabeto. Uma observação interessante ressaltada por Castells (2005, p. 414) é que, pela primeira vez na história, integra no mesmo sistema as modalidades escrita, oral e audiovisual da comunicação humana. Com o grande avanço da Internet as fronteiras caíram, a comunicação e relacionamento entre as pessoas ao redor do globo se tornaram mais fáceis. Os anos passam e a tecnologia avança, a Internet tornou-se um veículo de informação que proporciona um contato maior com as massas. Hoje se vive uma era pós - www, mas questões anteriores, de meados 1995 quando se deu o grande avanço da rede mundial de computadores, continuam sobe debate. (CASTELLS, 2005, p. 442) questiona se a Internet favorece a criação de novas comunidades, comunidades virtuais, ou, pelo Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XIII, Nº. 16, Ano 2010 • p. 1-8
  • 6. contrário, está induzindo ao isolamento pessoal, cortando laços das pessoas com a sociedade e, por fim, com o mundo real. Como exemplo, Castells (2005, p. 442) cita as comunidades virtuais, esclarecendo que o nascimento de uma nova forma de comunidade, que reúne as pessoas on-line ao redor de valores e interesses em comum. Considerando esse significado, Castells afirma que: Um sistema em que a própria realidade (ou seja, a experiência simbólica/ material das pessoas) é inteiramente captada, totalmente imersa em uma composição de imagens virtuais no mundo do faz de - conta, no qual as aparências não apenas se encontram na tela comunicadora da experiência, mas se transforma na experiência”. (2005, p. 459) Analisando essas definições, destaca-se a movimentação das redes sociais. Uma pesquisa feita na rede social Orkut indica que Senhor dos Anéis resulta em mais de 50 páginas de comunidades. Este site de relacionamento mostra o conjunto de pessoas que se organizam sobre uma ideia ou título, cujas conversas variam entre juras de amor a repulsa pelos personagens da saga do anel. As comunidades do Senhor dos Anéis no Orkut têm em média 5.000 integrantes Um dado que a pesquisa apresentou é que comunidades dedicadas aos títulos de Tolkien incluindo o Hobbit, Silmarilion, Contos Inacabados, por exemplo, possuem mais adeptos, mas ao J. R. R. Tolkien registram apenas cinco paginas, com comunidades que variam entre 300 integrantes. No Facebook, outra rede social, encontra - se um sistema diferente do Orkut, no qual artigos ou publicações relacionadas aos títulos de Tolkien, feitas pelos usuários ou instituições, permitem deixar comentários sobre a informação oferecida. Conta com a classificação "curtir" em que pode -se ter a dimensão de pessoas que apreciam Tolkien e seus títulos. Tal cifra chega a 10.000 pessoas. Entre as personagens mais marcantes no desenrolar do enredo dos livros, está o hobbit Frodo, que encara uma jornada de herói, esforçando-se para levar o anel do poder através da terra de Mordor. Apesar do empenho, os esforços de Frodo não são devidamente reconhecidos, exceto pelo amigo Sam, que o acompanhou por todo o caminho. Para Pereira e Volobuef (2010), Frodo se torna, então, uma personagem relativamente marginalizada, sem quaisquer honras típicas do estatuto de um herói romanesco.
  • 7. 7 Tamanha dedicação de Frodo ao desempenhar a difícil tarefa, digna de herói, alimenta o interesse em conhecer um pouco mais sobre o mito do herói e sua jornada. Tal assunto é explicado no livro O poder do mito, escrito em forma de bate papo entre Joseph Campbell com Bill Moyers, diferentes assuntos e seus mitos são abordados, incluindo até o filme Guerra nas Estrelas na história. Quando Moyers (1988, p. 131) indaga Campbell sobre a existência de tantos heróis nas histórias de magia, Campbell (1988, p. 131) responde que isso vale a pena escrever, citando as diferentes razões e elementos que compõem a história do herói e que levam ao heroísmo. Questionado por Moyers sobre o objetivo moral do heroísmo, Campbell (1988, p. 135) esclarece que o objetivo moral é o de salvar um povo, ou uma pessoa, ou defender uma ideia, concluindo que o herói se sacrifica por algo. Campbell argumenta ainda que existem heróis das duas espécies, alguns escolhem realizar certa empreitada, outros não (1988, p. 137). Campbell explica que na maioria das vezes a glória que o herói encontra no final da jornada não é o que ele realmente procurava, uma vez que suas motivações são bem mais humildes. Campbell (1988, p. 137) explica também que existem aventuras às quais você é lançado, são situações onde você não está pronto para heroísmo, mas você é levado a condição de herói, mesmo que sua intenção natural era só se proteger e seu próximo. Isso nos leva a próxima situação de heroísmo, que é motivada pelo caráter da pessoa. Tal explicação é ideal para definir a motivação do personagem Frodo ao encarar o desafio de levar o anel do poder na trilogia O Senhor dos Anéis. Ele enfrenta muitas dificuldades, mas não desanima diante delas. A sensação de dever e a importância de sua missão para o reinado do bem na Terra-Média fornecem ao personagem toda a energia necessária para o cumprimento de sua tarefa e para resistir às tentações do anel. Hoje essas teorias sobre o herói são vistas a todo o momento em filmes, novelas, desenhos animados, etc. 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS No desenrolar desta pesquisa, foi constatado que a trilogia Senhor dos Anéis gerou oportunidades de lançamento de produtos e inspirou o estudo de como o mercado se aproveitava disso. Nascia aí o problema de pesquisa que motivou esse projeto de iniciação científica. Anuário da Produção de Iniciação Científica Discente • Vol. XIII, Nº. 16, Ano 2010 • p. 1-8
  • 8. O desenvolvimento da pesquisa foi um tanto quanto dificultoso. Fãs do escritor foram procurados, assim como suas manifestações de apreço ao escritor, mas foi visto que eram pessoas discretas, expressando sua idolatria por Tolkien apenas em redes sociais, uma motivação a mais para estudar como funciona o fenômeno das redes sociais na Internet quando o assunto são as obras do escritor. Tolkien mostrou em sua narrativa um mundo fantástico onde a bravura, e virtudes como honra e coragem, são postos em prática, por meio do personagem Frodo, que encarna a jornada do herói descrita por Campbell. Com isso, foi criado um elo emocional com fãs, que admiram a exaltação de virtudes do personagem Frodo. Talvez esse seja o motivo da influência de Tolkien na indústria cultural, inspirando músicas, bandas, jogos, filmes e narrativas, assim como respectivos produtos na indústria de consumo, aumentando o alcance da marca Tolkien para pessoas que desejam possuir um objeto que represente a paixão por suas obras. REFERÊNCIAS ASSIS, Erico. Joe the Barbarian: confira preview do novo trabalho de Grant Morrison. Disponível em: <http://www.omelete.com.br/quadrinhos/joe-the-barbarian- confira-preview-do-novo-trabalho-de-grant-morrison> Acesso em 29 abr.2011 BORGO, Érico. Games: Electronic arts não fará mais games de O Senhor dos Anéis. Disponível em: <http://www.omelete.com.br/games/electronic-arts-nao-fara- mais-games-de-o-senhor-dos-aneis> Acesso em 29 abr.2011 CASTELLS, Manuel. Sociedade em Rede São Paulo: Editora Paz e Terra, 2005. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 2007. LAROUSSE, Cultural. Grande Enciclopédia. São Paulo: Nova Cultural, 1998. MATTELART, Michele e MATTELART, Armand. História das Teorias da Comunicação. São Paulo: Loyola. 2004 MOYERS, Bill e CAMPBELL, Joseph. O poder do mito. São Paulo: Editora Palas Athena, 1990 MONTEIRO, Rodrigo. Vocalista dá detalhes do próximo álbum do Blind Guardian. Disponível em: <http://www.omelete.com.br/musica/vocalista-da-detalhes-do-proximo- album-do-blind-guardian> Acesso em 29 abr.2011 PEREIRA, André Luiz Rodriguez Modesto e VOLOBUEF, Karin. The Lord of the Rings e a estética da finitude. In: XI Seminário de Pesquisa/V Simpósio de Literatura do Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários – Questões Literárias Contemporâneas (1980-2010). Anais... Araraquara: Universidade Estadual Paulista, 2010. PIOLHO, Rodrigo. Música: sinfonia da Terra Média. Disponível em: <http://www.omelete.com.br/musica/sinfonia-da-terra-media> Acesso em 29 abri.2011