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Revista Canavieiros - Maio de 2009

1
2

Revista Canavieiros - Maio de 2009
Editorial

Fundamentos
da crise

A

pesar do aumento da produção sucroalcooleira na safra
2008/09, um grande contingente de produtores enfrenta sérias dificuldades. Os motivos para esse descompasso são um dos temas abordados no estudo “Os Fundamentos da
Crise do Setor Sucroalcooleiro no Brasil”, do especialista em bioenergia,
Ângelo Bressan Filho. A análise foi
apresentada durante a Agrishow e está
no Ponto de Vista da edição deste mês.
Com base nos princípios que norteiam a Metodologia CONSECANASP, o consultor da Canaoeste, Cleber
Moraes, explica passo a passo como
fazer o contrato de fornecimento de
cana-de-açúcar em seu artigo técnico.
Em outro artigo, o agrônomo da Canaoeste, Marcelo de Felício, esclarece os
produtores sobre florescimento no
canavial, alertando-os sobre futuros
prejuízos.
O advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, coloca em discussão o
Código Florestal Federal. Segundo ele,
ao não se adequar às pecularidades
regionais do país, o código se transformou num gerador de ilegalidades
aos produtores rurais.
Em entrevista, o presidente da Unica (União da Indústria de Cana-deAçúcar) Marcos Jank, fala sobre o reconhecimento do Estado da Califórnia,
o maior consumidor de combustíveis
dos Estados Unidos, de que o etanol
brasileiro de fato reduz as emissões
dos gases causadores do efeito estufa. Jank fala também sobre a liberação
dos recursos para a estocagem do etanol e redução da alíquota de ICMS
sobre álcool hidratado.

As secções Notícias Canaoeste e
Copercana trazem como assuntos a entrega da carta de solos e ambientes de
produção aos associados e o dia de
campo realizado na fazenda Bananal,
dedicado somente a produção de soja.
Ainda em Notícias Canaoeste temos o Netto Campello Hospital e Maternidade, que pela primeira vez realizou o procedimento para captação de
órgãos de um doador. O médico responsável, Dr. Matheus Borges, destacou o empenho do hospital para a realização da captação. Quatro pessoas
receberam os órgãos.
As variedades de amendoim lançadas durante a Agrishow pelo IAC
(Instituto Agronômico) podem ser encontradas em Novas Tecnologias. Entre as qualidades das variedades está
o alto teor de ácido oléico.
As novidades apresentadas na
Agrishow deste ano estão na Reportagem de Capa, que apostou na valorização dos pequenos e médios produtores por meio da demonstração de
campo de máquinas e implementos.
Você poderá encontrar também informações sobre o V Agronegócios
Copercana, que vai acontecer nos dias
24,25 e 26 de junho. A feira promete
trazer novidades para os produtores.
Também poderá encontrar no destaque deste mês as primeiras estimativas para a safra 2009/2010 divulgadas
pela Unica, Canaplan, Datagro, IEA e
Conab. Além disso, a edição deste mês
também traz as informações setoriais,
dicas de leitura e escrita.
Boa leitura.
Conselho Editorial

Revista Canavieiros Maio de 2009
Revista Canavieiros -- Maio de 2009

3
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

Aposta nos pequenos e
médios
Sem os grandes fabricantes
na Agrishow deste ano,
empresas apostaram nas
máquinas e equipamentos
voltados aos produtores de
menor porte

Pag.
Pag.

20

DESTA
DESTA QUES

OUTRAS

Entrevista

ASSUNTOS
LEGAIS

Marcos Sawaya Jank
presidente da Unica
(União da Indústria de Canade-Açúcar)

Pag.

16

CONSECANA
Pag.

17

"Há um longo caminho a
ser percorrido", diz Jank
Pag.
Pag.

05

EDITORA:
Cristiane Barão – MTb 31.814
JORNALISTA RESPONSÁVEL:
Carla Rossini – MTb 39.788
DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo
FOTOS:
Carla Rossini
Rafael H. Mermejo

DESTAQUE

COMERCIAL E PUBLICIDADE:
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
comercial@revistacanavieiros.com.br

INFORMAÇÕES
SETORIAIS

Pag.

24

Pag.

26

Pag.

28

ARTIGO
TÉCNICO I

DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Carla Rodrigues,
Carla Rossini, Daniel Pelanda,
Janaina Bisson, Letícia Pignata,
Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva.

Pag.

32

ARTIGO
TÉCNICO II

IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

NOVAS
Pag.
3 4 TECNOLOGIAS

TIRAGEM:
11.000 exemplares

Ponto de vista
Ângelo Bressan Filho
Especialista em Bioenergia do
Agronegócio da Conab.
Fundamentos da crise do setor sucroalcooleiro no Brasil
Pag.
Pag.

Notícias

08
08

10
Copercana
- Fazenda Bananal realiza Dia de Campo
- Agronegócios Copercana chega à
quinta edição
Notícias

Pag.

15

Pag.

Canaoeste
- Associados da Canaoeste recebem Cartas de Solos e Ambientes de Produção
- Netto Campello realiza procedimento
para captação de órgãos

Notícias
Cocred
- Balancete Mensal

Pag.

CULTURA
Pag.
3 6 BIBLIOTECA
CLASSIFICADOS
Pag.

37

AGENDE-SE
Pag.

38

18

4
4

Revista Canavieiros - Maio de 2009

A Revista Canavieiros é distribuída
gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas
são de responsabilidade dos autores. A
reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311

Tecnologias
Novas Tecnologias
IAC lança duas variedades de amendoim
IAC 503 e IAC 505 foram apresentadas na
Agrishow e apresentam alto teor de ácido oléico

ISSN:
1982-1530

Pag.
Pag.

34

www.revistacanavieiros.com.br
redacao@revistacanavieiros.com.br
Entrevista

Marcos Sawaya Jank
presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar)

"Há um longo caminho a ser
percorrido", diz Jank
Carla Rodrigues

O

reconhecimento do Estado da
Califórnia, principal mercado
consumidor de combustíveis
dos Estados Unidos, de que o etanol
brasileiro de fato reduz as emissões
de gases causadores do efeito estufa,
deve favorecer o Brasil. No entanto,
no processo de ampliação do espaço
do combustível brasileiro no mercado
norte-americano, ainda há um longo
caminho a ser percorrido.

Essa é a opinião do presidente da
Unica (União da Indústria de Cana-deAçúcar), Marcos Sawaya Jank. Segundo ele, o setor trabalha para melhorar a
metodologia e os números utilizados
pelos órgãos da Califórnia para a classificação dos combustíveis.
“Mas, esse reconhecimento (por
parte do Estado da Califórnia) significa que a partir de 2011 para a redução

do nível de emissões de gases causadores do efeito estufa da gasolina, terá
de misturar etanol de cana e não etanol de milho. Esse é o principal resultado”, disse.
Jank esteve em Ribeirão Preto no
último dia 13 para o 2º Encontro de
Comunicação da Única. Leia, a seguir, a entrevista que ele concedeu à
Canavieiros.
Revista Canavieiros - Maio de 2009

5
Entrevista
Canavieiros: O Estado da Califórnia reconheceu que o etanol brasileiro de fato reduz as emissões de
carbono. Isso beneficia o Brasil?
Marcos Sawaya Jank: A Califórnia reconheceu, mas ainda tem muito
a ser melhorado. Nós, por exemplo,
não concordamos com a metodologia que eles usaram e também com os
dados que eles colocaram sobre cana.
Nós fizemos esse grande questionamento através de uma carta de 25 páginas, que foi entregue ao CARB
(Conselho de Qualidade do Ar do Estado), que é o órgão regulador da
Califórnia, e ainda esperamos que os
números da cana melhorem. Ainda
há um longo caminho a ser percorrido. Mas esse reconhecimento significa que a partir de 2011 para a redução do nível de emissões de gases
causadores do efeito estufa da gasolina, terá de misturar etanol de
cana e não etanol de milho. Esse é o
principal resultado.

las estão em uma situação financeira
complicada e os bancos não querem
emprestar dinheiro a elas. Nós estamos fazendo todas as gestões possíveis para que esse dinheiro chegue à
ponta, porque ele já foi aprovado pelo
governo, já saiu a Medida Provisória,
a resolução do Conselho Monetário
Nacional e a norma do BNDES.
Canavieiros: O setor quer elevar
o percentual de mistura para 30%
para aquecer o consumo interno de
etanol, já que as exportações deverão cair. Em qual estágio está essa
negociação?
Jank: Não existe na verdade um
pedido da Unica nessa direção e nós
sabemos que é extremamente difícil
avançar neste sentido porque o que a
lei determina é a mistura de 20% a 25%,
e para ir acima de 25% tem que passar
um novo projeto de lei, o que não é
trivial. Nós até entendemos que há outras coisas que podem ser feitas, mais
simples do que aumentar o nível da
mistura e com resultados semelhantes.

etanol as mesmas alíquotas aplicadas
sobre a gasolina e bem mais altas do
que as aplicadas sobre o diesel. Eu
acho que seria muito importante para
o álcool, por ser uma energia limpa,
Canavieiros: Qual o tamanho do
renovável, que gera tantos empregos,
mercado do Estado da
que beneficia o meio am"Só a Califórnia consome gasolina duas biente, ter uma alíquota
Califórnia?
Jank: A Califórnia é
Esvezes a mais que o Brasil. Assim, se eles mais baixa em todos osque
um mercado de 60 bilhões
tados. Este trabalho
de litros de gasolina, puserem 10% de álcool na gasolina, como foi feito em Goiás precisa
duas vezes maior que a
em outros
eles estão falando, é um mercado de 6 ser reaplicadogostaria de
produção brasileira, quaEstados. Eu
se três. Só a Califórnia
parabenizar Goiás pelo o
bilhões de litros de álcool."
consome gasolina duas
que fez, foi uma gestão exCanavieiros: O governo de Goi- tremamente importante.
vezes a mais que o Brasil. Assim, se
eles puserem 10% de álcool na gaso- ás reduziu a alíquota de ICMS solina, como eles estão falando, é um bre o hidratado, de 26% para 20%.
Canavieiros: O Consecana deve
mercado de 6 bilhões de litros de ál- O senhor tem conhecimento de al- passar por uma nova atualização (a
cool. O Brasil esse ano vai produzir gum outro Estado que vá seguir este última foi em 2005). Que pontos no26 bilhões de litros de álcool. É um mesmo caminho?
vos a revisão do Consecana deve
Jank: Eu acho que foi um exemplo trazer? O cálculo para o valor da
mercado muito importante e também
uma referência porque outros Esta- maravilhoso, seguindo o que fez o Es- cana considerará o potencial de
dos norte-americanos vão possivel- tado de São Paulo, que reduziu a alí- geração de energia?
mente seguir o exemplo da Califórnia. quota que já foi de 25% para 12%. GoiJank: Nesse momento nós esás não chegou a 12%, mas já é um pas- tamos ainda produzindo os estudos
Canavieiros: O governo divulgou so. Acho que seria importante Brasí- necessários para este debate. Foa algumas semanas que liberará R$ lia conseguir também, mas não sei se ram contratados vários estudos pe2,3 bilhões para warrantagem. está incluído ou não. Minas deveria los membros do Consecana, que
Como está a negociação e quando o seguir o mesmo caminho e eu espero identificaram grupos universitários
que o governador Aécio Neves, que e outros centros de pesquisas que
dinheiro estará disponível?
Jank: Os recursos serão liberados hoje tem uma indústria sucroalcoolei- estão fazendo esses estudos. Não
via BNDS e Banco do Brasil. Esse di- ra importante lá no Estado, também se há absolutamente nada decidido até
nheiro já está saindo, mas ainda há sensibilize com o exemplo de Goiás e aqui, mas esse debate vai aconteproblemas para ele chegar à ponta. Eu reduza a alíquota em Minas.
cer a partir do segundo semestre, já
O mesmo vale para outros Estados, que o Consecana tem que ser revidiria que o principal problema hoje é o
balanço das empresas, pois muitas de- mas a maioria infelizmente aplica no sado ano que vem.

“

6

Revista Canavieiros - Maio de 2009
Revista Canavieiros - Maio de 2009

7
Ponto de Vista

Fundamentos da crise do setor
sucroalcooleiro no Brasil
Ângelo Bressan Filho*

O

s números da safra sucroalcooleira de 2008/09, já encerrada, indicam que, mais uma vez,
obtivemos um expressivo aumento na
produção, apesar das sérias dificuldades que ameaçam a saúde financeira
de um grande contingente de produtores. A produção brasileira de cana-deaçúcar cresceu com índice próximo a
14%, atingindo 571,4 milhões de toneladas e a região Centro-Sul ultrapassou, pela primeira vez, a marca de meio
bilhão de toneladas de cana processada (502,02 milhões de toneladas).
A produção de açúcar teve um crescimento modesto de 2,6% (passando de
31,3 milhões de toneladas para 32,1 milhões) e o etanol apresentou um crescimento espetacular da produção da ordem de 15,6%, atingindo 26,6 bilhões de
litros e o consumo doméstico desse combustível renovável superou o volume do
consumo de seu sucedâneo, a gasolina.
Apesar desses excelentes resultados,
a safra 2008/09 não teve um comportamento normal. As condições climáticas
adversas em alguns Estados e o atraso
no cronograma de início de moagem de
um contingente considerável de unidades novas programadas para entrar em
funcionamento naquela safra, não possibilitaram o corte de toda a cana madura
e fez remanescer nas lavouras um volume recorde de quase 28 milhões de toneladas, que não pôde ser cortada. A existência dessa matéria-prima pronta para
ser colhida vai engrossar as estatísticas
da nova safra e antecipou o início da colheita da temporada 2009/10.
O ponto importante a ser observado está em que o expressivo volume de
crescimento da colheita não revela as
enormes dificuldades econômico-financeiras pelas quais está passando a maioria dos grupos econômicos deste setor e o surpreendente volume de negócios com os ativos desse ramo de atividade, que tem transferido de mãos (in8

Revista Canavieiros - Maio de 2009

clusive para capitais internacionais) a
propriedade de diversas unidades de
produção, inclusive algumas que foram
modelo de organização e gestão empresarial em nosso país.
A raiz dessa grave crise de um setor
que tem uma enorme tradição de estabilidade e solidez econômica transcende
as consequências da crise global que
eclodiu em meados do ano passado e
tem explicação num conjunto de fatores.
O primeiro a ser examinado diz respeito ao excesso de velocidade na expansão do plantio de novos canaviais
e a construção de novas unidades de
produção. O otimismo que tomou conta do setor a partir de 2005, está vinculado aos seguintes itens:
a) aos bons preços do açúcar e do
álcool por alguns anos, até 2006, e a boa
situação financeira da maior parte dos
grupos que tinham capitais próprios disponíveis para novos investimentos;
b) ao grande entusiasmo quanto ao
aumento do consumo doméstico em face
do enorme sucesso mercadológico do
veículo tipo flex-fuel, cujas vendas mensais vêm se mantendo, por vários anos,
no patamar de 180 mil veículos.
Se cada veículo novo desse tipo
utilizar somente etanol, cujo volume
anual de consumo está estimado 1.600
a 1.700 litros, a demanda potencial adicional de consumo por ano, apenas pelos veículos novos, está acima de 3,5
bilhões de litros. Ou seja, um mercado
que cresce 10% ao ano, pois o consumo total dos combustíveis para veículos leves (gasolina e etanol) por ano
está próximo de 34 bilhões de litros;
c) às enormes expectativas, ainda
por realizar, sobre a abertura em larga
escala dos mercados externos, em especial os Estados Unidos, a União Européia e o Japão para o novo combustível. Apesar do grande esforço das autoridades brasileiras e do setor privado, as negociações entabuladas e os
acordos realizados não tiveram os re-

sultados esperados em termos do volume de exportação e da consolidação do
novo produto na matriz energética internacional;
d) à boa disposição do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em aportar grandes volumes de recursos para a instalação de
novos projetos e construção de novas
unidades produtivas, fato que estimulou a decisão de muitos interessados.
O segundo fator, e certamente o mais
importante, vincula-se aos níveis pouco
remuneradores para açúcar e para o álcool nas safras de 2007/08 e 2008/09, causado pelo grande volume da oferta de açúcar e de álcool e pelas baixas cotações do
dólar americano, que deprimia o nível da
receita das exportações. Somente a partir
de agosto de 2008, com a manifestação
da crise econômica mundial, que provocou a desvalorização da moeda brasileira
frente à moeda americana, os preços recebidos pelos produtores de açúcar apresentaram alguma recuperação. Os preços
do etanol, todavia, continuaram em níveis
bastante conservadores.
Independentemente das causas
desse baixo nível de remuneração, os
Ponto de Vista
baixos preços, observados por esse
longo período, para o açúcar e para o
etanol, que coincidiram com elevado
nível de endividamento da maior parte
dos produtores em decorrência dos
grandes investimentos no aumento da
produção, erodiram as reservas disponíveis e afetaram drasticamente o fluxo
financeiro, particularmente dos grupos
que tiverem um programa de crescimento muito agressivo. Como efeito secundário dos baixos preços dos produtos
finais, os preços pagos pela cana-deaçúcar adquirida de fornecedores independentes, em torno de R$ 40,00 por
tonelada, também ficaram em níveis
muito próximos aos custos de produção, tornando crítica a situação econômica desses agricultores, inclusive forçando muitos a descurarem dos tratos
culturais adequados de seu canavial ou
mesmo a abandonar essa atividade.
O terceiro fator a ser observado está
no próprio crescimento da participação
do etanol no consumo veicular da frota
de veículos leves no Brasil, que atualmente está próximo de 52% do consumo total. O que parece ser uma contradição tem uma explicação simples: as
unidades de produção têm um prazo
mais ou menos fixo (6 a 7 meses no ano)
para processar toda a cana disponível.
Dessa forma, é preciso primeiro produzir e depois descobrir se tem clientela
suficiente para comprar toda a produção. Nestas condições, do ponto de vista do mercado, a posição dos produtores é, quase sempre, muito frágil e com
baixo poder de barganha.
Além disso, é preciso produzir o
necessário para todo o ano apenas no
período viável de moagem (maio a novembro, na região Centro-Sul, e setembro a março, na região Nordeste) e guardar o estoque excedente (que, praticamente, começa a ser formado desde o
primeiro dia da moagem) para o restante do ano, quando não existe colheita.
Como consequência, é imprescindível
ter disponível um enorme volume de
capital de giro para operar esta política.
Com o crescimento do consumo e da
produção, cresceu também a necessidade de mais capital de giro para manter os estoques, cujo custo já foi realizado no momento da produção.

Na temporada recém-terminada a presença de três pontos conjunturais ajudou
a deprimir os preços, piorando a situação:
a) os pequenos produtores, que
não têm capital de giro disponível e não
têm como formar estoques, tendem a produzir para venda imediata e, com isso,
exercem uma pressão forte e permanente sobre a oferta e sobre os preços;
b) a oferta, nesse ano, esteve elevada durante todo o período da safra e
os estoques no final do período de moagem (particularmente na região Centro-Sul) estavam em níveis bastante
confortáveis e fizeram com que os preços de entressafra (janeiro a março) que
deveriam ser remuneradores, também se
mantivessem baixos e não permitiram a
reposição dos custos da estocagem;
c) o início antecipado da safra,
com a moagem da cana madura remanescente do ano anterior (cana bisada).
Resultado de tudo isso: a situação
que já seria preocupante há alguns anos,
quando a produção era muito mais baixa
e a quantidade de capital de giro era igualmente muito menos, tornou-se muito
mais grave com o forte crescimento da
produção e do volume de capital de giro
compatível com as novas necessidades.
O quarto fator diz respeito às mudanças no âmbito das relações entre as
esferas ligadas ao assunto e ao setor
privado, que dificultaram a antevisão
das mudanças que a promoção do etanol, como um novo combustível de amplo uso, traria para os mercados e para
o funcionamento regular do próprio setor. A ausência de medidas preventivas
para minimizar os efeitos da crise que o
setor está vivendo, com todas as consequências nas esferas econômica e
social, é um indicativo de que é preciso
recuperar a capacidade de manter uma
interlocução de alto nível entre o setor
público e o setor privado e editar as
medidas, tanto no âmbito público como
privado, necessárias para superar as
atuais dificuldades e criar os mecanismos que estabilizem o setor e que assegurem o seu crescimento sustentado.
Obviamente, fazer um diagnóstico
adequado da situação atual é tão somente o primeiro passo para estabelecer os mecanismos de como superar a
presente fase de dificuldades.

Possivelmente, existem outros fatores importantes que estão ausentes
deste pequeno texto e que devessem
ser considerados.
De fato, este artigo representa apenas um rápido esboço da análise aprofundada que a Conab está desenvolvendo a respeito desse assunto e que
deverá ser publicada brevemente,
onde teremos a oportunidade de abordar as possíveis soluções para o impasse atual como, por exemplo, a necessidade de garantir capital de giro
de baixo custo para o setor, tendo
como garantia os próprios estoques,
conforme previsto na Lei 10.453, de
13 de maio de 2002, com o uso dos
recursos da CIDE (Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico Combustíveis), que precisam estar
associadas a políticas de sustentação
de preços e regras de retorno do produto em garantia ao mercado; a ampliação e consolidação do consumo através da conquista permanente dos motoristas em face das qualidades intrínsecas e ambientais do etanol como
combustível automotivo e o convencimento desse mesmo consumidor que,
em igualdade de condições de preço, a
escolha correta para seu veículo é o
etanol e não um produto de origem fóssil, como a gasolina; a intervenção direta em praças importantes, onde a ação
das distribuidoras e postos de revenda insistem em manter margens mais
elevadas para o etanol do que para a
gasolina, onerando o produto e afastando o consumidor; retomar a ação
articulada e mais agressiva de conquista dos mercados internacionais, especialmente em mercados mais promissores como a China; entre outros.
A fase de crescimento acelerado a
qualquer preço está esgotada e estamos atravessando um momento crucial de redefinição de rumos. No entanto, este setor, pela sua história, por sua
importância atual e, mais que tudo, pelo
que será no futuro, deve fazer parte
das grandes questões estratégicas de
nosso país.
* especialista em Bioenergia da Superintendência de Informações do Agronegócio
da Conab.
Revista Canavieiros - Maio de 2009

9
Notícias
Copercana

Fazenda Bananal realiza
Dia de Campo
Da Redação

A soja foi destaque em evento que reuniu agrônomos e cooperados

E

m março foi realizado na Fazenda Bananal em Sertãozinho –
de propriedade da família Bighetti - um dia de campo dedicado somente a soja, que vem apresentando
uma melhora significativa no preço.

O plantio foi realizado em novembro de 2008

O diretor da Copercana, Pedro
Esrael Bighetti, que organizou o
evento, lembrou da importância dos
cooperados se informarem sobre o
plantio de soja que vem ganhando
mercado e remunerando melhor os
produtores. "Organizamos esses
eventos para que os nossos cooperados participem e se informem
das melhores técnicas de plantio.
A soja está com um preço bom e
temos que aproveitar para expandirmos essa cultura na nossa região", lembrou Bighetti.
Lelo tambem esclareceu que a cooperativa conta com infraestrutura adequada para receber toda a produção
de soja dos cooperados e acrescentou
que existe planos de financiamento
para os produtores que desejam iniciar sua produção.

Pedro Esrael Bighetti, e Paulo Bighetti na colheita
realizada em março de 2009

Durante o dia de campo, o representante técnico da Monsanto do
Brasil, Jorge Luis Guimarães foi
quem deu a palestra para os cooperados e agrônomos de todas as filiais que estiveram presentes. O tema
abordado foi a renovação do canavial com plantio de soja utilizando
tecnologia RR (resistente roundup),
mais conhecida pelos produtores
como soja transgênica.
A cultura de soja traz grandes
benefícios para o plantio de canade-açúcar, como por exemplo, a geração de recurso em dinheiro e
também o enriquecimento da fertilidade do solo com a reposição
de nitrogênio.
10

Revista Canavieiros - Maio de 2009

No caso do plantio direto na palhada, o exemplo da Fazenda Bananal
é excelente: "Quando plantamos choveu pouco e mesmo assim a soja desenvolveu bem", afirma Lelo. Ele tambem ficou satisfeito com a produtividade - 52 sacos por hectare.

O cooperado Antônio Rizzi, que
planta 8.000 hectares convencional em
Goiás, ficou impressionado ao ver o
plantio direto na palhada.
"Estou propenso a praticar o plantio direto na palhada.”
Notícias
Copercana

Cooperados e agrônomos assistem a palestra ministrada por
Jorge Luis Guimarães, representante da Monsanto do Brasil

O plantio em palhada e o corte
mecânico combatem a erosão e promovem melhor manejo de plantas daninhas de difícil controle no canavial,
como grama ceda, corda de viola, colonião e leiteiro.

Giuliano, Luis Tasso, Frederico, Pedro Esrael Bighetti, Antônio
Rizzi, Gustavo Nogueira, Lazinho e Danilo Saule

Também há o período de vazio sanitário, em que a soja é cultivada com
variedades resistentes a nematóides,
havendo uma redução da população
da classe meloidogyne (javanica e incognita - subclasse) e, além disso, o
custo operacional do plantio direto é

melhor que o convencional. As variedades disponíveis para este tipo de trabalho são as variedades M.Soy-7908,
resistente a dois tipos de nematóides,
sendo esta de ciclo médio e a M.Soy7211, resistente a incognita, sendo
esta de ciclo curto.

Agronegócios Copercana
chega à quinta edição
Da Redação

Feira exclusiva aos cooperados já tem data e local definidos

A

quinta edição do Agronegócios Copercana vai acontecer
nos dias 24,25 e 26 de junho,
com horário de funcionamento das 10
às 18 horas, no Clube de Campo Vale
do Sol – Rodovia Attílio Balbo, Km 331
– Sertãozinho, SP.
Mais de 60 expositores estarão presentes na feira que promete novidades
e um sistema facilitado de venda de insumos, máquinas e equipamentos. O
evento marca o encerramento do 1º semestre de 2009, período tradicional de
negócios para o setor canavieiro, principalmente na área de agroquímicos.
Apesar da crise que desde o início do
ano vem se alastrando pelo Brasil, os organizadores esperam bons resultados para
esta edição da feira. No ano passado, o
volume de negócios realizado foi excelente e superou as expectativas iniciais.

Neste ano a diretoria da Copercana
convida todos os cooperados a visitarem a feira que é uma vitrine de produtos e serviços para os produtores de
cana e grãos. “Vamos realizar o V Agro-

negócios Copercana com a certeza de
poder contar com a visita dos nossos
cooperados, que sempre prestigiaram
nossos eventos”, disse Pedro Esrael
Bighetti, diretor da Copercana.
Revista Canavieiros - Maio de 2009

11
Notícias
Canaoeste

Associados da Canaoeste
recebem Cartas de Solos e
Ambientes de Produção
Carla Rossini

N

o último dia 29 foi realizada, no
auditório da Canaoeste, a entrega dos mapas de Classificação dos Solos e Ambientes de Produção Edafoclimáticos para 21 produtores de cana associados. Juntos, eles
atingem área de 6.233 hectares que fazem parte da primeira etapa. No total,
serão 20.000 hectares entregues em
sequência até o final da safra 2009/2010.
A abertura do encontro foi realizada pelo gerente do Departamento Técnico, Gustavo de Almeida Nogueira,
que agradeceu a presença de todos e a
colaboração dos colegas da Canaoeste nos trabalhos efetuados. De acordo
com ele, em 2009 espera-se levantar
mais 13.000 ha de áreas de fornecedores filiados.
O líder regional do produto Carta
de Solos e Ambientes de Produção
Edafoclimáticos do CTC (Ribeirão Preto), José Geraldo, afirmou que as principais finalidades da carta de solos
dentro da cultura da cana-de-açúcar
são manejo de variedades, conservação e preparo de solos, cultivo, adubação, doses de herbicidas, época de
plantio e de colheita e sistematização
de talhões. Ele enfatizou a importância dessa ferramenta no processo de
tomada de decisão durante o planejamento agrícola.
A carta de solos é o produto final
do levantamento pedológico. Compõese de um mapa que apresenta a distribuição espacial dos solos e de um relatório que descreve as características
dos solos e as suas porcentagens de
ocorrência.
Os solos mapeados são agrupados
em ambientes de produção de cana-deaçúcar (Ex. A-II, B-II, C-II, D-II, EII e FII) considerando-se o potencial de pro12

Revista Canavieiros - Maio de 2009

dução de cada um deles. As letras (A,
B, ...) representam o potencial natural
dos solos e os algarismos romanos (I,
II, III...) referem-se à região climática em
que a propriedade mapeada se insere.
Portanto, a partir desta safra o planejamento das variedades de cana-deaçúcar será realizado com base nas informações de solo e clima, assim como
vem sendo desenvolvido e direcionado o programa de melhoramento genético do CTC. A tendência para os
próximos anos é que existam grupos
de variedades específicas por regiões
edafoclimáticas.

O líder regional, responsável pelo
Produto Muda Sadia, Rodrigo Mahlmann de Almeida, abordou sobre as
principais variedades CTC recomendadas para os tipos de solos da região de Ribeirão Preto, entre elas as
CTC7 e CTC9, para início de safra;
CTC4 e CTC2 para meio e CTC6 e
CTC15 para final de safra, destacando
suas principais características e ambientes de produção recomendadas. Almeida também enfatizou a produção
de mudas por meristemas na nova Biofábrica do CTC, que disponibilizará
mudas a todos os produtores que solicitarem, por meio da Canaoeste.

Latossolo: predominância
O Latossolo foi a classe de solo predominante dentre os solos mapeados
nesta safra (Tabela 1), e dentro desta classe, o Latossolo Vermelho distroférrico
textura argilosa se destacou. Esse solo é sempre argiloso tanto em superfície
quanto em subsuperfície e de média fertilidade, originários de rochas máficas (ex.
basalto) indicando seu elevado índice de ferro, são solos encontrados predominantemente em regiões planas a suave ondulada (Figura2).
“De acordo com a região edafoclimática encontrada, este solo pode ser considerado um solo de potencial médio-alto a muito alto, segundo os estudos desenvolvidos pelo CTC”, explicou José Geraldo.

Tabela 1. Classes de solos
mapeadas na Safra 08/09.
CLASSES DE SOLO
CAMBISSOLO HÁPLICO (CX)
GLEISSOLO HÁPLICO (GX)
LATOSSOLO AMARELO (LA)
LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO (LVA)
LATOSSOLO VERMELHO (LV)
LATOSSO VERMELHO FÉRRICO (LVf)
NITOSSOLO VERMELHO (NV)
NITOSSOLO VERMELHO FÉRRICO (NVf)
NITOSSOLO HÁPLICO (NX)
NEOSSOLO LITÓLICO (RL)
NEOSSOLO QUARTZARÊNICO (RQ)
TOTAL

ÁREA
ha
1,78
197,72
168,92
145,81
1.299,01
4.119,43
5,86
273,42
3,18
4,32
14,46
6.233,91

%
0,03
3,17
2,71
2,34
20,84
66,08
0,09
4,39
0,05
0,07
0,23
100,00
Notícias
Canaoeste

Fig. 1: Latossolo Vermelho distroférrico textura argilosa e sua alta atração magnética em função dos elevados índices de ferro.

Foram apresentados os potenciais produtivos das áreas mapeadas na safra 2008/2009, segundo os critérios do CTC,
onde verificou-se que os ambientes de produção edafoclimático mais representativo na safra 08/09 foram o “A-II/III” e “BII/
III” com 40,96 e 37,90% respectivamente (Figura 2).
Finalizando sua apresentação, o
Eng. Agrº José Geraldo, juntamente
com a equipe de Eng. Agrônomos da
Canaoeste, Danilo Fonseca, Sandro
e Tiago, que participaram e auxiliaram no mapeamento, entregaram aos
fornecedores a carta de solos juntamente com o mapa de ambiente (Figura 3 e 4) de produção edafoclimático de suas fazendas.
Para o engenheiro agrônomo
Oswaldo Alonso, “os valores da contribuição associativa que todos pagam
ao CTC são plenamente suplantados
pelo retorno de apenas estes dois produtos do CTC apresentados – a Carta
de solos e Muda sadia”.

Fig. 2: Distribuição dos Ambientes de Produção Edafoclimáticos

O gerente regional do CTC, Mauro Benedini, parabenizou a Canaoeste, que foi a associação filiada que
mais área mapeou, colocando diversos profissionais no projeto.

Fig. 3: Carta de solos e ambientes de produção edafoclimáticos.

O Eng. Agrônomos do CTC explicam as utilidades
e significados das cartas de solo
Revista Canavieiros - Maio de 2009

13
Notícias
Canaoeste

Netto Campello realiza
procedimento para
captação de órgãos
Carla Rossini

Pela primeira vez, o hospital realizou o procedimento que beneficiou no mínimo quatro pessoas
a madrugada de 24 de abril, o
Netto Campello Hospital e
Maternidade demonstrou mais
uma vez seu compromisso com a comunidade e com a responsabilidade
social. É que pela primeira vez foi realizado no hospital o procedimento para
a captação de órgãos de um doador.

N

Os nomes do doador e receptores não foram revelados, assim
como quais órgãos foram enviados
para transplante. Segundo Borges,
no mínimo quatro pessoas foram beneficiadas com o gesto de solidariedade da família do paciente, que
teve morte encefálica.

Segundo o médico responsável
pelo processo, Matheus Borges, “tão
importante quanto o fato da doação em
si, foi o desprendimento da diretoria do
Netto Campello para que o procedimento fosse realizado. Em nenhum momento o hospital se preocupou com os custos do processo, mas sim com o benefício que estava realizando”, garantiu.

A carência de doadores é ainda
um grande obstáculo para a efetivação dos transplantes no Brasil. Mas,
aos poucos, os profissionais ou cidadãos envolvidos com a transplantação, formal ou informalmente, vem
esclarecendo todo o processo, mostrando sua seriedade, transparência
e importância social.

Dr Matheus Borges

Como funciona o sistema de
captação de órgãos
1)Identificação do Potencial
Doador
Um potencial doador é o paciente que se encontra internado num
hospital, sob cuidados intensivos,
por injúria cerebral severa causada por acidente com traumatismo
craniano, derrame cerebral, tumor
e outros, com subsequente lesão irreversível do encéfalo.
2)Notificação
O hospital notifica a Central de
Transplantes sobre um paciente
com suspeita de morte encefálica
(potencial doador) e a Central de
Transplantes repassa a notificação
para uma OPO (Organização de
Procura de Órgão).
3) Avaliação
A OPO se dirige ao Hospital,
avalia o doador com base na his14

Revista Canavieiros - Maio de 2009

tória clínica, antecedentes médicos
e exames laboratoriais, a viabilidade dos órgãos bem como a sorologia para afastar a possibilidade de
doenças infecciosas, e testa a compatibilidade com prováveis receptores. A família é consultada sobre a doação.
4) Informação do Doador
Efetivo
Terminada a avaliação, quando
o doador é viável, a OPO informa
a Central de Transplantes e passa
as informações colhidas.
5) Seleção dos Receptores
A Central de Transplantes emite uma lista de receptores inscritos,
selecionados em seu cadastro técnico e compatíveis com o doador.
6) Identificação das Equipes
Transplantadoras

A Central de Transplantes informa as equipes transplantadoras sobre a existência do doador
e qual paciente receptor foi selecionado na lista única em que
todos são inscritos por uma equipe responsável pelo procedimento do transplante.
7) Retirada dos Órgãos
As equipes fazem a extração
no hospital (OPO) onde se encontra o doador, em centro cirúrgico, respeitando todas as técnicas de assepsia e preservação
dos órgãos. Terminado o procedimento, elas se dirigem aos hospitais para procederem à transplantação.
8) Liberação do Corpo
O corpo é entregue à família
condignamente recomposto.
Revista Canavieiros - Maio de 2009

15
Assuntos Legais

Código Florestal Federal
gerador de ilegalidades aos produtores
rurais ante a sua inadequação às
peculiaridades regionais do país.

É

pública e notória a disputa entre os setores dito ruralistas e
ambientalistas acerca das alterações na legislação ambiental nacional,
mormente no que diz respeito às áreas de
preservação permanente e reserva florestal legal, dispostas respectivamente nos
artigos 2º e 16, do Código Florestal (Lei
nº 4.771/65, alterados pela Medida Provisória nº 2166/67). Isso se deve em razão
da legislação atualmente vigente não levar em consideração o tamanho continental do país e, consequentemente, as
peculiaridades regionais.
A mesma norma que serve para determinar as áreas ambientalmente protegidas no Pará, não se aplica, certamente,
à realidade ambiental do Rio Grande do
Sul e outros Estados da Federação, visto
possuírem biomas, hidrografias, geografias e ocupações urbanas/rurais diferentes. Nesse sentido está o estudo apresentado pelo pesquisador Gustavo Curcio, da Embrapa, demonstrando que existem divergências até sobre as definições
de relevo, o que deve ser analisado caso
a caso e/ou definido por biomas, inclusive as Áreas de Preservação Permanentes (APP) e as áreas de Reserva Legal:
“eu tendo mais a achar que a divisão sobre isso deve ser feita por biomas, e não
por Estados”, defende Curcio. O mesmo
pesquisador afirma ainda que “caso o
atual Código Florestal Brasileiro estivesse realmente sendo aplicado, cerca de
71% da área do país deveriam estar preservadas com cobertura florestal” (Fonte: Mariana Jungmann/ Agência Brasil, in www.ambientebrasil.com.br de
30.04.2009).
O meio ambiente ecologicamente
equilibrado nada mais é do que a interação entre o ser humano e a natureza,
de forma ordenada e sustentavelmente
organizada, pois não existe nenhuma
atividade animal, incluída a humana,
que não degrade o meio ambiente, em
diferentes intensidades.
Porém, as incongruências da legislação ambiental federal, feita de forma

16

Revista Canavieiros - Maio de 2009

política e sem sustentáculo técnico a
lhe dar fundamento lógico - fato este,
aliás, incontestável por todos os técnicos e cientistas que estudam de forma
séria e imparcial a aplicação dessa legislação atualmente existente -, culminou recentemente com a promulgação
do Código Ambiental de Santa Catarina, sancionado dia 13 de abril de 2009.
Referido Código Ambiental elaborado pelo governo catarinense, descontente com a legislação federal, alterou
as metragens das áreas de preservação
permanente e os índices de reserva florestal legal, dentre outras coisas, de acordo com estudos técnicos fundados às
peculiaridades naturais daquele Estado.
Matéria disponibilizada no sítio eletrônico www.ambientebrasil.com.br, de 15/
04/2009, informou que o ministro do
Meio Ambiente, Carlos Minc, ameaçou
usar forças federais (IBAMA) contra
quem observasse o referido código estadual e desrespeitasse a legislação federal, com multas e prisões. O governador catarinense, Luiz Henrique da Silveira, contra-atacou e afirmou que as
forças estaduais (polícia) protegeriam as
instituições e os cidadãos daquele Estado contras as forças federais.
Após o clima beligerante entre ambos, o governador catarinense convidou o ministro Minc a visitar Santa Catarina: “Conhecendo a nossa realidade
e os prejuízos que a lei federal vem impondo à produção agropecuária catarinense, bem como a geração de emprego
e renda no campo, vossa excelência
aplaudirá o nosso código, que compatibiliza o desenvolvimento com proteção
ambiental” (www.ambientebrasil.com.br,
de 15/04/2009).
Paralelamente a isso, os Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura
estão estudando propostas de alteração do Código Florestal, como a compensação das reservas florestais em
outras bacias hidrográficas, a permissão de atividades agropecuárias em
APPs (Áreas de Preservação Perma-

nente) já consolidadas (topos de
morro, encostas e
várzeas), uma vez
que nas várzeas,
existem plantações
de arroz; nas encostas, plantações
de frutas; em Minas Gerais, plantaJuliano Bortoloti - Advogado
ções de café que
Departamento Jurídico Canaoeste
garantem ao Estado a condição de
maior produtor nacional do grão”, pois,
pela lei, essa produção atualmente é ilegal, mas todas são plantações que não
trazem problemas ao meio ambiente
(Fonte: Lúcia Norcio/ Agência Brasil, in www.ambientebrasil.com.br, de
27/04/2009).
De acordo com o ministro Stephanes, da Agricultura, “se o agricultor tem
que fazer a reserva legal, mas não tem
condições de providenciar isso na propriedade, deveria ter permissão para
plantar, como compensação, em outro
local, até mesmo em outro Estado.
“Isso se aplica muito ao Paraná, que
é um Estado ambientalmente correto. No
entanto, seria preciso sacrificar 4 milhões
de hectares para atender as necessidades do Código Florestal. O que preocupa é que milhares de pequenos agricultores perderiam a capacidade de produção, além de uns 15 milhões de toneladas
de produtos” (Fonte: Lúcia Norcio Agência Brasil, in www.ambientebrasil.com.br,
de 27/04/2009).
Já a senadora Kátia Abreu (DEMTO), que também é presidente da CNA
(Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), afirmou na audiência pública de todas as comissões permanentes do Senado, ocorrida no dia 29/04/
2009, que a insegurança jurídica gerada por sucessivas mudanças no Código Florestal Brasileiro “jogou os produtores na ilegalidade”, uma vez que o
código “já foi alterado em 11 legislações, em 60 itens diferentes” (Fonte:
Assuntos Legais
Mariana Jungmann/ Agência Brasil,
in www.ambientebrasil.com.br de
30.04.2009).
Em decorrência disso, alguns Estados estão estudando a possibilidade de
seguir o exemplo de Santa Catarina, tal
como o governo do Estado de São Paulo, conforme afirmação feita no dia 28 de
abril de 2009, pelo secretário de Agricultura e Abastecimento, João de Almeida
Sampaio Filho, na cidade de Ribeirão Preto, onde participou de uma feria de agronegócios (Agrishow). Sampaio disse, na
oportunidade, que ele e o secretário de
Meio Ambiente, Xico Graziano, têm
acompanhado de perto as negociações
sobre a mudança do Código Florestal
em Brasília. “Achamos que esse é o caminho mais sensato nesse momento.
Mas a aprovação em Santa Catarina foi
um fato novo e importantíssimo, que
precisa ser bem avaliado. Se, eventualmente, a questão não evoluir em Brasília, pode ser uma opção a se negociar
também em São Paulo” (fonte: Estadão
Online, in www.ambientebrasil.com.br,
de 29/04/2009).
Na matéria disposta no sítio eletrônico ambientebrasil.com.br, de 29/04/
2009, Sampaio defende a utilização das
APPs no cômputo da reserva florestal
legal e que, para aquele Estado, não se

ultrapasse a percentagem de 20% da
propriedade rural. “Hoje, o produtor
tem a obrigação de preservar 20% da
propriedade como área de reserva legal. Fazendas que possuem, por exemplo, mais 10% de Área de Proteção Permanente ficam com 30% do espaço inviável para a produção.”
Ainda, na mesma matéria, o secretário Sampaio disse que a expansão
agropecuária em São Paulo terminou
nos anos 1970 e que a área de florestas
até cresceu nos últimos anos. “Mas
temos de ter bom senso. Se fôssemos
cumprir o que está na Medida Provisória 2.166, que hoje rege a questão ambiental e florestal, São Paulo perderia 3,5
milhões de hectares de produção. Não
sei nem quantos bilhões de reais e
quantas centenas de milhares de empregos seriam perdidos. Não podemos
nos dar esse luxo”, afirmou. “A questão ambiental deve ser priorizada, mas
com racionalidade.”
Recentemente, assisti em um telejornal que ONGs ambientalistas, juntamente com alguns artistas televisivos,
bem como em companhia da combativa ex-senadora Heloisa Helena, protestavam no Senado Federal contra as discussões de alteração do Código Florestal, pois, no seu entender, isso pre-

Consecana

judicaria a Amazônia, no que é até compreensível, porém, preocupante.
Preocupante porque não podemos
esquecer que a discussão não se restringe apenas à Amazônia, mas também ao resto do país e aos demais
Estados e biomas. O que ocorreu ao
longo das 67 (sessenta e sete) reedições da Medida Provisórias nº 2.166/
67, que alterou o Código Florestal, foi
exatamente isso, pois discutiu-se e alterou-se única e exclusivamente normas para a Amazônia, sem levar em
consideração que a legislação atingiria também as demais regiões do país
e, por conta dessa omissão, estas estão hoje na ilegalidade.
Portanto, para não se cometer os
mesmos erros, é necessário “separar o
joio do trigo”, criando-se e alterandose normas ambientais federais, que serão de caráter geral, deixando os Estados legislarem sobre o meio ambiente,
de acordo com as suas peculiaridades
regionais de fauna, flora, geografia, hidrologia, relevo e ocupação do solo. O
QUE NÃO SE PODE MAIS PERMITIR
É SE LEGISLAR ÚNICA E EXCLUSIVEMENTE PARA UMA REGIÃO E,
ESTA LEGISLAÇÃO, SERVIR PARA
TODO O RESTO DO “CONTINENTE
BRASIL”.
CIRCULAR Nº 04/09
DATA: 30 de Abril de 2009

Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de ABRIL de 2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de ABRIL, referente à Safra 2009/2010, é
de R$ 0,2978.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, no mês de ABRIL, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado
externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao
mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos no mês de ABRIL, calculados com base nas
informações contidas na Circular 01/09, são os seguintes:

Média do mês de abril = R$ 0,2978/kg de ATR
Revista Canavieiros - Maio de 2009

17
Notícias
Cocred
Balancete Mensal
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho BALANCETE - MARÇO/2009
Valores em Reais

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Revista Canavieiros - Maio de 2009
Revista Canavieiros - Maio de 2009

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Reportagem de Capa

Aposta nos pequeno
Carla Rodrigues

Sem os grandes fabricantes na Agrishow deste ano, empresas apostaram nas máquinas
e equipamentos voltados aos produtores de menor porte

A

ausência dos grandes fabricantes de máquinas e equipamentos na Agrishow deste
ano abriu uma janela para as empresas menores que, por sua vez, apostam em soluções para os pequenos e
médios produtores. Muitas fizeram até
demonstrações de campo para promover seus produtos voltados à cultura
da cana-de-açúcar.
A Civemasa, por exemplo, apresentou sua plantadora automática de cana
picada. De acordo com José Luiz Bortolucci e Eduardo Schiabel, encarregado administrativo e agente de negócios, respectivamente, a máquina em uma
única passada pela área de plantação
abre o suco, joga adubo, cana, defensivo, inseticida e faz a cobertura da
cana. “Para fazer tudo o que a plantadora faz, seria necessária a participação de trinta pessoas”, esclareceram
José Luiz e Eduardo.
Outra empresa que apostou nas demonstrações de campo foi a Tatu Marchesan, que apresentou seu arado subsolador com desarme automático. O
arado subsolador serve para descompactar o solo, permitir uma maior infiltração e evitar a erosão, ou seja, ele vai
identificar a camada compactada para
poder trabalhar de acordo com essa
profundidade.
A Colhicana CM-20

Plantadora Automática
de Cana Picada

Para José Florivaldo Otrente, que
atua na área de pós-vendas da Tatu,
esse implemento pode ser usado por
qualquer produtor rural, desde que tenha um bom trator. “A utilização desta
máquina independe do tamanho da área
a ser trabalhada, pode ser desde pequeno a grande produtor e o custo dela
varia com a necessidade da potência
do trator”, explicou José Florivaldo.
José Florivaldo Otrente apresenta o Arado Subsolador

A Menta Mit esteve na feira para
expor sua colhedora de cana Colhicana CM-20, destacando ser a única no
mundo, segundo a empresa, voltada
para este público, que pode variar do
pequeno ao grande produtor.

Essa máquina colhe a cana crua ou
queimada, joga no transbordo e já entrega a cana picada. Ela chega a colher de 20
a 40 toneladas por hectare com toletes
de cana de 20 a 24 centímetros, para engenhos e usinas de açúcar e álcool.
“A Colhicana CM-20 tem um valor
cinco vezes inferior e seu rendimento é
excelente. Além disso, na entressafra,
o produtor pode desocupar o trator e
utilizá-lo em outro tipo de trabalho”, comentou Luciano Menta, diretor comercial da empresa.
A Antoniosi aproveitou para expor
o transbordo ATA 10500. Com uma capacidade volumétrica de 24 m3 , a máquina pode transportar uma carga alta,
facilitando o trabalho do produtor em
carregar a cana picada até a usina.

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Revista Canavieiros - Maio de 2009
Reportagem de Capa

os e médios
O consultor técnico de vendas da
Antoniosi, Alvaro Amorim, e o consultor técnico comercial, Francisco
Lopes, estão animados com os bons
frutos que a feira pode gerar. “A
Agrishow nos proporcionou uma expectativa muito boa este ano. Já temos alguns clientes que estão conosco e sempre procuram por novas informações”, contam.
Consultor técnico de vendas da Antoniosi, Alvaro
Amorim, o consultor técnico comercial, Francisco
Lopes e Paulo Rodriguês, técnico

Nilson Patias, do departamento comercial da Metalfor

A Metalfor também demonstrou as
inovações de seu pulverizador Multiple 2.500 AB. Segundo Nilson Patias,
do departamento comercial da Metalfor, a máquina foi criada para atender ao
serviço de pulverização em áreas acima
de 800 hectares e também trouxe novidade em relação ao tamanho do pneu.
“Antes era 36, agora temos o tamanho 46, para ser usada também por produtores que trabalham com milho, já que
a soja é mais baixa”, explicou Patias.
Além disso, a Multiple 2.500 possui um
sistema de carga de água com incorporador de produto, sistema de tríplice lavagem com água 100% limpa e um diferencial na parte de transmissão.
Avião a álcool: Além de todas essas novidades, quem esteve presen-

te na feira também pôde ver as exibições do avião Ipanema, movido a álcool, apresentado pela Embraer. Ele é
comercializado pela Neiva, subsidiária integral da Embraer, localizada em
Botucatu-SP.
Hoje o mercado de aviação agrícola brasileiro é o segundo maior do mundo, sendo 75% do modelo Ipanema.
De acordo com Fábio Bertoldi Carretto, gerente comercial da Embraer, a capacidade operacional é 7% mais eficiente que o motor a gasolina, tem um
custo três vezes menor e um impacto
bastante reduzido sobre o meio ambiente.
Sua função principal é a pulverização de defensivos, mas pode ir além,
como no combate a incêndios, a vetores e larvas e nucleação de nuvens.
O Ipanema lidera a lista de vendas
em seu segmento, somente em 2008 foram entregues 32 aeronaves e este ano
a meta a ser alcançada é a mesma. “Apesar do cenário que o mundo está vivendo com a restrição de crédito, nós
temos a expectativa de entregar em
2009 de 28 a 30 aeronaves”, destacou
Fábio Carretto.

Negócios atingiram
R$ 680 milhões
José Luiz Bortolucci e Eduardo Schiabel, encarregado
administrativo e agente de negócios

Fábio Bertoldi Carretto, gerente comercial da Embraer

A 16ª edição da Agrishow, realizada de 27 de abril a 2 de maio, gerou R$
680 milhões em negócios, resultado
abaixo dos R$ 870 milhões estimados
pelos organizadores. O público visitante foi de aproximadamente 120 mil pessoas, sendo 2,5 mil estrangeiros.
Para o presidente da Agrishow, Cesário Ramalho, os números alcançados na feira são muito expressivos se
comparados à atual situação do mercado nacional e internacional. “Tanto
o volume de negociações geradas na
feira quanto o número de visitantes
foram condizentes com a realidade atual”, afirmou.

Segundo dados da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o faturamento e as exportações de máquinas e implementos agrícolas caíram 44% no primeiro trimestre.
“A feira reúne todos os setores
do agronegócio, por isso se tornou
um termômetro do segmento, oferecendo as diretrizes do que é preciso
fazer”, enfatizou.
A próxima realização da feira está
agendada para o período de 26 de
abril a 1º de maio de 2010, em Ribeirão Preto/SP.
Revista Canavieiros - Maio de 2009

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22

Revista Canavieiros - Maio de 2009
Revista Canavieiros - Maio de 2009

23
Destaque

Saem primeiras
estimativas para a
safra 2009/10
Da Redação

Unica, Canaplan, Datagro, IEA e Conab preveem aumento na produção

O

Centro-Sul do Brasil deverá
produzir na safra 2009/10, 550
milhões de toneladas de
cana, de acordo com a estimativa divulgada pela Unica no último dia 29.
Em relação à safra anterior, a produção será 8,9% maior do que as 505
milhões/toneladas processadas. No
entanto, o crescimento será em menor escala: enquanto na safra 2008/
09 o crescimento foi de 74 milhões/
ton em relação à safra anterior, o incremento agora poderá chegar a 45
milhões/ton.
O “mix” de produção deverá ficar
em torno de 42,1% da matéria-prima
destinada à produção de açúcar, contra os 39,5% verificados na safra
2008/09. Esse crescimento é sustentado pelo déficit mundial de açúcar,
provocado por quebras significativas de safras em importantes países
produtores, como a Índia.
A produção de açúcar deverá
crescer 16,6%, passando das 26,7
milhões de toneladas da safra 2008/
09 para 31,2 milhões de toneladas. A
produção de etanol também deve
crescer em 4,7%: devem ser produzidos 26,3 bilhões de litros, divididos
em 19,3 bilhões para o etanol hidratado e 7 bilhões para o anidro. Na
safra anterior, a região Centro-Sul
produziu 25,1 bilhões de litros.
Em relação ao mercado externo,
os embarques de etanol devem sofrer queda de 15,3%. A região Centro-Sul deve exportar 3,60 bilhões de
litros, contra 4,25 bilhões na safra
passada. Já as vendas de açúcar devem crescer 22,6%, passando de 17,6
milhões de toneladas para 21,7 milhões/ton.

24

Revista Canavieiros - Maio de 2009

Ainda de acordo com a Unica,
apesar da expectativa de moagem de
550 milhões de toneladas no CentroSul, esse número poderá não ser alcançado em função de dois fatores
principais: o atraso no início da moagem, em muitos casos devido a problemas financeiros que podem obrigar algumas usinas a postergar o iní-

cio de suas atividades, ou uma redução no volume de cana colhida causado por proibições temporárias da
queima da palha de cana, que impedem o corte manual.
Essas proibições resultam de
ações civis públicas em alguns municípios, particularmente no Estado
Destaque
de São Paulo – ações que, em todos
os casos até aqui, vem sendo revertidas pelo judiciário. Condições climáticas também poderão influenciar
o total da moagem da nova safra.
Mesmo com as previsões meteorológicas apontando para um inverno
mais seco, a expectativa para o início
de primavera é de chuvas normais, o
que poderá encurtar o período favorável à colheita.
Datagro: A safra no Centro-Sul
do Brasil pode atingir um recorde de
535 milhões de toneladas, de acordo
com a estimativa de abril da Datagro.
A produção de açúcar deve chegar a
31,1 milhões/ton e as exportações
foram estimadas em 21,8 milhões de
toneladas. A produção de etanol do
Centro-Sul em 2009/10 deve totalizar
25,5 bilhões de litros, enquanto as
exportações podem cair para 3,8 bilhões de litros.
Canaplan: Segundo as previsões
divulgadas em abril, a região Centro-

Sul deve moer entre 543,3 milhões e
558,83 milhões de toneladas. A produção de açúcar deve variar de 31,04
milhões/ton a 32,86 milhões/ton. Já a
produção de álcool ficará em um intervalo de 25,23 bilhões a 26,72 bilhões de litros.
Conab – a safra brasileira está estimada de 622,03 a 633,72 milhões de
toneladas de cana-de-açúcar, de acordo com o primeiro levantamento divulgado pela Conab no dia 30. O volume é o maior alcançado até agora e
oscila entre 8,6% e 10,7%, quando
comparado as 572,57 milhões de toneladas de 2008.
Um dos fatores desse crescimento são as 28 milhões de toneladas de
cana madura remanescentes da safra
de 2008 e que serão moídas neste período. Outro motivo para este incremento é a ampliação de 9,9% da área
plantada, consequência da entrada
em produção de aproximadamente 25
novas usinas. Até o ano passado, os

canaviais destinados à indústria sucroalcooleira ocupavam 7,08 milhões
de hectares e agora chegam a 7,79
milhões de hectares
A quantidade destinada à fabricação de açúcar poderá crescer até
17%, enquanto para o etanol o aumento é de até 7,7%. Com esta perspectiva, o Brasil vai produzir entre
36,42 e 37,91 milhões de toneladas
de açúcar e entre 27,78 e 28,60 bilhões
de litros de álcool.
IEA: Levantamento realizado em fevereiro pela Secretaria de Agricultura
e Abastecimento do Estado de São
Paulo, por meio do IEA (Instituto de
Economia Agrícola) mostra que a área
plantada no Estado de São Paulo reduziu em apenas 0,2%, ficando em 5,37
milhões de hectares, com a produção
2,2% maior que a safra passada (de 391
milhões de toneladas), devendo totalizar 400,5 milhões de toneladas, pois
não há indícios de oscilações significativas na produtividade (0,1%).

Revista Canavieiros - Maio de 2009

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Informações Setoriais

CHUVAS DE MARÇO
e Prognósticos Climáticos
e Prognósticos Climáticos
No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de ABRIL de 2009.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

Nas médias das observações
(última linha), as chuvas de
ABRIL deste ano foram iguais a
da média histórica. Acima das
respectivas normais climáticas, ficaram as chuvas anotadas em Dumont-Algodoeira Donegá, Terra Roxa-Faz Santa Rita
e em Morro Agudo-Usina MB; enquanto que, em Barretos-Casa da Agricultura, Pitangueiras-CFM e Usina Ibirá, as
chuvas foram bem inferiores às respectivas médias.
Mapa 1: Água Disponível no Solo entre 16 a 19 de ABRIL de 2009.
O Mapa 1, acima, mostra claramente que o índice de Água Disponível no
Solo, a 50cm de profundidade, no período de 16 a 19 de ABRIL, apresentavase como médio a crítico na região Oeste do Estado de São Paulo e de Sorocaba. Por outro lado, na faixa São José
do Rio Preto, Ribeirão-Preto e Pirassununga o solo mostrava-se com alto índice de umidade.

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26

Revista Canavieiros - Maio de 2009
Revista Canavieiros - Maio de 2009

ÁGUA, usar s
ÁGUA, usar s

Protejam e preservem as n
Protejam e preservem as n
Informações Setoriais
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de ABRIL de 2008.

de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais para os meses de
maio a julho.
Embora mostrando sinais de enfraquecimento, a longa estiagem no Sul do Brasil e
as intensas chuvas nas Regiões Norte e
Nordeste, ainda se devem ao efeito La Niña.
· Na Região Centro Sul, a temperatura
média deverá ficar em torno da normalidade
climática;
· Quanto às chuvas para os meses de
maio a julho, prevê-se que estas poderão
“ficar” próximas às médias históricas nas
Regiões Centro-Oeste e Sudeste, como também no Estado do Paraná;
· Como referência de chuvas na região:as médias históricas, pelo Centro Apta-IAC
- Ribeirão Preto, são de 55mm em maio, 25mm
em junho e 20mm em julho.

Mapa 3: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, ao final de
ABRIL de 2009.

O Mapa 2 - ABRIL de 2008 - mostra que a Disponibilidade Hídrica do Solo
encontrava-se crítica na faixa Norte do estado, excetuando-se o extremo
noroeste. Ao final de ABRIL de 2009 (Mapa 3), acentuou-se a baixa e até
crítica Disponibilidade Hídrica do Solo na Região Centro Oeste do Estado,
que se observou em meados de abril (Vide Mapa 1), estendendo-se até as
regiões de Piracicaba e Sorocaba.
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático consensuado entre INMET-Instituto Nacional

sem abusar !
sem abusar !

nascentes e cursos d’água.
nascentes e cursos d’água.

Mapa 4:- Prognósticos de chuvas para
a Região Centro Sul, pelo Consórcio INMET
e INPE, no trimestre maio a julho (idêntico
ao trimestres fevereiro-abril e março-maio),
onde azul corresponde a normalidade climática e, em amarelo, ligeiramente abaixo da
média. Elaboração CANAOESTE.

A SOMAR Meteorologia, com a qual a
CANAOESTE mantém convênio, elaborou
prognóstico climático assinalando que, pela
neutralidade dos fenômenos La Niña e El
Niño, a probabilidade é a de que as somas
das chuvas entre maio/julho, (pelo
menos)na região de abrangência da CANAOESTE, poderão ser próximas às respectivas médias históricas.
Neste início de safra, evitem dúvidas
quanto aos tratos mecânicos e químicos de
soqueiras, consultem os Técnicos CANAOESTE.

Revista Canavieiros - Maio de 2009
Revista Canavieiros - Maio de 2009

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27
Artigo Técnico

Contrato de fornecimento
Contrato de fornecimento
de cana-de-açúcar
de cana-de-açúcar
Cleber Moraes, consultor da CANAOESTE
e M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda

I

nicialmente precisamos entender os
princípios que norteiam a Metodologia CONSECANA-SP. Ela é bem
simples. O faturamento líquido obtido
pela unidade industrial com açúcar e
álcool é dividido entre o produtor e a
usina proporcionalmente aos custos de
produção de cada um. Assim a metodologia CONSECANA-SP busca apurar qual o faturamento líquido da usina
com cada um destes produtos a partir
dos preços levantado pela ESALQ/CEPEA, aplica a participação do produtor, que é de 59,5% para o açúcar e 62,1%
para o álcool, converte em ATR (Açúcar Total Recuperável) e pondera os
preços dos diversos mercados e produtos. Tem-se, então, o preço do ATR,
que será multiplicado pela quantidade
de ATR fornecida pelo produtor.
Para tratarmos sobre o assunto proposto, qual seja a celebração de um
Contrato de Fornecimento de Cana, a
pergunta inicial de todo produtor de
cana-de-açúcar é: qual a necessidade
que tenho de fazer um contrato de fornecimento de cana-de-açúcar?
Nas regiões mais tradicionais de
produção de cana-de-açúcar, essa pergunta surge, pois, muitas vezes, o produtor pretende ter liberdade de negociar sua matéria-prima com mais de uma
unidade industrial. Entretanto, essa
disponibilidade também tem sua outra
fase: a dificuldade em encontrar uma
unidade industrial para processar sua
cana em anos de abundância de matéria-prima, mas talvez esse não seja ainda o ponto mais importante. Vejamos:
É necessário esclarecer que não há
a obrigatoriedade de fazer-se um contrato de um ciclo completo ou vários
anos. É aconselhável, mas não é obrigatório. Portanto, o contrato pode ser
para apenas uma safra.
Aliás, é importante que o produtor
tenha em mente que a compra e venda
de cana-de-açúcar em todo o país é livre e as partes negociam da forma que
28

Revista Canavieiros - Maio de 2009

melhor lhes convenha. Nada no Modelo CONSECANA-SP é obrigatório até
que seja colocado em contrato. Repitase que é necessário um acordo e não
uma imposição. Ou seja, em contrato é
possível a modificação de qualquer
norma ou sugestão do CONSECANASP, mas, novamente, não é aconselhável, pois o Sistema de Pagamento de
Cana proposto pelo CONSECANA-SP
tem um equilíbrio em todas as suas fórmulas, participações do produtor nos
produtos finais e percentuais de adiantamento e ajustes. É preciso que o
produtor esteja atento a cada uma das
cláusulas do contrato, em especial se a
minuta (primeiro esboço do contrato)
parte da compradora, ou seja, da unidade industrial. Sem um contrato não
se pode garantir a aplicabilidade das
normas do CONSECANA-SP.
Sabendo da necessidade de ter-se
um contrato, o CONSECANA-SP, em
seu Anexo III, descreve as Regras Contratuais Mínimas que devem ser seguidas para ter-se o contrato dentro das
normas do CONSECANA-SP.
Mas, antes de entrarmos especificamente na elaboração do Contrato de Fornecimento de Cana é importante que os
seguintes documentos estejam em mãos:
· Matrícula: ler a matrícula e todas as pendências existentes;
· Cópia autenticada para todas
as pessoas físicas envolvidas, inclusive testemunhas e diretores das empresas de:
o Documentos e
o Comprovantes de residência.
· Contrato social das pessoas
jurídicas envolvidas:
o Observar quem pode ser seus representantes legais e quantos devem
assinar;
o Solicitar Ficha de Breve Relato
junto à JUCESP.
· Licenciamento ambiental e
cumprimento da legislação ambiental,
onde haja exigência:

o APP – Áreas de
Preservação Permanente;
o Reserva Legal;
o Averbações
em matrículas.
· Mapa
existente da
propriedade:
o Se possível medir área antes de
assinar o contrato;
o Tornar o mapa um anexo do contrato, indicando talhões de onde sairá
a cana a ser fornecida no contrato.
Faremos algumas observações de
problemas vividos ou que chegaram ao
nosso conhecimento e que justificam a
necessidade da documentação acima:
· Quanto às matrículas: nas matrículas das propriedades devem ser
registradas garantias que recaiam sobre a propriedade e a produção. Disso
decorre a necessidade de se conhecer
se não há pendências sobre a cana a
ser adquirida;
· Quanto ao documento das
pessoas físicas: é comum que nomes e
números de documentos sejam grafados de forma errônea, o que dificulta a
proposição de ações no judiciário e até
a localização das partes e das testemunhas por erros gráficos;
· Quanto ao contrato social de
pessoas jurídicas: é comum que mais de
uma pessoa física tenha que assinar um
documento para que a pessoa jurídica
esteja representada perante o Judiciário;
· Quanto ao licenciamento ambiental: esta documentação é importante para se evitar discussões de responsabilidades se houver o embargo por
parte de órgão ambiental na retirada da
matéria-prima;
· Quanto ao mapa: é comum que
o produtor, não definindo exatamente
quais talhões estão designados para
um contrato, fique obrigado a fornecer
à mesma unidade industrial canas que
ele pretendia fornecer a outra unidade.
Artigo Técnico
Falando mais especificamente do
contrato, cumpre-se ressaltar que é importante que o conteúdo que será descrito a seguir esteja todo ele no contrato, não necessariamente na ordem que
se apresenta. Contudo, facilita bastante a leitura do contrato, caso esteja na
ordem que será proposta. Com uma finalidade mais didática, as Regras Contratuais Mínimas estabelecem a seguinte divisão de Cláusulas do Contrato de
Fornecimento de Cana-de-Açúcar:
I. Nome e Qualificação das Partes;
II. Preâmbulo;

III. Objeto;
IV. Prazo de Vigência;
V. Apuração da Qualidade da
Cana Entregue;
VI. Preço;
VII. Adiantamento Contra a Entrega de Cana;
VIII. Adiantamento no Período entre o
Final da Moagem e o Final do Ano-Safra;
IX. Liquidação ao Final da Safra;
X. Retenção;
XI. Conciliação.
Passaremos a discutir cada parte do
contrato.

I. Nome e Qualificação
das Partes:
O manual do CONSECANA-SP propõe o seguinte texto:
“Pelo presente instrumento particular de contrato de compra e venda:
de um lado: (qualificação completa do fornecedor), de ora em diante
designado VENDEDOR; e
de outro lado: (qualificação completa da unidade industrial), de ora em
diante denominada COMPRADORA.”
Sugerimos que, para qualificar pessoas físicas e jurídicas seja utilizado o
seguinte formato:
Pessoa Física: NOME, portador do
CPF/MF sob n°. NÚMERO e R.G. n°.

NÚMERO, NACIONALIDADE, ESTADO CIVIL, PROFISSÃO, residentes e
domiciliados à LOGRADOURO, No.
NÚMERO , MUNICÍPIO-ESTADO,
CEP NÚMERO.
Pessoa Jurídica: NOME DA EMPRESA, sociedade empresária inscrita no CNPJ/MF sob n°. NÚMERO com
sede à LOGRADOURO, No. NÚMERO, MUNICÍPIO-ESTADO, CEP NÚMERO com estabelecimento filial localizado à LOGRADOURO, No. NÚMERO, MUNICÍPIO-ESTADO, CEP
NÚMERO, neste ato representada,
conforme seu contrato social, por
seu(s) diretor(es) NOMES E TODOS
OS DADOS DE PESSOA FÍSICA,
conforme acima.

II. Preâmbulo:
Nesse item o Manual do CONSECANA-SP propõe o seguinte texto:
“Considerando que:
1 - O Conselho dos Produtores de
Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do
Estado de São Paulo – CONSECANASP deve zelar pelo relacionamento dos
integrantes da cadeia produtiva da
agroindústria canavieira do Estado
de São Paulo;
2 - Há necessidade de assessoramento à conduta dos vendedores de
cana, de um lado, e dos produtores de
açúcar e álcool, de outro, reciprocamente considerados, decorrente das
características e peculiaridades de

seus negócios;
3 - O CONSECANA-SP age com o
fito de aperfeiçoar a parceria que deve
existir entre vendedores de cana e produtores de açúcar e álcool;
4. O CONSECANA-SP busca apurar e transmitir informações atualizadas para os integrantes do sistema,
tanto em relação à qualidade da cana
como ao preço dos produtos finais
derivados desta;
5. O CONSECANA-SP define, por
meio de seu Regulamento, uma série
de normas para a consecução dos fins
acima referidos têm entre si justo e
contratado o quanto segue:”

III. Objeto:
O texto em itálico é proposição do
CONSECANA-SP e o texto em negrito
e entre parênteses são nossas observações, onde chamamos a atenção do
produtor para questões relevantes.
“Cláusula (...) – Pelo presente instrumento particular e na melhor forma de direito, o VENDEDOR vende e
a COMPRADORA compra (...) toneladas de cana-de-açúcar, produzidas no
Fundo Agrícola (nome do Fundo Agrícola), situado na (endereço do Fundo Agrícola), município de (nome do
município). (Será apresentada nova redação a seguir)
Parágrafo 1º - O VENDEDOR entregará a cana na esteira da COMPRADORA. (Atentar para quem fará a
colheita)
Parágrafo 2º - A entrega efetuarse-á durante todo o período de moagem (se a unidade industrial for realizar a colheita, definir quantidades
mensais e multas ou compensações
pelo não cumprimento) da COMPRADORA, conforme cronograma elaborado, na proporção de sua cana total
processada.
Parágrafo 3º - Será admitida a
variação de até (...)% da quantidade
contratada de cana-de-açúcar, quer
a menor, quer a maior do cronograma
previsto no Parágrafo 4º - As despesas referentes à entrega da cana até a
esteira da COMPRADORA serão suportadas pelo VENDEDOR.”
Sugerimos que o corpo principal do
texto que define o objeto do contrato
seja o seguinte:
Cláusula (...) – Pelo presente instrumento particular e na melhor forma
de direito, o VENDEDOR vende e a
COMPRADORA compra QUANTIDADE DE CANA toneladas de cana-deaçúcar, produzidas no Fundo Agrícola
NOME DO FUNDO AGRÍCOLA, situado na ENDEREÇO DO FUNDO AGRÍCOLA, município de NOME DO MUNICÍPIO, na comarca de NOME DA
COMARCA, contendo a área de ÁREA
alqueires, equivalentes a ÁREA hectares de terras, registrada no Cartório de
Registro de Imóveis da Comarca sob
n°. NÚMERO, cadastrada junto ao INCRA sob n° NÚMERO, de onde se destaca uma área de ÁREA alqueires, equiRevista Canavieiros - Maio de 2009

29
Artigo Técnico
valentes a ÁREA hectares de terras,
cujo mapa geo-referenciado é parte integrante deste contrato.
Sugerimos também que seja acrescentado o parágrafo quarto, como a seguir:
Parágrafo 4º - Não fazem parte deste

contrato as demais áreas da propriedade
que não estejam discriminadas neste mapa.
É importante que seja determinado
o período em que cada gleba (conjunto
de talhões) seja colhida conforme o
perfil varietal da área e multas para o

não cumprimento destes períodos. Não
é raro nos deparar com situações em
que a colheita ficou por conta da unidade industrial e as canas foram colhidas em épocas inapropriadas, ocasionando sérias perdas ao produtor.

IV. Prazo de Vigência:
A redação proposta pelo CONSECANA-SP é a seguinte:
“Cláusula (...) – O prazo de vigência do presente contrato é de

(...) anos.”
Sugerimos que o produtor acrescente o seguinte parágrafo:
Parágrafo Único – Podendo ser

prorrogado por mais QUANTIDADE
DE ANOS anos dependendo da viabilidade do canavial a critério exclusivo
do VENDEDOR.

V. Apuração da Qualidade da Cana
Entregue:
O texto proposto pelo CONSECANA-SP é a seguinte:
“Cláusula (...) – A qualidade da
cana-de-açúcar entregue pelo
VENDEDOR será apurada pela
COMPRADORA, conforme o dispos-

to no Regulamento do CONSECANA-SP, que as partes declaram conhecer e respeitar.”
É necessário que o produtor fique atento à inclusão no contrato de
equipamento não homologado pelo

CONSECANA-SP. Se um equipamento não foi homologado, ele pode
não estar adequado às normas do
CONSECANA-SP e resultar em prejuízo para o produtor ou mesmo para
a unidade industrial.

conhecer e respeitar.
Parágrafo único - O preço será
determinado com base:
I – No mix de produção e de comercialização da COMPRADORA
durante a safra terminada;
II – Nos preços médios finais do
kg de ATR dos produtos que com-

põem o mix de comercialização do
Estado de São Paulo, a serem divulgados pelo CONSECANA-SP até o
dia 10 do mês subsequente ao término do ano-safra;
III – Na quantificação total de
ATR entregue pelo produtor de canade-açúcar.”

VI. Preço:
Para determinação do preço o Anexo III do CONSECANA-SP propõe:
“Cláusula (...) – O preço devido
pela COMPRADORA ao VENDEDOR
é aquele apurado ao final do anosafra, a partir da metodologia estabelecida no Regulamento do CONSECANA-SP, que as partes declaram

VII. Adiantamento Contra a Entrega
de Cana:
O texto proposto para o Adiantamento contra a Entrega de Cana, isto é,
aquele adiantamento que ocorre no período de moagem da unidade industrial, é o seguinte:
“Cláusula (...) – A COMPRADORA
pagará ao VENDEDOR, a título de adiantamento, no dia (...) do mês subsequente
ao da entrega da cana (...) % do valor de
faturamento da Nota Fiscal de Entrada,
calculado em função da quantificação

de ATR do produtor e do preço médio do
kg do ATR divulgado pelo CONSECANA-SP para o mês da entrega.
Ou, opcionalmente:
Cláusula (...) – A COMPRADORA
pagará ao VENDEDOR, a título de adiantamento, no dia (...) do mês subsequente ao da entrega da cana, R$.(...) por
tonelada de cana-de-açúcar entregue.”
É importante saber-se que a participação do produtor, que é de 59,5%

para o açúcar e 62,1% para o álcool,
tem como premissa um adiantamento
durante o período de moagem de 80%.
Por isso, a Circular 02/06 sugere que o
adiantamento do período de moagem
seja de 80%. Cumpre ressaltar que a
palavra “sugere” foi usada porque na
metodologia CONSECANA-SP nada é
obrigatório e não há sentido em dizer
que é obrigatório, pois tudo depende
de um acordo entre as partes.

VIII. Adiantamento no Período entre o
Final da Moagem e o Final do Ano-Safra:
O texto do CONSECANA-SP diz:
“Cláusula (...) – A partir do mês
subsequente ao do término da moagem, conforme determinado no Regulamento do CONSECANA-SP, a COMPRADORA, mensal e sucessivamente,
calculará o preço provisório da
cana-de-açúcar fornecida e iniciará
30

Revista Canavieiros - Maio de 2009

o pagamento da diferença entre este
e as quantias já adiantadas durante
a safra.
Parágrafo 1º - Preço provisório
será determinado com base em:
I – O mix de produção da COMPRADORA;
II – O mix de comercialização pro-

visório da COMPRADORA~
III – Os preços médios acumulados do kg de ATR dos produtos que
compõem o mix de comercialização
do Estado de São Paulo, divulgados
pelo CONSECANA-SP;
IV – A quantificação de ATR entregue pelo VENDEDOR, durante a safra.
Artigo Técnico
Parágrafo 2º- (A forma de pagamento dos referidos adiantamentos
de que trata esta cláusula deverá
ser disposta neste parágrafo conforme o acordado entre as partes contratantes).”
Assim, sugerimos que o texto do
parágrafo 2º. seja o seguinte:
A COMPRADORA adiantará ao
VENDEDOR sobre o total da cana fornecida durante o período de moagem

e pelo seu teor médio de ATR, os seguintes percentuais pagos no dia ...
de cada mês:
Novembro: (Valor Atualizado x
84% - Valores Pagos) / 5 - pagamento
dia.../dez/ano
Dezembro: (Valor Atualizado x 88%
- Valores Pagos) / 4 - pagamento dia
.../jan/ano
Janeiro: (Valor Atualizado x 92% -

Valores Pagos) / 3 - pagamento dia .../
fev/ano
Fevereiro: (Valor Atualizado x 96%
- Valores Pagos) / 2 - pagamento dia
.../mar/ano
Observação: Valor Atualizado =
Quantidade de ATR fornecida na
safra multiplicado pelo preço do
ATR acumulado atualizado até o
mês, segundo as normas do CONSECANA-SP.

IX. Liquidação ao Final da Safra:
Quanto à liquidação de safra, o
CONSECANA-SP propõe:
“Cláusula (...) – Ao final do ano-

safra a COMPRADORA pagará ao
VENDEDOR as diferenças entre o preço final apurado, conforme disposto na

cláusula (vide item VI), e os valores
adiantados com base nas cláusulas
(vide itens VII e VIII) deste contrato.”

X. Retenção:
Todos os estudos, elaboração de
normas e atualizações necessárias à
manutenção do CONSECANA-SP
são custeados, pelo lado dos produtores, pelas associações de fornecedores. Dessa forma, para que os
fornecedores possam ter todas as

orientações necessárias é preciso
que façam o recolhimento de taxa de
suas associações. Mediante isso o
CONSECANA-SP propõe o seguinte texto:
“Cláusula (...) – A COMPRADORA se obriga a descontar as obri-

gações pecuniárias devidas pelo
VENDEDOR à ASSOCIAÇÃO (denominação da associação), recolhendo-as a esta última na forma definida por deliberação assemblear, cuja
ata deve ser subscrita e enviada, em
tempo hábil, à COMPRADORA.”

XI. Conciliação:
Caso haja necessidade de conciliação, é preciso que se disponha o seguinte texto no contrato:
“Cláusula (...) – As partes encaminharão à Diretoria do CONSECANA-SP as dúvidas e conflitos surgidos entre elas, quanto à execução
do presente contrato, no que se refere às Normas do Regulamento do
CONSECANA-SP. “
É fundamental que a unidade industrial participe da ÚNICA (União
da Indústria de Cana-de-Açúcar) e
o fornecedor recolha taxa para uma
associação na forma de seus estatutos sociais e que esta seja vinculada
à ORPLANA (Organização dos Plantadores de Cana da Região CentroSul do Brasil).
Sugere-se que conste em contrato
as seguintes cláusulas adicionais:
1. O atraso no pagamento em qualquer das parcelas acordada neste contrato implicará em correção monetária
pelo IPCA ou outro índice de inflação
oficial do governo que venha a substituí-lo, mais juros de 1% ao mês.
2. As partes se obrigam ao inte-

gral cumprimento deste contrato em
todas as suas cláusulas, convencionando que eventual descumprimento de qualquer delas sujeitará a parte infratora ao pagamento de multa
correspondente a 20% (vinte por
cento) calculado sobre o preço do
total de cana colhida na safra em
curso ou na que venha a ser colhida
se ainda não realizada nenhuma colheita, em favor da parte inocente,
ressalvando que o pagamento desta
multa não exclui o direito da parte
exigir o integral cumprimento da obrigação principal.
3. A tolerância de quaisquer das
partes no descumprimento das cláusulas e condições aqui estipuladas não
será entendida como novação ou renúncia prevista no Código Civil Brasileiro, podendo a parte prejudicada
exercer seus direitos a qualquer tempo, sem prejuízo das indenizações
eventualmente devidas em decorrência de inadimplemento.
Finalmente, é importante também
estar atento a:
· Data de pagamentos

· Eleição do Foro
· Caso a unidade vá prestar serviços de colheita:
o Definir período quando os serviços deverão ocorrer e multa ou compensação para o não cumprimento;
o Se puder levar a outra unidade
industrial, definir preço dos serviços
de colheita em todas as situações possíveis ou que o preço do serviço será
aquele determinado até a unidade contratante;
o Estipular forma de reajuste,
caso prazo seja superior a mais de
uma safra.
· Deve-se pactuar forma de pagamentos nos casos de ajustes final negativos, mesmo que se siga a proposta do CONSECANA-SP.
· No caso de companhias agrícolas ou entre proprietário e fornecedores, sugere-se nomear uma unidade industrial interveniente que garanta o
recebimento da matéria-prima.
· Critérios de renovação.
Caso seja necessário, entre em
contato conosco por meio do telefone (16) 3946-3300 ramal 2100.
Revista Canavieiros - Maio de 2009

31
Artigo Técnico II

Florescimento no canavial,
um alerta ao prejuízo
Por; Marcelo de Felício,
engenheiro agrônomo da Canaoeste.

O

fenômeno do florescimento
ocorre quando as condições
climáticas são favoráveis ao seu
aparecimento, como o excesso de chuva
nos meses de Dezembro à Janeiro, fotoperíodo curto, umidade antes e durante
o processo de indução, diferença entre
as temperaturas médias diurnas e noturnas e sensibilidade das variedades cana.
Mesmo as variedades não floríferas,
quando colocadas em regiões onde as
condicionantes são altamente favoráveis,
sofrem este efeito, florescendo e causando danos ao rendimento da cultura.

isoporização – ou chochamento –, que
se caracteriza pelo secamento do interior do colmo e perda de peso final, por
conta da redução do volume de caldo.
É possível evitar o florescimento
fazendo o manejo das variedades floríferas e planejando a colheita para início de safra, das variedades sensíveis
a este fenômeno, entretanto essa não é
a estratégia mais usual nem a mais viável, “Teríamos que colher tudo no iní-

da acelerar a maturação que
permite o adequado manejo
da cana na colheita.
Além disso, alguns produtos
apresentam um
efeito positivo na
brotação da soqueira, incrementando ganhos na
produtividade do corte seguinte.

Dependendo do ano-safra agrícola
o branco-acinzentado do florescimento da cana-de-açúcar é cada vez mais
comum na paisagem de algumas regiões produtoras de cana do Brasil.
Apesar de o cenário ser de encher
os olhos de quem passa perto, não se
traz nenhum benefício ao fornecedor e
a Indústria.
Ao emitir o pendão floral a planta
de cana canaliza uma grande parte do
açúcar para o local, reduzindo a produtividade e a qualidade da matéria prima
na Indústria.
Alterações morfológicas e fisiológicas são os primeiros sintomas prejudiciais do florescimento, que causa
acúmulo de sacarose na cana-de-açúcar. A formação da flor drena a sacarose e causa prejuízos à qualidade da
cana. O florescimento causa também a
Florescimento pleno, em canavial.

32

Revista Canavieiros - Maio de 2009

Pendão floral da planta de cana.

cio de safra”, podemos também, levar
em conta tipo de solo, topografia da
região, forma do plantio/colheita e características climáticas da região.
Podemos ainda usar os reguladores de crescimento, que aplicado no período indutivo, inibe a ocorrência do
florescimento da cana, evitando a isoporização ou chochamento, pode ain-

Produtor fique sempre atento ao
aparecimento do pendão floral nos canaviais, se antes não usou nenhum
tipo de método para inibir o florescimento, após o aparecimento das primeiras flores, providencie o mais rápido possível a colheita da área e consulte sempre um engenheiro agrônomo de sua região.
Cana Isoporizada ou Chochada
Revista Canavieiros - Maio de 2009

33
Novas Tecnologias

IAC lança duas variedades
de amendoim
Da Redação

IAC 503 e IAC 505 foram apresentadas na Agrishow e apresentam alto teor de ácido oléico

O

IAC (Instituto Agronômico)
lançou na Agrishow as variedades de amendoim IAC 503 e
IAC 505 com alto teor de ácido oléico
— entre 70% a 80% — enquanto os
materiais tradicionais têm 40% a 50%.
Esse ácido garante maior durabilidade ao produto — isto é, o armazenamento pode ser feito por maior tempo,
sem perda de qualidades. O sabor de
ranço deixa de existir, ao menos por um
bom período, já que os óleos vegetais
possuem outros ácidos em sua composição que conferem maior resistência à oxidação.
Esse atributo é fundamental para o
mercado brasileiro, pois apesar de o
amendoim ser uma oleaginosa, o produto é mais utilizado pela indústria de
confeitaria, com rígidos critérios de
qualidade para atender ao exigente
mercado de doces e confeitos. “Os derivados do amendoim, como doces e
óleos, terão prolongada a sua vida de
prateleira”, afirma Ignácio Godoy, pesquisador do IAC.
De acordo com o pesquisador, esse
ácido graxo tem grande relevância para
a cadeia produtiva como um todo.
“Essa característica representa um salto de qualidade para a indústria e tende a tornar o amendoim mais atraente,
sobretudo no mercado externo”, diz
Godoy. As sementes desse material
deverão chegar aos produtores em
2010/2011.
Granulometria é outro destaque Os novos materiais são superiores também na quantidade de grãos de maior
tamanho, obtidos após o descascamento e a retirada das impurezas. O IAC
503 apresenta cerca de 30% a mais de
grãos grandes que o Runner IAC 886.
A granulometria da IAC 505 também é
superior aos materiais já conhecidos.

34

Revista Canavieiros - Maio de 2009

Ignácio Godoy, pesquisador do IAC apresentou as novas variedades
durante Agrishow 2009 no estande do IAC

Grãos de maior tamanho são os mais
valorizados no mercado de confeitaria.
Desempenho agronômico- IAC 503
e IAC 505 são classificadas como do
grupo “runner”, com hábito de crescimento rasteiro e ciclo ao redor de 130
dias. Em relação às doenças foliares,
ambas classificam-se como moderadamente suscetíveis à mancha preta e ferrugem, principais doenças do amendo-

im, cujo controle representa cerca de
30% do custo de produção. A variedade Runner IAC 886, o de maior expressão comercial atualmente, é considerado suscetível a essas doenças.
Segundo Ignácio Godoy, os primeiros testes de produtividade foram feitos em 2005/2006. Na média de duas
localidades, a IAC 503 e a IAC 505 produziram, respectivamente, 5.859 e 5.344
Novas Tecnologias
Kg/hectare (em casca), contra 4.412 e 4.495 Kg/hectare dos cultivares Runner
IAC 886 e IAC Caiapó.
Já em 2006/2007, ano considerado difícil sob o aspecto de clima e de baixa
eficiência no controle de doenças, como a mancha preta, o desempenho produtivo médio dos materiais IAC 503 e IAC 505, em quatro localidades, foi de
3.519 e 3.514 Kg/hectare, e de 3.364 e 3.571 Kg/hectare para os tradicionais
Runner IAC 886 e IAC Caiapó, respectivamente.
As tecnologias IAC dominam os campos paulistas de amendoim, que respondem por 70% da produção nacional da oleaginosa, com cerca de 100 mil
hectares. Cerca de 80% da área plantada com amendoim no Brasil utiliza materiais IAC. Segundo Ignácio Godoy, na safra 2008/09, estima-se que foram
plantados 70 mil hectares com a cultivar Runner IAC 886 e 18 mil hectares de
IAC Tatu ST, além de outros com menores áreas de cultivo.

IAC expõe tecnologias já
adotadas por produtores
Durante a Agrishow, o IAC também expôs tecnologias já adotadas pelos
produtores, como as oito variedades de cana lançadas nos últimos três anos.
Dentre esses cultivares, os destaques são IAC91-1099 e IACSP95-5000 pela
elevada produtividade e concentração de sacarose.
Comparadas a materiais bastante cultivados comercialmente, a produtividade da IACSP95-5000 foi superior em 17,7% e a da IAC91-1099 em 11%.
Esses valores correspondem uma variação na produção de 120 a 90 toneladas/
hectare e de 140 a 95 toneladas/hectare, respectivamente.
Ainda relacionada a essas características, a IAC91-1099 garante uma boa
produtividade mesmo em cortes avançados, com produção superior em 20% a
dos materiais que apresentam esse mesmo perfil. “Os ensaios que validaram
essa variedade foram conduzidos até o quarto corte, em diversos ambientes de
produção. Nessa condição, para o quarto corte ela apresentou dados médios de
94 toneladas/hectare”, informa o pesquisador do IAC, Mauro Alexandre Xavier.
Segundo ele, outro aspecto que também chama a atenção da IAC91-1099 é
o seu caráter rústico-estável, o que possibilita seu cultivo em ambientes médios a desfavoráveis.
Em relação ao nível de maturação, a IAC91-1099 e IACSP95-5000 apresentam boa capacidade de acumular sacarose ao longo da safra, tornando-se uma
boa opção para corte entre o inverno e a primavera – o que corresponde ao
período entre julho e novembro.
Já a IACSP95-3028 e a IACSP93-2060 chamam a atenção pela precocidade
de maturação, o que beneficia a colheita durante o período de menor volume
de produção. “Para a IACSP95-3028, colhida em início de safra – um momento
bastante crítico para o acúmulo de sacarose – o teor percentual desse açúcar
pode ser 7,5% superior ao das variedades ainda cultivadas e utilizadas em
início de safra”, pontua Xavier.
O pesquisador explica ainda que, enquanto IACSP95-3028 atende à necessidade de antecipação da colheita para final de março e início de abril, a
IACSP93-2060 destina-se entre a quarta e a sexta quinzenas da safra. Essa
característica permite que os produtores planejem melhor e possam adiar ou
antecipar o início do corte.
Revista Canavieiros - Maio de 2009

35
Biblioteca

Cultura

Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática,
esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

“GENERAL ÁLVARO
TAVARES CARMO”
Cultivo de pinhão-manso para
produção do Biodiesel
Prof. Nagashi Tominaga
Prof. Jorge Kakida
Prof. Eduardo Kenji Yasuda

“O significado das coisas não está nas coisas em si, mas
sim em nossa atitude com relação a elas”
Antoine de Saint-Exupéry
1)Pedro, com seu ato HERÓICO, socorreu prontamente sua
amiga Maria...

Renata Carone
Sborgia*

Segundo o Novo Acordo Ortográfico, Pedro não foi heróico... sem tirar o
mérito do socorro prestado a sua amiga Maria...
NOVA REGRA (para TODOS sermos HEROICOS!).
Foi eliminado dos ditongos (encontro de uma vogal+semivogal ou vice -versa
na mesma sílaba) abertos ei e oi dos vocábulos paroxítonos (palavras cuja sílaba
pronunciada com mais intensidade é a penúltima) o acento gráfico (acento agudo).
ANTES= Heróico
DEPOIS= HEROICO (correto)
Então, Pedro foi um HEROICO!!!
2) Apelidos familiares.
Precisamos respeitá-los, muitos carinhosos, outros estranhos, outros inconfessáveis, mas os confessáveis como: leãozinho, gatinha selvagem, docinho... e
assim vão!
Ouvi, no supermecado, outro dia: “A JIBÓIA da minha sogra...”
Veja: temos uma redundância: animal de estimação a Jibóia? ou...
Prezado amigo leitor, na oralidade, na fala, a JIBOIA da sogra precisa ser
respeitada.
Na escrita, vamos a nova regra:
ANTES= JIBÓIA
DEPOIS=JIBOIA (correto)
E a regra?
- É a mesma do HEROICO - exemplo acima
3) Prezado amigo leitor, você sempre é TRANQUILO?
Sem trema, sempre TRANQUILO!!!
Lembrando a Nova Regra: depois do Novo Acordo o trema foi abolido, existe
apenas com palavras estrangeiras (Ex.: modelo Gisele Bündchen.)
PARA VOCÊ PENSAR:
“ A torneira seca
(mas pior: a falta de sede)
a luz apagada
( mas pior: o gosto do escuro)
a porta fechada
( mas pior: a chave por dentro)
José Paulo Paes

* Advogada e Prof.ª de Português e Inglês
Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em
Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras)
com Miriam M. Grisolia

36

Revista Canavieiros - Maio de 2009

O pinhão-manso é uma planta com grande potencial para produção de biodiesel, pois
apresenta importantes fatores, como: alto teor
de óleo (aproximadamente 40%), características físico-químicas do óleo; sua planta tem
capacidade de se adaptar em diversos tipos
de climas e solos, resistência à seca e ao ataque de pragas e doenças e é uma planta capaz de produzir por 40 anos.
Neste livro é possível encontrar informações significativas para o aprendizado do cultivo de pinhão-manso para produção de biodiesel. A obra é acompanhada também por
um DVD, que juntamente com o livro, se transforma em um verdadeiro curso.
Durante o curso você será abordado pelos seguintes assuntos: aspectos botânicos
da planta, escolha do cultivar, clima e solo,
produção de mudas, preparo do solo, adubação e plantio, tratos culturais, controle de pragas e doenças, colheita, beneficiamento e armazenamento, extração de óleo e coeficientes técnicos.
Este curso é dirigido pela Engenheira Agrônoma Patrícia Resende e conta com a coordenação técnica do professor Nagashi Tominaga, especialista no cultivo de pinhão-manso
e dos engenheiros agrônomos Jorge Kakida
e Eduardo Kenji Yasuda.
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar
a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto
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equipado c/ kits de freio e cabs parts;
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Revista Canavieiros - Maio de 2009

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  • 1. Revista Canavieiros - Maio de 2009 1
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Maio de 2009
  • 3. Editorial Fundamentos da crise A pesar do aumento da produção sucroalcooleira na safra 2008/09, um grande contingente de produtores enfrenta sérias dificuldades. Os motivos para esse descompasso são um dos temas abordados no estudo “Os Fundamentos da Crise do Setor Sucroalcooleiro no Brasil”, do especialista em bioenergia, Ângelo Bressan Filho. A análise foi apresentada durante a Agrishow e está no Ponto de Vista da edição deste mês. Com base nos princípios que norteiam a Metodologia CONSECANASP, o consultor da Canaoeste, Cleber Moraes, explica passo a passo como fazer o contrato de fornecimento de cana-de-açúcar em seu artigo técnico. Em outro artigo, o agrônomo da Canaoeste, Marcelo de Felício, esclarece os produtores sobre florescimento no canavial, alertando-os sobre futuros prejuízos. O advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, coloca em discussão o Código Florestal Federal. Segundo ele, ao não se adequar às pecularidades regionais do país, o código se transformou num gerador de ilegalidades aos produtores rurais. Em entrevista, o presidente da Unica (União da Indústria de Cana-deAçúcar) Marcos Jank, fala sobre o reconhecimento do Estado da Califórnia, o maior consumidor de combustíveis dos Estados Unidos, de que o etanol brasileiro de fato reduz as emissões dos gases causadores do efeito estufa. Jank fala também sobre a liberação dos recursos para a estocagem do etanol e redução da alíquota de ICMS sobre álcool hidratado. As secções Notícias Canaoeste e Copercana trazem como assuntos a entrega da carta de solos e ambientes de produção aos associados e o dia de campo realizado na fazenda Bananal, dedicado somente a produção de soja. Ainda em Notícias Canaoeste temos o Netto Campello Hospital e Maternidade, que pela primeira vez realizou o procedimento para captação de órgãos de um doador. O médico responsável, Dr. Matheus Borges, destacou o empenho do hospital para a realização da captação. Quatro pessoas receberam os órgãos. As variedades de amendoim lançadas durante a Agrishow pelo IAC (Instituto Agronômico) podem ser encontradas em Novas Tecnologias. Entre as qualidades das variedades está o alto teor de ácido oléico. As novidades apresentadas na Agrishow deste ano estão na Reportagem de Capa, que apostou na valorização dos pequenos e médios produtores por meio da demonstração de campo de máquinas e implementos. Você poderá encontrar também informações sobre o V Agronegócios Copercana, que vai acontecer nos dias 24,25 e 26 de junho. A feira promete trazer novidades para os produtores. Também poderá encontrar no destaque deste mês as primeiras estimativas para a safra 2009/2010 divulgadas pela Unica, Canaplan, Datagro, IEA e Conab. Além disso, a edição deste mês também traz as informações setoriais, dicas de leitura e escrita. Boa leitura. Conselho Editorial Revista Canavieiros Maio de 2009 Revista Canavieiros -- Maio de 2009 3
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Aposta nos pequenos e médios Sem os grandes fabricantes na Agrishow deste ano, empresas apostaram nas máquinas e equipamentos voltados aos produtores de menor porte Pag. Pag. 20 DESTA DESTA QUES OUTRAS Entrevista ASSUNTOS LEGAIS Marcos Sawaya Jank presidente da Unica (União da Indústria de Canade-Açúcar) Pag. 16 CONSECANA Pag. 17 "Há um longo caminho a ser percorrido", diz Jank Pag. Pag. 05 EDITORA: Cristiane Barão – MTb 31.814 JORNALISTA RESPONSÁVEL: Carla Rossini – MTb 39.788 DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo FOTOS: Carla Rossini Rafael H. Mermejo DESTAQUE COMERCIAL E PUBLICIDADE: (16) 3946-3311 - Ramal: 2008 comercial@revistacanavieiros.com.br INFORMAÇÕES SETORIAIS Pag. 24 Pag. 26 Pag. 28 ARTIGO TÉCNICO I DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Ana Carolina Paro, Carla Rodrigues, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Janaina Bisson, Letícia Pignata, Rafael H. Mermejo, Roberta Faria da Silva. Pag. 32 ARTIGO TÉCNICO II IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora NOVAS Pag. 3 4 TECNOLOGIAS TIRAGEM: 11.000 exemplares Ponto de vista Ângelo Bressan Filho Especialista em Bioenergia do Agronegócio da Conab. Fundamentos da crise do setor sucroalcooleiro no Brasil Pag. Pag. Notícias 08 08 10 Copercana - Fazenda Bananal realiza Dia de Campo - Agronegócios Copercana chega à quinta edição Notícias Pag. 15 Pag. Canaoeste - Associados da Canaoeste recebem Cartas de Solos e Ambientes de Produção - Netto Campello realiza procedimento para captação de órgãos Notícias Cocred - Balancete Mensal Pag. CULTURA Pag. 3 6 BIBLIOTECA CLASSIFICADOS Pag. 37 AGENDE-SE Pag. 38 18 4 4 Revista Canavieiros - Maio de 2009 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 Tecnologias Novas Tecnologias IAC lança duas variedades de amendoim IAC 503 e IAC 505 foram apresentadas na Agrishow e apresentam alto teor de ácido oléico ISSN: 1982-1530 Pag. Pag. 34 www.revistacanavieiros.com.br redacao@revistacanavieiros.com.br
  • 5. Entrevista Marcos Sawaya Jank presidente da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) "Há um longo caminho a ser percorrido", diz Jank Carla Rodrigues O reconhecimento do Estado da Califórnia, principal mercado consumidor de combustíveis dos Estados Unidos, de que o etanol brasileiro de fato reduz as emissões de gases causadores do efeito estufa, deve favorecer o Brasil. No entanto, no processo de ampliação do espaço do combustível brasileiro no mercado norte-americano, ainda há um longo caminho a ser percorrido. Essa é a opinião do presidente da Unica (União da Indústria de Cana-deAçúcar), Marcos Sawaya Jank. Segundo ele, o setor trabalha para melhorar a metodologia e os números utilizados pelos órgãos da Califórnia para a classificação dos combustíveis. “Mas, esse reconhecimento (por parte do Estado da Califórnia) significa que a partir de 2011 para a redução do nível de emissões de gases causadores do efeito estufa da gasolina, terá de misturar etanol de cana e não etanol de milho. Esse é o principal resultado”, disse. Jank esteve em Ribeirão Preto no último dia 13 para o 2º Encontro de Comunicação da Única. Leia, a seguir, a entrevista que ele concedeu à Canavieiros. Revista Canavieiros - Maio de 2009 5
  • 6. Entrevista Canavieiros: O Estado da Califórnia reconheceu que o etanol brasileiro de fato reduz as emissões de carbono. Isso beneficia o Brasil? Marcos Sawaya Jank: A Califórnia reconheceu, mas ainda tem muito a ser melhorado. Nós, por exemplo, não concordamos com a metodologia que eles usaram e também com os dados que eles colocaram sobre cana. Nós fizemos esse grande questionamento através de uma carta de 25 páginas, que foi entregue ao CARB (Conselho de Qualidade do Ar do Estado), que é o órgão regulador da Califórnia, e ainda esperamos que os números da cana melhorem. Ainda há um longo caminho a ser percorrido. Mas esse reconhecimento significa que a partir de 2011 para a redução do nível de emissões de gases causadores do efeito estufa da gasolina, terá de misturar etanol de cana e não etanol de milho. Esse é o principal resultado. las estão em uma situação financeira complicada e os bancos não querem emprestar dinheiro a elas. Nós estamos fazendo todas as gestões possíveis para que esse dinheiro chegue à ponta, porque ele já foi aprovado pelo governo, já saiu a Medida Provisória, a resolução do Conselho Monetário Nacional e a norma do BNDES. Canavieiros: O setor quer elevar o percentual de mistura para 30% para aquecer o consumo interno de etanol, já que as exportações deverão cair. Em qual estágio está essa negociação? Jank: Não existe na verdade um pedido da Unica nessa direção e nós sabemos que é extremamente difícil avançar neste sentido porque o que a lei determina é a mistura de 20% a 25%, e para ir acima de 25% tem que passar um novo projeto de lei, o que não é trivial. Nós até entendemos que há outras coisas que podem ser feitas, mais simples do que aumentar o nível da mistura e com resultados semelhantes. etanol as mesmas alíquotas aplicadas sobre a gasolina e bem mais altas do que as aplicadas sobre o diesel. Eu acho que seria muito importante para o álcool, por ser uma energia limpa, Canavieiros: Qual o tamanho do renovável, que gera tantos empregos, mercado do Estado da que beneficia o meio am"Só a Califórnia consome gasolina duas biente, ter uma alíquota Califórnia? Jank: A Califórnia é Esvezes a mais que o Brasil. Assim, se eles mais baixa em todos osque um mercado de 60 bilhões tados. Este trabalho de litros de gasolina, puserem 10% de álcool na gasolina, como foi feito em Goiás precisa duas vezes maior que a em outros eles estão falando, é um mercado de 6 ser reaplicadogostaria de produção brasileira, quaEstados. Eu se três. Só a Califórnia parabenizar Goiás pelo o bilhões de litros de álcool." consome gasolina duas que fez, foi uma gestão exCanavieiros: O governo de Goi- tremamente importante. vezes a mais que o Brasil. Assim, se eles puserem 10% de álcool na gaso- ás reduziu a alíquota de ICMS solina, como eles estão falando, é um bre o hidratado, de 26% para 20%. Canavieiros: O Consecana deve mercado de 6 bilhões de litros de ál- O senhor tem conhecimento de al- passar por uma nova atualização (a cool. O Brasil esse ano vai produzir gum outro Estado que vá seguir este última foi em 2005). Que pontos no26 bilhões de litros de álcool. É um mesmo caminho? vos a revisão do Consecana deve Jank: Eu acho que foi um exemplo trazer? O cálculo para o valor da mercado muito importante e também uma referência porque outros Esta- maravilhoso, seguindo o que fez o Es- cana considerará o potencial de dos norte-americanos vão possivel- tado de São Paulo, que reduziu a alí- geração de energia? mente seguir o exemplo da Califórnia. quota que já foi de 25% para 12%. GoiJank: Nesse momento nós esás não chegou a 12%, mas já é um pas- tamos ainda produzindo os estudos Canavieiros: O governo divulgou so. Acho que seria importante Brasí- necessários para este debate. Foa algumas semanas que liberará R$ lia conseguir também, mas não sei se ram contratados vários estudos pe2,3 bilhões para warrantagem. está incluído ou não. Minas deveria los membros do Consecana, que Como está a negociação e quando o seguir o mesmo caminho e eu espero identificaram grupos universitários que o governador Aécio Neves, que e outros centros de pesquisas que dinheiro estará disponível? Jank: Os recursos serão liberados hoje tem uma indústria sucroalcoolei- estão fazendo esses estudos. Não via BNDS e Banco do Brasil. Esse di- ra importante lá no Estado, também se há absolutamente nada decidido até nheiro já está saindo, mas ainda há sensibilize com o exemplo de Goiás e aqui, mas esse debate vai aconteproblemas para ele chegar à ponta. Eu reduza a alíquota em Minas. cer a partir do segundo semestre, já O mesmo vale para outros Estados, que o Consecana tem que ser revidiria que o principal problema hoje é o balanço das empresas, pois muitas de- mas a maioria infelizmente aplica no sado ano que vem. “ 6 Revista Canavieiros - Maio de 2009
  • 7. Revista Canavieiros - Maio de 2009 7
  • 8. Ponto de Vista Fundamentos da crise do setor sucroalcooleiro no Brasil Ângelo Bressan Filho* O s números da safra sucroalcooleira de 2008/09, já encerrada, indicam que, mais uma vez, obtivemos um expressivo aumento na produção, apesar das sérias dificuldades que ameaçam a saúde financeira de um grande contingente de produtores. A produção brasileira de cana-deaçúcar cresceu com índice próximo a 14%, atingindo 571,4 milhões de toneladas e a região Centro-Sul ultrapassou, pela primeira vez, a marca de meio bilhão de toneladas de cana processada (502,02 milhões de toneladas). A produção de açúcar teve um crescimento modesto de 2,6% (passando de 31,3 milhões de toneladas para 32,1 milhões) e o etanol apresentou um crescimento espetacular da produção da ordem de 15,6%, atingindo 26,6 bilhões de litros e o consumo doméstico desse combustível renovável superou o volume do consumo de seu sucedâneo, a gasolina. Apesar desses excelentes resultados, a safra 2008/09 não teve um comportamento normal. As condições climáticas adversas em alguns Estados e o atraso no cronograma de início de moagem de um contingente considerável de unidades novas programadas para entrar em funcionamento naquela safra, não possibilitaram o corte de toda a cana madura e fez remanescer nas lavouras um volume recorde de quase 28 milhões de toneladas, que não pôde ser cortada. A existência dessa matéria-prima pronta para ser colhida vai engrossar as estatísticas da nova safra e antecipou o início da colheita da temporada 2009/10. O ponto importante a ser observado está em que o expressivo volume de crescimento da colheita não revela as enormes dificuldades econômico-financeiras pelas quais está passando a maioria dos grupos econômicos deste setor e o surpreendente volume de negócios com os ativos desse ramo de atividade, que tem transferido de mãos (in8 Revista Canavieiros - Maio de 2009 clusive para capitais internacionais) a propriedade de diversas unidades de produção, inclusive algumas que foram modelo de organização e gestão empresarial em nosso país. A raiz dessa grave crise de um setor que tem uma enorme tradição de estabilidade e solidez econômica transcende as consequências da crise global que eclodiu em meados do ano passado e tem explicação num conjunto de fatores. O primeiro a ser examinado diz respeito ao excesso de velocidade na expansão do plantio de novos canaviais e a construção de novas unidades de produção. O otimismo que tomou conta do setor a partir de 2005, está vinculado aos seguintes itens: a) aos bons preços do açúcar e do álcool por alguns anos, até 2006, e a boa situação financeira da maior parte dos grupos que tinham capitais próprios disponíveis para novos investimentos; b) ao grande entusiasmo quanto ao aumento do consumo doméstico em face do enorme sucesso mercadológico do veículo tipo flex-fuel, cujas vendas mensais vêm se mantendo, por vários anos, no patamar de 180 mil veículos. Se cada veículo novo desse tipo utilizar somente etanol, cujo volume anual de consumo está estimado 1.600 a 1.700 litros, a demanda potencial adicional de consumo por ano, apenas pelos veículos novos, está acima de 3,5 bilhões de litros. Ou seja, um mercado que cresce 10% ao ano, pois o consumo total dos combustíveis para veículos leves (gasolina e etanol) por ano está próximo de 34 bilhões de litros; c) às enormes expectativas, ainda por realizar, sobre a abertura em larga escala dos mercados externos, em especial os Estados Unidos, a União Européia e o Japão para o novo combustível. Apesar do grande esforço das autoridades brasileiras e do setor privado, as negociações entabuladas e os acordos realizados não tiveram os re- sultados esperados em termos do volume de exportação e da consolidação do novo produto na matriz energética internacional; d) à boa disposição do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em aportar grandes volumes de recursos para a instalação de novos projetos e construção de novas unidades produtivas, fato que estimulou a decisão de muitos interessados. O segundo fator, e certamente o mais importante, vincula-se aos níveis pouco remuneradores para açúcar e para o álcool nas safras de 2007/08 e 2008/09, causado pelo grande volume da oferta de açúcar e de álcool e pelas baixas cotações do dólar americano, que deprimia o nível da receita das exportações. Somente a partir de agosto de 2008, com a manifestação da crise econômica mundial, que provocou a desvalorização da moeda brasileira frente à moeda americana, os preços recebidos pelos produtores de açúcar apresentaram alguma recuperação. Os preços do etanol, todavia, continuaram em níveis bastante conservadores. Independentemente das causas desse baixo nível de remuneração, os
  • 9. Ponto de Vista baixos preços, observados por esse longo período, para o açúcar e para o etanol, que coincidiram com elevado nível de endividamento da maior parte dos produtores em decorrência dos grandes investimentos no aumento da produção, erodiram as reservas disponíveis e afetaram drasticamente o fluxo financeiro, particularmente dos grupos que tiverem um programa de crescimento muito agressivo. Como efeito secundário dos baixos preços dos produtos finais, os preços pagos pela cana-deaçúcar adquirida de fornecedores independentes, em torno de R$ 40,00 por tonelada, também ficaram em níveis muito próximos aos custos de produção, tornando crítica a situação econômica desses agricultores, inclusive forçando muitos a descurarem dos tratos culturais adequados de seu canavial ou mesmo a abandonar essa atividade. O terceiro fator a ser observado está no próprio crescimento da participação do etanol no consumo veicular da frota de veículos leves no Brasil, que atualmente está próximo de 52% do consumo total. O que parece ser uma contradição tem uma explicação simples: as unidades de produção têm um prazo mais ou menos fixo (6 a 7 meses no ano) para processar toda a cana disponível. Dessa forma, é preciso primeiro produzir e depois descobrir se tem clientela suficiente para comprar toda a produção. Nestas condições, do ponto de vista do mercado, a posição dos produtores é, quase sempre, muito frágil e com baixo poder de barganha. Além disso, é preciso produzir o necessário para todo o ano apenas no período viável de moagem (maio a novembro, na região Centro-Sul, e setembro a março, na região Nordeste) e guardar o estoque excedente (que, praticamente, começa a ser formado desde o primeiro dia da moagem) para o restante do ano, quando não existe colheita. Como consequência, é imprescindível ter disponível um enorme volume de capital de giro para operar esta política. Com o crescimento do consumo e da produção, cresceu também a necessidade de mais capital de giro para manter os estoques, cujo custo já foi realizado no momento da produção. Na temporada recém-terminada a presença de três pontos conjunturais ajudou a deprimir os preços, piorando a situação: a) os pequenos produtores, que não têm capital de giro disponível e não têm como formar estoques, tendem a produzir para venda imediata e, com isso, exercem uma pressão forte e permanente sobre a oferta e sobre os preços; b) a oferta, nesse ano, esteve elevada durante todo o período da safra e os estoques no final do período de moagem (particularmente na região Centro-Sul) estavam em níveis bastante confortáveis e fizeram com que os preços de entressafra (janeiro a março) que deveriam ser remuneradores, também se mantivessem baixos e não permitiram a reposição dos custos da estocagem; c) o início antecipado da safra, com a moagem da cana madura remanescente do ano anterior (cana bisada). Resultado de tudo isso: a situação que já seria preocupante há alguns anos, quando a produção era muito mais baixa e a quantidade de capital de giro era igualmente muito menos, tornou-se muito mais grave com o forte crescimento da produção e do volume de capital de giro compatível com as novas necessidades. O quarto fator diz respeito às mudanças no âmbito das relações entre as esferas ligadas ao assunto e ao setor privado, que dificultaram a antevisão das mudanças que a promoção do etanol, como um novo combustível de amplo uso, traria para os mercados e para o funcionamento regular do próprio setor. A ausência de medidas preventivas para minimizar os efeitos da crise que o setor está vivendo, com todas as consequências nas esferas econômica e social, é um indicativo de que é preciso recuperar a capacidade de manter uma interlocução de alto nível entre o setor público e o setor privado e editar as medidas, tanto no âmbito público como privado, necessárias para superar as atuais dificuldades e criar os mecanismos que estabilizem o setor e que assegurem o seu crescimento sustentado. Obviamente, fazer um diagnóstico adequado da situação atual é tão somente o primeiro passo para estabelecer os mecanismos de como superar a presente fase de dificuldades. Possivelmente, existem outros fatores importantes que estão ausentes deste pequeno texto e que devessem ser considerados. De fato, este artigo representa apenas um rápido esboço da análise aprofundada que a Conab está desenvolvendo a respeito desse assunto e que deverá ser publicada brevemente, onde teremos a oportunidade de abordar as possíveis soluções para o impasse atual como, por exemplo, a necessidade de garantir capital de giro de baixo custo para o setor, tendo como garantia os próprios estoques, conforme previsto na Lei 10.453, de 13 de maio de 2002, com o uso dos recursos da CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Combustíveis), que precisam estar associadas a políticas de sustentação de preços e regras de retorno do produto em garantia ao mercado; a ampliação e consolidação do consumo através da conquista permanente dos motoristas em face das qualidades intrínsecas e ambientais do etanol como combustível automotivo e o convencimento desse mesmo consumidor que, em igualdade de condições de preço, a escolha correta para seu veículo é o etanol e não um produto de origem fóssil, como a gasolina; a intervenção direta em praças importantes, onde a ação das distribuidoras e postos de revenda insistem em manter margens mais elevadas para o etanol do que para a gasolina, onerando o produto e afastando o consumidor; retomar a ação articulada e mais agressiva de conquista dos mercados internacionais, especialmente em mercados mais promissores como a China; entre outros. A fase de crescimento acelerado a qualquer preço está esgotada e estamos atravessando um momento crucial de redefinição de rumos. No entanto, este setor, pela sua história, por sua importância atual e, mais que tudo, pelo que será no futuro, deve fazer parte das grandes questões estratégicas de nosso país. * especialista em Bioenergia da Superintendência de Informações do Agronegócio da Conab. Revista Canavieiros - Maio de 2009 9
  • 10. Notícias Copercana Fazenda Bananal realiza Dia de Campo Da Redação A soja foi destaque em evento que reuniu agrônomos e cooperados E m março foi realizado na Fazenda Bananal em Sertãozinho – de propriedade da família Bighetti - um dia de campo dedicado somente a soja, que vem apresentando uma melhora significativa no preço. O plantio foi realizado em novembro de 2008 O diretor da Copercana, Pedro Esrael Bighetti, que organizou o evento, lembrou da importância dos cooperados se informarem sobre o plantio de soja que vem ganhando mercado e remunerando melhor os produtores. "Organizamos esses eventos para que os nossos cooperados participem e se informem das melhores técnicas de plantio. A soja está com um preço bom e temos que aproveitar para expandirmos essa cultura na nossa região", lembrou Bighetti. Lelo tambem esclareceu que a cooperativa conta com infraestrutura adequada para receber toda a produção de soja dos cooperados e acrescentou que existe planos de financiamento para os produtores que desejam iniciar sua produção. Pedro Esrael Bighetti, e Paulo Bighetti na colheita realizada em março de 2009 Durante o dia de campo, o representante técnico da Monsanto do Brasil, Jorge Luis Guimarães foi quem deu a palestra para os cooperados e agrônomos de todas as filiais que estiveram presentes. O tema abordado foi a renovação do canavial com plantio de soja utilizando tecnologia RR (resistente roundup), mais conhecida pelos produtores como soja transgênica. A cultura de soja traz grandes benefícios para o plantio de canade-açúcar, como por exemplo, a geração de recurso em dinheiro e também o enriquecimento da fertilidade do solo com a reposição de nitrogênio. 10 Revista Canavieiros - Maio de 2009 No caso do plantio direto na palhada, o exemplo da Fazenda Bananal é excelente: "Quando plantamos choveu pouco e mesmo assim a soja desenvolveu bem", afirma Lelo. Ele tambem ficou satisfeito com a produtividade - 52 sacos por hectare. O cooperado Antônio Rizzi, que planta 8.000 hectares convencional em Goiás, ficou impressionado ao ver o plantio direto na palhada. "Estou propenso a praticar o plantio direto na palhada.”
  • 11. Notícias Copercana Cooperados e agrônomos assistem a palestra ministrada por Jorge Luis Guimarães, representante da Monsanto do Brasil O plantio em palhada e o corte mecânico combatem a erosão e promovem melhor manejo de plantas daninhas de difícil controle no canavial, como grama ceda, corda de viola, colonião e leiteiro. Giuliano, Luis Tasso, Frederico, Pedro Esrael Bighetti, Antônio Rizzi, Gustavo Nogueira, Lazinho e Danilo Saule Também há o período de vazio sanitário, em que a soja é cultivada com variedades resistentes a nematóides, havendo uma redução da população da classe meloidogyne (javanica e incognita - subclasse) e, além disso, o custo operacional do plantio direto é melhor que o convencional. As variedades disponíveis para este tipo de trabalho são as variedades M.Soy-7908, resistente a dois tipos de nematóides, sendo esta de ciclo médio e a M.Soy7211, resistente a incognita, sendo esta de ciclo curto. Agronegócios Copercana chega à quinta edição Da Redação Feira exclusiva aos cooperados já tem data e local definidos A quinta edição do Agronegócios Copercana vai acontecer nos dias 24,25 e 26 de junho, com horário de funcionamento das 10 às 18 horas, no Clube de Campo Vale do Sol – Rodovia Attílio Balbo, Km 331 – Sertãozinho, SP. Mais de 60 expositores estarão presentes na feira que promete novidades e um sistema facilitado de venda de insumos, máquinas e equipamentos. O evento marca o encerramento do 1º semestre de 2009, período tradicional de negócios para o setor canavieiro, principalmente na área de agroquímicos. Apesar da crise que desde o início do ano vem se alastrando pelo Brasil, os organizadores esperam bons resultados para esta edição da feira. No ano passado, o volume de negócios realizado foi excelente e superou as expectativas iniciais. Neste ano a diretoria da Copercana convida todos os cooperados a visitarem a feira que é uma vitrine de produtos e serviços para os produtores de cana e grãos. “Vamos realizar o V Agro- negócios Copercana com a certeza de poder contar com a visita dos nossos cooperados, que sempre prestigiaram nossos eventos”, disse Pedro Esrael Bighetti, diretor da Copercana. Revista Canavieiros - Maio de 2009 11
  • 12. Notícias Canaoeste Associados da Canaoeste recebem Cartas de Solos e Ambientes de Produção Carla Rossini N o último dia 29 foi realizada, no auditório da Canaoeste, a entrega dos mapas de Classificação dos Solos e Ambientes de Produção Edafoclimáticos para 21 produtores de cana associados. Juntos, eles atingem área de 6.233 hectares que fazem parte da primeira etapa. No total, serão 20.000 hectares entregues em sequência até o final da safra 2009/2010. A abertura do encontro foi realizada pelo gerente do Departamento Técnico, Gustavo de Almeida Nogueira, que agradeceu a presença de todos e a colaboração dos colegas da Canaoeste nos trabalhos efetuados. De acordo com ele, em 2009 espera-se levantar mais 13.000 ha de áreas de fornecedores filiados. O líder regional do produto Carta de Solos e Ambientes de Produção Edafoclimáticos do CTC (Ribeirão Preto), José Geraldo, afirmou que as principais finalidades da carta de solos dentro da cultura da cana-de-açúcar são manejo de variedades, conservação e preparo de solos, cultivo, adubação, doses de herbicidas, época de plantio e de colheita e sistematização de talhões. Ele enfatizou a importância dessa ferramenta no processo de tomada de decisão durante o planejamento agrícola. A carta de solos é o produto final do levantamento pedológico. Compõese de um mapa que apresenta a distribuição espacial dos solos e de um relatório que descreve as características dos solos e as suas porcentagens de ocorrência. Os solos mapeados são agrupados em ambientes de produção de cana-deaçúcar (Ex. A-II, B-II, C-II, D-II, EII e FII) considerando-se o potencial de pro12 Revista Canavieiros - Maio de 2009 dução de cada um deles. As letras (A, B, ...) representam o potencial natural dos solos e os algarismos romanos (I, II, III...) referem-se à região climática em que a propriedade mapeada se insere. Portanto, a partir desta safra o planejamento das variedades de cana-deaçúcar será realizado com base nas informações de solo e clima, assim como vem sendo desenvolvido e direcionado o programa de melhoramento genético do CTC. A tendência para os próximos anos é que existam grupos de variedades específicas por regiões edafoclimáticas. O líder regional, responsável pelo Produto Muda Sadia, Rodrigo Mahlmann de Almeida, abordou sobre as principais variedades CTC recomendadas para os tipos de solos da região de Ribeirão Preto, entre elas as CTC7 e CTC9, para início de safra; CTC4 e CTC2 para meio e CTC6 e CTC15 para final de safra, destacando suas principais características e ambientes de produção recomendadas. Almeida também enfatizou a produção de mudas por meristemas na nova Biofábrica do CTC, que disponibilizará mudas a todos os produtores que solicitarem, por meio da Canaoeste. Latossolo: predominância O Latossolo foi a classe de solo predominante dentre os solos mapeados nesta safra (Tabela 1), e dentro desta classe, o Latossolo Vermelho distroférrico textura argilosa se destacou. Esse solo é sempre argiloso tanto em superfície quanto em subsuperfície e de média fertilidade, originários de rochas máficas (ex. basalto) indicando seu elevado índice de ferro, são solos encontrados predominantemente em regiões planas a suave ondulada (Figura2). “De acordo com a região edafoclimática encontrada, este solo pode ser considerado um solo de potencial médio-alto a muito alto, segundo os estudos desenvolvidos pelo CTC”, explicou José Geraldo. Tabela 1. Classes de solos mapeadas na Safra 08/09. CLASSES DE SOLO CAMBISSOLO HÁPLICO (CX) GLEISSOLO HÁPLICO (GX) LATOSSOLO AMARELO (LA) LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO (LVA) LATOSSOLO VERMELHO (LV) LATOSSO VERMELHO FÉRRICO (LVf) NITOSSOLO VERMELHO (NV) NITOSSOLO VERMELHO FÉRRICO (NVf) NITOSSOLO HÁPLICO (NX) NEOSSOLO LITÓLICO (RL) NEOSSOLO QUARTZARÊNICO (RQ) TOTAL ÁREA ha 1,78 197,72 168,92 145,81 1.299,01 4.119,43 5,86 273,42 3,18 4,32 14,46 6.233,91 % 0,03 3,17 2,71 2,34 20,84 66,08 0,09 4,39 0,05 0,07 0,23 100,00
  • 13. Notícias Canaoeste Fig. 1: Latossolo Vermelho distroférrico textura argilosa e sua alta atração magnética em função dos elevados índices de ferro. Foram apresentados os potenciais produtivos das áreas mapeadas na safra 2008/2009, segundo os critérios do CTC, onde verificou-se que os ambientes de produção edafoclimático mais representativo na safra 08/09 foram o “A-II/III” e “BII/ III” com 40,96 e 37,90% respectivamente (Figura 2). Finalizando sua apresentação, o Eng. Agrº José Geraldo, juntamente com a equipe de Eng. Agrônomos da Canaoeste, Danilo Fonseca, Sandro e Tiago, que participaram e auxiliaram no mapeamento, entregaram aos fornecedores a carta de solos juntamente com o mapa de ambiente (Figura 3 e 4) de produção edafoclimático de suas fazendas. Para o engenheiro agrônomo Oswaldo Alonso, “os valores da contribuição associativa que todos pagam ao CTC são plenamente suplantados pelo retorno de apenas estes dois produtos do CTC apresentados – a Carta de solos e Muda sadia”. Fig. 2: Distribuição dos Ambientes de Produção Edafoclimáticos O gerente regional do CTC, Mauro Benedini, parabenizou a Canaoeste, que foi a associação filiada que mais área mapeou, colocando diversos profissionais no projeto. Fig. 3: Carta de solos e ambientes de produção edafoclimáticos. O Eng. Agrônomos do CTC explicam as utilidades e significados das cartas de solo Revista Canavieiros - Maio de 2009 13
  • 14. Notícias Canaoeste Netto Campello realiza procedimento para captação de órgãos Carla Rossini Pela primeira vez, o hospital realizou o procedimento que beneficiou no mínimo quatro pessoas a madrugada de 24 de abril, o Netto Campello Hospital e Maternidade demonstrou mais uma vez seu compromisso com a comunidade e com a responsabilidade social. É que pela primeira vez foi realizado no hospital o procedimento para a captação de órgãos de um doador. N Os nomes do doador e receptores não foram revelados, assim como quais órgãos foram enviados para transplante. Segundo Borges, no mínimo quatro pessoas foram beneficiadas com o gesto de solidariedade da família do paciente, que teve morte encefálica. Segundo o médico responsável pelo processo, Matheus Borges, “tão importante quanto o fato da doação em si, foi o desprendimento da diretoria do Netto Campello para que o procedimento fosse realizado. Em nenhum momento o hospital se preocupou com os custos do processo, mas sim com o benefício que estava realizando”, garantiu. A carência de doadores é ainda um grande obstáculo para a efetivação dos transplantes no Brasil. Mas, aos poucos, os profissionais ou cidadãos envolvidos com a transplantação, formal ou informalmente, vem esclarecendo todo o processo, mostrando sua seriedade, transparência e importância social. Dr Matheus Borges Como funciona o sistema de captação de órgãos 1)Identificação do Potencial Doador Um potencial doador é o paciente que se encontra internado num hospital, sob cuidados intensivos, por injúria cerebral severa causada por acidente com traumatismo craniano, derrame cerebral, tumor e outros, com subsequente lesão irreversível do encéfalo. 2)Notificação O hospital notifica a Central de Transplantes sobre um paciente com suspeita de morte encefálica (potencial doador) e a Central de Transplantes repassa a notificação para uma OPO (Organização de Procura de Órgão). 3) Avaliação A OPO se dirige ao Hospital, avalia o doador com base na his14 Revista Canavieiros - Maio de 2009 tória clínica, antecedentes médicos e exames laboratoriais, a viabilidade dos órgãos bem como a sorologia para afastar a possibilidade de doenças infecciosas, e testa a compatibilidade com prováveis receptores. A família é consultada sobre a doação. 4) Informação do Doador Efetivo Terminada a avaliação, quando o doador é viável, a OPO informa a Central de Transplantes e passa as informações colhidas. 5) Seleção dos Receptores A Central de Transplantes emite uma lista de receptores inscritos, selecionados em seu cadastro técnico e compatíveis com o doador. 6) Identificação das Equipes Transplantadoras A Central de Transplantes informa as equipes transplantadoras sobre a existência do doador e qual paciente receptor foi selecionado na lista única em que todos são inscritos por uma equipe responsável pelo procedimento do transplante. 7) Retirada dos Órgãos As equipes fazem a extração no hospital (OPO) onde se encontra o doador, em centro cirúrgico, respeitando todas as técnicas de assepsia e preservação dos órgãos. Terminado o procedimento, elas se dirigem aos hospitais para procederem à transplantação. 8) Liberação do Corpo O corpo é entregue à família condignamente recomposto.
  • 15. Revista Canavieiros - Maio de 2009 15
  • 16. Assuntos Legais Código Florestal Federal gerador de ilegalidades aos produtores rurais ante a sua inadequação às peculiaridades regionais do país. É pública e notória a disputa entre os setores dito ruralistas e ambientalistas acerca das alterações na legislação ambiental nacional, mormente no que diz respeito às áreas de preservação permanente e reserva florestal legal, dispostas respectivamente nos artigos 2º e 16, do Código Florestal (Lei nº 4.771/65, alterados pela Medida Provisória nº 2166/67). Isso se deve em razão da legislação atualmente vigente não levar em consideração o tamanho continental do país e, consequentemente, as peculiaridades regionais. A mesma norma que serve para determinar as áreas ambientalmente protegidas no Pará, não se aplica, certamente, à realidade ambiental do Rio Grande do Sul e outros Estados da Federação, visto possuírem biomas, hidrografias, geografias e ocupações urbanas/rurais diferentes. Nesse sentido está o estudo apresentado pelo pesquisador Gustavo Curcio, da Embrapa, demonstrando que existem divergências até sobre as definições de relevo, o que deve ser analisado caso a caso e/ou definido por biomas, inclusive as Áreas de Preservação Permanentes (APP) e as áreas de Reserva Legal: “eu tendo mais a achar que a divisão sobre isso deve ser feita por biomas, e não por Estados”, defende Curcio. O mesmo pesquisador afirma ainda que “caso o atual Código Florestal Brasileiro estivesse realmente sendo aplicado, cerca de 71% da área do país deveriam estar preservadas com cobertura florestal” (Fonte: Mariana Jungmann/ Agência Brasil, in www.ambientebrasil.com.br de 30.04.2009). O meio ambiente ecologicamente equilibrado nada mais é do que a interação entre o ser humano e a natureza, de forma ordenada e sustentavelmente organizada, pois não existe nenhuma atividade animal, incluída a humana, que não degrade o meio ambiente, em diferentes intensidades. Porém, as incongruências da legislação ambiental federal, feita de forma 16 Revista Canavieiros - Maio de 2009 política e sem sustentáculo técnico a lhe dar fundamento lógico - fato este, aliás, incontestável por todos os técnicos e cientistas que estudam de forma séria e imparcial a aplicação dessa legislação atualmente existente -, culminou recentemente com a promulgação do Código Ambiental de Santa Catarina, sancionado dia 13 de abril de 2009. Referido Código Ambiental elaborado pelo governo catarinense, descontente com a legislação federal, alterou as metragens das áreas de preservação permanente e os índices de reserva florestal legal, dentre outras coisas, de acordo com estudos técnicos fundados às peculiaridades naturais daquele Estado. Matéria disponibilizada no sítio eletrônico www.ambientebrasil.com.br, de 15/ 04/2009, informou que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ameaçou usar forças federais (IBAMA) contra quem observasse o referido código estadual e desrespeitasse a legislação federal, com multas e prisões. O governador catarinense, Luiz Henrique da Silveira, contra-atacou e afirmou que as forças estaduais (polícia) protegeriam as instituições e os cidadãos daquele Estado contras as forças federais. Após o clima beligerante entre ambos, o governador catarinense convidou o ministro Minc a visitar Santa Catarina: “Conhecendo a nossa realidade e os prejuízos que a lei federal vem impondo à produção agropecuária catarinense, bem como a geração de emprego e renda no campo, vossa excelência aplaudirá o nosso código, que compatibiliza o desenvolvimento com proteção ambiental” (www.ambientebrasil.com.br, de 15/04/2009). Paralelamente a isso, os Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura estão estudando propostas de alteração do Código Florestal, como a compensação das reservas florestais em outras bacias hidrográficas, a permissão de atividades agropecuárias em APPs (Áreas de Preservação Perma- nente) já consolidadas (topos de morro, encostas e várzeas), uma vez que nas várzeas, existem plantações de arroz; nas encostas, plantações de frutas; em Minas Gerais, plantaJuliano Bortoloti - Advogado ções de café que Departamento Jurídico Canaoeste garantem ao Estado a condição de maior produtor nacional do grão”, pois, pela lei, essa produção atualmente é ilegal, mas todas são plantações que não trazem problemas ao meio ambiente (Fonte: Lúcia Norcio/ Agência Brasil, in www.ambientebrasil.com.br, de 27/04/2009). De acordo com o ministro Stephanes, da Agricultura, “se o agricultor tem que fazer a reserva legal, mas não tem condições de providenciar isso na propriedade, deveria ter permissão para plantar, como compensação, em outro local, até mesmo em outro Estado. “Isso se aplica muito ao Paraná, que é um Estado ambientalmente correto. No entanto, seria preciso sacrificar 4 milhões de hectares para atender as necessidades do Código Florestal. O que preocupa é que milhares de pequenos agricultores perderiam a capacidade de produção, além de uns 15 milhões de toneladas de produtos” (Fonte: Lúcia Norcio Agência Brasil, in www.ambientebrasil.com.br, de 27/04/2009). Já a senadora Kátia Abreu (DEMTO), que também é presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), afirmou na audiência pública de todas as comissões permanentes do Senado, ocorrida no dia 29/04/ 2009, que a insegurança jurídica gerada por sucessivas mudanças no Código Florestal Brasileiro “jogou os produtores na ilegalidade”, uma vez que o código “já foi alterado em 11 legislações, em 60 itens diferentes” (Fonte:
  • 17. Assuntos Legais Mariana Jungmann/ Agência Brasil, in www.ambientebrasil.com.br de 30.04.2009). Em decorrência disso, alguns Estados estão estudando a possibilidade de seguir o exemplo de Santa Catarina, tal como o governo do Estado de São Paulo, conforme afirmação feita no dia 28 de abril de 2009, pelo secretário de Agricultura e Abastecimento, João de Almeida Sampaio Filho, na cidade de Ribeirão Preto, onde participou de uma feria de agronegócios (Agrishow). Sampaio disse, na oportunidade, que ele e o secretário de Meio Ambiente, Xico Graziano, têm acompanhado de perto as negociações sobre a mudança do Código Florestal em Brasília. “Achamos que esse é o caminho mais sensato nesse momento. Mas a aprovação em Santa Catarina foi um fato novo e importantíssimo, que precisa ser bem avaliado. Se, eventualmente, a questão não evoluir em Brasília, pode ser uma opção a se negociar também em São Paulo” (fonte: Estadão Online, in www.ambientebrasil.com.br, de 29/04/2009). Na matéria disposta no sítio eletrônico ambientebrasil.com.br, de 29/04/ 2009, Sampaio defende a utilização das APPs no cômputo da reserva florestal legal e que, para aquele Estado, não se ultrapasse a percentagem de 20% da propriedade rural. “Hoje, o produtor tem a obrigação de preservar 20% da propriedade como área de reserva legal. Fazendas que possuem, por exemplo, mais 10% de Área de Proteção Permanente ficam com 30% do espaço inviável para a produção.” Ainda, na mesma matéria, o secretário Sampaio disse que a expansão agropecuária em São Paulo terminou nos anos 1970 e que a área de florestas até cresceu nos últimos anos. “Mas temos de ter bom senso. Se fôssemos cumprir o que está na Medida Provisória 2.166, que hoje rege a questão ambiental e florestal, São Paulo perderia 3,5 milhões de hectares de produção. Não sei nem quantos bilhões de reais e quantas centenas de milhares de empregos seriam perdidos. Não podemos nos dar esse luxo”, afirmou. “A questão ambiental deve ser priorizada, mas com racionalidade.” Recentemente, assisti em um telejornal que ONGs ambientalistas, juntamente com alguns artistas televisivos, bem como em companhia da combativa ex-senadora Heloisa Helena, protestavam no Senado Federal contra as discussões de alteração do Código Florestal, pois, no seu entender, isso pre- Consecana judicaria a Amazônia, no que é até compreensível, porém, preocupante. Preocupante porque não podemos esquecer que a discussão não se restringe apenas à Amazônia, mas também ao resto do país e aos demais Estados e biomas. O que ocorreu ao longo das 67 (sessenta e sete) reedições da Medida Provisórias nº 2.166/ 67, que alterou o Código Florestal, foi exatamente isso, pois discutiu-se e alterou-se única e exclusivamente normas para a Amazônia, sem levar em consideração que a legislação atingiria também as demais regiões do país e, por conta dessa omissão, estas estão hoje na ilegalidade. Portanto, para não se cometer os mesmos erros, é necessário “separar o joio do trigo”, criando-se e alterandose normas ambientais federais, que serão de caráter geral, deixando os Estados legislarem sobre o meio ambiente, de acordo com as suas peculiaridades regionais de fauna, flora, geografia, hidrologia, relevo e ocupação do solo. O QUE NÃO SE PODE MAIS PERMITIR É SE LEGISLAR ÚNICA E EXCLUSIVEMENTE PARA UMA REGIÃO E, ESTA LEGISLAÇÃO, SERVIR PARA TODO O RESTO DO “CONTINENTE BRASIL”. CIRCULAR Nº 04/09 DATA: 30 de Abril de 2009 Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de ABRIL de 2009. O preço médio do kg de ATR para o mês de ABRIL, referente à Safra 2009/2010, é de R$ 0,2978. O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, no mês de ABRIL, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos no mês de ABRIL, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09, são os seguintes: Média do mês de abril = R$ 0,2978/kg de ATR Revista Canavieiros - Maio de 2009 17
  • 18. Notícias Cocred Balancete Mensal Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE - MARÇO/2009 Valores em Reais 18 Revista Canavieiros - Maio de 2009
  • 19. Revista Canavieiros - Maio de 2009 19
  • 20. Reportagem de Capa Aposta nos pequeno Carla Rodrigues Sem os grandes fabricantes na Agrishow deste ano, empresas apostaram nas máquinas e equipamentos voltados aos produtores de menor porte A ausência dos grandes fabricantes de máquinas e equipamentos na Agrishow deste ano abriu uma janela para as empresas menores que, por sua vez, apostam em soluções para os pequenos e médios produtores. Muitas fizeram até demonstrações de campo para promover seus produtos voltados à cultura da cana-de-açúcar. A Civemasa, por exemplo, apresentou sua plantadora automática de cana picada. De acordo com José Luiz Bortolucci e Eduardo Schiabel, encarregado administrativo e agente de negócios, respectivamente, a máquina em uma única passada pela área de plantação abre o suco, joga adubo, cana, defensivo, inseticida e faz a cobertura da cana. “Para fazer tudo o que a plantadora faz, seria necessária a participação de trinta pessoas”, esclareceram José Luiz e Eduardo. Outra empresa que apostou nas demonstrações de campo foi a Tatu Marchesan, que apresentou seu arado subsolador com desarme automático. O arado subsolador serve para descompactar o solo, permitir uma maior infiltração e evitar a erosão, ou seja, ele vai identificar a camada compactada para poder trabalhar de acordo com essa profundidade. A Colhicana CM-20 Plantadora Automática de Cana Picada Para José Florivaldo Otrente, que atua na área de pós-vendas da Tatu, esse implemento pode ser usado por qualquer produtor rural, desde que tenha um bom trator. “A utilização desta máquina independe do tamanho da área a ser trabalhada, pode ser desde pequeno a grande produtor e o custo dela varia com a necessidade da potência do trator”, explicou José Florivaldo. José Florivaldo Otrente apresenta o Arado Subsolador A Menta Mit esteve na feira para expor sua colhedora de cana Colhicana CM-20, destacando ser a única no mundo, segundo a empresa, voltada para este público, que pode variar do pequeno ao grande produtor. Essa máquina colhe a cana crua ou queimada, joga no transbordo e já entrega a cana picada. Ela chega a colher de 20 a 40 toneladas por hectare com toletes de cana de 20 a 24 centímetros, para engenhos e usinas de açúcar e álcool. “A Colhicana CM-20 tem um valor cinco vezes inferior e seu rendimento é excelente. Além disso, na entressafra, o produtor pode desocupar o trator e utilizá-lo em outro tipo de trabalho”, comentou Luciano Menta, diretor comercial da empresa. A Antoniosi aproveitou para expor o transbordo ATA 10500. Com uma capacidade volumétrica de 24 m3 , a máquina pode transportar uma carga alta, facilitando o trabalho do produtor em carregar a cana picada até a usina. 20 Revista Canavieiros - Maio de 2009
  • 21. Reportagem de Capa os e médios O consultor técnico de vendas da Antoniosi, Alvaro Amorim, e o consultor técnico comercial, Francisco Lopes, estão animados com os bons frutos que a feira pode gerar. “A Agrishow nos proporcionou uma expectativa muito boa este ano. Já temos alguns clientes que estão conosco e sempre procuram por novas informações”, contam. Consultor técnico de vendas da Antoniosi, Alvaro Amorim, o consultor técnico comercial, Francisco Lopes e Paulo Rodriguês, técnico Nilson Patias, do departamento comercial da Metalfor A Metalfor também demonstrou as inovações de seu pulverizador Multiple 2.500 AB. Segundo Nilson Patias, do departamento comercial da Metalfor, a máquina foi criada para atender ao serviço de pulverização em áreas acima de 800 hectares e também trouxe novidade em relação ao tamanho do pneu. “Antes era 36, agora temos o tamanho 46, para ser usada também por produtores que trabalham com milho, já que a soja é mais baixa”, explicou Patias. Além disso, a Multiple 2.500 possui um sistema de carga de água com incorporador de produto, sistema de tríplice lavagem com água 100% limpa e um diferencial na parte de transmissão. Avião a álcool: Além de todas essas novidades, quem esteve presen- te na feira também pôde ver as exibições do avião Ipanema, movido a álcool, apresentado pela Embraer. Ele é comercializado pela Neiva, subsidiária integral da Embraer, localizada em Botucatu-SP. Hoje o mercado de aviação agrícola brasileiro é o segundo maior do mundo, sendo 75% do modelo Ipanema. De acordo com Fábio Bertoldi Carretto, gerente comercial da Embraer, a capacidade operacional é 7% mais eficiente que o motor a gasolina, tem um custo três vezes menor e um impacto bastante reduzido sobre o meio ambiente. Sua função principal é a pulverização de defensivos, mas pode ir além, como no combate a incêndios, a vetores e larvas e nucleação de nuvens. O Ipanema lidera a lista de vendas em seu segmento, somente em 2008 foram entregues 32 aeronaves e este ano a meta a ser alcançada é a mesma. “Apesar do cenário que o mundo está vivendo com a restrição de crédito, nós temos a expectativa de entregar em 2009 de 28 a 30 aeronaves”, destacou Fábio Carretto. Negócios atingiram R$ 680 milhões José Luiz Bortolucci e Eduardo Schiabel, encarregado administrativo e agente de negócios Fábio Bertoldi Carretto, gerente comercial da Embraer A 16ª edição da Agrishow, realizada de 27 de abril a 2 de maio, gerou R$ 680 milhões em negócios, resultado abaixo dos R$ 870 milhões estimados pelos organizadores. O público visitante foi de aproximadamente 120 mil pessoas, sendo 2,5 mil estrangeiros. Para o presidente da Agrishow, Cesário Ramalho, os números alcançados na feira são muito expressivos se comparados à atual situação do mercado nacional e internacional. “Tanto o volume de negociações geradas na feira quanto o número de visitantes foram condizentes com a realidade atual”, afirmou. Segundo dados da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), o faturamento e as exportações de máquinas e implementos agrícolas caíram 44% no primeiro trimestre. “A feira reúne todos os setores do agronegócio, por isso se tornou um termômetro do segmento, oferecendo as diretrizes do que é preciso fazer”, enfatizou. A próxima realização da feira está agendada para o período de 26 de abril a 1º de maio de 2010, em Ribeirão Preto/SP. Revista Canavieiros - Maio de 2009 21
  • 22. 22 Revista Canavieiros - Maio de 2009
  • 23. Revista Canavieiros - Maio de 2009 23
  • 24. Destaque Saem primeiras estimativas para a safra 2009/10 Da Redação Unica, Canaplan, Datagro, IEA e Conab preveem aumento na produção O Centro-Sul do Brasil deverá produzir na safra 2009/10, 550 milhões de toneladas de cana, de acordo com a estimativa divulgada pela Unica no último dia 29. Em relação à safra anterior, a produção será 8,9% maior do que as 505 milhões/toneladas processadas. No entanto, o crescimento será em menor escala: enquanto na safra 2008/ 09 o crescimento foi de 74 milhões/ ton em relação à safra anterior, o incremento agora poderá chegar a 45 milhões/ton. O “mix” de produção deverá ficar em torno de 42,1% da matéria-prima destinada à produção de açúcar, contra os 39,5% verificados na safra 2008/09. Esse crescimento é sustentado pelo déficit mundial de açúcar, provocado por quebras significativas de safras em importantes países produtores, como a Índia. A produção de açúcar deverá crescer 16,6%, passando das 26,7 milhões de toneladas da safra 2008/ 09 para 31,2 milhões de toneladas. A produção de etanol também deve crescer em 4,7%: devem ser produzidos 26,3 bilhões de litros, divididos em 19,3 bilhões para o etanol hidratado e 7 bilhões para o anidro. Na safra anterior, a região Centro-Sul produziu 25,1 bilhões de litros. Em relação ao mercado externo, os embarques de etanol devem sofrer queda de 15,3%. A região Centro-Sul deve exportar 3,60 bilhões de litros, contra 4,25 bilhões na safra passada. Já as vendas de açúcar devem crescer 22,6%, passando de 17,6 milhões de toneladas para 21,7 milhões/ton. 24 Revista Canavieiros - Maio de 2009 Ainda de acordo com a Unica, apesar da expectativa de moagem de 550 milhões de toneladas no CentroSul, esse número poderá não ser alcançado em função de dois fatores principais: o atraso no início da moagem, em muitos casos devido a problemas financeiros que podem obrigar algumas usinas a postergar o iní- cio de suas atividades, ou uma redução no volume de cana colhida causado por proibições temporárias da queima da palha de cana, que impedem o corte manual. Essas proibições resultam de ações civis públicas em alguns municípios, particularmente no Estado
  • 25. Destaque de São Paulo – ações que, em todos os casos até aqui, vem sendo revertidas pelo judiciário. Condições climáticas também poderão influenciar o total da moagem da nova safra. Mesmo com as previsões meteorológicas apontando para um inverno mais seco, a expectativa para o início de primavera é de chuvas normais, o que poderá encurtar o período favorável à colheita. Datagro: A safra no Centro-Sul do Brasil pode atingir um recorde de 535 milhões de toneladas, de acordo com a estimativa de abril da Datagro. A produção de açúcar deve chegar a 31,1 milhões/ton e as exportações foram estimadas em 21,8 milhões de toneladas. A produção de etanol do Centro-Sul em 2009/10 deve totalizar 25,5 bilhões de litros, enquanto as exportações podem cair para 3,8 bilhões de litros. Canaplan: Segundo as previsões divulgadas em abril, a região Centro- Sul deve moer entre 543,3 milhões e 558,83 milhões de toneladas. A produção de açúcar deve variar de 31,04 milhões/ton a 32,86 milhões/ton. Já a produção de álcool ficará em um intervalo de 25,23 bilhões a 26,72 bilhões de litros. Conab – a safra brasileira está estimada de 622,03 a 633,72 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, de acordo com o primeiro levantamento divulgado pela Conab no dia 30. O volume é o maior alcançado até agora e oscila entre 8,6% e 10,7%, quando comparado as 572,57 milhões de toneladas de 2008. Um dos fatores desse crescimento são as 28 milhões de toneladas de cana madura remanescentes da safra de 2008 e que serão moídas neste período. Outro motivo para este incremento é a ampliação de 9,9% da área plantada, consequência da entrada em produção de aproximadamente 25 novas usinas. Até o ano passado, os canaviais destinados à indústria sucroalcooleira ocupavam 7,08 milhões de hectares e agora chegam a 7,79 milhões de hectares A quantidade destinada à fabricação de açúcar poderá crescer até 17%, enquanto para o etanol o aumento é de até 7,7%. Com esta perspectiva, o Brasil vai produzir entre 36,42 e 37,91 milhões de toneladas de açúcar e entre 27,78 e 28,60 bilhões de litros de álcool. IEA: Levantamento realizado em fevereiro pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do IEA (Instituto de Economia Agrícola) mostra que a área plantada no Estado de São Paulo reduziu em apenas 0,2%, ficando em 5,37 milhões de hectares, com a produção 2,2% maior que a safra passada (de 391 milhões de toneladas), devendo totalizar 400,5 milhões de toneladas, pois não há indícios de oscilações significativas na produtividade (0,1%). Revista Canavieiros - Maio de 2009 25
  • 26. Informações Setoriais CHUVAS DE MARÇO e Prognósticos Climáticos e Prognósticos Climáticos No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de ABRIL de 2009. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste Nas médias das observações (última linha), as chuvas de ABRIL deste ano foram iguais a da média histórica. Acima das respectivas normais climáticas, ficaram as chuvas anotadas em Dumont-Algodoeira Donegá, Terra Roxa-Faz Santa Rita e em Morro Agudo-Usina MB; enquanto que, em Barretos-Casa da Agricultura, Pitangueiras-CFM e Usina Ibirá, as chuvas foram bem inferiores às respectivas médias. Mapa 1: Água Disponível no Solo entre 16 a 19 de ABRIL de 2009. O Mapa 1, acima, mostra claramente que o índice de Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, no período de 16 a 19 de ABRIL, apresentavase como médio a crítico na região Oeste do Estado de São Paulo e de Sorocaba. Por outro lado, na faixa São José do Rio Preto, Ribeirão-Preto e Pirassununga o solo mostrava-se com alto índice de umidade. 26 26 Revista Canavieiros - Maio de 2009 Revista Canavieiros - Maio de 2009 ÁGUA, usar s ÁGUA, usar s Protejam e preservem as n Protejam e preservem as n
  • 27. Informações Setoriais Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de ABRIL de 2008. de Meteorologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de maio a julho. Embora mostrando sinais de enfraquecimento, a longa estiagem no Sul do Brasil e as intensas chuvas nas Regiões Norte e Nordeste, ainda se devem ao efeito La Niña. · Na Região Centro Sul, a temperatura média deverá ficar em torno da normalidade climática; · Quanto às chuvas para os meses de maio a julho, prevê-se que estas poderão “ficar” próximas às médias históricas nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, como também no Estado do Paraná; · Como referência de chuvas na região:as médias históricas, pelo Centro Apta-IAC - Ribeirão Preto, são de 55mm em maio, 25mm em junho e 20mm em julho. Mapa 3: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, ao final de ABRIL de 2009. O Mapa 2 - ABRIL de 2008 - mostra que a Disponibilidade Hídrica do Solo encontrava-se crítica na faixa Norte do estado, excetuando-se o extremo noroeste. Ao final de ABRIL de 2009 (Mapa 3), acentuou-se a baixa e até crítica Disponibilidade Hídrica do Solo na Região Centro Oeste do Estado, que se observou em meados de abril (Vide Mapa 1), estendendo-se até as regiões de Piracicaba e Sorocaba. Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático consensuado entre INMET-Instituto Nacional sem abusar ! sem abusar ! nascentes e cursos d’água. nascentes e cursos d’água. Mapa 4:- Prognósticos de chuvas para a Região Centro Sul, pelo Consórcio INMET e INPE, no trimestre maio a julho (idêntico ao trimestres fevereiro-abril e março-maio), onde azul corresponde a normalidade climática e, em amarelo, ligeiramente abaixo da média. Elaboração CANAOESTE. A SOMAR Meteorologia, com a qual a CANAOESTE mantém convênio, elaborou prognóstico climático assinalando que, pela neutralidade dos fenômenos La Niña e El Niño, a probabilidade é a de que as somas das chuvas entre maio/julho, (pelo menos)na região de abrangência da CANAOESTE, poderão ser próximas às respectivas médias históricas. Neste início de safra, evitem dúvidas quanto aos tratos mecânicos e químicos de soqueiras, consultem os Técnicos CANAOESTE. Revista Canavieiros - Maio de 2009 Revista Canavieiros - Maio de 2009 27 27
  • 28. Artigo Técnico Contrato de fornecimento Contrato de fornecimento de cana-de-açúcar de cana-de-açúcar Cleber Moraes, consultor da CANAOESTE e M. Moraes Consultoria Agronômica Ltda I nicialmente precisamos entender os princípios que norteiam a Metodologia CONSECANA-SP. Ela é bem simples. O faturamento líquido obtido pela unidade industrial com açúcar e álcool é dividido entre o produtor e a usina proporcionalmente aos custos de produção de cada um. Assim a metodologia CONSECANA-SP busca apurar qual o faturamento líquido da usina com cada um destes produtos a partir dos preços levantado pela ESALQ/CEPEA, aplica a participação do produtor, que é de 59,5% para o açúcar e 62,1% para o álcool, converte em ATR (Açúcar Total Recuperável) e pondera os preços dos diversos mercados e produtos. Tem-se, então, o preço do ATR, que será multiplicado pela quantidade de ATR fornecida pelo produtor. Para tratarmos sobre o assunto proposto, qual seja a celebração de um Contrato de Fornecimento de Cana, a pergunta inicial de todo produtor de cana-de-açúcar é: qual a necessidade que tenho de fazer um contrato de fornecimento de cana-de-açúcar? Nas regiões mais tradicionais de produção de cana-de-açúcar, essa pergunta surge, pois, muitas vezes, o produtor pretende ter liberdade de negociar sua matéria-prima com mais de uma unidade industrial. Entretanto, essa disponibilidade também tem sua outra fase: a dificuldade em encontrar uma unidade industrial para processar sua cana em anos de abundância de matéria-prima, mas talvez esse não seja ainda o ponto mais importante. Vejamos: É necessário esclarecer que não há a obrigatoriedade de fazer-se um contrato de um ciclo completo ou vários anos. É aconselhável, mas não é obrigatório. Portanto, o contrato pode ser para apenas uma safra. Aliás, é importante que o produtor tenha em mente que a compra e venda de cana-de-açúcar em todo o país é livre e as partes negociam da forma que 28 Revista Canavieiros - Maio de 2009 melhor lhes convenha. Nada no Modelo CONSECANA-SP é obrigatório até que seja colocado em contrato. Repitase que é necessário um acordo e não uma imposição. Ou seja, em contrato é possível a modificação de qualquer norma ou sugestão do CONSECANASP, mas, novamente, não é aconselhável, pois o Sistema de Pagamento de Cana proposto pelo CONSECANA-SP tem um equilíbrio em todas as suas fórmulas, participações do produtor nos produtos finais e percentuais de adiantamento e ajustes. É preciso que o produtor esteja atento a cada uma das cláusulas do contrato, em especial se a minuta (primeiro esboço do contrato) parte da compradora, ou seja, da unidade industrial. Sem um contrato não se pode garantir a aplicabilidade das normas do CONSECANA-SP. Sabendo da necessidade de ter-se um contrato, o CONSECANA-SP, em seu Anexo III, descreve as Regras Contratuais Mínimas que devem ser seguidas para ter-se o contrato dentro das normas do CONSECANA-SP. Mas, antes de entrarmos especificamente na elaboração do Contrato de Fornecimento de Cana é importante que os seguintes documentos estejam em mãos: · Matrícula: ler a matrícula e todas as pendências existentes; · Cópia autenticada para todas as pessoas físicas envolvidas, inclusive testemunhas e diretores das empresas de: o Documentos e o Comprovantes de residência. · Contrato social das pessoas jurídicas envolvidas: o Observar quem pode ser seus representantes legais e quantos devem assinar; o Solicitar Ficha de Breve Relato junto à JUCESP. · Licenciamento ambiental e cumprimento da legislação ambiental, onde haja exigência: o APP – Áreas de Preservação Permanente; o Reserva Legal; o Averbações em matrículas. · Mapa existente da propriedade: o Se possível medir área antes de assinar o contrato; o Tornar o mapa um anexo do contrato, indicando talhões de onde sairá a cana a ser fornecida no contrato. Faremos algumas observações de problemas vividos ou que chegaram ao nosso conhecimento e que justificam a necessidade da documentação acima: · Quanto às matrículas: nas matrículas das propriedades devem ser registradas garantias que recaiam sobre a propriedade e a produção. Disso decorre a necessidade de se conhecer se não há pendências sobre a cana a ser adquirida; · Quanto ao documento das pessoas físicas: é comum que nomes e números de documentos sejam grafados de forma errônea, o que dificulta a proposição de ações no judiciário e até a localização das partes e das testemunhas por erros gráficos; · Quanto ao contrato social de pessoas jurídicas: é comum que mais de uma pessoa física tenha que assinar um documento para que a pessoa jurídica esteja representada perante o Judiciário; · Quanto ao licenciamento ambiental: esta documentação é importante para se evitar discussões de responsabilidades se houver o embargo por parte de órgão ambiental na retirada da matéria-prima; · Quanto ao mapa: é comum que o produtor, não definindo exatamente quais talhões estão designados para um contrato, fique obrigado a fornecer à mesma unidade industrial canas que ele pretendia fornecer a outra unidade.
  • 29. Artigo Técnico Falando mais especificamente do contrato, cumpre-se ressaltar que é importante que o conteúdo que será descrito a seguir esteja todo ele no contrato, não necessariamente na ordem que se apresenta. Contudo, facilita bastante a leitura do contrato, caso esteja na ordem que será proposta. Com uma finalidade mais didática, as Regras Contratuais Mínimas estabelecem a seguinte divisão de Cláusulas do Contrato de Fornecimento de Cana-de-Açúcar: I. Nome e Qualificação das Partes; II. Preâmbulo; III. Objeto; IV. Prazo de Vigência; V. Apuração da Qualidade da Cana Entregue; VI. Preço; VII. Adiantamento Contra a Entrega de Cana; VIII. Adiantamento no Período entre o Final da Moagem e o Final do Ano-Safra; IX. Liquidação ao Final da Safra; X. Retenção; XI. Conciliação. Passaremos a discutir cada parte do contrato. I. Nome e Qualificação das Partes: O manual do CONSECANA-SP propõe o seguinte texto: “Pelo presente instrumento particular de contrato de compra e venda: de um lado: (qualificação completa do fornecedor), de ora em diante designado VENDEDOR; e de outro lado: (qualificação completa da unidade industrial), de ora em diante denominada COMPRADORA.” Sugerimos que, para qualificar pessoas físicas e jurídicas seja utilizado o seguinte formato: Pessoa Física: NOME, portador do CPF/MF sob n°. NÚMERO e R.G. n°. NÚMERO, NACIONALIDADE, ESTADO CIVIL, PROFISSÃO, residentes e domiciliados à LOGRADOURO, No. NÚMERO , MUNICÍPIO-ESTADO, CEP NÚMERO. Pessoa Jurídica: NOME DA EMPRESA, sociedade empresária inscrita no CNPJ/MF sob n°. NÚMERO com sede à LOGRADOURO, No. NÚMERO, MUNICÍPIO-ESTADO, CEP NÚMERO com estabelecimento filial localizado à LOGRADOURO, No. NÚMERO, MUNICÍPIO-ESTADO, CEP NÚMERO, neste ato representada, conforme seu contrato social, por seu(s) diretor(es) NOMES E TODOS OS DADOS DE PESSOA FÍSICA, conforme acima. II. Preâmbulo: Nesse item o Manual do CONSECANA-SP propõe o seguinte texto: “Considerando que: 1 - O Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo – CONSECANASP deve zelar pelo relacionamento dos integrantes da cadeia produtiva da agroindústria canavieira do Estado de São Paulo; 2 - Há necessidade de assessoramento à conduta dos vendedores de cana, de um lado, e dos produtores de açúcar e álcool, de outro, reciprocamente considerados, decorrente das características e peculiaridades de seus negócios; 3 - O CONSECANA-SP age com o fito de aperfeiçoar a parceria que deve existir entre vendedores de cana e produtores de açúcar e álcool; 4. O CONSECANA-SP busca apurar e transmitir informações atualizadas para os integrantes do sistema, tanto em relação à qualidade da cana como ao preço dos produtos finais derivados desta; 5. O CONSECANA-SP define, por meio de seu Regulamento, uma série de normas para a consecução dos fins acima referidos têm entre si justo e contratado o quanto segue:” III. Objeto: O texto em itálico é proposição do CONSECANA-SP e o texto em negrito e entre parênteses são nossas observações, onde chamamos a atenção do produtor para questões relevantes. “Cláusula (...) – Pelo presente instrumento particular e na melhor forma de direito, o VENDEDOR vende e a COMPRADORA compra (...) toneladas de cana-de-açúcar, produzidas no Fundo Agrícola (nome do Fundo Agrícola), situado na (endereço do Fundo Agrícola), município de (nome do município). (Será apresentada nova redação a seguir) Parágrafo 1º - O VENDEDOR entregará a cana na esteira da COMPRADORA. (Atentar para quem fará a colheita) Parágrafo 2º - A entrega efetuarse-á durante todo o período de moagem (se a unidade industrial for realizar a colheita, definir quantidades mensais e multas ou compensações pelo não cumprimento) da COMPRADORA, conforme cronograma elaborado, na proporção de sua cana total processada. Parágrafo 3º - Será admitida a variação de até (...)% da quantidade contratada de cana-de-açúcar, quer a menor, quer a maior do cronograma previsto no Parágrafo 4º - As despesas referentes à entrega da cana até a esteira da COMPRADORA serão suportadas pelo VENDEDOR.” Sugerimos que o corpo principal do texto que define o objeto do contrato seja o seguinte: Cláusula (...) – Pelo presente instrumento particular e na melhor forma de direito, o VENDEDOR vende e a COMPRADORA compra QUANTIDADE DE CANA toneladas de cana-deaçúcar, produzidas no Fundo Agrícola NOME DO FUNDO AGRÍCOLA, situado na ENDEREÇO DO FUNDO AGRÍCOLA, município de NOME DO MUNICÍPIO, na comarca de NOME DA COMARCA, contendo a área de ÁREA alqueires, equivalentes a ÁREA hectares de terras, registrada no Cartório de Registro de Imóveis da Comarca sob n°. NÚMERO, cadastrada junto ao INCRA sob n° NÚMERO, de onde se destaca uma área de ÁREA alqueires, equiRevista Canavieiros - Maio de 2009 29
  • 30. Artigo Técnico valentes a ÁREA hectares de terras, cujo mapa geo-referenciado é parte integrante deste contrato. Sugerimos também que seja acrescentado o parágrafo quarto, como a seguir: Parágrafo 4º - Não fazem parte deste contrato as demais áreas da propriedade que não estejam discriminadas neste mapa. É importante que seja determinado o período em que cada gleba (conjunto de talhões) seja colhida conforme o perfil varietal da área e multas para o não cumprimento destes períodos. Não é raro nos deparar com situações em que a colheita ficou por conta da unidade industrial e as canas foram colhidas em épocas inapropriadas, ocasionando sérias perdas ao produtor. IV. Prazo de Vigência: A redação proposta pelo CONSECANA-SP é a seguinte: “Cláusula (...) – O prazo de vigência do presente contrato é de (...) anos.” Sugerimos que o produtor acrescente o seguinte parágrafo: Parágrafo Único – Podendo ser prorrogado por mais QUANTIDADE DE ANOS anos dependendo da viabilidade do canavial a critério exclusivo do VENDEDOR. V. Apuração da Qualidade da Cana Entregue: O texto proposto pelo CONSECANA-SP é a seguinte: “Cláusula (...) – A qualidade da cana-de-açúcar entregue pelo VENDEDOR será apurada pela COMPRADORA, conforme o dispos- to no Regulamento do CONSECANA-SP, que as partes declaram conhecer e respeitar.” É necessário que o produtor fique atento à inclusão no contrato de equipamento não homologado pelo CONSECANA-SP. Se um equipamento não foi homologado, ele pode não estar adequado às normas do CONSECANA-SP e resultar em prejuízo para o produtor ou mesmo para a unidade industrial. conhecer e respeitar. Parágrafo único - O preço será determinado com base: I – No mix de produção e de comercialização da COMPRADORA durante a safra terminada; II – Nos preços médios finais do kg de ATR dos produtos que com- põem o mix de comercialização do Estado de São Paulo, a serem divulgados pelo CONSECANA-SP até o dia 10 do mês subsequente ao término do ano-safra; III – Na quantificação total de ATR entregue pelo produtor de canade-açúcar.” VI. Preço: Para determinação do preço o Anexo III do CONSECANA-SP propõe: “Cláusula (...) – O preço devido pela COMPRADORA ao VENDEDOR é aquele apurado ao final do anosafra, a partir da metodologia estabelecida no Regulamento do CONSECANA-SP, que as partes declaram VII. Adiantamento Contra a Entrega de Cana: O texto proposto para o Adiantamento contra a Entrega de Cana, isto é, aquele adiantamento que ocorre no período de moagem da unidade industrial, é o seguinte: “Cláusula (...) – A COMPRADORA pagará ao VENDEDOR, a título de adiantamento, no dia (...) do mês subsequente ao da entrega da cana (...) % do valor de faturamento da Nota Fiscal de Entrada, calculado em função da quantificação de ATR do produtor e do preço médio do kg do ATR divulgado pelo CONSECANA-SP para o mês da entrega. Ou, opcionalmente: Cláusula (...) – A COMPRADORA pagará ao VENDEDOR, a título de adiantamento, no dia (...) do mês subsequente ao da entrega da cana, R$.(...) por tonelada de cana-de-açúcar entregue.” É importante saber-se que a participação do produtor, que é de 59,5% para o açúcar e 62,1% para o álcool, tem como premissa um adiantamento durante o período de moagem de 80%. Por isso, a Circular 02/06 sugere que o adiantamento do período de moagem seja de 80%. Cumpre ressaltar que a palavra “sugere” foi usada porque na metodologia CONSECANA-SP nada é obrigatório e não há sentido em dizer que é obrigatório, pois tudo depende de um acordo entre as partes. VIII. Adiantamento no Período entre o Final da Moagem e o Final do Ano-Safra: O texto do CONSECANA-SP diz: “Cláusula (...) – A partir do mês subsequente ao do término da moagem, conforme determinado no Regulamento do CONSECANA-SP, a COMPRADORA, mensal e sucessivamente, calculará o preço provisório da cana-de-açúcar fornecida e iniciará 30 Revista Canavieiros - Maio de 2009 o pagamento da diferença entre este e as quantias já adiantadas durante a safra. Parágrafo 1º - Preço provisório será determinado com base em: I – O mix de produção da COMPRADORA; II – O mix de comercialização pro- visório da COMPRADORA~ III – Os preços médios acumulados do kg de ATR dos produtos que compõem o mix de comercialização do Estado de São Paulo, divulgados pelo CONSECANA-SP; IV – A quantificação de ATR entregue pelo VENDEDOR, durante a safra.
  • 31. Artigo Técnico Parágrafo 2º- (A forma de pagamento dos referidos adiantamentos de que trata esta cláusula deverá ser disposta neste parágrafo conforme o acordado entre as partes contratantes).” Assim, sugerimos que o texto do parágrafo 2º. seja o seguinte: A COMPRADORA adiantará ao VENDEDOR sobre o total da cana fornecida durante o período de moagem e pelo seu teor médio de ATR, os seguintes percentuais pagos no dia ... de cada mês: Novembro: (Valor Atualizado x 84% - Valores Pagos) / 5 - pagamento dia.../dez/ano Dezembro: (Valor Atualizado x 88% - Valores Pagos) / 4 - pagamento dia .../jan/ano Janeiro: (Valor Atualizado x 92% - Valores Pagos) / 3 - pagamento dia .../ fev/ano Fevereiro: (Valor Atualizado x 96% - Valores Pagos) / 2 - pagamento dia .../mar/ano Observação: Valor Atualizado = Quantidade de ATR fornecida na safra multiplicado pelo preço do ATR acumulado atualizado até o mês, segundo as normas do CONSECANA-SP. IX. Liquidação ao Final da Safra: Quanto à liquidação de safra, o CONSECANA-SP propõe: “Cláusula (...) – Ao final do ano- safra a COMPRADORA pagará ao VENDEDOR as diferenças entre o preço final apurado, conforme disposto na cláusula (vide item VI), e os valores adiantados com base nas cláusulas (vide itens VII e VIII) deste contrato.” X. Retenção: Todos os estudos, elaboração de normas e atualizações necessárias à manutenção do CONSECANA-SP são custeados, pelo lado dos produtores, pelas associações de fornecedores. Dessa forma, para que os fornecedores possam ter todas as orientações necessárias é preciso que façam o recolhimento de taxa de suas associações. Mediante isso o CONSECANA-SP propõe o seguinte texto: “Cláusula (...) – A COMPRADORA se obriga a descontar as obri- gações pecuniárias devidas pelo VENDEDOR à ASSOCIAÇÃO (denominação da associação), recolhendo-as a esta última na forma definida por deliberação assemblear, cuja ata deve ser subscrita e enviada, em tempo hábil, à COMPRADORA.” XI. Conciliação: Caso haja necessidade de conciliação, é preciso que se disponha o seguinte texto no contrato: “Cláusula (...) – As partes encaminharão à Diretoria do CONSECANA-SP as dúvidas e conflitos surgidos entre elas, quanto à execução do presente contrato, no que se refere às Normas do Regulamento do CONSECANA-SP. “ É fundamental que a unidade industrial participe da ÚNICA (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) e o fornecedor recolha taxa para uma associação na forma de seus estatutos sociais e que esta seja vinculada à ORPLANA (Organização dos Plantadores de Cana da Região CentroSul do Brasil). Sugere-se que conste em contrato as seguintes cláusulas adicionais: 1. O atraso no pagamento em qualquer das parcelas acordada neste contrato implicará em correção monetária pelo IPCA ou outro índice de inflação oficial do governo que venha a substituí-lo, mais juros de 1% ao mês. 2. As partes se obrigam ao inte- gral cumprimento deste contrato em todas as suas cláusulas, convencionando que eventual descumprimento de qualquer delas sujeitará a parte infratora ao pagamento de multa correspondente a 20% (vinte por cento) calculado sobre o preço do total de cana colhida na safra em curso ou na que venha a ser colhida se ainda não realizada nenhuma colheita, em favor da parte inocente, ressalvando que o pagamento desta multa não exclui o direito da parte exigir o integral cumprimento da obrigação principal. 3. A tolerância de quaisquer das partes no descumprimento das cláusulas e condições aqui estipuladas não será entendida como novação ou renúncia prevista no Código Civil Brasileiro, podendo a parte prejudicada exercer seus direitos a qualquer tempo, sem prejuízo das indenizações eventualmente devidas em decorrência de inadimplemento. Finalmente, é importante também estar atento a: · Data de pagamentos · Eleição do Foro · Caso a unidade vá prestar serviços de colheita: o Definir período quando os serviços deverão ocorrer e multa ou compensação para o não cumprimento; o Se puder levar a outra unidade industrial, definir preço dos serviços de colheita em todas as situações possíveis ou que o preço do serviço será aquele determinado até a unidade contratante; o Estipular forma de reajuste, caso prazo seja superior a mais de uma safra. · Deve-se pactuar forma de pagamentos nos casos de ajustes final negativos, mesmo que se siga a proposta do CONSECANA-SP. · No caso de companhias agrícolas ou entre proprietário e fornecedores, sugere-se nomear uma unidade industrial interveniente que garanta o recebimento da matéria-prima. · Critérios de renovação. Caso seja necessário, entre em contato conosco por meio do telefone (16) 3946-3300 ramal 2100. Revista Canavieiros - Maio de 2009 31
  • 32. Artigo Técnico II Florescimento no canavial, um alerta ao prejuízo Por; Marcelo de Felício, engenheiro agrônomo da Canaoeste. O fenômeno do florescimento ocorre quando as condições climáticas são favoráveis ao seu aparecimento, como o excesso de chuva nos meses de Dezembro à Janeiro, fotoperíodo curto, umidade antes e durante o processo de indução, diferença entre as temperaturas médias diurnas e noturnas e sensibilidade das variedades cana. Mesmo as variedades não floríferas, quando colocadas em regiões onde as condicionantes são altamente favoráveis, sofrem este efeito, florescendo e causando danos ao rendimento da cultura. isoporização – ou chochamento –, que se caracteriza pelo secamento do interior do colmo e perda de peso final, por conta da redução do volume de caldo. É possível evitar o florescimento fazendo o manejo das variedades floríferas e planejando a colheita para início de safra, das variedades sensíveis a este fenômeno, entretanto essa não é a estratégia mais usual nem a mais viável, “Teríamos que colher tudo no iní- da acelerar a maturação que permite o adequado manejo da cana na colheita. Além disso, alguns produtos apresentam um efeito positivo na brotação da soqueira, incrementando ganhos na produtividade do corte seguinte. Dependendo do ano-safra agrícola o branco-acinzentado do florescimento da cana-de-açúcar é cada vez mais comum na paisagem de algumas regiões produtoras de cana do Brasil. Apesar de o cenário ser de encher os olhos de quem passa perto, não se traz nenhum benefício ao fornecedor e a Indústria. Ao emitir o pendão floral a planta de cana canaliza uma grande parte do açúcar para o local, reduzindo a produtividade e a qualidade da matéria prima na Indústria. Alterações morfológicas e fisiológicas são os primeiros sintomas prejudiciais do florescimento, que causa acúmulo de sacarose na cana-de-açúcar. A formação da flor drena a sacarose e causa prejuízos à qualidade da cana. O florescimento causa também a Florescimento pleno, em canavial. 32 Revista Canavieiros - Maio de 2009 Pendão floral da planta de cana. cio de safra”, podemos também, levar em conta tipo de solo, topografia da região, forma do plantio/colheita e características climáticas da região. Podemos ainda usar os reguladores de crescimento, que aplicado no período indutivo, inibe a ocorrência do florescimento da cana, evitando a isoporização ou chochamento, pode ain- Produtor fique sempre atento ao aparecimento do pendão floral nos canaviais, se antes não usou nenhum tipo de método para inibir o florescimento, após o aparecimento das primeiras flores, providencie o mais rápido possível a colheita da área e consulte sempre um engenheiro agrônomo de sua região. Cana Isoporizada ou Chochada
  • 33. Revista Canavieiros - Maio de 2009 33
  • 34. Novas Tecnologias IAC lança duas variedades de amendoim Da Redação IAC 503 e IAC 505 foram apresentadas na Agrishow e apresentam alto teor de ácido oléico O IAC (Instituto Agronômico) lançou na Agrishow as variedades de amendoim IAC 503 e IAC 505 com alto teor de ácido oléico — entre 70% a 80% — enquanto os materiais tradicionais têm 40% a 50%. Esse ácido garante maior durabilidade ao produto — isto é, o armazenamento pode ser feito por maior tempo, sem perda de qualidades. O sabor de ranço deixa de existir, ao menos por um bom período, já que os óleos vegetais possuem outros ácidos em sua composição que conferem maior resistência à oxidação. Esse atributo é fundamental para o mercado brasileiro, pois apesar de o amendoim ser uma oleaginosa, o produto é mais utilizado pela indústria de confeitaria, com rígidos critérios de qualidade para atender ao exigente mercado de doces e confeitos. “Os derivados do amendoim, como doces e óleos, terão prolongada a sua vida de prateleira”, afirma Ignácio Godoy, pesquisador do IAC. De acordo com o pesquisador, esse ácido graxo tem grande relevância para a cadeia produtiva como um todo. “Essa característica representa um salto de qualidade para a indústria e tende a tornar o amendoim mais atraente, sobretudo no mercado externo”, diz Godoy. As sementes desse material deverão chegar aos produtores em 2010/2011. Granulometria é outro destaque Os novos materiais são superiores também na quantidade de grãos de maior tamanho, obtidos após o descascamento e a retirada das impurezas. O IAC 503 apresenta cerca de 30% a mais de grãos grandes que o Runner IAC 886. A granulometria da IAC 505 também é superior aos materiais já conhecidos. 34 Revista Canavieiros - Maio de 2009 Ignácio Godoy, pesquisador do IAC apresentou as novas variedades durante Agrishow 2009 no estande do IAC Grãos de maior tamanho são os mais valorizados no mercado de confeitaria. Desempenho agronômico- IAC 503 e IAC 505 são classificadas como do grupo “runner”, com hábito de crescimento rasteiro e ciclo ao redor de 130 dias. Em relação às doenças foliares, ambas classificam-se como moderadamente suscetíveis à mancha preta e ferrugem, principais doenças do amendo- im, cujo controle representa cerca de 30% do custo de produção. A variedade Runner IAC 886, o de maior expressão comercial atualmente, é considerado suscetível a essas doenças. Segundo Ignácio Godoy, os primeiros testes de produtividade foram feitos em 2005/2006. Na média de duas localidades, a IAC 503 e a IAC 505 produziram, respectivamente, 5.859 e 5.344
  • 35. Novas Tecnologias Kg/hectare (em casca), contra 4.412 e 4.495 Kg/hectare dos cultivares Runner IAC 886 e IAC Caiapó. Já em 2006/2007, ano considerado difícil sob o aspecto de clima e de baixa eficiência no controle de doenças, como a mancha preta, o desempenho produtivo médio dos materiais IAC 503 e IAC 505, em quatro localidades, foi de 3.519 e 3.514 Kg/hectare, e de 3.364 e 3.571 Kg/hectare para os tradicionais Runner IAC 886 e IAC Caiapó, respectivamente. As tecnologias IAC dominam os campos paulistas de amendoim, que respondem por 70% da produção nacional da oleaginosa, com cerca de 100 mil hectares. Cerca de 80% da área plantada com amendoim no Brasil utiliza materiais IAC. Segundo Ignácio Godoy, na safra 2008/09, estima-se que foram plantados 70 mil hectares com a cultivar Runner IAC 886 e 18 mil hectares de IAC Tatu ST, além de outros com menores áreas de cultivo. IAC expõe tecnologias já adotadas por produtores Durante a Agrishow, o IAC também expôs tecnologias já adotadas pelos produtores, como as oito variedades de cana lançadas nos últimos três anos. Dentre esses cultivares, os destaques são IAC91-1099 e IACSP95-5000 pela elevada produtividade e concentração de sacarose. Comparadas a materiais bastante cultivados comercialmente, a produtividade da IACSP95-5000 foi superior em 17,7% e a da IAC91-1099 em 11%. Esses valores correspondem uma variação na produção de 120 a 90 toneladas/ hectare e de 140 a 95 toneladas/hectare, respectivamente. Ainda relacionada a essas características, a IAC91-1099 garante uma boa produtividade mesmo em cortes avançados, com produção superior em 20% a dos materiais que apresentam esse mesmo perfil. “Os ensaios que validaram essa variedade foram conduzidos até o quarto corte, em diversos ambientes de produção. Nessa condição, para o quarto corte ela apresentou dados médios de 94 toneladas/hectare”, informa o pesquisador do IAC, Mauro Alexandre Xavier. Segundo ele, outro aspecto que também chama a atenção da IAC91-1099 é o seu caráter rústico-estável, o que possibilita seu cultivo em ambientes médios a desfavoráveis. Em relação ao nível de maturação, a IAC91-1099 e IACSP95-5000 apresentam boa capacidade de acumular sacarose ao longo da safra, tornando-se uma boa opção para corte entre o inverno e a primavera – o que corresponde ao período entre julho e novembro. Já a IACSP95-3028 e a IACSP93-2060 chamam a atenção pela precocidade de maturação, o que beneficia a colheita durante o período de menor volume de produção. “Para a IACSP95-3028, colhida em início de safra – um momento bastante crítico para o acúmulo de sacarose – o teor percentual desse açúcar pode ser 7,5% superior ao das variedades ainda cultivadas e utilizadas em início de safra”, pontua Xavier. O pesquisador explica ainda que, enquanto IACSP95-3028 atende à necessidade de antecipação da colheita para final de março e início de abril, a IACSP93-2060 destina-se entre a quarta e a sexta quinzenas da safra. Essa característica permite que os produtores planejem melhor e possam adiar ou antecipar o início do corte. Revista Canavieiros - Maio de 2009 35
  • 36. Biblioteca Cultura Cultivando a Língua Portuguesa Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer algumas dúvidas a respeito do português “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” Cultivo de pinhão-manso para produção do Biodiesel Prof. Nagashi Tominaga Prof. Jorge Kakida Prof. Eduardo Kenji Yasuda “O significado das coisas não está nas coisas em si, mas sim em nossa atitude com relação a elas” Antoine de Saint-Exupéry 1)Pedro, com seu ato HERÓICO, socorreu prontamente sua amiga Maria... Renata Carone Sborgia* Segundo o Novo Acordo Ortográfico, Pedro não foi heróico... sem tirar o mérito do socorro prestado a sua amiga Maria... NOVA REGRA (para TODOS sermos HEROICOS!). Foi eliminado dos ditongos (encontro de uma vogal+semivogal ou vice -versa na mesma sílaba) abertos ei e oi dos vocábulos paroxítonos (palavras cuja sílaba pronunciada com mais intensidade é a penúltima) o acento gráfico (acento agudo). ANTES= Heróico DEPOIS= HEROICO (correto) Então, Pedro foi um HEROICO!!! 2) Apelidos familiares. Precisamos respeitá-los, muitos carinhosos, outros estranhos, outros inconfessáveis, mas os confessáveis como: leãozinho, gatinha selvagem, docinho... e assim vão! Ouvi, no supermecado, outro dia: “A JIBÓIA da minha sogra...” Veja: temos uma redundância: animal de estimação a Jibóia? ou... Prezado amigo leitor, na oralidade, na fala, a JIBOIA da sogra precisa ser respeitada. Na escrita, vamos a nova regra: ANTES= JIBÓIA DEPOIS=JIBOIA (correto) E a regra? - É a mesma do HEROICO - exemplo acima 3) Prezado amigo leitor, você sempre é TRANQUILO? Sem trema, sempre TRANQUILO!!! Lembrando a Nova Regra: depois do Novo Acordo o trema foi abolido, existe apenas com palavras estrangeiras (Ex.: modelo Gisele Bündchen.) PARA VOCÊ PENSAR: “ A torneira seca (mas pior: a falta de sede) a luz apagada ( mas pior: o gosto do escuro) a porta fechada ( mas pior: a chave por dentro) José Paulo Paes * Advogada e Prof.ª de Português e Inglês Mestra—USP/RP, Especialista em Língua Portuguesa, Consultora de Português, MBA em Direito e Gestão Educacional, escreveu a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras) com Miriam M. Grisolia 36 Revista Canavieiros - Maio de 2009 O pinhão-manso é uma planta com grande potencial para produção de biodiesel, pois apresenta importantes fatores, como: alto teor de óleo (aproximadamente 40%), características físico-químicas do óleo; sua planta tem capacidade de se adaptar em diversos tipos de climas e solos, resistência à seca e ao ataque de pragas e doenças e é uma planta capaz de produzir por 40 anos. Neste livro é possível encontrar informações significativas para o aprendizado do cultivo de pinhão-manso para produção de biodiesel. A obra é acompanhada também por um DVD, que juntamente com o livro, se transforma em um verdadeiro curso. Durante o curso você será abordado pelos seguintes assuntos: aspectos botânicos da planta, escolha do cultivar, clima e solo, produção de mudas, preparo do solo, adubação e plantio, tratos culturais, controle de pragas e doenças, colheita, beneficiamento e armazenamento, extração de óleo e coeficientes técnicos. Este curso é dirigido pela Engenheira Agrônoma Patrícia Resende e conta com a coordenação técnica do professor Nagashi Tominaga, especialista no cultivo de pinhão-manso e dos engenheiros agrônomos Jorge Kakida e Eduardo Kenji Yasuda. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016
  • 37. VENDEM-SE OU TROCAM-SE - Um trator Valtra 1880, ano 1998, equipado c/ kits de freio e cabs parts; - Um trator Valtra BH-180, ano 2002, equipado c/ kits de freio e cabs parts; - Um tanque p/ diesel (5000 lts) c/ bomba Giklbarco, m,angueira, bico e filtro, semi novo. Tratar com João Carlos Martins de Freitas pelos telefones (16) 3957-1254 ou (16) 9137-8389. Fazenda Boa Sorte Ibitiuva-SP VENDEM-SE Quatro tratores trabalhando no reboque na Usina Andrade Açúcar e Álcool, todos em uma frente. - Um Valtra 1880, ano 2001 - Um Valtra BH-180, ano 2003 - Um Valtra BH-160, ano 2005 - Um Valtra BH-160, ano 2006 Tratar com João Carlos Martins de Freitas pelos telefones (16) 3957-1254 ou (16)9137-8389. E-mail: jcmf1@uol.com.br VENDEM-SE Curral em Mesópolis-SP - 350 palanque cerrado no meio - 3,5 metros comprimento. - 800 a 1000 metros de tabua de arueira e ipê 20cm largura com espessura de 4 cm e 4,0 metros de comprimento. - 02 barracões - sendo 01 cobre o tronco e outro para leite A - coberto com telha francesa. - capacidade de 1.000 cabeças de boi. - Idade do curral: 35 anos - pintado com óleo queimado com neltrol. - 01 embarcador. - 01 seringa com 10 repartições. Preço a combinar - Tratar com o proprietário Marco Aurélio Junqueira Franco pelo telefone (17) 9611-1480. VENDEM-SE -01 cavalo mecânico de marca Scânia, modelo 124C 360 traçado, ano/modelo 2000; -01 carroceria de plantio de cana, ano 2007; -01 carreta graneleira, marca Krone, ano 97 com ou sem pneus 1100x22. Tudo em ótimo estado de conservação. Tratar com o Márcio pelos telefones: (17)-9116-4444 / (17)-3817-2082 ou com Cecília pelo telefone: (17)-3817-1231 VENDEM-SE -01 trator Waltra 4x4 1780, ano 2006, em excelente estado de conservação, preparado para reboque; -01 trator MF 680 HD, ano 2007, com poucas horas de trabalho, em excelente estado de conservação, preparado para reboque; -02 carregadeiras BM 85, ano 2003, equipamento Santal revisadas, prontas para trabalhar, em excelente estado de conservação; -01 carregadeira Walmet 885, equipamento Santal, trabalhando, em excelente estado de conservação; -01 carregadeira CBT, equipamento Santal, motor novo, bem conservado, trabalhando. Estuda-se troca com veículos. Tratar com Dirceu pelo telefone (16)99977799 / 92243038 / 36599808. VENDEM-SE - S10 cabine simples, diesel, 2.5, modelo 97, cor cinza metálico, com direção hidráulica, ar condicionado, motor zero; - Scraper marca Tatu, modelo STA 2. Tratar com Mauro fone (16) 9961.4583 - Ribeirão Preto. VENDEM-SE - F350, ano 2001 com baú; - 01 Transformador de 15 KVA - 01 Transformador de 45 KVA - 01 Transformador de 75 KVA - Tijolos antigos e telhas - Lascas, palanques e mourões de aroeira - 01 sulcador de 2 linhas DMB - postes de aroeira -terças, caibros e porteiras -tambores plásticos vazios de 200 lts Tratar com Wilson - (17)9739-2000 Viradouro - SP VENDEM-SE -100 alq. com laranja, 60 ml pés, região de Leme-SP, R$ 50.000,00/alq (CRECI 84540-f). -diversas áreas ótimas para loteamentos residenciais e industriais (Rodovia Anhanguera) no interior de SP (Araras, Piracicaba, Leme, Americana, etc.). Consulte-nos para maiores informações (CRECI 84540-F). -72 alqueires, sendo 30 alqueires plantado em soja, 28 alqueires plantado em cana própria, casa de empregado, galpão, rancho e confinamento todo cimentado, topografia plano, rio nos fundos, R$ 4.200.000,00 (CRECI 84540-F). -1000 ha na região do Triangulo Mineiro-MG, formada em pastagens, 50 divisões de pasto, curralama completa, a 20 km de 3 usinas, casa com piscina e 6 suites, R$ 7.800.000,00-Aceita imóveis como parte de pagamento (CRECI 84540-F). Tratar com José Paulo Prado - Terra Verde Imóveis Rurais-CRECI 84540-F pelo telefone: (19)3541-5318 ou (19) 9154-8674. Email; terraverdeimoveis@yahoo.com.br MSN: zpterraverde@hotmail.com Site: www.terraverdefazendas.com.br VENDEM-SE -Valtra 785/4 ano 2002, R$ 41.000,00; -Valmet 118/4, ano 86, com lamina tatu, R$ 35.000,00; -Valtra BM 125i/4,ano 2007, trator com 1000 horas, está na garantia, R$ 96.000,00; -MF 5275 simples, ano 2000, R$ 31.000,00; -Valtra 885/4, ano 1999, R$ 46.000,00; T-rator de esteiras Komatsu D-30 ano 1986, trator em bom estado, R$ 50.000,00; -Trator de esteiras Fiatallis AD-14, trator em bom estado, R$ 60.000,00. Tratar com José Paulo Prado - ZPTratores pelos telefones: (19)35415318 ou (19)91548674. Email: zptratores@yahoo.com.br Site: www.zptratores.com.br Skype: jpprado..zp MSN: zpterraverde@hotmail.com Revista Canavieiros - Maio de 2009 37