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Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

1
2

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
Editorial

FINAL DE CICLOS

C

hegamos ao final de mais um ano e
nós, da Revista Canavieiros, temos a
sensação de dever cumprido. O dever de passar informação de qualidade, de forma limpa e
imparcial, para levar até você, leitor, tudo o que
acontece dentro e fora do sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As novas tecnologias,
tendências, as boas fazes, os problemas, e maneiras de solucionar esses problemas. É essa a
missão da nossa Revista: ajudar o produtor
rural a ser cada vez mais forte, fortalecendo
assim o nosso país. Pois, afinal, o que seria do
Brasil sem a agricultura?
Mas não podemos deixar de agradecer o
grande responsável por mais esse ano de
Revista Canavieiros: você. Sim, você! Você
que leu e opinou; você que sugeriu pautas e
até deu puxões de orelha por nossas falhas.
Cada pessoa que lê a Canavieiros, seja periódica ou eventualmente, é responsável por nos
fazer seguir em frente, trabalhando cada vez
melhor. Sugerimos agora a nossa própria retrospectiva 2007.
Começamos o ano com um "Raio-x" das
variedades de cana. Uma matéria completa sobre os cultivares mais utilizados na época e as
tendências que, hoje, já fazem parte do cotidiano do produtor. Em fevereiro, o gerente do
Departamento Técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueiras, falou sobre a importância de um
plantio cuidadoso para aumentar a longevidade e produtividade do canavial. No mês seguinte trouxemos uma reportagem sobre tecnologia agrícola e a necessidade dos pequenos proprietários investirem em tecnologia.
Abril teve como capa os principais investimentos do sistema Copercana, Canaoeste e
Cocred na área social e de desenvolvimento
sustentável. Voltando a falar sobre plantio, a
edição de maio apresentou um panorama sobre uma nova tendência: a mecanização do
plantio. As tecnologias disponíveis, os riscos, as vantagens, etc. No mês seguinte foi a
vez do III Agronegócios Copercana ocupar a
capa da Canavieiros. Uma entrevista com o
presidente da Copercana e Cocred, Antonio
Eduardo Tonielo, indicou as tendências para
o evento de 2007.

A sétima edição do ano falou sobre cachaça. A bebida ganhou projeção mundial e
vários produtores da região - muitos deles
cooperados - têm investido na produção da
"branquinha" para vender fora do país. Em
agosto, a Revista foi uma espécie de prestação de contas para os associados da Canaoeste. A reportagem de capa mostrou aos leitores a importância das parcerias que a associação tem com institutos de pesquisa em canade-açúcar e o que isso traz de bom aos produtores associados.
"500 anos de cana-de-açúcar no Brasil". Essa
foi a capa de setembro. O Jardim Varietal do Centro de Cana do IAC em Ribeirão Preto concentra todos esses anos de história em uma pequena área onde foram plantadas amostras de todas as variedades produzidas no país desde
1500. Dando um salto de meio século, a edição
número 16 tratou do que existe de mais moderno no setor: a mecanização do corte. Os novos
prazos para o fim da queimada, o mercado de
colhedeiras e as dúvidas que os produtores ainda têm. Tudo isso foi esclarecido na matéria especial de outubro.
A safra de 2007 chegou ao fim dando início ao plantio do amendoim como cultura de
rotação para a cana. Por isso, em novembro, a
Canavieiros abriu seu leque e focou no plantio do grão que vem ganhando mercado no
exterior. Assim chegamos a presente edição
que abordou um assunto polêmico, além de
gerar perdas para os agricultores e assim para
o Brasil: a Reserva Legal. Um Workshop organizado pela Canaoeste e o escritório Pinheiro Pedro Advogados discutiu o assunto com
autoridades do setor que permitiu a criação
de um documento intitulado "Carta de Ribeirão Preto" que será encaminhado às lideranças e autoridades.
Nós, equipe da Revista Canavieiros, desejamos um feliz Natal e um ano novo de muito sucesso e realizações a todos nossos parceiros: diretores, funcionários, cooperados e
leitores, ou seja, todos que contribuíram com
nosso trabalho durante 2007.
Boa Leitura e até 2008!
Conselho Editorial
Revista Canavieiros - -Dezembro de 2007
Revista Canavieiros Dezembro de 2007

3
Indice

EXPEDIENTE

Capa

CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson

Reserva Legal: setor se
organiza em defesa da
produção nacional
Workshop sobre crises ambientais
produziu documento intitulado de
“Carta de Ribeirão Preto”, que será
encaminhado às lideranças e
autoridades

Pag.
Pag.

20

OUTRAS

DESTA
DESTA QUES

CONSECANA

Entrevista

Pag.

14

Luiz Antonio Titton
Professor da Fundace
(Fundação para Pesquisa e
Desenvolvimento da
Administração, Contabilidade e Economia)
Pag.
Pag.

05

REPERCUTIU
Pag.

25

INFORMAÇÕES
Pag.
SETORIAIS
26

Ponto de vista
Duarte Nogueira

Pag.

(Deputado Federal
(PSDB-SP))
Etanol: necessidade de
planejamento
Pag.
Pag.

Notícias

Copercana
- Recorde no Leilão Beneficente:
R$ 765 mil

Notícias

10

12
Canaoeste
- Novo site do Netto Campello já está no ar
- Ortolan participa de reunião da WABCG
Notícias

ARTIGO
TÉCNICO
LEGISLAÇÃO

Pag.

09
09

Pag.

28

32

DESTAQUE
Pag.

34

Pag.

36

AGENDE-SE
Pag.

37

CLASSIFICADOS
Pag.

15
Cocred
- Cajuru encerra "Cocred em Ação" de 2007
- Cocred Cajuru: credibilidade e confiança em 1º lugar
- Cocred faz doação para escola de Pitangueiras

38

Pag.

Tecnologias
Novas Tecnologias
Vendas de colhedora devem continuar aquecidas
em 2008
4
4

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

PROJETO GRÁFICO E
DIAGRAMAÇÃO:
Rafael H. Mermejo
FOTOS:
Carla Rossini
Marcelo Massensini
COLABORAÇÃO:
Marcelo Massensini
COMERCIAL E PUBLICIDADE:
Artur Teixeira: (16) 3946-3311
revistacanavieiros@copercana.com.br
DEPARTAMENTO DE MARKETING
E COMUNICAÇÃO:
Ana Carolina Paro, Artur Teixeira, Carla
Rossini, Daniel Pelanda, Letícia Pignata,
Marcelo Massensini, Rafael Mermejo,
Roberta Faria da Silva, Talita Carilli.
IMPRESSÃO:
São Francisco Gráfica e Editora

CULTURA

Pag.

EQUIPE DE JORNALISMO:
Carla Rossini – MTb 39.788
Cristiane Barão – MTb 31.814

Pag.
Pag.

33

TIRAGEM:
7.500 exemplares
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e
fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas
são de responsabilidade dos autores. A
reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte.
ENDEREÇO DA REDAÇÃO:
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311
http://www.canaoeste.com.br/revistacanavieiros
Entrevista

Luiz Antonio Titton

Professor da Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia)

Reserva Legal: perdas e danos
para a economia
Perfil:
Professor da Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração,
Contabilidade e Economia) e
mestre em Administração de
Organizações pela USP, Titton lidera o estudo desenvolvido no programa de pós-graduação da FEA (Faculdade
de Economia e Administração) - USP e que pretende
analisar o impacto que a implantação da reserva legal
terá sobre cada um dos elos
das cadeias de produção.

Cristiane Barão

A

implantação da reservalegal causará perdas
equivalentes a 5% do PIB, de
acordo com o estudo "Impactos sócio-econômicos da reserva legal", apresentado por
Luiz Antonio Titton, no primeiro dia do I Workshop Brasilei-

ro sobre Crises Ambientais no
Agronegócios.
"A reserva legal é extremamente prejudicial para as empresas, para os governos federal,
estadual e municipal. Nós vamos
iniciar um processo recessivo de

trinta anos. É um suicídio para o
país", alerta. Segundo o professor, a reserva legal é tratada
como uma questão pessoal do
proprietário, quando, na verdade, afeta toda a economia nacional. Leia, a seguir, a entrevista
que ele concedeu à Canavieiros.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

5
Entrevista
Revista Canavieiros: Quais os
impactos sócio-econômicos da reserva legal?
Luiz Antonio Titton - Nós estamos falando de uma queda de 5%
do PIB, se considerarmos, a grosso
modo, a perda de renda que vai haver no agronegócio e o gasto que o
setor terá para a recomposição dessas áreas de reserva legal. A nossa
carência de reserva legal em São
Paulo hoje é de 17% da área total
do Estado.

ração da reserva natural de 30 anos
em um ano só. No cálculo, eu já dividi em 30 anos.
Canavieiros: O estudo aponta
para uma perda de 6% no repasse
do ICMS para os municípios...
Titton: O ICMS é praticamente a
base de sustentação da gestão financeira dos municípios. Se você
tiver uma queda de 5% no PIB estadual, seguramente vamos ter um problema sério porque um quarto do
ICMS vai para o município. Vai faltar dinheiro para o município. Eu
projetei uma queda em 6% no ICMS
para o município ao mês, mas esse
número ainda é passível de revisão.
Os municípios hoje estão travados,

tos é pago sobre o consumo. Quanto você compra uma lata de ervilha,
ali está uma série de impostos que
deixarão de ser arrecadados. Deixarão de ser arrecadados porque caiu
a produção, porque o poder aquisitivo da população diminuiu por conta
da queda do PIB. Arrecadando menos, começa aquela bola de neve
que nos matou nas décadas 70 e 80:
o governo tem menos dinheiro, ele
não tem como investir o suficiente e
se inicia um processo recessivo.

Canavieiros: As perdas de 5%
Canavieiros: Qual a sua conclureferem-se ao PIB estadual ou da
são sobre a questão da reserva?
União?
Titton: Estrategicamente, a reserTitton: Eu considerei a melhor
va legal é extremamente prejudicial
condição do melhor Estado e projepara as empresas, para os governos
tei para o resto do país.
federal, estadual e municipal.
(A reserva legal) é altamente
No PIB estadual (a perda)
Nós vamos iniciar um proé de 5%, mas aqui nós escesso recessivo de trinta
concentradora de renda, é o
tamos com 20% de reseranos. É um suicídio para o
caminho para a formação de
va legal, não é nem 35%
país e estamos falando de
(estabelecido para as áreum problema mais sério,
grandes latifúndios
as de cerrado) e nem 80%
além da questão da proprie(para as áreas de floresta). Se você tendo os gastos com a folha de pa- dade. Também acho que temos de prepegar o Estado do Amazonas, por gamento e com a educação como as servar nossos ecossistemas, mas não
exemplo, que tem produtividade me- maiores despesas. Os prefeitos vão em prejuízo do ser humano. Como é
nor do que a nossa, o impacto é pior. ter problemas sérios. Pior é no âm- que o nosso país vai passar por uma
Se eu projetar Estado por Estado, bito estadual, onde as despesas tam- recessão, enquanto todos os países
acredito que o resultado será bem bém estão casadas e a falta desse estão tendo crescimento econômico?
pior. É que o nosso peso é maior e dinheiro significa queda no investi- Vamos bancar 30 anos de recessão
então pende a 5%. Eu não estou con- mento na educação de nível médio, por conta de um princípio? Eu ouço
siderando, como fizeram outros es- problemas graves de saúde, de se- muito que a questão da reserva legal
tudiosos, o desembolso da recupe- gurança. A maior parte dos impos- é da porteira para dentro. Fiz uma
análise de como ficaria o país e a situação é assustadora. Essa questão
da reserva legal é tratada como uma
questão pessoal do proprietário,
quando é uma questão que afeta a
economia nacional.

“

Canavieiros: Para os pequenos
e médios produtores, esse custo para
a recomposição é mais pesado?
Titton – Para o pequeno produtor, inviabiliza economicamente a exploração da propriedade. O produtor terá de fazer um desembolso para
a recomposição de 20% da sua área,
terá redução da renda porque irá perder a produção nesses 20%. (A reserva legal) É altamente concentradora de renda, é o caminho para a
formação de grandes latifúndios. Se
você somar esse prejuízo - o gasto
do dinheiro que o produtor não tem
6

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
Entrevista

e a perda de renda que terá - e ainda queno produtor passaria a ser uma
Titton: O uso da BM&F para nepor cima ser ameaçado como se fos- voz ativa, porque ele está na pon- gociar o Certificado de Compensase um criminoso, a melhor coisa que ta da produção. Ninguém prestou ção de Unidade de Conservação para
se tem a fazer é abandonar a peque- a atenção que ele (produtor) per- fins de reserva legal é uma proposta.
na propriedade. O médio agricultor dendo, no fim da cadeia o prejuízo A BM&F irá “amarrar” a obrigatorieainda tem a chance de recorrer a ban- será muito maior. A cadeia tem con- dade de comprovar que ele (produco. Isso quer dizer que
tor) tenha o cumprimento do
ele demora mais tempo “A cadeia não está se conversando. Se a respeito aos mananciais, etc.
para quebrar.
cadeia funcionasse, o choramingo do A partir daí, só vai comprar
título em leilão da BM&F
Canavieiros: O que o
pequeno produtor passaria a ser uma quem é proprietário. Estranprodutor tem de fazer
geiro não vai poder comprar
voz ativa, porque ele está na ponta da porque ele não tem a terra.
para se contrapor a isso?
Titton: Primeiro é pa- produção. Ninguém prestou a atenção Com um mercado a partir
rar de dizer que ele não
desses títulos, vamos criar
c o n s e g u e r e s o l v e r o que ele (produtor) perdendo, no fim da negócios. O uso das terras
problema. O produtor
do Estado que estão em unicadeia o prejuízo será muito maior” dades de conservação e que
tem de se unir dentro da
cadeia, buscar todos os
são lastros para esses certiseus continuadores na cadeia pro- dições de pressionar o Estado, mas ficados de compensação, resolve
dutiva para dar segurança e sus- ela não está prestando atenção na todo o problema: gera dinheiro para
tentação. O produtor perde renda, importância que parte do pequeno o Estado, financia a conservação de
mas nós temos um efeito multipli- produtor. Ao invés de chorar as áreas com matas virgens que estão
cador de 12 vezes. Ou seja, R$ 1 na mágoas sozinhos, vamos chorar as abandonadas, já que não há recurponta da cadeia representa R$ mágoas do país, que vai entrar sos do Estado para fazer a conserva12,00 no final dela. Enquanto o num buraco sem fundo.
ção, gera recursos talvez até para o
produtor perde, por exemplo, R$
Estado comprar terras. Você pode fa1.500, a cadeia inteira deixa de ter
Canavieiros: Uma das propostas zer áreas de conservação em áreas
renda de R$ 18 mil. A cadeia não que apresentou refere-se ao Certifi- completamente não agricultáveis,
está se conversando. Se a cadeia cado de Compensação. Como fun- que pertencem ao Estado e que esfuncionasse, o choramingo do pe- cionaria?
tão abandonadas.

“

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

7
Ponto de Vista

A tecnologia é o pulo do gato
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan*

O

CTC (Centro de Tecnologia
No caso da cana, graças aos tra- com a produção de etanol a partir da
Canavieira) lançou, no mês tos culturais e ao melhoramento ge- celulose presente na palha e no bapassado, seis variedades de cana e o nético, hoje é possível produzir 60% gaço da cana. Esse processo, denoIAC (Instituto Agronômico), do go- mais de etanol em cada hectare culti- minado hidrólise de celulose, ainda
verno do Estado, apresentou outras vado do que no início do Proálcool. não é viável economicamente, mas
quatro no início do mês. Essas novas Na região Centro-Sul, em 1975, de virá a sê-lo perto de 2015.
variedades se somam às outras nove cada hectare de cana eram extraídos
lançadas pelo CTC e às oito pelo IAC 4.000 litros de álcool combustível. No
É que da cana, utiliza-se apenas
desde 2004. Se considerarmos que as ano passado, a produtividade chegou um terço do potencial de energia para
primeiras variedades brasileiras de a 6.400 litros/hectare. E assim como a produção de açúcar e etanol. Os dois
cana-de-açúcar surgiram nas déca- na agroindústria, cujo ganho de efi- terços restantes são, em grande pardas de 40 e 50 e que atualmente so- ciência é progressivo, nos canaviais te, desprezados: o bagaço e a palha
mam cerca de 100, o lançamento de as perspectivas quanto à produtivi- (pontas e folhas). Parte do bagaço
27 variedades apenas por dois dos dade são promissoras.
ainda é utilizada na geração de enerinstitutos de pesquisa
gia, mas a palha se perde no
num espaço de três anos
...graças aos tratos culturais e ao canavial. A partir da hidrólidemonstra que a tecnolose da celulose será possímelhoramento genético, hoje é
gia é, cada vez mais, um
vel praticamente dobrar a
fator decisivo para a comprodução de etanol, segunpossível produzir 60% mais de
petitividade.
do estimativa da Dedini Inetanol em cada hectare cultivado do dústrias de Base. Para cada
E não é por menos. O
hectare de cana será possíque no início do Proálcool.
agronegócio brasileiro
vel extrair os 6.400 litros de
chegou aonde chegou graças à inoOs próximos passos da tecnolo- etanol do caldo, como é feito hoje, e
vação tecnológica. Até o início dos gia para o setor sucroalcooleiro são, outros 5.650 litros das "sobras". Asanos 80, o crescimento da produção entre outros, a cana transgênica e o sim, a produção por hectare saltará
agropecuária baseou-se na expansão etanol celulósico. Em estudo há mais para 12.050 litros/ha, três vezes mais
de área. Desse período em diante, a de dez anos, mas ainda sem autoriza- do que em 1975 e o dobro da produtiprodutividade foi o pulo do gato. De ção para o cultivo comercial, a cana vidade atual.
1976 a 2006 - em vinte anos - , a área transgênica _resistente à herbicida e
Ou seja, vamos produzir cada vez
plantada de grãos cresceu 28% - pas- à broca_ poderá ser utilizada dentro
sou de 37,3 milhões de hectares para de cinco anos, segundo estimativas. mais açúcar e álcool sobre uma mes47,8 milhões/ha -, enquanto a produ- Irá reduzir os custos de produção e ma área cultivada, o que desmonta a
tividade dobrou de 1.258 kg/ha para promete maior produtividade. No en- teoria que se criou pela qual os biotanto, o grande salto deve ser dado combustíveis irão reduzir a produção
2.560 kg/ha.
de alimentos. Com a tecnologia, o
crescimento mudou de direção: passou a ser vertical, de forma que sempre haverá espaço para outras culturas. O Brasil, que consolidou ao longo de três décadas, o modelo mais
competitivo para a produção de biocombustíveis, ainda tem, a médio e
longo prazos, muito pela frente. É preciso investir em tecnologia, a exemplo do que fazem os Estados Unidos.
E isso é válido para todos os elos da
cadeia, independente se são de pequeno, médio ou grande porte.

“

Presidente da Canaoeste
(Associação dos Plantadores de
Cana do Oeste do Estado de São Paulo)
8

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
Ponto de Vista

Etanol: necessidade
de planejamento
Duarte Nogueira*

A

pesar das oscilações nos preços, o setor sucroalcooleiro vê
mais adiante perspectivas pelas quais
sempre esperou. Basicamente, duas são
as premissas que apontam para uma expansão nunca vista nos últimos 30 anos:
forte demanda interna, puxada pelos
carros flexíveis - que hoje representam
mais de 80% das vendas - e valorização
dos biocombustíveis para a redução da
emissão dos gases causadores do aquecimento global.
Com base nesse cenário, o setor
brasileiro estima que a produção de etanol deva chegar próximo dos 30 bilhões
de litros na safra 2010/11 e que a de açúcar perto dos 34 milhões de toneladas.
Para tanto, os investimentos estimados
para a construção e ampliação das indústrias nos próximos seis anos sejam
de US$ 17 bilhões, segundo a Unica.
Esse potencial de crescimento trouxe ao Brasil o presidente George W.
Bush, interessado em estabelecer uma
relação de cooperação para a ampliação na produção de biocombustíveis.
Sem entrar no mérito das motivações
políticas de Bush, creio que o modelo
de expansão dos Estados Unidos nos
traz algumas lições.

vê recursos de US$ 1,6 bilhão para a
agroenergia, sendo que a maior fatia irá
para a pesquisa. Com metas definidas
pelo governo, a iniciativa privada investe na ampliação do parque industrial
para, dentro de poucos anos, dobrar a
capacidade de produção. As condições
de infra-estrutura são favoráveis e, com
produção o ano todo, não há problemas de abastecimento ou de preço na
entressafra.
Apesar de ter acumulado um know
how de três décadas na produção de
etanol, reunir todas as condições necessárias - área para expansão da cana,
clima favorável, água e tecnologia - e
ter a favor a conjuntura internacional, o
Brasil não tem metas definidas para os
biocombustíveis. Dentro do governo, a
questão do etanol diz respeito aos oito
ministérios do CIMA (Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool), embora não haja por parte de nenhum deles uma política definida para os biocombustíveis ou para a solução de velhos problemas, como a oscilação nos
preços no período da entressafra.
Assim, a exemplo dos Estados Unidos, o governo brasileiro precisa responder algumas questões sobre suas metas
para o desenvolvimento de energias al-

ternativas, especialmente do etanol, que
é hoje a bola da vez. Qual a nossa meta?
Quanto precisamos crescer e em quanto
tempo? Quais recursos teremos para a
pesquisa? Quais os investimentos públicos para o escoamento e armazenagem da produção? Qual estrutura do
governo será responsável pelo assunto? Enfim, onde queremos chegar?

Mesmo extraindo etanol do milho,
mais caro do que o combustível a partir
da cana - US$ 0,30 o litro, contra os US$
0,22 do produto brasileiro - e disputando a matéria-prima com a indústria alimentícia, os Estados Unidos ultrapassaram o Brasil na produção de etanol e
se preparam para uma audaciosa expansão, claramente definida pelo presidente Bush em seu discurso do State of
Union ao Congresso, em janeiro. Até
2017, os Estados Unidos terão de substituir 20% da gasolina utilizada.

Sem respostas a essas questões, o
Brasil poderá deixar a chance que sempre esperou escorrer entre os dedos. O
setor está crescendo porque a iniciativa privada viu no álcool um grande negócio e está investindo, construindo
unidades, plantando cana, tentando
abrir mercados e fazendo suas próprias
estimativas. O governo apenas assiste
e elogia, esquecendo-se que a questão
energética é estratégica para o crescimento do país. O Brasil espera mais do
que isso. Sem planejamento, daremos
um passo à frente e dois para trás.

A Farm Bill, projeto da lei agrícola
norte-americana elaborado pelo Executivo para os próximos cinco anos, pre-

*deputado federal (PSDB-SP), foi
secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (2003 a 2006)
Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

9
Notícias
Copercana

Recorde no Leilão
Beneficente: R$ 765 mil
Coordenado pelo sistema Copercana/Canaoeste/Cocred, Irmãos Toniello e Grupo TGM, o evento
reuniu mais de 500 convidados no último dia 24; recursos irão para 13 entidades

Carla Rossini

O

Leilão Beneficente de Sertãozinho, realizado no último dia
24, arrecadou R$ 765 mil, o melhor resultado de todas as suas 18 edições.
Mas esse não foi o único recorde: o
evento reuniu mais de 500 convidados
no Clube de Campo Vale do Sol, que
arremataram 254 lotes com 430 doações, entre elas 30 prendas vivas e máquinas agrícolas.
“Foi um resultado excepcional, que
simboliza o esforço conjunto e o envolvimento de toda a comunidade em
torno de um objetivo comum, que é
colaborar com as entidades beneficentes e filantrópicas de nossa cidade”, afirma o presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo. Esses
recursos são destinados à Fundação
Vidalina Flóridi, que conta com 13 entidades filiadas. Juntas, essas instituições realizam perto de 2.700 atendimentos por mês, voltados para todas as faixas etárias.
As entidades dependem do leilão
para fechar as contas dos três primeiros meses do ano seguinte, período
bastante crítico. É que, muitas vezes,
as subvenções por parte do Estado ou
do Governo Federal demoram a chegar

por conta do processo de renovação
de convênios e, sem esses recursos,
as entidades dependem ainda mais de
doações ou da realização de eventos
beneficentes, que são prejudicados
pelo período de férias.
“No final de cada ano nós temos
mais despesas, como o pagamento do
décimo terceiro, e precisamos de recursos para a continuidade dos projetos
nos meses seguintes. Não sei o que
seria dessas entidades se não fosse o
leilão”, afirma a presidente da Fundação Vidalina Flóridi, Mara Moreno. Segundo ela, os recursos são distribuídos com base em alguns critérios tais
como o número de atendimentos, a ne-

cessidade de cada entidade e seu plano de ação.
Para o presidente da Apae, José
Moacyr Pignata Júnior, as necessidades das entidades são cada vez maiores e elas dependem de iniciativas
como o leilão. “As entidades não sobreviveriam sem esses recursos porque as dificuldades financeiras são
cada vez maiores. O leilão é de primordial importância”, afirma o presidente
da Apae, entidade que atende cerca de
300 crianças.
Nas primeiras edições, o evento era
conhecido como Leilão da Apae, já que
toda a renda era destinada à entidade.

Mais de 100 colaboradores “voluntários” trabalharam na realização do XVIII Leilão Beneficente de Sertãozinho

10
10

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
Notícias
Copercana
Depois, passou a beneficiar outras instituições até a criação da Fundação Vidalina Flóridi, em 2001. A organização
do leilão envolveu diferentes parceiros
ao longo das suas edições e desde 2004,
o sistema Copercana/Canaoeste/Cocred, os irmãos Toniello e a Fundação
trabalham juntos na coordenação.
“O fornecedor de cana tem a consciência de que sua atividade deve se
basear em três aspectos: no fortalecimento econômico, no respeito ao meio
ambiente e na justiça social. Participar
da organização do leilão é para o sistema Copercana/Canaoeste/Cocred uma
forma de demonstrar o seu compromisso com a comunidade em que está inserida e dar sua contribuição para a
melhoria da qualidade de vida de quem
mais precisa”, diz o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan.
Para a preparação do leilão, diretores, funcionários, associados e fornecedores do sistema formam uma verdadeira teia de solidariedade, onde
cada um doa o que pode. A organização começa nos dois meses antes e há
uma divisão de tarefas envolvendo
todo o quadro do sistema em toda a
região. Há duas frentes de trabalho:

Representantes das entidades assistenciais
prestigiaram o leilão

Mônica Dias foi
homenageada por Neli
Tonielo

para a captação das prendas e para garantir público no leilão.
A diretoria do sistema fica responsável pela
mobilização dos empresários, enquanto os colaboradores, funcionários, agrônomos e gerentes contatam seus fornecedores e associados. “O
Leilão Beneficente é a
‘menina dos olhos’ dos
funcionários. Quando
chega a época do evento, todo mundo
já se coloca à disposição: um grupo
vai atrás das prendas, o outro ajuda
no transporte, o outro trabalha no dia
do leilão. Quanto todo mundo se une,
o trabalho fica mais fácil”, afirma Mônica Dias, secretária da Diretoria e que
mantém o controle diário das atividades pré-leilão.
O intenso trabalho de todo o sistema na mobilização dos empresários é
reconhecido. “Muitas vezes existe a
disponibilidade das empresas em colaborar, mas é preciso que alguém sirva
como um elo entre elas e as entidades,
que estimule a participação”, afirma Al-

fredo Sabongi Neto, supervisor comercial da Bunge Fertilizantes, que participa com doações desde o ano passado.
Entre os associados do sistema, o
envolvimento também é marcante. A família Paschoal, por exemplo, participa
há mais de dez anos. “Se quem tem um
pouquinho mais de sorte puder passar
para quem tem um pouquinho menos,
dá para se mudar alguma coisa”, diz
Marco Antonio Paschoal. Segundo
ele, é importante que o sistema esteja
envolvido em eventos como o leilão,
demonstrando seu compromisso com
a sociedade. “Isso aumenta ainda mais
a credibilidade do sistema”, diz.

As meninas do Casa Abrigo Nosso Lar e Adesas após a apresentação de dança

Pedro Esrael Bighetti recebeu
homenagem de José Moacyr
Pignata Jr.

José Pedro Tonielo recebeu
homenagem de Francisco
Paulo da Silva

Manoel Sérgio Sicchieri recebeu
homenagem de Leandro, da
entidade assistencial Graaus

Mara Moreno entregou uma
homenagem ao empresário
Antônio Eduardo Tonielo

Augusto César Strini Paixão
foi homenageado por
Márcio Dóres

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

11
Notícias
Canaoeste

Novo site do Netto Campello
já está no ar
Marcelo Massensini

A nova página do hospital na internet começa a funcionar este mês com várias novidades

O

Netto Campello Hospital e Maternidade inaugura o seu novo site na internet
e, com ele, uma nova fase. Uma
fase em que o hospital utiliza a
tecnologia para chegar ainda
mais perto de seus usuários e divulgar sua estrutura e competência para futuros parceiros.
Logo na primeira página do
site você confere as principais
novidades do Netto Campello,
como o Curso de Gestantes, a
UTI Móvel, as Unidades de Tratamento Intensivo - pediátrica e
adulta, a Maternidade e o Centro cirúrgico.
O novo site traz ainda os mais
de 50 anos de história do Netto
Campello com todas as pequenas e grandes conquistas do
hospital, até se tornar um dos
mais importantes centros médicos da região de Sertãozinho. O
visitante ainda pode conhecer
as áreas de atuação do Netto
Campello e a lista completa de
médicos associados ao hospital.
No link “Maternidade”, as mães
de primeira viagem têm um guia completo para tirar todas as possíveis
dúvidas desde a gestação até os primeiros meses de vida do bebê. E no
Berçário Virtual, os pais, familiares e
amigos terão acesso a uma ficha técnica de cada bebê nascido na Maternidade, com galeria de fotos, árvore
genealógica e um livro de visitas.

12

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

De acordo com o gerente administrativo do hospital, Marcos Lopes
Fernandes, o Netto Campello Hospital e Maternidade atingiu um patamar de excelência na região, utilizando toda a tecnologia possível e necessária para prover um atendimento de qualidade para seus pacientes
e a internet é mais uma ferramenta
para aproximar os usuários do hospital. "A internet já se popularizou e

é um dos meios mais importantes de
divulgação e de prestação de serviços. O Netto Campello não poderia
ficar de fora", explica.
Visite o site e veja os motivos que
fizeram do Netto Campello o principal hospital de Sertãozinho e região.
O site do Netto Campello é:
www.hospitalnettocampello.com.br
Notícias
Canaoeste

Ortolan participa de reunião
da WABCG
Cristiane Barão

18º Encontro foi realizado em Londres, no último dia 26

O

presidente da Canaoeste,
Manoel Carlos Azevedo Ortolan, integrou o grupo que representou os fornecedores independentes
brasileiros na 18ª reunião da WABCG (Associação Mundial dos Produtores de Cana e Beterraba Açucareira, da sigla em inglês), realizada em
Londres, no último dia 26.
Além da solenidade de abertura,
que contou com a participação do
presidente da WABCG, Alf Cristaudo, e do diretor-executivo da ISO
(Organização Internacional do Açúcar, da sigla em inglês), Peter Baron,
a programação incluiu cinco sessões,
que tiveram como temáticas o comportamento das cotações do açúcar,
o aumento nos preços dos grãos, a
importância da biotecnologia no fortalecimento dos produtores, a produção de bioeletricidade e as vantagens da bioenergia para os fornecedores de matéria-prima.
De acordo com Ortolan, uma das
preocupações dos produtores é em
relação ao preço do açúcar. Na análise da ISO, é difícil esperar por uma
subida nos preços nos próximos dozes meses, já que o mercado deverá
seguir com superávit (diferença entre oferta e demanda) de 7 milhões
de toneladas. A produção de açúcar
mundial para a safra 2007/08 está estimada em 170 milhões de toneladas
e o consumo, em 163 milhões.
Já em relação à subida no preço
dos grãos como reflexo da valorização dos biocombustíveis, o economista Gareth Forber, da Trading LMC
International, acredita que, a longo
prazo, os grãos e o açúcar terão os
preços formados a partir da sua equivalência em energia. Já na África do
Sul, assim como em outros países, há

Representantes do Brasil na Reunião da WABCG, realizada em Londres: Manoel Vicente
Bertone, secretário de produção e agroenergia do MAPA; Plínio Nastari, diretor presidente da
Datagro; Alexandre Betinardi Strapasson, diretor do departamento de cana-de-açúcar e
agroenergia da secretaria de produção e agroenergia do MAPA; Ismael Perina Júnior,
presidente da Orplana e Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste

o interesse crescente pela co-geração de energia e já se começa a discutir a necessidade de uma legislação que fomente um mercado remunerador de energia renovável.
"Mais do que nos anos anteriores, representantes dos países se
mostraram mais entusiasmados não
apenas com a idéia da produção do
etanol, mas também com a bioeletricidade. E essa postura é estimulada
pela subida do preço do barril do

petróleo, muito próximo dos US$
100", disse Ortolan.
Na reunião de Londres, o presidente da Datagro, Plínio Nastari, abordou os programas de co-geração em
desenvolvimento e o presidente da
Orplana, Ismael Perina Júnior, apresentou o sistema Consecana, que
serve de parâmetro para o pagamento da matéria-prima pelas indústrias.
A WABCG reúne representantes
dos produtores independentes de 35
países, incluindo o Brasil, e seu objetivo é discutir as dificuldades comuns, propor soluções e permitir o
intercâmbio de informações e experiências. A Orplana, que representa
cerca de 13 mil fornecedores independentes brasileiros, filiou-se à WABCG em 2004 e já no ano seguinte organizou o encontro da entidade em
Ribeirão Preto.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

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Notícias
Canaoeste

Consecana
Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº 10/07
DATA: 30 de novembro de 2007

A

seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue
durante o mês de NOVEMBRO de 2007. O preço médio acumulado do kg de ATR para o mês de NOVEMBRO é de R$ 0,2416.
Os preços de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado,
destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL a NOVEMBRO e
acumulados até NOVEMBRO, são apresentados a seguir:

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinados à industria
(AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do
álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL a NOVEMBRO e acumulados até NOVEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os
seguintes:

14

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
Notícias
Cocred

Cajuru encerra "Cocred
em Ação" de 2007
Marcelo Massensini

D

epois do sucesso em quatro
cidades da região, o Cocred
em Ação em Cajuru encerrou com chave de Ouro as ações sociais da Cocred, em 2007. O evento aconteceu no
dia 11 de novembro e levou mais de 2
mil pessoas ao Ginásio de Esportes da
cidade. A arrecadação desta edição ficou em aproximadamente R$18 mil.
O Cocred em Ação é um evento
beneficente em prol de entidades assistenciais das cidades abrangidas
pela Cocred. A cooperativa arca com
toda a estrutura e divulgação, além de
doar os grandes prêmios. As empresas parceiras de cada cidade contribuem com brindes para os pequenos sorteios e as entidades beneficiadas ficam responsáveis pela comercialização de comida e bebida durante o evento. Todo o dinheiro arrecadado com a
venda dos ingressos e alimentos é dividido entre as entidades.
Em Cajuru, a Cocred contou com o
apoio de 12 empresas: OAF Fazenda
Bom Sucesso, Planeta Cores Tintas,
Rei do Gado, Posto Nova Cajuru, Drogafill, CFC e Despachante Santo Antonio, Maderca ConstruLider, Supermercado União Smart, Menxon, Escri-

2 mil pessoas
compareceram ao
Ginásio de
Esportes de Cajuru

tório São Francisco, Sindicato Rural,
Auto Escola A Visão. Os R$18 mil arrecadados foram divididos entre as entidades Casa dos Menores, Lar dos Velhos e Centro Social Nossa Senhora
Aparecida.
Maurício Roberto Rodrigues, gerente da agência da cidade, diz que
"esse evento social foi nosso presente para a cidade de Cajuru e região", já
que há pouco tempo a agência completou um ano de atividades. "Segun-

Maurício Rodrigues – gerente da agência de Cajuru, Tamíris – ganhadora da moto, Márcio
Meloni, superintendente da Cocred e Fabiano Gatarossa - gerente de marketing da Cocred.

do informações dos cooperados e da
população cajuruense, as instituições
financeiras desta cidade nunca realizaram um evento desta importância
para o município e a Cocred, em tão
pouco tempo, proporcionou um evento beneficiando a quem realmente necessita", completa Rodrigues.
Segundo o presidente da Cocred,
Antonio Eduardo Tonielo, o sucesso
do Cocred em Ação é inegável. "A cooperativa sabe das dificuldades que as
entidades passam, principalmente no
final do ano. Por isso, nunca mediu
esforços para criar maneiras de ajudálas. E o Cocred em Ação foi uma ótima
maneira", explica Tonielo.
Os cinco eventos realizados em
2007 arrecadaram mais de R$215 mil que
beneficiaram 54 entidades da região.
Para tanto, a cooperativa contou com
a ajuda de 40 empresas e mais de 10 mil
pessoas que compareceram aos sorteios. "Em nome da Cocred e das entidades eu agradeço a ajuda e atenção
de todos que colaboraram comprando
ou doando prêmios e ingressos", diz o
superintendente da cooperativa Márcio Fernando Meloni.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

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Notícias
Cocred

Cocred Cajuru: credibilidade
Cocred Cajuru: credibilidade
e confiança em 1º lugar
e confiança em 1º lugar
Agência inaugurada em 2006 cresce aceleradamente e deve movimentar R$ 1,3 milhões em 2007
Carla Rossini

“
Q

uem não gosta de um banco
assim?" Essa é a resposta do
cooperado José Luís de Santana
quando questionado sobre o atendimento prestado pela agência da Cocred em Cajuru. "Não tem comparação, a Cocred é o melhor banco da
cidade e trouxe desenvolvimento
para os agricultores daqui", completa Santana.
Em Cajuru a agência da Cocred
foi inaugurada no dia 14 de setembro
de 2006. Ela nasceu pequena, com
apenas alguns cooperados que eram
atendidos na filial de Serrana. Hoje,
após um ano e três meses da sua inauguração, 350 correntistas são atendidos com todas as vantagens que
apenas os cooperados da Cocred
conseguem obter.
Agência de Cajuru será
ampliada em 2008

16

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

Segundo o gerente
da Cocred de Cajuru,
Maurício Roberto Rodrigues, a evolução da
agência na cidade é tão
impressionante que
será preciso ampliá-la.
"Já estamos em processo de ampliação e em
2008 mudanças terão de
ser realizadas para que
possamos continuar
atendendo nossos cooperados com excelência", afirma o gerente.
A agência de Cajuru realiza todos
os serviços oferecidos pela Cocred,
entre eles: desconto de recebíveis,
limite de conta garantida, custeio e
investimento rural, Cocred Auto, apli-

Gerente da Cocred de Cajuru,
Maurício Roberto Rodrigues

cações financeiras (Superaplic), aplicações em CPRF (isenta de imposto
de renda) e etc. Todos esses serviços vão permitir que a Cocred de
Cajuru consiga obter um resultado
bem satisfatório em 2007. O gerente
prevê uma movimentação na ordem
de R$ 1,3 milhões neste ano.
Mas diferente de outras regiões,
lá os cooperados não são apenas
produtores de cana-de-açúcar. Café,
pupunha (tipo de palmito), eucalipto, gado entre outros, ainda são muito cultivados. A cana está começando a ser cultivada e junto com ela a
região está ganhando desenvolvimento. É o que conta o cooperado
Roberto Luiz da Silva Filho, que se
tornou cliente da Cocred logo quando a agência foi inaugurada. "A Cocred chegou junto com a cana em Cajuru e trouxe avanços significativos.
Acredito que a tendência é que essa
agência cresça ainda mais e isso traz
benefícios incalculáveis aos pequenos produtores rurais (a maioria) da
nossa cidade", afirma Roberto.

Notícias
Cocred
Roberto Luiz da Silva Filho: "A
Cocred chegou junto com a cana
em Cajuru e trouxe avanços
significativos.”

José Luís de Santana: “Quem não
gosta de um banco assim?"

E foi pensando na diversidade e
no desenvolvimento da sua propriedade, que o cooperado José Luiz de
Santana optou em fazer um custeio
rural na Cocred, para implantação de
um sistema de irrigação no Sítio Eldourado, localizado nos arredores de
Cássia dos Coqueiros. Ele conta que
a Cocred foi uma parceria na implantação, quando custeou de forma diferenciada o seu projeto. Hoje, os pés
de café e de pupunha são irrigados
por gotejamento o ano todo, o que
permite que a planta obtenha água
mesmo nos períodos mais secos.
"Pretendo conseguir melhor produtividade através deste sistema. É um
crescimento vertical já que minha
propriedade é toda ocupada com agricultura", afirma o cooperado. Ele
lembra que só foi possível essa implantação, graças ao custeio da Cocred. "A Cocred é o nosso banco, é
um prazer ser cooperado", admite.
Taxas menores, atendimento diferenciado e menos burocracia na hora
de realizar operações são algumas das
vantagens citadas pelos clientes da
agência. Mas tem uma vantagem ímpar que todos os cooperados, sem exceções, lembram com orgulho: "aqui
o banco é nosso e o nosso patrimônio cresce junto com a Cocred".

Sistema de fertirrigação implantada na fazenda de José Luiz Santana com a ajuda da Cocred
Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

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Notícias
Cocred

Cocred faz doação para
escola de Pitangueiras
Cooperativa doou um bolo de 18 kg e promoveu um café da manhã especial para os alunos
Marcelo Massensini

A

Cocred fez a alegria de diversas crianças que estudam na
Escola Municipal Valdomiro Ferreira Fraga em Pitangueiras. Para promover um
café da manhã especial para os alunos, a
cooperativa doou um bolo de 18 quilos
e fez uma grande festa para a criançada.

No detalhe a gerente da agência de
Pitangueiras, Daliane Ruy Fação

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Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
Notícias
Cocred
Balancete Mensal
Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana
de Sertãozinho BALANCETE - Outubro/2007
Valores em Reais

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

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Reportagem de Capa

Reserva Legal: setor s
Reserva Legal: setor s
da produçã
da produçã

Workshop sobre crises ambientais produziu documento intitulado de “Car
Cristiane Barão

O

I Workshop sobre Crises
Ambientais no Agronegócio,
organizado pela Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste
do Estado de São Paulo) e pelo escritório Pinheiro Pedro Advogados, reuniu cerca de 200 participantes, nos
dias 21 e 22 de novembro no Centro de
Convenções de Ribeirão Preto.
Produtores rurais, representantes da indústria, advogados e especialistas das mais diversas áreas discutiram os impactos da implantação
da legislação ambiental, mormente a
do instituto denominado reserva
florestal, sobre o produtor e sobre a
atividade agropecuária nacional. Os
principais pontos da discussão e as
conclusões serão transformados na
“Carta de Ribeirão Preto”, que será
encaminhada às demais entidades
do setor, parlamentares e lideranças
do agronegócio.
A estratégia é dar início a um movimento em defesa da produção nacional
e pela alteração da legislação ambiental, que foi desfigurada por uma série
de modificações a partir dos anos 80.
De acordo com o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, as legislações em
vigor mais penalizam do que estimulam
a atividade no campo, além de não servir para a preservação ambiental.
“A questão da reserva legal, por
exemplo, está em discussão há mais
de seis anos e representa, na prática,
um confisco agrário de 20% das propriedades, sem qualquer análise técnica e sem ouvir o setor produtivo.
Ela (reserva legal) seria, pela legislação, uma forma de compensar a degradação do meio ambiente, como se
o produtor fosse o único responsável pelo aumento na poluição do planeta”, afirma.
20

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

A reserva legal foi instituída pelo
Código Florestal, em 1965, e refere-se
ao percentual de cada propriedade rural que deve ser recoberto por floresta
natural, além das áreas de preservação
permanente (APPs), que margeiam rios
e lagos. O código estabeleceu que cada
propriedade terá de ter 20% de sua área
como reserva legal. Para as áreas de
floresta da Amazônia Legal, foi fixado
o limite mínimo de 50%.
No entanto, esses percentuais foram alterados pela Medida Provisória
2166/65, de 2001: 80% para as áreas de
floresta, 35% para as áreas de cerrado,
e 20% para todas as propriedades rurais mesmo sem floresta nativa onde,
pelo código, não havia imposição de
reserva legal. Baseada nessa MP, o
governo de São Paulo editou decreto,
em junho do ano passado, estabele-

cendo os 20% de reserva nas propriedades, além das áreas de APPs. Tanto
a MP como o decreto são objetos de
ações de inconstitucionalidade.
Para o advogado Antonio Fernando
Pinheiro Pedro, é preciso uma ação coordenada do setor e também uma nova lei
ambiental, já que os inúmeros remendos
à estrutura legal em vigor atravancaram o
desenvolvimento do agronegócio brasileiro. “Não há base científica que sustente essa estrutura que esta aí. Esse
workshop foi a primeira iniciativa que foi
a fundo nas discussões”, afirmou.
De acordo com Pinheiro Pedro, serão realizados outros workshops. O
evento de Ribeirão Preto contou também com o apoio da Copercana, Orplana, Unica, Associação Rural de Ribeirão Preto e Abag-RP. Participaram como
Reportagem de Capa

se organiza em defesa
se organiza em defesa
ão nacional
ão nacional

rta de Ribeirão Preto”, que será encaminhado às lideranças e autoridades
José Maria da Costa, Eduardo Pires Castanho,
Antônio Fernando Pinheiro Pedro, Mônika
Bergamaschi e Nivar Gobbi

O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan
fez o discurso de abertura do evento

Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza,
presidente da Associação e Sindicado
Rural de Ribeirão Preto

palestrantes no primeiro dia do encontro o consultor ambiental Luiz Carlos
Silva de Moraes, que abordou “Reserva Legal e APP: influência dos aspectos funcionais no regime jurídico”; o
advogado Fabrício Dorado Soler, também do escritório Pinheiro Pedro Advogados, que falou sobre “Propriedade e Reserva Legal: função social e licenciamento ambiental”; o professor da
Fundace-USP, Luiz Antonio Titton, que
fez uma análise sobre os “Impactos
Sócio-Econômicos da Reserva Legal”.
No segundo dia do workshop, o
consultor independente e editor do site
Alerta em Rede, Nilder Costa, abordou
o tema “Soberania Ambiental: desenvolvimento econômico x interesses internacionais” e José Galizia Tundisi, do
Instituto Internacional de Ecologia,
falou sobre “Compensação Ambiental

em Bacias e Microbacias Hidrográficas: imposições e inviabilidades”.
Já o Painel “Propostas de Reestruturação do Código Florestal” contou com
a participação do advogado Antonio
Fernando Pinheiro Pedro, do advogado
e juiz de Direito aposentado, José Maria
da Costa, da diretora-executiva da AbagRibeirão Preto, Mônika Bergamaschi, do
professor Nivar Gobbi, do Centro de
Estudos Ambientais da Unesp, e do representante da Secretaria Estadual de
Agricultura, Eduardo Pires Castanho. O
moderador do painel foi o advogado da
Canaoeste, Juliano Bortoloti.
Basicamente, o conteúdo do evento encontra-se abaixo resumido e, certamente, vai ser a base da “Carta de
Ribeirão Preto” a ser publicada na íntegra em nossa próxima edição.

O prefeito de Ribeirão Preto, Welson Gasparini
participou da abertura do Workshop

Nivar Gobbi, professor do Centro de
Estudos Ambientais da Unesp
Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

21
Reportagem de Capa

1º Workshop Brasileiro Sobre
Crises Ambientais no Agronegócio
Conclusões e consolidação de propostas
Reunidos no 1º Workshop Brasileiro sobre Crises Ambientais no Agronegócio, realizado nos dias 22 e 23 de novembro
de 2007, na cidade de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, os organizadores, palestrantes, representantes e profissionais
técnicos do setor, entidades de classe e participantes em geral, após analisarem o conteúdo do evento e considerando:
· Os entraves econômicos, políticos, técnicos e institucionais relacionados à aplicabilidade do Código Florestal, alterado seguidamente, para
pior, a partir dos anos 80 do século
passado, culminando pelas alterações
arbitrariamente impostas pela Medida Provisória nº 2166-67/2001, principalmente no âmbito dos institutos da
Reserva Legal (RL) e Áreas de Preservação Permanente (APP), sem que
ocorra qualquer ganho ambiental ou

significativa sustentabilidade ao desenvolvimento econômico nacional;
· Que o Código Florestal Brasileiro, na sua forma atual, injustificadamente, não permite o cômputo da área
de preservação permanente no percentual de Reserva Legal, ou melhor,
quando assim o autoriza compromete a funcionalidade econômica do
imóvel rural, determinando percentuais exorbitantes a serem averbados
como de Reserva;
· Que a compensação da Reserva
Legal vinculada à área (imóvel rural)
localizada na mesma micro-bacia hidrográfica, como se intenta implementá-la atualmente, não apresenta
fundamentação técnica ou ambiental
que a justifique;

Dr. Antônio Fernando Pinheiro Pedro

Luiz Carlos Silva de Moraes

Dr. Fabrício Dorado Soler

22

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

· Que a averbação de Reservas Legais em território paulista, formando
fragmentos florestais de forma esparsa e desordenada, pouco contribui
para manutenção dos ecossistemas e
sequer atinge a funcionalidade ecológica pretendida pela norma legal;
· Que o instituto da RL não garante funcionalidade social, ambiental e econômica às propriedades rurais e aos ecossistemas naturais que
visa proteger, na forma como atualmente disposto e caracterizado a
partir das seguidas alterações do Código Florestal, culminando com a arbitrária e unilateral Medida Provisória de 2001, gerando entendimentos
controversos, subjetivos e ideológicos, quanto à sua aplicação e delimitação territorial.
· Que as restrições administrativas
advindas dos institutos da RL e APP,
ou seja, o percentual da Reserva Le-

gal e a metragem de áreas de preservação permanente não apresentam
embasamento técnico-científico que
efetivamente as justifique;
· Que averbação da RL e delimitação da APP desvinculadas do contexto integrado da bacia hidrográfica,
comprometem as funções ambientais
dessas áreas e a produtividade possível de ser alcançada em outras;
· Que o impacto econômico da
implantação da Reserva Legal nas
propriedades rurais do Estado de
São Paulo pode acarretar a diminuição de 17% da produção agropecuária estadual, sendo que o impacto
final projetado dessa queda é de 5%
no PIB nacional;
· Que o conceito de suporte conservacionista à atividade econômica
rural, que comandava originalmente a
legislação, a partir de seguidas modificações no texto original do Código
Florestal, culminando com a arbitrária
Medida Provisória editada em 2001,
foi substituído de forma maliciosa por
um conceito preservacionista, estreito e preconceituoso, que classifica a
produção agrícola de alimentos e insumos importantes para a manutenção da vida humana como “uso alternativo do solo”, entre outras barbaridades incompatíveis com o sentido
do Direito Humano ao Desenvolvimento Sustentável estatuído pelas
Nações Unidas.
· Que o Poder Público não está
cumprindo o seu papel e não pode
abusar dos cidadãos e do setor produtivo privado extraindo destes um
ordenamento ambiental impreciso, insuficiente e recessivo, com a finalidade histórica de “expiar suas culpas”
Reportagem de Capa

Chegaram às
seguintes conclusões:
1. Que se deve estimular a formação de grandes fragmentos florestais,
de forma coordenada e tecnicamente
fundamentada, considerando uma estratégia de manutenção do equilíbrio
ecológico conciliado com as demandas de desenvolvimento social e
econômico do Brasil, a partir de um
Zoneamento Agro-Ecológico;
2. Que os parâmetros insertos na
legislação florestal e ambiental devem obrigatoriamente se adaptar às
peculiaridades territoriais de cada
estado da federação, considerando
que as variáveis dos aspectos ambientais diferem de região para região,
incluindo parâmetros, formas de implementação e limites, que não se
confundem com os institutos e princípios estabelecidos pela norma geral federal, obedecida a competência legislativa concorrente estatuída na Constituição Federal;
3. Que, sendo o Código Florestal
uma norma geral – cada estado da
federação tem por obrigação elaborar sua própria política florestal,
adaptando institutos como a Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente aos parâmetros e limites
correspondentes à realidade social,
econômica e ambiental de seu território;
4. Que, embora a legislação tenha
sido elaborada sob o pretexto de evitar a degradação da qualidade ambiental, os parâmetros definidos principalmente para o percentual de proteção da Reserva Legal e as metragens das Áreas de Preservação Permanente foram estabelecidos arbitrariamente, sem respeito à autonomia
federativa, às atividades econômicas,
à realidade social, carecendo de embasamento técnico-científico para
validá-los e inexistindo qualquer avaliação real sobre sua viabilidade e eficácia ecológica, razões mais que suficientes para que sejam promovidos
estudos convincentes que estimem
parâmetros viáveis e adequados para

cada bioma e bacia hidrográfica, viabilizando os Zoneamentos Ecológico- Econômico (ZEE) e o Agro
ecológico(ZA), bem como as políticas florestais a serem implementadas
pelos estados federados;
5. Que a característica marcante
da legislação florestal brasileira é
apresentar de maneira inédita um
instituto jurídico de reserva legal,
que não possui qualquer referência
internacional, bem como uma crescente e preocupante alteração conceitual de Área de Preservação Permanente, que praticamente vem expropriando segmentos territoriais
privados para um domínio de uso
público difuso bastante arbitrário,
que não encontra parâmetro no direito comparado. Em geral, os países democráticos, cientes da demanda por alimentos e produção de
recursos agrícolas e do limitado
território passível de ser apropriado à agricultura, protegem a flora e
a fauna em áreas de solos inapropriados para cultivar, ou definem
áreas sob tutela direta do Estado
para a proteção de biomas importantes. A “originalidade” de nossos
institutos legais, portanto, antes de
representar inovação positiva, é sintoma claro de incoerência e falta de
planejamento e controle territorial
do Estado Brasileiro;
6. Que, considerando os fatores
acima expostos, sugere-se que a legislação a ser implementada, ao menos para o Estado de São Paulo, unidade federativa econômica e socialmente mais avançada do Brasil, permita a formação mais extensa e próxima de uma funcionalidade ambiental
pretendida, instituindo compensação
de reserva legal e/ou reflorestamento
em áreas da mesma bacia hidrográfica, sem observar o frágil conceito
técnico do que seja “micro-bacia” ou
bacia. Alternativamente, propõe-se
a possibilidade de reflorestamento ou
compensação em área alternativa
dentro do próprio estado paulista, de

maneira a formar maciço florestal mais
adequado aos ideais de preservação
de acordo com o conhecimento científico vigente. Esta proposta alternativa tem o potencial de atender de
maneira mais do que satisfatória os
interesses ambientais e sócio-econômicos, sem criar recessão.

Luiz Antônio Titton, professor da Fundace

Nilder Costa, editor do site Alerta em Rede

José Galizia Tundisi do Instituto
Internacional de Ecologia

O advogado da Canaoeste,
Juliano Bortoloti
Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

23
Reportagem de Capa
7. Que, tendo em vista diversos
conflitos de interesses, e a urgência
de se atualizar a legislação vigente
de maneira a adequar as questões
conservacionistas e de desenvolvimento econômico sem prejuízos à população rural, sugere-se o estabelecimento de moratória na aplicação
dos institutos da Reserva Legal e da
Área de Preservação Permanente, tais
como preconizados pela arbitrária
Medida Provisória de 2001, devidamente abalizada por instrumento legal advindo do Congresso Nacional,
até que as questões supracitadas
sejam democraticamente resolvidas.

volvimento e zonas de proteção ambiental, o mesmo devendo ocorrer
em todo o território nacional;

8. Que, como medida auxiliar, tendo em vista a urgência e importância
dessas modificações, sugere-se que
seja nomeada comissão composta pela
comunidade acadêmica, jurídica e representantes dos segmentos econômicos e ambientais responsáveis do
país, com a finalidade de debater propostas de implantação das medidas
sugeridas e outras que o debate saudável possa oferecer em um ambiente
democrático. Importante observar
que não há sustentabilidade ambiental em território brasileiro sem democracia e que o Estado Democrático de
Direito não pode prescindir de leis
estatuídas com fundamento na realidade social do país e embasadas na
melhor técnica jurídica e científica.

12. Que a formação de grandes
fragmentos florestais deve ser considerada na estratégia de manutenção do equilíbrio ecológico econômico do país;

11. Que as fontes internacionais
de financiamento em território brasileiro devem submeter-se a um controle governamental rígido e permanente, evitando-se o financiamento
de associações e movimentos que
afrontam interesses nacionais e que
direcionam o importante discurso
preservacionista para finalidade diversa do interesse ambiental, causando obstrução ao desenvolvimento econômico e social do país;

13. Que é imprescindível a participação da Comissão de Agricultura da
Câmara dos Deputados para avaliar
as alterações do Código Florestal;
14. Apesar das questões ambientais serem de grande importância
na atualidade, é importante frisar

que o poderio econômico de nosso
país ainda é essencialmente agrário
e que, embora a qualidade ambiental seja sempre necessária, não se
poderá obtê-la a custo dos cidadãos
que dependem da agricultura como
base da sua sobrevivência.
15. Embora seja tema de grande
controvérsia, especialmente criada
por interessados em impedir o aumento da competitividade brasileira
no cenário econômico mundial, o
agronegócio contribui com 30% do
PIB nacional, e a continuação da implantação da Reserva Legal nas propriedades irá provocar, somente no
Estado de São Paulo, diminuição de
17% na produção agropecuária.
16. Uma estimativa aproximada
sugere prejuízo em torno de R$ 60
bilhões/ano, o que provavelmente
irá acarretar milhares de desempregados no setor. Vale lembrar que o
agronegócio é responsável pelo
emprego de 36% da população economicamente ativa do país. Considerando uma perda anual de riqueza
de 17%, o impacto final projetado é
uma queda de 5% no PIB nacional.

9. Que é hora do Código Florestal deixar de ser remendado e costurado como um “Frankenstein jurídico”, criando-se novo instrumento
para lidar com a questão florestal
brasileira, que enfrente as diferenças de princípios e limites nos vários estados nacionais e encare a autonomia dos municípios quanto à
sua aplicação no meio urbano, pois
o diploma atualmente em vigor tem
causado transtornos jurídicos, políticos, financeiros e sociais para cidadãos, autoridades, municípios,
estados e à própria União.
10. Que é imprescindível elaborar e consolidar o zoneamento agroecológico do Estado de São Paulo,
por parte do Poder Público, visando
orientar e fomentar zonas de desen24

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

Participaram do Workshop, produtores rurais, representantes da indústria,
advogados e especialistas das mais diverssas áreas
Repercutiu
“Hoje perdemos não só um amigo,
mas um companheiro de luta em prol das
causas do setor sucroalcooleiro. Menezis Balbo era um símbolo da cadeia produtiva da cana-de-açucar e de suma importância para o crescimento de nossa
cidade. Sertãozinho chora hoje a perda
de um dos seus filhos mais ilustres”.
Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Cocred, sobre a morte do empresário e presidente da Organização Balbo no, dia 21 de novembro.
“Sempre tivemos muito respeito e
admiração pelo doutor Menezis, que
sempre foi muito atencioso com os produtores de cana. Suas qualidades são
inúmeras, mas sua trajetória será
marcada por seu amor à família e por
sua dedicação ao trabalho.”

“Se a mistura do etanol à gasolina fosse disseminada no mundo na concentração de 10%,
precisaríamos de 300 bilhões de litros por ano”,

Manoel Ortolan, presidente da
Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado
de São Paulo).

O deputado Antonio Carlos Mendes Thame
(PSDB-SP). Para ele, os biocombustíveis precisam ser incluídos entre os bens ambientais na Declaração de Doha - o que facilitaria a comercialização desses itens entre os países integrantes da
Organização Mundial do Comércio (OMC).

O coordenador da Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel,
Rodrigo Rodrigues, durante o Seminário de Biocombustíveis da Câmara
Americana de Comércio (Amcham Porto Alegre). Segundo ele, a exportação de álcool vai dobrar até 2010
e deverá alcançar 8 bilhões de litros
por ano.

“Há um incremento de 200 mil veículos flex
por mês no mercado e não há indicativos de que
esse cenário vai mudar”
Antônio de Pádua Rodrigues, diretor-técnico da União da Indústria da Cana-de-açúcar
(Unica). Para Rodrigues ainda é cedo para projetar a safra 2008/09, mas ele acredita que o
mercado interno terá total condições de dar suporte a necessidade de consumo de 1,5 bilhão
de litros por mês, equilibrando a oferta interna.
Foto: Assessoria Unica

Foto: Luciano Bergamaschi /Amcham

“Há uma janela de oportunidades
para os biocombustíveis e para o álcool
brasileiro”.

“A arbitragem reduziria os efeitos da sazonalidade, reduzindo uma
variação de preços significativa. Com
isto, o mercado poderia ter liquidez”.
O presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, afirmou que o mercado sucroalcooleiro será beneficiado e contará com maior liquidez se a Agência
Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) permitir a estocagem do etanol.

Revista Canavieiros - - Dezembro de 2007
Revista Canavieiros Dezembro de 2007

25
Informações setoriais

CHUVAS DE NOVEMBRO
e Prognósticos Climáticos

N

o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram durante o mês de NOVEMBRO de 2007, na região de
abrangência da CANAOESTE.

Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Assessor Técnico Canaoeste

Nota-se que houve irregularidades de ocorrência de chuvas durante o mês de novembro. Além das médias das observações, “ficaram” (bem)abaixo das respectivas médias históricas as chuvas ocorridas na Unidade Cruz Alta-Açúcar Guarani,
Barretos e São Simão(Ciiagro), FCAV UNESP Jaboticabal, IAC-CentroCana, Santelisa Vale-CESE, Usina da Pedra e São
Francisco. Mas, nenhuma foi acima das normais climáticas.
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 19 a
21 de NOVEMBRO de 2007.

O Mapa 1, acima, mostra claramente que o
índice de Água Disponível no Solo, no período de
19 a 21 de NOVEMBRO apresentava-se como
médio e crítico em alguns pontos na faixa CentoOeste do Estado de São Paulo; enquanto que, na
faixa Centro-Leste a Disponibilidade de Água no
Solo encontrava-se de média a alta. Entretanto,
deste período em diante até o final do mês, as
chuvas foram se escasseando, tornando baixa a
crítica a Disponibilidade de Água pelo Solo (Vide
Mapas 3a e 3b).

26

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
Informações setoriais
Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de NOVEMBRO de 2006.

Mapa 3a: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, ao final de NOVEMBRO deste ano.

Mapa 3b: Água Disponível no Solo, a 25cm de profundidade, ao final de NOVEMBRO de 2007.

Comparando-se o Mapa 2 acima,
mostra que, ao final de NOVEMBRO de
2006, haviam largas faixas do Centro para
Sudoeste e quase todo Oeste do Estado,
ainda, em condições críticas de
Disponibilidade de Água no Solo. Em
NOVEMBRO de 2007 (mapa 3a), as
poucas chuvas em OUTUBRO e as que
ocorreram durante os primeiros quinze
dias de NOVEMBRO não foram
suficientes o bastante para evitar a baixa
e, até crítica, Disponiblidade de Água no
Solo a 50cm de profundidade, na faixa
Oeste e Central do Estado, e mais aguda
ainda (em toda região sucroalcooleira do
Estado de São Paulo) à 25cm de
profundidade do solo (Mapa 3b).
Para subsidiar planejamentos de
atividades futuras, a CANAOESTE
resume o prognóstico climático de
consenso entre INMET-Instituto
Nacional de Meteorologia e INPEInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais
para os meses de dezembro a fevereiro.
· A temperatura média poderá ficar
dentro da normalidade na Região CentroOeste e próximo da média histórica a
ligeiramente acima das normais climáticas
nas Regiões Sudeste e Sul;
· Quanto às chuvas previstas para os
meses de dezembro a fevereiro, poderão
“ficar” dentro da normalidade climática nas
Regiões Centro-Oeste e Sudeste e ligeiramente
abaixo nos Estados da Região Sul;
· Exemplificando para Ribeirão Preto
e municípios vizinhos, as médias
históricas pelo Centro Apta-IAC, são de
270mm em dezembro ou janeiro e de
225mm em fevereiro (em média, quase
três dias a menos que dezembro e
janeiro).
Face às adversidades climáticas
observadas entre meados de SETEMBRO
até final de OUTUBRO, bem como nestes
últimos dez-quinze dias de NOVEMBRO,
permite-se prever implicações em
produtividade de cana para a próxima safra
na região e, que : a) diante deste possível
cenário próximo-futuro; b) pela média do
segundo semestre de 2007, cerca de mais 2
milhões de veículos flex (bicombustíveis)
poderão ser licenciados durante o próximo
ano; c) e, consequentemente, maior demanda
por álcool combustível durante a próxima
safra; a CANAOESTE recomenda que,
procedam a esmerados tratos culturais nos
canaviais, monitoramentos e controles de
pragas (cigarrinhas das raízes e broca), a
fim de fazer frente a possível necessidade a
maior de matéria prima regional.
Persistindo dúvidas, consultem os
Técnicos CANAOESTE mais próximos.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

27
Artigo Técnico

Como planejar a
Implantação de um
Canavial?

PARTE II -

D

ando continuidade a Parte I desta série de artigos, vamos tratar neste mês do "Estabelecimento do Potencial de Produtividade do Canavial e Meta Estabilizada de Produção"

Nos próximos artigos trataremos do:
3) Planejamento da Expansão do Canavial;
4) Definição do Sistema Produtivo;
5) Dimensionamento de Estrutura;
6) Elaboração das Estimativas de Custo;
7) Elaboração do Fluxo de Caixa.
Abaixo segue a PARTE II desta série de artigos. Obrigado pela atenção e boa leitura!

Cleber Moraes - consultor de planejamento e controle agrícola da Canaoeste

1. Estabelecimento do Potencial de Produtividade do Canavial e Meta Estabilizada de Produção:
As informações a serem estimadas
para determinação do potencial produtivo são:
1.1. Produtividade;
1.2. Longevidade do Canavial;
1.3. Qualidade da matéria prima no ponto de maturação:
1.3.1. Pol do caldo;
1.3.2. Pol da cana;
1.3.3. Porcentagem de fibra;
1.3.4. Pureza.
1.4. Meta de Moagem Anual na Estabilidade.
Alguns institutos de pesquisa no
Brasil, como o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e o IAC – Instituto Agronômico de Campinas desenvolveram
metodologias para classificar o potencial produtivo da combinação solo e clima para a cultura de cana-de-açúcar. Es-

Assim, os ambientes de
produção melhoram do ambiente E
para o ambiente A. A figura 4 traz
a classificação do IAC para os
ambientes de produção e o potencial produtivo médio de 5 cortes.
Onde: ADA - Água disponibilidade Alta; ADM - Água
disponível média, ADB - Água
disponível baixa.
28

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

tas combinações de solo e clima foram
chamadas de Ambientes de Produção.
Os principais fatores que determinam
um ambiente de produção são:
a) A disponibilidade de água, derivada do clima e do teor de argila no solo;
b) A fertilidade do solo, definida

pela Capacidade de Troca Catiônica
(CTC), saturação de base, saturação
de alumínio, acidez, etc
c) O tipo de solo com suas características físicas e químicas que estão
intrinsecamente ligadas aos dois fatores citados anteriormente.

Figura 2 – Potencial Produtivo em
tonelada de cana-de-açúcar por hectare
segundo critérios do CTC

Figura 3 - Potencial Produtivo em
tonelada de pol por hectare segundo
critérios do CTC
Artigo Técnico
Os ambientes mais interessantes
para a alocação de lavouras de cana
são os ambientes B, C e D, pois os ambientes A, em geral, apresentam relevos muito movimentados e os ambientes E baixa fertilidade e baixa disponibilidade de água.
A alocação das variedades depen-

de dos ambientes de produção a serem
explorados, como pode ser observado
na figura 5, e define as estimativas de
teor de ATR (açúcares totais recuperáveis), ou ainda, o conteúdo médio de
açúcar na cana-de-açúcar que será a
matéria-prima para a produção de açúcar e álcool.

Figura 5 – Ambiente de locação, época de colheita e característica destaque de algumas
variedades de cana-de-açúcar.

Nas fases iniciais do projeto não é
possível definir toda a alocação de variedades, entretanto, conhecendo-se
os ambientes de produção predominantes, o balanço hídrico da região e as
medidas de manejo que visam ajustar
as condições de produção, pode-se
inferir quais variedades devam ser predominantes e a partir daí estimar a produtividade e os parâmetros de qualidade para a região em estudo.
Para a continuidade do projeto é
necessário conhecer-se qual a meta
de produção na estabilidade, isto é,
a produção anual necessária para
atender plenamente a unidade industrial que está sendo projetada. A
combinação da produtividade de
cada corte e a meta de produção determinará a marcha de expansão do
canavial.
No artigo do próximo mês falaremos sobre:
3) Planejamento da Expansão do
Canavial;
4) Definição do Sistema Produtivo;

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

29
Artigo Técnico

Amendoim: perspectivas
para a safra 2007/08
Renata Martins - Pesquisadora do IEA

A

s últimas safras de amendoim
no Estado de São Paulo têm
apresentado aumento da produção e
pouca variação em relação à área plantada (Figura 1), indicando incrementos
na produtividade média alcançada,
como conseqüência de uma nova dinâmica de produção, baseada principalmente a introdução de novas tecnologias, proporcionando, também, ganhos
em qualidade e conquista do mercado
externo, em especial o europeu.

Plantadeira de amendoim acoplada a
trator durante processo de platio

No entanto, observa-se que na safra 2006/07¹, quando comparada a 2005/
06, houve redução de 23% na produção e de 12% na área plantada e, dessa
forma, os incrementos em produtividade registrados em safras anteriores
não foram mantidos.
Alguns fatores contribuíram para
essa redução, dentre eles pode-se destacar as condições climáticas e o atraso no plantio da safra das águas, em
algumas áreas só iniciado no mês de
novembro, o que de certa forma comprometeu a produtividade. Por outro
lado, a redução de área relaciona-se
principalmente à renovação dos canaviais e, por conseqüência, aos preços
da tonelada de cana, condicionados
pela quantidade de Açúcar Total Recuperável (ATR).

Os Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) de Jaboticabal, Tupã,
Ribeirão Preto, Marília, Assis, Barretos, Presidente Prudente e Catanduva
foram os que mais se destacaram na
safra 2006/07, em produção e área plantada. EDRs como Dracena, Araraquara
e Araçatuba estão ampliando suas áreas destinadas à produção de amendoim, porém longe dos patamares registrados até meados da década de 1980.
A novidade no Estado de São Paulo

ficou para o EDR de Andradina com
1,2mil/ha para o plantio das águas.
Ao se considerar a produção brasileira, segundo dados da CONAB²,
por exemplo, estima-se que, na safra
2006/07, as lavouras de amendoim ocuparam uma área de 102mil/ha para uma
produção de 226mil/t que, em comparação à safra anterior, registra redução
de 10% na plantada área e de cerca de
18% na produção. O Estado de São
Paulo responde por cerca de 76% da
produção brasileira de amendoim, sendo que na safra 2005/06 esse percentual era de 77%.
A partir desses dados das safras
2006/07 e 2005/06, pode-se realizar algumas considerações relacionadas às
perspectivas para a safra paulista de
amendoim 2007/08 com início nos meses de setembro e outubro.

Figura 1 - Área Plantada e Produção de Amendoim em Casca, Estado de São Paulo, 2001-2007.¹
¹ Para o ano de 2007, foram considerados o 4º Levantamento (abril/2007) e 5º Levantamento
(junho/2007), para safra das águas e da seca, Previsões e Estimativas da Safra 2006/07.
Fonte: IEA/CATI.

30

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

Dentre elas, o baixo volume em estoque, reflexo, em parte, da redução da
produção na última safra e da manutenção das exportações, ainda que es-
Artigo Técnico
tas tenham registrado volumes inferiores aos do ano passado. O primeiro
semestre de 2007 registra US$10 milhões em exportações do amendoim
descascado, o carro-chefe das vendas
externas, contra US$13 milhões para o
mesmo período de 2006, de acordo com
dados da SECEX³.
As conseqüências dessa dinâmica
foram sentidas na elevação
dos preços internos. Para o
amendoim em casca, os preços médios recebidos pelos
produtores4 aumentaram em
torno de 33%, quando relacionados aos preços praticados nos primeiros sete
meses de 2007 em comparação com o mesmo período
de 2006. No mercado atacadista, os preços do amendoim descascado e catado
tiveram aumento médio de
11%, quando comparados
aos dos primeiros semestres de 2006 e 2007.
O custo de produção, outra variável importante para o planejamento do
plantio por parte do produtor, na safra 2007/08, está estimado em
R$2.370,00/ha para o amendoim ereto
em área própria e R$2.530,00/ha para
área arrendada; já as variedades rasteiras de ciclo mais longo, os valores
para área própria e arrendada são de
R$2.579,00/ha e R$2.695,00/ha, respectivamente5. Nota-se um pequeno aumento nos custos de produção em relação às estimativas da safra 2006/07
e incremento na rentabilidade (variando entre 37% e 42%), a partir dos
preços atuais da saca de 25kg de
amendoim em casca, mais elevados
que no ano anterior.
A observação do comportamento

dos preços recebidos pela produção
de cana-de-açúcar também se configura num aspecto a ser analisado, uma
vez que grande parte da produção de
amendoim é realizada em áreas de renovação de canaviais. Dessa forma, as
variações das cotações para cana-deaçúcar podem determinar a renovação
do canavial e a disponibilidade de terras para o amendoim.

A variação dos preços recebidos
pelo produtor de cana encerrou o mês
de agosto em queda de 4,39%. Na primeira quadrissemana de setembro a
queda foi de 3,68% e de 3,37% na segunda quadrissemana. Por outro lado,
as cotações para o amendoim encerraram agosto em alta de 0,76%; na primeira quadrissemana de setembro alta
de 3,58% e mais que dobrou na quadrissemana seguinte, atingindo 7,60%6.
O panorama internacional para o
amendoim aponta queda na produção dos
Estados Unidos, um dos maiores produtores e exportadores mundiais. A Argentina, outro país de destaque na exportação, tem na concorrência com outros
grãos, como a soja, um dos fatores que

podem influenciar a produção do amendoim, sendo que as projeções também
indicam queda para a safra 2007/087.
Diante das considerações apresentadas infere-se que as perspectivas para
a safra 2007/08 de amendoim no Estado
de São Paulo são animadoras e se baseiam, principalmente, na alta dos preços para a saca de amendoim em casca
registrada nos últimos meses, na queda dos preços
da cana-de-açúcar, o que
poderá impulsionar a renovação dos canaviais e, por
conseqüência, favorecer o
aumento da área plantada
com amendoim, bem como
na estimativa de custos de
produção semelhante à safra 2006/07, além da possibilidade do posicionamento estratégico no mercado
externo, tendo em vista as
expectativas de queda na
produção nos principais
países exportadores.
No entanto, conforme mencionado,
a produção paulista de amendoim atingiu um novo patamar técnico e o sucesso da atividade está atrelado ao nível de
investimento na produção; assim, a disponibilidade de recursos financeiros e a
capacidade técnica dos produtores, além
das condições climáticas, determinarão
se as boas perspectivas da safra 2007/08
serão confirmadas.
Obs.: Algumas informações da
reportagem de capa da Revista
Canavieiros edição nº 17 - novembro
de 2007, foram retiradas do artigo
“Amendoim: perspectivas para safra
2007/08 de autoria da pesquisadora
do IEA, Renata Martins
(renata@iea.sp.gov.br)

¹Conforme as estimativas e previsões de safras divulgadas pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), o plantio do amendoim das águas
ocupou uma área de 60 mil/ha e produção de 149 mil/t, já a safra da seca produziu cerca de 20 mil/t em uma área de 11 mil/há. Disponível
em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/producao/prev_safra.php>.
² Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB. Disponível em: <www.conab.gov.br>.
³ Secretaria de Comércio Exterior - SECEX/MDIC. Disponível em: <www.aliceweb.desenvolvimento.gov.br>.
4
Elaborados a partir de dados divulgados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA). Disponível em:
<http://www.iea.sp.gov.br/out/banco/menu.php>.
5
Elaboradas a partir da metodologia de custos de produção desenvolvida pelo IEA, com coeficientes técnicos fornecidos pela Coplana
e valores de insumos e máquinas referentes a julho de 2007.
6
Informações disponíveis em <www.iea.sp.gov.br/out/banco/menu.php> no link Quadrissemana.
7
USDA. Foreign Agricultural Service. World agricultural production. Circular Series, Sept. 2007. Disponível em: <http://www.fas.usda.gov/
wap/circular/2007/07-09/wapfull0907.pdf>.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

31
Legislação

Reserva Florestal Legal
uma vitória importante na 1ª instância
do poder judiciário paulista

O

Diário Oficial do Estado de São
Paulo – Seção Poder Judiciário, na edição do último dia 23 de novembro de 2007, publicou a decisão proferida pelo Egrégio Juízo de Direito da
6ª Vara Cível de Ribeirão Preto, nos autos do processo nº 290/2004, JULGANDO IMPROCEDENTE a ação civil pública ambiental ajuizada pelo Ministério Público em desfavor de um produtor rural, que visava compeli-lo a demarcar, constituir, reflorestar e averbar
a reserva florestal legal de sua propriedade rural no Distrito de Bonfim Paulista-SP., correspondente a 20% (vinte por
cento) da área total do imóvel, arcando
com todos os custos daí decorrentes.
Isso em área produtiva há mais de 30
(trinta) anos, ou seja, substituição de
área produtiva por área de mata, ocasionando-lhe perda de produção e de renda. A defesa vitoriosa do produtor, por
ser associado, foi patrocinada pelo Departamento Jurídico da Canaoeste.
A mesma Egrégia 6ª Vara Cível da
Comarca de Ribeirão Preto-SP., nos
autos da ação civil pública nº 1344/
2001, já havia consagrado idêntico entendimento através de decisão prolatada em 28 de agosto de 2007.
Tais decisões ainda não são definitivas, uma vez que cabe recurso ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, mas sua importância reside no fato
de significar um marco na mudança de
posicionamento do Poder Judiciário.
Isto porque, as decisões proferidas
na 1ª instância do Poder Judiciário Paulista, com raríssimas exceções, sistematicamente acolhiam integralmente os
pedidos do Ministério Público e de outras entidades de defesa ambiental, impondo a obrigação de os proprietários
rurais demarcarem, constituírem, reflorestarem e averbarem a reserva florestal
legal de suas propriedades, mesmo que
não mais possuíam áreas de vegetação
nativa para tanto, tudo às suas exclusi32

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

vas expensas (do proprietário), fixando
inclusive multa diária, sob o argumento
singelo de que a lei que criou tal instituto ambiental seria válida, pois a reserva legal seria mera limitação ao direito de propriedade e que o meio ambiente deveria ser mantido às presentes e
futuras gerações. Fundamentos bonitos, de interesse de toda a sociedade,
mas que usurpam os direitos de uma
pequena parcela da população.
Tal entendimento vinha prevalecendo de forma quase unânime em 1ª instância do Poder Judiciário Paulista. Já
perante a 2ª instância (Tribunal de Justiça de São Paulo) e 3ª Instância (Superior Tribunal de Justiça – Brasília-DF.),
há entendimentos divergentes, alguns
concluindo que o proprietário do imóvel rural que não possui área de vegetação nativa suficiente à averbação da
reserva legal, desde antes da criação de
tal exigência, não é obrigado a constituí-la às suas expensas e, outros concluindo que mesmo que o proprietário
rural que não possua área de vegetação nativa suficiente à averbação da
reserva legal, deve mesmo assim constituir o restante e averbar.
Nas citadas decisões de 1ª instância, que julgaram improcedentes os pedidos feito pelo Ministério Público, foi
fixado o entendimento de que a lei criadora da reserva legal é inconstitucional
por ferir ao direito de propriedade, pois,
institutos de controle da função social
da propriedade, como a reserva legal,
não podem prevalecer sobre as garantias fundamentais, no caso o direito de
propriedade, cláusula pétrea da Constituição Federal do Brasil (CF.)
Entenderam, também, que o “estabelecimento de limitação ao exercício do direito pleno de propriedade
por interesse público deve corresponder à necessária indenização, pois a
limitação nada mais é do que desapropriação. Se o proprietário não

cumpre as diretrizes ambientais
legais, que então
se desaproprie
por descumprimento da função
social da propriedade, lastreada no
art. 186,I e II, da
CF, com regular
Juliano Bortoloti - Advogado
processo legal e
Departamento Jurídico Canaoeste
contraditório. O
que não se pode admitir é que o estado deixe de cuidar do meio ambiente,
determine que o proprietário o faça e
não o indenize plenamente”.
Tais decisões, aliás, vem ao encontro das conclusões que chegaram
os conferencistas e demais participantes do 1º Workshop Brasileiro Sobre
Crises Ambientais no Agronegócio,
que foi realizado nos dias 22 e 23 de
novembro de 2007, em Ribeirão Preto-SP., co-organizado pela Canaoeste
que, inclusive, gerou a Carta de Ribeirão Preto, documento que resume
as conclusões encontradas no referido fórum. Este evento teve caráter
multidisciplinar, contando com a presença de juristas, economistas, engenheiros, professores universitários de
entidades públicas e privadas, ambientalistas, representantes de entidades diversas do setor produtivo, dentre outros profissionais envolvidos
com a temática ambiental.
Portanto, estas decisões refletem a
mudança de postura da sociedade organizada, que não mais tolera que o
Poder Público transfira totalmente a
responsabilidade pela preservação do
meio ambiente unicamente ao particular, obrigando-o a reconstituir o que
não mais existe numa área em franca
produção, diminuindo-lhe a renda, sem
que, para isso, seja indenizado, afrontando com isso o sagrado direito de
propriedade, garantido pela nossa
Constituição Federal do Brasil.
Novas Tecnologias

Vendas de colhedora devem
continuar aquecidas em 2008
Volume de vendas dobrou em relação a 2006
Cristiane Barão

M

esmo com as oscilações nos
preços da cana e, principalmente do açúcar, as vendas de colhedoras devem continuar aquecidas em
2008, na avaliação dos fabricantes. O
mercado desses equipamentos deve
encerrar o ano em torno de 550 unidades, mais que o dobro das vendas de
2006, quando foram comercializadas
263 máquinas, e três vezes mais do que
as 142 vendidas em 2005.
De acordo com o Dario Wilian Sodré, diretor operacional da Tracan, concessionária da Case IH na região de Ribeirão Preto, a manutenção das vendas
em patamares elevados no ano que vem
é baseada em dois fatores: expansão
dos canaviais e falta de mão-de-obra
para a colheita nas novas fronteiras. "O
ritmo das vendas dessas máquinas
deve se manter similar ao ano de 2007.
Os investimentos em ativos imobilizados pelas usinas deverão sofrer revisões e priorizações. Entretanto, os investimentos na mecanização da colheita serão mantidos", diz Sodré.
Já o gerente comercial da Santal Equipamentos S/A, de Ribeirão Preto, Marco Antonio Martins, é mais
otimista. Ele espera um
ritmo ainda maior em
2008, já que a mecanização agora não é mais
uma questão de opção
administrativa e sim
uma necessidade de
adequação à lei. "As
usinas já fizeram seus
planejamentos para a
mecanização da colheita para cumprir a lei
que obriga o término
total das queimadas
em 2010 e 2017 (em áreas mecanizáveis e não

mecanizáveis, respectivamente) e que já
proíbe a colheita manual nas novas áreas
desde 1º de novembro. Por isto a oscilação de preços dos produtos do setor sucroalcooleiro não deve interferir na venda de colhedoras", afirma.

Em 2007, a Santal vendeu toda a
sua produção de colhedoras e para
2008 dobrou sua capacidade de produção. "Já comercializamos, com vendas consolidadas, 50% de nossa produção em 2008, sem contar as vendas
que estamos em
processo de negociação", informa
Martins.
Já a Case deve
manter seu espaço
no mercado regional em torno dos
70%, segundo Sodré. De acordo com
ele, desde o ano
passado vem crescendo a procura de
colhedoras por parte de pequenos e
médios fornecedores, organizados
em condomínios.
Até 2005, eram casos isolados.
Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

33
Destaque

IAC lança quatro
variedades
Novos cultivares são resultado de 13 anos de pesquisa e desenvolvimento
Marcelo Massensini

O

Brasil é líder mundial em de
senvolvimento de novas tecnologias para o plantio de cana-de-açúcar e produção de açúcar e álcool. Uma
das provas disso, é que no dia 6 de dezembro, Ribeirão Preto foi palco de mais
um lançamento de variedades de canade-açúcar. Pouco mais de um mês depois da apresentação de seis novos
cultivares do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), o IAC (Instituto Agronômico) – órgão mantido pela Secretaria de Agricultura do Estado de São
Paulo – através do Programa Cana IAC,
lançou oficialmente as suas quatro novas variedades: IAC91-1099, IACSP932060, IACSP95-3028 e IACSP95-5000.
Fruto de mais de 13 anos de pesquisa e desenvolvimento, as novas variedades prometem um aumento na produtividade de 1,5% ao ano. “Elas vêm
atender às demandas do setor, são novas ferramentas que irão possibilitar
ganhos muito significativos”, explica
Marcos Guimarães Landell, diretor do
Programa Cana IAC. Segundo ele, é
possível ter ganhos ainda maiores, que
podem variar entre 10% a 30%, se os
produtores souberem explorar bem o
perfil desses materiais, associando-os
ao ambiente de produção adequado.

350 pessoas participaram da
solenidade de lançamento

Landell explica ainda que a criação de
novas variedades é fundamental no atual
momento de expansão da cultura de canade-açúcar. “A importância dessas novas
variedades, é que elas conseguem atender as diferentes condições de clima, solo
e ambientes de produção, já que no Brasil
temos condições que variam de região
para região”, diz. Segundo ele, nos últimos 30 anos foram lançadas mais de 80
variedades da gramínea.
Várias autoridades do setor estiveram presentes no auditório do Centro de

Integraram a mesa: Mônica Bergamaschi – diretora executiva da ABAG-RP, Eduardo Vasconcelos
Romão – secretário da Agricultura e Abastecimento de Jaú, Mário Reis – prefeito de Jardinópolis,
O diretor geral do IAC – Orlando Melo de Castro, o diretor do Programa Cana – Marcos Landell
e Ismael Perina Junior – presidente da Orplana

34

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

Cana para conhecer as novas cultivares
e as novidades que estas têm a oferecer.
O diretor geral do IAC – Orlando Melo
de Castro, o diretor do Programa Cana –
Marcos Landell, Ismael Perina Junior –
presidente da Orplana, Manoel Ortolan
– presidente da Canaoeste, Antonio
Eduardo Tonielo – presidente da Copercana e Cocred, Mário Reis – prefeito de
Jardinópolis, Eduardo Vasconcelos Romão – secretário da Agricultura e Abastecimento de Jaú e Mônica Bergamaschi, diretora executiva da ABAG-RP.
Para o presidente da Orplana, Ismael
Perina Junior, a geração de novas tecnologias é essencial para acompanhar o desenvolvimento do setor e permitir que o
Brasil continue sendo uma potência em
matéria de cana-de-açúcar. “Com os institutos de pesquisa, nós voltamos a conseguir bons resultados e ficar mais tranqüilos”, comemora. Orlando Melo de
Castro, diretor geral do IAC que representou o secretário da agricultura, João
Sampaio, considera esse lançamento
como uma prestação de conta aos associados. “É uma satisfação muito grande
lançar essas variedades que vêm coroar
a nossa missão de levar novas tecnologias ao setor”, afirma.
Destaque

VARIEDADES
Dentre essas variedades, a IAC911099 e a IACSP95-5000 são as que mais
se destacam pela elevada produtividade e concentração de sacarose. Comparadas a materiais bastante cultivados comercialmente, a produtividade
da IACSP95-5000 foi superior em 17,7%
e a da IAC91-1099 em 11%. Esses valores correspondem uma variação na
produção de 120 a 90 toneladas/hectare e de 140 a 95 toneladas/hectare, respectivamente. Ainda relacionada a essas características, a IAC91-1099 garante uma boa produtividade mesmo
em cortes avançados, com produção
superior em 20% a dos materiais que
O empresário e presidente da Copercana e Cocred, Antonio
Eduardo Tonielo participou do lançamentos das novas
variedades do IAC.

apresentam esse mesmo perfil. outro
aspecto que também chama a atenção
na IAC91-1099 é o seu caráter rústicoestável, o que possibilita seu cultivo
em ambientes médios a desfavoráveis.
No que diz respeito ao nível de maturação, os novos cultivares do IAC
atendem a diferentes demandas, ao
atingirem o nível de sacarose ideal para
o corte em diferentes períodos. A
IAC91-1099 e IACSP95-5000 apresentam boa capacidade de acumular sacarose ao longo da safra, tornando-se
uma boa opção para corte entre o inverno e a primavera – o que corresponde ao período entre julho e novembro. Já a IACSP95-3028 e a
IACSP93-2060 chamam a atenção
pela precocidade de maturação, o
que beneficia a colheita durante o
período de menor volume de produção. Enquanto a IACSP95-3028
atende à necessidade de antecipação da colheita para final de
março e início de abril, a IACSP932060 destina-se entre a quarta e a
sexta quinzenas da safra. Essa característica permite que os pro-

O diretor do Programa Cana - Marcos Landell
e Manoel Ortolan - presidente da Canaoeste.

dutores planejem melhor e possam adiar ou antecipar o início do corte.
Apesar de só serem apresentadas
este mês, os novos materiais já estão sendo multiplicados pelas usinas, associações e cooperativas conveniadas ao Programa Cana IAC há algum tempo. Isso
faz parte da estrutura de trabalho do programa de melhoramento, que testa os clones por meio de ensaios, distribuídos por
uma rede experimental. A experimentação
das quatro novas variedades foi realizada em oito diferentes regiões de produção, no Centro-Sul do Brasil, totalizando,
para essa série, 120 ensaios de competição varietal. Elas estarão disponíveis para
venda a partir de fevereiro de 2008.

SAIBA MAIS SOBRE AS VARIEDADES
IAC91-1099

IACSP95-5000

IACSP93-2060

IACSP95-3028

Alta produção agrícola
associada a alto teor de sacarose. Apresenta uniformidade de altura e diâmetro de
colmos, característica facilitadora do processo de colheita mecânica. Adequada para colheita nos meses
de junho a outubro.

Variedade com perfil de
alta produtividade e elevadíssimos teores de sacarose. Adaptada à colheita
mecânica.Apresenta grande estabilidade associada
a perfil responsivo. Com
possibilidades de colheita de junho a outubro.

Variedade precoce e rica
em sacarose. Adaptada à
colheita mecânica. Boa
adaptação às regiões de
Ribeirão Preto, Serra da
Mantiqueira, Catanduva e
Goiás. Adequada para colheita de final de abril a
agosto.

Variedade riquíssima em
sacarose e hiper-precoce
com possibilidades de colheita a partir do final de
março. Apresenta ótima
brotação de gemas no plantio e boa soqueira. Possui
boa performance em ambientes restritivos.

Revista Canavieiros - Dezembro de 2007

35
Biblioteca
“GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO”
"COOPERATIVAS DE TRABALHO"
Sérgio Pinto Martins

A

lém da constituição das
cooperativas e suas principais vantagens e desvantagens, este
livro analisa os aspectos introdutórios
das cooperativas, principalmente os
fundamentos para a evolução da cooperativa e de sua legislação, a
etimologia da palavra, denominação,
conceito e distinção, sua natureza jurídica, objetivo, classificação e princípios aplicáveis às cooperativas.
A análise da cooperativa sob o ângulo trabalhista começa com as orientações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o tema. O estudo é motivado no
acréscimo do parágrafo único ao artigo 442 da CLT pela Lei n°
8.949/94, que menciona não haver vínculo de emprego com a cooperativa ou com o tomador de serviço. O autor estuda a distinção
do contrato de trabalho, as cooperativas na área rural, a fiscalização
trabalhista e a garantia de emprego do dirigente da cooperativa.
Ao final, são feitas referências à legislação de alguns países a respeito da cooperativa, que podem ser úteis na pesquisa do direito
comparado. O autor analisa ainda a tributação das cooperativas pelo
Imposto sobre Serviços (ISS) e de outros impostos e contribuições.
"MÁFIA VERDE 2: AMBIENTALISMO, NOVO COLONIALISMO"
Geraldo Luís Lino, Lorenzo Carrasco, Nilder Costa e Silvia Palacios

O

radicalismo ambientalista
imposto ao Brasil, com
conivência do governo federal é
uma das principais causas para que
a palavra madeireiro tenha virado
sinônimo de criminoso. Este é um
dos pontos de vista de Lorenzo
Carrasco, coordenador dos livros
"Máfia Verde, o ambientalismo a
serviço do Governo Mundial e
Máfia Verde 2: ambientalismo,
novo colonialismo". Ele argumenta que as Ong´s internacionais já
instalaram
a
idéia
de
protencionsimo indiscutível sobre as florestas brasileiras.
Sob o disfarce de uma causa nobre, o movimento ambientalistaindigenista internacional e seu exército de organizações não-governamentais (ONGs) representa hoje um dos maiores entraves
ao progresso da humanidade. Lançado em 2001, o livro Máfia
Verde: o ambientalismo a serviço do Governo Mundial - em
nona edição e com mais de 17.000 exemplares vendidos - se
converteu em um importante fator de esclarecimento sobre a
agenda real desse aparato de guerra irregular.
Assim através da intensa "lavagem cerebral" promovido
pelo "catastrofismo" ambientalista, fazem acreditar que as
atividades humanas, principalmente as industriais, estão levando o mundo a um beco sem saída ambiental. Lorenzo foi
depoente na CPI das Ong´s do Senado Federal.

36

A presente seqüência atualiza os avanços da "máfia verde"
no Brasil, visando aprofundar a conscientização da cidadania
RevistaaCanavieiros - Dezembro de 2007
sobre sua agenda anti-humana, antidesenvolvimentista e
ditada do exterior, como uma nova forma de colonialismo.

"EXPANSÃO E RENOVAÇÃO DE CANAVIAL"
Silvelena Vanzolini Segato, Carolina Fernandes, Alexandre de Sene Pinto

O

s canaviais no Brasil vêm
transpondo fronteiras e
ocupando áreas onde a cana-deaçúcar jamais esteve. Surge o
receio dos ambientalistas e da
população em geral quando às
conseqüências danosas que essa
expansão pode trazer ao ambiente e ao bem-estar das cidades.
Entretanto, é possível que esse
aumento nas áreas plantadas com
cana-de-açúcar ocorra de forma
responsável com boas praticas
de rotação de culturas na reforma do canavial, para que esse ramo do agronegócio seja sustentável a médio e longo prazo.
Essa obra reuniu renomados pesquisadores e técnicos e discorre sobre a importância da rotação de culturas na renovação
do canavial, destacando as culturas da soja, do amendoim, do
girassol e os adubos verdes, sobre o planejamento agrícola e
as questões ambientais na expansão dos canaviais, sobre a
conservação dos solos, o plantio mecanizado, a irrigação de
salvamento nas novas áreas de cana-de-açúcar, sobre as parcerias de terras e da produção autônoma, bem como sobre a
gestão da qualidade em operações agrícolas. A proposta do
livro é fornecer aos leitores Informações relevantes para as
boas práticas na expansão e na renovação de canaviais.
"PLANTIO DIRETO"
Marcio Scaléa

A

grônomo e consultor em
Plantio Direto e em
Integração Lavoura-Pecuária,
com experiência de quase 30
anos no sistema, Márcio João
Scaléa, é autor do livro Plantio
Direto. Com edição limitada
(500 exemplares) o livro traça
um panorama deste sistema, que
na safra 2005/2006 foi aplicado
no cultivo de 25,5 milhões de
hectares no País - com estimativa de utilização no Cerrado, na
safra 2006/2007, de 10 milhões
de hectares -, e aborda ainda a integração lavoura-pecuária via
Sistema Plantio Direto. Traz ainda personagens conhecidos
do Cerrado, como Nilo Bonamigo, Munefume Matsubara e
Juarez Guterrez, todos, de acordo com o autor, de fundamental importância para a disseminação do PD no Cerrado.
Também de Márcio João Scaléa é a cartilha Integração Lavoura-Pecuária e Renovação de Pastagens em Plantio Direto, escrita, sob a forma de cordel. Em rimas, ela explica, passo a passo,
as razões, vantagens e procedimentos para se adotar a integração,
terminando com algumas estrofes sobre Biotecnologia e seu efeito/
ação na integração lavoura-pecuária. As ilustrações do Cordel
Tecnológico, produzido pela Aldeia Norte Editora, foram produzidas com base em fotos feitas pelo próprio autor.
Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da
Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da
Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou
pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016
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  • 1. Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 1
  • 2. 2 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
  • 3. Editorial FINAL DE CICLOS C hegamos ao final de mais um ano e nós, da Revista Canavieiros, temos a sensação de dever cumprido. O dever de passar informação de qualidade, de forma limpa e imparcial, para levar até você, leitor, tudo o que acontece dentro e fora do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As novas tecnologias, tendências, as boas fazes, os problemas, e maneiras de solucionar esses problemas. É essa a missão da nossa Revista: ajudar o produtor rural a ser cada vez mais forte, fortalecendo assim o nosso país. Pois, afinal, o que seria do Brasil sem a agricultura? Mas não podemos deixar de agradecer o grande responsável por mais esse ano de Revista Canavieiros: você. Sim, você! Você que leu e opinou; você que sugeriu pautas e até deu puxões de orelha por nossas falhas. Cada pessoa que lê a Canavieiros, seja periódica ou eventualmente, é responsável por nos fazer seguir em frente, trabalhando cada vez melhor. Sugerimos agora a nossa própria retrospectiva 2007. Começamos o ano com um "Raio-x" das variedades de cana. Uma matéria completa sobre os cultivares mais utilizados na época e as tendências que, hoje, já fazem parte do cotidiano do produtor. Em fevereiro, o gerente do Departamento Técnico da Canaoeste, Gustavo Nogueiras, falou sobre a importância de um plantio cuidadoso para aumentar a longevidade e produtividade do canavial. No mês seguinte trouxemos uma reportagem sobre tecnologia agrícola e a necessidade dos pequenos proprietários investirem em tecnologia. Abril teve como capa os principais investimentos do sistema Copercana, Canaoeste e Cocred na área social e de desenvolvimento sustentável. Voltando a falar sobre plantio, a edição de maio apresentou um panorama sobre uma nova tendência: a mecanização do plantio. As tecnologias disponíveis, os riscos, as vantagens, etc. No mês seguinte foi a vez do III Agronegócios Copercana ocupar a capa da Canavieiros. Uma entrevista com o presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, indicou as tendências para o evento de 2007. A sétima edição do ano falou sobre cachaça. A bebida ganhou projeção mundial e vários produtores da região - muitos deles cooperados - têm investido na produção da "branquinha" para vender fora do país. Em agosto, a Revista foi uma espécie de prestação de contas para os associados da Canaoeste. A reportagem de capa mostrou aos leitores a importância das parcerias que a associação tem com institutos de pesquisa em canade-açúcar e o que isso traz de bom aos produtores associados. "500 anos de cana-de-açúcar no Brasil". Essa foi a capa de setembro. O Jardim Varietal do Centro de Cana do IAC em Ribeirão Preto concentra todos esses anos de história em uma pequena área onde foram plantadas amostras de todas as variedades produzidas no país desde 1500. Dando um salto de meio século, a edição número 16 tratou do que existe de mais moderno no setor: a mecanização do corte. Os novos prazos para o fim da queimada, o mercado de colhedeiras e as dúvidas que os produtores ainda têm. Tudo isso foi esclarecido na matéria especial de outubro. A safra de 2007 chegou ao fim dando início ao plantio do amendoim como cultura de rotação para a cana. Por isso, em novembro, a Canavieiros abriu seu leque e focou no plantio do grão que vem ganhando mercado no exterior. Assim chegamos a presente edição que abordou um assunto polêmico, além de gerar perdas para os agricultores e assim para o Brasil: a Reserva Legal. Um Workshop organizado pela Canaoeste e o escritório Pinheiro Pedro Advogados discutiu o assunto com autoridades do setor que permitiu a criação de um documento intitulado "Carta de Ribeirão Preto" que será encaminhado às lideranças e autoridades. Nós, equipe da Revista Canavieiros, desejamos um feliz Natal e um ano novo de muito sucesso e realizações a todos nossos parceiros: diretores, funcionários, cooperados e leitores, ou seja, todos que contribuíram com nosso trabalho durante 2007. Boa Leitura e até 2008! Conselho Editorial Revista Canavieiros - -Dezembro de 2007 Revista Canavieiros Dezembro de 2007 3
  • 4. Indice EXPEDIENTE Capa CONSELHO EDITORIAL: Antonio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão Clóvis Aparecido Vanzella Manoel Carlos de Azevedo Ortolan Manoel Sérgio Sicchieri Oscar Bisson Reserva Legal: setor se organiza em defesa da produção nacional Workshop sobre crises ambientais produziu documento intitulado de “Carta de Ribeirão Preto”, que será encaminhado às lideranças e autoridades Pag. Pag. 20 OUTRAS DESTA DESTA QUES CONSECANA Entrevista Pag. 14 Luiz Antonio Titton Professor da Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia) Pag. Pag. 05 REPERCUTIU Pag. 25 INFORMAÇÕES Pag. SETORIAIS 26 Ponto de vista Duarte Nogueira Pag. (Deputado Federal (PSDB-SP)) Etanol: necessidade de planejamento Pag. Pag. Notícias Copercana - Recorde no Leilão Beneficente: R$ 765 mil Notícias 10 12 Canaoeste - Novo site do Netto Campello já está no ar - Ortolan participa de reunião da WABCG Notícias ARTIGO TÉCNICO LEGISLAÇÃO Pag. 09 09 Pag. 28 32 DESTAQUE Pag. 34 Pag. 36 AGENDE-SE Pag. 37 CLASSIFICADOS Pag. 15 Cocred - Cajuru encerra "Cocred em Ação" de 2007 - Cocred Cajuru: credibilidade e confiança em 1º lugar - Cocred faz doação para escola de Pitangueiras 38 Pag. Tecnologias Novas Tecnologias Vendas de colhedora devem continuar aquecidas em 2008 4 4 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Rafael H. Mermejo FOTOS: Carla Rossini Marcelo Massensini COLABORAÇÃO: Marcelo Massensini COMERCIAL E PUBLICIDADE: Artur Teixeira: (16) 3946-3311 revistacanavieiros@copercana.com.br DEPARTAMENTO DE MARKETING E COMUNICAÇÃO: Ana Carolina Paro, Artur Teixeira, Carla Rossini, Daniel Pelanda, Letícia Pignata, Marcelo Massensini, Rafael Mermejo, Roberta Faria da Silva, Talita Carilli. IMPRESSÃO: São Francisco Gráfica e Editora CULTURA Pag. EQUIPE DE JORNALISMO: Carla Rossini – MTb 39.788 Cristiane Barão – MTb 31.814 Pag. Pag. 33 TIRAGEM: 7.500 exemplares ISSN: 1982-1530 A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados e fornecedores do Sistema Copercana, Canaoeste e Cocred. As matérias assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é autorizada, desde que citada a fonte. ENDEREÇO DA REDAÇÃO: Rua Dr. Pio Dufles, 532 Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680 Fone: (16) 3946 3311 http://www.canaoeste.com.br/revistacanavieiros
  • 5. Entrevista Luiz Antonio Titton Professor da Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia) Reserva Legal: perdas e danos para a economia Perfil: Professor da Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia) e mestre em Administração de Organizações pela USP, Titton lidera o estudo desenvolvido no programa de pós-graduação da FEA (Faculdade de Economia e Administração) - USP e que pretende analisar o impacto que a implantação da reserva legal terá sobre cada um dos elos das cadeias de produção. Cristiane Barão A implantação da reservalegal causará perdas equivalentes a 5% do PIB, de acordo com o estudo "Impactos sócio-econômicos da reserva legal", apresentado por Luiz Antonio Titton, no primeiro dia do I Workshop Brasilei- ro sobre Crises Ambientais no Agronegócios. "A reserva legal é extremamente prejudicial para as empresas, para os governos federal, estadual e municipal. Nós vamos iniciar um processo recessivo de trinta anos. É um suicídio para o país", alerta. Segundo o professor, a reserva legal é tratada como uma questão pessoal do proprietário, quando, na verdade, afeta toda a economia nacional. Leia, a seguir, a entrevista que ele concedeu à Canavieiros. Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 5
  • 6. Entrevista Revista Canavieiros: Quais os impactos sócio-econômicos da reserva legal? Luiz Antonio Titton - Nós estamos falando de uma queda de 5% do PIB, se considerarmos, a grosso modo, a perda de renda que vai haver no agronegócio e o gasto que o setor terá para a recomposição dessas áreas de reserva legal. A nossa carência de reserva legal em São Paulo hoje é de 17% da área total do Estado. ração da reserva natural de 30 anos em um ano só. No cálculo, eu já dividi em 30 anos. Canavieiros: O estudo aponta para uma perda de 6% no repasse do ICMS para os municípios... Titton: O ICMS é praticamente a base de sustentação da gestão financeira dos municípios. Se você tiver uma queda de 5% no PIB estadual, seguramente vamos ter um problema sério porque um quarto do ICMS vai para o município. Vai faltar dinheiro para o município. Eu projetei uma queda em 6% no ICMS para o município ao mês, mas esse número ainda é passível de revisão. Os municípios hoje estão travados, tos é pago sobre o consumo. Quanto você compra uma lata de ervilha, ali está uma série de impostos que deixarão de ser arrecadados. Deixarão de ser arrecadados porque caiu a produção, porque o poder aquisitivo da população diminuiu por conta da queda do PIB. Arrecadando menos, começa aquela bola de neve que nos matou nas décadas 70 e 80: o governo tem menos dinheiro, ele não tem como investir o suficiente e se inicia um processo recessivo. Canavieiros: As perdas de 5% Canavieiros: Qual a sua conclureferem-se ao PIB estadual ou da são sobre a questão da reserva? União? Titton: Estrategicamente, a reserTitton: Eu considerei a melhor va legal é extremamente prejudicial condição do melhor Estado e projepara as empresas, para os governos tei para o resto do país. federal, estadual e municipal. (A reserva legal) é altamente No PIB estadual (a perda) Nós vamos iniciar um proé de 5%, mas aqui nós escesso recessivo de trinta concentradora de renda, é o tamos com 20% de reseranos. É um suicídio para o caminho para a formação de va legal, não é nem 35% país e estamos falando de (estabelecido para as áreum problema mais sério, grandes latifúndios as de cerrado) e nem 80% além da questão da proprie(para as áreas de floresta). Se você tendo os gastos com a folha de pa- dade. Também acho que temos de prepegar o Estado do Amazonas, por gamento e com a educação como as servar nossos ecossistemas, mas não exemplo, que tem produtividade me- maiores despesas. Os prefeitos vão em prejuízo do ser humano. Como é nor do que a nossa, o impacto é pior. ter problemas sérios. Pior é no âm- que o nosso país vai passar por uma Se eu projetar Estado por Estado, bito estadual, onde as despesas tam- recessão, enquanto todos os países acredito que o resultado será bem bém estão casadas e a falta desse estão tendo crescimento econômico? pior. É que o nosso peso é maior e dinheiro significa queda no investi- Vamos bancar 30 anos de recessão então pende a 5%. Eu não estou con- mento na educação de nível médio, por conta de um princípio? Eu ouço siderando, como fizeram outros es- problemas graves de saúde, de se- muito que a questão da reserva legal tudiosos, o desembolso da recupe- gurança. A maior parte dos impos- é da porteira para dentro. Fiz uma análise de como ficaria o país e a situação é assustadora. Essa questão da reserva legal é tratada como uma questão pessoal do proprietário, quando é uma questão que afeta a economia nacional. “ Canavieiros: Para os pequenos e médios produtores, esse custo para a recomposição é mais pesado? Titton – Para o pequeno produtor, inviabiliza economicamente a exploração da propriedade. O produtor terá de fazer um desembolso para a recomposição de 20% da sua área, terá redução da renda porque irá perder a produção nesses 20%. (A reserva legal) É altamente concentradora de renda, é o caminho para a formação de grandes latifúndios. Se você somar esse prejuízo - o gasto do dinheiro que o produtor não tem 6 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
  • 7. Entrevista e a perda de renda que terá - e ainda queno produtor passaria a ser uma Titton: O uso da BM&F para nepor cima ser ameaçado como se fos- voz ativa, porque ele está na pon- gociar o Certificado de Compensase um criminoso, a melhor coisa que ta da produção. Ninguém prestou ção de Unidade de Conservação para se tem a fazer é abandonar a peque- a atenção que ele (produtor) per- fins de reserva legal é uma proposta. na propriedade. O médio agricultor dendo, no fim da cadeia o prejuízo A BM&F irá “amarrar” a obrigatorieainda tem a chance de recorrer a ban- será muito maior. A cadeia tem con- dade de comprovar que ele (produco. Isso quer dizer que tor) tenha o cumprimento do ele demora mais tempo “A cadeia não está se conversando. Se a respeito aos mananciais, etc. para quebrar. cadeia funcionasse, o choramingo do A partir daí, só vai comprar título em leilão da BM&F Canavieiros: O que o pequeno produtor passaria a ser uma quem é proprietário. Estranprodutor tem de fazer geiro não vai poder comprar voz ativa, porque ele está na ponta da porque ele não tem a terra. para se contrapor a isso? Titton: Primeiro é pa- produção. Ninguém prestou a atenção Com um mercado a partir rar de dizer que ele não desses títulos, vamos criar c o n s e g u e r e s o l v e r o que ele (produtor) perdendo, no fim da negócios. O uso das terras problema. O produtor do Estado que estão em unicadeia o prejuízo será muito maior” dades de conservação e que tem de se unir dentro da cadeia, buscar todos os são lastros para esses certiseus continuadores na cadeia pro- dições de pressionar o Estado, mas ficados de compensação, resolve dutiva para dar segurança e sus- ela não está prestando atenção na todo o problema: gera dinheiro para tentação. O produtor perde renda, importância que parte do pequeno o Estado, financia a conservação de mas nós temos um efeito multipli- produtor. Ao invés de chorar as áreas com matas virgens que estão cador de 12 vezes. Ou seja, R$ 1 na mágoas sozinhos, vamos chorar as abandonadas, já que não há recurponta da cadeia representa R$ mágoas do país, que vai entrar sos do Estado para fazer a conserva12,00 no final dela. Enquanto o num buraco sem fundo. ção, gera recursos talvez até para o produtor perde, por exemplo, R$ Estado comprar terras. Você pode fa1.500, a cadeia inteira deixa de ter Canavieiros: Uma das propostas zer áreas de conservação em áreas renda de R$ 18 mil. A cadeia não que apresentou refere-se ao Certifi- completamente não agricultáveis, está se conversando. Se a cadeia cado de Compensação. Como fun- que pertencem ao Estado e que esfuncionasse, o choramingo do pe- cionaria? tão abandonadas. “ Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 7
  • 8. Ponto de Vista A tecnologia é o pulo do gato Manoel Carlos de Azevedo Ortolan* O CTC (Centro de Tecnologia No caso da cana, graças aos tra- com a produção de etanol a partir da Canavieira) lançou, no mês tos culturais e ao melhoramento ge- celulose presente na palha e no bapassado, seis variedades de cana e o nético, hoje é possível produzir 60% gaço da cana. Esse processo, denoIAC (Instituto Agronômico), do go- mais de etanol em cada hectare culti- minado hidrólise de celulose, ainda verno do Estado, apresentou outras vado do que no início do Proálcool. não é viável economicamente, mas quatro no início do mês. Essas novas Na região Centro-Sul, em 1975, de virá a sê-lo perto de 2015. variedades se somam às outras nove cada hectare de cana eram extraídos lançadas pelo CTC e às oito pelo IAC 4.000 litros de álcool combustível. No É que da cana, utiliza-se apenas desde 2004. Se considerarmos que as ano passado, a produtividade chegou um terço do potencial de energia para primeiras variedades brasileiras de a 6.400 litros/hectare. E assim como a produção de açúcar e etanol. Os dois cana-de-açúcar surgiram nas déca- na agroindústria, cujo ganho de efi- terços restantes são, em grande pardas de 40 e 50 e que atualmente so- ciência é progressivo, nos canaviais te, desprezados: o bagaço e a palha mam cerca de 100, o lançamento de as perspectivas quanto à produtivi- (pontas e folhas). Parte do bagaço 27 variedades apenas por dois dos dade são promissoras. ainda é utilizada na geração de enerinstitutos de pesquisa gia, mas a palha se perde no num espaço de três anos ...graças aos tratos culturais e ao canavial. A partir da hidrólidemonstra que a tecnolose da celulose será possímelhoramento genético, hoje é gia é, cada vez mais, um vel praticamente dobrar a fator decisivo para a comprodução de etanol, segunpossível produzir 60% mais de petitividade. do estimativa da Dedini Inetanol em cada hectare cultivado do dústrias de Base. Para cada E não é por menos. O hectare de cana será possíque no início do Proálcool. agronegócio brasileiro vel extrair os 6.400 litros de chegou aonde chegou graças à inoOs próximos passos da tecnolo- etanol do caldo, como é feito hoje, e vação tecnológica. Até o início dos gia para o setor sucroalcooleiro são, outros 5.650 litros das "sobras". Asanos 80, o crescimento da produção entre outros, a cana transgênica e o sim, a produção por hectare saltará agropecuária baseou-se na expansão etanol celulósico. Em estudo há mais para 12.050 litros/ha, três vezes mais de área. Desse período em diante, a de dez anos, mas ainda sem autoriza- do que em 1975 e o dobro da produtiprodutividade foi o pulo do gato. De ção para o cultivo comercial, a cana vidade atual. 1976 a 2006 - em vinte anos - , a área transgênica _resistente à herbicida e Ou seja, vamos produzir cada vez plantada de grãos cresceu 28% - pas- à broca_ poderá ser utilizada dentro sou de 37,3 milhões de hectares para de cinco anos, segundo estimativas. mais açúcar e álcool sobre uma mes47,8 milhões/ha -, enquanto a produ- Irá reduzir os custos de produção e ma área cultivada, o que desmonta a tividade dobrou de 1.258 kg/ha para promete maior produtividade. No en- teoria que se criou pela qual os biotanto, o grande salto deve ser dado combustíveis irão reduzir a produção 2.560 kg/ha. de alimentos. Com a tecnologia, o crescimento mudou de direção: passou a ser vertical, de forma que sempre haverá espaço para outras culturas. O Brasil, que consolidou ao longo de três décadas, o modelo mais competitivo para a produção de biocombustíveis, ainda tem, a médio e longo prazos, muito pela frente. É preciso investir em tecnologia, a exemplo do que fazem os Estados Unidos. E isso é válido para todos os elos da cadeia, independente se são de pequeno, médio ou grande porte. “ Presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) 8 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
  • 9. Ponto de Vista Etanol: necessidade de planejamento Duarte Nogueira* A pesar das oscilações nos preços, o setor sucroalcooleiro vê mais adiante perspectivas pelas quais sempre esperou. Basicamente, duas são as premissas que apontam para uma expansão nunca vista nos últimos 30 anos: forte demanda interna, puxada pelos carros flexíveis - que hoje representam mais de 80% das vendas - e valorização dos biocombustíveis para a redução da emissão dos gases causadores do aquecimento global. Com base nesse cenário, o setor brasileiro estima que a produção de etanol deva chegar próximo dos 30 bilhões de litros na safra 2010/11 e que a de açúcar perto dos 34 milhões de toneladas. Para tanto, os investimentos estimados para a construção e ampliação das indústrias nos próximos seis anos sejam de US$ 17 bilhões, segundo a Unica. Esse potencial de crescimento trouxe ao Brasil o presidente George W. Bush, interessado em estabelecer uma relação de cooperação para a ampliação na produção de biocombustíveis. Sem entrar no mérito das motivações políticas de Bush, creio que o modelo de expansão dos Estados Unidos nos traz algumas lições. vê recursos de US$ 1,6 bilhão para a agroenergia, sendo que a maior fatia irá para a pesquisa. Com metas definidas pelo governo, a iniciativa privada investe na ampliação do parque industrial para, dentro de poucos anos, dobrar a capacidade de produção. As condições de infra-estrutura são favoráveis e, com produção o ano todo, não há problemas de abastecimento ou de preço na entressafra. Apesar de ter acumulado um know how de três décadas na produção de etanol, reunir todas as condições necessárias - área para expansão da cana, clima favorável, água e tecnologia - e ter a favor a conjuntura internacional, o Brasil não tem metas definidas para os biocombustíveis. Dentro do governo, a questão do etanol diz respeito aos oito ministérios do CIMA (Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool), embora não haja por parte de nenhum deles uma política definida para os biocombustíveis ou para a solução de velhos problemas, como a oscilação nos preços no período da entressafra. Assim, a exemplo dos Estados Unidos, o governo brasileiro precisa responder algumas questões sobre suas metas para o desenvolvimento de energias al- ternativas, especialmente do etanol, que é hoje a bola da vez. Qual a nossa meta? Quanto precisamos crescer e em quanto tempo? Quais recursos teremos para a pesquisa? Quais os investimentos públicos para o escoamento e armazenagem da produção? Qual estrutura do governo será responsável pelo assunto? Enfim, onde queremos chegar? Mesmo extraindo etanol do milho, mais caro do que o combustível a partir da cana - US$ 0,30 o litro, contra os US$ 0,22 do produto brasileiro - e disputando a matéria-prima com a indústria alimentícia, os Estados Unidos ultrapassaram o Brasil na produção de etanol e se preparam para uma audaciosa expansão, claramente definida pelo presidente Bush em seu discurso do State of Union ao Congresso, em janeiro. Até 2017, os Estados Unidos terão de substituir 20% da gasolina utilizada. Sem respostas a essas questões, o Brasil poderá deixar a chance que sempre esperou escorrer entre os dedos. O setor está crescendo porque a iniciativa privada viu no álcool um grande negócio e está investindo, construindo unidades, plantando cana, tentando abrir mercados e fazendo suas próprias estimativas. O governo apenas assiste e elogia, esquecendo-se que a questão energética é estratégica para o crescimento do país. O Brasil espera mais do que isso. Sem planejamento, daremos um passo à frente e dois para trás. A Farm Bill, projeto da lei agrícola norte-americana elaborado pelo Executivo para os próximos cinco anos, pre- *deputado federal (PSDB-SP), foi secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo (2003 a 2006) Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 9
  • 10. Notícias Copercana Recorde no Leilão Beneficente: R$ 765 mil Coordenado pelo sistema Copercana/Canaoeste/Cocred, Irmãos Toniello e Grupo TGM, o evento reuniu mais de 500 convidados no último dia 24; recursos irão para 13 entidades Carla Rossini O Leilão Beneficente de Sertãozinho, realizado no último dia 24, arrecadou R$ 765 mil, o melhor resultado de todas as suas 18 edições. Mas esse não foi o único recorde: o evento reuniu mais de 500 convidados no Clube de Campo Vale do Sol, que arremataram 254 lotes com 430 doações, entre elas 30 prendas vivas e máquinas agrícolas. “Foi um resultado excepcional, que simboliza o esforço conjunto e o envolvimento de toda a comunidade em torno de um objetivo comum, que é colaborar com as entidades beneficentes e filantrópicas de nossa cidade”, afirma o presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo. Esses recursos são destinados à Fundação Vidalina Flóridi, que conta com 13 entidades filiadas. Juntas, essas instituições realizam perto de 2.700 atendimentos por mês, voltados para todas as faixas etárias. As entidades dependem do leilão para fechar as contas dos três primeiros meses do ano seguinte, período bastante crítico. É que, muitas vezes, as subvenções por parte do Estado ou do Governo Federal demoram a chegar por conta do processo de renovação de convênios e, sem esses recursos, as entidades dependem ainda mais de doações ou da realização de eventos beneficentes, que são prejudicados pelo período de férias. “No final de cada ano nós temos mais despesas, como o pagamento do décimo terceiro, e precisamos de recursos para a continuidade dos projetos nos meses seguintes. Não sei o que seria dessas entidades se não fosse o leilão”, afirma a presidente da Fundação Vidalina Flóridi, Mara Moreno. Segundo ela, os recursos são distribuídos com base em alguns critérios tais como o número de atendimentos, a ne- cessidade de cada entidade e seu plano de ação. Para o presidente da Apae, José Moacyr Pignata Júnior, as necessidades das entidades são cada vez maiores e elas dependem de iniciativas como o leilão. “As entidades não sobreviveriam sem esses recursos porque as dificuldades financeiras são cada vez maiores. O leilão é de primordial importância”, afirma o presidente da Apae, entidade que atende cerca de 300 crianças. Nas primeiras edições, o evento era conhecido como Leilão da Apae, já que toda a renda era destinada à entidade. Mais de 100 colaboradores “voluntários” trabalharam na realização do XVIII Leilão Beneficente de Sertãozinho 10 10 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
  • 11. Notícias Copercana Depois, passou a beneficiar outras instituições até a criação da Fundação Vidalina Flóridi, em 2001. A organização do leilão envolveu diferentes parceiros ao longo das suas edições e desde 2004, o sistema Copercana/Canaoeste/Cocred, os irmãos Toniello e a Fundação trabalham juntos na coordenação. “O fornecedor de cana tem a consciência de que sua atividade deve se basear em três aspectos: no fortalecimento econômico, no respeito ao meio ambiente e na justiça social. Participar da organização do leilão é para o sistema Copercana/Canaoeste/Cocred uma forma de demonstrar o seu compromisso com a comunidade em que está inserida e dar sua contribuição para a melhoria da qualidade de vida de quem mais precisa”, diz o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan. Para a preparação do leilão, diretores, funcionários, associados e fornecedores do sistema formam uma verdadeira teia de solidariedade, onde cada um doa o que pode. A organização começa nos dois meses antes e há uma divisão de tarefas envolvendo todo o quadro do sistema em toda a região. Há duas frentes de trabalho: Representantes das entidades assistenciais prestigiaram o leilão Mônica Dias foi homenageada por Neli Tonielo para a captação das prendas e para garantir público no leilão. A diretoria do sistema fica responsável pela mobilização dos empresários, enquanto os colaboradores, funcionários, agrônomos e gerentes contatam seus fornecedores e associados. “O Leilão Beneficente é a ‘menina dos olhos’ dos funcionários. Quando chega a época do evento, todo mundo já se coloca à disposição: um grupo vai atrás das prendas, o outro ajuda no transporte, o outro trabalha no dia do leilão. Quanto todo mundo se une, o trabalho fica mais fácil”, afirma Mônica Dias, secretária da Diretoria e que mantém o controle diário das atividades pré-leilão. O intenso trabalho de todo o sistema na mobilização dos empresários é reconhecido. “Muitas vezes existe a disponibilidade das empresas em colaborar, mas é preciso que alguém sirva como um elo entre elas e as entidades, que estimule a participação”, afirma Al- fredo Sabongi Neto, supervisor comercial da Bunge Fertilizantes, que participa com doações desde o ano passado. Entre os associados do sistema, o envolvimento também é marcante. A família Paschoal, por exemplo, participa há mais de dez anos. “Se quem tem um pouquinho mais de sorte puder passar para quem tem um pouquinho menos, dá para se mudar alguma coisa”, diz Marco Antonio Paschoal. Segundo ele, é importante que o sistema esteja envolvido em eventos como o leilão, demonstrando seu compromisso com a sociedade. “Isso aumenta ainda mais a credibilidade do sistema”, diz. As meninas do Casa Abrigo Nosso Lar e Adesas após a apresentação de dança Pedro Esrael Bighetti recebeu homenagem de José Moacyr Pignata Jr. José Pedro Tonielo recebeu homenagem de Francisco Paulo da Silva Manoel Sérgio Sicchieri recebeu homenagem de Leandro, da entidade assistencial Graaus Mara Moreno entregou uma homenagem ao empresário Antônio Eduardo Tonielo Augusto César Strini Paixão foi homenageado por Márcio Dóres Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 11
  • 12. Notícias Canaoeste Novo site do Netto Campello já está no ar Marcelo Massensini A nova página do hospital na internet começa a funcionar este mês com várias novidades O Netto Campello Hospital e Maternidade inaugura o seu novo site na internet e, com ele, uma nova fase. Uma fase em que o hospital utiliza a tecnologia para chegar ainda mais perto de seus usuários e divulgar sua estrutura e competência para futuros parceiros. Logo na primeira página do site você confere as principais novidades do Netto Campello, como o Curso de Gestantes, a UTI Móvel, as Unidades de Tratamento Intensivo - pediátrica e adulta, a Maternidade e o Centro cirúrgico. O novo site traz ainda os mais de 50 anos de história do Netto Campello com todas as pequenas e grandes conquistas do hospital, até se tornar um dos mais importantes centros médicos da região de Sertãozinho. O visitante ainda pode conhecer as áreas de atuação do Netto Campello e a lista completa de médicos associados ao hospital. No link “Maternidade”, as mães de primeira viagem têm um guia completo para tirar todas as possíveis dúvidas desde a gestação até os primeiros meses de vida do bebê. E no Berçário Virtual, os pais, familiares e amigos terão acesso a uma ficha técnica de cada bebê nascido na Maternidade, com galeria de fotos, árvore genealógica e um livro de visitas. 12 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 De acordo com o gerente administrativo do hospital, Marcos Lopes Fernandes, o Netto Campello Hospital e Maternidade atingiu um patamar de excelência na região, utilizando toda a tecnologia possível e necessária para prover um atendimento de qualidade para seus pacientes e a internet é mais uma ferramenta para aproximar os usuários do hospital. "A internet já se popularizou e é um dos meios mais importantes de divulgação e de prestação de serviços. O Netto Campello não poderia ficar de fora", explica. Visite o site e veja os motivos que fizeram do Netto Campello o principal hospital de Sertãozinho e região. O site do Netto Campello é: www.hospitalnettocampello.com.br
  • 13. Notícias Canaoeste Ortolan participa de reunião da WABCG Cristiane Barão 18º Encontro foi realizado em Londres, no último dia 26 O presidente da Canaoeste, Manoel Carlos Azevedo Ortolan, integrou o grupo que representou os fornecedores independentes brasileiros na 18ª reunião da WABCG (Associação Mundial dos Produtores de Cana e Beterraba Açucareira, da sigla em inglês), realizada em Londres, no último dia 26. Além da solenidade de abertura, que contou com a participação do presidente da WABCG, Alf Cristaudo, e do diretor-executivo da ISO (Organização Internacional do Açúcar, da sigla em inglês), Peter Baron, a programação incluiu cinco sessões, que tiveram como temáticas o comportamento das cotações do açúcar, o aumento nos preços dos grãos, a importância da biotecnologia no fortalecimento dos produtores, a produção de bioeletricidade e as vantagens da bioenergia para os fornecedores de matéria-prima. De acordo com Ortolan, uma das preocupações dos produtores é em relação ao preço do açúcar. Na análise da ISO, é difícil esperar por uma subida nos preços nos próximos dozes meses, já que o mercado deverá seguir com superávit (diferença entre oferta e demanda) de 7 milhões de toneladas. A produção de açúcar mundial para a safra 2007/08 está estimada em 170 milhões de toneladas e o consumo, em 163 milhões. Já em relação à subida no preço dos grãos como reflexo da valorização dos biocombustíveis, o economista Gareth Forber, da Trading LMC International, acredita que, a longo prazo, os grãos e o açúcar terão os preços formados a partir da sua equivalência em energia. Já na África do Sul, assim como em outros países, há Representantes do Brasil na Reunião da WABCG, realizada em Londres: Manoel Vicente Bertone, secretário de produção e agroenergia do MAPA; Plínio Nastari, diretor presidente da Datagro; Alexandre Betinardi Strapasson, diretor do departamento de cana-de-açúcar e agroenergia da secretaria de produção e agroenergia do MAPA; Ismael Perina Júnior, presidente da Orplana e Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste o interesse crescente pela co-geração de energia e já se começa a discutir a necessidade de uma legislação que fomente um mercado remunerador de energia renovável. "Mais do que nos anos anteriores, representantes dos países se mostraram mais entusiasmados não apenas com a idéia da produção do etanol, mas também com a bioeletricidade. E essa postura é estimulada pela subida do preço do barril do petróleo, muito próximo dos US$ 100", disse Ortolan. Na reunião de Londres, o presidente da Datagro, Plínio Nastari, abordou os programas de co-geração em desenvolvimento e o presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior, apresentou o sistema Consecana, que serve de parâmetro para o pagamento da matéria-prima pelas indústrias. A WABCG reúne representantes dos produtores independentes de 35 países, incluindo o Brasil, e seu objetivo é discutir as dificuldades comuns, propor soluções e permitir o intercâmbio de informações e experiências. A Orplana, que representa cerca de 13 mil fornecedores independentes brasileiros, filiou-se à WABCG em 2004 e já no ano seguinte organizou o encontro da entidade em Ribeirão Preto. Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 13
  • 14. Notícias Canaoeste Consecana Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo CIRCULAR Nº 10/07 DATA: 30 de novembro de 2007 A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entregue durante o mês de NOVEMBRO de 2007. O preço médio acumulado do kg de ATR para o mês de NOVEMBRO é de R$ 0,2416. Os preços de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do álcool anidro e hidratado, destinados aos mercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de ABRIL a NOVEMBRO e acumulados até NOVEMBRO, são apresentados a seguir: Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) e os do álcool anidro e hidratado destinados à industria (AAI e AHI), incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo (ABME e AVHP) e do álcool anidro e hidratado, carburante e destinados ao mercado externo, são líquidos (PVU/PVD). Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de ABRIL a NOVEMBRO e acumulados até NOVEMBRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/07, são os seguintes: 14 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
  • 15. Notícias Cocred Cajuru encerra "Cocred em Ação" de 2007 Marcelo Massensini D epois do sucesso em quatro cidades da região, o Cocred em Ação em Cajuru encerrou com chave de Ouro as ações sociais da Cocred, em 2007. O evento aconteceu no dia 11 de novembro e levou mais de 2 mil pessoas ao Ginásio de Esportes da cidade. A arrecadação desta edição ficou em aproximadamente R$18 mil. O Cocred em Ação é um evento beneficente em prol de entidades assistenciais das cidades abrangidas pela Cocred. A cooperativa arca com toda a estrutura e divulgação, além de doar os grandes prêmios. As empresas parceiras de cada cidade contribuem com brindes para os pequenos sorteios e as entidades beneficiadas ficam responsáveis pela comercialização de comida e bebida durante o evento. Todo o dinheiro arrecadado com a venda dos ingressos e alimentos é dividido entre as entidades. Em Cajuru, a Cocred contou com o apoio de 12 empresas: OAF Fazenda Bom Sucesso, Planeta Cores Tintas, Rei do Gado, Posto Nova Cajuru, Drogafill, CFC e Despachante Santo Antonio, Maderca ConstruLider, Supermercado União Smart, Menxon, Escri- 2 mil pessoas compareceram ao Ginásio de Esportes de Cajuru tório São Francisco, Sindicato Rural, Auto Escola A Visão. Os R$18 mil arrecadados foram divididos entre as entidades Casa dos Menores, Lar dos Velhos e Centro Social Nossa Senhora Aparecida. Maurício Roberto Rodrigues, gerente da agência da cidade, diz que "esse evento social foi nosso presente para a cidade de Cajuru e região", já que há pouco tempo a agência completou um ano de atividades. "Segun- Maurício Rodrigues – gerente da agência de Cajuru, Tamíris – ganhadora da moto, Márcio Meloni, superintendente da Cocred e Fabiano Gatarossa - gerente de marketing da Cocred. do informações dos cooperados e da população cajuruense, as instituições financeiras desta cidade nunca realizaram um evento desta importância para o município e a Cocred, em tão pouco tempo, proporcionou um evento beneficiando a quem realmente necessita", completa Rodrigues. Segundo o presidente da Cocred, Antonio Eduardo Tonielo, o sucesso do Cocred em Ação é inegável. "A cooperativa sabe das dificuldades que as entidades passam, principalmente no final do ano. Por isso, nunca mediu esforços para criar maneiras de ajudálas. E o Cocred em Ação foi uma ótima maneira", explica Tonielo. Os cinco eventos realizados em 2007 arrecadaram mais de R$215 mil que beneficiaram 54 entidades da região. Para tanto, a cooperativa contou com a ajuda de 40 empresas e mais de 10 mil pessoas que compareceram aos sorteios. "Em nome da Cocred e das entidades eu agradeço a ajuda e atenção de todos que colaboraram comprando ou doando prêmios e ingressos", diz o superintendente da cooperativa Márcio Fernando Meloni. Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 15
  • 16. Notícias Cocred Cocred Cajuru: credibilidade Cocred Cajuru: credibilidade e confiança em 1º lugar e confiança em 1º lugar Agência inaugurada em 2006 cresce aceleradamente e deve movimentar R$ 1,3 milhões em 2007 Carla Rossini “ Q uem não gosta de um banco assim?" Essa é a resposta do cooperado José Luís de Santana quando questionado sobre o atendimento prestado pela agência da Cocred em Cajuru. "Não tem comparação, a Cocred é o melhor banco da cidade e trouxe desenvolvimento para os agricultores daqui", completa Santana. Em Cajuru a agência da Cocred foi inaugurada no dia 14 de setembro de 2006. Ela nasceu pequena, com apenas alguns cooperados que eram atendidos na filial de Serrana. Hoje, após um ano e três meses da sua inauguração, 350 correntistas são atendidos com todas as vantagens que apenas os cooperados da Cocred conseguem obter. Agência de Cajuru será ampliada em 2008 16 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 Segundo o gerente da Cocred de Cajuru, Maurício Roberto Rodrigues, a evolução da agência na cidade é tão impressionante que será preciso ampliá-la. "Já estamos em processo de ampliação e em 2008 mudanças terão de ser realizadas para que possamos continuar atendendo nossos cooperados com excelência", afirma o gerente. A agência de Cajuru realiza todos os serviços oferecidos pela Cocred, entre eles: desconto de recebíveis, limite de conta garantida, custeio e investimento rural, Cocred Auto, apli- Gerente da Cocred de Cajuru, Maurício Roberto Rodrigues cações financeiras (Superaplic), aplicações em CPRF (isenta de imposto de renda) e etc. Todos esses serviços vão permitir que a Cocred de Cajuru consiga obter um resultado
  • 17. bem satisfatório em 2007. O gerente prevê uma movimentação na ordem de R$ 1,3 milhões neste ano. Mas diferente de outras regiões, lá os cooperados não são apenas produtores de cana-de-açúcar. Café, pupunha (tipo de palmito), eucalipto, gado entre outros, ainda são muito cultivados. A cana está começando a ser cultivada e junto com ela a região está ganhando desenvolvimento. É o que conta o cooperado Roberto Luiz da Silva Filho, que se tornou cliente da Cocred logo quando a agência foi inaugurada. "A Cocred chegou junto com a cana em Cajuru e trouxe avanços significativos. Acredito que a tendência é que essa agência cresça ainda mais e isso traz benefícios incalculáveis aos pequenos produtores rurais (a maioria) da nossa cidade", afirma Roberto. Notícias Cocred Roberto Luiz da Silva Filho: "A Cocred chegou junto com a cana em Cajuru e trouxe avanços significativos.” José Luís de Santana: “Quem não gosta de um banco assim?" E foi pensando na diversidade e no desenvolvimento da sua propriedade, que o cooperado José Luiz de Santana optou em fazer um custeio rural na Cocred, para implantação de um sistema de irrigação no Sítio Eldourado, localizado nos arredores de Cássia dos Coqueiros. Ele conta que a Cocred foi uma parceria na implantação, quando custeou de forma diferenciada o seu projeto. Hoje, os pés de café e de pupunha são irrigados por gotejamento o ano todo, o que permite que a planta obtenha água mesmo nos períodos mais secos. "Pretendo conseguir melhor produtividade através deste sistema. É um crescimento vertical já que minha propriedade é toda ocupada com agricultura", afirma o cooperado. Ele lembra que só foi possível essa implantação, graças ao custeio da Cocred. "A Cocred é o nosso banco, é um prazer ser cooperado", admite. Taxas menores, atendimento diferenciado e menos burocracia na hora de realizar operações são algumas das vantagens citadas pelos clientes da agência. Mas tem uma vantagem ímpar que todos os cooperados, sem exceções, lembram com orgulho: "aqui o banco é nosso e o nosso patrimônio cresce junto com a Cocred". Sistema de fertirrigação implantada na fazenda de José Luiz Santana com a ajuda da Cocred Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 17
  • 18. Notícias Cocred Cocred faz doação para escola de Pitangueiras Cooperativa doou um bolo de 18 kg e promoveu um café da manhã especial para os alunos Marcelo Massensini A Cocred fez a alegria de diversas crianças que estudam na Escola Municipal Valdomiro Ferreira Fraga em Pitangueiras. Para promover um café da manhã especial para os alunos, a cooperativa doou um bolo de 18 quilos e fez uma grande festa para a criançada. No detalhe a gerente da agência de Pitangueiras, Daliane Ruy Fação 18 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
  • 19. Notícias Cocred Balancete Mensal Cooperativa de Crédito dos Plantadores de Cana de Sertãozinho BALANCETE - Outubro/2007 Valores em Reais Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 19
  • 20. Reportagem de Capa Reserva Legal: setor s Reserva Legal: setor s da produçã da produçã Workshop sobre crises ambientais produziu documento intitulado de “Car Cristiane Barão O I Workshop sobre Crises Ambientais no Agronegócio, organizado pela Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo) e pelo escritório Pinheiro Pedro Advogados, reuniu cerca de 200 participantes, nos dias 21 e 22 de novembro no Centro de Convenções de Ribeirão Preto. Produtores rurais, representantes da indústria, advogados e especialistas das mais diversas áreas discutiram os impactos da implantação da legislação ambiental, mormente a do instituto denominado reserva florestal, sobre o produtor e sobre a atividade agropecuária nacional. Os principais pontos da discussão e as conclusões serão transformados na “Carta de Ribeirão Preto”, que será encaminhada às demais entidades do setor, parlamentares e lideranças do agronegócio. A estratégia é dar início a um movimento em defesa da produção nacional e pela alteração da legislação ambiental, que foi desfigurada por uma série de modificações a partir dos anos 80. De acordo com o presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan, as legislações em vigor mais penalizam do que estimulam a atividade no campo, além de não servir para a preservação ambiental. “A questão da reserva legal, por exemplo, está em discussão há mais de seis anos e representa, na prática, um confisco agrário de 20% das propriedades, sem qualquer análise técnica e sem ouvir o setor produtivo. Ela (reserva legal) seria, pela legislação, uma forma de compensar a degradação do meio ambiente, como se o produtor fosse o único responsável pelo aumento na poluição do planeta”, afirma. 20 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 A reserva legal foi instituída pelo Código Florestal, em 1965, e refere-se ao percentual de cada propriedade rural que deve ser recoberto por floresta natural, além das áreas de preservação permanente (APPs), que margeiam rios e lagos. O código estabeleceu que cada propriedade terá de ter 20% de sua área como reserva legal. Para as áreas de floresta da Amazônia Legal, foi fixado o limite mínimo de 50%. No entanto, esses percentuais foram alterados pela Medida Provisória 2166/65, de 2001: 80% para as áreas de floresta, 35% para as áreas de cerrado, e 20% para todas as propriedades rurais mesmo sem floresta nativa onde, pelo código, não havia imposição de reserva legal. Baseada nessa MP, o governo de São Paulo editou decreto, em junho do ano passado, estabele- cendo os 20% de reserva nas propriedades, além das áreas de APPs. Tanto a MP como o decreto são objetos de ações de inconstitucionalidade. Para o advogado Antonio Fernando Pinheiro Pedro, é preciso uma ação coordenada do setor e também uma nova lei ambiental, já que os inúmeros remendos à estrutura legal em vigor atravancaram o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. “Não há base científica que sustente essa estrutura que esta aí. Esse workshop foi a primeira iniciativa que foi a fundo nas discussões”, afirmou. De acordo com Pinheiro Pedro, serão realizados outros workshops. O evento de Ribeirão Preto contou também com o apoio da Copercana, Orplana, Unica, Associação Rural de Ribeirão Preto e Abag-RP. Participaram como
  • 21. Reportagem de Capa se organiza em defesa se organiza em defesa ão nacional ão nacional rta de Ribeirão Preto”, que será encaminhado às lideranças e autoridades José Maria da Costa, Eduardo Pires Castanho, Antônio Fernando Pinheiro Pedro, Mônika Bergamaschi e Nivar Gobbi O presidente da Canaoeste, Manoel Ortolan fez o discurso de abertura do evento Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza, presidente da Associação e Sindicado Rural de Ribeirão Preto palestrantes no primeiro dia do encontro o consultor ambiental Luiz Carlos Silva de Moraes, que abordou “Reserva Legal e APP: influência dos aspectos funcionais no regime jurídico”; o advogado Fabrício Dorado Soler, também do escritório Pinheiro Pedro Advogados, que falou sobre “Propriedade e Reserva Legal: função social e licenciamento ambiental”; o professor da Fundace-USP, Luiz Antonio Titton, que fez uma análise sobre os “Impactos Sócio-Econômicos da Reserva Legal”. No segundo dia do workshop, o consultor independente e editor do site Alerta em Rede, Nilder Costa, abordou o tema “Soberania Ambiental: desenvolvimento econômico x interesses internacionais” e José Galizia Tundisi, do Instituto Internacional de Ecologia, falou sobre “Compensação Ambiental em Bacias e Microbacias Hidrográficas: imposições e inviabilidades”. Já o Painel “Propostas de Reestruturação do Código Florestal” contou com a participação do advogado Antonio Fernando Pinheiro Pedro, do advogado e juiz de Direito aposentado, José Maria da Costa, da diretora-executiva da AbagRibeirão Preto, Mônika Bergamaschi, do professor Nivar Gobbi, do Centro de Estudos Ambientais da Unesp, e do representante da Secretaria Estadual de Agricultura, Eduardo Pires Castanho. O moderador do painel foi o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti. Basicamente, o conteúdo do evento encontra-se abaixo resumido e, certamente, vai ser a base da “Carta de Ribeirão Preto” a ser publicada na íntegra em nossa próxima edição. O prefeito de Ribeirão Preto, Welson Gasparini participou da abertura do Workshop Nivar Gobbi, professor do Centro de Estudos Ambientais da Unesp Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 21
  • 22. Reportagem de Capa 1º Workshop Brasileiro Sobre Crises Ambientais no Agronegócio Conclusões e consolidação de propostas Reunidos no 1º Workshop Brasileiro sobre Crises Ambientais no Agronegócio, realizado nos dias 22 e 23 de novembro de 2007, na cidade de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, os organizadores, palestrantes, representantes e profissionais técnicos do setor, entidades de classe e participantes em geral, após analisarem o conteúdo do evento e considerando: · Os entraves econômicos, políticos, técnicos e institucionais relacionados à aplicabilidade do Código Florestal, alterado seguidamente, para pior, a partir dos anos 80 do século passado, culminando pelas alterações arbitrariamente impostas pela Medida Provisória nº 2166-67/2001, principalmente no âmbito dos institutos da Reserva Legal (RL) e Áreas de Preservação Permanente (APP), sem que ocorra qualquer ganho ambiental ou significativa sustentabilidade ao desenvolvimento econômico nacional; · Que o Código Florestal Brasileiro, na sua forma atual, injustificadamente, não permite o cômputo da área de preservação permanente no percentual de Reserva Legal, ou melhor, quando assim o autoriza compromete a funcionalidade econômica do imóvel rural, determinando percentuais exorbitantes a serem averbados como de Reserva; · Que a compensação da Reserva Legal vinculada à área (imóvel rural) localizada na mesma micro-bacia hidrográfica, como se intenta implementá-la atualmente, não apresenta fundamentação técnica ou ambiental que a justifique; Dr. Antônio Fernando Pinheiro Pedro Luiz Carlos Silva de Moraes Dr. Fabrício Dorado Soler 22 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 · Que a averbação de Reservas Legais em território paulista, formando fragmentos florestais de forma esparsa e desordenada, pouco contribui para manutenção dos ecossistemas e sequer atinge a funcionalidade ecológica pretendida pela norma legal; · Que o instituto da RL não garante funcionalidade social, ambiental e econômica às propriedades rurais e aos ecossistemas naturais que visa proteger, na forma como atualmente disposto e caracterizado a partir das seguidas alterações do Código Florestal, culminando com a arbitrária e unilateral Medida Provisória de 2001, gerando entendimentos controversos, subjetivos e ideológicos, quanto à sua aplicação e delimitação territorial. · Que as restrições administrativas advindas dos institutos da RL e APP, ou seja, o percentual da Reserva Le- gal e a metragem de áreas de preservação permanente não apresentam embasamento técnico-científico que efetivamente as justifique; · Que averbação da RL e delimitação da APP desvinculadas do contexto integrado da bacia hidrográfica, comprometem as funções ambientais dessas áreas e a produtividade possível de ser alcançada em outras; · Que o impacto econômico da implantação da Reserva Legal nas propriedades rurais do Estado de São Paulo pode acarretar a diminuição de 17% da produção agropecuária estadual, sendo que o impacto final projetado dessa queda é de 5% no PIB nacional; · Que o conceito de suporte conservacionista à atividade econômica rural, que comandava originalmente a legislação, a partir de seguidas modificações no texto original do Código Florestal, culminando com a arbitrária Medida Provisória editada em 2001, foi substituído de forma maliciosa por um conceito preservacionista, estreito e preconceituoso, que classifica a produção agrícola de alimentos e insumos importantes para a manutenção da vida humana como “uso alternativo do solo”, entre outras barbaridades incompatíveis com o sentido do Direito Humano ao Desenvolvimento Sustentável estatuído pelas Nações Unidas. · Que o Poder Público não está cumprindo o seu papel e não pode abusar dos cidadãos e do setor produtivo privado extraindo destes um ordenamento ambiental impreciso, insuficiente e recessivo, com a finalidade histórica de “expiar suas culpas”
  • 23. Reportagem de Capa Chegaram às seguintes conclusões: 1. Que se deve estimular a formação de grandes fragmentos florestais, de forma coordenada e tecnicamente fundamentada, considerando uma estratégia de manutenção do equilíbrio ecológico conciliado com as demandas de desenvolvimento social e econômico do Brasil, a partir de um Zoneamento Agro-Ecológico; 2. Que os parâmetros insertos na legislação florestal e ambiental devem obrigatoriamente se adaptar às peculiaridades territoriais de cada estado da federação, considerando que as variáveis dos aspectos ambientais diferem de região para região, incluindo parâmetros, formas de implementação e limites, que não se confundem com os institutos e princípios estabelecidos pela norma geral federal, obedecida a competência legislativa concorrente estatuída na Constituição Federal; 3. Que, sendo o Código Florestal uma norma geral – cada estado da federação tem por obrigação elaborar sua própria política florestal, adaptando institutos como a Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente aos parâmetros e limites correspondentes à realidade social, econômica e ambiental de seu território; 4. Que, embora a legislação tenha sido elaborada sob o pretexto de evitar a degradação da qualidade ambiental, os parâmetros definidos principalmente para o percentual de proteção da Reserva Legal e as metragens das Áreas de Preservação Permanente foram estabelecidos arbitrariamente, sem respeito à autonomia federativa, às atividades econômicas, à realidade social, carecendo de embasamento técnico-científico para validá-los e inexistindo qualquer avaliação real sobre sua viabilidade e eficácia ecológica, razões mais que suficientes para que sejam promovidos estudos convincentes que estimem parâmetros viáveis e adequados para cada bioma e bacia hidrográfica, viabilizando os Zoneamentos Ecológico- Econômico (ZEE) e o Agro ecológico(ZA), bem como as políticas florestais a serem implementadas pelos estados federados; 5. Que a característica marcante da legislação florestal brasileira é apresentar de maneira inédita um instituto jurídico de reserva legal, que não possui qualquer referência internacional, bem como uma crescente e preocupante alteração conceitual de Área de Preservação Permanente, que praticamente vem expropriando segmentos territoriais privados para um domínio de uso público difuso bastante arbitrário, que não encontra parâmetro no direito comparado. Em geral, os países democráticos, cientes da demanda por alimentos e produção de recursos agrícolas e do limitado território passível de ser apropriado à agricultura, protegem a flora e a fauna em áreas de solos inapropriados para cultivar, ou definem áreas sob tutela direta do Estado para a proteção de biomas importantes. A “originalidade” de nossos institutos legais, portanto, antes de representar inovação positiva, é sintoma claro de incoerência e falta de planejamento e controle territorial do Estado Brasileiro; 6. Que, considerando os fatores acima expostos, sugere-se que a legislação a ser implementada, ao menos para o Estado de São Paulo, unidade federativa econômica e socialmente mais avançada do Brasil, permita a formação mais extensa e próxima de uma funcionalidade ambiental pretendida, instituindo compensação de reserva legal e/ou reflorestamento em áreas da mesma bacia hidrográfica, sem observar o frágil conceito técnico do que seja “micro-bacia” ou bacia. Alternativamente, propõe-se a possibilidade de reflorestamento ou compensação em área alternativa dentro do próprio estado paulista, de maneira a formar maciço florestal mais adequado aos ideais de preservação de acordo com o conhecimento científico vigente. Esta proposta alternativa tem o potencial de atender de maneira mais do que satisfatória os interesses ambientais e sócio-econômicos, sem criar recessão. Luiz Antônio Titton, professor da Fundace Nilder Costa, editor do site Alerta em Rede José Galizia Tundisi do Instituto Internacional de Ecologia O advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 23
  • 24. Reportagem de Capa 7. Que, tendo em vista diversos conflitos de interesses, e a urgência de se atualizar a legislação vigente de maneira a adequar as questões conservacionistas e de desenvolvimento econômico sem prejuízos à população rural, sugere-se o estabelecimento de moratória na aplicação dos institutos da Reserva Legal e da Área de Preservação Permanente, tais como preconizados pela arbitrária Medida Provisória de 2001, devidamente abalizada por instrumento legal advindo do Congresso Nacional, até que as questões supracitadas sejam democraticamente resolvidas. volvimento e zonas de proteção ambiental, o mesmo devendo ocorrer em todo o território nacional; 8. Que, como medida auxiliar, tendo em vista a urgência e importância dessas modificações, sugere-se que seja nomeada comissão composta pela comunidade acadêmica, jurídica e representantes dos segmentos econômicos e ambientais responsáveis do país, com a finalidade de debater propostas de implantação das medidas sugeridas e outras que o debate saudável possa oferecer em um ambiente democrático. Importante observar que não há sustentabilidade ambiental em território brasileiro sem democracia e que o Estado Democrático de Direito não pode prescindir de leis estatuídas com fundamento na realidade social do país e embasadas na melhor técnica jurídica e científica. 12. Que a formação de grandes fragmentos florestais deve ser considerada na estratégia de manutenção do equilíbrio ecológico econômico do país; 11. Que as fontes internacionais de financiamento em território brasileiro devem submeter-se a um controle governamental rígido e permanente, evitando-se o financiamento de associações e movimentos que afrontam interesses nacionais e que direcionam o importante discurso preservacionista para finalidade diversa do interesse ambiental, causando obstrução ao desenvolvimento econômico e social do país; 13. Que é imprescindível a participação da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados para avaliar as alterações do Código Florestal; 14. Apesar das questões ambientais serem de grande importância na atualidade, é importante frisar que o poderio econômico de nosso país ainda é essencialmente agrário e que, embora a qualidade ambiental seja sempre necessária, não se poderá obtê-la a custo dos cidadãos que dependem da agricultura como base da sua sobrevivência. 15. Embora seja tema de grande controvérsia, especialmente criada por interessados em impedir o aumento da competitividade brasileira no cenário econômico mundial, o agronegócio contribui com 30% do PIB nacional, e a continuação da implantação da Reserva Legal nas propriedades irá provocar, somente no Estado de São Paulo, diminuição de 17% na produção agropecuária. 16. Uma estimativa aproximada sugere prejuízo em torno de R$ 60 bilhões/ano, o que provavelmente irá acarretar milhares de desempregados no setor. Vale lembrar que o agronegócio é responsável pelo emprego de 36% da população economicamente ativa do país. Considerando uma perda anual de riqueza de 17%, o impacto final projetado é uma queda de 5% no PIB nacional. 9. Que é hora do Código Florestal deixar de ser remendado e costurado como um “Frankenstein jurídico”, criando-se novo instrumento para lidar com a questão florestal brasileira, que enfrente as diferenças de princípios e limites nos vários estados nacionais e encare a autonomia dos municípios quanto à sua aplicação no meio urbano, pois o diploma atualmente em vigor tem causado transtornos jurídicos, políticos, financeiros e sociais para cidadãos, autoridades, municípios, estados e à própria União. 10. Que é imprescindível elaborar e consolidar o zoneamento agroecológico do Estado de São Paulo, por parte do Poder Público, visando orientar e fomentar zonas de desen24 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 Participaram do Workshop, produtores rurais, representantes da indústria, advogados e especialistas das mais diverssas áreas
  • 25. Repercutiu “Hoje perdemos não só um amigo, mas um companheiro de luta em prol das causas do setor sucroalcooleiro. Menezis Balbo era um símbolo da cadeia produtiva da cana-de-açucar e de suma importância para o crescimento de nossa cidade. Sertãozinho chora hoje a perda de um dos seus filhos mais ilustres”. Antonio Eduardo Tonielo, presidente da Copercana e Cocred, sobre a morte do empresário e presidente da Organização Balbo no, dia 21 de novembro. “Sempre tivemos muito respeito e admiração pelo doutor Menezis, que sempre foi muito atencioso com os produtores de cana. Suas qualidades são inúmeras, mas sua trajetória será marcada por seu amor à família e por sua dedicação ao trabalho.” “Se a mistura do etanol à gasolina fosse disseminada no mundo na concentração de 10%, precisaríamos de 300 bilhões de litros por ano”, Manoel Ortolan, presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo). O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP). Para ele, os biocombustíveis precisam ser incluídos entre os bens ambientais na Declaração de Doha - o que facilitaria a comercialização desses itens entre os países integrantes da Organização Mundial do Comércio (OMC). O coordenador da Comissão Executiva Interministerial do Biodiesel, Rodrigo Rodrigues, durante o Seminário de Biocombustíveis da Câmara Americana de Comércio (Amcham Porto Alegre). Segundo ele, a exportação de álcool vai dobrar até 2010 e deverá alcançar 8 bilhões de litros por ano. “Há um incremento de 200 mil veículos flex por mês no mercado e não há indicativos de que esse cenário vai mudar” Antônio de Pádua Rodrigues, diretor-técnico da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica). Para Rodrigues ainda é cedo para projetar a safra 2008/09, mas ele acredita que o mercado interno terá total condições de dar suporte a necessidade de consumo de 1,5 bilhão de litros por mês, equilibrando a oferta interna. Foto: Assessoria Unica Foto: Luciano Bergamaschi /Amcham “Há uma janela de oportunidades para os biocombustíveis e para o álcool brasileiro”. “A arbitragem reduziria os efeitos da sazonalidade, reduzindo uma variação de preços significativa. Com isto, o mercado poderia ter liquidez”. O presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), Marcos Jank, afirmou que o mercado sucroalcooleiro será beneficiado e contará com maior liquidez se a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) permitir a estocagem do etanol. Revista Canavieiros - - Dezembro de 2007 Revista Canavieiros Dezembro de 2007 25
  • 26. Informações setoriais CHUVAS DE NOVEMBRO e Prognósticos Climáticos N o quadro abaixo, estão anotadas as chuvas que ocorreram durante o mês de NOVEMBRO de 2007, na região de abrangência da CANAOESTE. Engº Agrônomo Oswaldo Alonso Assessor Técnico Canaoeste Nota-se que houve irregularidades de ocorrência de chuvas durante o mês de novembro. Além das médias das observações, “ficaram” (bem)abaixo das respectivas médias históricas as chuvas ocorridas na Unidade Cruz Alta-Açúcar Guarani, Barretos e São Simão(Ciiagro), FCAV UNESP Jaboticabal, IAC-CentroCana, Santelisa Vale-CESE, Usina da Pedra e São Francisco. Mas, nenhuma foi acima das normais climáticas. Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 19 a 21 de NOVEMBRO de 2007. O Mapa 1, acima, mostra claramente que o índice de Água Disponível no Solo, no período de 19 a 21 de NOVEMBRO apresentava-se como médio e crítico em alguns pontos na faixa CentoOeste do Estado de São Paulo; enquanto que, na faixa Centro-Leste a Disponibilidade de Água no Solo encontrava-se de média a alta. Entretanto, deste período em diante até o final do mês, as chuvas foram se escasseando, tornando baixa a crítica a Disponibilidade de Água pelo Solo (Vide Mapas 3a e 3b). 26 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007
  • 27. Informações setoriais Mapa 2: Água Disponível no Solo ao final de NOVEMBRO de 2006. Mapa 3a: Água Disponível no Solo, a 50cm de profundidade, ao final de NOVEMBRO deste ano. Mapa 3b: Água Disponível no Solo, a 25cm de profundidade, ao final de NOVEMBRO de 2007. Comparando-se o Mapa 2 acima, mostra que, ao final de NOVEMBRO de 2006, haviam largas faixas do Centro para Sudoeste e quase todo Oeste do Estado, ainda, em condições críticas de Disponibilidade de Água no Solo. Em NOVEMBRO de 2007 (mapa 3a), as poucas chuvas em OUTUBRO e as que ocorreram durante os primeiros quinze dias de NOVEMBRO não foram suficientes o bastante para evitar a baixa e, até crítica, Disponiblidade de Água no Solo a 50cm de profundidade, na faixa Oeste e Central do Estado, e mais aguda ainda (em toda região sucroalcooleira do Estado de São Paulo) à 25cm de profundidade do solo (Mapa 3b). Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resume o prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteorologia e INPEInstituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de dezembro a fevereiro. · A temperatura média poderá ficar dentro da normalidade na Região CentroOeste e próximo da média histórica a ligeiramente acima das normais climáticas nas Regiões Sudeste e Sul; · Quanto às chuvas previstas para os meses de dezembro a fevereiro, poderão “ficar” dentro da normalidade climática nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste e ligeiramente abaixo nos Estados da Região Sul; · Exemplificando para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, as médias históricas pelo Centro Apta-IAC, são de 270mm em dezembro ou janeiro e de 225mm em fevereiro (em média, quase três dias a menos que dezembro e janeiro). Face às adversidades climáticas observadas entre meados de SETEMBRO até final de OUTUBRO, bem como nestes últimos dez-quinze dias de NOVEMBRO, permite-se prever implicações em produtividade de cana para a próxima safra na região e, que : a) diante deste possível cenário próximo-futuro; b) pela média do segundo semestre de 2007, cerca de mais 2 milhões de veículos flex (bicombustíveis) poderão ser licenciados durante o próximo ano; c) e, consequentemente, maior demanda por álcool combustível durante a próxima safra; a CANAOESTE recomenda que, procedam a esmerados tratos culturais nos canaviais, monitoramentos e controles de pragas (cigarrinhas das raízes e broca), a fim de fazer frente a possível necessidade a maior de matéria prima regional. Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos CANAOESTE mais próximos. Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 27
  • 28. Artigo Técnico Como planejar a Implantação de um Canavial? PARTE II - D ando continuidade a Parte I desta série de artigos, vamos tratar neste mês do "Estabelecimento do Potencial de Produtividade do Canavial e Meta Estabilizada de Produção" Nos próximos artigos trataremos do: 3) Planejamento da Expansão do Canavial; 4) Definição do Sistema Produtivo; 5) Dimensionamento de Estrutura; 6) Elaboração das Estimativas de Custo; 7) Elaboração do Fluxo de Caixa. Abaixo segue a PARTE II desta série de artigos. Obrigado pela atenção e boa leitura! Cleber Moraes - consultor de planejamento e controle agrícola da Canaoeste 1. Estabelecimento do Potencial de Produtividade do Canavial e Meta Estabilizada de Produção: As informações a serem estimadas para determinação do potencial produtivo são: 1.1. Produtividade; 1.2. Longevidade do Canavial; 1.3. Qualidade da matéria prima no ponto de maturação: 1.3.1. Pol do caldo; 1.3.2. Pol da cana; 1.3.3. Porcentagem de fibra; 1.3.4. Pureza. 1.4. Meta de Moagem Anual na Estabilidade. Alguns institutos de pesquisa no Brasil, como o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) e o IAC – Instituto Agronômico de Campinas desenvolveram metodologias para classificar o potencial produtivo da combinação solo e clima para a cultura de cana-de-açúcar. Es- Assim, os ambientes de produção melhoram do ambiente E para o ambiente A. A figura 4 traz a classificação do IAC para os ambientes de produção e o potencial produtivo médio de 5 cortes. Onde: ADA - Água disponibilidade Alta; ADM - Água disponível média, ADB - Água disponível baixa. 28 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 tas combinações de solo e clima foram chamadas de Ambientes de Produção. Os principais fatores que determinam um ambiente de produção são: a) A disponibilidade de água, derivada do clima e do teor de argila no solo; b) A fertilidade do solo, definida pela Capacidade de Troca Catiônica (CTC), saturação de base, saturação de alumínio, acidez, etc c) O tipo de solo com suas características físicas e químicas que estão intrinsecamente ligadas aos dois fatores citados anteriormente. Figura 2 – Potencial Produtivo em tonelada de cana-de-açúcar por hectare segundo critérios do CTC Figura 3 - Potencial Produtivo em tonelada de pol por hectare segundo critérios do CTC
  • 29. Artigo Técnico Os ambientes mais interessantes para a alocação de lavouras de cana são os ambientes B, C e D, pois os ambientes A, em geral, apresentam relevos muito movimentados e os ambientes E baixa fertilidade e baixa disponibilidade de água. A alocação das variedades depen- de dos ambientes de produção a serem explorados, como pode ser observado na figura 5, e define as estimativas de teor de ATR (açúcares totais recuperáveis), ou ainda, o conteúdo médio de açúcar na cana-de-açúcar que será a matéria-prima para a produção de açúcar e álcool. Figura 5 – Ambiente de locação, época de colheita e característica destaque de algumas variedades de cana-de-açúcar. Nas fases iniciais do projeto não é possível definir toda a alocação de variedades, entretanto, conhecendo-se os ambientes de produção predominantes, o balanço hídrico da região e as medidas de manejo que visam ajustar as condições de produção, pode-se inferir quais variedades devam ser predominantes e a partir daí estimar a produtividade e os parâmetros de qualidade para a região em estudo. Para a continuidade do projeto é necessário conhecer-se qual a meta de produção na estabilidade, isto é, a produção anual necessária para atender plenamente a unidade industrial que está sendo projetada. A combinação da produtividade de cada corte e a meta de produção determinará a marcha de expansão do canavial. No artigo do próximo mês falaremos sobre: 3) Planejamento da Expansão do Canavial; 4) Definição do Sistema Produtivo; Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 29
  • 30. Artigo Técnico Amendoim: perspectivas para a safra 2007/08 Renata Martins - Pesquisadora do IEA A s últimas safras de amendoim no Estado de São Paulo têm apresentado aumento da produção e pouca variação em relação à área plantada (Figura 1), indicando incrementos na produtividade média alcançada, como conseqüência de uma nova dinâmica de produção, baseada principalmente a introdução de novas tecnologias, proporcionando, também, ganhos em qualidade e conquista do mercado externo, em especial o europeu. Plantadeira de amendoim acoplada a trator durante processo de platio No entanto, observa-se que na safra 2006/07¹, quando comparada a 2005/ 06, houve redução de 23% na produção e de 12% na área plantada e, dessa forma, os incrementos em produtividade registrados em safras anteriores não foram mantidos. Alguns fatores contribuíram para essa redução, dentre eles pode-se destacar as condições climáticas e o atraso no plantio da safra das águas, em algumas áreas só iniciado no mês de novembro, o que de certa forma comprometeu a produtividade. Por outro lado, a redução de área relaciona-se principalmente à renovação dos canaviais e, por conseqüência, aos preços da tonelada de cana, condicionados pela quantidade de Açúcar Total Recuperável (ATR). Os Escritórios de Desenvolvimento Rural (EDRs) de Jaboticabal, Tupã, Ribeirão Preto, Marília, Assis, Barretos, Presidente Prudente e Catanduva foram os que mais se destacaram na safra 2006/07, em produção e área plantada. EDRs como Dracena, Araraquara e Araçatuba estão ampliando suas áreas destinadas à produção de amendoim, porém longe dos patamares registrados até meados da década de 1980. A novidade no Estado de São Paulo ficou para o EDR de Andradina com 1,2mil/ha para o plantio das águas. Ao se considerar a produção brasileira, segundo dados da CONAB², por exemplo, estima-se que, na safra 2006/07, as lavouras de amendoim ocuparam uma área de 102mil/ha para uma produção de 226mil/t que, em comparação à safra anterior, registra redução de 10% na plantada área e de cerca de 18% na produção. O Estado de São Paulo responde por cerca de 76% da produção brasileira de amendoim, sendo que na safra 2005/06 esse percentual era de 77%. A partir desses dados das safras 2006/07 e 2005/06, pode-se realizar algumas considerações relacionadas às perspectivas para a safra paulista de amendoim 2007/08 com início nos meses de setembro e outubro. Figura 1 - Área Plantada e Produção de Amendoim em Casca, Estado de São Paulo, 2001-2007.¹ ¹ Para o ano de 2007, foram considerados o 4º Levantamento (abril/2007) e 5º Levantamento (junho/2007), para safra das águas e da seca, Previsões e Estimativas da Safra 2006/07. Fonte: IEA/CATI. 30 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 Dentre elas, o baixo volume em estoque, reflexo, em parte, da redução da produção na última safra e da manutenção das exportações, ainda que es-
  • 31. Artigo Técnico tas tenham registrado volumes inferiores aos do ano passado. O primeiro semestre de 2007 registra US$10 milhões em exportações do amendoim descascado, o carro-chefe das vendas externas, contra US$13 milhões para o mesmo período de 2006, de acordo com dados da SECEX³. As conseqüências dessa dinâmica foram sentidas na elevação dos preços internos. Para o amendoim em casca, os preços médios recebidos pelos produtores4 aumentaram em torno de 33%, quando relacionados aos preços praticados nos primeiros sete meses de 2007 em comparação com o mesmo período de 2006. No mercado atacadista, os preços do amendoim descascado e catado tiveram aumento médio de 11%, quando comparados aos dos primeiros semestres de 2006 e 2007. O custo de produção, outra variável importante para o planejamento do plantio por parte do produtor, na safra 2007/08, está estimado em R$2.370,00/ha para o amendoim ereto em área própria e R$2.530,00/ha para área arrendada; já as variedades rasteiras de ciclo mais longo, os valores para área própria e arrendada são de R$2.579,00/ha e R$2.695,00/ha, respectivamente5. Nota-se um pequeno aumento nos custos de produção em relação às estimativas da safra 2006/07 e incremento na rentabilidade (variando entre 37% e 42%), a partir dos preços atuais da saca de 25kg de amendoim em casca, mais elevados que no ano anterior. A observação do comportamento dos preços recebidos pela produção de cana-de-açúcar também se configura num aspecto a ser analisado, uma vez que grande parte da produção de amendoim é realizada em áreas de renovação de canaviais. Dessa forma, as variações das cotações para cana-deaçúcar podem determinar a renovação do canavial e a disponibilidade de terras para o amendoim. A variação dos preços recebidos pelo produtor de cana encerrou o mês de agosto em queda de 4,39%. Na primeira quadrissemana de setembro a queda foi de 3,68% e de 3,37% na segunda quadrissemana. Por outro lado, as cotações para o amendoim encerraram agosto em alta de 0,76%; na primeira quadrissemana de setembro alta de 3,58% e mais que dobrou na quadrissemana seguinte, atingindo 7,60%6. O panorama internacional para o amendoim aponta queda na produção dos Estados Unidos, um dos maiores produtores e exportadores mundiais. A Argentina, outro país de destaque na exportação, tem na concorrência com outros grãos, como a soja, um dos fatores que podem influenciar a produção do amendoim, sendo que as projeções também indicam queda para a safra 2007/087. Diante das considerações apresentadas infere-se que as perspectivas para a safra 2007/08 de amendoim no Estado de São Paulo são animadoras e se baseiam, principalmente, na alta dos preços para a saca de amendoim em casca registrada nos últimos meses, na queda dos preços da cana-de-açúcar, o que poderá impulsionar a renovação dos canaviais e, por conseqüência, favorecer o aumento da área plantada com amendoim, bem como na estimativa de custos de produção semelhante à safra 2006/07, além da possibilidade do posicionamento estratégico no mercado externo, tendo em vista as expectativas de queda na produção nos principais países exportadores. No entanto, conforme mencionado, a produção paulista de amendoim atingiu um novo patamar técnico e o sucesso da atividade está atrelado ao nível de investimento na produção; assim, a disponibilidade de recursos financeiros e a capacidade técnica dos produtores, além das condições climáticas, determinarão se as boas perspectivas da safra 2007/08 serão confirmadas. Obs.: Algumas informações da reportagem de capa da Revista Canavieiros edição nº 17 - novembro de 2007, foram retiradas do artigo “Amendoim: perspectivas para safra 2007/08 de autoria da pesquisadora do IEA, Renata Martins (renata@iea.sp.gov.br) ¹Conforme as estimativas e previsões de safras divulgadas pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA), o plantio do amendoim das águas ocupou uma área de 60 mil/ha e produção de 149 mil/t, já a safra da seca produziu cerca de 20 mil/t em uma área de 11 mil/há. Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/producao/prev_safra.php>. ² Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB. Disponível em: <www.conab.gov.br>. ³ Secretaria de Comércio Exterior - SECEX/MDIC. Disponível em: <www.aliceweb.desenvolvimento.gov.br>. 4 Elaborados a partir de dados divulgados pelo Instituto de Economia Agrícola (IEA). Disponível em: <http://www.iea.sp.gov.br/out/banco/menu.php>. 5 Elaboradas a partir da metodologia de custos de produção desenvolvida pelo IEA, com coeficientes técnicos fornecidos pela Coplana e valores de insumos e máquinas referentes a julho de 2007. 6 Informações disponíveis em <www.iea.sp.gov.br/out/banco/menu.php> no link Quadrissemana. 7 USDA. Foreign Agricultural Service. World agricultural production. Circular Series, Sept. 2007. Disponível em: <http://www.fas.usda.gov/ wap/circular/2007/07-09/wapfull0907.pdf>. Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 31
  • 32. Legislação Reserva Florestal Legal uma vitória importante na 1ª instância do poder judiciário paulista O Diário Oficial do Estado de São Paulo – Seção Poder Judiciário, na edição do último dia 23 de novembro de 2007, publicou a decisão proferida pelo Egrégio Juízo de Direito da 6ª Vara Cível de Ribeirão Preto, nos autos do processo nº 290/2004, JULGANDO IMPROCEDENTE a ação civil pública ambiental ajuizada pelo Ministério Público em desfavor de um produtor rural, que visava compeli-lo a demarcar, constituir, reflorestar e averbar a reserva florestal legal de sua propriedade rural no Distrito de Bonfim Paulista-SP., correspondente a 20% (vinte por cento) da área total do imóvel, arcando com todos os custos daí decorrentes. Isso em área produtiva há mais de 30 (trinta) anos, ou seja, substituição de área produtiva por área de mata, ocasionando-lhe perda de produção e de renda. A defesa vitoriosa do produtor, por ser associado, foi patrocinada pelo Departamento Jurídico da Canaoeste. A mesma Egrégia 6ª Vara Cível da Comarca de Ribeirão Preto-SP., nos autos da ação civil pública nº 1344/ 2001, já havia consagrado idêntico entendimento através de decisão prolatada em 28 de agosto de 2007. Tais decisões ainda não são definitivas, uma vez que cabe recurso ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, mas sua importância reside no fato de significar um marco na mudança de posicionamento do Poder Judiciário. Isto porque, as decisões proferidas na 1ª instância do Poder Judiciário Paulista, com raríssimas exceções, sistematicamente acolhiam integralmente os pedidos do Ministério Público e de outras entidades de defesa ambiental, impondo a obrigação de os proprietários rurais demarcarem, constituírem, reflorestarem e averbarem a reserva florestal legal de suas propriedades, mesmo que não mais possuíam áreas de vegetação nativa para tanto, tudo às suas exclusi32 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 vas expensas (do proprietário), fixando inclusive multa diária, sob o argumento singelo de que a lei que criou tal instituto ambiental seria válida, pois a reserva legal seria mera limitação ao direito de propriedade e que o meio ambiente deveria ser mantido às presentes e futuras gerações. Fundamentos bonitos, de interesse de toda a sociedade, mas que usurpam os direitos de uma pequena parcela da população. Tal entendimento vinha prevalecendo de forma quase unânime em 1ª instância do Poder Judiciário Paulista. Já perante a 2ª instância (Tribunal de Justiça de São Paulo) e 3ª Instância (Superior Tribunal de Justiça – Brasília-DF.), há entendimentos divergentes, alguns concluindo que o proprietário do imóvel rural que não possui área de vegetação nativa suficiente à averbação da reserva legal, desde antes da criação de tal exigência, não é obrigado a constituí-la às suas expensas e, outros concluindo que mesmo que o proprietário rural que não possua área de vegetação nativa suficiente à averbação da reserva legal, deve mesmo assim constituir o restante e averbar. Nas citadas decisões de 1ª instância, que julgaram improcedentes os pedidos feito pelo Ministério Público, foi fixado o entendimento de que a lei criadora da reserva legal é inconstitucional por ferir ao direito de propriedade, pois, institutos de controle da função social da propriedade, como a reserva legal, não podem prevalecer sobre as garantias fundamentais, no caso o direito de propriedade, cláusula pétrea da Constituição Federal do Brasil (CF.) Entenderam, também, que o “estabelecimento de limitação ao exercício do direito pleno de propriedade por interesse público deve corresponder à necessária indenização, pois a limitação nada mais é do que desapropriação. Se o proprietário não cumpre as diretrizes ambientais legais, que então se desaproprie por descumprimento da função social da propriedade, lastreada no art. 186,I e II, da CF, com regular Juliano Bortoloti - Advogado processo legal e Departamento Jurídico Canaoeste contraditório. O que não se pode admitir é que o estado deixe de cuidar do meio ambiente, determine que o proprietário o faça e não o indenize plenamente”. Tais decisões, aliás, vem ao encontro das conclusões que chegaram os conferencistas e demais participantes do 1º Workshop Brasileiro Sobre Crises Ambientais no Agronegócio, que foi realizado nos dias 22 e 23 de novembro de 2007, em Ribeirão Preto-SP., co-organizado pela Canaoeste que, inclusive, gerou a Carta de Ribeirão Preto, documento que resume as conclusões encontradas no referido fórum. Este evento teve caráter multidisciplinar, contando com a presença de juristas, economistas, engenheiros, professores universitários de entidades públicas e privadas, ambientalistas, representantes de entidades diversas do setor produtivo, dentre outros profissionais envolvidos com a temática ambiental. Portanto, estas decisões refletem a mudança de postura da sociedade organizada, que não mais tolera que o Poder Público transfira totalmente a responsabilidade pela preservação do meio ambiente unicamente ao particular, obrigando-o a reconstituir o que não mais existe numa área em franca produção, diminuindo-lhe a renda, sem que, para isso, seja indenizado, afrontando com isso o sagrado direito de propriedade, garantido pela nossa Constituição Federal do Brasil.
  • 33. Novas Tecnologias Vendas de colhedora devem continuar aquecidas em 2008 Volume de vendas dobrou em relação a 2006 Cristiane Barão M esmo com as oscilações nos preços da cana e, principalmente do açúcar, as vendas de colhedoras devem continuar aquecidas em 2008, na avaliação dos fabricantes. O mercado desses equipamentos deve encerrar o ano em torno de 550 unidades, mais que o dobro das vendas de 2006, quando foram comercializadas 263 máquinas, e três vezes mais do que as 142 vendidas em 2005. De acordo com o Dario Wilian Sodré, diretor operacional da Tracan, concessionária da Case IH na região de Ribeirão Preto, a manutenção das vendas em patamares elevados no ano que vem é baseada em dois fatores: expansão dos canaviais e falta de mão-de-obra para a colheita nas novas fronteiras. "O ritmo das vendas dessas máquinas deve se manter similar ao ano de 2007. Os investimentos em ativos imobilizados pelas usinas deverão sofrer revisões e priorizações. Entretanto, os investimentos na mecanização da colheita serão mantidos", diz Sodré. Já o gerente comercial da Santal Equipamentos S/A, de Ribeirão Preto, Marco Antonio Martins, é mais otimista. Ele espera um ritmo ainda maior em 2008, já que a mecanização agora não é mais uma questão de opção administrativa e sim uma necessidade de adequação à lei. "As usinas já fizeram seus planejamentos para a mecanização da colheita para cumprir a lei que obriga o término total das queimadas em 2010 e 2017 (em áreas mecanizáveis e não mecanizáveis, respectivamente) e que já proíbe a colheita manual nas novas áreas desde 1º de novembro. Por isto a oscilação de preços dos produtos do setor sucroalcooleiro não deve interferir na venda de colhedoras", afirma. Em 2007, a Santal vendeu toda a sua produção de colhedoras e para 2008 dobrou sua capacidade de produção. "Já comercializamos, com vendas consolidadas, 50% de nossa produção em 2008, sem contar as vendas que estamos em processo de negociação", informa Martins. Já a Case deve manter seu espaço no mercado regional em torno dos 70%, segundo Sodré. De acordo com ele, desde o ano passado vem crescendo a procura de colhedoras por parte de pequenos e médios fornecedores, organizados em condomínios. Até 2005, eram casos isolados. Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 33
  • 34. Destaque IAC lança quatro variedades Novos cultivares são resultado de 13 anos de pesquisa e desenvolvimento Marcelo Massensini O Brasil é líder mundial em de senvolvimento de novas tecnologias para o plantio de cana-de-açúcar e produção de açúcar e álcool. Uma das provas disso, é que no dia 6 de dezembro, Ribeirão Preto foi palco de mais um lançamento de variedades de canade-açúcar. Pouco mais de um mês depois da apresentação de seis novos cultivares do CTC (Centro de Tecnologia Canavieira), o IAC (Instituto Agronômico) – órgão mantido pela Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo – através do Programa Cana IAC, lançou oficialmente as suas quatro novas variedades: IAC91-1099, IACSP932060, IACSP95-3028 e IACSP95-5000. Fruto de mais de 13 anos de pesquisa e desenvolvimento, as novas variedades prometem um aumento na produtividade de 1,5% ao ano. “Elas vêm atender às demandas do setor, são novas ferramentas que irão possibilitar ganhos muito significativos”, explica Marcos Guimarães Landell, diretor do Programa Cana IAC. Segundo ele, é possível ter ganhos ainda maiores, que podem variar entre 10% a 30%, se os produtores souberem explorar bem o perfil desses materiais, associando-os ao ambiente de produção adequado. 350 pessoas participaram da solenidade de lançamento Landell explica ainda que a criação de novas variedades é fundamental no atual momento de expansão da cultura de canade-açúcar. “A importância dessas novas variedades, é que elas conseguem atender as diferentes condições de clima, solo e ambientes de produção, já que no Brasil temos condições que variam de região para região”, diz. Segundo ele, nos últimos 30 anos foram lançadas mais de 80 variedades da gramínea. Várias autoridades do setor estiveram presentes no auditório do Centro de Integraram a mesa: Mônica Bergamaschi – diretora executiva da ABAG-RP, Eduardo Vasconcelos Romão – secretário da Agricultura e Abastecimento de Jaú, Mário Reis – prefeito de Jardinópolis, O diretor geral do IAC – Orlando Melo de Castro, o diretor do Programa Cana – Marcos Landell e Ismael Perina Junior – presidente da Orplana 34 Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 Cana para conhecer as novas cultivares e as novidades que estas têm a oferecer. O diretor geral do IAC – Orlando Melo de Castro, o diretor do Programa Cana – Marcos Landell, Ismael Perina Junior – presidente da Orplana, Manoel Ortolan – presidente da Canaoeste, Antonio Eduardo Tonielo – presidente da Copercana e Cocred, Mário Reis – prefeito de Jardinópolis, Eduardo Vasconcelos Romão – secretário da Agricultura e Abastecimento de Jaú e Mônica Bergamaschi, diretora executiva da ABAG-RP. Para o presidente da Orplana, Ismael Perina Junior, a geração de novas tecnologias é essencial para acompanhar o desenvolvimento do setor e permitir que o Brasil continue sendo uma potência em matéria de cana-de-açúcar. “Com os institutos de pesquisa, nós voltamos a conseguir bons resultados e ficar mais tranqüilos”, comemora. Orlando Melo de Castro, diretor geral do IAC que representou o secretário da agricultura, João Sampaio, considera esse lançamento como uma prestação de conta aos associados. “É uma satisfação muito grande lançar essas variedades que vêm coroar a nossa missão de levar novas tecnologias ao setor”, afirma.
  • 35. Destaque VARIEDADES Dentre essas variedades, a IAC911099 e a IACSP95-5000 são as que mais se destacam pela elevada produtividade e concentração de sacarose. Comparadas a materiais bastante cultivados comercialmente, a produtividade da IACSP95-5000 foi superior em 17,7% e a da IAC91-1099 em 11%. Esses valores correspondem uma variação na produção de 120 a 90 toneladas/hectare e de 140 a 95 toneladas/hectare, respectivamente. Ainda relacionada a essas características, a IAC91-1099 garante uma boa produtividade mesmo em cortes avançados, com produção superior em 20% a dos materiais que O empresário e presidente da Copercana e Cocred, Antonio Eduardo Tonielo participou do lançamentos das novas variedades do IAC. apresentam esse mesmo perfil. outro aspecto que também chama a atenção na IAC91-1099 é o seu caráter rústicoestável, o que possibilita seu cultivo em ambientes médios a desfavoráveis. No que diz respeito ao nível de maturação, os novos cultivares do IAC atendem a diferentes demandas, ao atingirem o nível de sacarose ideal para o corte em diferentes períodos. A IAC91-1099 e IACSP95-5000 apresentam boa capacidade de acumular sacarose ao longo da safra, tornando-se uma boa opção para corte entre o inverno e a primavera – o que corresponde ao período entre julho e novembro. Já a IACSP95-3028 e a IACSP93-2060 chamam a atenção pela precocidade de maturação, o que beneficia a colheita durante o período de menor volume de produção. Enquanto a IACSP95-3028 atende à necessidade de antecipação da colheita para final de março e início de abril, a IACSP932060 destina-se entre a quarta e a sexta quinzenas da safra. Essa característica permite que os pro- O diretor do Programa Cana - Marcos Landell e Manoel Ortolan - presidente da Canaoeste. dutores planejem melhor e possam adiar ou antecipar o início do corte. Apesar de só serem apresentadas este mês, os novos materiais já estão sendo multiplicados pelas usinas, associações e cooperativas conveniadas ao Programa Cana IAC há algum tempo. Isso faz parte da estrutura de trabalho do programa de melhoramento, que testa os clones por meio de ensaios, distribuídos por uma rede experimental. A experimentação das quatro novas variedades foi realizada em oito diferentes regiões de produção, no Centro-Sul do Brasil, totalizando, para essa série, 120 ensaios de competição varietal. Elas estarão disponíveis para venda a partir de fevereiro de 2008. SAIBA MAIS SOBRE AS VARIEDADES IAC91-1099 IACSP95-5000 IACSP93-2060 IACSP95-3028 Alta produção agrícola associada a alto teor de sacarose. Apresenta uniformidade de altura e diâmetro de colmos, característica facilitadora do processo de colheita mecânica. Adequada para colheita nos meses de junho a outubro. Variedade com perfil de alta produtividade e elevadíssimos teores de sacarose. Adaptada à colheita mecânica.Apresenta grande estabilidade associada a perfil responsivo. Com possibilidades de colheita de junho a outubro. Variedade precoce e rica em sacarose. Adaptada à colheita mecânica. Boa adaptação às regiões de Ribeirão Preto, Serra da Mantiqueira, Catanduva e Goiás. Adequada para colheita de final de abril a agosto. Variedade riquíssima em sacarose e hiper-precoce com possibilidades de colheita a partir do final de março. Apresenta ótima brotação de gemas no plantio e boa soqueira. Possui boa performance em ambientes restritivos. Revista Canavieiros - Dezembro de 2007 35
  • 36. Biblioteca “GENERAL ÁLVARO TAVARES CARMO” "COOPERATIVAS DE TRABALHO" Sérgio Pinto Martins A lém da constituição das cooperativas e suas principais vantagens e desvantagens, este livro analisa os aspectos introdutórios das cooperativas, principalmente os fundamentos para a evolução da cooperativa e de sua legislação, a etimologia da palavra, denominação, conceito e distinção, sua natureza jurídica, objetivo, classificação e princípios aplicáveis às cooperativas. A análise da cooperativa sob o ângulo trabalhista começa com as orientações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre o tema. O estudo é motivado no acréscimo do parágrafo único ao artigo 442 da CLT pela Lei n° 8.949/94, que menciona não haver vínculo de emprego com a cooperativa ou com o tomador de serviço. O autor estuda a distinção do contrato de trabalho, as cooperativas na área rural, a fiscalização trabalhista e a garantia de emprego do dirigente da cooperativa. Ao final, são feitas referências à legislação de alguns países a respeito da cooperativa, que podem ser úteis na pesquisa do direito comparado. O autor analisa ainda a tributação das cooperativas pelo Imposto sobre Serviços (ISS) e de outros impostos e contribuições. "MÁFIA VERDE 2: AMBIENTALISMO, NOVO COLONIALISMO" Geraldo Luís Lino, Lorenzo Carrasco, Nilder Costa e Silvia Palacios O radicalismo ambientalista imposto ao Brasil, com conivência do governo federal é uma das principais causas para que a palavra madeireiro tenha virado sinônimo de criminoso. Este é um dos pontos de vista de Lorenzo Carrasco, coordenador dos livros "Máfia Verde, o ambientalismo a serviço do Governo Mundial e Máfia Verde 2: ambientalismo, novo colonialismo". Ele argumenta que as Ong´s internacionais já instalaram a idéia de protencionsimo indiscutível sobre as florestas brasileiras. Sob o disfarce de uma causa nobre, o movimento ambientalistaindigenista internacional e seu exército de organizações não-governamentais (ONGs) representa hoje um dos maiores entraves ao progresso da humanidade. Lançado em 2001, o livro Máfia Verde: o ambientalismo a serviço do Governo Mundial - em nona edição e com mais de 17.000 exemplares vendidos - se converteu em um importante fator de esclarecimento sobre a agenda real desse aparato de guerra irregular. Assim através da intensa "lavagem cerebral" promovido pelo "catastrofismo" ambientalista, fazem acreditar que as atividades humanas, principalmente as industriais, estão levando o mundo a um beco sem saída ambiental. Lorenzo foi depoente na CPI das Ong´s do Senado Federal. 36 A presente seqüência atualiza os avanços da "máfia verde" no Brasil, visando aprofundar a conscientização da cidadania RevistaaCanavieiros - Dezembro de 2007 sobre sua agenda anti-humana, antidesenvolvimentista e ditada do exterior, como uma nova forma de colonialismo. "EXPANSÃO E RENOVAÇÃO DE CANAVIAL" Silvelena Vanzolini Segato, Carolina Fernandes, Alexandre de Sene Pinto O s canaviais no Brasil vêm transpondo fronteiras e ocupando áreas onde a cana-deaçúcar jamais esteve. Surge o receio dos ambientalistas e da população em geral quando às conseqüências danosas que essa expansão pode trazer ao ambiente e ao bem-estar das cidades. Entretanto, é possível que esse aumento nas áreas plantadas com cana-de-açúcar ocorra de forma responsável com boas praticas de rotação de culturas na reforma do canavial, para que esse ramo do agronegócio seja sustentável a médio e longo prazo. Essa obra reuniu renomados pesquisadores e técnicos e discorre sobre a importância da rotação de culturas na renovação do canavial, destacando as culturas da soja, do amendoim, do girassol e os adubos verdes, sobre o planejamento agrícola e as questões ambientais na expansão dos canaviais, sobre a conservação dos solos, o plantio mecanizado, a irrigação de salvamento nas novas áreas de cana-de-açúcar, sobre as parcerias de terras e da produção autônoma, bem como sobre a gestão da qualidade em operações agrícolas. A proposta do livro é fornecer aos leitores Informações relevantes para as boas práticas na expansão e na renovação de canaviais. "PLANTIO DIRETO" Marcio Scaléa A grônomo e consultor em Plantio Direto e em Integração Lavoura-Pecuária, com experiência de quase 30 anos no sistema, Márcio João Scaléa, é autor do livro Plantio Direto. Com edição limitada (500 exemplares) o livro traça um panorama deste sistema, que na safra 2005/2006 foi aplicado no cultivo de 25,5 milhões de hectares no País - com estimativa de utilização no Cerrado, na safra 2006/2007, de 10 milhões de hectares -, e aborda ainda a integração lavoura-pecuária via Sistema Plantio Direto. Traz ainda personagens conhecidos do Cerrado, como Nilo Bonamigo, Munefume Matsubara e Juarez Guterrez, todos, de acordo com o autor, de fundamental importância para a disseminação do PD no Cerrado. Também de Márcio João Scaléa é a cartilha Integração Lavoura-Pecuária e Renovação de Pastagens em Plantio Direto, escrita, sob a forma de cordel. Em rimas, ela explica, passo a passo, as razões, vantagens e procedimentos para se adotar a integração, terminando com algumas estrofes sobre Biotecnologia e seu efeito/ ação na integração lavoura-pecuária. As ilustrações do Cordel Tecnológico, produzido pela Aldeia Norte Editora, foram produzidas com base em fotos feitas pelo próprio autor. Os interessados em conhecer as sugestões de leitura da Revista Canavieiros podem procurar a Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone (16)3946-3300 - Ramal 2016