O documento discute meios de contraste utilizados em exames radiológicos, incluindo seus tipos, aplicações e possíveis reações adversas. Os meios de contraste criam contrastes artificiais entre órgãos e tecidos para melhor visualização em raios-X. Reações adversas podem variar de leves a graves e é importante estar preparado para tratá-las.
1. 1. MEIOS DE CONTRASTE
2. REAÇÕES AOS MEIOS DE
CONTRASTE
TR. JOFLI DE ANDRADE MAIA JUNIOR
2.
3. Por que os meios de contraste são
necessários?
Dois órgãos de densidade e número atômico médio
semelhantes não são distinguíveis ao raio-X. Os meios de
contraste são, portanto, necessários para criar um contraste
artificial entre o órgão a ser diagnosticado e o tecido
circundante.
Todos os meios de contraste são baseados no princípio de
suspensão ou solução atóxica que contém proporção
significativa de elementos com alto número atômico - como
o meio de contraste contendo iodo e bário.
Quando os raios-X atingem o iodo ou o bário em um meio
de contraste, a área aparecerá branca e o ar ( meio de
contraste natural) aparecerá em preto no filme de raio-X e
então destacará o detalhe do órgão por onde se espalhou.
6. Sulfato de bário
Meio de contraste baritado para exame radiológico
gastrointestinal pelo método de duplo contraste
Composição:
Cada pote com 340g de pó micronizado para
suspensão extemporânea (dose única) contém
Sulfato de bário para
suspensão U.S.P.
334,50 g
Simeticona
0,34 g
Excipiente q.s.p
340,00 g
:
7. Informações Técnicas
O duplo contraste é o método radiográfico no qual sulfato
de bário e ar fazem uma fina película, permitindo que um
contraste positivo e um negativo mostrem detalhes ao
exame radiológico.
8. A Distribuição do Agente de Contraste no Organismo do
Paciente
Após a infusão venosa do agente de contraste ocorre intensa
opacificação (o mesmo que realce, impregnação e captação) dos vasos
sanguíneos atingidos pelo fluxo do meio de contraste misturado ao
sangue, permitindo a visualização radiográfica interna destas estruturas.
O grau de realce ou opacificação está diretamente relacionado à
quantidade de iodo na dose administrada. Inicialmente o contraste
intravenoso distribui-se livremente e rapidamente do compartimento
vascular para o extravascular o único local de exceção é o sistema
nervoso central onde o compartimento extravascular não é permeável ao
contraste por causa da barreira hematoencefálica. Cerca de 90s após a
injeção o equilíbrio é atingido. Portanto, o contraste após injetado
apresenta três fases no nosso organismo, a fase de bolo (arterial), a fase
de não equilíbrio (venosa ou portal) e a fase de equilíbrio.
9. Contraste Endovenoso (EV):
A administração rápida e em bolo do agente de contraste pode
induzir náuseas e vômitos no paciente,que poderá se agitar no
melhor momento para se iniciar o exame. Estes efeitos são
menos comuns com o uso dos agentes de contraste não iônicos
(NI) e nos paciente com estômago vazio jejum.
Recomenda-se utilizar cânulas endovasculares (jelco), pois o
contraste é injetado sob alta pressão. O acesso venoso deve ser
mantido após a injeção do contraste para possível administração
de medicamentos em casos de reações.
10. Na TC , RM o uso da bomba injetora (automática) substitui a
injeção manual, especialmente porque garante a infusão
constante e a mistura homogênea do contraste com o sangue.
O seu uso deve ser cuidadosamente avaliado.
Uma fase crítica na infusão automática ocorre no começo da
injeção quando pode ocorrer ruptura da veia puncionada. A
monitoração pelo profissional neste momento é obrigatória,
principalmente porque os agentes NI raramente determinam
sensação de queimação ou dor no local.
.
Cada protocolo possui o seu "delay time", ou seja, o momento
de disparar o RX após o início da administração do contraste.
No entanto, pode haver variações consideráveis nos tempos de
circulação dependendo das condições cardíacas do paciente.
11. Contraste Venoso
A orientação mais comum é de Kg/ml.
O contraste iodado também e utilizado
para administração via oral.
12. CONTRASTE IODADO
• Injeção direta/endovenosa/oral
• Rápida distribuição para o
espaço extra-celular do corpo;
• Filtrados e excretados pelos rins;
• Meia-vida até excreção de 30 a 60 min;
• Cinética e distribuição pouco interferem
na imagem gerada;
13. REAÇÕES ADVERSAS
As Reações Adversas quanto a utilização de meios de
contraste podem ser divididas em dois grupos:
Reações previsíveis: são usualmente dependentes de doses
injetadas e estão relacionadas aos efeitos dos meios de contraste
sobre a fisiologia orgânica e vascular, como por exemplo, as reações
quimiotóxicas ou interações de meio de contraste / medicamento;
Reações não Previsíveis: são, geralmente, independentes da
dose injetada. (Efeitos devido a ativação dos mecanismos do sistema
imunológico: liberações de pseudo - alergênicos e reações vagais.)
Podem apresentar-se reações intercorrentes que não se relacionam
com os meios de contraste, mas podem ocorrer num tempo
imediatamente posterior a sua administração.
Exemplos: Infarto do miocárdio, embolismo pulmonar e septicemia.
14. ANAMNESE DO PACIENTE
Você é alérgico a algo?
É alérgico a quaisquer drogas ou
medicamentos?
É alérgico a iodo?
É alérgico a frutos do mar ou mexilhões?
É alérgico a outros alimentos?
Já foi submetido a exame radiológico que
exigisse uma injeção em uma artéria ou
veia?
15. UMA RESPOSTA POSITIVA A
QUALQUER UMA DESSAS
PERGUNTAS ALERTARÁ A EQUIPE
PARA UMA MAIOR PROBABILIDADE
DE REAÇÃO.
16. CLASSIFICAÇÃO DE REAÇÕES
ADVERSAS
As reações adversas são classificadas dependendo de sua
severidade e da sintomatologia do paciente. As reações são
classificadas em:
LEVE: Não requer tratamento;
MODERADA: Requer tratamento;
SEVERA: Que podem colocar em risco a vida do paciente e requer
hospitalização.
Na população pediátrica encontra-se uma incidência de reações
adversas global de 3,4%.
18. REAÇÕES LEVES
Vômito e náuseas;
Urticária e espirros;
Extravasamento;
Resposta vasovagal
Responsabilidades do técnico:
•Observar e confortar o paciente;
•Fornecer gelo em caso de extravasamento;
•Documentar a reação do paciente.
19. REAÇÕES MODERADAS
Urticária excessiva e gigante;
Aceleração dos batimentos cardíacos;
Vômito excessivo.
Responsabilidades do técnico:
•Solicitar assistência médica;
•Observar e confortar o paciente;
•Documentar a reação do paciente.
20. REAÇÕES GRAVES
Pressão arterial muito baixa;
Parada cardíaca ou respiratória;
Perda da consciência;
Convulsões;
Edema de laringe;
Cianose;
Dificuldade respiratória;
Choque profundo.
21. INCIDÊNCIA DE REAÇÕES ADVERSAS
O índice de reações adversas varia de 5 a 8% do total de pacientes que
realizam estudos contrastados. De acordo com a severidade estão
classificadas em:
LEVE
MODERADA
SEVERA
MORTE
4 - 7%
1 - 2%
0,05 - 0,1%
1:75.000
Numa revisão dos estudos radiológicos realizados pelo FDA dos Estados
Unidos em um período de 14 anos, calcula-se que realizaram-se
aproximadamente 17 milhões de estudos com meios de contraste.
Destes, 22.782 pacientes apresentaram reações entre leves e moderadas e
2.639 tiveram reações adversas severas e fatais.
22. PREPARO PARA POSSÍVEL
REAÇÃO
Carrinho de emergência:
Ressuscitador
cardiopulmonar;
Oxigênio portátil;
Aparelho de aspiração;
Aparelho de pressão arterial;
Desfibrilador;
Monitor.
23. ALGUMAS PRECAUÇÕES
Não injetar o meio de contraste sem pessoal de apoio que
possa auxiliar em caso de parada cardíaca;
Possuir equipamentos e medicamentos para o uso imediato;
Conhecer os dados clínicos básicos do paciente antes da
injeção;
Reconhecer o tipo de reação de modo a indicar o tratamento
adequado;
Manter acesso venoso;
Aliviar compressões abdominais e elevar as pernas em caso
de hipotensão;
24. DADOS IMPORTANTES
O paciente nunca deve ser deixado sozinho
após uma injeção intravenosa;
Enquanto o exame for realizado , observar o
paciente e perguntar sobre quaisquer
alterações;
Praticamente metade das reações adversas
ocorrem durante a injeção venosa do meio de
contraste, e um quarto dos casos, nos cinco
minutos depois;
As reações fatais ocorrem dentro de 15
25. PACIENTES QUE TEM MAIOR
PROBABILIDADE DE OCORRER
REAÇÕES ADVERSAS
Hipersensíveis ao meio de contraste;
Diabéticos mellitus;
Asmáticos e com outros distúrbios
respiratórios;
Desidratados de forma acentuada;
Doentes renais ou com doenças hepáticas
agudas ou crônicas;
Debilitados e instáveis.
26. .
A melhor prevenção é
sempre uma história
clínica bem feita e estar
preparado para
possíveis complicações.