SlideShare a Scribd company logo
1 of 12
Episódio lírico d’Os Lusíadas. Baseia-se
no romance de Inês de Castro e do
infante D. Pedro, filho de D. Afonso IV,
uma história verídica.
Episódio de Inês de Castro
Episódio de Inês de Castro
Este episódio lírico tem características trágicas que o aproximam da
tragédia clássica.
Está dividido em três partes:
• Exposição: breve introdução (Canto III, est. 118, 119)
• Conflito: peripécias, momentos-chave (Canto III,
est. 120-132)
• Desenlace: desfecho da ação dramática (Canto III,
est. 133-137)
Exposição
Vasco da Gama anuncia que vai narrar um caso trágico, que aconteceu
depois de D. Afonso IV ter regressado, vitorioso, da Batalha do Salado
(Canto III, est. 118).
Deste caso “triste e dino da memória” só o amor “puro” e
“fero” é responsável (Canto III, est. 119).
Introdução:
Conflito
Inês é apresentada num ambiente de
tranquilidade, felicidade, saudade dos
tempos felizes passados com o
Príncipe.
Tempo de amor correspondido entre
Inês e Pedro (Canto III, est. 120, 121).
Conflito
São apresentadas as causas da
oposição do rei D. Afonso IV e
condenação de Inês:
• Acalmar a ira do povo (Canto III,
est. 122);
•Acabar com aquela relação amorosa, que
não era do agrado de muitos portugueses
(Canto III, est. 123)
Conflito
No dia fatal, D. Inês é trazida à presença do rei que por
ela sente piedade (Canto III, est. 124), mas o povo e os
“algozes” persistem nos seus intentos. D. Inês, rodeada
pelos seus filhos, pede súplica ao rei (Canto III, est.
125), invocando os seguintes argumentos:
Argumentos de Inês
 Até os animais ferozes e as aves de rapina têm piedade para
com as crianças (Canto IIII, est. 126);
 Não é humano matar uma donzela fraca e sem força só por
amar a quem a conquistou (Canto III, est. 127, vv. 1-4);
 Devia ter respeito por aquelas crianças (filhos de Inês)
(Canto III, est. 127, vv. 5-8);
 Devia saber dar a vida, tal como soube dar a morte na
guerra contra os Mouros (Canto III, est. 128);
 Se, apesar da sua inocência, a quiser castigar, que a desterre
para uma região gelada ou tórrida ou para junto das feras,
onde possa criar os filhos de Pedro (Canto III, est. 129).
Conflito
Face aos argumentos de súplica e de
defesa de Inês, o rei hesita (Canto III, est.
130, vv. 1, 2), mas face à insistência do
povo e dos algozes (Canto III, est. 130,
vv. 3,4), é perpetrado o bárbaro
assassínio de Inês de Castro pelos
algozes, (Canto III, est. 130, vv. 5-8, est.
131, 132), comparando esta cruel ação
com a bárbara morte da linda moça
Policena.
Evolução psicológica do rei
 No início, toma a decisão de mandar matar Inês, devido ao
“murmurar do povo”;
 Quando os “horríficos algozes” trazem Inês à sua
presença, já está inclinado a perdoar (“já movido a
piedade” (Canto III, est. 124, v.2);
 mas o povo incita-o a matá-la (Canto III, est. 124, vv. 3-4);
 No fim do discurso de Inês, comovido pelas suas
palavras “Queria perdoar-lhe o rei benigno” (Canto III,
est. 130, v.1), mas o povo e o destino não deixaram
(Canto III, est. 130, vv. 3-4).
Desenlace
 O narrador (Vasco da Gama) faz considerações finais
sobre este “triste caso”, que reprova emocionalmente
(Canto III, est. 133-135);
 Inês de Castro é comparada depois de morta a uma flor
silvestre que, colhida e maltratada por uma criança, perde
a cor e o perfume (Canto III, est. 134);
 A história trágica da morte de Inês é imortalizada em
Coimbra, local onde aconteceu. Durante muito tempo, as
ninfas do Mondego recordaram Inês com lágrimas que se
transformaram numa fonte a que chamaram “dos amores
de Inês” (Canto III, est. 135).
Desenlace
A vingança de Pedro
 Mal subiu ao trono, D. Pedro fez um acordo com
outro Pedro crudelíssimo (o rei de Castela), tendo
conseguido que os homicidas de Inês lhe fossem
entregues (Canto III, est. 136);
 Durante o seu reinado, foi implacável com os
criminosos, defendeu as cidades com a opressão dos
poderosos e mandou matar muitos ladrões (Canto III,
est. 137).
Características da tragédia clássica
• A ação é trágica, atingindo o seu ponto culminante com a
morte da protagonista (Inês de Castro);
• Ao longo da ação, surgem os sentimentos fundamentais da
tragédia: o horror e a piedade;
• Respeito pela lei das três unidades: ação, espaço, tempo;
• Intervenção do Destino, da Fatalidade;
• A função do coro pode ver-se nas intervenções emocionais
do poeta, que vai comentando apaixonadamente o desenrolar
da ação (Canto III, est. 119, vv. 5-8; e toda a parte final, desde
os dois últimos versos da estrofe 130 até ao fim).
• Personagens da classe nobre: “depois de ser morta foi
rainha” (Canto III, est. 118, v.8)

More Related Content

What's hot

Valor modal das frases
Valor modal das frasesValor modal das frases
Valor modal das frasesnando_reis
 
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoAmor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoLurdes Augusto
 
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º ano
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º anoAnálise da farsa de Inês Pereira - 10º ano
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º anoFatima Mendonca
 
Teste1 poesia trovadoresca 10 ano
Teste1 poesia trovadoresca 10 anoTeste1 poesia trovadoresca 10 ano
Teste1 poesia trovadoresca 10 anoRonaldo Figo
 
Análise do episódio "Consílio dos deuses"
Análise do episódio "Consílio dos deuses"Análise do episódio "Consílio dos deuses"
Análise do episódio "Consílio dos deuses"Inês Moreira
 
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação CríticaEstrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação CríticaVanda Sousa
 
Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lurdes Augusto
 
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasGigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasDina Baptista
 
Os lusíadas adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]
Os lusíadas   adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]Os lusíadas   adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]
Os lusíadas adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]Maria João Lima
 
Os lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º anoOs lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º anoGabriel Lima
 
Cap v repreensões particular
Cap v repreensões particularCap v repreensões particular
Cap v repreensões particularHelena Coutinho
 
Os Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os LusíadasOs Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os LusíadasMaria Gomes
 
Esquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versosEsquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versosdomplex123
 
Frei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicasFrei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicasMaria Rodrigues
 

What's hot (20)

Valor modal das frases
Valor modal das frasesValor modal das frases
Valor modal das frases
 
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoAmor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
 
Canto viii 96_99
Canto viii 96_99Canto viii 96_99
Canto viii 96_99
 
Adamastor
AdamastorAdamastor
Adamastor
 
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º ano
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º anoAnálise da farsa de Inês Pereira - 10º ano
Análise da farsa de Inês Pereira - 10º ano
 
Amor é fogo que arde
Amor é fogo que ardeAmor é fogo que arde
Amor é fogo que arde
 
Teste1 poesia trovadoresca 10 ano
Teste1 poesia trovadoresca 10 anoTeste1 poesia trovadoresca 10 ano
Teste1 poesia trovadoresca 10 ano
 
Análise do episódio "Consílio dos deuses"
Análise do episódio "Consílio dos deuses"Análise do episódio "Consílio dos deuses"
Análise do episódio "Consílio dos deuses"
 
Atos de fala
Atos de falaAtos de fala
Atos de fala
 
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação CríticaEstrutura do Texto de Apreciação Crítica
Estrutura do Texto de Apreciação Crítica
 
Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões Lírica de Luís de Camões
Lírica de Luís de Camões
 
Cantigas de amor
Cantigas de amorCantigas de amor
Cantigas de amor
 
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os LusíadasGigante Adamastor, d'Os Lusíadas
Gigante Adamastor, d'Os Lusíadas
 
Os lusíadas adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]
Os lusíadas   adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]Os lusíadas   adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]
Os lusíadas adamastor - resumo (por estrofe) e análise global[1]
 
Os lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º anoOs lusíadas tempestade - Português 9º ano
Os lusíadas tempestade - Português 9º ano
 
Cap v repreensões particular
Cap v repreensões particularCap v repreensões particular
Cap v repreensões particular
 
Os Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os LusíadasOs Dez Cantos d´Os Lusíadas
Os Dez Cantos d´Os Lusíadas
 
Subclasses de verbos
Subclasses de verbosSubclasses de verbos
Subclasses de verbos
 
Esquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versosEsquema rimatico e versos
Esquema rimatico e versos
 
Frei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicasFrei Luís de Sousa - Características trágicas
Frei Luís de Sousa - Características trágicas
 

Viewers also liked

Despedidas em belém
Despedidas em belémDespedidas em belém
Despedidas em belémLurdes
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Lurdes Augusto
 
Despedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do ResteloDespedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do Restelosin3stesia
 
Despedidas em belém
Despedidas em belémDespedidas em belém
Despedidas em belémVanda Marques
 
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)Susana Sobrenome
 
Proposição
ProposiçãoProposição
ProposiçãoLurdes
 
A carta
A cartaA carta
A cartapief2
 
Inês de castro
Inês de castroInês de castro
Inês de castroLurdes
 
Consílio dos deuses
Consílio dos deusesConsílio dos deuses
Consílio dos deusesLurdes
 
D. Pedro e Inês de Castro
D. Pedro e Inês de CastroD. Pedro e Inês de Castro
D. Pedro e Inês de CastroGonçalo Silva
 
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaOs Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaDina Baptista
 

Viewers also liked (14)

Despedidas em belém
Despedidas em belémDespedidas em belém
Despedidas em belém
 
Inês de Castro
Inês de CastroInês de Castro
Inês de Castro
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas
 
Despedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do ResteloDespedidas em Belém e Velho do Restelo
Despedidas em Belém e Velho do Restelo
 
Despedidas em belém
Despedidas em belémDespedidas em belém
Despedidas em belém
 
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)
Ficha de trabalho - Despedidas em Belém (Paráfrase)
 
Proposição
ProposiçãoProposição
Proposição
 
A carta
A cartaA carta
A carta
 
Carta
CartaCarta
Carta
 
Inês de castro
Inês de castroInês de castro
Inês de castro
 
Consílio dos deuses
Consílio dos deusesConsílio dos deuses
Consílio dos deuses
 
D. Pedro e Inês de Castro
D. Pedro e Inês de CastroD. Pedro e Inês de Castro
D. Pedro e Inês de Castro
 
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaOs Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
 
Episodios lusiadas
Episodios lusiadasEpisodios lusiadas
Episodios lusiadas
 

Similar to Episódio de Inês de Castro nos Lusíadas

Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlacearmindaalmeida
 
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlacearmindaalmeida
 
Resumo inês de castro
Resumo inês de castroResumo inês de castro
Resumo inês de castroSalomé Raposo
 
Ficha informativa - Episódio de Inês de Castro
Ficha informativa - Episódio de Inês de CastroFicha informativa - Episódio de Inês de Castro
Ficha informativa - Episódio de Inês de CastroSusana Sobrenome
 
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - Paráfrase
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - ParáfraseFicha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - Paráfrase
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - ParáfraseSusana Sobrenome
 
O contexto sócio-cultural de Pedro & Inês
O contexto sócio-cultural de Pedro & InêsO contexto sócio-cultural de Pedro & Inês
O contexto sócio-cultural de Pedro & InêsGonçalo Silva
 
Os Lusíadas - Estrutura e resumo.pdf
Os Lusíadas - Estrutura e resumo.pdfOs Lusíadas - Estrutura e resumo.pdf
Os Lusíadas - Estrutura e resumo.pdfPaula Vieira
 
Frei luis de sousa
Frei luis de sousaFrei luis de sousa
Frei luis de sousaMaria da Paz
 
Trabalho de Português - Gabriela Pinto nº2
Trabalho de Português - Gabriela Pinto nº2Trabalho de Português - Gabriela Pinto nº2
Trabalho de Português - Gabriela Pinto nº2Rita Costa
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoarmindaalmeida
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoarmindaalmeida
 
D.Pedro & Inês de Castro
D.Pedro & Inês de CastroD.Pedro & Inês de Castro
D.Pedro & Inês de CastroChuck Gary
 
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história pptD. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história pptAna Paiva
 
D.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de CastroD.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de CastroUmberto Pacheco
 
Ficha de trabalho episódio de inês de castro
Ficha de trabalho episódio de inês de castroFicha de trabalho episódio de inês de castro
Ficha de trabalho episódio de inês de castroRicardo Ferreira
 

Similar to Episódio de Inês de Castro nos Lusíadas (20)

Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
 
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlaceInesdecastro exposioconflitoedesenlace
Inesdecastro exposioconflitoedesenlace
 
Resumo inês de castro
Resumo inês de castroResumo inês de castro
Resumo inês de castro
 
Ficha informativa - Episódio de Inês de Castro
Ficha informativa - Episódio de Inês de CastroFicha informativa - Episódio de Inês de Castro
Ficha informativa - Episódio de Inês de Castro
 
Os lusíadas
Os lusíadasOs lusíadas
Os lusíadas
 
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - Paráfrase
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - ParáfraseFicha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - Paráfrase
Ficha de Trabalho - Episódio de Inês de Castro - Paráfrase
 
Ines de castro
Ines de castroInes de castro
Ines de castro
 
Inês de castro
Inês de castroInês de castro
Inês de castro
 
Amor De Pedro E Ines
Amor De Pedro E InesAmor De Pedro E Ines
Amor De Pedro E Ines
 
O contexto sócio-cultural de Pedro & Inês
O contexto sócio-cultural de Pedro & InêsO contexto sócio-cultural de Pedro & Inês
O contexto sócio-cultural de Pedro & Inês
 
Os Lusíadas - Estrutura e resumo.pdf
Os Lusíadas - Estrutura e resumo.pdfOs Lusíadas - Estrutura e resumo.pdf
Os Lusíadas - Estrutura e resumo.pdf
 
Frei luis de sousa
Frei luis de sousaFrei luis de sousa
Frei luis de sousa
 
Trabalho de Português - Gabriela Pinto nº2
Trabalho de Português - Gabriela Pinto nº2Trabalho de Português - Gabriela Pinto nº2
Trabalho de Português - Gabriela Pinto nº2
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentao
 
Insdecastro apresentao
Insdecastro apresentaoInsdecastro apresentao
Insdecastro apresentao
 
D.Pedro & Inês de Castro
D.Pedro & Inês de CastroD.Pedro & Inês de Castro
D.Pedro & Inês de Castro
 
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história pptD. pedro i e d. inês de castro   trabalho de grupo de história ppt
D. pedro i e d. inês de castro trabalho de grupo de história ppt
 
D.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de CastroD.Pedro e Inês de Castro
D.Pedro e Inês de Castro
 
Ficha de trabalho episódio de inês de castro
Ficha de trabalho episódio de inês de castroFicha de trabalho episódio de inês de castro
Ficha de trabalho episódio de inês de castro
 
Inês de castro
Inês de castroInês de castro
Inês de castro
 

Episódio de Inês de Castro nos Lusíadas

  • 1. Episódio lírico d’Os Lusíadas. Baseia-se no romance de Inês de Castro e do infante D. Pedro, filho de D. Afonso IV, uma história verídica. Episódio de Inês de Castro
  • 2. Episódio de Inês de Castro Este episódio lírico tem características trágicas que o aproximam da tragédia clássica. Está dividido em três partes: • Exposição: breve introdução (Canto III, est. 118, 119) • Conflito: peripécias, momentos-chave (Canto III, est. 120-132) • Desenlace: desfecho da ação dramática (Canto III, est. 133-137)
  • 3. Exposição Vasco da Gama anuncia que vai narrar um caso trágico, que aconteceu depois de D. Afonso IV ter regressado, vitorioso, da Batalha do Salado (Canto III, est. 118). Deste caso “triste e dino da memória” só o amor “puro” e “fero” é responsável (Canto III, est. 119). Introdução:
  • 4. Conflito Inês é apresentada num ambiente de tranquilidade, felicidade, saudade dos tempos felizes passados com o Príncipe. Tempo de amor correspondido entre Inês e Pedro (Canto III, est. 120, 121).
  • 5. Conflito São apresentadas as causas da oposição do rei D. Afonso IV e condenação de Inês: • Acalmar a ira do povo (Canto III, est. 122); •Acabar com aquela relação amorosa, que não era do agrado de muitos portugueses (Canto III, est. 123)
  • 6. Conflito No dia fatal, D. Inês é trazida à presença do rei que por ela sente piedade (Canto III, est. 124), mas o povo e os “algozes” persistem nos seus intentos. D. Inês, rodeada pelos seus filhos, pede súplica ao rei (Canto III, est. 125), invocando os seguintes argumentos:
  • 7. Argumentos de Inês  Até os animais ferozes e as aves de rapina têm piedade para com as crianças (Canto IIII, est. 126);  Não é humano matar uma donzela fraca e sem força só por amar a quem a conquistou (Canto III, est. 127, vv. 1-4);  Devia ter respeito por aquelas crianças (filhos de Inês) (Canto III, est. 127, vv. 5-8);  Devia saber dar a vida, tal como soube dar a morte na guerra contra os Mouros (Canto III, est. 128);  Se, apesar da sua inocência, a quiser castigar, que a desterre para uma região gelada ou tórrida ou para junto das feras, onde possa criar os filhos de Pedro (Canto III, est. 129).
  • 8. Conflito Face aos argumentos de súplica e de defesa de Inês, o rei hesita (Canto III, est. 130, vv. 1, 2), mas face à insistência do povo e dos algozes (Canto III, est. 130, vv. 3,4), é perpetrado o bárbaro assassínio de Inês de Castro pelos algozes, (Canto III, est. 130, vv. 5-8, est. 131, 132), comparando esta cruel ação com a bárbara morte da linda moça Policena.
  • 9. Evolução psicológica do rei  No início, toma a decisão de mandar matar Inês, devido ao “murmurar do povo”;  Quando os “horríficos algozes” trazem Inês à sua presença, já está inclinado a perdoar (“já movido a piedade” (Canto III, est. 124, v.2);  mas o povo incita-o a matá-la (Canto III, est. 124, vv. 3-4);  No fim do discurso de Inês, comovido pelas suas palavras “Queria perdoar-lhe o rei benigno” (Canto III, est. 130, v.1), mas o povo e o destino não deixaram (Canto III, est. 130, vv. 3-4).
  • 10. Desenlace  O narrador (Vasco da Gama) faz considerações finais sobre este “triste caso”, que reprova emocionalmente (Canto III, est. 133-135);  Inês de Castro é comparada depois de morta a uma flor silvestre que, colhida e maltratada por uma criança, perde a cor e o perfume (Canto III, est. 134);  A história trágica da morte de Inês é imortalizada em Coimbra, local onde aconteceu. Durante muito tempo, as ninfas do Mondego recordaram Inês com lágrimas que se transformaram numa fonte a que chamaram “dos amores de Inês” (Canto III, est. 135).
  • 11. Desenlace A vingança de Pedro  Mal subiu ao trono, D. Pedro fez um acordo com outro Pedro crudelíssimo (o rei de Castela), tendo conseguido que os homicidas de Inês lhe fossem entregues (Canto III, est. 136);  Durante o seu reinado, foi implacável com os criminosos, defendeu as cidades com a opressão dos poderosos e mandou matar muitos ladrões (Canto III, est. 137).
  • 12. Características da tragédia clássica • A ação é trágica, atingindo o seu ponto culminante com a morte da protagonista (Inês de Castro); • Ao longo da ação, surgem os sentimentos fundamentais da tragédia: o horror e a piedade; • Respeito pela lei das três unidades: ação, espaço, tempo; • Intervenção do Destino, da Fatalidade; • A função do coro pode ver-se nas intervenções emocionais do poeta, que vai comentando apaixonadamente o desenrolar da ação (Canto III, est. 119, vv. 5-8; e toda a parte final, desde os dois últimos versos da estrofe 130 até ao fim). • Personagens da classe nobre: “depois de ser morta foi rainha” (Canto III, est. 118, v.8)