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BIOMECÂNICA
Músculos

Carlos Bolli Mota
bollimota@gmail.com

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
Laboratório de Biomecânica
MÚSCULOS
Único tecido do corpo humano capaz de
desenvolver tensão ativamente.
Propriedades do tecido muscular:
• Extensibilidade
• Elasticidade
• Irritabilidade
• Capacidade de desenvolver tensão
PAPÉIS DOS MÚSCULOS
• Agonistas - músculos que causam movimento
em torno de uma articulação por meio de
ação concêntrica.
• Antagonistas - músculos que se opõem ao
movimento em torno de uma articulação por
meio de ação excêntrica.
PAPÉIS DOS MÚSCULOS
• Estabilizadores - músculos que agem em um
segmento de modo a estabilizá-lo, para que
possam ocorrer movimentos específicos em
articulações adjacentes.
• Neutralizadores - músculos que previnem
ações acessórias indesejadas provocadas por
outros músculos.
TENSÃO MUSCULAR
Quando um músculo é ativado ele desenvolve
tensão, que depende da área da sua seção
transversal (≈ 90 N/cm2). Esta tensão produz
torque nas articulações. O torque resultante
determina a presença ou não de movimento.
• Ação concêntrica
• Ação isométrica
• Ação excêntrica
Ação concêntrica
• Acontece quando a tensão muscular provoca
um torque maior que o torque das cargas
resistivas, encurtando o músculo. A ação
concêntrica é responsável pela maioria dos
movimentos voluntários dos membros do
corpo humano.
• Uma única fibra muscular é capaz de se
encurtar até aproximadamente metade de seu
comprimento normal de repouso.
Ação isométrica
• Acontece quando a tensão muscular provoca
um torque igual ao torque das cargas
resistivas. O comprimento do músculo
permanece inalterado e não ocorre
movimento em torno da articulação.
• A ação isométrica aumenta o diâmetro do
músculo.
Ação excêntrica
• Acontece quando a tensão muscular provoca
um torque menor que o torque das cargas
resistivas, alongando o músculo. A ação
excêntrica age como um mecanismo de freio.
• Para produzir o mesmo trabalho mecânico,
uma ação concêntrica normalmente requer
um dispêndio calórico maior do que uma ação
excêntrica.
FATORES MECÂNICOS QUE
AFETAM A FORÇA MUSCULAR
A magnitude da força gerada por um músculo
está relacionada, entre outras coisas, com sua
velocidade de encurtamento, com seu
comprimento e com seu ângulo de inserção.
• Relação força x velocidade
• Relação força x comprimento
• Ângulo de inserção do músculo
Relação força x velocidade
A relação entre a força concêntrica produzida
por um músculo e a velocidade com a qual ele
encurta é inversa. Quando a resistência é alta, a
velocidade de encurtamento deve ser
relativamente baixa. Quando a resistência é
baixa, a velocidade de encurtamento pode ser
relativamente alta.
Relação força x velocidade
A relação força x velocidade não implica na
impossibilidade de mover uma resistência
elevada a uma velocidade alta nem de mover
uma carga leve a uma velocidade baixa.
Relação força x velocidade
A relação força x velocidade indica que para
uma determinada carga ou força muscular
desejada existe uma velocidade máxima de
encurtamento possível.
Relação força x velocidade
A relação entre a força excêntrica produzida por
um músculo e a velocidade com a qual ele
alonga apresenta um comportamento diferente.
Em cargas menores que a isométrica máxima, a
velocidade de estiramento é controlada
voluntariamente. Em cargas maiores que a
isométrica máxima, o músculo é forçado a
estirar com velocidade proporcional à carga.
Relação força x velocidade
(concêntrica)
Relação força x comprimento
A força isométrica máxima que um músculo
pode produzir depende em parte do seu
comprimento. No corpo humano, o pico de
geração de força acontece quando o músculo
está levemente estirado.
Relação força x comprimento
Ângulo de inserção do músculo
A força muscular aplicada a um segmento
corporal é decomposta em duas componentes,
cujos valores dependem do ângulo de inserção
do músculo:
• componente rotatória
• componente de deslizamento
Componente rotatória
É a componente da força muscular que atua
perpendicularmente ao eixo longitudinal do
segmento. É a responsável pelo torque que
possibilita o movimento de rotação do segmento
em torno da articulação.
Componente de deslizamento
É a componente da força muscular que atua
paralelamente ao eixo longitudinal do segmento.
Dependendo do ângulo de inserção do músculo,
tende a puxar o osso para fora do centro
articular (componente deslocadora) ou empurrálo em direção ao centro articular (componente
estabilizadora).
Componentes da força muscular
Ângulo de inserção do músculo
Quando o ângulo de inserção é agudo, a
componente rotatória é pequena e a de
deslizamento estabiliza a articulação. A
componente rotatória aumenta até um valor
máximo com um ângulo de inserção de 90º. A
medida que este ângulo aumenta, a
componente rotatória novamente diminui e a
componente de deslizamento passa a puxar o
osso para fora da articulação.
Ângulo de inserção do músculo
Ângulo de inserção do músculo
Como a componente rotatória é a responsável
pelo torque na articulação, alterações no seu
valor acarretam alterações no torque articular. O
torque máximo na articulação ocorre quando o
ângulo de inserção do músculo é 90º.
O torque máximo produzido na articulação do
cotovelo ocorre quando braço e antebraço
formam entre si aproximadamente 80º.
POTÊNCIA MUSCULAR
Potência muscular é o produto da força
muscular pela velocidade de encurtamento do
músculo. Como as fibras CR desenvolvem
tensão mais rapidamente que as CL, um
músculo com maior percentagem de fibras CR é
capaz de desenvolver maior potência.
A potência muscular máxima ocorre
aproximadamente a um terço da velocidade
máxima de encurtamento do músculo.
Relação potência x velocidade
EFEITO DA TEMPERATURA
À medida que a temperatura corporal se eleva, a
atividade dos músculos aumenta, provocando
um desvio na curva força x velocidade, com um
valor mais alto de tensão isométrica máxima e
uma velocidade de encurtamento muscular mais
elevada para qualquer carga aplicada. Estes
efeitos provocam um aumento da tensão, da
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Biomecânica dos Músculos

  • 1. BIOMECÂNICA Músculos Carlos Bolli Mota bollimota@gmail.com UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Laboratório de Biomecânica
  • 2. MÚSCULOS Único tecido do corpo humano capaz de desenvolver tensão ativamente. Propriedades do tecido muscular: • Extensibilidade • Elasticidade • Irritabilidade • Capacidade de desenvolver tensão
  • 3. PAPÉIS DOS MÚSCULOS • Agonistas - músculos que causam movimento em torno de uma articulação por meio de ação concêntrica. • Antagonistas - músculos que se opõem ao movimento em torno de uma articulação por meio de ação excêntrica.
  • 4. PAPÉIS DOS MÚSCULOS • Estabilizadores - músculos que agem em um segmento de modo a estabilizá-lo, para que possam ocorrer movimentos específicos em articulações adjacentes. • Neutralizadores - músculos que previnem ações acessórias indesejadas provocadas por outros músculos.
  • 5. TENSÃO MUSCULAR Quando um músculo é ativado ele desenvolve tensão, que depende da área da sua seção transversal (≈ 90 N/cm2). Esta tensão produz torque nas articulações. O torque resultante determina a presença ou não de movimento. • Ação concêntrica • Ação isométrica • Ação excêntrica
  • 6. Ação concêntrica • Acontece quando a tensão muscular provoca um torque maior que o torque das cargas resistivas, encurtando o músculo. A ação concêntrica é responsável pela maioria dos movimentos voluntários dos membros do corpo humano. • Uma única fibra muscular é capaz de se encurtar até aproximadamente metade de seu comprimento normal de repouso.
  • 7. Ação isométrica • Acontece quando a tensão muscular provoca um torque igual ao torque das cargas resistivas. O comprimento do músculo permanece inalterado e não ocorre movimento em torno da articulação. • A ação isométrica aumenta o diâmetro do músculo.
  • 8. Ação excêntrica • Acontece quando a tensão muscular provoca um torque menor que o torque das cargas resistivas, alongando o músculo. A ação excêntrica age como um mecanismo de freio. • Para produzir o mesmo trabalho mecânico, uma ação concêntrica normalmente requer um dispêndio calórico maior do que uma ação excêntrica.
  • 9. FATORES MECÂNICOS QUE AFETAM A FORÇA MUSCULAR A magnitude da força gerada por um músculo está relacionada, entre outras coisas, com sua velocidade de encurtamento, com seu comprimento e com seu ângulo de inserção. • Relação força x velocidade • Relação força x comprimento • Ângulo de inserção do músculo
  • 10. Relação força x velocidade A relação entre a força concêntrica produzida por um músculo e a velocidade com a qual ele encurta é inversa. Quando a resistência é alta, a velocidade de encurtamento deve ser relativamente baixa. Quando a resistência é baixa, a velocidade de encurtamento pode ser relativamente alta.
  • 11. Relação força x velocidade A relação força x velocidade não implica na impossibilidade de mover uma resistência elevada a uma velocidade alta nem de mover uma carga leve a uma velocidade baixa.
  • 12. Relação força x velocidade A relação força x velocidade indica que para uma determinada carga ou força muscular desejada existe uma velocidade máxima de encurtamento possível.
  • 13. Relação força x velocidade A relação entre a força excêntrica produzida por um músculo e a velocidade com a qual ele alonga apresenta um comportamento diferente. Em cargas menores que a isométrica máxima, a velocidade de estiramento é controlada voluntariamente. Em cargas maiores que a isométrica máxima, o músculo é forçado a estirar com velocidade proporcional à carga.
  • 14. Relação força x velocidade (concêntrica)
  • 15. Relação força x comprimento A força isométrica máxima que um músculo pode produzir depende em parte do seu comprimento. No corpo humano, o pico de geração de força acontece quando o músculo está levemente estirado.
  • 16. Relação força x comprimento
  • 17. Ângulo de inserção do músculo A força muscular aplicada a um segmento corporal é decomposta em duas componentes, cujos valores dependem do ângulo de inserção do músculo: • componente rotatória • componente de deslizamento
  • 18. Componente rotatória É a componente da força muscular que atua perpendicularmente ao eixo longitudinal do segmento. É a responsável pelo torque que possibilita o movimento de rotação do segmento em torno da articulação.
  • 19. Componente de deslizamento É a componente da força muscular que atua paralelamente ao eixo longitudinal do segmento. Dependendo do ângulo de inserção do músculo, tende a puxar o osso para fora do centro articular (componente deslocadora) ou empurrálo em direção ao centro articular (componente estabilizadora).
  • 21. Ângulo de inserção do músculo Quando o ângulo de inserção é agudo, a componente rotatória é pequena e a de deslizamento estabiliza a articulação. A componente rotatória aumenta até um valor máximo com um ângulo de inserção de 90º. A medida que este ângulo aumenta, a componente rotatória novamente diminui e a componente de deslizamento passa a puxar o osso para fora da articulação.
  • 22. Ângulo de inserção do músculo
  • 23. Ângulo de inserção do músculo Como a componente rotatória é a responsável pelo torque na articulação, alterações no seu valor acarretam alterações no torque articular. O torque máximo na articulação ocorre quando o ângulo de inserção do músculo é 90º. O torque máximo produzido na articulação do cotovelo ocorre quando braço e antebraço formam entre si aproximadamente 80º.
  • 24. POTÊNCIA MUSCULAR Potência muscular é o produto da força muscular pela velocidade de encurtamento do músculo. Como as fibras CR desenvolvem tensão mais rapidamente que as CL, um músculo com maior percentagem de fibras CR é capaz de desenvolver maior potência. A potência muscular máxima ocorre aproximadamente a um terço da velocidade máxima de encurtamento do músculo.
  • 25. Relação potência x velocidade
  • 26. EFEITO DA TEMPERATURA À medida que a temperatura corporal se eleva, a atividade dos músculos aumenta, provocando um desvio na curva força x velocidade, com um valor mais alto de tensão isométrica máxima e uma velocidade de encurtamento muscular mais elevada para qualquer carga aplicada. Estes efeitos provocam um aumento da tensão, da potência e da resistência musculares. A função muscular é mais eficiente a 38,5 Cº.