Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Substantivo
1. SUBSTANTIVO
Substantivos são palavras que designam tanto seres – visíveis ou não, animados ou não – quanto
ações, estados, sentimentos, desejos, ideias.
Os substantivos classificam-se em:
Comuns: referem-se a qualquer ser de uma espécie, sem particulariza-lo: açúcar, caneta, bolo;
Próprios: nomeiam um ser em particular, destacando-o dentro da espécie ou do grupo; são escritos
com letra maiúscula: Japão, Campinas, Hermógenes;
Concretos: nomeiam seres com existência própria, isto é, que não dependem de outro ser para existir:
lápis, palmeira, gato;
Abstratos: nomeiam ações, qualidades, estados, sentimentos, isto é, seres que só existem em outros
ou a partir da existência ou da ação de outros seres: ensino, bravura, pobreza, honestidade, luta;
Coletivos: designam uma pluralidade de seres da mesma espécie: multidão, antologia, acervo.
MORFOSINTAXE: FORMA E FUNÇÃO
Falar é uma atividade tão habitual e natural, que raramente o usuário de uma língua se dá conta dos
mecanismos que regem qualquer ato de fala.
Todos os falantes inconscientemente selecionam e combinam palavras de acordo com determinadas
regras interiorizadas por aqueles que se utilizam da língua.
Ao selecionar palavras, o falante, além de considerar o sentido, leva em conta a forma das palavras
(artigo, substantivo, adjetivo, verbo, etc.) em virtude da função (sujeito, objeto direto, predicativo, etc.) que
elas assumem na frase.
Tomando a frase “Vocês não têm amor próprio”, observe as combinações realizadas, isto é, sua
estrutura sintática e as classes gramaticais que foram selecionadas para as combinações:
SUJEITO PREDICADO
FUNÇÃO NÚCLEO ADJ. ADVERBIAL VERBO TRANSITIVO OBJETO DIRETO
FORMA pronome advérbio verbo substantivo
Vocês não têm amor próprio
Em um ato de fala, a seleção e a combinação ocorrem simultaneamente. Assim, ao estudar a forma e a
função das palavras, não se pode desvincular o estudo de uma do estudo da outra, pois forma e função
coexistem e seus papéis só se definem solidariamente.
De acordo com sua forma, as palavras classificam-se em: substantivos, adjetivos, numerais, artigos,
pronomes, verbos, advérbios preposições, conjunções e interjeições.
A parte da gramática que estuda aforma das palavras recebe o nome de MORFOLOGIA. A parte da
gramática que estuda a função das palavras na frase recebe o nome de SINTAXE.
Quanto à formação, os substantivos podem ser:
Primitivos: são aqueles que dão origem a outras palavras: livro, pedra;
Derivados: são os que se originam de outras palavras: livraria, pedregulho;
Simples: são os formados por apenas uma palavra: terra, homem;
Compostos: são os formados por mais de uma palavra: beija-flor, pão-de-ló, pontapé.
FLEXÃO DOS SUBSTANTIVOS
O substantivo flexiona-se em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau
(aumentativo e diminutivo).
2. Não se deve confundir sexo com gênero, pelas seguintes razões:
O gênero diz respeito a todos os substantivos de nossa língua, que se refiram a seres
providos de sexo, que designem apenas “coisas”: o gato/a gata, o banco, a casa.
Até mesmo os substantivos referentes a animais ou pessoas apresentam, muitas vezes,
discrepância entre gênero e sexo: cabra é sempre feminino, cônjuge é sempre masculino.
Assim, o gênero do substantivo é um princípio puramente linguístico, convencional.
A flexão de gênero do substantivo é uma só, com pouquíssimas variações: forma-se o feminino pela
troca das vogais “o” e “e” por “a” ou pelo acréscimo da desinência –a: lobo/loba; mestre/mestra;
autor/autora.
EXCEÇÕES: avô/avó; órfão/ órfã; leão/leoa; valentão/valentona.
NÚMERO DO SUBSTANTIVO
O plural dos substantivos simples se faz pelo acréscimo da desinência –s: peixes – peixes.
Há, entretanto, alguns substantivos simples que fazem o plural de outras maneiras, dependendo de
suas terminações. Por exemplo: açúcar – açúcares; mês – meses; vez – vezes.
Os substantivos terminados em -l fazem geralmente o plural substituindo-se o -l por –is: canal/canais;
lençol/lençóis.
Plural dos substantivos compostos
Pluralizam-se as palavras variáveis (substantivos e adjetivos) e não se pluralizam as invariáveis (verbos,
advérbios e interjeições) que compõem o substantivo composto: tenentes-coronéis; amores-perfeitos;
abaixo-assinados; beija-flores, sempre-vivas.
Apenas o primeiro substantivo se pluraliza, se o segundo funcionar como especificador, com ou sem o
auxílio da preposição: pés-de-cabra; pombos-correio.
Nos compostos formados por palavras repetidas ou onomatopeias, pluraliza-se o segundo elemento:
corre-corres; tico-ticos.
Não se pluraliza o adjetivo contraído grã(o): grã-duques; grã-cruzes.
Nos nomes dos dias de semana pluralizam-se os dois elementos: segundas-feiras; terças-feiras.
Observação:
Nos substantivos compostos, a palavra “guarda” pode ser forma verbal (do verbo guardar) ou
substantivo. Para identifica-la morfologicamente, há um meio prático: se o segundo elemento for
substantivo, “guarda” é verbo; se o segundo elemento for adjetivo, “guarda”é substantivo. Assim, a
palavra “guarda-roupa” tem como segundo elemento um substantivo; então “guarda” é forma verbal.
Portanto, o plural desse substantivo composto é “guarda-roupas”.
GRAU DO SUBSTANTIVO
Nos substantivos, a ideia de aumento ou diminuição das proporções se expressa por meio de adjetivos
ou de sufixos: homem grande (imenso, enorme); homem pequeno (miúdo); homenzinho.
Observação:
As ideias de grandeza e pequenez conferem às vezes aos substantivos um valor pejorativo ou
depreciativo: cabeçorra, livreco, mulherzinha; outras vezes, simpatia, afeição: filhinha, benzinho.
FUNÇÃO SINTÁTICA DO SUBSTANTIVO
3. O substantivo figura na frase como núcleo das seguintes funções sintáticas: sujeito, objeto direto,
objeto indireto, predicativo do sujeito e do objeto, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da
passiva, aposto e vocativo.
Observe a relação entre forma (classe gramatical) e função na análise dos substantivos desta frase:
Recebemos a participação de seu casamento.
a participação: objeto direto
a: adjunto adnominal (artigo)/participação: núcleo do objeto direto (substantivo).
O substantivo pode, precedido de preposição, formar uma LOCUÇÃO ADJETIVA, que funciona como
adjunto adnominal. Observe:
Demonstra por mim um amor de mãe.
um amor de mãe: objeto direto
um: adjunto adnominal (artigo)
amor: núcleo do objeto direto (substantivo)
de mãe: adjunto adnominal (locução adjetiva - preposição + substantivo)
PARA QUE SERVE O SUBSTANTIVO
O substantivo é uma das classes de palavras essenciais da língua. É responsável pela nomeação dos
seres e coisas que estão à nossa volta, bem como de nossos sentimentos e ideias. Além disso, é essencial para
atender à necessidade humana de ordenar, classificar, distinguir, hierarquizar, etc. Sem os substantivos, como
faríamos, por exemplo, para nos referirmos a seres distintos, como o peixe e o homem, a terra e o mar, o sal e
o mel?
Ligados diretamente à experiência e à cultura de um povo, substantivo de uma língua, às vezes, não
encontram correspondência em substantivos de outras línguas. A palavra “saudade”, por exemplo, quase não
encontra correspondência perfeita em outras línguas.
BIBLIOGRAFIA:
CEREJA, Roberto William & MAGALHÃES, Thereza Cochar. Gramática Reflexiva. São Paulo: Atual, 1999. (98-
105)