2. A dialética é considerada
como a mais elaborada
forma de filosofia.
Dialética
Do grego dialetiké debate
O debate é a arte da negação.
Mas, como ocorre a negação dialética?
3. Heráclito de Éfeso
(aproximadamente 540 a 470 a.C.)
O movimento faz com que as coisas
mudem e, nessa mudança, neguem o
que eram antes (porque deixaram de
sê-lo).
Heráclito ocupava-se da natureza de
todas as coisas (physis).
Uma mesma pessoa nunca toma
banho duas vezes em um mesmo rio.
Isso porque as pessoas mudam como
as águas de um rio.
4. Sócrates (aproximadamente 470 a 399 a.C.)
Em sua maiêutica (forma de diálogo em que
há “parturição” de ideias), acrescentava
elementos que levavam o seu interlocutor a
reelaborar o pensamento. A cada
reelaboração, o pensamento já não era mais
como antes (negava a forma anterior).
Sócrates utilizou a dialética para tratar de
contextos políticos.
Platão (aproximadamente 427 a 374 a.C.)
Seguiu o modelo dialético por acréscimo
de seu mestre (Sócrates).
5. Idade média
A dialética foi utilizada como recurso
filosófico a serviço da fé para refutar
escolas e doutrinas contrárias à igreja.
Santo Agostinho (354 a 430) e São
Tomás de Aquino (1225 a 1274) são
exemplo de pensadores medievais que
exploraram a contradição entre graça
e pecado para combater os infiéis.
6. A dialética moderna é caracterizada por um
único modelo e por duas perspectivas opostas
O modelo é o hegeliano, composto por
TESE / ANTÍTESE / SÍNTESE
As perspectivas são
idealismo e materialismo
7. Georg Wilhelm Friedrich Hegel
(1770 a 1831)
Teorizou o modelo dialético como
dinâmica entre TESE, ANTÍTESE e
SÍNTESE
8. A dialética se deflagra mediante a
dinâmica entre dois elementos,
implicando em um terceiro, assim:
TESE ANTÍTESE
A TESE é uma A ANTÍTESE
situação dada, nega a TESE.
posta, que
ocupa lugar na
consciência
como verdade, SÍNTESE
crença,
convicção.
A SÍNTESE nega tanto a TESE quanto a
ANTÍTESE, e se constitui como a nova situação
dada, posta, ocupando lugar na consciência
como nova verdade, crença, convicção.
9. A dialética se caracteriza pela
continuidade, assim:
TESE ANTÍTESE
SÍNTESE
TESE ANTÍTESE
SÍNTESE
TESE ANTÍTESE
eternamente...
10. Karl Heinrich Marx (1818 a 1883) e
Friedrich Engels (1820 a 1895)
Estudaram a dialética hegeliana (TESE
/ ANTÍTESE / SÍNTESE), porém a
utilizaram para interpretação da
realidade histórica e econômica.
Com isso teorizaram o materialismo
histórico-dialético.
11. A dialética MATERIALISTA (Marx e Engels)
se opõe à dialética IDEALISTA (de Hegel).
dialética dialética
IDEALISTA MATERIALISTA
“(...) a estrutura
econômica da ideia
sociedade é a base
Hegel Marx e Engels
real sobre a qual se
eleva uma
a dinâmica da
superestrutura jurídica p a dinâmica da
dialética seedá qual
e política à a dialética se dá
em plano
correspondem formas = u em plano
mental
sociais determinadas t material
de consciência.” a
(MARX)
tudo ocorre tudo ocorre
antes em nível antes em nível
prática
mental, de material,
social
ideias, e
materialismo histórico, e
somente depois
histórico/dialético somente
em nível depois, em
material nível mental
12. As formas
modernas de
produção da vida
material
NEGARAM
As formas
medievais de
produção da vida
material
As mudanças nos meios de produção (trabalho) acarretaram
mudanças nas formas de pensar e de se organizar
socialmente (Estado, Direito...).
13. Assim, DIALETICAMENTE:
TESE ANTÍTESE
A TESE é uma A ANTÍTESE
situação dada, nega a TESE.
posta, que
ocupa lugar na É a problematização
consciência proporcionada pela
como verdade, SÍNTESE experiência histórica
crença,
convicção.
A SÍNTESE nega tanto a TESE quanto a
ANTÍTESE, e se constitui como a nova situação
É a minha
dada, posta, ocupando lugar na consciência
prática social
como nova prática, verdade, crença,
inicial
convicção.
É a minha NOVA prática social
14. A dialética prevê uma ascensão epistemológica, ou seja, uma
evolução no conhecimento proporcionada pelo constante jogo
de negações.
SOPHÓI Aqui a pessoa sabe diferenciar o BEM e o
MAL e tem CONHECIMENTO para agir no
sabedoria
mundo sem que ninguém a explora, a
engane e a faça sofrer.
EPISTÉME Aqui a pessoa consegue entender o que
acontece no mundo, sem as sombras das
conhecimento dúvidas e do medo. Entende a si mesma e o
científico meio em que vive. Sabe do presente e do
passado. Tem melhores condições de
trabalhar e de apreciar as artes e a cultura.
DOXA Aqui a pessoa aprende muita coisa boa, mas
senso comum ainda está presa a algumas idéias que não
correspondem à realidade. Por exemplo:
pode ter bom coração, mas acredita em
mula-sem-cabeça e deixa que políticos
corruptos a enganem.
15. Vamos rever a ascensão epistemológica, dialeticamente.
SOPHÓI Diz respeito às atitudes adotadas pelo
sujeito, com conhecimento e valores, tendo
sabedoria
em vista suas intenções pessoais e políticas.
RELAÇÃO DE NEGAÇÃO
EPISTÉME Compreende o conhecimento científico e
cultural acumulado pela humanidade e
conhecimento ensinados sistematicamente (pela escola).
científico
RELAÇÃO DE NEGAÇÃO
DOXA Compreende as opiniões aprendidas
senso comum assistematicamente.
16. síncrese análise síntese
todo processo que todo
caótico eu empreendo cosmético
para
realidade que realidade que
compreender
não compreendo
compreendo, e apreender a
que me realidade
interessa e a
qual quero
compreender
A avaliação pedagógica é um trabalho de
verificação dessa evolução
17. Em GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a Pedagogia
Histórico-Crítica. Campinas, SP: Autores Associados, 2002.
TESE ANTÍTESE SÍNTESE
Prática Problematização Prática
Social Inicial Social Final
Instrumentalização
Catarse
Condição Espaço de Nova
provisória ação didática condição
provisória
Centro da ação
dialética
senso conhecimento consciência
comum científico filosófica