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Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina




                                                                Assistência ao Trabalho de Parto




                                                                                Federação Brasileira das
                                                                  Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia
                                           Elaboração Final: 27 de Junho de 2001
                                                          Autoria: Martins-Costa SH, Ramos JGL, Brietzke E




                                           O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal
                                                de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar
                                                   condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações
                                              contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável
                                                      pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente.

                                                                                                                                        1
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DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIAS:
Foram realizadas pesquisas no MEDLINE e COCHRANE LIBRARY, utilizando
os seguintes termos: delivery, woman´s position, episiotomy, oxitocin, active
management, enema, amniotomy, labour, analgesia, cardiotocography. Foi
selecionada a melhor evidência disponível para responder a cada questão.

GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA:
A: Grandes ensaios clínicos aleatorizados e meta-análises.
B: Estudos clínicos e observacionais bem desenhados.
C: Relatos e séries de casos clínicos.
D: Publicações baseadas em consensos e opiniões de especialistas.

OBJETIVOS:
Examinar as principais condutas na assistência ao parto à luz das melhores
evidências disponíveis.

PROCEDIMENTOS:
Duração do trabalho de parto, incidência de cesariana, lacerações de trajeto,
uso de ocitocina, índice de Apgar.




2                                                                       Assistência ao Trabalho de Parto
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                                                          P RINCIPAIS   R E C O M E N DA Ç Õ E S :


                                                        AVALIAÇÃO INICIAL:
                                                        1. Determinar se a paciente está ou não em fase ativa de
                                                     trabalho de parto (TP), usando os seguintes critérios:
                                                           contrações uterinas regulares de 1 a 3 em 5 minutos;
                                                           dilatação cervical >= a 3 cm com colo fino e apagado.

                                                        O uso de critérios claros para o diagnóstico de fase ativa de TP
                                                     reduz o uso de ocitocina (OR=0,45 com IC95% de 0,25 a 0,8)
                                                     e analgesia (OR= 0,36 com IC95% de 0,16 a 0,78)1(A).

                                                       ASSISTÊNCIA AO PRIMEIRO PERÍODO:
                                                       1. Controle de sinais vitais maternos: no momento da
                                                     admissão e a cada 60 minutos2(D).

                                                        2. Realização de enema glicerinado: não deve ser realizado
                                                     de rotina, pois não se mostrou capaz de reduzir infecção materna
                                                     ou fetal e traz desconforto à paciente e aumenta o custo do
                                                     procedimento3,4(A).

                                                         3. NPO: as pacientes devem ser mantidas em jejum durante
                                                     este período, uma vez que sempre pode haver a necessidade de
                                                     procedimentos que envolvam anestesia geral, com seu possível
                                                     risco de aspiração do conteúdo gástrico2(D).

                                                         4. Punção venosa e infusão de líquidos: não deve ser
                                                     rotineiramente empregada, uma vez que cerca de 80% das
                                                     pacientes admitidas em TP terão tido parto dentro de 8 horas. É
                                                     recomendado o uso de fluidos endovenosos somente naquelas que
                                                     tiverem parto prolongado ou que necessitarem de uso de
                                                     medicação endovenosa2(D).

                                                        5. Avaliação fetal: deve ser feita pela ausculta intermitente
                                                     dos batimentos cardíacos fetais a cada 30 minutos com sonar
                                                     Doppler ou estetoscópio de Pinard. A ausculta deve ser feita
                                                     principalmente durante e logo após as contrações com o objetivo
                                                     de detectar possíveis desacelerações. O uso rotineiro da cardio-
                                                     tocografia em gestações de baixo risco está formalmente contra-
                                                     indicado, devido ao alto índice de resultados falso-positivos5,6(A).

                                                          6. Analgesia: deve ser feita, quando necessário, sempre que a



Assistência ao Trabalho de Parto                                                                                       3
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paciente estiver em fase ativa de TP. Pode ser                        1º toque feito 1 hora após a admissão: se
feita das seguintes maneiras:                                 dilatação não progrediu pelo menos 1cm: realizar
         bloqueio peridural com marcaína                      amniotomia. A amniotomia reduz a duração do TP
administrada por cateter;                                     em 1 a 2 horas, reduz a chance de Apgar abaixo de
       raque-analgesia com opióide (sufentanil                7 no 5º minuto (OR=0,34 com IC95% de 0,30 a
5-7,5 mg ou fentanil);                                        0,96) e também reduz a necessidade de ocitocina
       uso de meperidina endovenosa (50-100                   (OR=0,79 com IC95% de 0,67 a 0,92)12(B);
mg), de forma lenta e diluída, associada ou não                       2º toque feito 1 hora após amniotomia:
à metoclopramida, devendo-se evitar, apenas, o                se não houver progressão de pelo menos 1 cm,
seu uso próximo ao final do primeiro período                  iniciar com uso de ocitocina8-11(A).
(dilatação maior que 6 cm), pelo risco de
depressão respiratória no RN.                                     9. Uso de ocitocina:
                                                                     diluir 10 U em 1000 ml de soro glicosado;
   Ao ser realizado parto com analgesia, deve-                       utilizar em bomba de infusão ou com
se atentar para a possibilidade de redução da                 equipo comum;
dinâmica uterina, com necessidade de correção                        durante o uso, avaliar constantemente as
da mesma e para o aumento da chance de parto                  contrações uterinas e a freqüência cardíaca fetal.
instrumentado (OR= 1,77 com IC 95% de                         Se o padrão contrátil exceder 5 contrações em 10
(1,09 a 2,86)7(A).                                            minutos, as contrações tiverem duração maior
                                                              que 1 minuto ou houver desaceleração da
    7. Partograma: utilizar para acompanha-                   freqüência cardíaca fetal: descontinuar o uso.
mento de todas as pacientes em trabalho de
parto. Registrar a curva de dilatação cervical                   Existem 14 esquemas de aumento de dose
com “X” e a curva de descida da cabeça fetal                  de ocitocina testados e publicados na literatura,
com “O”. Considerar com TP disfuncional a                     sem claras vantagens de um sobre os outros.
falta de aumento da dilatação em 1 hora ou                    As doses utilizadas iniciam em 0,5 até 7 mU e
progresso lento que afaste a curva de dilatação               são aumentadas geométrica ou aritimetrica-
para mais de 2 horas à direita da linha de alerta.            mente em intervalos de 15 a 60 minutos13(D).
Nestes casos, buscar a causa da disfunção
(disfunção contrátil ou TP obstruído)8-11(A).                    10. Parto normal com cesariana prévia:
                                                                     seguro nas pacientes com uma incisão
   8. Manejo ativo do TP: consiste em uma série               uterina segmentar prévia14-16(B);
de medidas descritas abaixo, que demonstraram ser                     pode ser utilizada a ocitocina e a
capazes de encurtar o tempo de trabalho de parto,             analgesia14-16(B);
reduzir o risco de trabalho de parto prolongado (RR                   acompanhar evolução do TP pelo
0,39 com IC95% de 0,22 a 0,71) e, possivelmente,              partograma a fim de diagnosticar precocemente
reduzir a taxa de cesarianas (14,1% no grupo de               a desproporção céfalo-pélvica17(C);
manejo tradicional x 10,5% no manejo ativo). As                     atentar para sinais de ruptura
medidas que compõem o manejo ativo são:                             uterina14-16,18 (B):
       Toques vaginais a cada hora nas primei-                         dor na incisão;
ras três horas, e a cada 2 horas no período                            sangramento vaginal;
subseqüente;                                                           desacelerações da freqüência cardíaca fetal;



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             parada ou redução das contrações.                pêra de borracha. Verificar se há circular
                                                              cervical de cordão. Se a circular for apertada,
   ASSISTÊNCIA AO SEGUNDO PERÍODO:                            clampear e cortar o cordão2(D).
   1. Posicionar paciente:
        para a maioria das pacientes: Laborie-                   8. Assistência ao desprendimento dos
Duncan, com decúbito dorsal, mesa de parto                    ombros: se o mesmo não for espontâneo,
verticalizada ao máximo e flexão e abdução dos                tracionar ligeiramente a cabeça fetal
membros superiores ou, se desejado, cócoras.                  inferiormente para liberar o ombro anterior e,
Não há diferenças nos resultados perinatais,                  em seguida, superiormente para liberar o
embora a posição de cócoras possa reduzir a dor               posterior2(D).
no terceiro período19(A).
        em pacientes com insuficiência cardíaca:                 9. Profilaxia da hemorragia puerperal:
decúbito lateral (posição de Simms)19(A).                     aplicar 10 U de ocitocina intramuscular após o
                                                              desprendimento do ombro anterior (também
   2. Anti-sepsia e colocação de campos                       pode ser utilizado esgometrina, combinações de
esterelizados2(D).                                            ocitocina e ergometrina e misoprostol)21,22(A).

   3. Bloqueio pudendo e infiltração em leque                    ASSISTÊNCIA AO TERCEIRO PERÍODO:
se necessária a realização de episiotomia2(D).                   1. Manejo ativo: consiste no emprego de
                                                              ocitócitos após o desprendimento dos ombros,
    4. Realização de episiotomia: deve ser                    combinado com a tração controlada do cordão
realizada seletivamente, somente nos casos em                 umbilical. Tal medida mostrou-se capaz de
que exista indicação para seu uso (sofrimento                 reduzir em 40% a chance de hemorragia
fetal, uso de fórcipe, fetos grandes, cardiopatia             puerperal23(A).
materna, período expulsivo prolongado, etc).
Realizar preferencialmente a episiotomia                          2. Revisão do trajeto: após a dequitação
médio-lateral, que apresenta menor risco de                   deve-se verificar a presença de lacerações de
extensão para reto e esfíncter anal20(A).                     trajeto, que podem ser fonte de sangramento
                                                              significativo e episiorrafia2(D).
   5. Auscultar BCF a cada 5 minutos
durante o período expulsivo, imediatamente                        ASSISTÊNCIA AO QUARTO PERÍODO:
antes, durante e após a contração uterina2(D).                    1. Observar sinais vitais e sangramento. Se
                                                              sangramento excessivo por hipotonia uterina,
   6. Controle do desprendimento da                           realizar massagem uterina e infusão de 30 a 60
cabeça: realizar a manobra de Ritgen, com o                   U de ocitocina em 1000 ml de solução
objetivo de evitar a deflexão súbita da                       glicosada a 40 gts/min24(D). Se o tratamento
cabeça2(D).                                                   instituído não for eficaz, pesquisar a
                                                              possibilidade de retenção de restos placentários
    7. Aspiração da boca e nariz do feto com                  e lacerações de trajeto2(D).




Assistência ao Trabalho de Parto                                                                            5
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                                                     R EFERÊNCIAS   BIBLIOGRÁFICAS

1. Lauzon L, Hodnett E. Caregivers’ use of strict                   10. Prendiville WJ, Elbourne D, McDonald S.
    criteria for diagnosing active labour in term                      Active versus expectant management in the
    pregnancy. Cochrane Database Syst Rev 2000.                        third stage of labour . Cochrane Database
                                                                       Syst Rev 2000.
2. Friedman EA, editor. Labor: clinical
   evaluation and management. 2nd. New York:                        11. Sadler LC, Davison T, McCowan LM. A
   Appleton; 1978.                                                     randomised controlled trial and meta-analysis
                                                                       of active management of labour. Br J Obstet
3. Cuervo LG, Rodrigues MN, Delgado MB.                                Gynaecol 2000; 107:909-15.
   Enemas during labour. Cochrane Database
   Syst Rev 2000.                                                   12. Fraser WD, Turcot L, Krauss I. Amniotomy
                                                                       for shortening spontaneus labour. Cochrane
4. Romney ML, Gordon H. Is your enema                                  Database Syst Rev 2000.
   really necessary? Br Med J (Clin Res Ed)
   1981; 282:1269-71.                                               13. Owen J, Hauth JC. Oxytocin for the
                                                                       induction or augmentation of labor. Clin
5. Leveno KJ, Cunningham PG, Nelson S, et                              Obstet Gynecol 1992; 35:464-75.
   al. A prospective comparison of selective and
   unuversal eletronic fetal monitoring in                          14. Flamm BL, Lim OW, Jones C, et al.
   34995 pregnancies. N Engl J Med 1986;                               Vaginal birth after cesarean section: results of
   315:615-9.                                                          multicenter study. Am J Obstet Gynecol
                                                                       1988; 158:1079-84.
6. Pattison M, Mc Cowan L. Cardiotocography
   for antepartum fetal assessment. Cochrane                        15. Phelan JP, Clark SL, Diaz F, et al. Vaginal
   Database Syst Rev 2000.                                             birth after cesarean. Am J Obstet Gynecol
                                                                       1987; 157:1510-5.
7. Howell CJ, Kidd C, Roberts W, et al. A
   randomised controlled trial of epidural                          16. Pridjian G. Labor after prior cesarean section.
   compared with non-epidural analgesia in labour.                     Clin Obstet Gynecol 1992; 35:445-56.
   Br J Obstet Gynaecol 2001; 108:27-33.
                                                                    17. O’Driscoll K, Foley M, MacDonald D.
8. Frigoletto FD Jr, Lieberman E, Lang JM, et                          Active management of labour as an
   al. A clinical trial of active management of                        alternative to cesarean section for dystocia.
   labor. N Engl J Med 1995; 333:745-50.                               Obstet Gynaecol 1984; 63:485-90.

9. Lopez-Zeno JA, Peaceman AM, Adashek JA,                          18. Nielsen TF, Hagberg H. Rupture and
   et al. A controlled trial of program for active                     dehiscence of cesarean section scar during
   management of labor. N Engl J Med 1992;                             pregnancy and delivery. Am J Obstet Gynecol
   326:450-4.                                                          1989; 160:569-73.




6                                                                                           Assistência ao Trabalho de Parto
Projeto Diretrizes
Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina




19. Gupta JK, Nikodem VC. Woman’s position                       oral misoprostol and i. m. syntometrine in
   during second stage of labour. Cochrane                       the management of the trird stage of labour.
   Database Syst Rev 2000.                                       Hum Reprod 2001; 16:31-5.

20. Carroli G, Belizan J. Episiotomy for vaginal              23. Walley RL, Wilson JB, Crane JM, et al. A
   birth. Cochrane Database Syst Rev 2000.                       double-blind placebo controlled randomised
                                                                 trial of misoprostol and oxytocin in the
21. Mc Donald S, Prendiville WJ, Elbourne D.                     manegement of the trird stage of labour. Br J
   Prophylatic syntometrine versus oxytocin for                  Obstet Gynaecol 2000; 107:1111-5.
   delivery of the placenta. Cochrane Database
   Syst Rev 2000.                                             24. Martins-Costa, et al. Assistência ao trabalho
                                                                 de parto. In: Freitas F, Costa SM, editors.
22. Ng PS, Chan AS, Sin WK, et al. A                             Rotinas em Obstetrícia. 4ª ed. Porto Alegre:
   multicentre randomized controlled trial of                    Artes Médicas; 2000.




Assistência ao Trabalho de Parto                                                                                7

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Assistência ao Trabalho de Parto: Principais Recomendações

  • 1. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina Assistência ao Trabalho de Parto Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia Elaboração Final: 27 de Junho de 2001 Autoria: Martins-Costa SH, Ramos JGL, Brietzke E O Projeto Diretrizes, iniciativa conjunta da Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina, tem por objetivo conciliar informações da área médica a fim de padronizar condutas que auxiliem o raciocínio e a tomada de decisão do médico. As informações contidas neste projeto devem ser submetidas à avaliação e à crítica do médico, responsável pela conduta a ser seguida, frente à realidade e ao estado clínico de cada paciente. 1
  • 2. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina DESCRIÇÃO DO MÉTODO DE COLETA DE EVIDÊNCIAS: Foram realizadas pesquisas no MEDLINE e COCHRANE LIBRARY, utilizando os seguintes termos: delivery, woman´s position, episiotomy, oxitocin, active management, enema, amniotomy, labour, analgesia, cardiotocography. Foi selecionada a melhor evidência disponível para responder a cada questão. GRAU DE RECOMENDAÇÃO E FORÇA DE EVIDÊNCIA: A: Grandes ensaios clínicos aleatorizados e meta-análises. B: Estudos clínicos e observacionais bem desenhados. C: Relatos e séries de casos clínicos. D: Publicações baseadas em consensos e opiniões de especialistas. OBJETIVOS: Examinar as principais condutas na assistência ao parto à luz das melhores evidências disponíveis. PROCEDIMENTOS: Duração do trabalho de parto, incidência de cesariana, lacerações de trajeto, uso de ocitocina, índice de Apgar. 2 Assistência ao Trabalho de Parto
  • 3. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina P RINCIPAIS R E C O M E N DA Ç Õ E S : AVALIAÇÃO INICIAL: 1. Determinar se a paciente está ou não em fase ativa de trabalho de parto (TP), usando os seguintes critérios: contrações uterinas regulares de 1 a 3 em 5 minutos; dilatação cervical >= a 3 cm com colo fino e apagado. O uso de critérios claros para o diagnóstico de fase ativa de TP reduz o uso de ocitocina (OR=0,45 com IC95% de 0,25 a 0,8) e analgesia (OR= 0,36 com IC95% de 0,16 a 0,78)1(A). ASSISTÊNCIA AO PRIMEIRO PERÍODO: 1. Controle de sinais vitais maternos: no momento da admissão e a cada 60 minutos2(D). 2. Realização de enema glicerinado: não deve ser realizado de rotina, pois não se mostrou capaz de reduzir infecção materna ou fetal e traz desconforto à paciente e aumenta o custo do procedimento3,4(A). 3. NPO: as pacientes devem ser mantidas em jejum durante este período, uma vez que sempre pode haver a necessidade de procedimentos que envolvam anestesia geral, com seu possível risco de aspiração do conteúdo gástrico2(D). 4. Punção venosa e infusão de líquidos: não deve ser rotineiramente empregada, uma vez que cerca de 80% das pacientes admitidas em TP terão tido parto dentro de 8 horas. É recomendado o uso de fluidos endovenosos somente naquelas que tiverem parto prolongado ou que necessitarem de uso de medicação endovenosa2(D). 5. Avaliação fetal: deve ser feita pela ausculta intermitente dos batimentos cardíacos fetais a cada 30 minutos com sonar Doppler ou estetoscópio de Pinard. A ausculta deve ser feita principalmente durante e logo após as contrações com o objetivo de detectar possíveis desacelerações. O uso rotineiro da cardio- tocografia em gestações de baixo risco está formalmente contra- indicado, devido ao alto índice de resultados falso-positivos5,6(A). 6. Analgesia: deve ser feita, quando necessário, sempre que a Assistência ao Trabalho de Parto 3
  • 4. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina paciente estiver em fase ativa de TP. Pode ser 1º toque feito 1 hora após a admissão: se feita das seguintes maneiras: dilatação não progrediu pelo menos 1cm: realizar bloqueio peridural com marcaína amniotomia. A amniotomia reduz a duração do TP administrada por cateter; em 1 a 2 horas, reduz a chance de Apgar abaixo de raque-analgesia com opióide (sufentanil 7 no 5º minuto (OR=0,34 com IC95% de 0,30 a 5-7,5 mg ou fentanil); 0,96) e também reduz a necessidade de ocitocina uso de meperidina endovenosa (50-100 (OR=0,79 com IC95% de 0,67 a 0,92)12(B); mg), de forma lenta e diluída, associada ou não 2º toque feito 1 hora após amniotomia: à metoclopramida, devendo-se evitar, apenas, o se não houver progressão de pelo menos 1 cm, seu uso próximo ao final do primeiro período iniciar com uso de ocitocina8-11(A). (dilatação maior que 6 cm), pelo risco de depressão respiratória no RN. 9. Uso de ocitocina: diluir 10 U em 1000 ml de soro glicosado; Ao ser realizado parto com analgesia, deve- utilizar em bomba de infusão ou com se atentar para a possibilidade de redução da equipo comum; dinâmica uterina, com necessidade de correção durante o uso, avaliar constantemente as da mesma e para o aumento da chance de parto contrações uterinas e a freqüência cardíaca fetal. instrumentado (OR= 1,77 com IC 95% de Se o padrão contrátil exceder 5 contrações em 10 (1,09 a 2,86)7(A). minutos, as contrações tiverem duração maior que 1 minuto ou houver desaceleração da 7. Partograma: utilizar para acompanha- freqüência cardíaca fetal: descontinuar o uso. mento de todas as pacientes em trabalho de parto. Registrar a curva de dilatação cervical Existem 14 esquemas de aumento de dose com “X” e a curva de descida da cabeça fetal de ocitocina testados e publicados na literatura, com “O”. Considerar com TP disfuncional a sem claras vantagens de um sobre os outros. falta de aumento da dilatação em 1 hora ou As doses utilizadas iniciam em 0,5 até 7 mU e progresso lento que afaste a curva de dilatação são aumentadas geométrica ou aritimetrica- para mais de 2 horas à direita da linha de alerta. mente em intervalos de 15 a 60 minutos13(D). Nestes casos, buscar a causa da disfunção (disfunção contrátil ou TP obstruído)8-11(A). 10. Parto normal com cesariana prévia: seguro nas pacientes com uma incisão 8. Manejo ativo do TP: consiste em uma série uterina segmentar prévia14-16(B); de medidas descritas abaixo, que demonstraram ser pode ser utilizada a ocitocina e a capazes de encurtar o tempo de trabalho de parto, analgesia14-16(B); reduzir o risco de trabalho de parto prolongado (RR acompanhar evolução do TP pelo 0,39 com IC95% de 0,22 a 0,71) e, possivelmente, partograma a fim de diagnosticar precocemente reduzir a taxa de cesarianas (14,1% no grupo de a desproporção céfalo-pélvica17(C); manejo tradicional x 10,5% no manejo ativo). As atentar para sinais de ruptura medidas que compõem o manejo ativo são: uterina14-16,18 (B): Toques vaginais a cada hora nas primei- dor na incisão; ras três horas, e a cada 2 horas no período sangramento vaginal; subseqüente; desacelerações da freqüência cardíaca fetal; 4 Assistência ao Trabalho de Parto
  • 5. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina parada ou redução das contrações. pêra de borracha. Verificar se há circular cervical de cordão. Se a circular for apertada, ASSISTÊNCIA AO SEGUNDO PERÍODO: clampear e cortar o cordão2(D). 1. Posicionar paciente: para a maioria das pacientes: Laborie- 8. Assistência ao desprendimento dos Duncan, com decúbito dorsal, mesa de parto ombros: se o mesmo não for espontâneo, verticalizada ao máximo e flexão e abdução dos tracionar ligeiramente a cabeça fetal membros superiores ou, se desejado, cócoras. inferiormente para liberar o ombro anterior e, Não há diferenças nos resultados perinatais, em seguida, superiormente para liberar o embora a posição de cócoras possa reduzir a dor posterior2(D). no terceiro período19(A). em pacientes com insuficiência cardíaca: 9. Profilaxia da hemorragia puerperal: decúbito lateral (posição de Simms)19(A). aplicar 10 U de ocitocina intramuscular após o desprendimento do ombro anterior (também 2. Anti-sepsia e colocação de campos pode ser utilizado esgometrina, combinações de esterelizados2(D). ocitocina e ergometrina e misoprostol)21,22(A). 3. Bloqueio pudendo e infiltração em leque ASSISTÊNCIA AO TERCEIRO PERÍODO: se necessária a realização de episiotomia2(D). 1. Manejo ativo: consiste no emprego de ocitócitos após o desprendimento dos ombros, 4. Realização de episiotomia: deve ser combinado com a tração controlada do cordão realizada seletivamente, somente nos casos em umbilical. Tal medida mostrou-se capaz de que exista indicação para seu uso (sofrimento reduzir em 40% a chance de hemorragia fetal, uso de fórcipe, fetos grandes, cardiopatia puerperal23(A). materna, período expulsivo prolongado, etc). Realizar preferencialmente a episiotomia 2. Revisão do trajeto: após a dequitação médio-lateral, que apresenta menor risco de deve-se verificar a presença de lacerações de extensão para reto e esfíncter anal20(A). trajeto, que podem ser fonte de sangramento significativo e episiorrafia2(D). 5. Auscultar BCF a cada 5 minutos durante o período expulsivo, imediatamente ASSISTÊNCIA AO QUARTO PERÍODO: antes, durante e após a contração uterina2(D). 1. Observar sinais vitais e sangramento. Se sangramento excessivo por hipotonia uterina, 6. Controle do desprendimento da realizar massagem uterina e infusão de 30 a 60 cabeça: realizar a manobra de Ritgen, com o U de ocitocina em 1000 ml de solução objetivo de evitar a deflexão súbita da glicosada a 40 gts/min24(D). Se o tratamento cabeça2(D). instituído não for eficaz, pesquisar a possibilidade de retenção de restos placentários 7. Aspiração da boca e nariz do feto com e lacerações de trajeto2(D). Assistência ao Trabalho de Parto 5
  • 6. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina R EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Lauzon L, Hodnett E. Caregivers’ use of strict 10. Prendiville WJ, Elbourne D, McDonald S. criteria for diagnosing active labour in term Active versus expectant management in the pregnancy. Cochrane Database Syst Rev 2000. third stage of labour . Cochrane Database Syst Rev 2000. 2. Friedman EA, editor. Labor: clinical evaluation and management. 2nd. New York: 11. Sadler LC, Davison T, McCowan LM. A Appleton; 1978. randomised controlled trial and meta-analysis of active management of labour. Br J Obstet 3. Cuervo LG, Rodrigues MN, Delgado MB. Gynaecol 2000; 107:909-15. Enemas during labour. Cochrane Database Syst Rev 2000. 12. Fraser WD, Turcot L, Krauss I. Amniotomy for shortening spontaneus labour. Cochrane 4. Romney ML, Gordon H. Is your enema Database Syst Rev 2000. really necessary? Br Med J (Clin Res Ed) 1981; 282:1269-71. 13. Owen J, Hauth JC. Oxytocin for the induction or augmentation of labor. Clin 5. Leveno KJ, Cunningham PG, Nelson S, et Obstet Gynecol 1992; 35:464-75. al. A prospective comparison of selective and unuversal eletronic fetal monitoring in 14. Flamm BL, Lim OW, Jones C, et al. 34995 pregnancies. N Engl J Med 1986; Vaginal birth after cesarean section: results of 315:615-9. multicenter study. Am J Obstet Gynecol 1988; 158:1079-84. 6. Pattison M, Mc Cowan L. Cardiotocography for antepartum fetal assessment. Cochrane 15. Phelan JP, Clark SL, Diaz F, et al. Vaginal Database Syst Rev 2000. birth after cesarean. Am J Obstet Gynecol 1987; 157:1510-5. 7. Howell CJ, Kidd C, Roberts W, et al. A randomised controlled trial of epidural 16. Pridjian G. Labor after prior cesarean section. compared with non-epidural analgesia in labour. Clin Obstet Gynecol 1992; 35:445-56. Br J Obstet Gynaecol 2001; 108:27-33. 17. O’Driscoll K, Foley M, MacDonald D. 8. Frigoletto FD Jr, Lieberman E, Lang JM, et Active management of labour as an al. A clinical trial of active management of alternative to cesarean section for dystocia. labor. N Engl J Med 1995; 333:745-50. Obstet Gynaecol 1984; 63:485-90. 9. Lopez-Zeno JA, Peaceman AM, Adashek JA, 18. Nielsen TF, Hagberg H. Rupture and et al. A controlled trial of program for active dehiscence of cesarean section scar during management of labor. N Engl J Med 1992; pregnancy and delivery. Am J Obstet Gynecol 326:450-4. 1989; 160:569-73. 6 Assistência ao Trabalho de Parto
  • 7. Projeto Diretrizes Associação Médica Brasileira e Conselho Federal de Medicina 19. Gupta JK, Nikodem VC. Woman’s position oral misoprostol and i. m. syntometrine in during second stage of labour. Cochrane the management of the trird stage of labour. Database Syst Rev 2000. Hum Reprod 2001; 16:31-5. 20. Carroli G, Belizan J. Episiotomy for vaginal 23. Walley RL, Wilson JB, Crane JM, et al. A birth. Cochrane Database Syst Rev 2000. double-blind placebo controlled randomised trial of misoprostol and oxytocin in the 21. Mc Donald S, Prendiville WJ, Elbourne D. manegement of the trird stage of labour. Br J Prophylatic syntometrine versus oxytocin for Obstet Gynaecol 2000; 107:1111-5. delivery of the placenta. Cochrane Database Syst Rev 2000. 24. Martins-Costa, et al. Assistência ao trabalho de parto. In: Freitas F, Costa SM, editors. 22. Ng PS, Chan AS, Sin WK, et al. A Rotinas em Obstetrícia. 4ª ed. Porto Alegre: multicentre randomized controlled trial of Artes Médicas; 2000. Assistência ao Trabalho de Parto 7