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País: Portugal 
Period.: Diária 
Âmbito: Regional 
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Área: 25,26 x 30,34 cm² 
ID: 56254458 21-10-2014 Corte: 1 de 4 
Balanço Faz hoje um ano que Manuel Machado tomou posse como presidente da Câmara de Coimbra. 
O autarca critica ferozmente os ataques do Estado Central à soberania do Poder Local e diz que só agora, 
um ano depois, pode delegar mais competências porque encontrou uma câmara muito desorganizada 
João Luís Campos 
Diário de Coimbra Um ano depois, 
Coimbra está melhor? Em que as-pectos? 
Manuel Machado Coimbra está me-lhor. 
Um ano depois, graças ao traba-lho 
da Câmara e de outras entidades, 
Coimbra acredita mais em si própria. 
Há aspectos da vida quotidiana que 
procurámos resolver, houve um cami-nho 
que se fez levando Coimbra a 
acreditar nos seus valores. Eu assumi 
um projecto de valorizar Coimbra, 
com as características que tem, com a 
sua identidade, com as pessoas que 
aqui vivem, aproveitando o potencial 
de cada um. 
Por exemplo? 
A presença nos sítios onde é preciso 
intervir, seja nos grandes ou micro 
problemas ou apenas para compor as 
pedras da calçada na antiga rua da 
Cruz. Seja nestes detalhes ou nas inter-venções 
estratégicas como foi a cria-ção 
de equipas especializadas no 
apoio aos investidores e atracção de 
empresas. Temos vindo a procurar re-direccionar 
quer dinheiro público 
quer as energias que a Câmara tem de 
despender para o desenvolvimento e 
valorização da cidade. Queremos con-tinuar 
o legado que nos foi transmi-tido, 
aperfeiçoando-o e motivando as 
pessoas a partilhar e melhorar a cidade 
com o orgulho de ser conimbricense. A 
circulação automóvel melhorou al-guma 
coisa, a imagem externa é mais 
evidente e o número de turistas mostra 
que há um crescimento significativo. 
Há mais pessoas a participar nos even-tos 
culturais, como a passagem de 
anos. Os indicadores de segurança 
também são positivos. 
A reorganização dos serviços que 
promoveu ajudaram a tornar a au-tarquia 
mais eficaz? É uma queixa 
recorrente, dos munícipes, o tempo 
de espera de resposta da Câmara. 
A máquina vai sendo tornada mais efi-caz 
ao longo do tempo. A Câmara de 
Coimbra tem pessoas de excelente 
qualidade profissional e humana e 
num sítio ou outro há questões para 
resolver, mas não vamos confundir a 
árvore com a floresta. A Câmara Mu-nicipal 
tem uma liderança. É uma câ-mara 
e não várias câmaras, não há a 
câmara lenta e a acelerada. Os serviços 
municipais estão hoje melhores apesar 
das restrições criadas. Existe a nível do 
poder central um ataque feroz à auto-nomia 
municipal. Estamos dependen-tes 
de uma lei centralista, que entrou 
em vigor em Setembro de 2013 e que é 
uma intrusão na autonomia do poder 
local ao limitar de modo absurdo a ca-pacidade 
de agilização dos serviços, de 
preparação da máquina municipal 
para responder às necessidades dos ci-dadãos. 
Foram leis mal preparadas, 
aprovadas à pressa e com aspectos in-competentes. 
Geram conflitos de com-petências, 
sobreposição de funções e 
têm encarecido a administração pú-blica 
municipal. Mesmo assim, conse-guimos 
aperfeiçoar o que havia e se 
esta questão for resolvida vamos con-tinuar 
mas sem despedimentos. Aliás, 
sou dos que defende o aumento dos 
postos de trabalho tal como o pedimos 
à empresas. Mas não para meter apa-niguados 
mas sim pessoas competen-tes 
para fazer o que é preciso fazer. 
Fala em câmara única, há quem diga 
que centraliza muito as decisões e 
delega pouco, atrasando as deci-sões… 
As coisas não têm demorado mais 
tempo. A minha forma de trabalho é 
esta. Desde sempre as pessoas sabem 
como venho e o que venho fazer. É 
para trabalhar. Com motivação de 
prosseguir um fim público pela comu-nidade 
que represento. Encontrei uma 
máquina administrativa com desor-ganização, 
poderes difusos, poderes 
desresponsabilizantes. Não sou cen-tralista, 
mas entendo que todos os têm 
funções atribuídas têm de ter condi-ções 
para as exercerem em pleno. 
Quando tomei posse usei uma palavra 
nova quando disse que o vereador ve-reia 
e director dirige, para haver uma 
definição clara do grau de coordena-ção 
política e uma direcção técnica 
que é diferente. Para evitar casos como 
os Jardins do Mondego. 
Pode explicar melhor o que pre-tende 
dizer com a desorganização? 
Constatei que havia um conjunto de 
poderes difusos, descoordenados, em 
competição negativa entre si, funções 
repetidas. E meter isto no caminho 
leva tempo porque as pessoas afei-çoam- 
se a isso e gera desresponsabi-lização 
dos serviços em prejuízo dos 
serviços. Neste momento estamos a 
analisar as grandes opções e o orça-mento 
para 2015, dependentes da pro-posta 
de Orçamento de Estado que é 
altamente inibidora. Depois dessa 
questão estabilizada haverá uma ac-tualização 
da delegação de competên-cias. 
Não sou centralista mas só posso 
delegar aquilo que tenho consciência 
que se pode fazer. O objectivo é cum-prir 
um serviço público e não um 
outro qualquer. 
E o que pretende com essa actuali-zação? 
Pretendo ter mais tempo para desem-penhar 
as missões de que estou encar-regado. 
Vai delegar mais? 
Sim. Um ano depois é tempo de o fazer, 
mas como lhe digo a Câmara estava 
com um funcionamento polinucleado 
com responsabilidades múltiplas. 
Como por exemplo? 
Um ano depois estamos ainda para li-quidar 
a Empresa Municipal de Turismo, 
com dúvidas, dívidas, in ves tigações e es-tudos. 
Eu não sou de meter certas coi-sas 
na Praça Pública a não ser que 
insistam muito comigo. Tenho de con-centrar 
energias noutras coisas e não 
para lavar roupa suja. Exerço esta fun-ção 
num sentido agregador e por isso 
não compreendo, por exemplo, que 
quem foi responsável pelas contas da 
Empresa de Turismo se tenha abstido 
na votação das mesmas. 
É verdade que desapareceram al-gumas 
actas? 
Não sei se desapareceram, mas ainda 
não apareceram todas. Estarão arqui-vadas 
num sítio onde não faço ideia. | 
Manuel Machado promete 
delegar mais competências 
Foram leis mal preparadas, 
aprovadas à pressa e com 
aspectos incompetentes. 
Que têm encarecido 
a administração pública 
municipal 
Não sou centralista mas só 
posso delegar aquilo que 
tenho consciência que se 
pode fazer. 
O objectivo é cumprir 
um serviço público 
Manuel Machado diz 
que, um ano depois, 
“Coimbra acredita 
mais em si”
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Âmbito: Regional 
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Sociedade de Reabilitação 
e o Coimbra iParque “têm 
Diário de Coimbra Um dos-sier 
pouco falado neste ano 
foi o da Sociedade de Reabi-litação 
Urbana (SRU) … 
Manuel Machado situação da 
SRU é uma desgraça. Trata-se 
de uma empresa criada pelo 
Estado Central, que é o maior 
accionista (com 51%), onde 
está também a Câmara (49%). 
Agora não tem dinheiro para 
pagar salários, o Governo não 
quer lá injectar dinheiro pelo 
que a empresa está bloqueada 
e só fez estudos e no terreno 
nada, só património a cair. É 
preciso mesmo passar da fase 
do papel. 
De quem é a culpa por esta 
“desgraça”? 
Do Estado Central, à partida, e 
também por não ter havido uma 
acção mais determinada do Mu-nicípio 
a exigir que os accionistas 
cumprissem o seu dever. 
Admite ficar com a parte de 
capital do Estado? 
A missão atribuída à SRU é im-portante 
e o Governo é que, 
como accionista maioritário, 
terá de decidir. Não caio nessa 
armadilha que os centralistas 
fazem. Dizem que estão com 
umas “dificuldadezitas” e a Câ-mara 
toma conta. Isso é um 
logro. O Estado é o responsável 
directo e por isso temos a Baixa 
neste estado de degradação 
por incúria do Governo que 
não quis atender às necessida-des 
apontadas pelos estudos 
que a SRU encomendou. 
Qual é o ponto de situação 
do processo? 
Não tenho postura radical e 
pedi que o accionista maioritá-rio 
dissesse o que entendia e 
responderam “assim assim”. 
De forma leal eu disse que a 
SRU tem no seu objecto social 
uma missão importante e que, 
se não querem prosseguir, en-tregam 
e a Câmara toma conta 
dos 100%, com o activo e o 
passivo. Como foram incom-petentes 
entregam tudo. Na úl-tima 
versão em cima da 
mesma aceitam entregar a 
SRU mas pagando a Câmara a 
parte que eles não praticaram. 
Isso é um mau negócio e não 
estamos de acordo. O que o 
Estado não fez não pode ser a 
Câmara a pagar. Queremos 
tomar conta e alargar-lhe o 
âmbito só que entretanto 
existe um fundo que foi criado 
mas é preciso conhecê-lo me-lhor. 
Não quero levantar ques-tões 
mas ainda não percebi 
esse fundo fechado, tenho que 
o estudar melhor. 
São muitas entidades em 
que a Câmara participa? 
Há participações sociais que 
têm de ser equacionadas. 
Umas são justificadas e razoá-veis 
mas outras nem por isso. 
São muitas e espero ter essa 
lista na conta de gerência. É um 
“emporio” muito amplo e há 
participações em que devemos 
dizer aos nossos compartes 
que termina a viagem. 
Como por exemplo? 
Por respeito para com os com-partes 
prefiro não dizer. Mas há 
situações que já não se justifi-cam. 
Dou-lhe um exemplo 
centrado em mim noutro 
tempo. A Câmara interveio na 
Lusitânia Gás como accionista, 
teve perto de 30% e hoje deve 
ter 0,0003 % que não fazem 
sentido. Vende-se e termina 
viagem. 
Gestã0 do Choupal ? “Migalhas não” 
Diário de Coimbra A mobili-dade 
é um tema importante 
numa cidade com esta di-mensão 
e na qual tem ac-tuado, 
mas sem Metro 
Mondego é difícil desatar 
este nó. 
Manuel Machado É mais um. 
O Metro também tem de sair 
do papel. Já passou tempo su-ficiente. 
Está tudo no papel, 
confio que esteja tudo certo, 
mas o metro foi concebido 
para transportar pessoas. 
Como havia a possibilidade de 
conflitualidade negativa entre 
o Metro e os SMTUC assumi a 
disponibilidade de fusão na 
mesma empresa e incluir os 
autocarros, os tróleis e espero 
o eléctrico na Sociedade Metro 
Mondego. Não podemos é atu-rar 
mais os esventramentos no 
centro da cidade e agora anda-rem 
entretidos se é mais assim 
ou assado. 
A um ano das eleições não 
acha que este processo vai 
continuar na gaveta? 
Espero que não até porque 
parto do princípio que as pes-soas 
que estavam sentadas à 
volta da mesa são honradas e 
por isso o metro será realizado. 
Mas tem de ser imediato, não 
se pode aturar mais esta des-graça 
do esventramento da 
Baixa. Não é só a degradação 
humana é também a ocupação 
dos espaços por marginais. Isto 
é inaceitável e está a prejudicar 
gravemente a cidade e o Patri-mónio 
Mundial. O nosso hos-pital 
tem uma excelente 
capacidade técnica mas depois 
o estacionamento na zona en-volvente 
é uma desgraça. Não 
pode continuar. 
E até lá que fará nesta área? 
Vamos por exemplo avançar 
com a ciclovia. Considerando o 
projecto intermunicipal [que 
liga Coimbra à Figueira da Foz] 
que pega nos limites do conce-lho 
e vamos levá-lo até à Lapa, 
passando pela Ponte Açude e 
pelo Choupal. 
E a Estação Velha? 
O que a Refer se comprometeu 
a fazer não é a intervenção 
ideal mas faça-se. A parte da ju-risdição 
da Câmara está em 
curso e por isso vão ter dificul-dade 
em não fazer. Estamos a 
meter à porta o interface rodo-ferroviário 
e vai ser posto a 
funcionar. A mobilidade não se 
resolve com corredores BUS 
com 30 metros, passa pela ra-cionalidade 
e não a copiar pela 
internet soluções de outros sí-tios 
do mundo. Não criemos 
soluções de ficção. A racionali-dade 
dos transportes passa por 
passeios com condições para 
as pessoas, pela ciclovia, pela 
articulação dos diversos dispo-sitivos 
de transportes, pela 
construção da ligação especial 
pelo Botânico para a Alta, 
passa por usar bens do patri-mónio 
cultural reutilizando os 
eléctricos e passa ainda por re-pensar- 
se a ecovia, que foi ex-tinta 
com prejuízo grave 
porque os parques periféricos 
construídos não foram utiliza-dos 
e as excelentes viaturas 
compradas foram para vários 
destinos, espero que todos le-gítimos 
e bem encaminhados, 
mas não as vejo na frota. 
Tem dúvidas? 
Claro que tenho. Não sou in-vestigador, 
tenho pouco tempo 
mas tenho dúvidas porque sei 
quantas viaturas novas foram 
compradas e hoje olho para a 
frota. 
Que mais medidas tem pen-sadas 
na mobilidade? 
Na auto-industrial, no Arnado, 
naturalmente fica ali bem uma 
rotunda e vamos fazê-la. É 
uma solução interessante. O 
interface junto ao apeadeiro 
velho está em curso, o parque 
de estacionamento no Chou-pal 
foi iniciado na minha outra 
encarnação, não se conseguiu 
acabar, e vamos intervir nisso, 
tal como na ligação da rua do 
Padrão à rua Padre Estevão 
Cabral, Não são obras espan-panantes 
mas são funcionais. 
A ligação da avenida central 
permite depois pensar no que 
fazer à rua da Sofia. Há ainda 
a ligação da rua de Aveiro à 
rua Dias Ferreira passando 
pela Cerca de S. Bernardo. É 
preciso também intervir na 
Cruz de Celas. E ainda na pas-sagem 
inferior à Ponte rainha 
Santa Isabel que implica tra-balho 
na margem Esquerda, 
Há muitas intervenções que 
não sendo de milhões são prá-ticas. 
| 
Diário de Coimbra Quando 
um político – quer no Poder 
Central quer no Local – ini-cia 
funções há uma tendên-cia 
para parar processos em 
curso e refazê-los apenas 
para mais tarde os chamar 
seus. 
Manuel Machado Antes que 
continue deixe-me dizer que 
eu já estive em várias posições 
e do mesmo modo que me 
senti desconfortável quando 
cessei funções e procuraram 
reescrever a história, mante-nho 
agora o mesmo entendi-mento. 
Não concordo e acho 
impróprio. A construção da ci-dade 
é um trabalho de suces-sivas 
gerações, aperfeiçoando 
e acrescentando ao trabalho 
dos que me antecederam. 
Há dois casos que estavam 
quase concluídos que pare-cem 
agora travados. Um 
deles é o desassoreamento. 
Não houve da minha parte 
nenhuma ordem de interrup-ção 
de processos em curso. É 
uma obra da responsabilidade 
do Governo, neste caso da 
“Não se pode aturar 
mais esta desgraça 
do esventramento 
da Baixa de Coimbra” 
Autarca não poupa críticas ao Poder Central que condiciona a actividade autárquica 
Presidente não quer o Estado Central a fugir às responsabilidades
Tiragem: 9311 
País: Portugal 
Period.: Diária 
Âmbito: Regional 
Pág: 7 
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Área: 26,20 x 31,17 cm² 
ID: 56254458 21-10-2014 Corte: 3 de 4 
Urbana 
de sair do papel” 
Diário de Coimbra Foi um 
ano com alguns problemas, 
uns mais mediáticos que ou-tros. 
Está convicto que 
tomou a decisão certa no 
processo do Centro de Con-gressos 
no Convento de S. 
Francisco? 
Manuel Machado Tomei a de-cisão 
correcta. Era a única exe-quível. 
A empreitada do Centro 
de Congressos para o Con-vento 
de S. Francisco é de 
grande importância, uma mais 
valia de grande importância 
para Coimbra, mas por vicissi-tudes 
várias no dia seguinte à 
minha tomada de posse a em-presa 
decidiu meter uma acção 
e interromper os trabalhos. 
Tentámos durante três meses 
resolver, até porque há um fi-nanciamento 
do POVT que 
tem de ser cumprido. No fim 
desse tempo e face à situação 
ilegal em que a empresa se co-locou 
e observando que na 
parte nova havia questões gra-ves 
do ponto de vista técnico, a 
mais conhecida é a da água, 
que não foram devidamente 
resolvidas, e sem que a em-presa 
respondesse, não havia 
outro caminho se não tomar 
posse administrativa e abrir 
um processo novo. 
E quando conta abrir o Cen-tro 
de Congressos? 
Tem de ser até final do pró-ximo 
ano. Vai haver dificulda-des, 
cabelos brancos para 
várias pessoas, presidente e 
outros. A história será depois 
explicada. Agora o meu inte-resse 
é concluir a obra, racio-nalizando 
custos e introdu zindo 
as alterações necessárias. Sem 
marginalidades ou outras mo-tivações 
que não sejam fazer 
do Convento um espaço de 
congressos, convenções e de 
promoção das artes. 
É a sua grande preocupação 
para 2015. 
É preocupante pelos proble-mas 
intrínsecos. Financeiros, 
arquitectónicos, do ponto de 
vista dos compromissos com 
entidades externas. Temos de 
ter aquela estrutura a servir a 
cidade, tal como o Metro. A 
programação do Convento 
tem de começar a ser traba-lhada 
um ano e meio antes... 
Quem vai gerir o espaço? 
A Câmara Municipal, com uma 
equipa de missão. Arrancará 
assim e depois logo veremos 
se concessionamos algumas 
partes. Mas no arranque será a 
Câmara Municipal. Mas antes 
disso vamos reinaugurar a 
Torre de Anto, daqui a dias. 
Outra situação negativa 
prendeu-se com os casos de 
corrupção e desvio de di-nheiro 
nos SMTUC que me-receram 
dois despachos de 
acusação por parte do Minis-tério 
Público. 
Esses incidentes não ocorre-ram 
no meu mandato mas ob-viamente 
que não sou desa tento 
a esse tipo de comportamentos. 
São situações inaceitáveis e foi 
reforçado o controlo. Os 
SMTUC são uma entidade mu-nicipal 
que tem uma função 
social relevante, assegura a 
mobilidade das pessoas, me-lhora 
a qualidade de vida das 
pessoas. Quem ali trabalhar 
tem de perceber que quem 
prevaricar é punido.| 
Diário de Coimbra Como 
têm sido as relações com os 
restantes autarcas? A divi-são 
na Assembleia Distrital 
foi apenas uma excepção ? 
Manuel Machado Na res-posta 
tenho de ter presente que 
sou presidente da ANMP. 
Já agora, essa sua função 
não lhe tira muito tempo en-quanto 
presidente de Câ-mara? 
Obriga-me a mais trabalho. As-sumi 
essa missão por ser pre-sidente 
da Câmara de Coimbra. 
Às vezes ouço observações 
que faço falta. Compreendo 
mas estou consciente que dis-pendo 
mais energia e trabalho, 
mas sou novo para o fazer e 
faço-o. E tenho-o feito com 
uma dedicação total.Coimbra 
tem beneficiado com isso e os 
meus pares também por eu ser 
presidente da Câmara de 
Coimbra. 
Fechado o parêntesis, re-gressemos 
à Assembleia 
Distrital. 
Trata-se de uma entidade que 
está em extinção e o seu patri-mónio 
foi sendo espartilhado 
ao longo do tempo, entregue a 
várias autarquias. O princípio 
que defendi e que mantenho é 
que os bens patrimoniais, ma-teriais 
e imateriais, devem re-verter 
para os municípios onde 
estão sedeados e avancei com 
a disponibilidade de assumir 
encargos e responsabilidades 
assumidas. É que a assembleia 
é a detentora do alvará do Ins-tituto 
Miguel Torga mas nem 
todos perceberam a importân-cia 
disso e preferiram outro ca-minho 
que lamentavelmente 
não deu em nada e corre-se 
um sério risco. 
De quê? 
A lei determina que se não for 
decidido num prazo o Estado 
toma conta de tudo. Mas uma 
parte significativa dos meus 
pares entendeu o contrário e 
respeito. 
Foi mesmo uma excepção? 
Sim. Tenho um óptimo relacio-namento 
com os presidentes 
de Câmara das cidades da re-gião, 
bem como todos os ou-tros. 
Falamos sobre acções 
estratégicas e tem-se conse-guido 
dinamizar interesses e 
motivações comuns. 
Já que falamos de empresas 
participadas neste caso fale-mos 
de uma em que a Câ-mara 
é maioritária. O 
Coimbra iParque. 
Essa é uma questão muito 
mais complexa. O objectivo do 
Iparque é importante. Tem 
condições para acolher indús-trias 
inovadoras, que poten-ciam 
a capacidade científica e 
realizadora dos nossos for-mandos 
nas Universidades, 
Politécnicos e sociedade em 
geral. A ideia é boa. É uma so-ciedade 
em que pelo tempo 
que levou o capital social fosse 
sucessivamente reajustado às 
necessidades e até aí tudo bem. 
Mas entrou em vigor uma 
nova lei que determina um 
bloqueio às empresas munici-pais. 
Há problemas em tribu-nal, 
tem uma utilização muito 
escassa, há entidades que não 
pagam renda. Há aspectos a 
aperfeiçoar. Neste caso o iPar-que 
tem de sair do papel e do 
pinhal. Admito com grande se-riedade 
a hipótese de interna-lização 
[passagem para dentro 
serviços da Câmara] do IPar-que. 
Parece-me que vai ser a 
única solução. 
Outra participada, noutro 
âmbito, é a Associação 
RUAS, criada no âmbito da 
candidatura a Património da 
Humanidade. Quando pas-sou 
um ano da classificação 
foi dito pela directora regio-nal 
da Cultura que a articula-ção 
entre as três entidades 
não era a melhor. 
Ponto preliminar. É uma asso-ciação, 
com a Câmara, a Uni-versidade 
e o Governo, criada 
para responder às regras da 
classificação. É uma entidade 
de contacto, uma associação 
agregadora entre a Câmara, a 
Universidade e a área da Cul-tura. 
É um ponto de conver-gência 
de propostas que 
depois disseminam para casa 
uma das entidades participan-tes. 
Tem uma função impor-tante 
e temos vindo a 
par ticipar activamente nos 
seus órgãos sociais. A classifi-cação 
é uma vantagem impor-tante 
mas é uma vantagem 
que não tem efeitos imediatos. 
Há coisas importantes, como a 
acção no antigo Colégio da 
Trindade ou nos Colégios da 
Sofia que são fruto desta par-ceria. 
Um ano depois falava-se que 
nem placas havia a assinalar 
a zona. 
Estão encomendadas. A classi-ficação 
de património mundial 
mostra que aquele bem é pa-trimónio 
de todos, de Coimbra, 
Portugal e do mundo. Passa a 
ser mais generalizado em ter-mos 
de proprietário. A Câmara 
é uma das partes. A questão da 
sinalética é uma questão de di-nheiro 
e não havendo outra 
solução a Câmara Municipal 
desencadeou o processo para 
meter a sinalização na auto-es-trada 
e nas estradas das ime-diações. 
Alguns já estão postos 
outros estão em produção. | 
“Não havia outro 
caminho se não tomar 
posse administrativa 
da obra do Convento” 
A relação 
com os 
autarcas 
Machado assume que convento será grande preocupação em 2015 
Agência Portuguesa do Am-biente 
(APA), e não posso dei-xar 
de ficar surpreendido 
quando a APA diz que precisa 
de mais estudos e mais hono-rário. 
Terá havido um proto-colo 
em que a Câmara as sumiu 
responsabilidades além das 
suas atribuições próprias. O 
dossier tem de ser analisado e 
tem de ser o Governo a pagar. 
E é uma intervenção impor-tante 
e urgente, mas há imen-sos 
protocolos e muitos de 
eficácia duvidosa. Por exem-plo, 
celebraram um com a CP 
sobre as travessias, A CP/ 
Refer expropria terrenos e 
constrói as passagens desni-veladas 
e manda as facturas 
para a câmara. Em Souselas, o 
núcleo urbano foi destruído. 
Um esbanjamento de dinheiro 
público e as pessoas não 
sabem que aquilo é facturado 
à Câmara de Coimbra. Não 
podem continuar a fazer isso. 
A construção de travessias é 
uma responsabilidade do Es-tado 
Central. Foi um proto-colo 
para fazer “very-lights” 
antes das eleições. 
E no Choupal, estava tudo 
acordado para se ficar pelo 
menos com a gestão da 
parte desportiva… 
O Choupal é património na-cional 
e o Estado tem a obri-gação 
de o proteger, preservar 
Há participações 
sociais que têm de 
ser equacionadas. 
Umas são justifica-das 
e razoáveis mas 
outras nem por isso 
e melhorar. Mas as infraestru-turas 
estão totalmente aban-donadas. 
A mata tem 16 a 19 
sub-contratos com entidades 
que lá operam. O secretário de 
Estado do Desporto terá uma 
jurisdição numa parte. O Go-verno 
que resolva a questão 
dos 16 ou 19 utilizadores, que 
organize a casa e depois disso 
falamos com quem o governo 
entenda e nós tomamos conta 
e gerimos. Migalhas não. O 
que conheço da vida pública e 
autárquica diz-me que quan - 
do se alinha nisso das migalhi-tas 
em geral o erário pú bli co 
municipal é defraudado e al-guém 
fica liberto das obriga-ções 
que tem. | 
FOTOS: FIGUEIREDO
Tiragem: 9311 
País: Portugal 
Period.: Diária 
Âmbito: Regional 
Pág: 1 
Cores: Cor 
Área: 19,66 x 10,12 cm² 
ID: 56254458 21-10-2014 Corte: 4 de 4 
FIGUEIREDO 
lMetro,l 
lrecuperaçãol 
lda Baixa el 
lCoimbra iParquel 
l“têm de sairl 
ldo papel” 
Em entrevista, Manuel Machado faz um balanço deste primeiro ano de mandato na autarquia. Diz que encontrou 
uma Câmara desorganizada pelo que só agora pode delegar mais competências, o que vai fazer Página 5 a 7

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Grande Entrevista do Presidente da Câmara Municipal de Coimbra

  • 1. Tiragem: 9311 País: Portugal Period.: Diária Âmbito: Regional Pág: 5 Cores: Cor Área: 25,26 x 30,34 cm² ID: 56254458 21-10-2014 Corte: 1 de 4 Balanço Faz hoje um ano que Manuel Machado tomou posse como presidente da Câmara de Coimbra. O autarca critica ferozmente os ataques do Estado Central à soberania do Poder Local e diz que só agora, um ano depois, pode delegar mais competências porque encontrou uma câmara muito desorganizada João Luís Campos Diário de Coimbra Um ano depois, Coimbra está melhor? Em que as-pectos? Manuel Machado Coimbra está me-lhor. Um ano depois, graças ao traba-lho da Câmara e de outras entidades, Coimbra acredita mais em si própria. Há aspectos da vida quotidiana que procurámos resolver, houve um cami-nho que se fez levando Coimbra a acreditar nos seus valores. Eu assumi um projecto de valorizar Coimbra, com as características que tem, com a sua identidade, com as pessoas que aqui vivem, aproveitando o potencial de cada um. Por exemplo? A presença nos sítios onde é preciso intervir, seja nos grandes ou micro problemas ou apenas para compor as pedras da calçada na antiga rua da Cruz. Seja nestes detalhes ou nas inter-venções estratégicas como foi a cria-ção de equipas especializadas no apoio aos investidores e atracção de empresas. Temos vindo a procurar re-direccionar quer dinheiro público quer as energias que a Câmara tem de despender para o desenvolvimento e valorização da cidade. Queremos con-tinuar o legado que nos foi transmi-tido, aperfeiçoando-o e motivando as pessoas a partilhar e melhorar a cidade com o orgulho de ser conimbricense. A circulação automóvel melhorou al-guma coisa, a imagem externa é mais evidente e o número de turistas mostra que há um crescimento significativo. Há mais pessoas a participar nos even-tos culturais, como a passagem de anos. Os indicadores de segurança também são positivos. A reorganização dos serviços que promoveu ajudaram a tornar a au-tarquia mais eficaz? É uma queixa recorrente, dos munícipes, o tempo de espera de resposta da Câmara. A máquina vai sendo tornada mais efi-caz ao longo do tempo. A Câmara de Coimbra tem pessoas de excelente qualidade profissional e humana e num sítio ou outro há questões para resolver, mas não vamos confundir a árvore com a floresta. A Câmara Mu-nicipal tem uma liderança. É uma câ-mara e não várias câmaras, não há a câmara lenta e a acelerada. Os serviços municipais estão hoje melhores apesar das restrições criadas. Existe a nível do poder central um ataque feroz à auto-nomia municipal. Estamos dependen-tes de uma lei centralista, que entrou em vigor em Setembro de 2013 e que é uma intrusão na autonomia do poder local ao limitar de modo absurdo a ca-pacidade de agilização dos serviços, de preparação da máquina municipal para responder às necessidades dos ci-dadãos. Foram leis mal preparadas, aprovadas à pressa e com aspectos in-competentes. Geram conflitos de com-petências, sobreposição de funções e têm encarecido a administração pú-blica municipal. Mesmo assim, conse-guimos aperfeiçoar o que havia e se esta questão for resolvida vamos con-tinuar mas sem despedimentos. Aliás, sou dos que defende o aumento dos postos de trabalho tal como o pedimos à empresas. Mas não para meter apa-niguados mas sim pessoas competen-tes para fazer o que é preciso fazer. Fala em câmara única, há quem diga que centraliza muito as decisões e delega pouco, atrasando as deci-sões… As coisas não têm demorado mais tempo. A minha forma de trabalho é esta. Desde sempre as pessoas sabem como venho e o que venho fazer. É para trabalhar. Com motivação de prosseguir um fim público pela comu-nidade que represento. Encontrei uma máquina administrativa com desor-ganização, poderes difusos, poderes desresponsabilizantes. Não sou cen-tralista, mas entendo que todos os têm funções atribuídas têm de ter condi-ções para as exercerem em pleno. Quando tomei posse usei uma palavra nova quando disse que o vereador ve-reia e director dirige, para haver uma definição clara do grau de coordena-ção política e uma direcção técnica que é diferente. Para evitar casos como os Jardins do Mondego. Pode explicar melhor o que pre-tende dizer com a desorganização? Constatei que havia um conjunto de poderes difusos, descoordenados, em competição negativa entre si, funções repetidas. E meter isto no caminho leva tempo porque as pessoas afei-çoam- se a isso e gera desresponsabi-lização dos serviços em prejuízo dos serviços. Neste momento estamos a analisar as grandes opções e o orça-mento para 2015, dependentes da pro-posta de Orçamento de Estado que é altamente inibidora. Depois dessa questão estabilizada haverá uma ac-tualização da delegação de competên-cias. Não sou centralista mas só posso delegar aquilo que tenho consciência que se pode fazer. O objectivo é cum-prir um serviço público e não um outro qualquer. E o que pretende com essa actuali-zação? Pretendo ter mais tempo para desem-penhar as missões de que estou encar-regado. Vai delegar mais? Sim. Um ano depois é tempo de o fazer, mas como lhe digo a Câmara estava com um funcionamento polinucleado com responsabilidades múltiplas. Como por exemplo? Um ano depois estamos ainda para li-quidar a Empresa Municipal de Turismo, com dúvidas, dívidas, in ves tigações e es-tudos. Eu não sou de meter certas coi-sas na Praça Pública a não ser que insistam muito comigo. Tenho de con-centrar energias noutras coisas e não para lavar roupa suja. Exerço esta fun-ção num sentido agregador e por isso não compreendo, por exemplo, que quem foi responsável pelas contas da Empresa de Turismo se tenha abstido na votação das mesmas. É verdade que desapareceram al-gumas actas? Não sei se desapareceram, mas ainda não apareceram todas. Estarão arqui-vadas num sítio onde não faço ideia. | Manuel Machado promete delegar mais competências Foram leis mal preparadas, aprovadas à pressa e com aspectos incompetentes. Que têm encarecido a administração pública municipal Não sou centralista mas só posso delegar aquilo que tenho consciência que se pode fazer. O objectivo é cumprir um serviço público Manuel Machado diz que, um ano depois, “Coimbra acredita mais em si”
  • 2. Tiragem: 9311 País: Portugal Period.: Diária Âmbito: Regional Pág: 6 Cores: Cor Área: 25,39 x 30,80 cm² ID: 56254458 21-10-2014 Corte: 2 de 4 Sociedade de Reabilitação e o Coimbra iParque “têm Diário de Coimbra Um dos-sier pouco falado neste ano foi o da Sociedade de Reabi-litação Urbana (SRU) … Manuel Machado situação da SRU é uma desgraça. Trata-se de uma empresa criada pelo Estado Central, que é o maior accionista (com 51%), onde está também a Câmara (49%). Agora não tem dinheiro para pagar salários, o Governo não quer lá injectar dinheiro pelo que a empresa está bloqueada e só fez estudos e no terreno nada, só património a cair. É preciso mesmo passar da fase do papel. De quem é a culpa por esta “desgraça”? Do Estado Central, à partida, e também por não ter havido uma acção mais determinada do Mu-nicípio a exigir que os accionistas cumprissem o seu dever. Admite ficar com a parte de capital do Estado? A missão atribuída à SRU é im-portante e o Governo é que, como accionista maioritário, terá de decidir. Não caio nessa armadilha que os centralistas fazem. Dizem que estão com umas “dificuldadezitas” e a Câ-mara toma conta. Isso é um logro. O Estado é o responsável directo e por isso temos a Baixa neste estado de degradação por incúria do Governo que não quis atender às necessida-des apontadas pelos estudos que a SRU encomendou. Qual é o ponto de situação do processo? Não tenho postura radical e pedi que o accionista maioritá-rio dissesse o que entendia e responderam “assim assim”. De forma leal eu disse que a SRU tem no seu objecto social uma missão importante e que, se não querem prosseguir, en-tregam e a Câmara toma conta dos 100%, com o activo e o passivo. Como foram incom-petentes entregam tudo. Na úl-tima versão em cima da mesma aceitam entregar a SRU mas pagando a Câmara a parte que eles não praticaram. Isso é um mau negócio e não estamos de acordo. O que o Estado não fez não pode ser a Câmara a pagar. Queremos tomar conta e alargar-lhe o âmbito só que entretanto existe um fundo que foi criado mas é preciso conhecê-lo me-lhor. Não quero levantar ques-tões mas ainda não percebi esse fundo fechado, tenho que o estudar melhor. São muitas entidades em que a Câmara participa? Há participações sociais que têm de ser equacionadas. Umas são justificadas e razoá-veis mas outras nem por isso. São muitas e espero ter essa lista na conta de gerência. É um “emporio” muito amplo e há participações em que devemos dizer aos nossos compartes que termina a viagem. Como por exemplo? Por respeito para com os com-partes prefiro não dizer. Mas há situações que já não se justifi-cam. Dou-lhe um exemplo centrado em mim noutro tempo. A Câmara interveio na Lusitânia Gás como accionista, teve perto de 30% e hoje deve ter 0,0003 % que não fazem sentido. Vende-se e termina viagem. Gestã0 do Choupal ? “Migalhas não” Diário de Coimbra A mobili-dade é um tema importante numa cidade com esta di-mensão e na qual tem ac-tuado, mas sem Metro Mondego é difícil desatar este nó. Manuel Machado É mais um. O Metro também tem de sair do papel. Já passou tempo su-ficiente. Está tudo no papel, confio que esteja tudo certo, mas o metro foi concebido para transportar pessoas. Como havia a possibilidade de conflitualidade negativa entre o Metro e os SMTUC assumi a disponibilidade de fusão na mesma empresa e incluir os autocarros, os tróleis e espero o eléctrico na Sociedade Metro Mondego. Não podemos é atu-rar mais os esventramentos no centro da cidade e agora anda-rem entretidos se é mais assim ou assado. A um ano das eleições não acha que este processo vai continuar na gaveta? Espero que não até porque parto do princípio que as pes-soas que estavam sentadas à volta da mesa são honradas e por isso o metro será realizado. Mas tem de ser imediato, não se pode aturar mais esta des-graça do esventramento da Baixa. Não é só a degradação humana é também a ocupação dos espaços por marginais. Isto é inaceitável e está a prejudicar gravemente a cidade e o Patri-mónio Mundial. O nosso hos-pital tem uma excelente capacidade técnica mas depois o estacionamento na zona en-volvente é uma desgraça. Não pode continuar. E até lá que fará nesta área? Vamos por exemplo avançar com a ciclovia. Considerando o projecto intermunicipal [que liga Coimbra à Figueira da Foz] que pega nos limites do conce-lho e vamos levá-lo até à Lapa, passando pela Ponte Açude e pelo Choupal. E a Estação Velha? O que a Refer se comprometeu a fazer não é a intervenção ideal mas faça-se. A parte da ju-risdição da Câmara está em curso e por isso vão ter dificul-dade em não fazer. Estamos a meter à porta o interface rodo-ferroviário e vai ser posto a funcionar. A mobilidade não se resolve com corredores BUS com 30 metros, passa pela ra-cionalidade e não a copiar pela internet soluções de outros sí-tios do mundo. Não criemos soluções de ficção. A racionali-dade dos transportes passa por passeios com condições para as pessoas, pela ciclovia, pela articulação dos diversos dispo-sitivos de transportes, pela construção da ligação especial pelo Botânico para a Alta, passa por usar bens do patri-mónio cultural reutilizando os eléctricos e passa ainda por re-pensar- se a ecovia, que foi ex-tinta com prejuízo grave porque os parques periféricos construídos não foram utiliza-dos e as excelentes viaturas compradas foram para vários destinos, espero que todos le-gítimos e bem encaminhados, mas não as vejo na frota. Tem dúvidas? Claro que tenho. Não sou in-vestigador, tenho pouco tempo mas tenho dúvidas porque sei quantas viaturas novas foram compradas e hoje olho para a frota. Que mais medidas tem pen-sadas na mobilidade? Na auto-industrial, no Arnado, naturalmente fica ali bem uma rotunda e vamos fazê-la. É uma solução interessante. O interface junto ao apeadeiro velho está em curso, o parque de estacionamento no Chou-pal foi iniciado na minha outra encarnação, não se conseguiu acabar, e vamos intervir nisso, tal como na ligação da rua do Padrão à rua Padre Estevão Cabral, Não são obras espan-panantes mas são funcionais. A ligação da avenida central permite depois pensar no que fazer à rua da Sofia. Há ainda a ligação da rua de Aveiro à rua Dias Ferreira passando pela Cerca de S. Bernardo. É preciso também intervir na Cruz de Celas. E ainda na pas-sagem inferior à Ponte rainha Santa Isabel que implica tra-balho na margem Esquerda, Há muitas intervenções que não sendo de milhões são prá-ticas. | Diário de Coimbra Quando um político – quer no Poder Central quer no Local – ini-cia funções há uma tendên-cia para parar processos em curso e refazê-los apenas para mais tarde os chamar seus. Manuel Machado Antes que continue deixe-me dizer que eu já estive em várias posições e do mesmo modo que me senti desconfortável quando cessei funções e procuraram reescrever a história, mante-nho agora o mesmo entendi-mento. Não concordo e acho impróprio. A construção da ci-dade é um trabalho de suces-sivas gerações, aperfeiçoando e acrescentando ao trabalho dos que me antecederam. Há dois casos que estavam quase concluídos que pare-cem agora travados. Um deles é o desassoreamento. Não houve da minha parte nenhuma ordem de interrup-ção de processos em curso. É uma obra da responsabilidade do Governo, neste caso da “Não se pode aturar mais esta desgraça do esventramento da Baixa de Coimbra” Autarca não poupa críticas ao Poder Central que condiciona a actividade autárquica Presidente não quer o Estado Central a fugir às responsabilidades
  • 3. Tiragem: 9311 País: Portugal Period.: Diária Âmbito: Regional Pág: 7 Cores: Cor Área: 26,20 x 31,17 cm² ID: 56254458 21-10-2014 Corte: 3 de 4 Urbana de sair do papel” Diário de Coimbra Foi um ano com alguns problemas, uns mais mediáticos que ou-tros. Está convicto que tomou a decisão certa no processo do Centro de Con-gressos no Convento de S. Francisco? Manuel Machado Tomei a de-cisão correcta. Era a única exe-quível. A empreitada do Centro de Congressos para o Con-vento de S. Francisco é de grande importância, uma mais valia de grande importância para Coimbra, mas por vicissi-tudes várias no dia seguinte à minha tomada de posse a em-presa decidiu meter uma acção e interromper os trabalhos. Tentámos durante três meses resolver, até porque há um fi-nanciamento do POVT que tem de ser cumprido. No fim desse tempo e face à situação ilegal em que a empresa se co-locou e observando que na parte nova havia questões gra-ves do ponto de vista técnico, a mais conhecida é a da água, que não foram devidamente resolvidas, e sem que a em-presa respondesse, não havia outro caminho se não tomar posse administrativa e abrir um processo novo. E quando conta abrir o Cen-tro de Congressos? Tem de ser até final do pró-ximo ano. Vai haver dificulda-des, cabelos brancos para várias pessoas, presidente e outros. A história será depois explicada. Agora o meu inte-resse é concluir a obra, racio-nalizando custos e introdu zindo as alterações necessárias. Sem marginalidades ou outras mo-tivações que não sejam fazer do Convento um espaço de congressos, convenções e de promoção das artes. É a sua grande preocupação para 2015. É preocupante pelos proble-mas intrínsecos. Financeiros, arquitectónicos, do ponto de vista dos compromissos com entidades externas. Temos de ter aquela estrutura a servir a cidade, tal como o Metro. A programação do Convento tem de começar a ser traba-lhada um ano e meio antes... Quem vai gerir o espaço? A Câmara Municipal, com uma equipa de missão. Arrancará assim e depois logo veremos se concessionamos algumas partes. Mas no arranque será a Câmara Municipal. Mas antes disso vamos reinaugurar a Torre de Anto, daqui a dias. Outra situação negativa prendeu-se com os casos de corrupção e desvio de di-nheiro nos SMTUC que me-receram dois despachos de acusação por parte do Minis-tério Público. Esses incidentes não ocorre-ram no meu mandato mas ob-viamente que não sou desa tento a esse tipo de comportamentos. São situações inaceitáveis e foi reforçado o controlo. Os SMTUC são uma entidade mu-nicipal que tem uma função social relevante, assegura a mobilidade das pessoas, me-lhora a qualidade de vida das pessoas. Quem ali trabalhar tem de perceber que quem prevaricar é punido.| Diário de Coimbra Como têm sido as relações com os restantes autarcas? A divi-são na Assembleia Distrital foi apenas uma excepção ? Manuel Machado Na res-posta tenho de ter presente que sou presidente da ANMP. Já agora, essa sua função não lhe tira muito tempo en-quanto presidente de Câ-mara? Obriga-me a mais trabalho. As-sumi essa missão por ser pre-sidente da Câmara de Coimbra. Às vezes ouço observações que faço falta. Compreendo mas estou consciente que dis-pendo mais energia e trabalho, mas sou novo para o fazer e faço-o. E tenho-o feito com uma dedicação total.Coimbra tem beneficiado com isso e os meus pares também por eu ser presidente da Câmara de Coimbra. Fechado o parêntesis, re-gressemos à Assembleia Distrital. Trata-se de uma entidade que está em extinção e o seu patri-mónio foi sendo espartilhado ao longo do tempo, entregue a várias autarquias. O princípio que defendi e que mantenho é que os bens patrimoniais, ma-teriais e imateriais, devem re-verter para os municípios onde estão sedeados e avancei com a disponibilidade de assumir encargos e responsabilidades assumidas. É que a assembleia é a detentora do alvará do Ins-tituto Miguel Torga mas nem todos perceberam a importân-cia disso e preferiram outro ca-minho que lamentavelmente não deu em nada e corre-se um sério risco. De quê? A lei determina que se não for decidido num prazo o Estado toma conta de tudo. Mas uma parte significativa dos meus pares entendeu o contrário e respeito. Foi mesmo uma excepção? Sim. Tenho um óptimo relacio-namento com os presidentes de Câmara das cidades da re-gião, bem como todos os ou-tros. Falamos sobre acções estratégicas e tem-se conse-guido dinamizar interesses e motivações comuns. Já que falamos de empresas participadas neste caso fale-mos de uma em que a Câ-mara é maioritária. O Coimbra iParque. Essa é uma questão muito mais complexa. O objectivo do Iparque é importante. Tem condições para acolher indús-trias inovadoras, que poten-ciam a capacidade científica e realizadora dos nossos for-mandos nas Universidades, Politécnicos e sociedade em geral. A ideia é boa. É uma so-ciedade em que pelo tempo que levou o capital social fosse sucessivamente reajustado às necessidades e até aí tudo bem. Mas entrou em vigor uma nova lei que determina um bloqueio às empresas munici-pais. Há problemas em tribu-nal, tem uma utilização muito escassa, há entidades que não pagam renda. Há aspectos a aperfeiçoar. Neste caso o iPar-que tem de sair do papel e do pinhal. Admito com grande se-riedade a hipótese de interna-lização [passagem para dentro serviços da Câmara] do IPar-que. Parece-me que vai ser a única solução. Outra participada, noutro âmbito, é a Associação RUAS, criada no âmbito da candidatura a Património da Humanidade. Quando pas-sou um ano da classificação foi dito pela directora regio-nal da Cultura que a articula-ção entre as três entidades não era a melhor. Ponto preliminar. É uma asso-ciação, com a Câmara, a Uni-versidade e o Governo, criada para responder às regras da classificação. É uma entidade de contacto, uma associação agregadora entre a Câmara, a Universidade e a área da Cul-tura. É um ponto de conver-gência de propostas que depois disseminam para casa uma das entidades participan-tes. Tem uma função impor-tante e temos vindo a par ticipar activamente nos seus órgãos sociais. A classifi-cação é uma vantagem impor-tante mas é uma vantagem que não tem efeitos imediatos. Há coisas importantes, como a acção no antigo Colégio da Trindade ou nos Colégios da Sofia que são fruto desta par-ceria. Um ano depois falava-se que nem placas havia a assinalar a zona. Estão encomendadas. A classi-ficação de património mundial mostra que aquele bem é pa-trimónio de todos, de Coimbra, Portugal e do mundo. Passa a ser mais generalizado em ter-mos de proprietário. A Câmara é uma das partes. A questão da sinalética é uma questão de di-nheiro e não havendo outra solução a Câmara Municipal desencadeou o processo para meter a sinalização na auto-es-trada e nas estradas das ime-diações. Alguns já estão postos outros estão em produção. | “Não havia outro caminho se não tomar posse administrativa da obra do Convento” A relação com os autarcas Machado assume que convento será grande preocupação em 2015 Agência Portuguesa do Am-biente (APA), e não posso dei-xar de ficar surpreendido quando a APA diz que precisa de mais estudos e mais hono-rário. Terá havido um proto-colo em que a Câmara as sumiu responsabilidades além das suas atribuições próprias. O dossier tem de ser analisado e tem de ser o Governo a pagar. E é uma intervenção impor-tante e urgente, mas há imen-sos protocolos e muitos de eficácia duvidosa. Por exem-plo, celebraram um com a CP sobre as travessias, A CP/ Refer expropria terrenos e constrói as passagens desni-veladas e manda as facturas para a câmara. Em Souselas, o núcleo urbano foi destruído. Um esbanjamento de dinheiro público e as pessoas não sabem que aquilo é facturado à Câmara de Coimbra. Não podem continuar a fazer isso. A construção de travessias é uma responsabilidade do Es-tado Central. Foi um proto-colo para fazer “very-lights” antes das eleições. E no Choupal, estava tudo acordado para se ficar pelo menos com a gestão da parte desportiva… O Choupal é património na-cional e o Estado tem a obri-gação de o proteger, preservar Há participações sociais que têm de ser equacionadas. Umas são justifica-das e razoáveis mas outras nem por isso e melhorar. Mas as infraestru-turas estão totalmente aban-donadas. A mata tem 16 a 19 sub-contratos com entidades que lá operam. O secretário de Estado do Desporto terá uma jurisdição numa parte. O Go-verno que resolva a questão dos 16 ou 19 utilizadores, que organize a casa e depois disso falamos com quem o governo entenda e nós tomamos conta e gerimos. Migalhas não. O que conheço da vida pública e autárquica diz-me que quan - do se alinha nisso das migalhi-tas em geral o erário pú bli co municipal é defraudado e al-guém fica liberto das obriga-ções que tem. | FOTOS: FIGUEIREDO
  • 4. Tiragem: 9311 País: Portugal Period.: Diária Âmbito: Regional Pág: 1 Cores: Cor Área: 19,66 x 10,12 cm² ID: 56254458 21-10-2014 Corte: 4 de 4 FIGUEIREDO lMetro,l lrecuperaçãol lda Baixa el lCoimbra iParquel l“têm de sairl ldo papel” Em entrevista, Manuel Machado faz um balanço deste primeiro ano de mandato na autarquia. Diz que encontrou uma Câmara desorganizada pelo que só agora pode delegar mais competências, o que vai fazer Página 5 a 7