O documento descreve um experimento sobre funções matemáticas utilizando sensores de posição. O objetivo era estabelecer uma relação entre a quantidade de capas de CD e a altura da pilha formada através da medição da distância do sensor. Os resultados mostraram uma função crescente bijetora entre essas grandezas.
1. 1) Título da Experiência: O Uso De Sensores De Posição No Estudo De Funções
2) Objetivo: formalizar o conceito de função, e estabelecer uma representação verbal e algébrica que
corresponda à observação feita durante o desenvolvimento da atividade.
3) Introdução
3.1) Par Ordenado
É uma coleção de dois elementos, tal que, um dos elementos pode ser distinguido como o primeiro, e, o outro
como o segundo. Um par ordenado com primeiro elemento a e segundo b é usualmente escrito como (a,b). De
um modo geral (x,y) ≠ (y,x) assim como (x, y) e (r, s) são iguais somente se: x = r e y = s.
3.2) Produto Cartesiano
Dados A e B, dois conjuntos não vazios, o produto cartesiano AxB = {(x,y) | x ∈ A e y ∈ B }. AxB lê-se “ A
cartesiano B” Exemplo A={1,2,3} e B={4,5} → AxB = {(1,4),(1,5),(2,4),(2,5),(3,4),(3,)}
3.3) Representação Gráfica do Produto Cartesiano AxB
O plano cartesiano ortogonal é constituído por dois eixos x e y,
perpendiculares entre si, que se cruzam na origem. O eixo
horizontal é o eixo das abscissas (eixo OX), e, o eixo vertical é
o eixo das ordenadas (eixo OY). Associando a cada um dos
eixos o conjunto de todos os números reais, obtém-se o plano
cartesiano ortogonal, Cada ponto P=(a,b) do plano cartesiano é
formado por um par ordenado de números, indicados entre
parênteses, pela abscissa e sua ordenada respectivamente.O
primeiro número indica a medida do deslocamento a partir da
origem para a direita (se positivo), ou, para a esquerda (se
negativo).Os dois eixos dividem o plano cartesiano em quatro
quadrantes, sendo que tais eixos são retas concorrentes na
origem do sistema, formando um ângulo reto (90 graus).
3.4) Relação Binária
Dados dois conjuntos A e B, chama-se relação binária de A em B todo subconjunto R de AxB. Se R é a relação
binária de A em B → R⊂ AxB
Exemplo - Dados os conjuntos A = {1,2,5,7} e B = {0,2,4,6} quais são os elementos da relação R de A em B
dada por :R = {(x,y) ∈ AxBx<y} R={(1,2), (1,4),(1,6),(2,4),(2,6),(5,6)}
3.5) Relação Inversa
Dada uma relação binária R de A em B, consideramos o conjunto R ={(y,x)∈BxA (x,y) ∈R}.Dessa definição
-1
-1
decorre que R é um conjunto de pares ordenados obtidos a partir dos pares ordenados de R, invertendo-se a
ordem dos termos de cada par.
-1 -1 -1 -1
Propriedades D(R ) = Im(R) (R ) = D(R) ((R )) =R
Exemplo :A={2,3,4} e B{2,3,5} quais os elementos de R dado por R={(x,y)∈AxB x<y}
-1
-1
R ={(3,2),(5,2),(5,3),(5,4)}
2. 3.6) Função
Dado 2 conjuntos não vazios A e B, uma função de A em B é uma relação que a cada elemento x de A faz
corresponder um único elemento y de B. Todo elemento de A deve ser associado a algum elemento de B
* Dado elemento de A associamos a um único elemento de B
* O conjunto A é denominado Domínio da função.
* Conjunto B é denominado de contradomínio.
* O elemento y de B associado ao elemento x de A é denominado imagem de x
3.7) Valor de Uma Função Se (x,y) ∈ a f, o elemento y é chamado imagem de x pela aplicação f ou valor f para
o elemento x e se indica y=f(x).
3.8) Notação das Funções Indicaremos a função f pela notação f: x →f(x), lê-se f aplicação a x produz f(x), ou
ainda a função f definida por y=f(x)
3.9) Domínio e Imagem de Uma Função O domínio de uma função é sempre o próprio conjunto de partida, ou
seja, D = A. Se um elemento x ∈ A estiver associado a um elemento y ∈ B, dizemos que y é a imagem de x
3.10) Propriedades de uma Função
Função sobrejetora: Dizemos que uma função é sobrejetora se, e somente se, o seu
conjunto imagem for igual ao contradomínio, isto é, se Im=B. Em outras palavras, não pode
sobrar elementos no conjunto B sem receber flechas.
Função Injetora: A função é injetora se elementos distintos do domínio tiverem imagens
distintas, ou seja, dois elementos não podem ter a mesma imagem. Portanto não pode haver
nenhum elemento no conjunto B que receba duas flechas. Por exemplo, a função f:R R
definida por f(x)=3x é injetora pois se x1 ≠ x2 então 3x1 ≠ 3x2, portanto f(x1)≠ f(x2).
Função Bijetora: Uma função é bijetora quando ela é sobrejetora e injetora ao mesmo tempo.
Por exemplo, a função f: R R definida por y=3x é injetora, como vimos no exemplo anterior.
Ela também é sobrejetora, pois Im=B=R. Logo, esta função é bijetora.
3.11) Raízes De Uma Função
Dada uma função y=f(x), os valores, os valores de x para os quais f(x)=0 são chamados
raízes de uma função. No gráfico cartesiano da função, as raízes são abscissas dos pontos
onde o gráfico corta o eixo horizontal.No gráfico ao lado temos: f(x1)=0, f(x2)=0 e f(x3)=0.
3.12) Paridade - Função Par
Dada uma função f: A B, dizemos que f é par se, e somente se, f(x)=f(-x) para todo x ∈ A.
Ou seja: os valores simétricos devem possuir a mesma imagem. O diagrama a seguir mostra
um exemplo de função par:
4. Experiência Matemática
4) Material Utilizado
• Sensor KDS 1025 – sensor de movimento que fornece a distância ao objeto, através de ondas
supersônicas, com 20 coletas de dados por segundo.
• Interface Science Cube Lite II – interface utilizada para coleta de dados dos sensores.
• 10 caixas para CDs com espessura de 1 cm.cada.
• Suporte com altura de 1m para fixação do sensor
5) Procedimento Experimental
• A figura acima mostra a montagem da experiência realizada.Um sensor de posição é afixado em um
suporte com uma altura H dada em metros.
• O sensor é configurado para tomada de dados a cada 10 segundos, o que permite o acréscimo de
Capas de Cds no intervalo de não medição.
• O sensor de posição é ligado, sem a colocação de nenhuma capa de CD. Desta forma, a posição obtida
pelo sensor será à distância do sensor a base do suporte. Esta distância medida ,representa a altura do
suporte. (H = 0,668 metros).
• Como estamos medindo a altura h (metros) de uma pilha de capas de CD com o sensor, podemos
afirmar que para N = 0 h = 0 metros onde N representa a quantidade de capas de CD.
• É colocada uma capa de CD, e o sensor acusa uma distância de 0,658 metros que representa a
distância entre o sensor e a capa de CD. Se efetuarmos a diferença da altura do suporte com esta
medida, ou seja 0,668 metros menos 0,658 metros, obteremos 0,01 metros ou seja 1 cm que
corresponde a altura da pilha com 1 CD, ou seja para N = 1 → h = 0,01m
• Podemos concluir que a altura da pilha h é obtida com a diferença entre a altura do sensor H
(0,668metros) com a medida realizada ao se colocar a capa de CD.
5. 6) Resultados
6.1) A tabela 1 mostra os resultados obtidos na experiência de obtenção da altura da pilha com a colocação
de 10 capas de CDs.
Tempo(seg) Medida do Sensor(m) Quant.Capas de CDs Altura Pilha h (m)
0 0.668 0 0
10 0.658 1 0.01
20 0.648 2 0.02
30 0.638 3 0.03
40 0.628 4 0.04
50 0.618 5 0.05
60 0.608 6 0.06
70 0.598 7 0.07
80 0.588 8 0.08
90 0.578 9 0.09
100 0.568 10 0.1
Dados obtidos com o sensor Relação entre Quantidade de Capas de
CDs e altura da pilha
6.2) Pelo análise do item 3.6 podemos afirmar que esta relação representa uma função.
6.3) Propriedades da função – (item 3.10) → função bijetora
6.3) Raízes da Função – (item 3.11) → x = 0
6.4) Paridade da Função – ( item 3.12 e 3.13 ) → função impar
6.5) Crescimento e decrescimento – (item 3.14 e 3.15) → função crescente
x
6.6) Função Inversa – (item 3.17) → y=
a
6.7) Gráfico da Função
Função Nxh
0.15
0.1
h (m)
0.05
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
N
7) Conclusões / Comentários
Através de um experimento com uso de sensores de posição, pode-se construir na prática, uma relação entre
grandezas (quantidade de capas de CDs e altura da pilha de capas de CDs) Este experimento apresenta
recursos em consonância com processo de aprendizagem construtivista, o qual tem como princípio básico, que, o
conhecimento se constrói a partir das ações do sujeito, que favorecem a construção do conhecimento
matemático. Na aprendizagem da Matemática este suporte é a possibilidade do “fazer matemática’:
experimentar, visualizar múltiplas facetas, generalizar, conjeturar e enfim demonstrar.
6. 8) Exercícios Resolvidos
8.1) Responda se cada um dos esquemas abaixo define ou não uma função A={-1,0,1,2} B={-2,-1,0,1,2,3}.
Justifique.
a) b)
1
8.2) Seja f uma função com domínio em N definida por f ( x) = 2 x + 3 Calcule f (0), f (2), f (3), f ( )
2
8.3) Uma função f com domínio real é linear se : f ( x + y ) = f ( x ) + f ( y ) e f ( a.x) = a. f ( x ) . Para quaisquer
x e y reais,sendo a uma constante real. Verifique se as seguintes funções são lineares:
a) f ( x) = 3 x b) f ( x) = 2 x + 5 c) f ( x) = x
8.4) Uma função f tem a propriedade f ( x) = 2 + f ( x − 1) , para x ∈ R. Sabendo que f (1) = −3 determine o
valor de f (0) e f ( 4)
8.5) Determine o domínio de cada uma das funções reais
1
f ( x) = − x + 2 g ( x) = h( x ) = x + 4
x −1
8.6) O número y de pessoas ( em milhares ) que tomam conhecimento do resultado de um jogo de futebol após
x horas depois de sua realização é dado por y = 10 x . Responda:
a) Quantas pessoas já sabem do resultado do jogo após 1 dia ?
b) Após quantas horas após sua realização 50 mil pessoas tomam conhecimento do resultado do jogo?
8.7) Os pares ordenados (x+2y, 2x-y) e (5,-3) são iguais. Determine x e y
8.8) Determine o conjunto imagem de cada função:
a) D(f) = {1,2,3} y = f ( x) = x + 1
b) D(f) = {1,3,5} y = f ( x) = x 2
c) D(f) = {2,4,6,8.} y = f ( x) = 2 x + 1
f (−1)
8.9) Seja a função f ( x) = 2 x + 6 . Sabendo-se que f (2) = 3 e f (3) = 5 calcule
f ( 2)
8.10) Construa o gráfico das seguintes funções:
a) f ( x) = − x + 2 b) g ( x) = x 2
9) Exercícios Propostos
9.1) (ENEM – MEC) . Um estudo sobre o problema de desemprego na Grande São Paulo, no período de 1985 –
1996, realizado pelo Seade-Dieese, apresentou o seguinte gráfico sobre a taxa de desemprego.
7. Pela análise do gráfico, é correto afirmar que no período considerado :
a) a maior taxa de desemprego foi de 14%
b) a taxa de desemprego no ano de 1995 foi a menor do período
c) a partir de 1992, a taxa de desemprego foi decrescente
d) no período 1985-1996 a taxa de desemprego foi decrescente
e) a taxa de desemprego foi crescente no período compreendido entre 1988 e 1991.
9.2) (FURG.RS) Se f ( x) = 2 x + 3 então [ f ( 2 ) − f (− 2 ) ] é igual a :
a) 4 b) 35 d) 1
c) e) 0
2 1 f ( p) − f (q)
9.3) (UNICAMP) - Se f ( x ) = x − , p = 10 e q=10 , então o valor de
8 10
3 3 q− p
8 10
a) 10 b) 10 c) 2/3 d) –2/3 e) –1/3
9.4) (PUC-PELOTAS) Seja f: R→R uma função tal que 2 f (2 x + 1) = f ( x) − 5 para todo x real. O valor de
f (0) , sabendo.se que f (31) = 0 é :
a) 255 b) 0 c) 150 d) 75,5 e) 155
x+5
9.5) (UPF-RS) – O domínio da função f ( x) =
x + 3 x − 18
2
a) { x∈ R x ≥ -5} b) { x∈ R -6≤x ≥ 3} c) { x∈ R x ≥ -5 e x < 3} d) { x∈ R x ≥ -5 e x≠ 3}
*
e) R
9.6) (UNEB-BA) Para uma função f: R→R que satisfaz as condições f(x+y) = f(x) + f(y) e f(1) = 3 O valor de f(3)
é igual a :
a) 1 b)3 c) 6 d) 9 e) 27
9.7) (UFF-RJ) Na figura abaixo, está representado o gráfico de uma função real de variável real y=f(x)
Considerando os elementos deste gráfico, analise as afirmativas seguintes.
I ) A função f em questão possui exatamente 3 raízes reais
II ) A função f é crescente no intervalo [1/4 , 7/3]
III ) A função f é decrescente no intervalo [10/3 , 9/2]
IV ) f(3) + f(1) < f(2) + f(5)
V ) f(19/3) + f(-19/3) = 0
De acordo com esses dados a alternativa correta é :
a) todas as afirmativas são falsas
b) apenas as afirmativas I e II são verdadeiras
c) apenas a afirmativa V é falsa
d) apenas a afirmativa III é verdadeira
8. 9.8) (UFRJ-RJ O ponto M de coordenadas (m-2, 5) pertence ao eixo das ordenadas . Determine m.
f ( x) − 3
9.9) (UFRJ-RJ) Seja f a função que satisfaz a seguinte igualdade = x . O domínio de f é o
f ( x) + 3
conjunto
a) {x∈R x≠0} b) { x∈Rf(x) ≠ -3} c) {x∈Rx≠ 1} d) {x∈R-3<x<3} e) {x∈Rx≠-3}
9.10) O ponto R(-a,-b) pertence ao 3° quadrante. Qu al o sinal do produto ab?
10) Solução dos problemas resolvidos e propostos
Solução 8.1)
a) Solução
• Todo elemento de A deve ser associado a algum
elemento de B – Falso
• Para um dado elemento de A associamos a um único
elemento de B
Não é função
b) Solução
• Todo elemento de A deve ser associado a algum
elemento de B – OK
• Para um dado elemento de A associamos a um único
elemento de B OK
É Função
Solução 8.2)
f(1/2) → não pode ser calculada em
virtude de 1/2 ser um número
f(0) = 2*0+3 = 3 f(2) = 2*2+3 = 7 f(3) = 2*3 +3 = 9
racional, não é inteiro portanto não
pertence ao domínio.
Solução 8.3)
f(x) = 3.x f(x) = 2x +5 f(x) = x
f(x+y) = 3(x+y) = 3x + 3y = f(x) + f(y) f(x+y) = 2(x+y) +5 = 2x+5 +2y f(x+y) = x + y = f(x) + f(y)
f(a*x) = 3ax = a3x = af(x) Logo a função não é linear. f(ax) = ax = a f(x)
Logo a função f(x) = 3x é linear Logo a função é linear
Solução 8.4)
f(1) = 2 + f(1-1) = 2 + f(0)
Sendo f(1) = -3 temos -3 = 2 + f(0) → -3-2 = f(0) → f(0) = -5
Logo f(0) = -5
f(4) = 2 + f(4-1) = 2 + f(3)
9. f(3) = 2 + f(3-1) = 2 + f(2)
f(2) = 2 + f(2-1) = 2 + f(1)
f(1) = 2+ f(1-1) = 2 + f(0) = 2 + (-5) = -3
f(2) = 2+(-3) = -1
f(3) = 2+(-1) = 1
f(4) = 2+1=3
Solução 8.5)
1
f ( x) = − x + 2 g ( x) = h( x ) = x + 4
x −1
a) f ( x) = − x + 2 → D = R
1
b) g ( x ) = → x deve ser diferente de 1 pois não temos divisão por zero. Logo Domínio R – {1}
x −1
c) h( x) = x + 4 → x+4 ≥0 → x ≥ -4 → D = {x ∈ R x ≥ -4}
Solução 8.6)
a) y = 10 x → y = 10 24 = 10.(4.9 ) = 49 mil pessoas
= 5 → x = (5) = 25 horas
50
y = 10 x → 50 = 10. x → x=
2
b)
10
Solução 8.7)
Se os pares sâo iguais temos que (a,b) = (c,d) → a = c e b = d
x +2y = 5 (1) 2x –5 = -3 (2)
Da equação 1 temos que x = 5 – 2y ; levando este resultado na equação 2
2.( 5-2y) –5 = -3 → 10 – 4y –5 = -3 4y = -3 + 5 –10 → 4y = -8 → y = -2
Levando este resultado na equação 1 temos
x + 2y = 5 → x + 2.(-2) = 5 x –4 = 5 → x = 5 + 4
x=9
Solução 8.8
a) D(f) = {1,2,3} y = f ( x) = x + 1 Im(f) = {2,3,4}
b) D(f) = {1,3,5} y = f ( x) = x 2 Im(f) = {1,9,25}
c) D(f) = {2,4,6,8.} y = f ( x) = 2 x + 1 Im(f) = {5,9,13,17}
10. Solução 8.9
f(2) → 2.a + b = 3 (1) f(3) → 3.a + b = 5 (2)
Da equação 1 temos b = 3 - 2.a levando na equação 2 temos
3.a + (3-2.a) = 5 → 3.a + 3 - 2.a = 5 → a = 2
Levando o resultado de a na equação 2 temos
2.2 + b = 3 → 4 + b = 3 → b = -1
Logo f(x) = 2.x – 1
Com estes resultados podemos calcular f(-1) e f(2)
f(-1) = 2.(-1) – 1 = -2-1 = -3
f (−1) − 3
f(2) = 2.2 – 1 = 4-1 = 3 Logo = = −1
f (2) 3
Solução 8.10
y = -x+2 2
y=x
Resultado dos exercícios propostos
9.1) d 9.2) a 9.3) d 9.4) e 9.5) d
9.6) d 9.7) d 9.8) m = 2 9.9) c 9.10) ab>0