5. CAP. 3
O ensino inicial da leitura
Isabel Solé
Aprende-se a ler e a escrever lendo e
escrevendo, vendo outras pessoas lerem e
escreverem , tentando e errando, sempre
guiados pela busca do significado ou pela
necessidade de produzir algo que tenha
sentido.
Contexto motivador: está além de recursos
materiais, mas o que motiva as crianças a ler
e a escrever é ver adultos que tenham
importância para elas lendo ou escrevendo,
assistir a leitura em grupos pequenos ou
6. O tipo de
instrução que
que as crianças
receberem
influenciará o
tipo de
habilidades que
poderão
adquirir
A criança pode
aprender e de fato
aprende à medida
em que for capaz de
utilizar diversas
estratégias de forma
integrada, e essas
estratégias –todas-
devem ser
ensinadas.
Para ensinar
procedimentos de
leitura e escrita é
preciso mostrá-los
, por isso é preciso
que os professores
mostrem o que
fazem quando
leem e escrevem.
7. Único requisito
é ter acesso ao
texto e a leitura.
LIVROS ILUSTRADOS, QUE
CONTEM HISTÓRIAS
DESCONHECIDAS – PARA
ESCUTAR COMO O OUTRO
LÊ – E AS HISTÓRIAS
TRADICIONAIS- NAS QUAIS
AS CRIANÇAS, PODERÃO
TENTAR ADIVINHAR O QUE
VAI ACONTECER, O
TRABALHO COM RIMAS E
ADIVINHAÇÕES PERMITIRÁ A
ANÁLISE FONÉTICA, AS
NOTÍCIAS DO JORNAL LHES
APRESENTAM TEXTOS
DIFERENTES. ENFIM,
TUDO QUE POSSA
SER LIDO PELO
ALUNO OU POR
OUTRA PESSOA.
Mais
importante
que o
material é a
atividade que
se suscita em
torno dele.
8. O texto literário, é polissêmico, pois sua leitura
provoca no leitor reações diversas que vão do
prazer emocional ao intelectual. Além de
simplesmente fornecer informação sobre
diferentes temas – histórias sociais, existenciais
e éticas […], eles também oferecem outros
tipos de satisfação ao leitor: adquirir
conhecimentos variados, viver situações
existenciais, entrar em contato com novas
ideias. (FARIA, 2004, p. 12).
Algo que tem
muitos
significados
9. Viagens inimagináveis
Oliveira e Spíndola (2008) observam que um
bom texto nos conduz a viagens
inimagináveis, de alegria, de felicidade, de
surpresas, considerando-se que este estado
interior tem o poder de divertir e, ao mesmo
tempo, de estimular a aprendizagem.
10. Soares (1999) destaca que não há como evitar que a literatura, ao
se tornar “saber escolar”, se escolarize e, segundo a autora, não
se pode atribuir conotação pejorativa a essa escolarização,
inevitável e necessária. Para a autora, “uma escolarização
da literatura infantil adequada seria aquilo que
conduzisse eficazmente às práticas de leitura
literária que ocorrem no contexto social e às
atitudes e valores próprios de um leitor que se
quer formar” (SOARES, 1999, p. 47).
11. Na escola, quem propõe a fantasia, quem
estimula a imaginação da criança, é o
professor, quando faz boas mediações
oferecendo textos literários com
qualidade.
12. “O leitor, ao entrar em contato com o livro, estabelece uma
relação íntima, física, da qual todos os sentidos participam: os
olhos colhendo as palavras na página, os ouvidos ecoando os
sons que estão sendo lidos, o nariz inalando o cheiro familiar de
papel, cola, tinta, papelão ou couro, o tato acariciando a página
áspera ou suave, a encadernação macia ou dura, às vezes até
mesmo o paladar, quando os dedos do leitor são umedecidos
na língua”. (MANGUEL, 1997, p. 277).
Liga-se aos aspectos externos à
leitura, tais como o tato, o prazer
do manuseio de um livro bem
acabado, com papel agradável,
com ilustrações interessantes e
um planejamento gráfico
caprichado
É aquela que incita a
fantasia e liberta as
emoções.
13. PROFESS
OR
MEDIADO
R DA
LEITURA ESPECIALISTA QUE
PRECISA CONHECER,
SELECIONAR E
INDICAR LIVROS PARA
A CRIANÇA, MAS É
PRECISO QUE ELE
PRÓPRIO SEJA UM
USUÁRIO ASSÍDUO DA
LITERATURA
COERÊNCIA NO
PROCESSO DE
MEDIAÇÃO DO
DESENVOLVIMENTO
INTELECTUAL DA
CRIANÇA QUE
ESTIVER SOB SUA
RESPONSABILIDADE
PROFISSIONAL.
É quem
assume o
papel de
responsável
pela interação
entre a
criança e o
livro.
Em suas
mediações não
deve aceitar
textos
preconceituosos
14. PROFESSO
R
MEDIADOR
DA
LEITURA
NECESSITA TER
PRESENTE QUE OS
VALORES ÉTICOS E
MORAIS DO SER
HUMANO SÃO
SEMPRE RESULTADO
DE SUA FORMAÇÃO
AO LONGO DA
EXISTÊNCIA
TAMBÉM DEPENDE
DELE CONTRIBUIR
PARA O
DESENVOLVIMENTO
DE SUA CAPACIDADE
DE LER O MUNDO E
REFLETIR SOBRE
ELE.
AS HISTÓRIAS
LIDAS OU
OUVIDAS
DESENVOLVEM A
COMPETÊNCIA DE
DISCERNIR.
15.
16. TAREFA PARA DIA 16 DE
JUNHO
TRAZER UM REGISTRO DE UM
MOMENTO PLANEJADO NA SUA ROTINA
E JÁ REALIZADO COM O TRABALHO DE
LEITURA NA SUA SALA DE AULA.
PODE SER: FOTOS, VÍDEO, REGISTROS ESCRITOS
OU DESENHADOS PELOS ALUNOS.
QUAIS MOMENTOS?
MOMENTOS DE LEITURA COMO: LEITURA DELEITE,
BIBLIOTECA, REGISTRO DE DIÁRIO DE LEITURA. VÍDEO
DA HORA DA HISTÓRIA...
QUEM NÃO PUDER IMPRIMIR PODE ENVIAR NO MEU
EMAIL: SANDRINHA.TORRES@UOL.COM.BR OU
TRAZER NO PEN DRIVE
18. LETRAMENTO E
LETRAMENTOS
LETRAMENTO: designa as práticas sociais da
escrita que envolvem a capacidade e os
conhecimentos, os processos de interação e as
relações de poder relativas ao uso da escrita em
contextos e meios determinados (STREET, 2003).
LETRAMENTOS: Toda a extensão do
fenômeno, ou mesmo de multi-
letramentos, que procura abranger toda a
complexidade dos meios de comunicação
de que, hoje, dispomos (THE NEW
LONDON GROUP, 1996).
19. Letramento Literário
Faz parte dessa
expansão do uso
do termo
letramento
Integra o plural dos
letramentos, sendo
um dos usos sociais
da escrita.
O letramento literário é
diferente dos outros tipos de
letramento porque a literatura
ocupa um lugar único em
relação à linguagem
Cabe à literatura “[...] tornar o mundo compreensível
transformando a sua materialidade em palavras de cores,
odores, sabores e formas intensamente humanas”
(COSSON, 2006b, p. 17).
20. Letramento Literário
Precisa da escola para se
concretizar, isto é, ele
demanda um processo
educativo específico que a
mera prática de leitura
de textos literários não
consegue sozinha efetivar
Processo de apropriação da
literatura enquanto
construção literária de
sentidos” (PAULINO; COSSON,
2009, p. 67)
Mais do que uma habilidade
pronta e acabada de ler textos
literários, pois requer uma
atualização permanente do
leitor em relação ao universo
literário.
21. Letramento Literário na sala de
aula
Também não é apenas
um saber que se adquire
sobre a literatura ou os
textos literários, mas sim
uma experiência de
dar sentido ao mundo
por meio de palavras que
falam de palavras,
transcendendo os limites
de tempo e espaço.
O letramento literário
enquanto construção
literária dos sentidos se
faz indagando ao texto
quem e quando diz, o
que diz, como diz, para
que diz e para quem
diz.
22. -
Devemos escolher o
texto no seu suporte
original, ou seja, o livro
infantil. Respeitar a
integralidade da obra
também é importante,
pois não podemos
retirar ou saltar partes
do texto que, por
alguma razão, achamos
inadequadas para
nossos alunos.
Assim, a partir do texto
escolhido, o professor
pode trabalhar com
aquilo que Girotto e
Souza (2010) chamam
de Oficina de leitura
– momentos
específicos em sala de
aula em que o docente
planeja o ensino das
estratégias de leitura.
23. Quais são os momentos de
leitura encontrados na escola?
O professor deve estabelecer em sua rotina
não só momentos de leitura individual, mas
também espaços em que molde o ato de
ler. Para tanto, um texto deve ser escolhido
e sua leitura em voz alta iniciada com
interrupções do próprio docente que, ao
perceber uma habilidade de leitura, a
comenta e a exemplifica aos alunos.
24. De acordo com Pressley (2002), são sete as
habilidades ou estratégias no ato de ler:
25. Habilidades ou estratégias no ato de
ler
Conhecimento prévio: é considerado por vários
autores como a estratégia “guarda-chuva”, pois a
todo momento o leitor ativa conhecimentos que já
possui com relação ao que está sendo lido.
Conexão: permite à criança ativar seu
conhecimento prévio fazendo conexões com
aquilo que está lendo.
Inferência: é compreendida como a conclusão
ou interpretação de uma informação que não
está explícita no texto, levando o leitor a entender
as inúmeras facetas do que está lendo - ler nas
entrelinhas .
26. Visualização: ao ler, deixamos nos envolver por
sentimentos, sensações e imagens, os quais permitem
que as palavras do texto se tornem ilustrações em nossa
mente – leitura significativa.
Compreensão da história: ajuda as crianças a
aprenderem com o texto, a perceberem as pistas dadas
pela narrativa e, dessa maneira, facilita o raciocínio.
Sumarização: sintetizar aquilo que lemos, e para que
isso seja possível é necessário aprender o que é
essencial em um texto, ou seja, buscar a essência,
separando-a do detalhe.
Síntese: ocorre quando articulamos o que lemos com
nossas impressões pessoais, reconstruindo o próprio
texto, elencando as informações essenciais e
modelando-as com o nosso conhecimento. Ao sintetizar,
não relembramos apenas fatos importantes do texto,
mas adicionamos novas informações a partir de nosso
conhecimento prévio, alcançando uma compreensão
27.
28. Tornar visível o invisível, ou seja, fazer
com que os alunos percebam o que vem
em mente quando leem é função do
professor. A sugestão é que ele
estabeleça em sua rotina não só
momentos de leitura individual, mas
também espaços em que molde o ato
de ler. Para tanto, um texto deve ser
escolhido e sua leitura em voz alta
iniciada com interrupções do próprio
docente que, ao perceber uma habilidade
de leitura, a comenta e a exemplifica aos
29. Conclusão
Literatura como experiência e não um conteúdo a
ser avaliado
Engajar o estudante na leitura literária e dividir
esse engajamento com o professor e os colegas –
formação de uma comunidade de leitores.
A construção de uma comunidade de leitores como
objetivo maior do letramento literário na escola.
Fazer da Literatura na escola aquilo que ela
também é fora dela: uma experiência única de
escrever e ler o mundo e a nós mesmos.
33. BIBLIOGRAFIA
SOLÉ, Isabel . Estratégias de Leitura; trad. Cláudia
Schilling – 6. ed. – Porto Alegre: ArtMed, 1998.
COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática.
São Paulo: Contexto, 2006b.
OLIVEIRA, Ana Arlinda de. O professor como mediador
das leituras literárias. In: BRASIL, Ministério da Educação.
Literatura: ensino fundamental. Coleção Explorando o
ensino, vol. 20, Secretaria de Educação Básica – Brasília:
MEC/ SEB, 2010. Disponível em:
http://www.tvbrasil.org.br/fotos/salto/series/150630Alfabeti
zacaoeLetramento.pdf
Pacto nacional pela alfabetização na idade certa : o último
ano do ciclo de alfabetização:: consolidando os
conhecimentos : ano 3 : unidade 3 / Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica, Diretoria de
Apoio à Gestão Educacional. -- Brasília : MEC, SEB, 2012.
48 p.
As oficinas começam com o professor lendo em voz alta e mostrando como leitores pensam enquanto leem. Segundo Harvey e Gouvis 104 CO NTEÚDO E DID ÁTI CA DE ALF AB ETIZ AÇÃO L
(2008), quando lemos, os pensamentos preenchem nossa mente, fazemos conexões com o que já conhecemos ou, ainda, inferimos o que vai acontecer na história. São as conversas interiores com o texto que está sendo lido e o que passa pela nossa mente quando lemos que nos ajudam a criar um sentido.