O documento discute a importância do conhecimento de si mesmo para o progresso moral. Ele cita diversos autores espíritas que enfatizam a necessidade de reflexão sobre os próprios atos e pensamentos para identificar pontos a serem melhorados, exercitando assim a vontade e se aperfeiçoando a cada dia. O conhecimento de si é a base para o desenvolvimento das virtudes e o caminho para a felicidade.
5. •A vontade é a maior de todas as potências; em sua
ação, comparável ao ímã.
•Afirmação de DENIS, Léon. O Problema do Ser do Destino e da Dor, p. 173
•(comentários)
•Por que é que alguns Espíritos seguiram o caminho
do bem e outros o do mal?
•KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 121
•“Não têm eles o livre-arbítrio? Deus não os criou
maus; criou-os simples e ignorantes, isto é, tendo
tanta aptidão para o bem quanta para o mal. Os que
são maus, assim se tornaram por vontade própria.”
6. • Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem
de se melhorar nesta vida e de resistir à atração
do mal?
Um sábio da antiguidade vo-lo disse:
Conhece-te a ti mesmo.
Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 919.
• Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do
dia, interrogava a minha consciência, passava
revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se
não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo
para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me
conhecer e a ver o que em mim precisava de
reforma.
Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 919-a (mensagem de Santo Agostinho).
7. • Muitas faltas que cometemos nos passam
despercebidas. Se, efetivamente, seguindo o
conselho de Santo Agostinho, interrogássemos
mais amiúde a nossa consciência, veríamos quantas
vezes falimos sem que o suspeitemos, unicamente
por não perscrutarmos a natureza e o móvel dos
nossos atos.
Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 919 – comentário.
8. A forma interrogativa tem alguma coisa de mais
preciso do que qualquer máxima, que muitas vezes
deixamos de aplicar a nós mesmos. Aquela exige
respostas categóricas, por um sim ou não, que não
abrem lugar para qualquer alternativa e que são outros
tantos argumentos pessoais. E, pela soma que derem as
respostas, poderemos computar a soma de bem ou de
mal que existe em nós.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 919-a
9. Assim, consoante deflui desses ensinamentos, é o
conhecimento de si mesmo o primeiro passo para que o
Espírito possa atingir a perfeição moral. O processo de
renovação para o bem é longo, pois que depende do esforço
de vontade de cada um no sentido da sua auto-educação,
mais inevitável, de acordo com a lei do Progresso, a que
todos os seres estão submetidos.
Victor Hugo escrevia no «Post scriptum de ma vie
[minha vida]»: É dentro de nós que devemos olhar o
exterior... Inclinando-nos sobre este poço, o nosso espírito,
avistamos, a uma distância de abismo, em estreito círculo, o
mundo imenso.
DENIS, Léon. O Problema do Ser do Destino e da Dor. Cap. 21 (A consciência. O sentido íntimo), p. 178.
10. Para que possamos, entretanto, realizar esse encontro
com nós mesmos, com vistas à perfeição, é necessário, em
especial, aprender a disciplinar o pensamento.
O pensamento é [...] criador. Não atua somente em roda
de nós, influenciando nossos semelhantes para o bem ou para
o mal; atua principalmente em nós; gera nossas palavras,
nossas ações e, com ele, construímos, dia a dia, o edifício
grandioso ou miserável de nossa vida presente e futura.
Modelamos nossa alma e seu invólucro com os nossos
pensamentos; estes produzem formas, imagens que se
imprimem na matéria sutil, de que o corpo fluídico [perispírito] é
composto. Assim, pouco a pouco, nosso ser povoa-se de
formas frívolas ou austeras, graciosas ou terríveis, grosseiras
ou sublimes; a alma se enobrece, embeleza ou cria uma
atmosfera de fealdade. Segundo o ideal a que visa, a chama
interior aviva-se ou obscurece-se.
DENIS, Léon. O Problema do Ser do Destino e da Dor. Cap. 24 (A disciplina do pensamento e a do caráter), p. 197.
11. Assim, não [...] há progresso possível sem
observação atenta de nós mesmos. É necessário vigiar todos
os nossos atos impulsivos para chegarmos a saber em que
sentido devemos dirigir nossos esforços para nos
aperfeiçoarmos.
DENIS, Léon. O Problema do Ser do Destino e da Dor. Cap. 24 (A disciplina do pensamento e a do
caráter), p. 199.
12. Cabe-nos exercitar a disciplina do pensamento. Querer é
poder! O poder da vontade é ilimitado. O homem, consciente
de si mesmo, de seus recursos latentes, sente crescerem
suas forças na razão dos esforços. Sabe que tudo o que de
bem e bom desejar há de, mais cedo ou mais tarde, realizar-
se inevitavelmente, ou na atualidade ou na série das suas
existências, quando seu pensamento se puser de acordo
com a Lei Divina. E é nisso que se verifica a palavra celeste:
A Fé transporta montanhas.
DENIS, Léon. O Problema do Ser do Destino e da Dor. Cap. 20 (A vontade), p. 176.
13. Acima de tudo, porém, busquemos o amor, essência de tudo
que há de divino em nós, farol orientador dos nossos esforços
de auto-educação: A todas as interrogações do homem, a
suas hesitações, a seus temores, a suas blasfêmias, uma
grande voz, poderosa e misteriosa responde: Aprende a
amar! O amor é o resumo de tudo, o fim de tudo. Dessa
maneira, estende-se e desdobra-se sem cessar sobre o
Universo a imensa rede de amor tecida de luz e ouro. Amar
é o segredo da felicidade. Com uma só palavra o amor
resolve todos os problemas, dissipa todas as obscuridades. O
amor salvará o mundo; seu calor fará derreter os gelos da
dúvida, do egoísmo, do ódio; enternecerá os corações mais
duros.
DENIS, Léon. O Problema do Ser do Destino e da Dor. Cap. 25 (O amor), p. 202.
14. CONCLUSÃO:
Conhecer é patrocinar a libertação de nós mesmos,
colocando-nos a caminho de novos horizontes na vida.
[...]
a educação, com o cultivo da inteligência e com o
aperfeiçoamento do campo íntimo, em exaltação de
conhecimento e bondade, saber e virtude, não será
conseguida tão-só à força de instrução, que se imponha de
fora para dentro, mas sim com a consciente adesão da
vontade que, em se consagrando ao bem por si própria, sem
constrangimento de qualquer natureza, pode libertar e polir o
coração, nele plasmando a face cristalina da alma, capaz de
refletir a vida gloriosa e transformar, consequentemente, o
cérebro em preciosa usina de energia superior, projetando
reflexos de beleza e sublimação.
XAVIER, Francisco Cândido. Pensamento e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. Ed. FEB.
15. O conhecimento de si mesmo é, portanto, a
chave do progresso individual.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 919