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O que são
                           Por que
                           Em que
                           contextos

Centro de Estudos do IOC
20 de abril de 2012
1- De onde surgiu a idéia....
       Atividade cientifica e militância nas
       doenças da pobreza: laboratório, PIDC,
       reuniões no Decit e no TDR
       A sensibilização do MDS
       A construção conceitual e operacional do
       Plano Brasil sem Miséria
Correio Braziliense
      Artigo de
      Opinião na
        midia
     17 de janeiro
       de 2011



   No total, mais de 100 milhões de
   brasileiros ainda convivem com
   essas doenças endêmicas, antes
   conhecidas como
   “negligenciadas”, e cada vez
   mais assumidas como “doenças
   promotoras da pobreza”.




   http://www.fazenda.gov.br/resenhaeletronica/MostraMateria.asp?page=&cod=695501
Tania Araújo-Jorge, 2012
Estamos prestes a iniciar o ciclo Dilma Rousseff de expectativas
e esperanças. Após oito anos do governo melhor avaliado da
História, a nova presidenta se compromete a dar continuidade às
políticas da gestão Lula que fizeram o Brasil resgatar parte de
sua dívida social, tirando da miséria e da pobreza um
contingente de pessoas do tamanho da população da França.
Completar esse trabalho e erradicar a miséria no Brasil é a meta
número um proposta pela primeira mulher a assumir a
presidência do país. Não sem associar a isso os essenciais
componentes de educação, saúde, habitação e segurança,
ensinando a pescar além de dar o peixe.
Mas isso só será possível se o novo governo alinhar esse
objetivo socioeconômico a um outro objetivo macropolítico
situado no campo da saúde, que não foi mencionado na
campanha eleitoral e que não está explicitado nas metas do
Mais Saúde, o PAC da Saúde: controlar as doenças
promotoras da pobreza.                            Tania Araujo-Jorge
                                     Correio Braziliense, 17 janeiro 2011
De nada adiantará atingirmos a meta de ser a 5ª economia do mundo
se tivermos que continuar a falar dos dois milhões de pessoas com
esquistossomose no Brasil, dos 93 milhões de pessoas com outras
verminoses, dos mais de 300 mil novos casos de malária por ano e
dos índices crescentes das leishmanioses (mais de 500 mil pessoas!),
em franca expansão em capitais como Fortaleza, Campo Grande e
Teresina. De nada adiantará nos alegrarmos com as vitórias das
campanhas de vacinação em massa no Brasil, que controlaram a
varíola e a poliomielite e que estão na iminência de controlar o
sarampo e a rubéola, se ao lado dessas conquistas permanecem os
quatro milhões de portadores de doença de Chagas ou os mais de
75 mil portadores de hanseníase, essa doença bíblica que, mesmo
com a aplicação de tratamento nos casos detectados, conta mais de 37
mil novos casos por ano no Brasil. Como poderemos comemorar nossos
avanços na cardiologia de alta qualidade ou nas pesquisas em células
tronco se os números de casos de tuberculose e de AIDS mostram uma
redução lenta no país, ao mesmo tempo em que aumentam as
ocorrências nas regiões Norte e Nordeste? Isso sem falar da dengue e
apenas citando que a sífilis dobrou no Brasil nos últimos cinco anos.
A presidente Dilma Rousseff tem, repetidamente, colocado a eliminação da
miséria como prioridade número um de seu governo. Pesquisa feita pelo
Datafolha em oito unidades da Federação, em dezembro, mostra que em seis
(Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo) a
saúde é citada pela população como a preocupação maior. É hora, portanto,
de nossos economistas, políticos, gestores e tomadores de decisões, em
particular aqueles com voz ativa neste novo governo, se conscientizarem que as
estratégias atuais para a eliminação da miséria devem levar em conta esta
nova visão: a saúde como dos mais importantes requisitos para o
desenvolvimento econômico e social e o combate às doenças tropicais
negligenciadas como prioridade sanitária, pois atuam como verdadeiras
promotoras de pobreza.
Como são classificadas as doenças
• Histórico de ocorrência (OMS; CDC)
   – Doenças endêmicas; Polio, raiva
   – Doenças re-emergentes; malária, TB
   – Doenças emergentes: gripe aviária
• Distribuição geográfica & investimento P&D (OMS; MSF)
   – Globais: Sarampo, hepatite B, diabetes
   – Negligenciadas: HIV/AIDS, tuberculose
   – Mais negligenciadas: doença de Chagas, leishmanioses,
     esquistossomose
• Efetividade das intervenções disponíveis (TDR)
   – Doenças fora de controle  não existem intervenções eficazes;
     (Grupo I) – ex: dengue, leishmanioses
   – Doenças com carga persistente apesar de existirem boas
     intervenções (Grupo II): ex: malaria, esquistossomose, TB
   – Doenças que podem ser eliminadas como problema de saúde
     pública: há estratégias eficazes de controle, e com planejamento e
     execução de políticas a carga da doença diminui (Grupo III): ex:
     Hanseniase, Chagas, Filariose, Oncocercose
C. Morel, 2009
SVS-MS: As doenças Transmissíveis
    A- Doenças com tendência de redução
      Doenças Imuno-preveníveis               Tuberculose
      Esquistossomose mansônica               Hanseníase
      Raiva humana                            Doenças de Chagas por
                                                transmissão vetorial
     B- Doenças com manutenção de elevada carga
        ou com potencial epidêmico
       Dengue                       Leptospirose
       Malária                      Hantavirose
       Febre amarela                Doença de Chagas Aguda Alimentar
       Leishmanioses
                                            Surtos
    C- Emergências de Saúde Pública  Influenza
                                            Chikungunya
                   HIV, Sifilis, HPV, HTLV
    D- AIDS e DST  hepatites

Otaliba de Morais Neto – SVS/MS, 29/11/2010
Doenças globais, negligenciadas e mais
           negligenciadas (OMS & MSF)

                                              Doenças mais negligenciadas
                                                 (ex: dengue, Chagas)




               Mercado farmacêutico mundial
                (>$600 bilhões em 2005)




                                          Doenças negligenciadas
                                         (ex: malaria, tuberculose)
                   Doenças globais
                (ex: sarampo, diabete)
C. Morel, dez 2010
Doenças globais

• Incidem em países ricos e pobres, com
  grande número de populações
  vulneráveis em ambos
    – Sarampo, hepatite B, diabete, doenças
      relacionadas com o tabagismo
• Existem incentivos de mercado para P&D
  nos países desenvolvidos

       Comissão da OMS – Macroeconomia e Saúde, 2000



C. Morel, 2009
Doenças negligenciadas

• Incidem em países ricos e pobres, mas
  uma grande proporção dos casos está
  nos países em desenvolvimento
    – HIV/AIDS, tuberculose
• Existem alguns incentivos de mercado
  para P&D nos países desenvolvidos, mas
  o nível de investimento não é proporcional
  à carga global da doença
      Comissão da OMS – Macroeconomia e Saúde, 2000


C. Morel, 2009
Por que a febre amarela não é considerada
uma doença negligenciada?




   Por que há vacina contra a febre amarela
Prêmio Nobel de 1951 em Fisiologia e Medicina

C. Morel, 2009
Doenças mais negligenciadas

• Incidem exclusivamente ou
  primordialmente nos países em
  desenvolvimento
    – doença de Chagas, leishmanioses,
      esquistossomose
• Quase não existem incentivos para P&D e
  praticamente não são objeto de pesquisa
  pelos países desenvolvidos
       Comissão da OMS – Macroeconomia e Saúde, 2000



C. Morel, 2009
• PLoS Neglected Tropical Diseases é uma revista aberta
   (open access) devotada a patologia, epidemiologia,
   prevenção, tratamento e controle das doenças tropicais
   negligenciadas (DTNs), bem como à politicas públicas
   relevantes para esse grupo de doenças.
 • As DTNs são definidas como um grupo de doenças
   infecciosas crônicas promotoras de pobreza que
   ocorrem em áreas rurais e em áreas urbanas pobres, em
   paises de vaixa e média renda. Elas são promotoras da
   pobreza porque tem impacto na saúde e no
   desenvolvimento das crianças, na gravidez e na
   produtividade do trabalhador, e também têm
   características estigmatizantes

C. Morel, dez 2010                                   14
OMS, hoje: Doenças Tropicais Negligenciadas

  • As doenças tropicais negligenciadas são um
    sintoma da pobreza e das desvantagens sociais.
    Os mais afetados são as populações pobres que
    vivem em areas rurais remotas, favelas urbanas,
    ou zonas em conflito. Com escassa voz politica,
    as doenças tropicais negligenciadas tem um baixo
    perfil e um baixo status nas prioridades em saúde
    pública
  • Apesar de clinicamente diferentes, as doenças
    tropicais negligenciadas tem caracteristicas
    comuns que lhes garantem persistir em condições
    de pobreza, onde elas se aglutinam e co-incidem,
    e frequentemente se superpõem. Mais de 1 bilhão
    de pessoas, 1/6 da população mundial, sofre de
    uma ou mais doenças tropicais negligenciadas
C. Morel, dez 2010                                 15
Evolução do conceito “Doenças
                  Negligenciadas”

   • Conceito inicial: Fundação Rockfeller, TDR
   – Recursos insuficientes para pesquisa biomédica
   – Definidas globalmente (= lista das doenças do TDR)
   • Conceito MSF/DNDi & OMS
   – Doenças negligenciadas pela indústria farmacêutica e
     prevalentes em países em desenvolvimento
   – Resultantes da pobreza
   • Conceito atual                        Negligenciadas são
   – Doenças promotoras da pobreza           as populações
   – Cada país define suas prioridades       atingidas e não
                                           necessariamente as
                                                 doenças

C. Morel, dez 2010                                          16
O que são doenças negligenciadas?
          Respostas de profissionais de saúde (8/12/2011)


    • Doenças sem investimento da industria farmacêutica
    • Doenças que atingem mais a população pobre
    • Doenças que atingem países com maior desigualdade
      social
    • Doenças sem prioridade de políticas públicas
    • Doenças com incidência ou prevalência alta e baixos
      mecanismos de controle
    • Doenças que se perpetuam ao longo do tempo
    • Doenças que são desconhecidas da população
    • Doenças que passam desapercebida, são invisíveis


Tania Araújo-Jorge, 2011
http://www.who.int/tdr/stewar
                                               dship/global_report/en/
http://www.who.int/neglected_diseases/2010report/
         NTD_2010report_embargoed.pdf
Doenças da pobreza
Sensibilização do MDS: encomenda de
                Nota Técnica   60 anos do CNPq
                                         27 de abril de 2011

                       Reunião com o MDS (Secretaria
                       Extraordinária para Superação da
                       Extrema Pobreza) para debater o
                       problema das doenças negligenciadas
                       Ana Fonseca – Secretaria
                       Claudio Roquete – Secretario adjunto
Ainda há Jeca Tatu no Brasil?
           As pessoas tinham uma péssima imagem do
           Jeca, bêbado e preguiçoso. Quando
           perguntavam–lhe porque ele vivia desse jeito,
           respondia:
            - Não vale a pena fazer coisa alguma! Bebo
           para esquecer as desgraças da vida.
           Um dia um médico passou em frente a casa e
           espantou – se com tanta miséria. Percebendo
           que o caboclo estava amarelado e muito
           magro, resolveu examina – lo. Jeca disse a
           ele que sentia muito cansaço e dores pelo
           corpo. O médico constatou que tratava – se
           de uma doença chamada de ancilostomose, o
           amarelão. Explicou que tal doença era
           causada por pequenos vermes que entravam
           no seu corpo através da pele, principalmente
           da perna e dos pés. Receitou – lhe então
           remédios e um par de botas.
Ainda há Jeca Tatu no Brasil?

                              Meses depois do
                     tratamento, Jeca já era
                     outra pessoa. A moleza
                     tinha desaparecido e ele
                     passava o dia inteiro
                     trabalhando. Arrumava a
                     casa, plantava, pescava,
                     carregava madeira,
                     cuidava do gado. Não
                     exagerava mais na
                     bebida. Ninguém mais o
                     reconhecia, trabalhava
                     tanto que até preocupava
                     as pessoas. Ele, a mulher
                     e os filhos andavam agora
                     calçados, para evitarem a
                     doença.
Fiocruz-IOC: Nota técnica para o Programa de
            combate a extrema pobreza




Tania Araújo-Jorge, 2012
Dimensão do problema: 144 milhões de
           brasileiros (Nota Técnica IOC)
   Geohelmintoses: 93 milhões de infectados (Ascaridiase = 41.7 milhões,
       Ancilostomiase = 32.3 milhões, Trichuriase = 18.9 milhões);
   Anemias carenciais: 28 milhões de pessoas (3 milhões de crianças
       menores de cinco anos, 15 milhões de mulheres de 15 a 49 anosa e 10
       milhões de crianças em idade escolar);
   Parasitoses intestinais: 15.4 milhões de crianças em idade escolar
       infectadas (estimativa com a prevalência média de 30%)
   Doença de Chagas: 3 milhões de portadores crônicos
   Esquistossomose: 2 milhões de portadores crônicos,
   Tracoma (Clamídia): prevalência de 1 milhão (2003)        Nota Técnica do
   Malária: 600 mil novos casos por ano (2010)                     IOC
   Dengue: 227 mil casos notificados em 2010,               2 de maio de 2011
   Tuberculose: 85 mil novos casos por ano (2009),
   Hanseníase: 47 mil novos caso por ano
   Filariose: 60 mil infectados
   Febre reumática: 30 mil pessoas por ano
   Leishmanioses: visceral= 5 mil novos casos por ano, prevalencia total
       500 mil casos;
   Oncocercose: 1.200 casos, mapeados na área indígena Yanomami
Tania Araújo-Jorge, 2012
Incidência da população em extrema
                pobreza por regiões (% )

                           Total de
          Região
                           pessoas
                                                17%
    Brasil                 16.267.197                              59%

    Norte                   2.658.452
                                                      3%
    Nordeste                9.609.803
                                                                 17%
    Sudeste                 2.725.532
    Sul                      715.961                   4%

    Centro-Oeste             557.449

                     Fonte: IBGE- censo 2010/ Nota Técnica MDS

Tania Araújo-Jorge, 2012
Mobilização nos estados: Pernambuco


                                Recife,
                           6 de maio de 2011
Economia e Saúde no Brasil: repercussão
             internacional
                                           Brasilia
                                     9 de maio de 2011




      The economist,   The Lancet, 9 de maio 2011
      novembro 2009               Saúde no Brasil
Sucessos              &       Desafios
The economist, novembro 2009
 •Economia crescendo 5%         • Educação e infraestrutura
ano                             • Ainda há fome
 •Mais petróleo no pré-sal      • Ainda há 16,2 milhões em
 •2015: a 5a maior economia       pobreza extrema
do mundo                        • Doenças associadas à
 •Democracia estável              pobreza
 •Redução de
desigualdades: 28 milhões
sairam da pobreza + 36
milhões ascendendo à
classe média
 •Estimulo do consumo interno
 •2016: Olimpiadas (Rio)
 •2014: Copa do Mundo
 •Melhorias na saúde
Table 1: Progress in MDGs achieved by Brazil
The Lancet, maio 2011, Saúde no Brasil
 MDG 1- Eradicate               Extreme poverty reduced from 8·8% (1990) to
   extreme poverty              4·2% (2005); underweight prevalence in children
   and hunger                   younger than 5 years reduced from 5·6% (1989)
                                to 2·2% (2006–07)
 MDG 4- Reduce                  Under-5 mortality falling by 4·8% a year since
 under-5 mortality by           1990 (MDG requires annual rate of decline of
 two-thirds                     4·2%)
 MDG 6- Combat                  Low prevalence (<0·5%) of HIV, which has been
 HIV, AIDS, malaria,            stable since 2000; almost complete eradication of
 tuberculosis, and              some vaccine-preventable diseases (polio,
 other diseases                 measles, and diphtheria), diarrhoea, and Chagas’
                                disease; partial success in control of malaria,
                                hepatitis A and B, tuberculosis, and
                                schistosomiasis; failure to control dengue and
                                visceral leishmaniasis Striking or partial
                                progress against most infectious diseases

Victora et al. 2011, www.thelancet.com Published online May 9, 2011
DOI:10.1016/S0140-6736(11)60055-X
Brasilia,
A decisão da presidenta
                                                      13 de maio de
                                                          2011




                         Convênio MDS-Fiocruz
                         EIC sobre as doenças que mais afetam essa
     Primeiras idéias:   população, articulando escolas e SF
                         Rede Fiocruz de apoio ao Plano
                         Ações inter-setoriais
111 anos do IOC: posse do CD e
     apresentação do BSM

                       Apresentação do
                        BSM no IOC
                        25 de maio de
                            2011
Superposição
geografica de:
3 EIXOS DE ATUAÇÃO




                                  Eixo Garantia de Renda

                                                            ELEVAÇÃO DA RENDA PER
MAPA DA POBREZA    Aumento das                                     CAPITA
  16,2 MILHÕES    capacidades e   Eixo Acesso a serviços
                  oportunidades          públicos           AUMENTO DAS CONDIÇÕES
                                                                DE BEM-ESTAR
                                  Eixo Inclusão Produtiva
EIXO DE ACESSO A SERVIÇOS PÚBLICOS
                                     Eixo no Plano
                                   2 de junho de 2011




Tania Araújo-Jorge, 2012
Lançamento do Plano em Brasilia
      2 de junho de 2011
Um video de 3:52 minutos
http://www.brasilsemmiseria.gov.br/apresentacao-2/
Expedições Fiocruz 2012 1/5
Expedições Fiocruz 2012 1/5
Expedições Fiocruz 2012 1/5
Expedições Fiocruz 2012 1/5
Expedições Fiocruz 2012 1/5
OBJETIVOS

     Objetivo Geral
     Promover a inclusão social e produtiva da população
     extremamente pobre, tornando residual o percentual dos que vivem
     abaixo da linha da extrema pobreza

     Objetivos Específicos
     Elevar a renda familiar per capita
     Ampliar o acesso aos serviços públicos, ações de cidadania e bem
     estar social
     Ampliar o acesso às oportunidades de ocupação e renda através de
     ações de inclusão produtiva nos meios urbano e rural


Claudio Roquete, MDS, maio 2011
PERFIL DOS EXTREMAMENTE POBRES
                            EXTREMA POBREZA = 16,2 MILHÕES DE PESSOAS
    59% estão concentrados na região Nordeste = 9,61 milhões de pessoas
    Do total de brasileiros residentes no campo, um em cada quatro se encontra em extrema pobreza
   (25,5%)

    50,9% tem até 19 anos de idade
    39,9% tem até 14 anos de idade = cerca de quatro em cada dez indivíduos em extrema
   pobreza no Brasil
    53,3% dos domicílios não estão ligados à rede geral de esgoto pluvial ou fossa séptica
    48,4% dos domicílios rurais em extrema pobreza não estão ligados à rede geral de
   distribuição de água e não têm poço ou nascente na propriedade
    70,8% são negros (pretos e pardos)
    25,8% são analfabetos (15 anos ou mais)
   * Segundo o Censo Demográfico 2010 (IBGE) – Domicílios particulares permanentes ocupados


Claudio Roquete, MDS, maio 2011
DESAFIO:
         A MULTIDIMENSIONALIDADE DA POBREZA
                  Romper o círculo vicioso da exclusão social

   Principais dificuldades:
           Vive em territórios de baixo dinamismo econômico
           Reduzido grau de escolaridade e qualificação
           Acesso precário a recursos, oportunidades de emprego e atividades produtivas
        e serviços públicos básicos
     Insuficiência de renda + Fatores sociais, geográficos (regiões menos desenvolvidas,
      assentamentos precários) + Fatores biológicos (idade, estado de saúde, gravidez) 
      multiplicam ou reduzem o impacto exercido pelos rendimentos sobre cada indivíduo
     Faltam: instrução, acesso à terra e insumos para produção, saúde, moradia, justiça,
      apoio familiar e comunitário, crédito e outros recursos produtivos, voz ativa nas
      instituições e acesso a oportunidades
     Desafio: implementar uma abordagem multidimensional, que envolva ações de
      transferência de renda associadas a melhoria geral do bem estar social e ao acesso à
      oportunidades de ocupação e renda

Claudio Roquete, MDS, maio 2011
Problemas de saúde da população em extrema
                       pobreza

   • Maior exposição a fatores de risco ambiental
   • Exposição a doenças infecto-contagiosas e crônicas não
     transmissíveis
   • Pior estado nutricional
   • Maior taxa de fecundidade
   • Maior prevalência de edêntulos
      < convívio social e capacidade de inserção no mercado de
         trabalho
   • Dificuldade de acesso a consulta oftalmológica e óculos
      > evasão escolar e analfabetismo
   • Dificuldade de acesso aos serviços de saúde e medicamentos


Secretaria Executiva, Min.Saúde

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  • 1. O que são Por que Em que contextos Centro de Estudos do IOC 20 de abril de 2012
  • 2. 1- De onde surgiu a idéia.... Atividade cientifica e militância nas doenças da pobreza: laboratório, PIDC, reuniões no Decit e no TDR A sensibilização do MDS A construção conceitual e operacional do Plano Brasil sem Miséria
  • 3. Correio Braziliense Artigo de Opinião na midia 17 de janeiro de 2011 No total, mais de 100 milhões de brasileiros ainda convivem com essas doenças endêmicas, antes conhecidas como “negligenciadas”, e cada vez mais assumidas como “doenças promotoras da pobreza”. http://www.fazenda.gov.br/resenhaeletronica/MostraMateria.asp?page=&cod=695501 Tania Araújo-Jorge, 2012
  • 4. Estamos prestes a iniciar o ciclo Dilma Rousseff de expectativas e esperanças. Após oito anos do governo melhor avaliado da História, a nova presidenta se compromete a dar continuidade às políticas da gestão Lula que fizeram o Brasil resgatar parte de sua dívida social, tirando da miséria e da pobreza um contingente de pessoas do tamanho da população da França. Completar esse trabalho e erradicar a miséria no Brasil é a meta número um proposta pela primeira mulher a assumir a presidência do país. Não sem associar a isso os essenciais componentes de educação, saúde, habitação e segurança, ensinando a pescar além de dar o peixe. Mas isso só será possível se o novo governo alinhar esse objetivo socioeconômico a um outro objetivo macropolítico situado no campo da saúde, que não foi mencionado na campanha eleitoral e que não está explicitado nas metas do Mais Saúde, o PAC da Saúde: controlar as doenças promotoras da pobreza. Tania Araujo-Jorge Correio Braziliense, 17 janeiro 2011
  • 5. De nada adiantará atingirmos a meta de ser a 5ª economia do mundo se tivermos que continuar a falar dos dois milhões de pessoas com esquistossomose no Brasil, dos 93 milhões de pessoas com outras verminoses, dos mais de 300 mil novos casos de malária por ano e dos índices crescentes das leishmanioses (mais de 500 mil pessoas!), em franca expansão em capitais como Fortaleza, Campo Grande e Teresina. De nada adiantará nos alegrarmos com as vitórias das campanhas de vacinação em massa no Brasil, que controlaram a varíola e a poliomielite e que estão na iminência de controlar o sarampo e a rubéola, se ao lado dessas conquistas permanecem os quatro milhões de portadores de doença de Chagas ou os mais de 75 mil portadores de hanseníase, essa doença bíblica que, mesmo com a aplicação de tratamento nos casos detectados, conta mais de 37 mil novos casos por ano no Brasil. Como poderemos comemorar nossos avanços na cardiologia de alta qualidade ou nas pesquisas em células tronco se os números de casos de tuberculose e de AIDS mostram uma redução lenta no país, ao mesmo tempo em que aumentam as ocorrências nas regiões Norte e Nordeste? Isso sem falar da dengue e apenas citando que a sífilis dobrou no Brasil nos últimos cinco anos.
  • 6. A presidente Dilma Rousseff tem, repetidamente, colocado a eliminação da miséria como prioridade número um de seu governo. Pesquisa feita pelo Datafolha em oito unidades da Federação, em dezembro, mostra que em seis (Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo) a saúde é citada pela população como a preocupação maior. É hora, portanto, de nossos economistas, políticos, gestores e tomadores de decisões, em particular aqueles com voz ativa neste novo governo, se conscientizarem que as estratégias atuais para a eliminação da miséria devem levar em conta esta nova visão: a saúde como dos mais importantes requisitos para o desenvolvimento econômico e social e o combate às doenças tropicais negligenciadas como prioridade sanitária, pois atuam como verdadeiras promotoras de pobreza.
  • 7. Como são classificadas as doenças • Histórico de ocorrência (OMS; CDC) – Doenças endêmicas; Polio, raiva – Doenças re-emergentes; malária, TB – Doenças emergentes: gripe aviária • Distribuição geográfica & investimento P&D (OMS; MSF) – Globais: Sarampo, hepatite B, diabetes – Negligenciadas: HIV/AIDS, tuberculose – Mais negligenciadas: doença de Chagas, leishmanioses, esquistossomose • Efetividade das intervenções disponíveis (TDR) – Doenças fora de controle  não existem intervenções eficazes; (Grupo I) – ex: dengue, leishmanioses – Doenças com carga persistente apesar de existirem boas intervenções (Grupo II): ex: malaria, esquistossomose, TB – Doenças que podem ser eliminadas como problema de saúde pública: há estratégias eficazes de controle, e com planejamento e execução de políticas a carga da doença diminui (Grupo III): ex: Hanseniase, Chagas, Filariose, Oncocercose C. Morel, 2009
  • 8. SVS-MS: As doenças Transmissíveis A- Doenças com tendência de redução  Doenças Imuno-preveníveis  Tuberculose  Esquistossomose mansônica  Hanseníase  Raiva humana  Doenças de Chagas por transmissão vetorial B- Doenças com manutenção de elevada carga ou com potencial epidêmico  Dengue  Leptospirose  Malária  Hantavirose  Febre amarela  Doença de Chagas Aguda Alimentar  Leishmanioses  Surtos C- Emergências de Saúde Pública  Influenza  Chikungunya  HIV, Sifilis, HPV, HTLV D- AIDS e DST  hepatites Otaliba de Morais Neto – SVS/MS, 29/11/2010
  • 9. Doenças globais, negligenciadas e mais negligenciadas (OMS & MSF) Doenças mais negligenciadas (ex: dengue, Chagas) Mercado farmacêutico mundial (>$600 bilhões em 2005) Doenças negligenciadas (ex: malaria, tuberculose) Doenças globais (ex: sarampo, diabete) C. Morel, dez 2010
  • 10. Doenças globais • Incidem em países ricos e pobres, com grande número de populações vulneráveis em ambos – Sarampo, hepatite B, diabete, doenças relacionadas com o tabagismo • Existem incentivos de mercado para P&D nos países desenvolvidos Comissão da OMS – Macroeconomia e Saúde, 2000 C. Morel, 2009
  • 11. Doenças negligenciadas • Incidem em países ricos e pobres, mas uma grande proporção dos casos está nos países em desenvolvimento – HIV/AIDS, tuberculose • Existem alguns incentivos de mercado para P&D nos países desenvolvidos, mas o nível de investimento não é proporcional à carga global da doença Comissão da OMS – Macroeconomia e Saúde, 2000 C. Morel, 2009
  • 12. Por que a febre amarela não é considerada uma doença negligenciada? Por que há vacina contra a febre amarela Prêmio Nobel de 1951 em Fisiologia e Medicina C. Morel, 2009
  • 13. Doenças mais negligenciadas • Incidem exclusivamente ou primordialmente nos países em desenvolvimento – doença de Chagas, leishmanioses, esquistossomose • Quase não existem incentivos para P&D e praticamente não são objeto de pesquisa pelos países desenvolvidos Comissão da OMS – Macroeconomia e Saúde, 2000 C. Morel, 2009
  • 14. • PLoS Neglected Tropical Diseases é uma revista aberta (open access) devotada a patologia, epidemiologia, prevenção, tratamento e controle das doenças tropicais negligenciadas (DTNs), bem como à politicas públicas relevantes para esse grupo de doenças. • As DTNs são definidas como um grupo de doenças infecciosas crônicas promotoras de pobreza que ocorrem em áreas rurais e em áreas urbanas pobres, em paises de vaixa e média renda. Elas são promotoras da pobreza porque tem impacto na saúde e no desenvolvimento das crianças, na gravidez e na produtividade do trabalhador, e também têm características estigmatizantes C. Morel, dez 2010 14
  • 15. OMS, hoje: Doenças Tropicais Negligenciadas • As doenças tropicais negligenciadas são um sintoma da pobreza e das desvantagens sociais. Os mais afetados são as populações pobres que vivem em areas rurais remotas, favelas urbanas, ou zonas em conflito. Com escassa voz politica, as doenças tropicais negligenciadas tem um baixo perfil e um baixo status nas prioridades em saúde pública • Apesar de clinicamente diferentes, as doenças tropicais negligenciadas tem caracteristicas comuns que lhes garantem persistir em condições de pobreza, onde elas se aglutinam e co-incidem, e frequentemente se superpõem. Mais de 1 bilhão de pessoas, 1/6 da população mundial, sofre de uma ou mais doenças tropicais negligenciadas C. Morel, dez 2010 15
  • 16. Evolução do conceito “Doenças Negligenciadas” • Conceito inicial: Fundação Rockfeller, TDR – Recursos insuficientes para pesquisa biomédica – Definidas globalmente (= lista das doenças do TDR) • Conceito MSF/DNDi & OMS – Doenças negligenciadas pela indústria farmacêutica e prevalentes em países em desenvolvimento – Resultantes da pobreza • Conceito atual Negligenciadas são – Doenças promotoras da pobreza as populações – Cada país define suas prioridades atingidas e não necessariamente as doenças C. Morel, dez 2010 16
  • 17. O que são doenças negligenciadas? Respostas de profissionais de saúde (8/12/2011) • Doenças sem investimento da industria farmacêutica • Doenças que atingem mais a população pobre • Doenças que atingem países com maior desigualdade social • Doenças sem prioridade de políticas públicas • Doenças com incidência ou prevalência alta e baixos mecanismos de controle • Doenças que se perpetuam ao longo do tempo • Doenças que são desconhecidas da população • Doenças que passam desapercebida, são invisíveis Tania Araújo-Jorge, 2011
  • 18. http://www.who.int/tdr/stewar dship/global_report/en/ http://www.who.int/neglected_diseases/2010report/ NTD_2010report_embargoed.pdf
  • 20. Sensibilização do MDS: encomenda de Nota Técnica 60 anos do CNPq 27 de abril de 2011 Reunião com o MDS (Secretaria Extraordinária para Superação da Extrema Pobreza) para debater o problema das doenças negligenciadas Ana Fonseca – Secretaria Claudio Roquete – Secretario adjunto
  • 21. Ainda há Jeca Tatu no Brasil? As pessoas tinham uma péssima imagem do Jeca, bêbado e preguiçoso. Quando perguntavam–lhe porque ele vivia desse jeito, respondia: - Não vale a pena fazer coisa alguma! Bebo para esquecer as desgraças da vida. Um dia um médico passou em frente a casa e espantou – se com tanta miséria. Percebendo que o caboclo estava amarelado e muito magro, resolveu examina – lo. Jeca disse a ele que sentia muito cansaço e dores pelo corpo. O médico constatou que tratava – se de uma doença chamada de ancilostomose, o amarelão. Explicou que tal doença era causada por pequenos vermes que entravam no seu corpo através da pele, principalmente da perna e dos pés. Receitou – lhe então remédios e um par de botas.
  • 22. Ainda há Jeca Tatu no Brasil? Meses depois do tratamento, Jeca já era outra pessoa. A moleza tinha desaparecido e ele passava o dia inteiro trabalhando. Arrumava a casa, plantava, pescava, carregava madeira, cuidava do gado. Não exagerava mais na bebida. Ninguém mais o reconhecia, trabalhava tanto que até preocupava as pessoas. Ele, a mulher e os filhos andavam agora calçados, para evitarem a doença.
  • 23. Fiocruz-IOC: Nota técnica para o Programa de combate a extrema pobreza Tania Araújo-Jorge, 2012
  • 24. Dimensão do problema: 144 milhões de brasileiros (Nota Técnica IOC) Geohelmintoses: 93 milhões de infectados (Ascaridiase = 41.7 milhões, Ancilostomiase = 32.3 milhões, Trichuriase = 18.9 milhões); Anemias carenciais: 28 milhões de pessoas (3 milhões de crianças menores de cinco anos, 15 milhões de mulheres de 15 a 49 anosa e 10 milhões de crianças em idade escolar); Parasitoses intestinais: 15.4 milhões de crianças em idade escolar infectadas (estimativa com a prevalência média de 30%) Doença de Chagas: 3 milhões de portadores crônicos Esquistossomose: 2 milhões de portadores crônicos, Tracoma (Clamídia): prevalência de 1 milhão (2003) Nota Técnica do Malária: 600 mil novos casos por ano (2010) IOC Dengue: 227 mil casos notificados em 2010, 2 de maio de 2011 Tuberculose: 85 mil novos casos por ano (2009), Hanseníase: 47 mil novos caso por ano Filariose: 60 mil infectados Febre reumática: 30 mil pessoas por ano Leishmanioses: visceral= 5 mil novos casos por ano, prevalencia total 500 mil casos; Oncocercose: 1.200 casos, mapeados na área indígena Yanomami Tania Araújo-Jorge, 2012
  • 25. Incidência da população em extrema pobreza por regiões (% ) Total de Região pessoas 17% Brasil 16.267.197 59% Norte 2.658.452 3% Nordeste 9.609.803 17% Sudeste 2.725.532 Sul 715.961 4% Centro-Oeste 557.449 Fonte: IBGE- censo 2010/ Nota Técnica MDS Tania Araújo-Jorge, 2012
  • 26. Mobilização nos estados: Pernambuco Recife, 6 de maio de 2011
  • 27. Economia e Saúde no Brasil: repercussão internacional Brasilia 9 de maio de 2011 The economist, The Lancet, 9 de maio 2011 novembro 2009 Saúde no Brasil
  • 28. Sucessos & Desafios The economist, novembro 2009 •Economia crescendo 5% • Educação e infraestrutura ano • Ainda há fome •Mais petróleo no pré-sal • Ainda há 16,2 milhões em •2015: a 5a maior economia pobreza extrema do mundo • Doenças associadas à •Democracia estável pobreza •Redução de desigualdades: 28 milhões sairam da pobreza + 36 milhões ascendendo à classe média •Estimulo do consumo interno •2016: Olimpiadas (Rio) •2014: Copa do Mundo •Melhorias na saúde
  • 29. Table 1: Progress in MDGs achieved by Brazil The Lancet, maio 2011, Saúde no Brasil MDG 1- Eradicate Extreme poverty reduced from 8·8% (1990) to extreme poverty 4·2% (2005); underweight prevalence in children and hunger younger than 5 years reduced from 5·6% (1989) to 2·2% (2006–07) MDG 4- Reduce Under-5 mortality falling by 4·8% a year since under-5 mortality by 1990 (MDG requires annual rate of decline of two-thirds 4·2%) MDG 6- Combat Low prevalence (<0·5%) of HIV, which has been HIV, AIDS, malaria, stable since 2000; almost complete eradication of tuberculosis, and some vaccine-preventable diseases (polio, other diseases measles, and diphtheria), diarrhoea, and Chagas’ disease; partial success in control of malaria, hepatitis A and B, tuberculosis, and schistosomiasis; failure to control dengue and visceral leishmaniasis Striking or partial progress against most infectious diseases Victora et al. 2011, www.thelancet.com Published online May 9, 2011 DOI:10.1016/S0140-6736(11)60055-X
  • 30. Brasilia, A decisão da presidenta 13 de maio de 2011 Convênio MDS-Fiocruz EIC sobre as doenças que mais afetam essa Primeiras idéias: população, articulando escolas e SF Rede Fiocruz de apoio ao Plano Ações inter-setoriais
  • 31. 111 anos do IOC: posse do CD e apresentação do BSM Apresentação do BSM no IOC 25 de maio de 2011
  • 33. 3 EIXOS DE ATUAÇÃO Eixo Garantia de Renda ELEVAÇÃO DA RENDA PER MAPA DA POBREZA Aumento das CAPITA 16,2 MILHÕES capacidades e Eixo Acesso a serviços oportunidades públicos AUMENTO DAS CONDIÇÕES DE BEM-ESTAR Eixo Inclusão Produtiva
  • 34. EIXO DE ACESSO A SERVIÇOS PÚBLICOS Eixo no Plano 2 de junho de 2011 Tania Araújo-Jorge, 2012
  • 35. Lançamento do Plano em Brasilia 2 de junho de 2011
  • 36. Um video de 3:52 minutos http://www.brasilsemmiseria.gov.br/apresentacao-2/
  • 42. OBJETIVOS Objetivo Geral Promover a inclusão social e produtiva da população extremamente pobre, tornando residual o percentual dos que vivem abaixo da linha da extrema pobreza Objetivos Específicos Elevar a renda familiar per capita Ampliar o acesso aos serviços públicos, ações de cidadania e bem estar social Ampliar o acesso às oportunidades de ocupação e renda através de ações de inclusão produtiva nos meios urbano e rural Claudio Roquete, MDS, maio 2011
  • 43. PERFIL DOS EXTREMAMENTE POBRES EXTREMA POBREZA = 16,2 MILHÕES DE PESSOAS  59% estão concentrados na região Nordeste = 9,61 milhões de pessoas  Do total de brasileiros residentes no campo, um em cada quatro se encontra em extrema pobreza (25,5%)  50,9% tem até 19 anos de idade  39,9% tem até 14 anos de idade = cerca de quatro em cada dez indivíduos em extrema pobreza no Brasil  53,3% dos domicílios não estão ligados à rede geral de esgoto pluvial ou fossa séptica  48,4% dos domicílios rurais em extrema pobreza não estão ligados à rede geral de distribuição de água e não têm poço ou nascente na propriedade  70,8% são negros (pretos e pardos)  25,8% são analfabetos (15 anos ou mais) * Segundo o Censo Demográfico 2010 (IBGE) – Domicílios particulares permanentes ocupados Claudio Roquete, MDS, maio 2011
  • 44. DESAFIO: A MULTIDIMENSIONALIDADE DA POBREZA Romper o círculo vicioso da exclusão social Principais dificuldades: Vive em territórios de baixo dinamismo econômico Reduzido grau de escolaridade e qualificação Acesso precário a recursos, oportunidades de emprego e atividades produtivas e serviços públicos básicos  Insuficiência de renda + Fatores sociais, geográficos (regiões menos desenvolvidas, assentamentos precários) + Fatores biológicos (idade, estado de saúde, gravidez)  multiplicam ou reduzem o impacto exercido pelos rendimentos sobre cada indivíduo  Faltam: instrução, acesso à terra e insumos para produção, saúde, moradia, justiça, apoio familiar e comunitário, crédito e outros recursos produtivos, voz ativa nas instituições e acesso a oportunidades  Desafio: implementar uma abordagem multidimensional, que envolva ações de transferência de renda associadas a melhoria geral do bem estar social e ao acesso à oportunidades de ocupação e renda Claudio Roquete, MDS, maio 2011
  • 45. Problemas de saúde da população em extrema pobreza • Maior exposição a fatores de risco ambiental • Exposição a doenças infecto-contagiosas e crônicas não transmissíveis • Pior estado nutricional • Maior taxa de fecundidade • Maior prevalência de edêntulos < convívio social e capacidade de inserção no mercado de trabalho • Dificuldade de acesso a consulta oftalmológica e óculos > evasão escolar e analfabetismo • Dificuldade de acesso aos serviços de saúde e medicamentos Secretaria Executiva, Min.Saúde

Editor's Notes

  1. Decit 10 anos 17.12.2010 Hotel Nacional, Brasilia
  2. Fl
  3. Fl