1. A AUTONOMIA DO ENFERMEIRO NO TRATAMENTO DE FERIDAS : SEU
PAPEL FUNDAMENTAL
COSTA, Tatiana Melgaço Calçada
MACHADO, Bruna Alves
RESUMO
Introdução. O cuidado sob medida para o paciente acometido de feridas , tem por
finalidade promover a hemostasia e a cicatrização promovendo então a melhora da
lesão. A avaliação do enfermeiro é de extrema importância , pois será ele que traçará
a metodologia do tratamento.Objetivamos atentar para o papel do enfermeiro e sua
autonomia no tratamento de feridas em um hospital da rede privada situado na cidade
do Rio de Janeiro.Metodologia.Observamos o trabalho e rotina das enfermeiras dos
quatro plantões da clinica médica dentro dessa instituição onde a responsabilidade é
do enfermeiro para com o tratamento de feridas, sendo ela baseada em um protocolo
que foi implementado pela chefia de enfermagem deste hospital, sendo neste
projetado um caminho clínico para promover a cicatrização da ferida.
Resultado.Constatou-se que com a autonomia obtida após incessante treinamento, o
enfermeiro não só indicará como realizar o curativo como também o realizará,
reduzindo os riscos e complicações, acelerando assim a evolução da ferida.
Ressaltando também que quando o enfermeiro coloca em prática a sua autonomia
prioriza um cuidado individualizado e contínuo ao paciente , possibilitando assim a
definição de indicadores de qualidade contribuindo para uma melhor assistência a
esses pacientes.conclusão. Constatamos que o sucesso da cicatrização da ferida
dependerá do curativo e de cada etapa do tratamento, que incluirá a avaliação
planejamento , implementação e registro. Sendo dever do enfermeiro acompanhar
todos esses processos trazendo para si a responsabilidade e autonomia no tratamento
de feridas.
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2. THE NURSE'S AUTONOMY IN THE WOUND TREATMENT:
A FUNDAMENTAL ROLE
ABSTRACT
Introduction: The best pratice in caring for wounds objectives the cure of the injury by
promoting it's hemostasis and healing, promoting the wound's improvement. Once the
nurse defines the treatment metodology. His evaluation is of special interest. We intend to
reinforce the nurse's role and autonomy, when treating wounds in a general hospital in
Rio de Janeiro city. Metodology: We made a routine over the nurse's work in this hospital
where they are responsibles of the wound treatment. Their work is based on a protocol
fixed by the nurse's leadership department of the hospital. Results: We found that when
the nurse has autonomy (acquired after a rigorous training program) she'll realizes and
denoted the dressing, reducing risks and complications and acelerating wound healing. It's
important to focalize that when the nurse exerts his autonomy, the care for the pacient
with wounds becomes individualyser and continous allowing best quality control and
benefit to the pacient. Conclusion: The Success in healing a wound depends on dressing
and each step of the treatment wich includes evaluation, planning, executing and
recording the data. The nurse should be responsible and autonomus in the treatment of
wounds.
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3. 1. Considerações iniciais
O significado da palavra ferida ultrapassa a simples definição da perda da solução de
continuidade da pele. Ao buscar sinônimos para a ferida encontramos definições como coisa
que penaliza, desgraça, aquilo que deixa cicatriz.
Da mesma forma o cuidar da ferida de alguém vai muito alem dos cuidados gerais ou da
realização de um curativo. Uma ferida pode ao ser apenas uma lesão física , mas algo que dói
sem necessariamente precisar de estímulos sensoriais.
O cuidado sob medida para o paciente acometido de feridas , tem por finalidade promover a
hemostasia e a cicatrização reduzindo assim o risco de infecção , promovendo então a
melhora da lesão. A avaliação do enfermeiro é de extrema importância , pois sera ele que
traçará a metodologia do tratamento.
O tratamento da ferida é um processo dinâmico que depende da avaliação da necessidade ou
não da continuidade do mesmo fora do hospital. Sendo essa avaliação sistematizada, tendo
prescrições distintas e de freqüência, tipo de curativo ou cobertura necessária que podem ser
variáveis de acordo com o momento evolutivo do processo cicatricial cabendo ao enfermeiro
estar avaliando intensamente todo esse processo
Devemos dar um tratamento adequado , isto é personalizado. Devemos considerar todos os
fatores individuais do paciente e os recursos materiais e humanos de que dispomos. O produto
de escolha deve ser avaliado com relação às indicações, as contra indicações, aos custos e a
eficácia. Para isso é necessário ver o paciente como um todo não só a ferida e será o
enfermeiro que deverá se fazer presente , resultando em um cuidado integral a esse cliente.
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4. 1.1Objetivo
Objetivamos atentar para o papel do enfermeiro e sua autonomia no tratamento de feridas em
um hospital da rede privada situado na cidade do rio de janeiro.
1.2Objeto de estudo
Enfermeiros que trabalham num hospital da rede privada onde exercem um papel fundamental
no tratamento de feridas como cuidadores e orientadores desses curativos.
1.3Questão norteadora
• Qual a importância da autonomia do enfermeiro no tratamento de feridas ?
1.4 Problema
A autonomia do enfermeiro no tratamento de feridas é uma disciplina emergente e uma
estratégia de sistematização da assistência a fim de otimizar e aumentar a eficiência deste
cuidado. Tivemos como problema à consolidação desta prática que vem de encontro as
necessidades dos profissionais de enfermagem onde o papel do enfermeiro não é somente a
execução do curativo determinado pelo médico e sim o preenchedor de uma lacuna
importante sendo ele o principal cuidador desse paciente portador de uma ferida tendo
suficiente autonomia após incessante tratamento e aprimoramento e reciclagem profissional
para determinar o protocolo a ser seguido.
1.5Relevância / justificativa
A falta de interesse, a incapacidade de somente achar que seu papel é de realizar um curativo
faz com que muitos enfermeiros não tenham a autonomia que os é oferecido no tratamento de
uma ferida. Tivemos como
Justificativa a verdadeira responsabilidade que o enfermeiro deverá ter no tratamento de uma
ferida. A aplicação de uma assistência de enfermagem que dá autonomia e valoriza o
enfermeiro como profissional contribuindo assim este trabalho ,atenta para os enfermeiros que
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5. a avaliação continua de todo o processo da assistência é de sua responsabilidade, contribuindo
assim para novas pesquisas e para futuros profissionais.
Capitulo II
2.0 Metodologia/ desenvolvimento
Trata-se de uma pesquisa descritiva observacional que compreende a importância da
autonomia do enfermeiro diante do tratamento de uma ferida pois segundo
MINAYO(1993,p32) “Este estudo se preocupa nas ciências sociais com um nível de realidade
que não pode ser quantificado.”
Observamos os enfermeiros de um respectivo hospital privado onde atentamos para o
fundamental papel destes, sendo este que executa o curativo e mantem o maior contato com o
paciente durante todo os eu tratamento.
Como instrumento de coleta de dados observamos o trabalho e rotina das enfermeiras dos
quatro plantões da clinica médica dentro dessa instituição onde a responsabilidade é do
enfermeiro para com o tratamento de feridas, sendo ela baseada em um protocolo (anexo)que
foi implementado pela chefia de enfermagem deste hospital, sendo neste projetado um
caminho clínico para promover a cicatrização da ferida. Sendo também este protocolo um
elemento necessário a avaliação pela entidade prestadora da assistência a saúde , da relação
custo –efetividade do tratamento empregado no paciente.
O protocolo se constitui como um documento de extrema importância no tratamento de
feridas pois como a cada plantão se tem uma nova enfermeira é através do protocolo que se é
construído e seguido toda uma estrutura de tratamento , como o curativo deverá ser feito e
acompanhando pois assim a cada plantão se pode comparar a evolução e o tratamento da
ferida.
O enfermeiro deve também avaliar a causa da ferida, qualquer condição clinica subjacente,
história da ferida, tratamento empregado até aquela data , condições clínicas de base
(desnutrição, diabetes, hepatopatia, neuropatia, etc..). com isso , o enfermeiro pode manter um
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6. plano e sistema de controle da ferida definindo os instrumentos, suas diretrizes, fechando
então o protocolo.
A autonomia inclui ainda avaliar a pele , a ferida , os curativos do paciente, planejar o
tratamento da ferida, selecionar, avaliar e trocar cobertura, prevenir infecção ,diagnosticar a
etiologia da ferida, efetuar documentação fotográfica (com autorização prévia do cliente),
recomendar exames complementares que possam auxiliar no diagnóstico e na evolução da
cicatrização, preenchendo assim um papel importante no tratamento de feridas, sendo a sua
figura preponderante e por estas razoes em muitos aspectos suas condutas são sobrepostas a
dos outros componentes da equipe .
Capitulo III
Fundamentação bibliográfica
1. Anatomia da pele
A pele é uma estrutura indispensável para a vida humana. Ela forma uma barreira entre os
órgãos internos e o ambiente externo e ainda participa de muita funções vitais do corpo é
formada de três camadas que se encaixam fortemente uma as outras , e são : epiderme , derme
e tecido subcutâneo ( hipoderme)
1.1 Epiderme : camada mais superficial da pele, é formada por células epiteliais dispostas
em várias camadas. A epiderme não é vascularizada e sua principal função é proteger contra
agressões do meio externo
1.2 Derme : consiste no tecido conjuntivo contendo fibras colágenas e fibras elásticas ;
contem vasos sanguíneos, nervos , vasos linfáticos , folículo piloso e glândulas sudoríparas e
sebáceas. É a camada intermediária que fornece estrutura e força de sustentação a pele.
1.3Tecido subcutâneo : conhecido como tecido adiposo, tendo como principal função
proporcionar barreira mecânica e promover a termoregulação.
2.Funções da pele
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7. Sendo o maior órgão do corpo humano , é a principal barreira contra as agressões do meio
externo e as suas principais funções são :
• Proteção
• Sensação
• Regulação de água
• Regulação térmica
• Produção de vitamina
• Resposta imune.
2.1Fatores que alteram a integridade da pele:
• Sol
• Hidratação
• Medicamentos
• Sabões
• Status nutricional
• Doenças
• Estresse
•
3.Fisiologia da cicatrização
O processo cicatricial é subdividido em três fases distintas e subseqüentes , sendo a
primeira designada de inflamatória que pode durar em torno de 24 a 48 horas. A resposta
inflamatória é uma reação natural de qualquer trauma agudo ou incisão cirúrgica . sendo a
inflamação um pré-requisito do processo de cicatrização. A segunda fase , chamada de
fibroblastica , de granulação e ainda proliferativa , ocorre depois da limpeza da área
lesionada, após a atuação dos neutrofilos e macrófagos. Ocorre ainda a reepitelização , pela
migração e proliferação de queratinócitos proporcionando contração da ferida durando
aproximadamente duas semanas. A ultima fase denomina-se de maturação, reparadora ou
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8. remodeladora, ocorre depois de três semanas e pode durar meses ou anos, pois é nessa fase qe
vai haver o deposito de colágeno de forma gradativa, com a finalidade de aumentar a força
tensil da ferida. Nessa fase ocorre também a diminuição da capilarização , tornando-a mais
pálida.(AZULAY1999p53)
4.Tipos de cicatrização
4.1 Primeira intenção
Geralmente ocorre a lesão por instrumentos cortantes, com bordos regulares e de ajuste por
suturas . ocorre o mínimo de perda tecidual, com resposta inflamatória e menor índice de
defeitos e complicações .
4.2 Segunda intenção
Ocorre quando há perda acentuada de tecido, geralmente devido a complicações, como por
exemplo infecção. Não há possibilidade de fechamento de bordos, necessitando portanto de
manter o meio úmido para a formação de um novo tecido. Período cicatricial mais prolongado
e há maior índice de defeitos cicatriciais
4.3 Terceira intenção
Ocorre através de fechamento de bordos por sutura, após a ferida estar granulada, depois de
debelar a infecção / complicação
5.Classificação das feridas
5.1Quanto à causa:
• Intencional ou cirúrgica: lesão programada e realizada em condições assépticas.
• Acidental ou traumática: lesões imprevistas
5.2Quanto à etiologia:
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9. • Aguda: quando há ruptura da vascularização com desencadeamento imediato do
processo de hemostasia e reação inflamatória aguda.
• Crônica : quando há desvio do processo cicatricial fisiológico e é caracterizada por
resposta inflamatória intensa
5.3 Quanto ao conteúdo microbiano
• Limpa: lesão feita em condições assépticas
• Limpa contaminada : lesão com tempo inferior a seis horas entre o trauma e o
atendimento e sem contaminação significativa.
• Contaminada: lesão com tempo superior a seis horas entre o atendimento e o trauma e
com presença de contaminantes.
• Infectada: presença de agente infeccioso local e evidencia de intensa reação
inflamatória e destruição de tecidos.
6. Fatores que afetam a cicatrização das feridas
• Fatores locais
Os fatores locais que impedem a cicatrização de feridas incluem pressão , ambiente seco ,
trauma, edema,infecção , necrose e incontinência .
• Fatores sistêmicos
Os fatores sistêmicos incluem idade, biótipo , doenças crônicas , condições nutricionais,
insuficiências vasculares , imunossupressão e radioterapia
7.Complicações da cicatrização de ferida
As complicações mais comuns são
• Infecção – drenagem de material purulento ou inflamação das bordas da feidas
• Hemorragia- interna ou externa
• Deiscência – separação das camadas da pele e tecido , comum 3 a11 dias após a lesão
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10. • Evisceração – protusão dos órgãos viscerais através da abertura da ferida
• Fístula – comunicação anormal entre dois órgãos ou entre um órgão e a superfície do
corpo.
8.Objetivos do tratamento de feridas
O objetivo do profissional de saúde ao tratar uma ferida e mantê-la úmida , limpa a salvo de
trauma físico, preservando a integridade cutânea do paciente. A escolha dos curativos mais
eficientes e a implementação dos procedimentos ou técnicas apropriadas ajudam a atingir esse
objetivo. (DANTAS.2003p123)
9. A escolha do curativo
Existem mais de 2.000 produtos para tratar feridas no mercado, o que torna a escolha do
curativo uma tarefa difícil e desafiadora. O desenvolvimento de uma rotina de tratamento e
planejamento dos cuidados com a ferida exige consideração dos:
• Fatores relacionados com a ferida e apele, como causa, gravidade, ambiente,
condições da pele em torno da ferida, tamanho e profundidade da ferida, localização
anatômica, volume de exsudato e risco ou presença de infecção.
• Fatores relacionados com o paciente, como condições vasculares, nutricionais e
clinicas; necessidade de controle de odor; bem estar e preferências e a relação custo -
beneficio.
• Fatores relacionados com o curativo como disponibilidade, durabilidade e
adaptabilidade e usos.( HESS,200p77)
Capitulo IV
Análise de dados
Constatou-se que com a autonomia obtida após incessante treinamento , o enfermeiro não só
indicará como realizar o curativo como também o realizará, reduzindo os riscos e
complicações ,acelerando assim a evolução da ferida. Ressaltando também que quando o
enfermeiro coloca em prática a sua autonomia prioriza um cuidado individualizado e
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11. contínuo ao paciente , possibilitando assim a definição de indicadores de qualidade
contribuindo para uma melhor assistência a esses pacientes.
Conclusão
O enfermeiro tendo autonomia deve repensar continuamente os processos terapêuticos
existentes através da educação continuada, transmitir, estimular e facilitar o aprendizado
destes conhecimentos, disseminando as técnicas efetivas de avaliação e tratamento das
feridas, através de reciclagens periódicas dos profissionais incentivando os enfermeiros ao
aprofundamento, participações em trabalhos científicos, assim buscando e oferecendo sempre
novas contribuições que favoreçam uma intervenção eficaz na assistência , recuperação e
reintegração social do paciente.
Constatamos que o sucesso da cicatrização da ferida dependerá do curativo e de cada etapa
do tratamento, que incluirá a avaliação planejamento , implementação e registro. Sendo de
dever do enfermeiro acompanhar todos esses processos trazendo para si a responsabilidade e
autonomia no tratamento de feridas.
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12. REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA
AZULAY&AZULAY.Dermatologia.Rio de Janeiro: Guanabara koogan, 1999.
DANTAS, Sonia Regina P.E. Abordagem multiprofissional do tratamento de Feridas. Rio
de janeiro: Atheneu, 2003.
HESS, Cathy Tomas. Tratamento de feridas e ulceras. Reichmanne& Affonso: 2002.p75-80.
MINAYO, Maria Cecília De Souza. Pesquisa Social-teorica: Método criatividade. 11.ed.
Petrópolis: vozes,1999.
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13. Protocolo para avaliação e acompanhamento de ulceras e feridas
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