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PESQUISA NO ENSINO DE QUÍMICA




O papel da
                                                                    no ensino de ciências
                                                                                                             Marcelo Giordan

A presente seção inclui estudos e investigações sobre problemas no                     experiência, e conheça o universal
ensino de química, com explicitação dos fundamentos teóricos e                         ignorando o particular nele contido,
procedimentos metodológicos adotados na análise de resultado.                          enganar-se-á muitas vezes no trata-
Este artigo discute o papel da experimentação na construção do                         mento” (Aristóteles, 1979). Naquele
conhecimento científico e sua relevância no processo de ensino-                        tempo, já se reconhecia o caráter par-
aprendizagem, pautando-se em contribuições filosóficas,                                ticular da experiência, sua natureza fac-
epistemológicas e psicológicas.                                                        tual como elemento imprescindível pa-
                                                                                       ra se atingir um conhecimento uni-
   conhecimento científico, ensino de ciências, experimentação, simulação              versal. Ter a noção sem a experiência
                                                                                       resgata, em certa medida, a temática
                                                                                       de se discutir as causas sem se tomar
                                                                                       contato com os fenômenos empíricos,
      ...entendo que nossa linguagem ordinária está repleta de teorias; que a          o que significa ignorar o particular e
   observação sempre é observação à luz das teorias, e que é somente o                 correr o risco de formular explicações
   prejuízo indutivista que leva as pessoas a pensar que poderia existir uma           equivocadas.                                43
   linguagem fenomênica, livre das teorias e diferente de uma ‘linguagem                   O pensamento aristotélico marcou
   teórica’... (K.R. Popper, em Lógica da investigação científica, p. 61, nota         presença por toda a Idade Média entre
   adicionada em 1968.)                                                                aqueles que se propunham exercitar o
                                                                                       entendimento sobre os fenômenos da
                                                                                       natureza. Esse exercício desenvolvia-se
                                                                                       principalmente num plano além da


É
          de conhecimento dos profes-       pensamento científico, apoiando-nos        concretude do mundo físico, estabe-
          sores de ciências o fato de a     nos estudos de alguns filósofos da         lecido como estava na lógica, um
          experimentação despertar um       ciência, sem a pretensão de defender       poderoso instrumento de pensamento
forte interesse entre alunos de diversos    uma idéia de evolução para a experi-       já conhecido dos gregos. O acesso ao
níveis de escolarização. Em seus de-        mentação e seu posicionamento den-         plano dos fenômenos ocorria através
poimentos, os alunos tam-                                        tro das ciências      dos sentidos elementares do ser huma-
bém costumam atribuir à           Aliada à lógica — numa         naturais ou hu-       no, que orientavam seu pensamento por
experimentação um caráter          dimensão teórica —, a         manas, mas ape-       meio de uma relação natural com o
motivador, lúdico, essen-           observação natural           nas apontar os        fenômeno particular. Na ausência de
cialmente vinculado aos           sustentou na sua base          principais apoios     instrumentos inanimados de medição,
sentidos. Por outro lado,          empírica a metafísica         da teoria do co-      a observação — numa dimensão
não é incomum ouvir de                 no exercício de           nhecimento que        empírica — era o principal mediador
professores a afirmativa de           compreensão da             sustentam essa        entre o sujeito e o fenômeno. Aliada à
que a experimentação                      natureza               discussão. Por        lógica — numa dimensão teórica —, a
aumenta a capacidade de                                          fim, discutimos       observação natural sustentou na sua
aprendizado, pois funciona como meio        as implicações da teoria de modelos        base empírica a metafísica no exercício
de envolver o aluno nos temas em            mentais para a experimentação e sua        de compreensão da natureza.
pauta.                                      relevância para o ensino de ciências,          Passados 23 séculos e guardadas
    Nossa proposta aqui é discutir o pa-    utilizando o conceito de simulação.        as particularidades do contexto a que
pel da experimentação nos processos                                                    se aplica a fala de Aristóteles, notamos
de elaboração do pensamento cientí-         Primórdios do racionalismo:                que muitas propostas de ensino de
fico, elevando-a à categoria de pro-        a observação natural                       ciências ainda desafiam a contribuição
cesso de natureza social, técnica e              Há mais de 2 300 anos, Aristóteles    dos empiristas para a elaboração do
cognitiva. Queremos identificar as ca-      defendia a experiência quando afirma-      conhecimento, ignorando a experi-
racterísticas mais fundamentais do          va que “quem possua a noção sem a          mentação ainda como uma espécie de

                   QUÍMICA NOVA NA ESCOLA    Experimentação e Ensino de Ciências      N° 10, NOVEMBRO 1999
observação natural, como um dos             acúmulo de observações e dados, am-        com os enunciados genéricos.
     eixos estruturadores das práticas esco-     bos derivados do estágio de experi-           Ainda preocupado em formular
     lares. A elaboração do conhecimento         mentação, permite a formulação de          uma metodologia científica precisa,
     científico apresenta-se dependente de       enunciados mais genéricos que po-          René Descartes impôs à experimen-
     uma abordagem experimental, não             dem adquirir a força de leis ou teorias,   tação um novo papel, diverso do pro-
     tanto pelos temas de seu objeto de          dependendo do grau de abrangência          posto por seu contemporâneo Bacon.
     estudo, os fenômenos naturais, mas          do problema em estudo e do número          Descartes considerava que o processo
     fundamentalmente porque a orga-             de experimentos concordantes. Esse         dedutivo —reconhecer a influência
     nização desse conhecimento ocorre           processo de formular enunciados ge-        causal de pelo menos um enunciado
     preferencialmente nos entremeios da         rais à custa de observações e coleta       geral sobre um evento particular —
     investigação. Tomar a experimentação        de dados sobre o particular, contextua-    ganharia mais força na medida em que
     como parte de um processo pleno de          lizado no experimento, é conhecido         o percurso entre o enunciado geral e
     investigacão é uma necessidade, re-         como indução. O método descrito por        o evento particular fosse preenchido
     conhecida entre aqueles que pensam          Francis Bacon fundamenta a chamada         por eventos experimentais:
     e fazem o ensino de ciências, pois a        ciência indutivista, que em suas pala-
                                                                                                  Percebi (...), no que concerne
     formação do pensamento e das atitu-         vras se resume a:
                                                                                                às experiências, que estas são
     des do sujeito deve se dar preferen-
                                                      Só há e só pode haver duas                tanto mais necessárias quanto
     cialmente nos entremeios de ativida-
                                                    vias para a investigação e para             mais adiantado se está em co-
     des investigativas.
                                                    a descoberta da verdade. Uma                nhecimentos. (...) Primeiramen-
     Contribuições positivistas: a                  que consiste em saltar das sen-             te, tentei descobrir, em geral, os
     experimentação como um fim                     sações e das coisas particulares            princípios ou causas primitivas
     em si mesma                                    aos axiomas mais gerais e, a                de tudo o que é ou que pode
                                                    seguir, em se descobrirem os                ser no mundo .(...) Depois, exa-
         A experimentação ocupou um pa-             axiomas intermediários a partir             minei quais eram os primeiros e
     pel essencial na consolidação das              desses princípios e de sua ina-             mais comuns efeitos que po-
44   ciências naturais a partir do século XVII,     movível verdade. E outra, que               diam ser deduzidos de tais cau-
     na medida em que as leis formuladas            recolhe os axiomas dos dados                sas. (...) Após isso, quis descer
     deveriam passar pelo crivo das situa-          dos sentidos e particulares,                às mais particulares.
     ções empíricas propostas, dentro de            ascendendo contínua e gradual-
     uma lógica seqüencial de formulação                                                        Desse trecho retirado da sexta parte
                                                    mente até alcançar, em último
     de hipóteses e verificação de                                                          — “Que coisas são requeridas para
                                                    lugar, os princípios de máxima
     consistência. Ocorreu naquele período                                                  avançar na pesquisa da natureza” —
                                                    generalidade. Esse é o verdadei-
     uma ruptura com as práticas de inves-                                                  do livro Discurso do método, percebe-
                                                    ro caminho, porém ainda não
     tigação vigentes, que consideravam                                                     se que há uma inversão na proposta
                                                    instaurado. (BACON, 1989, p. 16.)
     ainda uma estreita relação da natureza                                                 de Descartes (1980) para o fazer ciên-
     e do homem com o divino, e que esta-             Um exemplo simples de aplicação       cia, comparando-se com aquela feita
     vam fortemente impregnadas pelo              do método indutivo em situações de        por Bacon, pois não é mais o acúmulo
     senso comum. A experimentação ocu-           ensino pode ser analisado numa            de evidências particulares que forta-
     pou um lugar privilegiado na pro-            atividade de laboratório na qual se       lece o enunciado geral, a lei, a teoria.
     posição de uma metodologia científica,       pede para vários alunos registrarem           Partindo-se de um enunciado geral,
     que se pautava pela racionalização de        independentemente a temperatura de        como “a temperatura de ebulição dos
     procedimentos, tendo assimilado              ebulição da água. Supondo que esses       líquidos é função da pressão ambien-
     formas de pensamento características,        alunos façam seus experimentos numa       te” e tendo como fato que ao nível do
     como a indução e a                                           cidade litorânea e que    mar a água ferve a 100 °C e numa certa
     dedução.                           O acúmulo de              todos eles tenham         cidade serrana a 96,5 °C, podemos for-
         Estabelecido um            observações e dados,          registrado a tempera-     mular a hipótese de que a temperatura
     problema, o cientista           ambos derivados do           tura de ebulição em       de ebulição da água em uma panela
     ocupa-se em efetuar                  estágio de              100 °C, pode-se levá-     de pressão será maior que 100 °C. Co-
     alguns experimentos              experimentação,             los à conclusão, pelo     mo o enunciado apela para a variação
     que o levem a fazer            permite a formulação          método indutivo ba-       da temperatura em função da pressão
     observações cuida-              de enunciados mais           seado no acúmulo de       e os dados revelam que essa taxa é
     dosas, coletar dados,          genéricos que podem           evidências experimen-     positiva (maior pressão, maior tempe-
     registrá-los e divulgá-       adquirir a força de leis       tais, que a tempera-      ratura), deduzimos que em um sistema
     los entre outros mem-                 ou teorias             tura de ebulição da       semi-aberto como a panela de pressão
     bros de sua comuni-                                          água é 100 °C. No         a pressão ambiente será maior e,
     dade, numa tentativa de refinar as           pensamento indutivista, não há lugar      portanto, também será maior a tem-
     explicações para os fenômenos subja-         para a contradição, ou seja, as evidên-   peratura de ebulição. Qual é o papel
     centes ao problema em estudo. O              cias empíricas devem todas concordar      da experimentação aqui? Confirmar

                        QUÍMICA NOVA NA ESCOLA    Experimentação e Ensino de Ciências       N° 10, NOVEMBRO 1999
nossa hipótese, uma espécie de carim-       fenômenos, controlar e prever seus          normal, tal proposta pode ser defen-
bo atestando a força do enunciado           efeitos sobre os eventos experimentais,     sável, principalmente porque se sus-
geral.                                      encadear logicamente seqüências de          tentam no pragmatismo ingênuo dos
    Cumpre destacar a característica        dados extraídos de experimentos são         acertos e desprezam o erro como
de controle que a experimentação pas-       consideradas, na visão positivista,         estágio inerente do fazer ciência. Para
sa a exercer com a transformação do         competências de extremo valor para a        a educação científica, a tese positivista
pensamento científico. Esse controle,       educação científica do aluno. A expe-       carece de fundamentação científica,
exercido sobre as variáveis inerentes       rimentação exerce a função não só de        por desconsiderar que para o aprendiz
ao fenômeno em estudo, subsidia a           instrumento para o desenvolvimento          a ciência é uma representação do
prática empírica de adotar a precisão       dessas competências, mas também             mundo, entre outras tantas, que se
da medida da variável como critério         de veículo legitimador do conhe-            revelam de maneira espontânea ou
mais adequado de julgamento do              cimento científico, na medida em que        dirigida por uma práxis cultural distinta
fenômeno, que durante o advento da          os dados extraídos dos experimentos         daquela legitimada pela comunidade
fase racionalista da ciência passa a        constituíam a palavra final sobre o         científica2.
ocupar o lugar da prática aristotélica      entendimento do fenômeno em causa.              A partir da década de 60, os pro-
de privilegiar os sentidos na aborda-       Parece ter sido o desenvolvimento des-      gramas de educação científica passa-
gem do fenômeno. O empírico avança          sas competências o principal objetivo       ram a ser influenciados por uma cultura
para a compreensão do fenômeno à            da experimentação no ensino de ciên-        de pesquisa nessa área (Schnetzler e
medida que abstrai os sentidos e se         cias, e de química em particular, até o     Aragão, 1995; Krasilchik, 1987),
apóia em medidas instrumentais mais         final da década de 60, quando os            recebendo influência da psicologia
precisas, passíveis de reprodução           programas de educação científica            cognitiva e da epistemologia estrutu-
extemporânea. O ataque à filosofia          recebiam uma forte influência do            ralista, entre outras áreas do conheci-
aristotélica no século XVII é comple-       pensamento lógico-positivista e             mento. As atividades de ensino
tado por Galileu, que atribui à experi-     comportamentalista. Tratava-se de           deixaram de ser encaradas como
mentação um papel central no fazer          aplicar as etapas su-                                          transposições diretas
ciência, o de legitimadora1.                postas do método                 O empírico avança             do trabalho de cien-     45
    Esses três pensadores são consi-        científico nas salas de         para a compreensão             tistas e o desenvol-
derados fundadores da ciência moder-        aula, confiando que a         do fenômeno à medida             vimento cognitivo do
na, fundamentalmente por terem com-         aprendizagem ocor-                  que abstrai os             ser humano foi to-
batido o pensamento aristotélico, no        reria pela transmissão        sentidos e se apóia em           mado como um parâ-
qual a experiência tinha base na obser-     dessas etapas ao              medidas instrumentais            metro essencial para
vação natural, mas também por terem         aluno, que indutiva-               mais precisas,              a proposição de
contribuído para a estruturação do que      mente assimilaria o                  passíveis de              estratégias de ensi-
ficou conhecido como método cientí-         conhecimento subja-                  reprodução                no. Nesses termos,
fico, pelo qual a experiência é planifi-    cente.                              extemporânea               os estágios de evo-
cada com base num estratagema                    À parte a polêmica                                        lução do pensamen-
racional. Suas idéias fundamentais fo-      sobre o processo de evolução do             to e as idéias prévias do indivíduo
ram retomadas por Augusto Comte             pensamento científico, podemos iden-        arquitetadas num ambiente sociocul-
(1983, p.8) em seu Curso de filosofia       tificar, ainda no pensamento de Comte,      tural e histórico foram tomados como
positiva:                                   os prejuízos que a transposição cega,       elementos fundamentadores da apren-
                                            irrefletida, do método científico e o pa-   dizagem (Mortimer e Carvalho, 1996).
     “...indicarei a data do grande
                                            pel atribuído à experimentação nesse        A linearidade do método científico de
   movimento impresso ao espírito
                                            tratamento reservam às práticas da          matriz lógico-positivista foi desafiada
   humano (...), pela ação combi-                                                       e assim os elementos organizadores
                                            educação científica. Comte, ao despre-
   nada dos preceitos de Bacon,                                                         do método foram reavaliados e seus
                                            zar a teologia e a metafísica, refuta o
   das concepções de Descartes                                                          lugares redefinidos.
                                            exercício da busca das causas gera-
   e das descobertas de Galileu,                                                            Tendo por base a influência dos
                                            doras dos fenômenos, por acreditar
   como o momento em que o                                                              programas de pesquisa da educação
                                            que somente a experimentação pode
   espírito da filosofia positiva                                                       em ciências desenvolvidos a partir da
                                            oferecer a medida de força para as
   começou a pronunciar-se no                                                           década de 60, passaremos a analisar
                                            explicações positivas. Priorizando ana-
   mundo.”                                                                              o papel que cabe à experimentação no
                                            lisar com exatidão as circunstâncias da
   As idéias positivistas influenciaram     produção de explicações positivas,          ensino de ciências na escola básica.
e ainda influenciam práticas pedagó-        Comte adota o rigor empírico como
                                                                                        Dimensões psicológica e
gicas na área de ensino de ciências,        fundamento da prática científica e pro-
sustentadas pela aplicação do método        põe vincular essas explicações, me-
                                                                                        sociológica da
científico. Saber selecionar e hierar-      diante relações normais de sucessão         experimentação
quizar variáveis segundo critérios de       e similitude (Comte, 1983, p. 7). Para          Em seu livro Formação do espírito
pertinência para a compreensão dos          os afeitos à cotidianidade da ciência       científico, Gaston Bachelard aponta os

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obstáculos que se apresentam ao               mas estaríamos nesse caso fadados           deia-se um processo pautado na inter-
     sujeito (o autor fala do espírito) quando     a permanecer em discussões tecnicis-        subjetividade do coletivo, cujo aprimo-
     em contato com o conhecimento cien-           tas sobre a medida experimental.            ramento fundamenta o conhecimento
     tífico, seja por meio de fenômenos, seja      Importa, neste momento, desvelar a          objetivo. O processo de objetivação do
     no exercício da compreensão. Ao pro-          noção de representação do conheci-          conhecimento, por ser uma necessi-
     por que a primeira experiência exigente       mento para os processos de aprendi-         dade social, deve ser um eixo central
     é a experiência que ‘falha’ (itálico e        zagem. Em primeiro plano, sendo a           da prática educativa e aqui a experi-
     aspas do autor), Bachelard destaca o          ciência uma construção humana, de-          mentação desempenha um papel de
     papel do erro no progresso da ciência,        ve-se reconhecer que no fazer ciência       fórum para o desenvolvimento dessa
     tanto por se exigir um                                          se desenvolve um pro-     prática.
     processo de freagem          Uma experiência imune              cesso de represen-            Mais recentemente, o tema apren-
     do estímulo, o que               a falhas mimetiza a            tação da realidade em     dizagem colaborativa vem sendo
     acalmaria os impul-           adesão do pensamento              que predominam acor-      amplamente debatido na literatura de
     sos do sensível, como                  do sujeito               dos simbólicos e lin-     ensino de ciências (Nurrenbern e
     também por impulsio-            sensibilizado ao que            güísticos num exercí-     Robinson, 1997), a partir do que pode-
     nar o cientista à pre-           supõe ser a causa              cio continuado de dis-    mos depreender que é necessário criar
     cisão discursiva e so-              explicativa do              cursos mentais, ínti-     oportunidades não somente para a
     cial, subsidiando o           fenômeno, em lugar de             mos ao sujeito, e         realização de experimentos em equipe,
     desenvolvimento de            promover uma reflexão             discursos sociais,        mas também para a colaboração en-
     técnicas e teorias                   racionalizada              propriedade do coleti-    tre equipes. A formação de um espírito
     (Bachelard, 1996, p.                                            vo. A falha do experi-    colaborativo de equipe pressupõe uma
     295-297).                                                       mento alimenta esse       contextualização socialmente signi-
          Uma experiência imune a falhas           exercício, por mobilizar os esforços do     ficativa para a aprendizagem, do ponto
     mimetiza a adesão do pensamento do            grupo no sentido de corrigir as obser-      de vista tanto da problematização (te-
     sujeito sensibilizado ao que supõe ser        vações/medições; por desencadear            mas socialmente relevantes) como da
46   a causa explicativa do fenômeno, em           uma sucessão de diálogos de natureza        organização do conhecimento cientí-
     lugar de promover uma reflexão racio-         conflituosa entre o sujeito e o outro e     fico (temas epistemologicamente signi-
     nalizada. O erro em um experimento            com seus modelos mentais, e por colo-       ficativos). Novamente, ao professor é
     planta o inesperado em vista de uma           car em dúvida a veracidade do modelo        atribuído o papel de líder e organizador
     trama explicativa fortemente arraigada        representativo da realidade. A decor-       do coletivo, arbitrando os conflitos
     no bem-estar assentado na previsibili-        rência possível desse movimento é um        naturalmente decorrentes da aproxi-
     dade, abrindo oportunidades para o            novo acordo para se ter acesso e para       mação entre as problematizações
     desequilíbrio afetivo frente ao novo.         representar o fenômeno, que altera o        socialmente relevantes e os conteúdos
     Rompe-se com a linearidade da suces-          quadro dialógico do sujeito com a           do currículo de ciências. Estratégias
     são “fenômeno corretamente observa-           realidade.                                  negociadas em torno de temáticas
     do/medido ⇒ interpretação inequí-                 O que se busca                                           ambientais podem vir
     voca”, verdadeiro obstrutor do pensa-         com o ‘experimento            O que se busca com o           a contentar ambas as
     mento reflexivo e incentivador das            exigente’, e aqui o          ‘experimento exigente’,         colunas reivindicató-
     explicações imediatas. A chamada              professor ocupa lugar           e aqui o professor           rias, que atuam tanto
     psicanálise do erro visa dosar o grau         estratégico, é um                   ocupa lugar              em sala de aula, como
     de satisfação íntima do sujeito, subs-        acordo na direção do            estratégico, é um            nos bancos acadêmi-
     trato indispensável para manter o aluno       que é cientificamente         acordo na direção do           cos.
     engajado em processos investigativos.         aceito e portanto dia-        que é cientificamente              Apresentamos co-
     Numa dimensão psicológica, a expe-            logável com a comu-              aceito e portanto           mo exemplo o estudo
     rimentação, quando aberta às possi-           nidade científica. Es-           dialogável com a            da energética das
     bilidades de erro e acerto, mantém o          se exercício social de        comunidade científica          transformações quími-
     aluno comprometido com sua apren-             precisão discursiva                                          cas. Ao se desenca-
     dizagem, pois ele a reconhece como            não foi priorizado pe-                                       dear a problematiza-
     estratégia para resolução de uma pro-         las propostas de ensino de ciências         ção dos combustíveis como fonte
     blemática da qual ele toma parte dire-        quando se tentou aplicar o método da        importante de energia para a huma-
     tamente, formulando-a inclusive.              redescoberta, acreditando-se que o          nidade, tem-se a oportunidade de
          O segundo argumento de Bache-            acesso ao fenômeno e a seus instru-         examinar experimentalmente desde os
     lard em favor do ‘experimento exigente’       mentos de observação/medição cum-           derivados do petróleo até os combus-
     é igualmente aplicável às situações de        priria os objetivos do ensino, meramen-     tíveis obtidos da biomassa, passando
     aprendizagem: a busca de uma preci-           te reprodutórios da ‘realidade positiva’.   por aqueles reciclados, como o biodie-
     são discursiva e social. Poderíamos           Ao se incentivar os alunos a expor suas     sel, obtido pela transesterificação de
     nos ater às questões dos instrumentos         idéias acerca do fenômeno, que estão        óleos usados em cozinhas industriais.
     de observação/medição do fenômeno,            no plano da subjetividade, desenca-         Para que substâncias tão diversas

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sejam objetivamente comparadas, tor-        lados a primeira instância de represen-      são do volume da bexiga de borracha,
na-se necessário estabelecer um pro-        tação analógica da realidade. Nessas         sem que se aventasse o aumento da
tocolo básico de comunicação entre os       situações, o sujeito se percebe diante       velocidade dessas partículas (Figura
grupos e mesmo entre dados/obser-           de uma representação da realidade,           1). É de se ressaltar a capacidade dos
vações extraídos dos experimentos. O        obrigando-se a formular a sua própria,       alunos de criar modelos explicativos
próprio planejamento dos experimen-         que venha a se ajustar àquela em             para o fenômeno em estudo, o que é
tos deve guardar relações de similari-      simulação. Trata-se portanto de deter-       sem dúvida uma competência impor-
dade, e desse acordo em torno da            minar à experimen-                                            tante a ser cultivada
resolução de uma problemática soci-         tação o novo papel de          Os modelos mentais             em situações de en-
almente relevante pode-se arquitetar o      estruturadora de uma            servem de sistemas            sino envolvendo expe-
conceito de entalpia, que emerge em         realidade simulada,           intermediários entre o          rimentação.
um contexto epistemologicamente             etapa intermediária          mundo e sua represen-                Numa proposta de
significativo, pois a organização do        entre o fenômeno, que         tação, uma espécie de           continuação para esta
conhecimento decorre de uma atitude         também é acessado                filme interno cujas          atividade, pode-se
cientificamente construída.                 pelo prisma da expe-            cenas são formadas            sugerir a observação
                                            rimentação, e a repre-       por imagens animadas             e manipulação de
A experimentação por                        sentação que o sujeito              e signos, cuja            uma sistema fechado,
simulação                                   lhe confere.                        concatenação              no qual pequenas es-
    Tendo exposto as dimensões psico-           Um exemplo práti-          expressa o estado de           feras rígidas (miçan-
lógica e sociológica da experimen-          co pode traduzir com         coisas e dialoga com a           gas de plástico)
tação, sugerimos agora uma terceira         mais propriedade es-           representação que o            possam se movimen-
dimensão, a cognitiva3, baseada na          sas idéias. Em estudo             sujeito confere à           tar dentro de um cilin-
concepção de modelos mentais,               sobre as concepções                   realidade               dro cujo volume varie
conforme apresentada por Moreira            atomísticas de alunos,                                        em função da posição
(1996).                                     realizaram-se experimentos envolven-         de um êmbolo móvel. Para promover
    Os modelos mentais são como             do o aquecimento de um tubo de               o movimento das miçangas, utiliza-se       47
análogos estruturais da ‘realidade’ (o      ensaio fechado por uma bexiga de bor-        uma membrana vibratória, cuja intensi-
autor fala do mundo) que operam no          racha, conforme descrito no primeiro         dade de vibração seja função da ener-
plano mental do sujeito, portanto inter-    número de Química Nova na Escola             gia elétrica fornecida por diferentes
no, e tentam estabelecer uma conexão        (Mortimer, 1995). Solicitou-se aos alu-      quantidades de pilhas (Figura 2).
entre o fenômeno com que se tem con-        nos que formulassem explicações so-          Simula-se assim o sistema tubo de
tato e sua representação. Na elabora-       bre o comportamento do sistema,              ensaio-bexiga sob aquecimento.
ção de um modelo mental, destacam-          quando o tubo de ensaio era aquecido.            O modelo simulado estabelece
se dois componentes, os elementos e         O modelo explicativo de um grupo de          uma série de correspondências com
as relações, que representam um esta-       alunos levava em conta uma relação           o sistema empírico original. No plano
do de coisas específico. Os modelos         direta entre a expansão do volume das        dos elementos formuladores do mode-
mentais servem de sistemas interme-         partículas constituintes do ar e a expan-    lo destacam-se: as fontes de energia,
diários entre o mundo e sua represen-                                                    as pilhas e a chama do bico de Bun-
tação, uma espécie de filme interno                                                      sen; os volumes, os conjuntos tubo de
cujas cenas são formadas por imagens                                                     ensaio/bexiga e cilindro/êmbolo móvel;
animadas e signos, cuja concatenação                                                     as partículas, moléculas do ar e miçan-
expressa o estado de coisas e dialoga                                                    gas rígidas. No plano das relações
com a representação que o sujeito                                                        intrínsecas ao modelo, a principal cor-
confere à realidade.                                                                     respondência ocorre entre o aumento
    A experimentação deve também                                                         do volume do sistema cilindro/êmbolo
cumprir a função de alimentadora des-                                                    móvel em função do aumento do nú-
se processo de significação do mundo,                                                    mero de pilhas com o aumento do vol-
quando se permite operá-la no plano                                                      ume da bexiga em função do tempo
da simulação da realidade. Nas situa-                                                    de aquecimento do sistema experi-
ções de simulação, desencadeia-se                                                        mental original. De maneira mais apro-
um jogo entre os elementos e as rela-                                                    fundada, simula-se a velocidade média
ções, que devem manter correspon-                                                        das moléculas do ar, conceito central
dência com seus análogos no plano                                                        para o entendimento do fenômeno.
do fenômeno. É nesse palco de simu-                                                          Um segundo exemplo bastante
lações que podem se formar ambien-          Figura 1: Representação feita por alunos     mais freqüente é a utilização de mo-
tes estimuladores para a criação de         do sistema tubo de ensaio/bexiga plástica,   delos de estrutura molecular do tipo
modelos mentais pelo sujeito, que pas-      na ausência de e sob aquecimento.            bola–varetas, quando se propõe ensi-
sa a reconhecer nos modelos ora simu-       Fonte: Mortimer, 1995.                       nar química orgânica por meio de um

                   QUÍMICA NOVA NA ESCOLA    Experimentação e Ensino de Ciências        N° 10, NOVEMBRO 1999
representação tridimensional, corre-se    os de hidrogênio, estão representadas,
                                                  o risco de estagnar sua capacidade de     ou ter a noção de preenchimento es-
                                                  elaborar seus próprios modelos men-       pacial, próximo ao conceito de nuvem
                                                  tais. Deve-se subsidiar a transição do    eletrônica, por uma outra opção (Figu-
                                                  estágio de observação                                       ra 4b), na qual as va-
                                                  do modelo bola–vareta              Não há como              retas não podem
                                                  concomitante a sua fi-             estabelecer              mais ser percebidas
                                                  xação imagética na             correspondências             e as bolas passam a
                                                  memória, para um                 diretas entre os           se sobrepor. Final-
                                                  estágio de apropriação       modelos concretos de           mente, a própria ca-
                                                  desse modelo, no qual        estrutura molecular e          pacidade de rotação
                                                  o aluno possa alterá-lo          as propriedades            espacial do modelo
                                                  conforme a situação-          moleculares tratadas          de estrutura molecu-
     Figura 2: Esquema representativo do
     sistema de simulação miçanga/cilindro/       problema que lhe é            na educação básica;           lar, simulado na tela
     êmbolo móvel.                                apresentada. Nessa           isso não significa que         do computador, por-
                                                  fase de transição, po-         tenhamos que nos             tanto na bidimensio-
     enfoque estereoquímico. Nesse caso,          de-se operar com                  rendermos ao              nalidade, confere
     torna-se bastante mais difícil confrontar    outra modalidade de             nomenclaturismo             uma interação inusi-
     o aluno com uma realidade concreta-          simulação, capaz de            predominante nas             tada com os modelos
     mente observável, já que em nível            incorporar outros mo-        estratégias de ensino          moleculares, ani-
     molecular a ciência opera com mo-            delos representativos            dessa disciplina           mando-os de acordo
     delos radicalmente abstratos. Não há         das estruturas molecu-                                      com as idiossincra-
     como estabelecer correspondências            lares, a simulação computacional. Por     sias do modelo mental do sujeito, em
     diretas entre os modelos concretos de        meio dessa modalidade, o aluno po-        estágio inicial de elaboração.
     estrutura molecular e as propriedades        derá perceber que o conceito de               O papel da experimentação por si-
     moleculares tratadas na educação             cadeia carbônica pode vir a ser repre-    mulação certamente não é o de subs-
48   básica, o que não significa que tenha-       sentado por uma opção ‘esqueleto’         tituir a experimentação fenomenoló-
     mos que abandonar prematuramente             (Figura 4a), na qual as ligações entre    gica proposta originalmente. Deve-se,
     essa proposta e nos rendermos ao             os átomos de carbono, e entre estes e     em muitos casos, respeitar inclusive a
     nomenclaturismo predominante nas                                                       ordem de exposição dos grupos aos
     estratégias de ensino dessa disciplina.                                                experimentos: em primeiro lugar, o
     Esta é exatamente a oportunidade de          a)
     preparar o aluno para instalar-se no
     estágio que alguns têm insistido em
     chamar de nível formal de pensa-                                                           a)
     mento.
         A manipulação de modelos bola–
     vareta desenvolve no aluno uma habi-
     lidade cognitiva muito importante para
     a compreensão dos fenômenos quí-
     micos na dimensão microscópica, que
     é a espacialidade das representações
     moleculares. Habituados a reconhecer
     as moléculas em representações de
                                                  b)
     fórmulas moleculares, como CH4, rara-
     mente se cria oportunidade para o
     aluno ter percepção tridimensional do
                                                                                                b)
     tetraedro (Figura 3a), figura geométrica
     que constitui a base para a represen-
     tação das fórmulas estruturais das
     moléculas que contém átomos de car-
     bono (Figura 3b). Trata-se portanto de
     conferir certa concretude à represen-
     tação molecular necessária ao enga-
     jamento do indivíduo no processo de          Figura 3: Representações do átomo de
     transição de um nível concreto para o        carbono. a) Figura geométrica do tetraedro.   Figura 4: Representações de cadeias
     nível formal de pensamento.                  b) Modelo bola–vareta da molécula de          carbônicas da molécula de propano. a)
         No entanto, ao permanecer na             metano.                                       Esqueleto. b) Espaço preenchido.


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experimento com o sistema da Figura         do outro. A simulação deve ser incor-       reconhecidas como virtuais.
1, depois o experimento de simulação        porada às práticas educacionais como             Acreditamos que as simulações
(Figura 2). A simulação não pode tolher     uma estratégia de sugerir realizações       computacionais podem ser orquestra-
a necessária tarefa de criação de mo-       racionais (Bachelard, 1934), fazendo        damente articuladas com atividades de
delos mentais, já verificada na interven-   parte de um projeto em que as con-          ensino, sendo portanto mais um instru-
ção decorrente da experimentação            dições experimentais sejam condições        mento de mediação entre o sujeito, seu
‘por via úmida’; deve, sim, sustentar       de experimentação nas quais o embri-        mundo e o conhecimento científico.
essa prática salutar                                        camento empiria–teo-        Para tanto, há que se experimentar e
com novas regras,             A simulação deve ser          ria seja permanente-        teorizar muito sobre a educação cien-
mais próximas do pro-              incorporada às           mente atendido.             tífica, com um olho no passado e outro
cesso de significação,        práticas educacionais                                     no futuro, mas sobretudo com a cons-
inserindo um novo             como uma estratégia
                                                            Considerações               ciência viva no presente.
plano de mediação             de sugerir realizações        finais
entre o sujeito e o                                                                     Marcelo Giordan, bacharel em química e doutor
                               racionais, tomando               Este artigo visou
                                                                                        em ciências pela Unicamp, é professor da Faculdade
objeto, o plano da rea-      parte de um projeto em         traçar um quadro ge-        de Educação da USP E-mail: giordan@fe.usp.br.
                                                                                                            .
lidade simulada ou o             que as condições           ral sobre a experi-
plano da representa-            experimentais são           mentação e seu locus                            Notas
ção dos modelos                     condições de            no ensino de ciências,           1. Para um aprofundamento nesse
mentais.                          experimentação            aproveitando algumas        tema, ver Losee (1979), que discute a
    Numa concepção                                          contribuições bastan-       influência dos três pensadores na
idealista, a experimentação por simu-       te difundidas na área de filosofia da       crítica ao aristotelismo.
lação deve permitir ao sujeito cultivar     ciência. Procurou-se determinar as vá-           2. Referimo-nos aqui à extensa pes-
sua imaginação em consonância com           rias fases do pensamento científico,        quisa sobre concepções alternativas
um conjunto de signos socialmente           ressaltando a contribuição da experi-       dos alunos acerca do conhecimento
legitimados, transitando entre a crueza     mentação na forma de um dispositivo         científico. Para uma discussão mais
da realidade objetiva e as sombras da       sociotécnico inerente a esse pensa-         aprofundada desse tema ver Garnett                   49
compreensão subjetivada. Nesse              mento. Parece-nos que a experimen-          e Hackling (1995).
sentido, a experimentação por simula-       tação por simulação recupera uma im-             3. Estamos nos referindo à área do
ção deve permitir ao sujeito uma nova       portante discussão sobre a demar-           conhecimento chamada de ciência
oportunidade para representação do          cação entre o empírico e o teórico, o       cognitiva, cujos alicerces se fundam na
mundo e de seus modelos mentais             que se torna essencial num momento          lógica simbólica, na inteligência artifical
representativos, expondo-os ao olhar        em que as realidades passam a ser           e na neurociência.

 Referências bibliográficas                  Orig. de 1637.                             p. 5-14, 1996.
                                                  GARNETT, P e HACKLING, M.W.
                                                              .J.                           NURRENBERN, S.C. e ROBIN-
    ARISTÓTELES. Metafísica. São
                                             Students’ alternative conceptions in       SON, W.R. Cooperative learning: a
 Paulo: Editora Abril, 1979. Livro A,
                                             chemistry: a review of research and        bibliography. Journal of Chemical
 cap. I. (Coleção Os Pensadores) Orig.
                                             implications for teaching and learning.    Education, v. 74, p. 623-624, 1997.
 do século IV a.C.
                                             Studies in Science Education, n. 25, p.        POPPER, K.R. A lógica da
    BACHELARD, G. O novo espírito            69-95, 1995.                               pesquisa científica. 9ª ed. São Paulo:
 científico. São Paulo: Editora Abril,            KRASILCHIK, M. O professor e o        Cultrix, 1993. Orig. de 1934.
 1974. (Coleção Os Pensadores) Orig.         currículo das ciências. São Paulo, EPU/        SCHNETZLER, R.P e ARAGÃO,
                                                                                                                .
 de 1934.                                    Edusp, 1987.                               R.M.R. Importância, sentido e
    BACHELARD, G. Formação do                     LOSEE, J. Introdução histórica à      contribuições de pesquisas para o
 espírito científico. Contraponto: Rio de    filosofia da ciência. Belo Horizonte:      ensino de química. Química Nova na
 Janeiro, 1996. Orig. de 1937.               Itatiaia, 1979.                            Escola, n. 1, p. 27-31, 1995.
    BACON, F. Novum organum.                      MOREIRA, M.A. Modelos mentais.
 Aforismo XIX. São Paulo: Editora Abril,     Investigações em Ensino de Ciências,       Para saber mais
 1988. (Coleção Os Pensadores) Orig.         v. 1, n. 1. URL: http://www.if.ufrgs.br/
 de 1620.                                    public/ensino/Moreira.htm.                      LOSEE, J. Introdução histórica à
    COMTE, A. Curso de filosofia                  MORTIMER, E.F. Concepções             filosofia da ciência. Belo Horizonte:
 positiva. São Paulo: Editora Abril,         atomistas dos estudantes. Química          Itatiaia, 1979.
 1983. (Coleção Os Pensadores) Orig.         Nova na Escola, n. 1, p. 23-26, 1995.           CHALMERS, A.F. O que é ciência
 de 1842.                                         MORTIMER, E.F. e CARVALHO,            afinal? São Paulo: Brasiliense, 1997.
    DESCARTES, R. Discurso do                A.M.P de. Referenciais teóricos para
                                                    .                                        MORAES,       A.C.     Filosofia:
 método. São Paulo: Editora Abril,           análise do processo de ensino de           exercícios de leitura. São Paulo:
 1987. v. 1. (Coleção Os Pensadores)         ciências. Caderno de Pesquisas, n. 96,     Deleitura, 1998.


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Papel da experimentação no ensino de ciencias

  • 1. PESQUISA NO ENSINO DE QUÍMICA O papel da no ensino de ciências Marcelo Giordan A presente seção inclui estudos e investigações sobre problemas no experiência, e conheça o universal ensino de química, com explicitação dos fundamentos teóricos e ignorando o particular nele contido, procedimentos metodológicos adotados na análise de resultado. enganar-se-á muitas vezes no trata- Este artigo discute o papel da experimentação na construção do mento” (Aristóteles, 1979). Naquele conhecimento científico e sua relevância no processo de ensino- tempo, já se reconhecia o caráter par- aprendizagem, pautando-se em contribuições filosóficas, ticular da experiência, sua natureza fac- epistemológicas e psicológicas. tual como elemento imprescindível pa- ra se atingir um conhecimento uni- conhecimento científico, ensino de ciências, experimentação, simulação versal. Ter a noção sem a experiência resgata, em certa medida, a temática de se discutir as causas sem se tomar contato com os fenômenos empíricos, ...entendo que nossa linguagem ordinária está repleta de teorias; que a o que significa ignorar o particular e observação sempre é observação à luz das teorias, e que é somente o correr o risco de formular explicações prejuízo indutivista que leva as pessoas a pensar que poderia existir uma equivocadas. 43 linguagem fenomênica, livre das teorias e diferente de uma ‘linguagem O pensamento aristotélico marcou teórica’... (K.R. Popper, em Lógica da investigação científica, p. 61, nota presença por toda a Idade Média entre adicionada em 1968.) aqueles que se propunham exercitar o entendimento sobre os fenômenos da natureza. Esse exercício desenvolvia-se principalmente num plano além da É de conhecimento dos profes- pensamento científico, apoiando-nos concretude do mundo físico, estabe- sores de ciências o fato de a nos estudos de alguns filósofos da lecido como estava na lógica, um experimentação despertar um ciência, sem a pretensão de defender poderoso instrumento de pensamento forte interesse entre alunos de diversos uma idéia de evolução para a experi- já conhecido dos gregos. O acesso ao níveis de escolarização. Em seus de- mentação e seu posicionamento den- plano dos fenômenos ocorria através poimentos, os alunos tam- tro das ciências dos sentidos elementares do ser huma- bém costumam atribuir à Aliada à lógica — numa naturais ou hu- no, que orientavam seu pensamento por experimentação um caráter dimensão teórica —, a manas, mas ape- meio de uma relação natural com o motivador, lúdico, essen- observação natural nas apontar os fenômeno particular. Na ausência de cialmente vinculado aos sustentou na sua base principais apoios instrumentos inanimados de medição, sentidos. Por outro lado, empírica a metafísica da teoria do co- a observação — numa dimensão não é incomum ouvir de no exercício de nhecimento que empírica — era o principal mediador professores a afirmativa de compreensão da sustentam essa entre o sujeito e o fenômeno. Aliada à que a experimentação natureza discussão. Por lógica — numa dimensão teórica —, a aumenta a capacidade de fim, discutimos observação natural sustentou na sua aprendizado, pois funciona como meio as implicações da teoria de modelos base empírica a metafísica no exercício de envolver o aluno nos temas em mentais para a experimentação e sua de compreensão da natureza. pauta. relevância para o ensino de ciências, Passados 23 séculos e guardadas Nossa proposta aqui é discutir o pa- utilizando o conceito de simulação. as particularidades do contexto a que pel da experimentação nos processos se aplica a fala de Aristóteles, notamos de elaboração do pensamento cientí- Primórdios do racionalismo: que muitas propostas de ensino de fico, elevando-a à categoria de pro- a observação natural ciências ainda desafiam a contribuição cesso de natureza social, técnica e Há mais de 2 300 anos, Aristóteles dos empiristas para a elaboração do cognitiva. Queremos identificar as ca- defendia a experiência quando afirma- conhecimento, ignorando a experi- racterísticas mais fundamentais do va que “quem possua a noção sem a mentação ainda como uma espécie de QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Experimentação e Ensino de Ciências N° 10, NOVEMBRO 1999
  • 2. observação natural, como um dos acúmulo de observações e dados, am- com os enunciados genéricos. eixos estruturadores das práticas esco- bos derivados do estágio de experi- Ainda preocupado em formular lares. A elaboração do conhecimento mentação, permite a formulação de uma metodologia científica precisa, científico apresenta-se dependente de enunciados mais genéricos que po- René Descartes impôs à experimen- uma abordagem experimental, não dem adquirir a força de leis ou teorias, tação um novo papel, diverso do pro- tanto pelos temas de seu objeto de dependendo do grau de abrangência posto por seu contemporâneo Bacon. estudo, os fenômenos naturais, mas do problema em estudo e do número Descartes considerava que o processo fundamentalmente porque a orga- de experimentos concordantes. Esse dedutivo —reconhecer a influência nização desse conhecimento ocorre processo de formular enunciados ge- causal de pelo menos um enunciado preferencialmente nos entremeios da rais à custa de observações e coleta geral sobre um evento particular — investigação. Tomar a experimentação de dados sobre o particular, contextua- ganharia mais força na medida em que como parte de um processo pleno de lizado no experimento, é conhecido o percurso entre o enunciado geral e investigacão é uma necessidade, re- como indução. O método descrito por o evento particular fosse preenchido conhecida entre aqueles que pensam Francis Bacon fundamenta a chamada por eventos experimentais: e fazem o ensino de ciências, pois a ciência indutivista, que em suas pala- Percebi (...), no que concerne formação do pensamento e das atitu- vras se resume a: às experiências, que estas são des do sujeito deve se dar preferen- Só há e só pode haver duas tanto mais necessárias quanto cialmente nos entremeios de ativida- vias para a investigação e para mais adiantado se está em co- des investigativas. a descoberta da verdade. Uma nhecimentos. (...) Primeiramen- Contribuições positivistas: a que consiste em saltar das sen- te, tentei descobrir, em geral, os experimentação como um fim sações e das coisas particulares princípios ou causas primitivas em si mesma aos axiomas mais gerais e, a de tudo o que é ou que pode seguir, em se descobrirem os ser no mundo .(...) Depois, exa- A experimentação ocupou um pa- axiomas intermediários a partir minei quais eram os primeiros e pel essencial na consolidação das desses princípios e de sua ina- mais comuns efeitos que po- 44 ciências naturais a partir do século XVII, movível verdade. E outra, que diam ser deduzidos de tais cau- na medida em que as leis formuladas recolhe os axiomas dos dados sas. (...) Após isso, quis descer deveriam passar pelo crivo das situa- dos sentidos e particulares, às mais particulares. ções empíricas propostas, dentro de ascendendo contínua e gradual- uma lógica seqüencial de formulação Desse trecho retirado da sexta parte mente até alcançar, em último de hipóteses e verificação de — “Que coisas são requeridas para lugar, os princípios de máxima consistência. Ocorreu naquele período avançar na pesquisa da natureza” — generalidade. Esse é o verdadei- uma ruptura com as práticas de inves- do livro Discurso do método, percebe- ro caminho, porém ainda não tigação vigentes, que consideravam se que há uma inversão na proposta instaurado. (BACON, 1989, p. 16.) ainda uma estreita relação da natureza de Descartes (1980) para o fazer ciên- e do homem com o divino, e que esta- Um exemplo simples de aplicação cia, comparando-se com aquela feita vam fortemente impregnadas pelo do método indutivo em situações de por Bacon, pois não é mais o acúmulo senso comum. A experimentação ocu- ensino pode ser analisado numa de evidências particulares que forta- pou um lugar privilegiado na pro- atividade de laboratório na qual se lece o enunciado geral, a lei, a teoria. posição de uma metodologia científica, pede para vários alunos registrarem Partindo-se de um enunciado geral, que se pautava pela racionalização de independentemente a temperatura de como “a temperatura de ebulição dos procedimentos, tendo assimilado ebulição da água. Supondo que esses líquidos é função da pressão ambien- formas de pensamento características, alunos façam seus experimentos numa te” e tendo como fato que ao nível do como a indução e a cidade litorânea e que mar a água ferve a 100 °C e numa certa dedução. O acúmulo de todos eles tenham cidade serrana a 96,5 °C, podemos for- Estabelecido um observações e dados, registrado a tempera- mular a hipótese de que a temperatura problema, o cientista ambos derivados do tura de ebulição em de ebulição da água em uma panela ocupa-se em efetuar estágio de 100 °C, pode-se levá- de pressão será maior que 100 °C. Co- alguns experimentos experimentação, los à conclusão, pelo mo o enunciado apela para a variação que o levem a fazer permite a formulação método indutivo ba- da temperatura em função da pressão observações cuida- de enunciados mais seado no acúmulo de e os dados revelam que essa taxa é dosas, coletar dados, genéricos que podem evidências experimen- positiva (maior pressão, maior tempe- registrá-los e divulgá- adquirir a força de leis tais, que a tempera- ratura), deduzimos que em um sistema los entre outros mem- ou teorias tura de ebulição da semi-aberto como a panela de pressão bros de sua comuni- água é 100 °C. No a pressão ambiente será maior e, dade, numa tentativa de refinar as pensamento indutivista, não há lugar portanto, também será maior a tem- explicações para os fenômenos subja- para a contradição, ou seja, as evidên- peratura de ebulição. Qual é o papel centes ao problema em estudo. O cias empíricas devem todas concordar da experimentação aqui? Confirmar QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Experimentação e Ensino de Ciências N° 10, NOVEMBRO 1999
  • 3. nossa hipótese, uma espécie de carim- fenômenos, controlar e prever seus normal, tal proposta pode ser defen- bo atestando a força do enunciado efeitos sobre os eventos experimentais, sável, principalmente porque se sus- geral. encadear logicamente seqüências de tentam no pragmatismo ingênuo dos Cumpre destacar a característica dados extraídos de experimentos são acertos e desprezam o erro como de controle que a experimentação pas- consideradas, na visão positivista, estágio inerente do fazer ciência. Para sa a exercer com a transformação do competências de extremo valor para a a educação científica, a tese positivista pensamento científico. Esse controle, educação científica do aluno. A expe- carece de fundamentação científica, exercido sobre as variáveis inerentes rimentação exerce a função não só de por desconsiderar que para o aprendiz ao fenômeno em estudo, subsidia a instrumento para o desenvolvimento a ciência é uma representação do prática empírica de adotar a precisão dessas competências, mas também mundo, entre outras tantas, que se da medida da variável como critério de veículo legitimador do conhe- revelam de maneira espontânea ou mais adequado de julgamento do cimento científico, na medida em que dirigida por uma práxis cultural distinta fenômeno, que durante o advento da os dados extraídos dos experimentos daquela legitimada pela comunidade fase racionalista da ciência passa a constituíam a palavra final sobre o científica2. ocupar o lugar da prática aristotélica entendimento do fenômeno em causa. A partir da década de 60, os pro- de privilegiar os sentidos na aborda- Parece ter sido o desenvolvimento des- gramas de educação científica passa- gem do fenômeno. O empírico avança sas competências o principal objetivo ram a ser influenciados por uma cultura para a compreensão do fenômeno à da experimentação no ensino de ciên- de pesquisa nessa área (Schnetzler e medida que abstrai os sentidos e se cias, e de química em particular, até o Aragão, 1995; Krasilchik, 1987), apóia em medidas instrumentais mais final da década de 60, quando os recebendo influência da psicologia precisas, passíveis de reprodução programas de educação científica cognitiva e da epistemologia estrutu- extemporânea. O ataque à filosofia recebiam uma forte influência do ralista, entre outras áreas do conheci- aristotélica no século XVII é comple- pensamento lógico-positivista e mento. As atividades de ensino tado por Galileu, que atribui à experi- comportamentalista. Tratava-se de deixaram de ser encaradas como mentação um papel central no fazer aplicar as etapas su- transposições diretas ciência, o de legitimadora1. postas do método O empírico avança do trabalho de cien- 45 Esses três pensadores são consi- científico nas salas de para a compreensão tistas e o desenvol- derados fundadores da ciência moder- aula, confiando que a do fenômeno à medida vimento cognitivo do na, fundamentalmente por terem com- aprendizagem ocor- que abstrai os ser humano foi to- batido o pensamento aristotélico, no reria pela transmissão sentidos e se apóia em mado como um parâ- qual a experiência tinha base na obser- dessas etapas ao medidas instrumentais metro essencial para vação natural, mas também por terem aluno, que indutiva- mais precisas, a proposição de contribuído para a estruturação do que mente assimilaria o passíveis de estratégias de ensi- ficou conhecido como método cientí- conhecimento subja- reprodução no. Nesses termos, fico, pelo qual a experiência é planifi- cente. extemporânea os estágios de evo- cada com base num estratagema À parte a polêmica lução do pensamen- racional. Suas idéias fundamentais fo- sobre o processo de evolução do to e as idéias prévias do indivíduo ram retomadas por Augusto Comte pensamento científico, podemos iden- arquitetadas num ambiente sociocul- (1983, p.8) em seu Curso de filosofia tificar, ainda no pensamento de Comte, tural e histórico foram tomados como positiva: os prejuízos que a transposição cega, elementos fundamentadores da apren- irrefletida, do método científico e o pa- dizagem (Mortimer e Carvalho, 1996). “...indicarei a data do grande pel atribuído à experimentação nesse A linearidade do método científico de movimento impresso ao espírito tratamento reservam às práticas da matriz lógico-positivista foi desafiada humano (...), pela ação combi- e assim os elementos organizadores educação científica. Comte, ao despre- nada dos preceitos de Bacon, do método foram reavaliados e seus zar a teologia e a metafísica, refuta o das concepções de Descartes lugares redefinidos. exercício da busca das causas gera- e das descobertas de Galileu, Tendo por base a influência dos doras dos fenômenos, por acreditar como o momento em que o programas de pesquisa da educação que somente a experimentação pode espírito da filosofia positiva em ciências desenvolvidos a partir da oferecer a medida de força para as começou a pronunciar-se no década de 60, passaremos a analisar explicações positivas. Priorizando ana- mundo.” o papel que cabe à experimentação no lisar com exatidão as circunstâncias da As idéias positivistas influenciaram produção de explicações positivas, ensino de ciências na escola básica. e ainda influenciam práticas pedagó- Comte adota o rigor empírico como Dimensões psicológica e gicas na área de ensino de ciências, fundamento da prática científica e pro- sustentadas pela aplicação do método põe vincular essas explicações, me- sociológica da científico. Saber selecionar e hierar- diante relações normais de sucessão experimentação quizar variáveis segundo critérios de e similitude (Comte, 1983, p. 7). Para Em seu livro Formação do espírito pertinência para a compreensão dos os afeitos à cotidianidade da ciência científico, Gaston Bachelard aponta os QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Experimentação e Ensino de Ciências N° 10, NOVEMBRO 1999
  • 4. obstáculos que se apresentam ao mas estaríamos nesse caso fadados deia-se um processo pautado na inter- sujeito (o autor fala do espírito) quando a permanecer em discussões tecnicis- subjetividade do coletivo, cujo aprimo- em contato com o conhecimento cien- tas sobre a medida experimental. ramento fundamenta o conhecimento tífico, seja por meio de fenômenos, seja Importa, neste momento, desvelar a objetivo. O processo de objetivação do no exercício da compreensão. Ao pro- noção de representação do conheci- conhecimento, por ser uma necessi- por que a primeira experiência exigente mento para os processos de aprendi- dade social, deve ser um eixo central é a experiência que ‘falha’ (itálico e zagem. Em primeiro plano, sendo a da prática educativa e aqui a experi- aspas do autor), Bachelard destaca o ciência uma construção humana, de- mentação desempenha um papel de papel do erro no progresso da ciência, ve-se reconhecer que no fazer ciência fórum para o desenvolvimento dessa tanto por se exigir um se desenvolve um pro- prática. processo de freagem Uma experiência imune cesso de represen- Mais recentemente, o tema apren- do estímulo, o que a falhas mimetiza a tação da realidade em dizagem colaborativa vem sendo acalmaria os impul- adesão do pensamento que predominam acor- amplamente debatido na literatura de sos do sensível, como do sujeito dos simbólicos e lin- ensino de ciências (Nurrenbern e também por impulsio- sensibilizado ao que güísticos num exercí- Robinson, 1997), a partir do que pode- nar o cientista à pre- supõe ser a causa cio continuado de dis- mos depreender que é necessário criar cisão discursiva e so- explicativa do cursos mentais, ínti- oportunidades não somente para a cial, subsidiando o fenômeno, em lugar de mos ao sujeito, e realização de experimentos em equipe, desenvolvimento de promover uma reflexão discursos sociais, mas também para a colaboração en- técnicas e teorias racionalizada propriedade do coleti- tre equipes. A formação de um espírito (Bachelard, 1996, p. vo. A falha do experi- colaborativo de equipe pressupõe uma 295-297). mento alimenta esse contextualização socialmente signi- Uma experiência imune a falhas exercício, por mobilizar os esforços do ficativa para a aprendizagem, do ponto mimetiza a adesão do pensamento do grupo no sentido de corrigir as obser- de vista tanto da problematização (te- sujeito sensibilizado ao que supõe ser vações/medições; por desencadear mas socialmente relevantes) como da 46 a causa explicativa do fenômeno, em uma sucessão de diálogos de natureza organização do conhecimento cientí- lugar de promover uma reflexão racio- conflituosa entre o sujeito e o outro e fico (temas epistemologicamente signi- nalizada. O erro em um experimento com seus modelos mentais, e por colo- ficativos). Novamente, ao professor é planta o inesperado em vista de uma car em dúvida a veracidade do modelo atribuído o papel de líder e organizador trama explicativa fortemente arraigada representativo da realidade. A decor- do coletivo, arbitrando os conflitos no bem-estar assentado na previsibili- rência possível desse movimento é um naturalmente decorrentes da aproxi- dade, abrindo oportunidades para o novo acordo para se ter acesso e para mação entre as problematizações desequilíbrio afetivo frente ao novo. representar o fenômeno, que altera o socialmente relevantes e os conteúdos Rompe-se com a linearidade da suces- quadro dialógico do sujeito com a do currículo de ciências. Estratégias são “fenômeno corretamente observa- realidade. negociadas em torno de temáticas do/medido ⇒ interpretação inequí- O que se busca ambientais podem vir voca”, verdadeiro obstrutor do pensa- com o ‘experimento O que se busca com o a contentar ambas as mento reflexivo e incentivador das exigente’, e aqui o ‘experimento exigente’, colunas reivindicató- explicações imediatas. A chamada professor ocupa lugar e aqui o professor rias, que atuam tanto psicanálise do erro visa dosar o grau estratégico, é um ocupa lugar em sala de aula, como de satisfação íntima do sujeito, subs- acordo na direção do estratégico, é um nos bancos acadêmi- trato indispensável para manter o aluno que é cientificamente acordo na direção do cos. engajado em processos investigativos. aceito e portanto dia- que é cientificamente Apresentamos co- Numa dimensão psicológica, a expe- logável com a comu- aceito e portanto mo exemplo o estudo rimentação, quando aberta às possi- nidade científica. Es- dialogável com a da energética das bilidades de erro e acerto, mantém o se exercício social de comunidade científica transformações quími- aluno comprometido com sua apren- precisão discursiva cas. Ao se desenca- dizagem, pois ele a reconhece como não foi priorizado pe- dear a problematiza- estratégia para resolução de uma pro- las propostas de ensino de ciências ção dos combustíveis como fonte blemática da qual ele toma parte dire- quando se tentou aplicar o método da importante de energia para a huma- tamente, formulando-a inclusive. redescoberta, acreditando-se que o nidade, tem-se a oportunidade de O segundo argumento de Bache- acesso ao fenômeno e a seus instru- examinar experimentalmente desde os lard em favor do ‘experimento exigente’ mentos de observação/medição cum- derivados do petróleo até os combus- é igualmente aplicável às situações de priria os objetivos do ensino, meramen- tíveis obtidos da biomassa, passando aprendizagem: a busca de uma preci- te reprodutórios da ‘realidade positiva’. por aqueles reciclados, como o biodie- são discursiva e social. Poderíamos Ao se incentivar os alunos a expor suas sel, obtido pela transesterificação de nos ater às questões dos instrumentos idéias acerca do fenômeno, que estão óleos usados em cozinhas industriais. de observação/medição do fenômeno, no plano da subjetividade, desenca- Para que substâncias tão diversas QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Experimentação e Ensino de Ciências N° 10, NOVEMBRO 1999
  • 5. sejam objetivamente comparadas, tor- lados a primeira instância de represen- são do volume da bexiga de borracha, na-se necessário estabelecer um pro- tação analógica da realidade. Nessas sem que se aventasse o aumento da tocolo básico de comunicação entre os situações, o sujeito se percebe diante velocidade dessas partículas (Figura grupos e mesmo entre dados/obser- de uma representação da realidade, 1). É de se ressaltar a capacidade dos vações extraídos dos experimentos. O obrigando-se a formular a sua própria, alunos de criar modelos explicativos próprio planejamento dos experimen- que venha a se ajustar àquela em para o fenômeno em estudo, o que é tos deve guardar relações de similari- simulação. Trata-se portanto de deter- sem dúvida uma competência impor- dade, e desse acordo em torno da minar à experimen- tante a ser cultivada resolução de uma problemática soci- tação o novo papel de Os modelos mentais em situações de en- almente relevante pode-se arquitetar o estruturadora de uma servem de sistemas sino envolvendo expe- conceito de entalpia, que emerge em realidade simulada, intermediários entre o rimentação. um contexto epistemologicamente etapa intermediária mundo e sua represen- Numa proposta de significativo, pois a organização do entre o fenômeno, que tação, uma espécie de continuação para esta conhecimento decorre de uma atitude também é acessado filme interno cujas atividade, pode-se cientificamente construída. pelo prisma da expe- cenas são formadas sugerir a observação rimentação, e a repre- por imagens animadas e manipulação de A experimentação por sentação que o sujeito e signos, cuja uma sistema fechado, simulação lhe confere. concatenação no qual pequenas es- Tendo exposto as dimensões psico- Um exemplo práti- expressa o estado de feras rígidas (miçan- lógica e sociológica da experimen- co pode traduzir com coisas e dialoga com a gas de plástico) tação, sugerimos agora uma terceira mais propriedade es- representação que o possam se movimen- dimensão, a cognitiva3, baseada na sas idéias. Em estudo sujeito confere à tar dentro de um cilin- concepção de modelos mentais, sobre as concepções realidade dro cujo volume varie conforme apresentada por Moreira atomísticas de alunos, em função da posição (1996). realizaram-se experimentos envolven- de um êmbolo móvel. Para promover Os modelos mentais são como do o aquecimento de um tubo de o movimento das miçangas, utiliza-se 47 análogos estruturais da ‘realidade’ (o ensaio fechado por uma bexiga de bor- uma membrana vibratória, cuja intensi- autor fala do mundo) que operam no racha, conforme descrito no primeiro dade de vibração seja função da ener- plano mental do sujeito, portanto inter- número de Química Nova na Escola gia elétrica fornecida por diferentes no, e tentam estabelecer uma conexão (Mortimer, 1995). Solicitou-se aos alu- quantidades de pilhas (Figura 2). entre o fenômeno com que se tem con- nos que formulassem explicações so- Simula-se assim o sistema tubo de tato e sua representação. Na elabora- bre o comportamento do sistema, ensaio-bexiga sob aquecimento. ção de um modelo mental, destacam- quando o tubo de ensaio era aquecido. O modelo simulado estabelece se dois componentes, os elementos e O modelo explicativo de um grupo de uma série de correspondências com as relações, que representam um esta- alunos levava em conta uma relação o sistema empírico original. No plano do de coisas específico. Os modelos direta entre a expansão do volume das dos elementos formuladores do mode- mentais servem de sistemas interme- partículas constituintes do ar e a expan- lo destacam-se: as fontes de energia, diários entre o mundo e sua represen- as pilhas e a chama do bico de Bun- tação, uma espécie de filme interno sen; os volumes, os conjuntos tubo de cujas cenas são formadas por imagens ensaio/bexiga e cilindro/êmbolo móvel; animadas e signos, cuja concatenação as partículas, moléculas do ar e miçan- expressa o estado de coisas e dialoga gas rígidas. No plano das relações com a representação que o sujeito intrínsecas ao modelo, a principal cor- confere à realidade. respondência ocorre entre o aumento A experimentação deve também do volume do sistema cilindro/êmbolo cumprir a função de alimentadora des- móvel em função do aumento do nú- se processo de significação do mundo, mero de pilhas com o aumento do vol- quando se permite operá-la no plano ume da bexiga em função do tempo da simulação da realidade. Nas situa- de aquecimento do sistema experi- ções de simulação, desencadeia-se mental original. De maneira mais apro- um jogo entre os elementos e as rela- fundada, simula-se a velocidade média ções, que devem manter correspon- das moléculas do ar, conceito central dência com seus análogos no plano para o entendimento do fenômeno. do fenômeno. É nesse palco de simu- Um segundo exemplo bastante lações que podem se formar ambien- Figura 1: Representação feita por alunos mais freqüente é a utilização de mo- tes estimuladores para a criação de do sistema tubo de ensaio/bexiga plástica, delos de estrutura molecular do tipo modelos mentais pelo sujeito, que pas- na ausência de e sob aquecimento. bola–varetas, quando se propõe ensi- sa a reconhecer nos modelos ora simu- Fonte: Mortimer, 1995. nar química orgânica por meio de um QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Experimentação e Ensino de Ciências N° 10, NOVEMBRO 1999
  • 6. representação tridimensional, corre-se os de hidrogênio, estão representadas, o risco de estagnar sua capacidade de ou ter a noção de preenchimento es- elaborar seus próprios modelos men- pacial, próximo ao conceito de nuvem tais. Deve-se subsidiar a transição do eletrônica, por uma outra opção (Figu- estágio de observação ra 4b), na qual as va- do modelo bola–vareta Não há como retas não podem concomitante a sua fi- estabelecer mais ser percebidas xação imagética na correspondências e as bolas passam a memória, para um diretas entre os se sobrepor. Final- estágio de apropriação modelos concretos de mente, a própria ca- desse modelo, no qual estrutura molecular e pacidade de rotação o aluno possa alterá-lo as propriedades espacial do modelo conforme a situação- moleculares tratadas de estrutura molecu- Figura 2: Esquema representativo do sistema de simulação miçanga/cilindro/ problema que lhe é na educação básica; lar, simulado na tela êmbolo móvel. apresentada. Nessa isso não significa que do computador, por- fase de transição, po- tenhamos que nos tanto na bidimensio- enfoque estereoquímico. Nesse caso, de-se operar com rendermos ao nalidade, confere torna-se bastante mais difícil confrontar outra modalidade de nomenclaturismo uma interação inusi- o aluno com uma realidade concreta- simulação, capaz de predominante nas tada com os modelos mente observável, já que em nível incorporar outros mo- estratégias de ensino moleculares, ani- molecular a ciência opera com mo- delos representativos dessa disciplina mando-os de acordo delos radicalmente abstratos. Não há das estruturas molecu- com as idiossincra- como estabelecer correspondências lares, a simulação computacional. Por sias do modelo mental do sujeito, em diretas entre os modelos concretos de meio dessa modalidade, o aluno po- estágio inicial de elaboração. estrutura molecular e as propriedades derá perceber que o conceito de O papel da experimentação por si- moleculares tratadas na educação cadeia carbônica pode vir a ser repre- mulação certamente não é o de subs- 48 básica, o que não significa que tenha- sentado por uma opção ‘esqueleto’ tituir a experimentação fenomenoló- mos que abandonar prematuramente (Figura 4a), na qual as ligações entre gica proposta originalmente. Deve-se, essa proposta e nos rendermos ao os átomos de carbono, e entre estes e em muitos casos, respeitar inclusive a nomenclaturismo predominante nas ordem de exposição dos grupos aos estratégias de ensino dessa disciplina. experimentos: em primeiro lugar, o Esta é exatamente a oportunidade de a) preparar o aluno para instalar-se no estágio que alguns têm insistido em chamar de nível formal de pensa- a) mento. A manipulação de modelos bola– vareta desenvolve no aluno uma habi- lidade cognitiva muito importante para a compreensão dos fenômenos quí- micos na dimensão microscópica, que é a espacialidade das representações moleculares. Habituados a reconhecer as moléculas em representações de b) fórmulas moleculares, como CH4, rara- mente se cria oportunidade para o aluno ter percepção tridimensional do b) tetraedro (Figura 3a), figura geométrica que constitui a base para a represen- tação das fórmulas estruturais das moléculas que contém átomos de car- bono (Figura 3b). Trata-se portanto de conferir certa concretude à represen- tação molecular necessária ao enga- jamento do indivíduo no processo de Figura 3: Representações do átomo de transição de um nível concreto para o carbono. a) Figura geométrica do tetraedro. Figura 4: Representações de cadeias nível formal de pensamento. b) Modelo bola–vareta da molécula de carbônicas da molécula de propano. a) No entanto, ao permanecer na metano. Esqueleto. b) Espaço preenchido. QUÍMICA NOVA NA ESCOLA Experimentação e Ensino de Ciências N° 10, NOVEMBRO 1999
  • 7. experimento com o sistema da Figura do outro. A simulação deve ser incor- reconhecidas como virtuais. 1, depois o experimento de simulação porada às práticas educacionais como Acreditamos que as simulações (Figura 2). A simulação não pode tolher uma estratégia de sugerir realizações computacionais podem ser orquestra- a necessária tarefa de criação de mo- racionais (Bachelard, 1934), fazendo damente articuladas com atividades de delos mentais, já verificada na interven- parte de um projeto em que as con- ensino, sendo portanto mais um instru- ção decorrente da experimentação dições experimentais sejam condições mento de mediação entre o sujeito, seu ‘por via úmida’; deve, sim, sustentar de experimentação nas quais o embri- mundo e o conhecimento científico. essa prática salutar camento empiria–teo- Para tanto, há que se experimentar e com novas regras, A simulação deve ser ria seja permanente- teorizar muito sobre a educação cien- mais próximas do pro- incorporada às mente atendido. tífica, com um olho no passado e outro cesso de significação, práticas educacionais no futuro, mas sobretudo com a cons- inserindo um novo como uma estratégia Considerações ciência viva no presente. plano de mediação de sugerir realizações finais entre o sujeito e o Marcelo Giordan, bacharel em química e doutor racionais, tomando Este artigo visou em ciências pela Unicamp, é professor da Faculdade objeto, o plano da rea- parte de um projeto em traçar um quadro ge- de Educação da USP E-mail: giordan@fe.usp.br. . lidade simulada ou o que as condições ral sobre a experi- plano da representa- experimentais são mentação e seu locus Notas ção dos modelos condições de no ensino de ciências, 1. Para um aprofundamento nesse mentais. experimentação aproveitando algumas tema, ver Losee (1979), que discute a Numa concepção contribuições bastan- influência dos três pensadores na idealista, a experimentação por simu- te difundidas na área de filosofia da crítica ao aristotelismo. lação deve permitir ao sujeito cultivar ciência. Procurou-se determinar as vá- 2. Referimo-nos aqui à extensa pes- sua imaginação em consonância com rias fases do pensamento científico, quisa sobre concepções alternativas um conjunto de signos socialmente ressaltando a contribuição da experi- dos alunos acerca do conhecimento legitimados, transitando entre a crueza mentação na forma de um dispositivo científico. Para uma discussão mais da realidade objetiva e as sombras da sociotécnico inerente a esse pensa- aprofundada desse tema ver Garnett 49 compreensão subjetivada. Nesse mento. Parece-nos que a experimen- e Hackling (1995). sentido, a experimentação por simula- tação por simulação recupera uma im- 3. Estamos nos referindo à área do ção deve permitir ao sujeito uma nova portante discussão sobre a demar- conhecimento chamada de ciência oportunidade para representação do cação entre o empírico e o teórico, o cognitiva, cujos alicerces se fundam na mundo e de seus modelos mentais que se torna essencial num momento lógica simbólica, na inteligência artifical representativos, expondo-os ao olhar em que as realidades passam a ser e na neurociência. Referências bibliográficas Orig. de 1637. p. 5-14, 1996. GARNETT, P e HACKLING, M.W. .J. NURRENBERN, S.C. e ROBIN- ARISTÓTELES. Metafísica. São Students’ alternative conceptions in SON, W.R. Cooperative learning: a Paulo: Editora Abril, 1979. Livro A, chemistry: a review of research and bibliography. Journal of Chemical cap. I. (Coleção Os Pensadores) Orig. implications for teaching and learning. Education, v. 74, p. 623-624, 1997. do século IV a.C. Studies in Science Education, n. 25, p. POPPER, K.R. A lógica da BACHELARD, G. 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