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Alphonsus de Guimaraens Vida e Obra
CONTEXTO SOCIAL, HISTÓRICO E CULTURAL
Musica "Prélude à l'après-midi d'un Faune"  (Prelúdio à Tarde de um Fauno) – poema Sinfônico composto por Claude Debussy, músico clássico francês, entre 1892 e 1894, baseado em um poema de Stéphane Mallarmé. Fauno  de Magnus   Enckell, 1914. Assim como na pintura, a música Impressionista não possui linhas (melódicas) nítidas. O efeito dos sons é muito importante no contexto da obra, muitas vezes mais importante que a própria melodia. A música Impressionista não segue o clássico sistema tonal Ocidental.
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1907 Picasso,  Les Demoiselles d'Avignon 1918 Final da Primeira Guerra Mundial 1906 Santos Dumont voa com o 14-bis em Paris 1917 Kafka,  A Metamorfose 1899 Publicação de  The Interpretation of Dreams  de Freud   1914 Primeira Guerra Mundial 1895  Primeira amostra cinematográfica dos Irmãos Lumière 1912 Jung,  The Psychology of the Unconscious 1889 Proclamação da Republica 1910 Exposição Pós-Impressionista em Londres 1888 Abolição da escravidão no Brasil 1909 Model T do Henry Ford 1872 Impressão, nascer do sol , de Claude Monet e o Impressionismo
Contexto Literário Geral (1870-1922) 1870 Em Ouro Preto, 24 de julho nasce Alphonsus de Guimaraens Publicação de 'La Bonne Chanson' (obra de Paul Verlaine) 1871 Publicação de 'Le Bâteau Ivre' (obra de Arthur Rimbaud) 1872 Publicação de 'Le Bâteau Ivre' (obra de Arthur Rimbaud) Publicação de 'Ressurreição' (obra de Machado de Assis) 1873 Publicação de Clepsidra, obra de Camilo Pessanha 1875 Publicação de "O crime do padre Amaro", de Eça de Queiroz Publicação de 'Gonzaga' (obra de Castro Alves) Publicação de 'Ensaios e Estudos de Filosofia e Crítica' (obra de Tobias Barreto)
1876 Publicação de "L'Après-midi d'un faune" de Stéphane Mallarmé Publicação de 'Michel Strogoff' (obra de Júlio Verne) Publicação de 'L'uomo delinquente' (obra de Cesare Lombroso) Publicação do livro "O cabeleira", de Franklin Távora 1880 Publicação de 'Sagesse' (obra de Paul Verlaine) Publicação de 'Boule de Suif' (obra de Guy de Maupassant) 1881 Publicação do livro "O mulato", de Aluísio Azevedo 1884 Publicação do livro "Casa de pensão", de Aluísio Azevedo 1885 Publicação do livro "Tropos e fantasias", de Virgilio Várzea/Cruz e Sousa
1888 Publicação do livro "O ateneu", de Raul Pompéia Publicação de "Poesias" de Olavo Bilac 1890 Publicação de Oaristos, de Eugênio de Castro Publicação do livro "O cortiço", de Aluísio Azevedo 1891 Publicação do livro "Quincas Borba", de Machado de Assis 1893  Publicação de 'Positivismo e Idealismo' de Eça de Queiroz (A Gazeta de Notícias) Publicações de Marcel Proust no 'Revue Blanche Publicação do livro "Missal e broquéis", de Cruz e Sousa,  primeira obra simbolista brasileira Publicação do livro "O normalista", de Adolfo Caminha
1894 Publicação de 'The Memoirs of Sherlock Holmes' (obra de Arthur Conan Doyle Publicação de 'The Jungle Book' (obra de Rudyard Kipling) 1897 Publicaçao de "Un coup de dés jamais n'abolira le hasard" de Stéphane Mallarmé 1898 Publicação de 'The Ballad of Reading Gaol' (obra de Oscar Wilde) 1899 Publicação do livro "Dom Casmurro", de Machado de Assis Publicação do livro "Setenário das dores de nossa senhora", de Alphonsus de Guimaraens Publicação do livro "Câmara ardente", de Alphonsus de Guimaraens Publicação do livro "Dona mística", de Alphonsus de Guimaraens
1902 Publicação  de 'The Hound of the Baskervilles' (obra de Arthur Conan Doyle) Fernando Pessoa escreve o poema 'Quando ela passa’ Publicação do livro "Os sertões", de Euclides da Cunha Publicação do livro "Kiriale", de Alphonsus de Guimaraens 1903 Augusto de Lima é eleito para a Academia Brasileira de Letras Euclides da Cunha é eleito para a Academia Brasileira de Letras 1908 Publicação de 'A Lume Spento' (obra de Ezra Pound) Publicado o poema 'The Unknown Love' de Raymond Chandler 1909 Publicação de 'Personae' (obra de Ezra Pound) Publicação do livro "Recordações do escrivão Isaías Caminha", de Lima Barreto
1912 Publicação de 'Eu' (obra de Augusto dos Anjos) Oswaldo Cruz é eleito para a Academia Brasileira de Letras 1914 Publicação de 'O lamento das Coisas' (obra de Augusto dos Anjos) 1915 Lançamento da revista Orpheu em Portugal 1918 Publicação de 'Impresiones Y Paisajes' (obra de Federico García Lorca) O poema 'Mis Ojos', de Pablo Neruda, é publicado na revista 'Corre-Vuela'. Publicação do livro "Urupês", de Monteiro Lobato
1919 Publicação de 'Cuentos de la selva' de Horácio Quiroga Publicação de 'Espectro' primeiro livro de Cecília Meireles Publicação de 'Tarde' de Olavo Bilac 1920 Publicação de 'Le côté de Guermantes I' (obra de Marcel Proust) Publicação de 'The Mysterious Affair at Styles' (obra de Agatha Christie) Publicaçao de Mendigos de Alphonsus de Guimaraens 1921 Mariana, 15 de julho – Morre Alphonsus de Guimaraens Publicação de 'Libro de Poemas' (obra de Federico García Lorca) Publicação de 'Sodome et Gomorrhe' (obra de Marcel Proust) Carlos Drummond de Andrade publica seus primeiros trabalhos na seção "Sociais" do Diário de Minas. 1922  Ínicio do modernismo Semana de arte moderna de São Paulo
Pintura Na pintura o impressionismo foi um movimento que tratava de retratar paissagens, pessoas, e objetos e sentimentos de uma maneira não realista.  Surge na Europa e leva o nome de um quadro de Claude Monet Impressão, nascer do sol em 1872.  Os maiores nomes do movimento foram: Édouard Manet, Claude Monet, Edgar Degas, Pierre-Auguste Renoir, Van Gogh, Odilon Redon (também simbolista),  assim como Edvard Munch que mais tarde seria considerado expressionista.  No Brasil os grandes nomes a serem resaltados são os de Eliseu Visconti e Rodolfo Amoedo.
 
 
Paul Gauguin –  Odilon Redon - Moça Retrato de Van Gogh
BRASIL  Eliseu Visconti
Rodolfo Amoedo – O Último Tamoio
Imagens do Contexto Histórico e Social
 
 
Paul Marie Verlaine (1844-1896 )  Stéphane Mallarmé (1842-1898)
Jean-Nicolas  Arthur Rimbaud (1854-1891) Charles-Pierre Baudelaire  (1821-1867)
VIDA DE ALPHONSUS DE GUIMARÃES
 
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Simbolismo França – Final do século XIX
Manifesto Simbolista Le Symbolisme , Le Figaro, 18 Set 1886, Jean Moreás ,[object Object]
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Charles Baudelaire: precursor do Simbolismo ,[object Object],[object Object],[object Object]
Charles Baudelaire ,[object Object],[object Object],[object Object]
Edgar Allan Poe ,[object Object]
Publicações literárias relacionadas ao Simbolismo ,[object Object],[object Object],[object Object]
Características do Simbolismo ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object]," De la musique avant toute chose... “ Paul Verlaine,  Art Poétique
“ Entre brumas ao longe surge a aurora” Alphonsus de Guimaraens,  A Catedral ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
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Stéphane Mallarmé  1842 – 1898 ,[object Object],[object Object],É considerado um poeta difícil e hermético.  Seu poema mais conhecido é  L'Aprés-midi d‘un Faune  (1876), que inspirou a música  Prélude à l’après-midi d’un Faune,  do compositor francês Claude Debussy. Fotografia de Mallarmé, por Nadar, em 1896
Reuniões Literárias ,[object Object],[object Object],Retrato de Stéphane Mallarmé, pintado por Manet.
Paul Verlaine 1844 - 1896 ,[object Object],[object Object]
Poète Maudit ,[object Object],Paul Verlaine
Arthur Rimbaud 1854-1891 ,[object Object],[object Object]
Obras ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Rimbaud desenhado por Verlaine
Simbolismo no Brasil
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Simbolismo na Pintura e na Música
Pintura ,[object Object],[object Object],[object Object]
Hugo Simberg ,[object Object],[object Object]
Imagem do vídeo musical Amaranth , Nightwish, 2007 O Anjo Ferido , Hugo Simberg, 1903
Música ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Entre brumas ao longe surge a aurora.  O hialino orvalho aos poucos se evapora,  Agoniza o arrebol.  A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece, na paz do céu risonho,  Toda branca de sol.  E o sino canta em lúgubres responsos:  "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"   A Catedral
O astro glorioso segue a eterna estrada. Uma áurea seta lhe cintila em cada Refulgente raio de luz. A catedral ebúrnea do meu sonho, Onde os meus olhos tão cansados ponho, Recebe a benção de Jesus. E o sino clama em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
Por entre lírios e lilases desce A tarde esquiva: amargurada prece Põe-se a luz a rezar. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece, na paz do céu tristonho, Toda branca de luar. E o sino chora em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
O céu e todo trevas: o vento uiva. Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem açoitar o rosto meu. A catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho Como um astro que já morreu. E o sino geme em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" In:  Pastoral aos crentes do amor e da morte.
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Camada Fônica
Entre brumas ao longe surge a aurora.  O hialino orvalho aos poucos se evapora,  Agoniza o arrebol.  A catedral ebúrnea do meu sonho  Aparece, na paz do céu risonho,  Toda branca de sol.  E o sino canta em lúgubres responsos:  "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"  Esquema rímico A A B C C B D D
[object Object],[object Object],Camada Gramatical
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Camada Semântica ,[object Object],[object Object]
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Comparação semântica:  a poesia cria impressões sensíveis e estéticas Relâmpagos  Raios de luz Céu = trevas Astro = glorioso Lua Sol Céu tristonho Céu risonho NEGATIVO POSITIVO
Intertextualidade Uma das características do Simbolismo foi a fusão da música, da pintura e da literatura. A pintura emprestou as demais artes a luz, a cor e o ambiente. Por outro lado,  o impressionista pretende registrar a impressão que a realidade provoca no espírito do artista e por ele é produzido. O mais importante não é objeto, mas as sensações e emoções que ele desperta. (Afrânio Coutinho,  In: A literatura no Brasil . Página 33).
Catedral de Rouen,  de Monet
Comparando a poesia  A Catedral  de Alphonsus de Guimaraens e a pintura  Catedral de Rouen  de Monet temos que, o poeta, assim como o pintor, sentiram e exprimiram um momento. Visualizaram e captaram uma imagem nas suas impressões, valorizando as cores, a atmosfera. Nas palavras de Afrânio Coutinho: “uma mesma paisagem é diferente em horas diversas do dia, - ao artista cumpre capturar os estados da alma criados no contato desse fluxo (...), os episódios em seu resvelar contínuo”. (página 36). Alphonsus de Guimaraens se incorpora a paisagem catedralesca.  Segundo Massaud Moises, “(...) seguindo a rota de Verlaine e de Antônio Nobre, o poeta mineiro instilou em sua poesia (...) meios-tons e um cromatismo impressionista, centrado na cor branca e suas várias gradações”. (Massaud Moises.  In: História da literatura brasileira.  Vol. 2).
“ Alphonsus de Guimaraens foi Poeta. Poeta no sentido pleno da palavra, poeta que traduziu a vida em beleza, poeta que viu, sentiu, captou e exprimiu. Sim, porque o poeta é o homem que fixa a beleza que passa. O mundo cósmico e o mundo humano, social e interior, a paisagem telúrica e a paisagem humana, no seu perpétuo movimento, apresentam a cada passo aspectos de beleza. Aspectos fugazes, instantes fugidios, semostrações esquivas e rápidas da beleza, reflexo constante da Perfeição”. (Gladstone Chaves de Mello.  In: Nossos Clássicos )
Ária do Luar O luar, sonora barcarola,  Aroma de argental caçoula, Azul, azul em fora rola... Cauda de virgem lacrimosa, Sobre montanhas negras pousa, Da luz na quietação radiosa. Como lençóis claros de neve, Que o sol filtrando em luz esteve, É transparente, é branco, é leve.
Eurritmia celestial das cores, Parece feito dos menores E mais transcendentes odores. Por essas noites, brancas telas, Cheias de esperanças de estrelas, O luar é o sonho das donzelas. Tem cabalísticos poderes  Como os olhares das mulheres: Melancoliza e enerva os seres.
Afunda na água o alvo cabelo,  E brilha logo, algente e belo, Em cada lago um sete-estrelo. Cantos de amor, salmos de prece, Gemidos, tudo anda por esse Olhar que Deus à terra desce. Pela sua asa, no ar revolta, Ao coração do amante volta A Alma da amada aos beijos solta. Rola, sonora barcarola, Aroma de argental caçoula, O luar, azul em fora, rola... In:  Pastoral dos Crentes do Amor e da Morte
Ária: Composição musical para uma só voz por vezes acompanhada de coros; melodia; canção;cantiga;parte final da cantata. Barcarola: Canção dos gondoleiros de Veneza; peça musical à imitação das árias dos gondoleiros; composição poética acomodada ao estilo musical das barcarolas. Argental : Adjetivação do verbo Argentar: pratear; dar a cor da prata; branquear. Caçoula: caçarola; recipiente largo e baixo, próprio para cozinhar. Vocabulário
Lacrimosa: chorosa; aflita; banhada em lágrimas. Eurritmia: justa proporção entre as partes de um todo; regularidade da pulsação; simetria; beleza. Cabalísticos: que se refere à cabala; secreto; obscuro; misterioso; enigmático; indecifrável, incompreensível. Enerva: tirar a força física ou moral; debilitar;enfraquecer;deprimir;excitar os nervos a Algente: álgido; frigidíssimo; gélido; glacial. Sete-estrelo: grupo das Plêiades, na constelação do Touro
[object Object],[object Object],Sobre o poema
Escansão O/ luar,/ so/no/ra/ bar/ca/ro/la,8 A/ro/ma/ de ar/gen/tal/ ca/çou/la, 8 A/zul/, a/zul/ em/ fo/ra/ ro/la...8 Cau/da/ de/ vir/gem/ la/cri/mo/sa,8 So/bre/ mon/ta/nhas/ ne/gras/ pou/sa,8 Da/ luz/ na/ quie/ta/ção/ ra/dio/sa.8 Co/mo/ len/çóis/ cla/ros/ de/ ne/ve,8 Que o/ sol/ fil/tran/do em/ luz/ es/te/ve,8 É/ trans/pa/ren/te, é/ bran/co, é /le/ve.8 Eu/rrit/mia/ ce/les/tial/ das/ co/res,8 Pa/re/ce/ fei/to/ dos/ me/no/res8 E/ mais/ trans/cen/den/tes/ o/do/res.8
Esquema rímico O luar, sonora barcarola,  Aroma de argental caçoula,  Azul, azul em fora rola...  Cauda de virgem lacrimosa, Sobre montanhas negras pousa,  Da luz na quietação radiosa.  Como lençóis claros de neve,  Que o sol filtrando em luz esteve,  É transparente, é branco, é leve.  Eurritmia celestial das cores,  Parece feito dos menores  E mais transcendentes odores.  Por essas noites, brancas telas,  Cheias de esperanças de estrelas,  O luar é o sonho das donzelas.     Tem cabalísticos poderes  Como os olhares das mulheres:  Melancoliza e enerva os seres.  Afunda na água o alvo cabelo,  E brilha logo, algente e belo,  Em cada lago um sete-estrelo.  Cantos de amor, salmos de prece,  Gemidos, tudo anda por esse  Olhar que Deus à terra desce.  Pela sua asa, no ar revolta,  Ao coração do amante volta  A Alma da amada aos beijos solta.  Rola, sonora barcarola,  Aroma de argental caçoula,  O luar, azul em fora, rola...  A B B C D C E E E F F F G G G H H H I I I J J J L L L A B A
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Figuras de Dicção
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Figuras de Pensamento ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... Ismália
E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu  As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar...  (1923)
Sobre o poema: ,[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object]
Ismália CAMADA FÔNICA
Escansão ,[object Object],[object Object],Quan | do   Is | má | lia   en | lou | que | ceu | , Pôs | -se  | na  | tor | re   a   | so | nhar... | Vi | u   u | ma  | l u | a   | no  | céu , | Viu |   ou | tra |  l u | a |  no  | mar. | sinalefa sinalefa sinérese sinalefa diérese crase diérese sinérese sinérese sinérese diérese
[object Object],[object Object],(v. 01) “ Quan do Is má lia enlouque ceu ” (v. 06) “Ba nhou -se  to da em lu ar ” (v. 18) “Ru fla ram de  par  em  par ” 1  3  7 2  4  7  2  5  7 (v. 04) “ Vi u outra  lu a no  mar ” 1  4  7
[object Object],[object Object],[object Object],(v.  09) “E, no  desvario  seu,” (v. 07) “Queria  subir  ao céu” (v. 17) “As asas que  Deus  lhe deu” 5 5 5
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],E como anjos pend eu As asas para vo ar ... Queria a lua do c éu . Queia a lua do m ar ... A B A B
[object Object],“ Viu uma lua no  céu , Viu outra lua no  mar ” “ E como um anjo  pendeu As asas para  voar ” A B A B X X
Representação fônico-semântica ->  vogais altas ->  vogais médias ->  vogais baixas ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Ismália CAMADA LÉXICA
Características lexicais ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Atmosfera sugerida pelo campo lexical ,[object Object],[object Object],corpo alma voar descer Deus anjo pender subir desvario sonho ruflar querer mar céu cantar ver lua torre sonhar enlouquecer NOMES VERBOS (significativos)
Esquema de contrastes e gradações lexicais alma X corpo pender X voar subir X descer perto X longe ver X perder-se céu X mar Esquema de conceitos contrastivos voar -> subir sonho -> perder-se pender -> cair sonhar -> desvario Esquema de conceitos gradativos
Ismália CAMADA GRAMATICAL
Estruturas sintáticas do poema ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Gradação semântico-lexical ->  ->  ->  -> ->  ->  ->  -> ->  ->  ->  -> ->  ->  ->  -> ↓  ↓  ↓  ↓  ↓ ↓  ↓  ↓  ↓  ↓ ↓  ↓  ↓  ↓  ↓  descer querer estar (perto) queria descer ver 4 subir querer estar (longe) queria subir ver 3 ruflar voar pôr-se a cantar banhar-se (em luar) pôr-se a sonhar 2 dar (asas)  pender *** perder-se enlouquecer 1 ESTROFE E ESTROFE D ESTROFE C ESTROFE B ESTROFE  A VERSO S
Figuras de construção 1. Epístrofe: repetição da mesma palavra no final de período ou trecho  “ Viu uma lua no  céu ” – “Estava perto do  céu ” “ Queria a lua do  mar ” – “Viu outra lua no  mar ” 2. Paralelismo sintático: simetria entre a formação sintática das estrofes; 3. Cesura: quebra do verso, criando um efeito de suspensão, que potencializa o elemento destacado “ E,  no desvario seu ,”
Ismália CAMADA SEMÂNTICA
Polarização e simbologia: três planos do discurso poético ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],mar asas desvario corpo Ismália torre canção lua (imagem) céu lua (real) Deus alma pólo concreto e sensível versus pólo abstrato e ideal
Ismália Ofélia Ícaro X
Ofélia ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Ícaro

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Vida e obra de Alphonsus de Guimaraens

  • 3. Musica "Prélude à l'après-midi d'un Faune" (Prelúdio à Tarde de um Fauno) – poema Sinfônico composto por Claude Debussy, músico clássico francês, entre 1892 e 1894, baseado em um poema de Stéphane Mallarmé. Fauno de Magnus Enckell, 1914. Assim como na pintura, a música Impressionista não possui linhas (melódicas) nítidas. O efeito dos sons é muito importante no contexto da obra, muitas vezes mais importante que a própria melodia. A música Impressionista não segue o clássico sistema tonal Ocidental.
  • 4.
  • 5.
  • 6. 1907 Picasso, Les Demoiselles d'Avignon 1918 Final da Primeira Guerra Mundial 1906 Santos Dumont voa com o 14-bis em Paris 1917 Kafka, A Metamorfose 1899 Publicação de The Interpretation of Dreams de Freud 1914 Primeira Guerra Mundial 1895 Primeira amostra cinematográfica dos Irmãos Lumière 1912 Jung, The Psychology of the Unconscious 1889 Proclamação da Republica 1910 Exposição Pós-Impressionista em Londres 1888 Abolição da escravidão no Brasil 1909 Model T do Henry Ford 1872 Impressão, nascer do sol , de Claude Monet e o Impressionismo
  • 7. Contexto Literário Geral (1870-1922) 1870 Em Ouro Preto, 24 de julho nasce Alphonsus de Guimaraens Publicação de 'La Bonne Chanson' (obra de Paul Verlaine) 1871 Publicação de 'Le Bâteau Ivre' (obra de Arthur Rimbaud) 1872 Publicação de 'Le Bâteau Ivre' (obra de Arthur Rimbaud) Publicação de 'Ressurreição' (obra de Machado de Assis) 1873 Publicação de Clepsidra, obra de Camilo Pessanha 1875 Publicação de "O crime do padre Amaro", de Eça de Queiroz Publicação de 'Gonzaga' (obra de Castro Alves) Publicação de 'Ensaios e Estudos de Filosofia e Crítica' (obra de Tobias Barreto)
  • 8. 1876 Publicação de "L'Après-midi d'un faune" de Stéphane Mallarmé Publicação de 'Michel Strogoff' (obra de Júlio Verne) Publicação de 'L'uomo delinquente' (obra de Cesare Lombroso) Publicação do livro "O cabeleira", de Franklin Távora 1880 Publicação de 'Sagesse' (obra de Paul Verlaine) Publicação de 'Boule de Suif' (obra de Guy de Maupassant) 1881 Publicação do livro "O mulato", de Aluísio Azevedo 1884 Publicação do livro "Casa de pensão", de Aluísio Azevedo 1885 Publicação do livro "Tropos e fantasias", de Virgilio Várzea/Cruz e Sousa
  • 9. 1888 Publicação do livro "O ateneu", de Raul Pompéia Publicação de "Poesias" de Olavo Bilac 1890 Publicação de Oaristos, de Eugênio de Castro Publicação do livro "O cortiço", de Aluísio Azevedo 1891 Publicação do livro "Quincas Borba", de Machado de Assis 1893 Publicação de 'Positivismo e Idealismo' de Eça de Queiroz (A Gazeta de Notícias) Publicações de Marcel Proust no 'Revue Blanche Publicação do livro "Missal e broquéis", de Cruz e Sousa, primeira obra simbolista brasileira Publicação do livro "O normalista", de Adolfo Caminha
  • 10. 1894 Publicação de 'The Memoirs of Sherlock Holmes' (obra de Arthur Conan Doyle Publicação de 'The Jungle Book' (obra de Rudyard Kipling) 1897 Publicaçao de "Un coup de dés jamais n'abolira le hasard" de Stéphane Mallarmé 1898 Publicação de 'The Ballad of Reading Gaol' (obra de Oscar Wilde) 1899 Publicação do livro "Dom Casmurro", de Machado de Assis Publicação do livro "Setenário das dores de nossa senhora", de Alphonsus de Guimaraens Publicação do livro "Câmara ardente", de Alphonsus de Guimaraens Publicação do livro "Dona mística", de Alphonsus de Guimaraens
  • 11. 1902 Publicação de 'The Hound of the Baskervilles' (obra de Arthur Conan Doyle) Fernando Pessoa escreve o poema 'Quando ela passa’ Publicação do livro "Os sertões", de Euclides da Cunha Publicação do livro "Kiriale", de Alphonsus de Guimaraens 1903 Augusto de Lima é eleito para a Academia Brasileira de Letras Euclides da Cunha é eleito para a Academia Brasileira de Letras 1908 Publicação de 'A Lume Spento' (obra de Ezra Pound) Publicado o poema 'The Unknown Love' de Raymond Chandler 1909 Publicação de 'Personae' (obra de Ezra Pound) Publicação do livro "Recordações do escrivão Isaías Caminha", de Lima Barreto
  • 12. 1912 Publicação de 'Eu' (obra de Augusto dos Anjos) Oswaldo Cruz é eleito para a Academia Brasileira de Letras 1914 Publicação de 'O lamento das Coisas' (obra de Augusto dos Anjos) 1915 Lançamento da revista Orpheu em Portugal 1918 Publicação de 'Impresiones Y Paisajes' (obra de Federico García Lorca) O poema 'Mis Ojos', de Pablo Neruda, é publicado na revista 'Corre-Vuela'. Publicação do livro "Urupês", de Monteiro Lobato
  • 13. 1919 Publicação de 'Cuentos de la selva' de Horácio Quiroga Publicação de 'Espectro' primeiro livro de Cecília Meireles Publicação de 'Tarde' de Olavo Bilac 1920 Publicação de 'Le côté de Guermantes I' (obra de Marcel Proust) Publicação de 'The Mysterious Affair at Styles' (obra de Agatha Christie) Publicaçao de Mendigos de Alphonsus de Guimaraens 1921 Mariana, 15 de julho – Morre Alphonsus de Guimaraens Publicação de 'Libro de Poemas' (obra de Federico García Lorca) Publicação de 'Sodome et Gomorrhe' (obra de Marcel Proust) Carlos Drummond de Andrade publica seus primeiros trabalhos na seção "Sociais" do Diário de Minas. 1922 Ínicio do modernismo Semana de arte moderna de São Paulo
  • 14. Pintura Na pintura o impressionismo foi um movimento que tratava de retratar paissagens, pessoas, e objetos e sentimentos de uma maneira não realista. Surge na Europa e leva o nome de um quadro de Claude Monet Impressão, nascer do sol em 1872. Os maiores nomes do movimento foram: Édouard Manet, Claude Monet, Edgar Degas, Pierre-Auguste Renoir, Van Gogh, Odilon Redon (também simbolista), assim como Edvard Munch que mais tarde seria considerado expressionista. No Brasil os grandes nomes a serem resaltados são os de Eliseu Visconti e Rodolfo Amoedo.
  • 15.  
  • 16.  
  • 17. Paul Gauguin – Odilon Redon - Moça Retrato de Van Gogh
  • 18. BRASIL Eliseu Visconti
  • 19. Rodolfo Amoedo – O Último Tamoio
  • 20. Imagens do Contexto Histórico e Social
  • 21.  
  • 22.  
  • 23. Paul Marie Verlaine (1844-1896 ) Stéphane Mallarmé (1842-1898)
  • 24. Jean-Nicolas Arthur Rimbaud (1854-1891) Charles-Pierre Baudelaire (1821-1867)
  • 25. VIDA DE ALPHONSUS DE GUIMARÃES
  • 26.  
  • 27.
  • 28.
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  • 30.
  • 31. Simbolismo França – Final do século XIX
  • 32.
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  • 47.
  • 48.
  • 49.
  • 51.
  • 52. Simbolismo na Pintura e na Música
  • 53.
  • 54.
  • 55. Imagem do vídeo musical Amaranth , Nightwish, 2007 O Anjo Ferido , Hugo Simberg, 1903
  • 56.
  • 57. Entre brumas ao longe surge a aurora. O hialino orvalho aos poucos se evapora, Agoniza o arrebol. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece, na paz do céu risonho, Toda branca de sol. E o sino canta em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" A Catedral
  • 58. O astro glorioso segue a eterna estrada. Uma áurea seta lhe cintila em cada Refulgente raio de luz. A catedral ebúrnea do meu sonho, Onde os meus olhos tão cansados ponho, Recebe a benção de Jesus. E o sino clama em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
  • 59. Por entre lírios e lilases desce A tarde esquiva: amargurada prece Põe-se a luz a rezar. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece, na paz do céu tristonho, Toda branca de luar. E o sino chora em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!"
  • 60. O céu e todo trevas: o vento uiva. Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem açoitar o rosto meu. A catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho Como um astro que já morreu. E o sino geme em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" In: Pastoral aos crentes do amor e da morte.
  • 61.
  • 62. Entre brumas ao longe surge a aurora. O hialino orvalho aos poucos se evapora, Agoniza o arrebol. A catedral ebúrnea do meu sonho Aparece, na paz do céu risonho, Toda branca de sol. E o sino canta em lúgubres responsos: "Pobre Alphonsus! Pobre Alphonsus!" Esquema rímico A A B C C B D D
  • 63.
  • 64.
  • 65.
  • 66.
  • 67.
  • 68. Comparação semântica: a poesia cria impressões sensíveis e estéticas Relâmpagos Raios de luz Céu = trevas Astro = glorioso Lua Sol Céu tristonho Céu risonho NEGATIVO POSITIVO
  • 69. Intertextualidade Uma das características do Simbolismo foi a fusão da música, da pintura e da literatura. A pintura emprestou as demais artes a luz, a cor e o ambiente. Por outro lado, o impressionista pretende registrar a impressão que a realidade provoca no espírito do artista e por ele é produzido. O mais importante não é objeto, mas as sensações e emoções que ele desperta. (Afrânio Coutinho, In: A literatura no Brasil . Página 33).
  • 70. Catedral de Rouen, de Monet
  • 71. Comparando a poesia A Catedral de Alphonsus de Guimaraens e a pintura Catedral de Rouen de Monet temos que, o poeta, assim como o pintor, sentiram e exprimiram um momento. Visualizaram e captaram uma imagem nas suas impressões, valorizando as cores, a atmosfera. Nas palavras de Afrânio Coutinho: “uma mesma paisagem é diferente em horas diversas do dia, - ao artista cumpre capturar os estados da alma criados no contato desse fluxo (...), os episódios em seu resvelar contínuo”. (página 36). Alphonsus de Guimaraens se incorpora a paisagem catedralesca. Segundo Massaud Moises, “(...) seguindo a rota de Verlaine e de Antônio Nobre, o poeta mineiro instilou em sua poesia (...) meios-tons e um cromatismo impressionista, centrado na cor branca e suas várias gradações”. (Massaud Moises. In: História da literatura brasileira. Vol. 2).
  • 72. “ Alphonsus de Guimaraens foi Poeta. Poeta no sentido pleno da palavra, poeta que traduziu a vida em beleza, poeta que viu, sentiu, captou e exprimiu. Sim, porque o poeta é o homem que fixa a beleza que passa. O mundo cósmico e o mundo humano, social e interior, a paisagem telúrica e a paisagem humana, no seu perpétuo movimento, apresentam a cada passo aspectos de beleza. Aspectos fugazes, instantes fugidios, semostrações esquivas e rápidas da beleza, reflexo constante da Perfeição”. (Gladstone Chaves de Mello. In: Nossos Clássicos )
  • 73. Ária do Luar O luar, sonora barcarola, Aroma de argental caçoula, Azul, azul em fora rola... Cauda de virgem lacrimosa, Sobre montanhas negras pousa, Da luz na quietação radiosa. Como lençóis claros de neve, Que o sol filtrando em luz esteve, É transparente, é branco, é leve.
  • 74. Eurritmia celestial das cores, Parece feito dos menores E mais transcendentes odores. Por essas noites, brancas telas, Cheias de esperanças de estrelas, O luar é o sonho das donzelas. Tem cabalísticos poderes Como os olhares das mulheres: Melancoliza e enerva os seres.
  • 75. Afunda na água o alvo cabelo, E brilha logo, algente e belo, Em cada lago um sete-estrelo. Cantos de amor, salmos de prece, Gemidos, tudo anda por esse Olhar que Deus à terra desce. Pela sua asa, no ar revolta, Ao coração do amante volta A Alma da amada aos beijos solta. Rola, sonora barcarola, Aroma de argental caçoula, O luar, azul em fora, rola... In: Pastoral dos Crentes do Amor e da Morte
  • 76. Ária: Composição musical para uma só voz por vezes acompanhada de coros; melodia; canção;cantiga;parte final da cantata. Barcarola: Canção dos gondoleiros de Veneza; peça musical à imitação das árias dos gondoleiros; composição poética acomodada ao estilo musical das barcarolas. Argental : Adjetivação do verbo Argentar: pratear; dar a cor da prata; branquear. Caçoula: caçarola; recipiente largo e baixo, próprio para cozinhar. Vocabulário
  • 77. Lacrimosa: chorosa; aflita; banhada em lágrimas. Eurritmia: justa proporção entre as partes de um todo; regularidade da pulsação; simetria; beleza. Cabalísticos: que se refere à cabala; secreto; obscuro; misterioso; enigmático; indecifrável, incompreensível. Enerva: tirar a força física ou moral; debilitar;enfraquecer;deprimir;excitar os nervos a Algente: álgido; frigidíssimo; gélido; glacial. Sete-estrelo: grupo das Plêiades, na constelação do Touro
  • 78.
  • 79. Escansão O/ luar,/ so/no/ra/ bar/ca/ro/la,8 A/ro/ma/ de ar/gen/tal/ ca/çou/la, 8 A/zul/, a/zul/ em/ fo/ra/ ro/la...8 Cau/da/ de/ vir/gem/ la/cri/mo/sa,8 So/bre/ mon/ta/nhas/ ne/gras/ pou/sa,8 Da/ luz/ na/ quie/ta/ção/ ra/dio/sa.8 Co/mo/ len/çóis/ cla/ros/ de/ ne/ve,8 Que o/ sol/ fil/tran/do em/ luz/ es/te/ve,8 É/ trans/pa/ren/te, é/ bran/co, é /le/ve.8 Eu/rrit/mia/ ce/les/tial/ das/ co/res,8 Pa/re/ce/ fei/to/ dos/ me/no/res8 E/ mais/ trans/cen/den/tes/ o/do/res.8
  • 80. Esquema rímico O luar, sonora barcarola, Aroma de argental caçoula, Azul, azul em fora rola... Cauda de virgem lacrimosa, Sobre montanhas negras pousa, Da luz na quietação radiosa. Como lençóis claros de neve, Que o sol filtrando em luz esteve, É transparente, é branco, é leve. Eurritmia celestial das cores, Parece feito dos menores E mais transcendentes odores. Por essas noites, brancas telas, Cheias de esperanças de estrelas, O luar é o sonho das donzelas. Tem cabalísticos poderes Como os olhares das mulheres: Melancoliza e enerva os seres. Afunda na água o alvo cabelo, E brilha logo, algente e belo, Em cada lago um sete-estrelo. Cantos de amor, salmos de prece, Gemidos, tudo anda por esse Olhar que Deus à terra desce. Pela sua asa, no ar revolta, Ao coração do amante volta A Alma da amada aos beijos solta. Rola, sonora barcarola, Aroma de argental caçoula, O luar, azul em fora, rola... A B B C D C E E E F F F G G G H H H I I I J J J L L L A B A
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  • 84. Quando Ismália enlouqueceu, Pôs-se na torre a sonhar... Viu uma lua no céu, Viu outra lua no mar. No sonho em que se perdeu, Banhou-se toda em luar... Queria subir ao céu, Queria descer ao mar... Ismália
  • 85. E, no desvario seu, Na torre pôs-se a cantar... Estava perto do céu, Estava longe do mar...
  • 86. E como um anjo pendeu As asas para voar... Queria a lua do céu, Queria a lua do mar... As asas que Deus lhe deu Ruflaram de par em par... Sua alma subiu ao céu, Seu corpo desceu ao mar... (1923)
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  • 99. Esquema de contrastes e gradações lexicais alma X corpo pender X voar subir X descer perto X longe ver X perder-se céu X mar Esquema de conceitos contrastivos voar -> subir sonho -> perder-se pender -> cair sonhar -> desvario Esquema de conceitos gradativos
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  • 102. Gradação semântico-lexical -> -> -> -> -> -> -> -> -> -> -> -> -> -> -> -> ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ ↓ descer querer estar (perto) queria descer ver 4 subir querer estar (longe) queria subir ver 3 ruflar voar pôr-se a cantar banhar-se (em luar) pôr-se a sonhar 2 dar (asas) pender *** perder-se enlouquecer 1 ESTROFE E ESTROFE D ESTROFE C ESTROFE B ESTROFE A VERSO S
  • 103. Figuras de construção 1. Epístrofe: repetição da mesma palavra no final de período ou trecho “ Viu uma lua no céu ” – “Estava perto do céu ” “ Queria a lua do mar ” – “Viu outra lua no mar ” 2. Paralelismo sintático: simetria entre a formação sintática das estrofes; 3. Cesura: quebra do verso, criando um efeito de suspensão, que potencializa o elemento destacado “ E, no desvario seu ,”
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