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JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 
Volume 17 / Número 2 
EDIÇÃO PORTUGUÊS 
ATOS 
A IGREJA 
EM CASAS 
O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações 
Bob Fitts 
PARE! Antes de você ler esta revista, por favor, olhe para a etiqueta de endereço em seu envelope. 
No topo direito de sua etiqueta, depois 
da palavra "EXPIR", está sua data de ven-cimento 
da assinatura da Revista ATOS. 
(month/year). 
Por favor, escreva essa 
data aqui: 
________ / _________ 
mês ano 
No topo esquerdo de sua etiqueta está o seu número de ATOS. 
Por favor, escreva esse número aqui. 
1 / ATOS OUTUBRO/ NOVEMBRO / DEZEMBRO 2001 
Você deverá dar esta informação cada vez que escrever ao World MAP, ou quando preencher 
seu Formulário de Renovação de Assinatura ou solicitação do livro O Cajado do Pastor. 
AB1R/ILAT/ MOASI O / JUNHO 2002 OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBARTOOS20/ 101
A IGREJA EM CASAS 
O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações 
Capítulo 1 
A RAZÃO PARA TERMOS 
IGREJAS EM CASAS 
“Saudai Priscila e Áqüila, meus 
cooperadores em Cristo Jesus... 
saudai igualmente a igreja que se re-úne 
na casa deles” (Rm 16:3-5). 
‘’As igrejas da Ásia vos saúdam. 
No Senhor, muito vos saúdam Áqüila 
e Priscila e, bem assim, a igreja que 
está na casa deles” (l Co 16:19). 
“Saudai os irmãos de Laodicéia, 
e Ninfa, e à igreja que ela hospeda 
em sua casa” (Cl 4:15). 
“Ao amado Filemom... e à igreja 
que está em tua casa” (Fm 1,2). 
Com base nos versículos acima, é 
óbvio que a Igreja Primitiva reunia-se 
em casas. Essas casas não eram o 
que poderíamos chamar de um prédio 
característico e específico de uma 
igreja. Eram casas em que as pessoas 
moravam, e eram abertas como um 
local de reunião para a igreja. 
A Igreja Primitiva não tinha prédi-os 
de igreja. Os prédios não aparece-ram 
até o ano 232 d.C. O período mais 
explosivo do crescimento da Igreja na 
história, até recentemente, aconteceu 
durante os primeiros anos, quando não 
havia nenhum prédio de igreja. 
Bob Fitts 
Contudo, neste exato momento, na 
China, há um incomum mover do Es-pírito 
de Deus que é até mesmo maior 
que o crescimento inicial da Igreja. 
Isso está acontecendo sem o uso de 
prédios de igreja. Esse reavivamento 
é um movimento de igrejas em casas. 
A seguinte citação foi extraída do 
Relatório Calebe da edição de Jan/Fev 
de 1990 da REVISTA MINISTÉRIOS. 
Este relatório foi feito por Loren 
Cunningham, fundador e presidente da 
JOCUM (Jovens com Uma Missão): 
“De acordo com o U.S. Center For 
World Mission (Centro Americano 
Para Missões Mundiais), mais de 
22.000 chineses estão vindo a Cristo 
a cada dia. É o equivalente a 7 dias de 
Pentecostes a cada 24 horas. Isso está 
acontecendo neste exato momento. A 
maior parte dessa explosão de uma 
nova fé está vindo das comunidades 
rurais da China, onde vive 80% da 
população chinesa. 
“Jonathan Chão, fundador da 
Chinese Church Research Center 
(Centro de Pesquisas da Igreja Chi-nesa), 
contou-me como o reavivamen-to 
chinês está sendo espalhado por 
jovens, em sua maioria com idades de 
15 a 19 anos. Os adolescentes vão aos 
vilarejos e compartilham o Evangelho 
onde ele nunca foi ouvido antes. 
“Quando os convertidos são organi-zados 
em pequenos grupos, os adoles-centes 
chamam os ‘presbíteros’ ou 
‘anciãos’ (crentes de 20 a 30 anos de 
idade) para virem e ensinarem as recém-formadas 
igrejas em casas. Ao mesmo 
tempo, os adolescentes seguem adian-te, 
para alcançarem o próximo vilarejo. 
“Os pastores e mestres chineses 
não têm barreiras financeiras para es-palharem 
a mensagem cristã. Eles 
moram com os camponeses e fazen-deiros 
em cada região nova, e não 
constróem edifícios. Eles têm muito 
pouco e precisam de muito pouco. 
“Através deste meio simples, as 
Boas-Novas estão saltando sobre os 
campos e montanhas da China.” 
O explosivo crescimento da Igreja 
que está acontecendo agora na China 
tem algo em comum com o crescimen-to 
da Igreja Primitiva do Livro de 
Atos. Ambos são um movimento de 
igrejas em casas. Este mesmo tipo de 
crescimento é visto em outros países 
2 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
hoje, onde os prédios de igrejas não 
são permitidos. 
Há um princípio simples que é ex-presso 
aqui: Quanto mais obstáculos 
que atrapalham a implantação de no-vas 
igrejas forem removidos, tanto 
maior será o crescimento que veremos. 
Já tive experiências, tanto na im-plantação 
como no pastoreamento de 
igrejas em casas. 
Vejo algumas claras vantagens na 
implantação de igrejas em casas para 
a multiplicação de igrejas: 
AS IGREJAS EM CASAS SÃO 
FÁCEIS DE SE INICIAR 
Para se implantar uma igreja numa 
casa, você não precisa comprar propri-edades, 
nem construir um prédio. Você 
não precisa de um púlpito, bancos de 
igreja, hinários, nem de um piano. Você 
pode ficar sem um batistério, uma es-cola 
dominical, e um pastor de jovens. 
Você não precisa pertencer a uma 
denominação, nem tornar-se membro. 
Você não precisa ter uma reunião aos 
domingos, ter um boletim da igreja, 
nem ter uma reunião no mesmo lugar 
todas as semanas. 
Você não precisa ter uma placa 
com o nome da sua igreja. Ela não pre-cisa 
de um nome. Na verdade, você 
nem mesmo precisa chamá-la de 
“igreja”, contanto que você saiba que 
ela é uma igreja. Nenhuma das situa-ções 
acima são ruins ou erradas, mas 
também não são necessárias. O Após-tolo 
Paulo não usava nenhuma das 
coisas acima em seu ministério de im-plantação 
de igrejas. 
Muitas das nossas igrejas moder-nas 
deixaram a simplicidade do Novo 
Testamento e acrescentaram tantas 
coisas extras, que na verdade não são 
necessárias. Por essa razão, tem fica-do 
cada vez mais difícil iniciarmos 
uma nova igreja. 
Não podemos ir a nenhum país 
hoje onde o Apóstolo Paulo implan-tou 
igrejas e apontarmos para um pré-dio 
e dizermos: “Aquela é a Igreja de 
Corinto!” ou “Olhe para aquele lindo 
prédio! É a Igreja dos Efésios!” ou 
“Eis aqui a Igreja dos Tessalonicen-ses!” 
Não há nenhum prédio assim. 
Pelo que saibamos, as igrejas que Pau-lo 
iniciou reuniam-se em casas. 
Ray Willians, um amigo íntimo, é 
missionário no México há 25 anos. Ele 
tem sido usado por Deus para iniciar 
dezenas de igrejas no México, das 
quais centenas de outras igrejas têm 
sido geradas. 
Ele me contou recentemente, que 
EDIÇÃO PORTUGUÊS 
Volume 17 / Número 2 
ATOS 
Índice 
A IGREJA EM CASAS 
1. A Razão Para Termos Igrejas em Casas .... 2 
2. As Igrejas em Casas no Novo 
Testamento .................................................... 6 
3. O que é Uma Igreja? ................................... 9 
4. Implantação de Igrejas por Saturação .... 13 
5. Uma Roda ou Uma Videira? ..................... 17 
6. Será que os Prédios de Igrejas São 
Mesmo Necessários? .................................. 18 
7. Um Passo à Unidade .................................. 21 
8. O que Fazemos Numa Igreja em Casa? .. 24 
9. Perguntas e Respostas ............................... 27 
Suplemento A – Por que a JOCUM (Jovens 
com Uma Missão) Implanta Igrejas .............. 30 
Suplemento B – Por que Implantar Novas 
Igrejas ............................................................... 32 
Como Fazer a Sua Igreja Crescer ................. 34 
O Crescimento da Igreja e as Escrituras ...... 37 
Diretor Responsável ................... Ralph Mahoney 
Diretores ......................... Frank & Wendy Parrish 
Diretores Administrativos 
África .................................. Loreen Newington 
Índia .................................................... Bill Scott 
Internacional ................................ Gayla Dease 
Artes Gráficas ... Dennis McLain & Vander Santos 
Tradutor ....................................... Marcos Taveira 
Revisora ........................................... Nadya Denis 
Leitora de Provas ...................... Maura Ocampos 
Impressão Gráfica ................ Editora Betânia S/C 
VISÃO E MISSÃO 
Como um ministério ao Corpo de Cristo, o 
World MAP existe para: 
1. Fornecer aos líderes de igrejas nos paí-ses 
da Ásia, África e América Latina um 
treinamento prático que os torne efica-zes 
ministros do Evangelho. 
2. Compartilhar com os crentes das nações 
ocidentais as vitórias e as tribulações de 
obreiros de igrejas nacionais, a fim de 
que a Igreja: Ore mais fervorosamente e 
dê mais sacrificialmente para abençoar 
e desenvolver a obra dos que servem nas 
linhas de frente do evangelismo. 
ATOS, no original, (ISSN 0744-1789) é publi-cada 
a cada três meses pelo “World MAP”, 1419 
N. San Fernando Blvd., Burbank, CA 91504, EUA. 
Toda correspondência deve ser dirigida para o en-dereço 
acima ou para Caixa Postal 5053, 31611- 
970 Venda Nova, MG, Brasil ou ainda para o e-mail: 
revista.atos@uol.com.br 
SR. AGENTE POSTAL: Favor enviar as mudan-ças 
de endereço para “World MAP”, Caixa Postal 
5053, 31611-970 Venda Nova, MG, Brasil. 
Todas as passagens das Escrituras serão da 
Bíblia Sagrada, traduzida em português por João 
Ferreira de Almeida – Sociedade Bíblica do Brasil 
– 1981, a menos que outra fonte seja indicada. 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 3
certa vez, iniciou uma igreja num tri-gal. 
A igreja cresceu, e dela surgiu uma 
multidão de “igrejas-filhas e netas”, e 
cada uma delas com uma visão de im-plantação 
de novas igrejas. 
Temos a tendência de tornar nos-sas 
igrejas complexas demais. Deus 
está nos chamando de volta à simplici-dade 
e naturalidade da multiplicação. 
AS IGREJAS EM CASAS 
SÃO DESCONTRAÍDAS 
E INFORMAIS 
Vários anos atrás, levei minha fa-mília 
a uma igreja cujo pastor era um 
notável mestre da Bíblia. Eu gostava 
muito daquela igreja e queria 
freqüentá-la. No entanto, todos os 
membros de lá vestiam-se com rou-pas 
que eram muito caras para as con-dições 
financeiras da minha família. 
Algumas pessoas não frequentam 
certas igrejas hoje porque o nível do 
padrão do vestuário é alto demais. 
Eles transformaram a igreja num even-to 
“formal”. Muitos que não frequen-tam 
uma igreja do tipo formal, fre-quentam 
uma igreja numa casa por-que 
ela é mais descontraída e tem um 
ambiente informal e familiar. 
Em seu livro UNDERSTANDING 
CHURCH GROWTH (Comprendendo o 
Crescimento da Igreja), o Dr. Donald 
McGavran cita “Oito Chaves Para o 
Crescimento da Igreja nas Cidades”. 
A primeira delas nos dá a idéia do Dr. 
McGavran sobre a importância da 
implantação e multiplicação das igre-jas 
em casas. Ele afirma: 
“As oito chaves que estou para 
mencionar não são meras adivinha-ções. 
Elas descrevem princípios com 
os quais concordam homens especi-alizados 
no crescimento da Igreja. 
“Em primeiro lugar, enfatize as igre-jas 
em casas. Quando a igreja começa a 
crescer, cada congregação precisa en-contrar 
logo um lugar para se reunir. 
“A congregação deveria reunir-se 
nos ambientes mais naturais. Deveria ser 
um lugar em que os não-cristãos pos-sam 
vir com a maior tranqüilidade. Ela 
deveria estimular os próprios converti-dos 
a darem prosseguimento aos cultos. 
A obtenção de um lugar de reunião não 
deveria colocar um peso financeiro so-bre 
as pequenas congregações. 
“A igreja em casas supre todos es-ses 
requisitos de forma ideal. Elas de-veriam 
sempre ser consideradas, tan-to 
para uma implantação inicial como 
para expansões posteriores.” 
AS IGREJAS EM CASAS SÃO 
FERRAMENTAS 
EVANGELÍSTICAS 
O Dr. Peter Wagner é considerado 
por muitos como a maior autoridade 
sobre o crescimento de igrejas hoje. 
Ele diz: “O melhor método debaixo 
do céu para a evangelização é a im-plantação 
de igrejas. Nunca houve um 
método melhor e nunca haverá.” 
IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR 
SATURAÇÃO é o nome dado à visão 
que agora está sendo adotada por lí-deres 
de missões no mundo todo. 
Uma igreja que se divide a fim de 
multiplicar-se experimenta uma adi-ção. 
Uma igreja que tem o seu enfoque 
somente na adição tem a tendência de 
atolar-se e estagnar-se. 
O objetivo de muitos líderes de 
igrejas tem sido o de se tentar fazer 
uma só congregação muito grande, em 
vez de se multiplicar as congregações. 
Contudo, a Igreja de qualquer cidade 
aumenta muito mais rapidamente pela 
multiplicação das congregações do 
que pela tentativa de se edificar uma 
só super-congregação. 
A maior igreja do mundo encon-tra- 
se em Seul, Coréia, sob a lideran-ça 
pastoral do Dr. Yonggi Cho, que 
tem aplicado o princípio de multipli-cação. 
A sua igreja está evangelizan-do 
a Cidade de Seul de uma maneira 
notável, multiplicando as congrega-ções, 
que são chamadas de “células”. 
Eles se dispuseram a dividir-se a fim 
de se multiplicarem, e a adição tem 
sido incrível. 
AS IGREJAS EM CASAS 
FACILITAM O TREINAMENTO 
DE PASTORES E LÍDERES 
Os educadores têm entendido há 
muito tempo que o melhor método de 
treinamento ainda é o método de apren-dizagem, 
isto é, o treinamento de “um 
mestre a um aprendiz na prática”. É o 
que um ferreiro, encanador, ou advo-gado 
teria recebido há cem anos atrás. 
Eles aprendiam observando e pratican-do, 
e, ao mesmo tempo, sendo respon-sáveis 
a um mestre na profissão. 
Esse era o método de Jesus. Seus 
discípulos aprendiam observando, ou-vindo 
e praticando, enquanto con-viviam 
com o Próprio Mestre dos mes-tres. 
Nas igrejas em casas os pastores 
podem ser treinados no sentido de fa-zerem 
de fato a obra de pastoreio. Ao 
mesmo tempo, eles estão sob a super-visão 
de um pastor sênior. Eles cres-cem 
à medida que a igreja cresce sob 
a liderança deles. 
Os pastores que têm empregos re-munerados 
de tempo integral podem 
continuar, a trabalhar até que a igreja 
possa sustentá-los financeiramente. Al-guns 
pastorearão mais do que uma igre-ja 
numa casa, uma vez que nem todas 
elas se reúnem no domingo de manhã. 
AS IGREJAS EM CASAS 
AJUDAM A ESTREITAR OS 
RELACIONAMENTOS 
Uma pequena igreja numa casa 
tem uma probabilidade muito maior 
de que as pessoas tímidas encontrem 
sua identidade no Corpo de Cristo. 
Em nossa igreja em casa geralmen-te 
almoçávamos juntos nos domingos. 
Todas as famílias participavam, pre-parando 
e servindo as refeições. A for-mação 
de relacionamentos ocorre 
muito mais facilmente neste tipo de 
situações “familiares”. 
Em seu periódico Church Growth 
Report (Relatório do Crescimento da 
Igreja), Win Arn faz a seguinte afir-mação 
sob o título “UM PRINCÍPIO 
DE CRESCIMENTO COMPROVADO”: 
GRUPOS PEQUENOS EFICAZES: 
“Em nossos estudos de igrejas cres-centes, 
descobrimos que uma carac-terística 
comum é o alto nível de ‘cola 
relacionamental’ entre os membros. 
Podemos chamar esta característica de 
‘amor’, ‘amizade’, ‘solicitude’..., mas 
é o que genuinamente atrai e retém os 
membros.” 
AS IGREJAS EM CASAS SÃO 
ECONÔMICAS 
Uma igreja numa casa pode cana-lizar 
para o ministério quase todos os 
seus recursos financeiros. Já que as 
4 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
reuniões são feitas em casas, todas as 
despesas com construções são evita-das. 
Desta forma, somente dez famí-lias 
que dizimam poderiam sustentar 
financeiramente um pastor em tempo 
integral. 
Já que um pastor poderia supervi-sionar 
mais do que uma igreja em 
casa, ele não precisa receber todo o 
seu sustento de uma só congregação. 
As reuniões podem ser feitas em ou-tros 
dias ou noites, como também aos 
domingos. Ouvi sobre um pastor que 
estava fazendo regularmente 12 reu-niões 
em casas toda as semanas. Não 
há nada no Novo Testamento que diga 
que domingo às 11 horas da manhã é 
a hora de a igreja se reunir. Aliás, o 
padrão do Livro de Atos é que eles se 
reuniam diariamente. O primeiro dia 
da semana é raramente mencionado, 
e nunca é enfatizado como um dia es-pecial, 
separado para a adoração. 
Obviamente, muitas destas igrejas 
em casas são dirigidas por pastores em 
treinamento. Estas pessoas possuem 
empregos regulares e pastoreiam uma 
igreja numa casa à medida que seu 
tempo permitir. 
A honra de um salário razoável de-veria 
ser dada aos que estão em tem-po 
integral na obra. Contudo, até mes-mo 
os que servem como pastor em 
tempo parcial deveriam receber uma 
honra semelhante. Eles deveriam re-ceber 
algumas ofertas de amor e uma 
remuneração proveniente dos dízimos 
e ofertas. Isso ressarciria seus gastos 
e os encorajaria na obra do ministé-rio. 
Quer esteja em tempo parcial ou 
integral, “digno é o trabalhador do 
seu salário” (Lc 10:7). 
AS IGREJAS EM CASAS 
PODEM RESOLVER O 
PROBLEMA DO 
CRESCIMENTO 
Algumas das nossas congregações 
crescem tanto que precisam construir 
prédios maiores, alugar instalações 
maiores, ou fazer dois cultos. Isso é o 
que chamamos de um “problema agra-dável”. 
No entanto há também uma solu-ção 
agradável. Comece a treinar pas-tores, 
designando-lhes uma área da ci-dade. 
Em seguida, dê-lhes algumas fa-mílias 
para iniciarem uma igreja em 
casa nestas áreas da cidade, com o pro-pósito 
de “terem um bebê”. 
A coisa mais vivificante que uma 
igreja pode fazer é ter um bebê. Te-nho 
visto muitas e muitas igrejas mor-rendo 
por causa de um espírito pos-sessivo 
na liderança. As igrejas que 
Deus está abençoando são as igrejas 
que continuamente dão tudo o que 
Deus lhes dá. 
Jesus disse: “dai, e dar-se-vos-á” 
(Lc 6:38). Uma igreja que dá é uma 
igreja que cresce. 
Michael Green é o diretor da Fa-culdade 
de Saint John de Nottingham, 
Inglaterra. Em seu discurso no Con-gresso 
Internacional sobre a Evange-lização 
Mundial em Lausanne, Suíça, 
em 1974, ele falou sobre os Métodos 
e Estratégias na Evangelização da 
Igreja Primitiva. Ele disse: “Na Igre-ja 
Primitiva, os prédios não eram im-portantes. 
Eles não tiveram nenhum 
prédio de igreja durante o período de 
seu maior avanço. 
“Hoje em dia, os prédios de igreja 
parecem importantíssimos a muitos 
cristãos. A sua manutenção consome 
o dinheiro e o interesse dos membros. 
Isso geralmente os afunda em dívidas 
e os isola dos que não frequentam a 
igreja. 
“Em alguns casos, até mesmo a pa-lavra 
‘igreja’ mudou o seu significa-do. 
Ela não significa mais um grupo 
de pessoas, como significava na épo-ca 
do Novo Testamento. Nos dias atu-ais, 
‘igreja’ muitas vezes significa in-corretamente 
um prédio.” 
Há muitas vantagens nas igrejas 
em casas. A mais importante delas é a 
simplicidade e facilidade de multipli-cação. 
Os movimentos de igreja que cres-ceram 
mais rapidamente na história 
foram os que não tiveram enormes es-truturas 
organizacionais. Os movi-mentos 
mais bem-sucedidos têm 
enfocado os aspectos essenciais sem 
hesitações. n 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 5
A IGREJA EM CASAS 
O Modelo do Novo Testamento Para a 
Multiplicação de Congregações 
Capítulo 2 
AS IGREJAS EM CASAS NO 
NOVO TESTAMENTO 
Durante a vida de Jesus na terra, 
residências comuns e simples eram 
usadas para a propagação do Evange-lho 
e para o discipulado de novos con-vertidos. 
Isso também aconteceu du-rante 
a expansão da Igreja no Livro 
de Atos. Os versículos abaixo mos-tram 
isto: 
Uma Casa Onde Jesus Foi 
Adorado 
“Entrando na casa, viram o meni-no 
com Maria, sua mãe. Prostrando-se, 
o adoraram; e, abrindo os seus te-souros, 
entregaram-lhe suas ofertas: 
ouro, incenso e mirra” (Mt 2:11). 
A primeira vez em que um grupo 
se reuniu para adorar a Jesus e ofere-cer- 
Lhe presentes foi numa casa – a 
casa de Maria e José. 
A Casa de Pedro Foi Usada Para 
Uma Reunião de Curas 
“Tendo Jesus chegado à casa de 
Pedro, viu a sogra deste acamada e 
ardendo em febre. Mas Jesus tomou-a 
pela mão, e a febre a deixou. Ela se 
levantou e passou a servi-lo. Chega-da 
a tarde, trouxeram-lhe muitos 
endemoninhados; e ele meramente 
com a palavra expeliu os espíritos e 
curou todos os que estavam doentes” 
(Mt 8:14-16). 
Nos primeiros dias do Seu minis-tério, 
Jesus usou a casa de Pedro para 
fazer reuniões de pregação, cura, e li-bertação. 
O Primeiro Culto de Ceia foi 
Realizado Numa Casa 
Na última semana do ministério de 
Jesus, Ele disse aos Seus discípulos: 
“Ide à cidade ter com certo homem e 
dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O 
meu tempo está próximo; em tua casa 
dis-cípulos” 
celebrarei a Páscoa com os meus (Mt 26:18). 
O nosso Senhor poderia ter esco-lhido 
celebrar a primeira Ceia com os 
Seus discípulos numa sinagoga, no 
Templo, ou em algum outro lugar de 
importância religiosa. Contudo, Ele 
escolheu celebrá-la numa casa comum 
e simples. 
Assim sendo, Ele deu a Sua apro-vação 
à residência comum como sen-do 
um lugar consagrado e santifica-do, 
digno dos mais solenes cultos de 
adoração. 
Jesus Pregou a Multidões 
Reunidas em Casas 
“Vários dias mais tarde, Ele vol-tou 
a Capemaum e as notícias da Sua 
chegada espalharam-se rapidamente 
por toda a cidade. Logo, a casa em 
que Ele estava ficou tão lotada de vi-sitantes 
que não havia espaço para 
nem mais uma pessoa, nem mesmo 
fora da porta. E Ele lhes pregou a 
Palavra” (Mc 2:1,2 – A Bíblia Viva). 
Jesus fez em casa as mesmas coi-sas 
que fazemos em nossos prédios de 
igrejas hoje em dia. Ele também fez 
estas coisas ao ar livre e no pátio do 
Templo. 
O Pentecostes Veio a Uma Igreja 
em Casa 
Pentecos-tes, 
“Ao cumprir-se o dia de mes-mo 
estavam todos reunidos no lugar; de repente, veio do céu um 
som, como de um vento impetuoso, e 
as-sentados” 
encheu toda a casa onde estavam (At 2:1,2). 
Muitos de nós nunca consideramos 
o número de eventos bíblicos funda-mentais 
que aconteceram em residên-cias 
particulares. 
LEMBRETES: 
• O primeiro culto de adoração 
aconteceu numa casa 
• O primeiro culto de Ceia foi numa 
casa 
• O primeiro culto de curas foi rea-lizado 
numa casa 
• A primeira ocasião de pregação 
do Evangelho aos gentios aconteceu 
na casa de Cornélio 
• O derramamento do Espírito San-to 
no Dia de Pentecostes foi numa 
casa, e 
• As primeiras igrejas que o Após-tolo 
Paulo iniciou foram todas or-ganizadas 
em casas. 
Através dos séculos nós perdemos 
a vida que pode ser encontrada na sim-plicidade. 
Ao contrário, temos acres-centado 
coisas que retardaram o pro- 
6 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
gresso e a expansão da Igreja a todas 
as nações. 
Nas Ruas e nas Casas 
“Eles adoravam juntos, regular-mente, 
no Templo, todos os dias, reu-niam- 
se em pequenos grupos nas ca-sas 
para a comunhão, e compartilha-vam 
as suas refeições com grande ale-gria 
e gratidão” (At 2:46 – A Bíblia 
Viva). 
A Igreja Primitiva não somente se 
reunia em pequenos grupos nas casas, 
mas também em reuniões maiores em 
lugares públicos. O crescimento mais 
rápido da Igreja acontece quando ela 
não usa locais formais de reunião. Por 
toda a história, a Igreja cresceu mais 
rapidamente quando ela permaneceu 
flexível, móvel e militante. 
Saulo, o Perseguidor, Ataca as 
Igrejas em Casas 
Saulo começou a perseguir a Igre-ja. 
Indo de casa em casa, ele arrastava 
os crentes e os colocava na prisão. 
“Saulo, porém, assolava a igreja, 
entrando pelas casas; e, arrastando 
homens e mulheres, encerrava-os no 
cárcere” (At 8:3). 
Onde ia Saulo de Tarso para en-contrar 
o “povo do caminho” a fim de 
arrastá-los à prisão e à morte? Ele os 
encontrava nas casas. Ele próprio, 
mais tarde, iniciaria igrejas em casas 
em suas viagens missionárias. 
Onde Vocês se Reúnem? 
“E todos os dias, no templo e de 
casa em casa, não cessavam de en-sinar 
e de pregar Jesus, o Cristo” (At 
5:42). 
Os crentes não se reuniam no Tem-plo 
em si, mas nos pátios, ou perto do 
Templo, onde as pessoas se reuniam. 
Eram reuniões ao ar livre. 
A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO de 
Lion afirma que os cristãos não ti-nham 
nenhum prédio especial, mas 
reuniam-se em casas particulares: 
“Rústico, o Perfeito, perguntou o 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 7
vendo os irmãos, os confortaram. En-tão, 
partiram” (At 16:40). 
A Igreja de Filipos foi formada na 
casa de Lídia. O Livro de Atos não 
conta como a igreja cresceu. Muito 
provavelmente, quando o grupo não 
podia mais caber na casa de Lídia, os 
membros formaram uma outra igreja 
em casa em alguma outra parte da ci-dade. 
Desta maneira eles continuaram 
a dividir-se e a multiplicar-se. 
A Igreja Primitiva não 
somente se reunia em 
pequenos grupos nas casas, 
mas também em reuniões 
maiores em lugares 
públicos. O crescimento 
mais rápido da Igreja 
acontece quando ela não 
usa locais formais de 
reunião. Por toda a 
história, a Igreja cresceu 
mais rapidamente quando 
ela permaneceu flexível, 
móvel, e militante. 
seguinte a Justino Mártir (100-165 
d.C.): ‘Onde vocês se reúnem?’ Justi-no 
disse: ‘Onde as pessoas escolhem 
e podem, ou você supõe que todos nós 
nos reunimos exatamente no mesmo 
lugar? Nada disto, porque o Deus dos 
cristãos não está confinado (restrito) 
a um só lugar’.” 
Em seu livro CELLS FOR LIFE (Cé-lulas 
Para a Vida), Ron Trudinger diz: 
“Eles iniciaram a prática de se reu-nirem 
diariamente no Templo e de 
partirem o pão de casa em casa. 
Esta última frase também pode-ria 
ser traduzida por: ‘nas várias 
casas particulares’. 
“A oposição dos judeus logo 
impediu o uso do Templo pêlos 
cristãos. As sinagogas foram usa-das 
por algum tempo, mas não de-morou 
muito até que muitas de-las 
fossem fechadas aos cristãos 
(veja Atos 19). No entanto, con-tinuamos 
encontrando muitas re-ferências 
em Atos e nas Epísto-las 
de igrejas em casas.” 
A Igreja em Casa que Abriu o 
Evangelho às Nações 
“No dia imediato, entrou em 
Cesaréia. Cornélio estava espe-rando 
por eles, tendo reunido 
seus parentes e amigos íntimos. 
Aconteceu que, indo Pedro a en-trar, 
lhe saiu Cornélio ao encon-tro 
e, prostrando-se-lhe aos pés, 
o adorou... Pedro... entrou, en-contrando 
muitos reunidos ali” (At 
10:24-27). 
Esse é um bom exemplo de como 
iniciarmos uma igreja em casa. Al-guém 
que esteja faminto por Deus re-úne 
vários membros de sua família e 
amigos. Aí então esta pessoa pede que 
o homem de Deus venha e comparti-lhe 
a Palavra de Deus. Tão simples 
assim! 
A reunião na casa de Cornélio foi 
um irrompimento histórico. Ela con-venceu 
os crentes judeus que as Boas- 
Novas eram para todas as nações, e 
não somente para os judeus. 
A Casa de Lídia Foi a Primeira 
Igreja da Europa 
“Tendo-se retirado do cárcere, di-rigiram- 
se para a casa de Lídia e, 
A Casa Alugada de Paulo 
“Por dois anos, permaneceu Pau-lo 
na sua própria casa, que alugara, 
onde recebia todos que o procuravam, 
pregando o reino de Deus, e, com toda 
a intrepidez, sem impedimento algum, 
ensinava as coisas referentes ao Se-nhor 
Jesus Cristo” (At 28:30,31). 
Estas palavras finais do Livro de 
Atos revelam que, em Roma, Paulo 
usou sua casa alugada para divulgar 
as Boas-Novas do amor de Deus. 
O movimento que cresce mais ra-pidamente 
no mundo hoje começou 
em casas. O movimento cristão teve 
o seu maior crescimento enquanto os 
seus membros permaneceram flexí-veis 
e móveis. Os cristãos multiplica-ram- 
se mais quando o seu objetivo 
principal era os relacionamentos, e 
não os rituais. 
Da Sombra à Substância 
Todos os tipos e sombras do Anti-go 
Testamento foram totalmente cum-pridos 
em Cristo. Não precisamos 
mais do Tabernáculo, das vestes sa-cerdotais 
do Templo, da sua mobília, 
ou de nenhuma outra coisa semelhan-te. 
Cristo é tudo e em todos. Somos 
completos n’Ele. 
Não precisamos mais de um 
“Lugar Santo”, como tinham os 
judeus. Não precisamos de um al-tar 
de incenso, da pia, dos pães 
da proposição, nem do Urim ou 
Tumim. Não precisamos das som-bras, 
pois temos a substância – O 
NOME DELE É JESUS. 
Analisemos agora João 4:20- 
23, quando a mulher de Samaria 
disse a Jesus: “Nossos pais ado-ravam 
neste monte; vós, entretan-to, 
dizeis que em Jerusalém é o 
lugar onde se deve adorar. Dis-se- 
lhe Jesus: Mulher, podes crer-me 
que a hora vem, quando nem 
neste monte, nem em Jerusalém 
adorareis o Pai. Vós adorais o 
que não conheceis; nós adoramos 
o que conhecemos, porque a 
salvação vem dos judeus. Mas 
vem a hora e já chegou, em que 
os verdadeiros adoradores ado-rarão 
o Pai em espírito e em ver-dade; 
porque são estes que o Pai 
procura para seus adoradores”. 
Jesus esclareceu que DA SUA ÉPO-CA 
EM DIANTE Jerusalém não era um 
lugar mais santo que Samaria. Isso se 
devia ao fato de que ELE HAVIA VIN-DO. 
Em Sua vinda, Ele colocaria um 
fim para sempre na idéia de lugares 
santos. Isso porque Ele Próprio havia 
cumprido todos os tipos e sombras do 
Antigo Testamento. 
Louvemos ao Senhor por termos 
sido libertos de toda escravidão refe-rente 
a um lugar onde possamos ado-rar 
a Deus. Regozijemo-nos porque 
fomos libertos do legalismo. Somos 
livres para adorá-Lo quando estiver 
mos a sós ou com outras pessoas. So-mos 
livres para adorarmos a qualquer 
hora, dia ou noite, em qualquer lugar 
que escolhermos. n 
8 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
A IGREJA EM CASAS 
O Modelo do Novo Testamento Para a 
Multiplicação de Congregações 
Capítulo 3 
O QUE É UMA IGREJA? 
“Talvez você pense que foi uma ta-refa 
fácil. No entanto, ficamos muito 
frustrados. 
“Considere todas as circunstânci-as 
das pessoas na terra. Aí então exa-mine 
todos os vários modelos da Igre-ja 
na Bíblia. Agora você começará a 
entender a nossa frustração. Após 
muitas horas de discussão havíamos 
produzido muitos modelos bons. Con-tudo, 
não encontramos nenhuma de-finição 
absoluta para a Igreja, a não 
ser ‘pessoas movendo-se juntamente 
sob o senhorio de Jesus’.” 
Gosto da definição “pessoas mo-vendo- 
se juntamente”. A maioria de 
nós fomos levados a crer que a igreja 
é um prédio – algo imóvel. 
Se Deus estremecesse e retirasse 
Uma igreja certamente não é aque-le 
prédio da esquina, com as lindas ja-nelas 
de vitrais e o campanário em 
cima. A igreja talvez se reúna lá, mas 
este prédio não é a igreja. 
A palavra original no grego, 
ekklesia, é composta por duas palavras: 
ek, que significa “para fora de” e kalleo, 
que significa “Eu chamo”. O signifi-cado 
pleno e simples de “igreja”, de 
acordo com a palavra grega original, é 
“Eu chamo para fora de”. 
Quando Jesus disse: “Edificarei a 
Minha Igreja”, Ele estava dizendo: 
“Chamarei o Meu povo para fora do 
mundo. Eles se reunirão em Meu Nome 
e as portas do Inferno não prevalece-rão 
contra eles.” Isso mostra que o povo 
de Jesus chamado para fora se agrupa-rá 
como um exército. Eles tomarão o 
mundo para Ele. O inimigo não será 
capaz de parar este avanço. Este exér-cito 
invencível será motivado pelo 
amor de Deus no coração de seus mem-bros. 
Eles terão uma mensagem de 
amor e perdão em seus lábios. 
Na verdade, ekklesia tem dois sig-nificados: 
o de sermos chamados para 
fora e o de estarmos reunidos. Não 
podemos experimentar a Igreja até que 
nos reunamos. 
A minha esposa e eu somos UM. 
Somos UM até mesmo quando estiver-mos 
separados um do outro, por mui-tos 
quilômetros de distância. Porém, 
não experimentamos os benefícios e 
bênçãos da nossa união matrimonial 
até que nos reunamos. 
Semelhantemente, você e todos os 
outros crentes da sua cidade constitu-em 
a Igreja desta cidade. Mesmo quan-do 
vocês não estiverem reunidos, ain-da 
assim são a Igreja. Mas vocês não 
podem receber os benefícios e bênçãos 
da Igreja até que se reúnam. 
“Reunir-se” não significa que vocês 
precisam estar no mesmo lugar ao mes-mo 
tempo. Isso provavelmente nunca 
acontecerá em nenhuma cidade. 
“Pessoas Movendo-se 
Juntamente” 
John Dawson, em seu livro TAKING 
OUR CITIES FOR GOD (Tomando Nos-sas 
Cidades Para Deus), diz: “Não há 
nenhum modelo absoluto para o que 
deveria ser uma igreja local. 
“Certa vez eu passei uma tarde 
com mais de cem líderes espirituais 
de várias denominações. Tentamos en-contrar 
uma definição universal de 
uma igreja local bíblica. 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 9
todas as coisas até que não houvesse 
nada, senão uma simples e básica igre-ja 
neo-testamentária, o que teríamos 
de sobra? 
Imagine que eu tirasse todas as 
coisas desnecessárias do que eu en-tendo 
ser uma igreja. O que permane-ceria? 
O nosso propósito neste capí-tulo 
é respondermos essa pergunta. 
Em primeiro lugar examinemos a 
palavra “paraigreja”. 
O que é Uma Paraigreja? 
Li recentemente um livro que pro-curava 
explicar a natureza da igreja. 
Um subtítulo do livro era “Qual é o 
Relacionamento da Igreja com as Or-ganizações 
Paraeclesiásticas?” O au-tor 
fez a seguinte observação: 
“A Bíblia é clara no sentido de que 
é através da Igreja que Deus realizará 
o Seu grande propósito. Contudo, a 
Igreja nem sempre tem sido o que de-veria 
ser. Por esta razão, muitos cren-tes 
ficam desanimados com a Igreja. 
Eles percebem que a Igreja, da forma 
como é, não supre certas necessida-des 
óbvias. 
“Cristãos cuidadosos e solícitos 
têm desejado suprir as necessidades 
urgentes. Por essa razão, eles têm es-tabelecido 
sociedades missionárias, 
orfanatos, organizações para homens 
de negócios cristãos, e outras institui-ções 
semelhantes. 
(Nota do Editor: Estas organiza-ções 
são geralmente chamadas de “mi-nistérios 
paraeclesiásticos”. A palavra 
“paraigreja” ou “paraeclesiástico” sig-nifica 
“fora da igreja” ou “paralelo à 
igreja”.) 
“À medida que Deus continuar a 
restaurar e fortalecer a Sua Igreja, a 
necessidade dessas organizações exis-tirem 
diminuirá. As comunidades 
eclesiásticas estarão ministrando às 
necessidades das pessoas em toda par-te.” 
É óbvio na citação acima que o es-critor 
tinha um forte sentimento de que 
“paraigreja” não era realmente “igre-ja” 
absolutamente. Parece que ele acha 
que algo inferior à “igreja” apareceu, 
até que a igreja verdadeira possa ser 
curada ou despertada para fazer a obra 
que deveria estar fazendo. Este é um 
clássico exemplo da seguinte idéia: “Se 
você não for parecido com uma igreja, 
então não é uma igreja.” 
O fato é que, quando uma organi-zação 
“paraeclesiástica” é constituí-da 
de crentes nascidos de novo em 
Jesus e eles se reúnem para servi-Lo 
e adorá-Lo, ela não é uma “paraigre-ja” 
– é uma igreja! 
A Igreja São Pessoas 
A igreja não é uma organização, 
instituição, ou denominação. São 
“pessoas movendo-se juntamente sob 
o senhorio de Jesus”. 
Seria difícil encontrarmos uma 
verdadeira organização “paraeclesiás-tica”. 
Uma organização destas, com-posta 
por cristãos, não seria uma “pa-raigreja”. 
Seria uma IGREJA – O 
POVO DE DEUS CHAMADO PARA 
FORA! Até mesmo se alguns membros 
não fossem nascidos de novo, ainda 
assim seria uma igreja. Qual é a igre-ja 
que não tenha algumas pessoas não-salvas 
frequentando os cultos? 
Há alguns anos eu também tinha 
uma idéia incorreta sobre as paraigre-jas. 
Em meu ministério de ensino eu 
geralmente dizia: “Se a igreja estives-se 
fazendo o que deveria estar fazen-do 
não precisaríamos de todas estas 
organizações paraeclesiásticas.” 
Nunca me ocorreu que as pessoas 
paraeclesiásticas constituíam uma 
igreja exatamente da mesma maneira 
que nós, muito embora o prédio em 
que se reuniam não tivesse o mesmo 
formato que o nosso. Eu não percebia 
que elas eram o povo de Deus, mo-vendo- 
se juntamente sob o senhorio 
de Jesus. 
Meu filho mais velho é membro de 
uma organização “paraeclesiástica” há 
muitos anos. Seu grupo está fazendo 
um trabalho notável em missões e 
evangelização. Ele está crescendo 
muito rapidamente em todo o mundo. 
Alguns anos atrás meu filho e eu 
estávamos discutindo o futuro dele 
com essa organização específica. 
Compartilhei que eu tinha algumas 
idéias negativas sobre aquela orga-nização, 
porque ela não era uma igre-ja, 
e sim uma organização “paraecle-siástica”. 
Aparentemente ele foi apologético 
10 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
e concordou plenamente comigo. Ele 
disse que o que ele e os outros esta-vam 
fazendo naquela organização es-tava 
sendo maravilhosamente abenço-ado 
por Deus. No entanto, ele achava 
que o ministério da organização ainda 
não era o que Deus realmente queria. 
Isso se devia ao fato de que aquele mi-nistério 
não estava sendo feito através 
de uma igreja, mas sim de uma 
“paraigreja”. (Ele também estava con-fuso 
sobre “igreja” e “paraigreja”.) 
Um dia ou dois mais tarde eu esta-va 
dirigindo o meu carro e pensando 
sobre a minha conversa com o meu 
filho. Senti o Senhor docilmente me 
perguntando: “O que é que faz de uma 
organização uma igreja?” 
Enquanto eu tentava responder 
esta pergunta, senti que Deus estava 
me dando uma revelação. Eu nunca 
havia visto antes tão claramente como 
vi naquele momento. 
Uma organização não é uma igre-ja 
pelo fato de ter um prédio com um 
certo formato que as pessoas chamam 
de igreja. 
Não é uma igreja pelo fato de ter 
sido devidamente registrada pelo go-verno 
federal como sendo uma igreja. 
Não é uma igreja pelo fato de ter 
sido reconhecida por uma sede 
denominacional como sendo uma 
igreja. 
Não é uma igreja pelo fato de ter 
cultos regulares aos domingos pela 
manhã, e por praticar o batismo e a 
Ceia do Senhor. 
Não é uma igreja pelo fato de se 
reunir regularmente ou num determi-nado 
local. 
É UMA IGREJA SIMPLESMENTE 
E SOMENTE PELO FATO DE SER O 
POVO DE DEUS CHAMADO PARA 
FORA, MOVENDO-SE JUNTAMEN-TE 
SOB O SENHORIO DE JESUS. 
O autor do livro / WILL BUILD MY 
CHURCH (Edificarei a Minha Igre-ja), 
Alfred Kuen escreveu: 
“E fácil ficarmos atolados com as-suntos 
e questões insignificantes. Apa-rentemente 
não há uma forma bem 
clara e precisa de se definir uma igre-ja 
local. 
“Quando, então, um corpo de cren-tes 
poderá ser chamado de Igreja? Eu 
pessoalmente tenho a tendência de 
aceitar uma definição simples: um 
corpo de crentes pode ser chamado de 
igreja sempre que um grupo se reunir 
regularmente para uma edificação mú-tua. 
“Porque, onde estiverem dois ou 
três reunidos em meu nome, ali estou 
no meio deles” (Mt 18:20). 
“É claro o que Tertuliano, um dos 
patriarcas da Igreja Primitiva, achava 
ser o significado das palavras de Je-sus. 
Tertuliano disse: ‘Onde houver 
dois ou três crentes, até mesmo lei-gos, 
aí haverá uma igreja’.” 
Jim Montgomery, autor de DAWN 
2000: 7 MILLION CHURCHES TO GO 
(Alvorada 2000: Ainda Faltam 7 Mi-lhões 
de Igrejas) também aborda a 
questão “O que é uma igreja?”. Ele 
escreve: “Estou impressionado com a 
maneira pela qual um grupo de cris-tãos 
enfrentou esta questão bem fun-damental 
na China. 
“Esses crentes chineses comenta-ram: 
‘Muitos cristãos mais velhos dis-seram 
que não podiam predizer a for-ma 
futura das igrejas chinesas. Eles 
recorreram à Bíblia para encontrarem 
uma resposta. Eles descobriram que 
o formato de igrejas em casas era uma 
igreja legítima. Paulo menciona uma 
igreja em casa em l Coríntios 16:19. 
“Mais tarde encontramos um livro 
escrito por Wang Ming-dao. Ele era 
talvez o crente mais respeitado na 
China no que se refere à igreja. Por 
causa da sua fé ele ficou preso por 
mais de 20 anos. Ele acreditava que 
onde houvesse cristãos havia uma 
igreja. 
“Estávamos felizes com relação a 
isto. O nosso grupo consistia de ape-nas 
algumas pessoas. Contudo, supú-nhamos 
que éramos de fato uma igre-ja 
e que a nossa Cabeça era Jesus. 
“A afirmação de Wang Ming-dao 
‘Onde há cristãos há uma igreja’ é uma 
definição profunda, especialmente 
pelo fato de ser proveniente de uma 
igreja que está crescendo rapidamen-te 
e que está trabalhando sob as mais 
difíceis circunstâncias.” 
Uma Congregação de Crentes é 
Uma Igreja 
Há alguns meses eu estava ensi-nando 
um pequeno grupo de crentes 
na vila de La Rumurosa, no Antigo 
México. Eu estava explicando Mateus 
18:20 – “Porque, onde estiverem dois 
ou três reunidos em meu nome, ali 
estou no meio deles.” 
Em espanhol, este versículo é o se-guinte: 
“Donde hay dos o três con-gregados 
en Mi Nombre, alli estoy en 
médio de ellos.” 
Uma palavra saltou aos meus 
olhos. Eu nunca a havia notado antes. 
É a palavra espanhola congregados, 
que significa “reunidos” em por-tuguês. 
“Reunidos” significa “congrega-dos”. 
“Onde dois ou três estiverem 
CONGREGADOS em Meu Nome, aí es-tou 
Eu no meio deles.” Isto me fez 
lembrar da palavra “congregação”. 
Então perguntei ao grupo de cren-tes 
mexicanos: “De acordo com este 
versículo, quantas pessoas são neces-sárias 
para termos uma congregação?” 
Enquanto eu aguardava que eles res-pondessem, 
fui surpreendido com o 
peso da resposta que estava se forman-do 
em minha própria mente. 
Duas ou três pessoas é tudo o que 
é necessário para termos uma congre-gação 
– uma congregação de crentes 
com Jesus no meio é uma igreja! Isso 
não significa que os dois ou três se-jam 
simplesmente quaisquer pessoas. 
Significa duas ou três pessoas que se-jam 
chamadas pelo nome de Jesus, 
porque pertencem a Ele. 
Jesus no Meio 
“Jesus dentro do coração” é a ex-periência 
do indivíduo em seu cami-nhar 
particular com o Senhor. 
“Jesus no meio” tem o mesmo sig-nificado 
no contexto de uma comuni-dade 
de igreja. 
“Jesus no meio” significa Jesus 
andando em nosso meio, tocando-nos, 
falando conosco através dos dons do 
Espírito. É Jesus fluindo por intermé-dio 
dos membros do Seu Corpo, a 
Igreja. 
“Jesus no meio” é a experiência 
corporativa. “Jesus dentro do cora-ção” 
é a experiência particular. 
Quando dois ou três crentes ver-dadeiros, 
nascidos de novo, se reúnem 
em Seu Nome, Jesus está NO MEIO. 
Jesus em nosso meio é IGREJA! 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 11
Essa experiência é diferente de 
quando temos Jesus no coração. Não 
podemos experimentar Jesus em nos-so 
meio enquanto estamos sozinhos. 
Somente podemos ter essa experiên-cia 
quando estivermos na companhia 
de outros – pelo menos uma ou duas 
outras pessoas. 
Será que dois ou três juntos são 
uma igreja no mais pleno sentido da 
palavra? Sim, são uma igreja no mais 
pleno sentido da palavra. É a igreja 
básica. 
Podemos ter mais do que dois ou 
três, e, ainda assim, ser uma igreja, uma 
igreja no sentido mais pleno, mas ela 
não se torna mais igreja pelo fato de 
haver mais de dois ou três membros. 
Ela apenas se torna uma igreja maior. 
O Papel dos Líderes de Igrejas 
E os pastores, mestres, apóstolos, 
evangelistas, e profetas? Será que uma 
organização poderá ser uma igreja sem 
que esses ministérios estejam presen-tes? 
Sim, será uma igreja, até mesmo 
sem todos os ministérios citados aci-ma. 
O quarto Capítulo de Efésios diz 
que o Senhor deu esses cinco minis-térios 
à Igreja. Ele deu esses dons a 
algo que já existia. 
Quando Paulo saiu de Antioquia 
em sua Primeira Viagem Missionária, 
ele estabeleceu igrejas em quatro ci-dades. 
Em seu caminho de volta à 
Antioquia, ele ordenou presbíteros 
para essas igrejas. 
Isso indica que o Espírito Santo, 
que é o Autor do Livro de Atos, sabia 
que elas eram igrejas ANTES que a li-derança 
fosse designada. 
“E, tendo anunciado o evangelho 
naquela cidade efeito muitos discípu-los, 
voltaram para Listra, e Icônio, e 
Antioquia, fortalecendo a alma dos 
discípulos, exortando-os a permanecer 
firmes na fé; e mostrando que, através 
de muitas tribulações, nos importa 
entrar no reino de Deus. E, promoven-do- 
lhes, em cada igreja, a eleição de 
presbíteros, depois de orar com jejuns, 
os encomendaram ao Senhor em quem 
haviam crido” (At 14:21-23). 
Os presbíteros foram escolhidos 
dentre os discípulos que constituíam 
as igrejas. Os discípulos eram pesso-as 
chamadas por Deus das trevas para 
a luz. Esse tipo de pessoa constitui a 
IGREJA! Observe que o escritor de 
Atos usa as palavras “discípulos” e 
“igreja” de uma forma intercambiável. 
Observe também que Paulo achou 
seguro deixar aquelas igrejas recém-formadas 
nas mãos do Senhor, em 
quem as pessoas haviam crido. Esta é 
uma afirmação fundamental e precisa 
ser compreendida mais plenamente. 
Nós, que estamos em posições de 
liderança na igreja, às vezes coloca-mos 
erroneamente uma importância 
demasiada sobre nós próprios. Faze-mos 
isso quando presumimos que a 
igreja não pode funcionar sem a nos-sa 
total “supervisão e vigilância” com 
relação ao rebanho. 
O bispo, presbítero, ou pastor é um 
supervisor e alimentador. Ele funcio-na 
como um pai ou uma enfermeira 
aos seus “filhos” espirituais. No en-tanto, 
é preciso que haja um limite à 
sua supervisão espiritual. Muitos lí-deres 
violam esse princípio frequen-temente. 
A nossa violação principal como 
líderes de igreja é que tiramos quase 
que por completo a capacidade de 
ministração dos membros e entrega-mos 
esta capacidade ao “clero profis-sional”. 
O que é Então Uma Igreja? 
Se retirarmos tudo o que não é es-sencial 
na igreja sobrará somente o 
que é essencial. Teríamos então a Je-sus 
e pelo menos duas pessoas que se 
reuniram em Seu Nome. 
Duas pessoas que nasceram de 
novo, reunindo-se para reconhecerem 
a presença de Jesus, são uma igreja 
em seu nível mais básico. Não impor-ta 
onde e nem quando estas duas pes-soas 
se reúnem. Quando elas se reú-nem 
para honrarem a Jesus isto ainda 
é uma igreja. 
Isso, obviamente, não significa que 
esse nível essencial é onde o Senhor 
quer que operemos o tempo todo. Lou-vado 
seja Deus por grupos maiores. 
No entanto, nunca percamos de vista 
a igreja básica. Se o fizermos teremos 
a tendência de cairmos de volta em 
formalismos, rituais, cerimônias, re-ligiosidade, 
e legalismo. n 
12 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
A IGREJA EM CASAS 
O Modelo do Novo Testamento Para a 
Multiplicação de Congregações 
Capítulo 4 
IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS 
POR SATURAÇÃO 
O principal defensor de implanta-ção 
de igrejas do Século XX foi o fa-lecido 
Dr. Donald McGavran. No 
DAWN REPORT (Relatório da Alvora-da), 
Jim Montgomery conta o seguin-te 
incidente: 
“Durante os últimos meses da en-fermidade 
de Mary McGavran, a mi-nha 
esposa Lyn passava frequente-mente 
algum tempo com ela. O 
Donald McGavran estava presente 
também. Ele não fazia caso do seu 
próprio câncer doloroso enquanto to-mava 
conta da sua amada Mary. 
“ ‘Vocês podem ter a certeza de que 
o Jim e eu continuaremos o nosso 
compromisso com relação ao cresci-mento 
das igrejas depois que você fa-lecer’, 
disse Lyn ao Donald certo dia. 
‘“Não o chame mais de crescimen-to 
de igreja’, foi a sua rápida respos-ta. 
‘Chame-o de multiplicação de igre-jas!’ 
“Duas semanas antes da sua morte 
ele disse: ‘A única maneira pela qual 
completaremos a tarefa da Grande 
Comissão é implantando uma igreja 
em todas as comunidades do mundo.’” 
O Movimento A. D. 2000 e Além 
O Movimento A.D. 2000 e Além 
está ganhando um impulso em todo o 
mundo. O seu objetivo é mobilizar o 
Corpo de Cristo a trabalhar diretamen-te 
no cumprimento da Grande Comis-são 
em nossa época. 
É uma visão que está sendo adota-da 
por igrejas, organizações missio-nárias 
e denominações em todo o mun-do. 
Há mais interesse hoje em missões, 
na evangelização do mundo, e na implan-tação 
de igrejas do que em qualquer ou-tra 
época da história. 
O seguinte diagrama mostra o nos-so 
progresso na conclusão da Grande 
Comissão: 
Não Crentes 
Para Cada Crente 
Ano = D.C. Proporção 
100 360 para 1 
1000 220 para 1 
1500 69 para 1 
1900 27 para 1 
1950 21 para 1 
1970 11 para 1 
1990 7 para 1 
2000 
? 
O Dr. Ralph Winter é o fundador 
do U.S. Center For World Mission 
(Centro Americano Para Missões 
Mundiais). Com relação a este diagra-ma 
ele diz o seguinte: “Nos últimos 
20 séculos, os mansos têm herdado a 
terra silenciosamente!” 
Ao estudar o diagrama acima você 
perceberá que há 1900 anos, havia 360 
pessoas não-salvas no mundo para 
cada crente nascido de novo. Esta era 
uma proporção de 360 para 1. 
No ano de 1500, esta proporção já 
havia sido reduzida a apenas 69 para 
1. No início do século passado, esta 
proporção já havia caído a 27 para 1. 
Veja agora o que está acontecen-do. 
Desde 1950 somente, a propor-ção 
de não-cristãos para verdadeiros 
crentes foi reduzida em 67%. Ela 
passou de 21 para l a apenas 7 para 
l! 
Exatamente como Jesus predis-se, 
a Sua Igreja está penetrando 
irresistivelmente em toda a Terra. 
Estamos chegando mais perto do 
tempo em que verdadeiramente “a 
terra se encherá do conhecimento da 
glória do Senhor” (Hc 2:14). 
Igrejas em Todos os Bairros 
Jesus ordenou que a Igreja fosse a 
todo o mundo e discipulasse todas as 
nações. 
A palavra “nação” significa grupo 
étnico, ou um grupo em que as pesso-as 
compartilham da mesma cultura e 
língua. De acordo com líderes missi-onários, 
há aproximadamente seis mil 
nações ou grupos étnicos que ainda 
não possuem uma igreja. 
São necessárias mais do que algu-mas 
igrejas para se discipular uma 
nação. A única maneira de fazê-lo é 
por intermédio de implantação de 
muitas igrejas dentro dessa nação. 
Isso requer uma estratégia de IM-PLANTAÇÃO 
DE IGREJAS POR SATU-RAÇÃO, 
que significa a implantação de 
igrejas em todos os bairros com uma 
população de 500 a 1000 pessoas. 
Esta visão de IMPLANTAÇÃO DE 
IGREJAS POR SATURAÇÃO não é so-mente 
para nações em desenvolvimen-to. 
É para todas as nações, incluindo-se 
as da Europa, América Latina e 
América do Norte. 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 13
A maioria dos líderes das igrejas 
existentes não ficam nervosos ao pen-sarem 
sobre um movimento de igre-jas 
em casas, se esse movimento esti-ver 
localizado do outro lado do mun-do. 
No entanto, se o movimento esti-ver 
acontecendo em suas cidades, po-derá 
haver uma reação bem diferente. 
Damos brados de louvores a Deus 
por todos os chineses que estão sendo 
salvos por causa do movimento de igre-jas 
em casas na China. Contudo, os 
brados param e, às vezes, tornam-se um 
resmungo de protesto se esse movi-mento 
chegar em nossas cidades. Por-quê? 
Muitos temem que isso cause uma 
divisão dentro de suas igrejas e leve 
embora alguns de seus membros. 
Seria bom se pudéssemos ver o 
movimento de igrejas em casas como 
uma multiplicação de congregações. 
Aí então todas as igrejas de uma dada 
cidade poderiam tornar-se ativas na 
multiplicação de congregações, em 
vez de tentarem edificar uma só con-gregação 
gigantesca. 
Seríamos desafiados na área do 
preparo de novos líderes. Nós já de-veríamos 
mesmo estar treinando líde-res. 
“O campo é o mundo” (Mt 13:38). 
Sempre é o tempo certo para alcan-çarmos 
todos os não-salvos em todo 
o mundo. 
Ninguém deveria dizer: “Ei, não 
comece uma igreja aqui. Este é o MEU 
território!” Não há nenhuma igreja 
que esteja alcançando todos os não-salvos 
em uma cidade, ou mesmo em 
alguma região ou bairro. Precisamos 
de toda ajuda que pudermos obter para 
alcançarmos os necessitados. 
Se um movimento de igrejas em 
casas acelerasse a evangelização da 
minha cidade, eu gostaria de iniciar 
tantas igrejas em casas quanto possí-vel. 
Eu tomaria as providências para 
que elas se multiplicassem e eu tam-bém 
estimularia a quaisquer outros 
pastores que amam a Jesus a multi-plicarem 
as congregações na minha 
própria cidade ou em outra qualquer. 
Desenvolvam Líderes Leigos 
Não-Remunerados 
Alguns se preocupam, achando 
que a multiplicação de igrejas em ca-sas 
produz líderes não-qualificados. 
Há uma preocupação de que líde-res 
ineptos possam causar um aumen-to 
de heresias e de ignorância. 
Esse argumento supõe que a rápi-da 
multiplicação de congregações es-vazia 
o nosso suprimento de líderes 
qualificados. Alguns acham que essa 
multiplicação torna necessária a co-locação, 
como líderes nas igrejas em 
casas, de homens e mulheres que Deus 
não pode usar. 
Precisamos manter em mente que 
Jesus não foi às instituições religio-sas 
da Sua época para escolher líde- 
14 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
res para a Sua Igreja. Ele escolheu ho-mens 
que eram pescadores ignoran-tes 
e leigos simples e comuns. Em se-guida 
Ele os capacitou com o enchi-mento 
do Espírito Santo. 
Deus gosta muito de usar coisas 
pequeninas e fracas. Considere a se-guinte 
passagem bíblica: 
“Irmãos, reparai, pois, na vossa 
vocação; visto que não foram chama-dos 
muitos sábios segundo a carne, 
nem muitos poderosos, nem muitos de 
nobre nascimento; pelo contrário, 
Deus escolheu as coisas loucas do 
mundo para envergonhar os sábios e 
escolheu as coisas fracas do mundo 
para envergonhar as fortes; e Deus 
escolheu as coisas humildes do mun-do, 
e as desprezadas, e aquelas que não 
são, para reduzir a nada as que são; a 
fim de que ninguém se vanglorie na 
presença de Deus” (l Co 1:26-29). 
Têm havido muitos movimentos 
mundiais significativos na divulgação 
do Evangelho por toda a história da 
Igreja. Em cada um deles, homens e 
mulheres ordinários e comuns têm 
tido um papel importante. 
João Wesley era um homem muito 
instruído, com anos de aprendizado e 
treinamento religioso. Ele foi o líder 
de um dos grandes movimentos de 
reavivamento e implantação de igre-jas 
da história. No entanto, Wesley não 
foi às escolas estabelecidas de treina-mento 
religioso para encontrar os seus 
pastores e líderes. 
Ele disse: “Dê-me doze homens 
que amem a Jesus com todo o seu co-ração 
e que não temam os homens ou 
os demônios. Não dou a mínima im-portância 
se forem clérigos ou leigos. 
Com estes homens eu mudarei o mun-do.” 
E foi exatamente isso que João 
Wesley fez. 
Pregar o Evangelho ao ar livre na 
época de Wesley era o cúmulo do sa-crilégio. 
Era considerado como uma 
grave afronta à Igreja estabelecida. A 
Sagrada Palavra de Deus não podia 
ser proclamada fora de um prédio de 
igreja. 
Os Irmãos Wesley e George 
Whitefield sofreram anos de persegui-ções 
por quebrarem as antigas tradi-ções 
da Igreja estabelecida. No entan-to, 
isso não os deteve. 
Eles conheciam as Escrituras. Eles 
estavam convencidos de que se Jesus 
podia quebrar as tradições, era acei-tável 
para eles fazerem o mesmo. 
Agora citaremos uma vez mais os 
escritos do Dr. McGavran, o “Pai” do 
Movimento de Crescimento de Igre-jas. 
Em seu livro UNDERSTANDING 
CHURCH GROWTH (Compreendendo 
o Crescimento da Igreja), ele afirma: 
“Desenvolva líderes leigos não-remunerados. 
Os leigos têm tido um 
papel importante nas expansões urba-nas 
da Igreja. 
“Desde o início do crescimento de 
igrejas nas cidades da América Lati-na, 
homens comuns não-remunerados 
dirigiram as congregações. 
“Em alguns lugares, trabalhadores, 
mecânicos, balconistas, ou motoristas 
de caminhão ensinam a Bíblia, dirigem 
as orações, contam o que Deus tem fei-to 
por eles, ou exortam os irmãos. Nes-tes 
lugares, o cristianismo realmente 
parece natural a homens comuns. 
“Estes leigos que estão no minis-tério 
estão sujeitos aos mesmos ris-cos 
e estão limitados pelo mesmo ho-rário 
de trabalho que os membros de 
suas congregações. Talvez eles este-jam 
carentes na precisão dos ensinos 
bíblicos ou na beleza de suas orações. 
Contudo, eles compensam abundan-temente 
essa falha através do contato 
íntimo com as pessoas comuns. 
“Nenhum obreiro remunerado que 
venha de fora pode saber tanto sobre 
uma região ou bairro quanto alguém 
que tenha dezenas de amigos íntimos 
e parentes ao seu redor. 
“É verdade que em ‘território no-vo’, 
alguém de fora deve ser a pessoa 
indicada para iniciar novos trabalhos. 
No entanto, seria melhor a pessoa en-tregar 
logo a direção das novas igre-jas 
a homens da própria região.” 
Em seu livro BREAKING THE 
STA1NED GLASSBARRIER (Quebran-do 
a Barreira das Janelas de Vitrais), 
David Womack escreveu: “Há somen-te 
uma maneira pela qual a Grande 
Comissão pode ser realizada, a saber, 
estabelecendo-se congregações que 
preguem o Evangelho em todas as 
comunidades sobre a face da terra.” 
Roger Greenway, um especialista 
na evangelização de cidades, diz em 
DISCIPLING THE CITY (Discipulando 
a Cidade): “A tarefa evangelística da 
Igreja exige que cada bairro, prédio 
de apartamentos, e vizinhança tenha 
uma igreja fiel à Palavra de Deus 
estabelecida.” 
Igrejas aos Milhões 
Há pouco tempo eu estava lendo o 
livro de Jim Montgomery intitulado 
DAWN 2000 (Alvorada 2000). Ele tem 
um subtítulo que eu quase não conse-guia 
crer: AINDA FALTAM SETE MI-LHÕES 
DE IGREJAS. Pensei comigo 
mesmo: “Como alguém consegue até 
mesmo ousar pensar em termos de 
milhões de igrejas?” 
Eu ainda não havia lido muito até 
descobrir que eu também poderia crer 
que sete milhões de igrejas pudessem 
ser implantadas por todo o mundo nos 
próximos anos. 
Creio que seja provável porque es-tamos 
no limiar do mais forte movi-mento 
missionário da história do mun-do. 
Há mais interesse agora em alcan-çarmos 
todas as línguas, tribos e na-ções 
do que jamais houve desde que 
Jesus subiu ao Pai. 
Há um grande clamor subindo em 
todo o mundo, a saber: VAMOS TER-MINAR 
A TAREFA! VAMOS CUMPRIR 
O MANDAMENTO DE CRISTO DE 
PREGARMOS O EVANGELHO A TO-DAS 
AS CRIATURAS. VAMOS OBE-DECER 
O SEU MANDAMENTO DE 
DISCIPULARMOS TODAS AS NA-ÇÕES. 
VAMOS TRAZER CRISTO DE 
VOLTA PARA REINAR EM JUSTIÇA. 
VAMOS VER OS REINOS DESTE 
MUNDO TORNANDO-SE OS REINOS 
DO NOSSO DEUS E DO SEU CRISTO. 
Há uma grande onda que está ga-nhando 
impulso diariamente. 
Certamente a pedra que foi corta-da 
sem mãos, que o profeta Daniel viu 
em sua visão, é Cristo. Daniel nos 
conta como ele viu a pedra descendo 
para ferir e golpear os pés da estátua 
que representa os poderes do mundo 
(Dn 2:34). 
Essa pedra, que é Cristo, está fi-cando 
cada vez maior e ganhando im-pulso. 
Ela já colidiu ruidosamente 
contra os pés do sistema deste mun-do. 
Em breve ela crescerá e se trans- 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 15
formará numa montanha que cobrirá 
a terra “do conhecimento do SE-NHOR, 
como as águas cobrem o mar” 
(Is 11:9). 
A chave para o cumprimento da 
Grande Comissão é a implantação de 
igrejas. 
Há um plano que está atraindo a 
atenção de muitos estrategistas de 
missões hoje em dia. É a implantação 
de uma congregação de crentes em 
todas as comunidades com 500 a 1000 
habitantes. Isto é a IMPLANTAÇÃO 
DE IGREJAS POR SATURAÇÃO. 
Teremos de jogar fora o nosso con-ceito 
de igreja com janelas de vitrais. 
Não podemos mais pensar em “igre-jas” 
como sendo uma construção de 
tijolos. 
Precisamos começar a pensar em 
igreja como sendo pessoas, que se re-únem 
em nome de Jesus. Essas pes-soas 
estão se reunindo em casas, lo-jas, 
escritórios, fábricas, armazéns, es-colas, 
salões fúnebres, parques, peni-tenciárias, 
prisões, hospitais, prédios 
abandonados, esquinas, saguões, clu-bes 
femininos, clubes de serviço, e até 
mesmo em prédios de igreja. 
O Sistema de Aprendizes 
A pergunta urgente é a seguinte: 
Onde vamos arrumar todos os pasto-res 
que serão necessários para dirigi-rem 
todas essas novas igrejas? 
Há alguns anos, na América Lati-na, 
vários missionários se reuniram 
para traçarem um plano para o treina-mento 
de jovens para o ministério. A 
maioria das pessoas em suas regiões 
eram muito pobres. Portanto, era mui-to 
improvável que qualquer um daque-les 
homens fossem enviados a uma 
cidade para serem instruídos numa 
escola teológica. 
Aqueles missionários apresenta-ram 
um plano chamado de ETE – Edu-cação 
Teológica por Extensão. Era um 
curso que os rapazes podiam fazer em 
casa. Foi uma idéia oportuna para o 
tempo em que estavam vivendo e tor-nou- 
se um programa muito bem-su-cedido. 
Mais tarde, um outro missionário 
chamado George Patterson acrescen-tou 
um outro “E” ao nome deste pro-grama. 
Ele chamou o seu plano de 
ETEE – Educação Teológica e Evan-gelização 
por Extensão. Era um pla-no 
para os pastores treinarem rapazes 
para o ministério através de um siste-ma 
de aprendizes. 
O plano exigia que cada pastor su-pervisionasse 
o treinamento pessoal 
do aprendiz. Ele deveria dar ao jovem 
um “laboratório” para que ele apren-desse 
a pastorear uma igreja. 
O “laboratório” era uma igreja ver-dadeira, 
um pequeno grupo de pessoas 
que se reuniam numa casa ou em al-gum 
outro lugar. O aprendiz era envia-do 
para pastorear esse grupo. De vez 
em quando o aprendiz recebia tarefas 
especiais do pastor patrocinador. Al-gumas 
destas tarefas eram: ler certos 
livros, ouvir fitas, frequentar reuniões, 
ou participar de seminários. Semana 
após semana, o aprendiz cumpria as 
tarefas dadas pelo seu pastor-mestre. 
A visão de multiplicação aconte-cia 
à medida que cada aprendiz era en-sinado 
a patrocinar também outro ho-mem 
da própria congregação. Assim 
sendo, a visão do movimento de im-plantação 
de igrejas estava se cum-prindo. 
n 
16 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
A IGREJA EM CASAS 
O Modelo do Novo Testamento Para a 
Multiplicação de Congregações 
Capítulo 5 
UMA RODA OU UMA VIDEIRA? 
Pense numa roda caída no chão, 
com raios saindo em todas as direções, 
procedentes de seu eixo no centro. 
Pense agora numa videira, crescen-do 
no chão, que começa num lugar e 
estende os seus ramos em todas as di-reções. 
Cada um dos ramos está in-troduzindo 
raízes no solo que também 
crescem e transformam-se em plantas. 
Cada raiz está gerando uma outra 
planta exatamente igual à primeira. 
Todas essas novas plantas têm o mes-mo 
potencial de enviarem ramos, os 
quais também introduzem raízes no 
solo. 
Qual das duas, a roda ou a videira, 
descreve melhor a estratégia de IM-PLANTAÇÃO 
DE IGREJAS POR SA-TURAÇÃO? 
A VIDEIRA, obviamente. 
Não é uma questão de qual das 
duas funciona. Ambas funcionam. 
Uma delas, no entanto, funciona me-lhor 
do que a outra. Algumas igrejas 
estão usando o conceito da roda e ou-tras 
estão começando a ver a sabedo-ria 
do conceito da videira com rela-ção 
à implantação de igrejas. 
A Roda 
O conceito da roda requer que to-das 
as igrejas-bebês estejam intima-mente 
ligadas e dependentes da igre-ja- 
mãe. Normalmente elas não são 
chamadas de igrejas. Às vezes são 
chamadas de “grupos familiares” ou 
“células”. Elas são consideradas como 
uma extensão da igreja-mãe. 
Todos os membros dos pequenos 
grupos reúnem-se durante a semana a 
fim de poderem freqüentar a igreja-mãe 
no domingo de manhã. Todos os 
dízimos e ofertas são canalizados à 
igreja-mãe. 
Os líderes das células não são con-siderados 
como pastores. De vez em 
quando uma das igrejas-células é li-berada 
no sentido de tornar-se uma 
igreja adulta e um pastor é designa-do. 
Esse, em essência, é o conceito da 
roda. Ele tem sido muito bem-sucedi-do 
em alguns lugares e tem produzi-do 
algumas congregações bem gran-des. 
A Videira 
O conceito da videira com relação 
à implantação de igrejas pode ser ilus-trado 
pela “planta-aranha”. Ela tem fo-lhas 
longas, graciosas, e diversifica-das, 
e assemelha-se a um chorão em 
miniatura. De suas folhas crescem lon-gos 
ramos que produzem “plantas-ara-nhas” 
menores em intervalos ao lon-go 
dos ramos. 
A “planta-aranha” geralmente é 
plantada num vaso suspenso. As 
“plantas-aranhas” bebezinhas nunca 
se tornam tão grandes quanto a plan-ta- 
mãe. Isso se deve ao fato de que, 
diferentemente da planta-mãe, que 
tem as suas raízes plantadas no solo, 
as “plantas-aranhas” bebês são deixa-das 
pendentes no ar. Elas recebem 
toda a sua vida da planta-mãe. 
Imagine agora que você tirou essa 
linda planta de sua posição suspensa 
e a plantou no chão. Cada uma das 
“plantas-aranhas” bebezinhas come-çarão 
a introduzir suas raízes no chão. 
Quando isso acontece, cada plan-ta- 
bebê começa a crescer e a enviar 
novos ramos em todas as direções. 
Dessa forma, ela eventualmente gera 
um infindável número de lindas e ma-duras 
“plantas-aranhas”. 
Tendências 
A roda tem a tendência a atrair os 
raios para si mesma; a videira, a libe-rar 
os ramos para fora. 
A roda tem a tendência a ser local; 
a videira, a estar tanto dentro como 
fora de sua área local. 
A roda tem a tendência a adição; a 
videira, à multiplicação. 
A roda tem a tendência a edificar 
uma só igreja; a videira, a edificar 
muitas igrejas. 
A roda tem a tendência a restringir 
a visão missionária; a videira, a incen-tivar 
a visão missionária. 
A roda abrange a cidade; a videi-ra, 
o mundo. 
A roda treina líderes de grupos; a 
videira, pastores e líderes. 
A roda tem a visão de células, es-tudos 
bíblicos, ou de grupos familia-res; 
a videira tem a visão de igrejas 
reunindo-se em casas. 
Igrejas em Casas 
Que o Senhor da Colheita nos dê 
uma visão de longo alcance para a im-plantação 
de igrejas. Que essa visão 
permita uma liberdade total para que 
a vida da igreja possa expressar-se. 
Que não haja nenhuma restrição na 
expressão da vida da igreja! Esta é a 
nossa oração. Amém! n 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 17
A IGREJA EM CASAS 
O Modelo do Novo Testamento Para a 
Multiplicação de Congregações 
Capítulo 6 
SERÁ QUE OS PRÉDIOS DE IGREJAS 
SÃO MESMOS NECESSÁRIOS? 
Howard Snyder escreveu um livro 
muito importante, intitulado THE 
PROBLEM WITH WINESKINS (O 
Problema com os Odres). Nesse livro, 
ele aborda detalhadamente os proble-mas 
das estruturas eclesiásticas. 
Ele fala sobre os propósitos de 
Deus para a Sua Igreja que estão sen-do 
revelados. Ele fala da nossa inca-pacidade, 
algumas vezes, em fazermos 
os ajustes apropriados com relação a 
esses propósitos. O texto a seguir é 
do capítulo intitulado “Os Prédios de 
Igrejas São Supérfluos?” 
“Imagine só! Imagine que você 
está em qualquer cidade importante do 
Primeiro Século, onde o cristianismo 
havia penetrado. 
“Agora faça a pergunta: ‘Onde está 
a igreja?’ Você seria dirigido a um gru-po 
de adoradores reunidos numa casa. 
“Não havia nenhum prédio espe-cial 
e nenhuma evidência de riqueza 
com que pudéssemos associar a igre-ja. 
Havia somente pessoas.” 
Walter Oetting, em seu livro THE 
CHURCH IN THE CATACOMBS (A 
Igreja nas Catacumbas), escreveu: 
‘“Os cristãos não começaram a 
edificar prédios de igrejas até aproxi-madamente 
o ano 200 d.C. Esse fato 
sugere que os prédios não são essen-ciais 
para um crescimento numérico 
ou profundidade espiritual. 
‘“A Igreja Primitiva possuía tanto 
o crescimento quanto a profundidade. 
Até épocas recentes, o maior período 
de vitalidade e crescimento da Igreja 
ocorreu durante os dois primeiros sé-culos 
d.C. Em outras palavras, a Igre-ja 
cresceu mais rapidamente quando 
ela não tinha a ajuda – ou o estorvo – 
dos prédios de igrejas.’” 
Creio que o Senhor está chaman-do 
Seu povo para arrepender-se da ên-fase 
demasiada que se tem dado aos 
prédios nos últimos séculos. Ele está 
nos dizendo para nos livrarmos de to-das 
as barreiras à rápida implantação 
de igrejas. 
O objetivo é que “a palavra do Se-nhor 
se propague e seja glorificada” 
(2 Ts 3:1). Um dos principais obs-táculos, 
em muitos casos, é a constru-ção 
ou prédio que chamamos de “igre-ja”. 
Quebrando a Barreira dos 
Vitrais da Igreja 
O Dr. Donald McGavran, em seu 
livro Understanding Church Growth 
(Compreendendo o Crescimento da 
Igreja), diz: “As igrejas em casas pos-sibilitaram 
que a pequenina Igreja do 
Primeiro Século crescesse poderosa-mente. 
Com uma só cajadada, eles 
venceram quatro obstáculos ao cres-cimento, 
com os quais a Igreja se de- 
18 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
parou, à medida que liberava novas 
populações: 
(1) ”O custo de um prédio de igreja. 
Sem desembolsar absolutamente, 
nenhum dinheiro, as igrejas em ca-sas 
forneceram tantos lugares de 
adoração quanto havia grupos de 
cristãos. Esse primeiro obstáculo 
comum à multiplicação de igrejas 
nunca apareceu.” 
(2) “O obstáculo da conexão judaica. 
As igrejas em casas tiraram a Igre-ja 
da sinagoga e a introduziu na po-pulação 
gentia.” 
(3) “O obstáculo de nos voltarmos 
para dentro. Cada nova igreja em 
casa expunha um novo grupo de 
amigos e parentes a um contato ín-timo 
com cristãos ardentes.” 
(4)“O obstáculo de uma liderança li-mitada. 
Cada igreja em casa lan-çava 
as responsabilidades e o 
prestígio da liderança em homens 
capazes da nova congregação. Os 
líderes trabalhavam de acordo 
com os ensinamentos do Antigo 
Testamento, com a tradição oral 
da vida de Jesus, e uma ou duas 
das Cartas de Paulo. Com esses 
limites flexíveis, eles eram livres 
para seguirem a direção do Espí-rito 
Santo.” 
“Em nosso contexto moderno, es-ses 
quatro obstáculos e suas soluções 
ainda são importantes. Ao falarmos 
sobre as causas do crescimento da 
Igreja Primitiva, deveríamos levar em 
consideração o fato físico das igrejas 
em casas. 
A IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS 
POR SATURAÇÃO exige um irrompi-mento. 
Precisamos irromper através 
das “barreiras das janelas de vitrais” 
e entrar na comunhão simples e aber-ta 
do povo de Deus. Precisamos ver 
essa comunhão no maior número pos-sível 
de aspectos em que o Espírito 
Santo nos conduzir, e não termos 
medo de chamar de igreja. 
Quer estejamos nos reunindo em 
nome de Jesus numa catedral ou numa 
cozinha, ainda assim é “igreja”. É o 
povo de Deus chamado para fora e 
reunido. 
Sim, usaremos prédios. No entan-to, 
nunca permitiremos que os prédi-os 
atrapalhem a nossa mobilidade, 
visão, ou zelo de multiplicarmos as 
congregações. 
O Fiasco de Constantino 
James Rutz, em seu livro THE 
OPEN CHURCH (A Igreja Aberta), diz: 
“O que realmente nos matou foram os 
tijolos! Na maior asneira de sua histó-ria, 
a Igreja começou a construir um 
grande número de prédios. 
“Ela desalojou as catacumbas (tú-mulos 
subterrâneos) e os estreitos va-les 
florestais em que os santos se reu-niam. 
Ela terminou para sempre com 
as calorosas e preciosas reuniões na 
sala de estar das pessoas. 
“Seguindo o modelo dos tribunais 
romanos, os novos prédios tinham ca-pacidade 
para centenas de cristãos. 
Obviamente não podemos ter uma 
interação íntima e fácil com uma mul-tidão 
deste tamanho. Um novo santu-ário, 
desde o primeiro domingo em 
que foi aberto, colocava limites na li-vre 
expressão das pessoas. O novo 
berço sufocou o bebê. 
“Imagine que você estivesse viven-do 
naquela época. 
“Talvez você se sentisse à vonta-de, 
confessando um pecado a vinte ou 
trinta amigos na casa de Josephus e 
Johanna (ou vamos chamá-los de Zé 
e Maria). Mas será que conseguiria 
fazer ISTO na frente de quinhentas 
pessoas desconhecidas? 
“Se Deus colocasse algo muito for-te 
em seu coração nesta semana, você 
não hesitaria em levantar-se para pas-sar 
dez ou quinze minutos comparti-lhando 
isto na sala de estar do Zé e 
.da Maria. Mas aqui, no novo salão, 
há provavelmente doze homens e 
mulheres, no mínimo, com uma men-sagem 
queimando em seu coração. 
Você provavelmente nunca teria a 
chance de se expressar! 
“Na casa do Zé e da Maria, todos 
se envolveram na hora da adoração. 
Você pôde louvar ao Senhor de cora-ção, 
vez após vez, da forma como se 
sentia dirigido. Foi o momento mais 
significativo e benéfico da sua sema-na. 
Mas e aqui no novo prédio? Você 
teria de esperar por sua vez que tal-vez 
nunca chegue! 
“Eu poderia prosseguir, mas você 
já faz idéia de onde quero chegar. Sem 
os modernos equipamentos eletrôni-cos 
de som, as reuniões ao ar livre 
tornaram-se difíceis. Não difíceis 
DEMAIS, note bem, somente difíceis. 
Assim sendo, as reuniões em locais 
fechados assumiram a supremacia. 
“Tudo o que era falado ficou cen-tralizado 
num púlpito. A ordem foi 
mantida. Parecia uma boa idéia na 
época. 
“Na casa do Zé e da Maria você 
era um participante. Aqui, você é um 
espectador – um ouvinte passivo. De 
alguma forma você não se sente mais 
importante ou necessário.” 
Paraíso Perdido 
“Quando mudamos das salas de 
estar para os prédios de igreja com 
uma equipe profissional, perdemos 
todo o impulso. A igreja local tornou-se 
fraca e fria. 
“Os que não eram sacerdotes fo-ram 
chamados de ‘leigos’, uma pala-vra 
que nem mesmo é encontrada na 
Bíblia – e por uma boa razão. 
“Como ‘leigo’ num prédio de igre-ja 
do Quarto Século, você não mais 
se aproximava de Deus diretamente. 
O sacerdote fazia isso por você. 
“Desta maneira, um problema 
arquitetônico tornou-se um problema 
doutrinário. Foi perdido o sacerdócio 
do crente. 
“A Bíblia foi tirada das mãos do 
leigo e entregue ao sacerdote. E se não 
lhe é permitido decidir o que ela sig-nifica, 
por que você deveria se inco-modar 
em lê-la?” 
O Caminho da Ruína 
“O que de fato saiu errado? Como 
eu já disse, a Igreja ficou tão grande e 
popular que ela conseguia erigir os 
próprios prédios. 
“Infelizmente, isto resolveu um an-tigo 
‘problema’ que deveria ter sido 
deixado sem solução. Sempre que 
uma sadia igreja em casa ficava gran-de 
demais para a sua sala de estar, ela 
tinha que se dividir – em duas salas 
de estar. Desta forma, novos líderes 
estavam sempre sendo empurrados 
para cima através da hierarquia. 
“Mas quando os prédios de igre-jas 
começaram a surgir em toda par-te, 
as congregações não tiveram mais 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 19
que enfrentar esse ‘problema’. Não 
havia mais aquela embaraçosa agonia 
de se saber quem ficaria com os pres-bíteros 
favoritos e quem teria que se 
separar com os presbíteros menos po-pulares. 
Todo mundo ficava com todo 
mundo. 
“O problema era que o comparti-lhamento 
e a intimidade ficavam com-plicados 
numa multidão de quinhen-tas 
pessoas. As grandes multidões da-vam 
muita importância aos discursos 
eloqüentes. Portanto, os novos conver-tidos 
gaguejantes começaram a ficar 
escondidos ‘em suas cascas’. 
“A situação em que nenhum mem-bro 
conhecia os outros membros subs-tituiu 
a comunhão. A comunicação du-rante 
as reuniões começou a ser do-minada 
pêlos poucos que tinham li-vros 
e sabiam ler. No final, isso pas-sou 
a significar os sacerdotes. 
“Os leigos (ou não-sacerdotes) 
eram cidadãos de um Império Roma-no 
que já estava ruindo há muito tem-po. 
Eles foram transformados em 
‘eunucos’ espirituais. Eles perderam 
a força que o Império necessitava tão 
desesperadamente naquela época. 
“Em 476, Roma caiu pela última 
vez. Aí então a Igreja abriu o cami-nho 
para a Idade Média ou ‘Eras Es-curas’.” 
O Uso Apropriado dos Prédios 
Não estamos sugerindo que os pré-dios 
não têm lugar algum na expan-são 
do Reino de Deus. O Senhor cer-tamente 
nos dará sabedoria e direções 
com relação a como utilizarmos os 
prédios de todos os tipos no cumpri-mento 
da Grande Comissão. 
No entanto, nunca podemos cair 
numa atitude doentia e não-bíblica 
com relação à importância de um pré-dio 
quando estivermos implantando e 
edificando igrejas. 
As igrejas podem certamente fun-cionar 
sem a ajuda de prédios especi-almente 
construídos para essa finali-dade. 
Isto tem sido provado na histó-ria 
da igreja em todas as épocas. Ali-ás, 
a história mostra que a Igreja, na 
verdade, cresce mais rapidamente e 
fica mais sadia sem prédios de igrejas 
do que com eles. 
O movimento de igrejas em casas 
é somente uma parte do mover de 
Deus de volta à simplicidade. Deus 
está Se movendo em muitas frentes no 
sentido de levar a Sua Igreja à santi-dade 
e pureza. Essa sempre foi Sua 
vontade e Seu plano. 
Não é como se Deus subitamente 
acordasse um dia com relação à ne-cessidade 
da Igreja e iniciasse um mo-vimento 
para supri-la. A questão é que 
finalmente há cada vez mais pessoas 
ouvindo o que o Senhor tem dito o 
tempo todo: “DEVOLVAM-ME A 
MINHA IGREJA!!!” 
Estou convencido de que a atitude 
da Igreja deveria ser: “Senhor, a me-nos 
que Tu nos digas especificamen-te 
para construirmos, comprarmos, ou 
alugarmos prédios, vamos implantar 
e multiplicar igrejas sem eles.” 
Estou aberto à idéia de prédios, 
mas não estou aberto a restringirmos 
a implantação de igrejas à tradicional 
idéia de igrejas centralizadas em cons-truções. 
A necessidade de uma IM-PLANTAÇÃO 
DE IGREJAS POR 
SATURAÇÃO é grande demais. 
Nunca cumpriremos a Grande Co-missão 
num futuro previsível, conti-nuando 
a adotar o conceito tradicio-nal 
de “igreja”. Essa idéia simples-mente 
não permitirá um movimento 
em grande escala de implantação de 
igrejas que será necessário para 
discipularmos as nações. 
Durante séculos a Igreja, requin-tada 
e pomposamente, projetou e de-corou 
lindos e imponentes prédios, 
que foram chamados de “igrejas”. 
Em alguns casos, os prédios cha-mados 
de “igrejas” tornaram-se, eles 
próprios, objetos de adoração. Enormes 
quantias de dinheiro dedicadas a Deus 
foram gastas na construção e manuten-ção 
destes prédios “sagrados”. 
Esta era está chegando a um fim. 
Há um movimento no meio do novo 
de Deus de volta à simplicidade. E um 
movimento que está se afastando do 
cristianismo institucionalizado, poli-tiqueiro, 
e super-organizado. 
O Novo Testamento precisa ser o 
nosso guia de fé e prática em todas as 
coisas. Que ele seja também o nosso 
guia nesta questão de prédios de igre-jas. 
Que ele guie a nossa compreen-são 
com relação ao lugar verdadeiro 
dos prédios na expansão mundial da 
mensagem de Jesus Cristo, nosso Se-nhor. 
n 
20 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
A IGREJA EM CASAS 
O Modelo do Novo Testamento Para a 
Multiplicação de Congregações 
Capítulo 7 
UM PASSO À UNIDADE 
Alguém pode perguntar: “Mas to-das 
as pequenas igrejas em casas, es-palhadas 
em uma cidade, não causa-rão 
uma divisão e desunião no Corpo 
de Cristo daquela cidade? 
A verdade é que as igrejas peque-nas 
não causam mais divisões do que 
as grandes. As igrejas muito grandes 
e as igrejas muito pequenas têm o mes-mo 
desafio quando a questão é a uni-dade. 
Unidade Organizacional ou 
Unidade Espiritual 
No final da década de 1970 eu es-tava 
envolvido com uma nova orga-nização 
cristã chamada “João 
Dezessete Vinte e Um”, que era um 
esforço no sentido de ajudar a estimu-lar 
e promover a unidade dentro do 
Corpo de Cristo, tanto nos Estados 
Unidos como em outros países. 
Essa organização baseava-se na ora-ção 
de Jesus encontrada em João 17:21: 
“afim de que todos sejam um; e como 
és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, tam-bém 
sejam eles em nós; para que o 
mundo creia que tu me enviaste.” 
Num período de vários anos tenta-mos 
reunir o povo de Deus em retiros, 
encontros, eventos, paradas, marchas, 
reuniões de oração, e em todas as ma-neiras 
possíveis. Acreditávamos que 
por intermédio da nossa “unidade” or-ganizada 
o mundo veria e creria. 
Foi uma das tentativas mais frus-trantes 
de que eu já havia participa-do. 
Isso não significa que esses even-tos 
não tenham o seu lugar de impor-tância. 
Certamente são importantes. 
No entanto, estávamos tentando orga-nizar 
a unidade, e a unidade simples-mente 
não estava acontecendo. 
A unidade nunca acontecerá por 
meio de uma organização. Ela preci-sa 
acontecer no espírito mediante uma 
compreensão do que é a unidade. 
Certo dia comecei a questionar a 
nossa compreensão de João 17:21 e 
vi, em primeiro lugar, que não havía-mos 
interpretado corretamente a ora-ção 
de Jesus. Ele não estava orando 
por uma unidade organizacional nes-ta 
passagem. Ele estava orando por 
uma unidade espiritual. 
Além disso, Jesus não estava oran-do 
por uma unidade espiritual no meio 
dos crentes. Ele estava orando pela 
união do crente individual com o Pai, 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 21
e não pela união dos crentes uns com 
os outros. 
Toda esta passagem da oração de 
Jesus aborda a união do indivíduo com 
o Pai e o Filho. Ela não aborda o rela-cionamento 
do crente com outros 
crentes. 
Uma interpretação errônea desta 
passagem causa uma grande e dolo-rosa 
frustração. Isso também faz com 
que percamos o verdadeiro significa-do 
daquilo pelo qual Jesus está de fato 
orando. 
João 17:21 poderia ser parafrase-ado 
da seguinte maneira: “Para que 
cada um deles possa ser um Contigo, 
Pai, exatamente como Tu és em Mim, 
e Eu sou em Ti, a fim de que o mundo 
possa crer que Tu Me enviaste.” 
O mundo nunca se convencerá de 
que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus 
Vivo, através de uma união organiza-cional. 
Deus sempre usa homens e mu-lheres 
que têm o mesmo relaciona-mento 
de união com o Pai que Jesus 
tinha. 
O plano de Deus ainda é o mesmo 
– encher os homens com o Seu Espí-rito 
e demonstrar o Seu amor e poder 
por intermédio deles. O que Ele fez 
através de Jesus Ele quer fazer em 
todo o mundo. 
Ele quer habitar em nós e caminhar 
em nós. Ele quer fazer obras de amor 
e graça por meio de nós, exatamente 
como Ele fez através de Jesus. Este é 
o significado de João 17:21. 
Uma Cidade – Uma Igreja 
O único tipo de unidade que é abor-dado 
no Novo Testamento é a unidade 
espiritual e os seus resultados. Procu-ramos 
em vão tentando encontrar 
qualquer palavra na Bíblia que se re-fira 
a organizações, sociedades, mis-sões, 
ou qualquer outra coisa seme-lhante 
às nossas atuais estruturas or-ganizacionais. 
O que encontramos de fato no Novo 
Testamento é autoridade espiritual sen-do 
enviada no ministério de apóstolos 
e profetas. Vemos esta autoridade sen-do 
recebida pelas igrejas. Vemos uma 
igreja unida, dentro de cada cidade, 
mantida em união pela “unidade do 
Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:3). 
O Apóstolo Paulo nunca escreveu 
às “igrejas” de nenhuma cidade. Ele 
sempre endereçava as suas cartas à 
“igreja” de uma dada cidades. 
Havia e há somente uma igreja em 
cada cidade ou localidade. Ele escre-ve 
à “igreja” de Roma, Corinto, Éfeso, 
e assim por diante. No entanto, ele 
escreve às “igrejas” da Galácia, às 
“igrejas” da Ásia, e assim por diante. 
Isso se deve ao fato de que esses lu-gares 
eram províncias, e não cidades. 
Talvez haja dezenas, ou até mesmo 
centenas de “igrejas” que se reúnem 
em nome de Jesus numa certa cidade. 
No entanto, há na verdade somente 
uma igreja nesta localidade. Esta úni-ca 
igreja consiste dos muitos grupos 
cristãos menores desta cidade. Exata-mente 
como todas as igrejas de todas 
as cidades do mundo constituem o 
Corpo de Cristo, assim também as igre-jas 
(congregações) de uma localidade 
constituem a igreja daquela cidade. 
Mantenham a Unidade 
Em Efésios 4:3-6 lemos: “esfor-çando- 
vos diligentemente por preser-var 
a unidade do Espírito no vínculo 
da paz; há somente um corpo e um 
Espírito... um só Senhor, uma só fé, 
um só batismo; um só Deus e Pai de 
todos, o qual é sobre todos, age por 
meio de todos e está em todos.” 
Na passagem acima Paulo não dis-se 
“Estabeleçam a unidade do Espí-rito.” 
Ele disse: “preservar a unidade 
do Espírito.” É como se esta unidade 
fosse algo que já foi estabelecido. Ele 
fala aqui como se a unidade fosse algo 
que vem automaticamente como parte 
de todo o “pacote” cristão. 
Nascemos de novo e somos intro-duzidos 
na unidade porque “há so-mente 
um corpo e um Espírito... um 
só Senhor... um só Deus e Pai.” A 
nossa parte é simplesmente um reco-nhecimento 
de que já somos um. Cum-prir 
o mandamento de mantermos a 
unidade do Espírito no vínculo da paz 
significa mantermos algo que já te-mos, 
pois não podemos manter o que 
ainda não temos. 
Esta unidade não se encontra em 
estruturas externas. Ela não nasce em 
vínculos externos, nem é mantida por 
vínculos externos. Ela nasce no Espí-rito 
e no coração. É uma atitude in-terior, 
uma atitude para com as pesso-as 
– o povo de Deus. 
Unidade com Diversidade 
Podemos ter todas as diversidades 
que quisermos em organizações, de-nominações, 
corporações, sociedades, 
clubes, comunidades, movimentos, 
cruzadas, e campanhas, e ainda assim 
termos a unidade no Espírito. 
Não somos mantidos em união por 
sermos membros no “papel”. Somos 
mantidos em união pela “unidade do 
Espírito no vínculo da paz” 
Por outro lado, podemos ter uma 
gigantesca organização que inclua to-dos 
os cristãos da terra e ainda assim 
não termos nenhuma unidade verda-deira 
no Espírito. Podemos ter uma 
unidade organizacional sem uma ver-dadeira 
unidade. 
O “vínculo” de Efésios 4:3-6 fala 
de algo que une como uma corda ou 
cinturão. 
Este vínculo é a “paz”. É chama-do 
de “vínculo da paz”. O oposto da 
paz é a rivalidade ou guerra. 
Se você tiver uma atitude de amor 
e aceitação para com os seus irmãos e 
irmãs de outras igrejas, então você irá 
“preservar a unidade” com eles. Você 
não estará criando esta unidade; você 
estará mantendo-a viva em seu espí-rito. 
É aí que existe a unidade – no es-pírito 
ou no coração. A unidade é ma-nifestada 
em diferentes maneiras, mas 
ela existe no espírito por meio do Es-pírito 
Santo. 
Por outro lado, se você tiver uma 
atitude de rivalidade, de divisão, ou 
separação, você não estará mantendo 
a unidade do Espírito através do vín-culo 
da paz. 
Um Passo Intrínsico 
O único passo à unidade, então, en-contra- 
se em Romanos 14:1 e 15:7: 
“Acolhei ao que é débil na fé, não, 
porém, para discutir opiniões... Por-tanto, 
acolhei-vos uns aos outros, 
como também Cristo nos acolheu.” 
A palavra “acolher” significa dar 
as boas-vindas, abraçar, receber – re-conhecer 
um parentesco. Aceitar sig-nifica 
confessar e declarar o fato de 
que somos um. 
22 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
Somos um porque, pelo novo nas-cimento, 
todos nascemos na mesma 
família espiritual. 
Somos todos irmãos e irmãs por-que 
Jesus é o nosso Salvador, e Deus 
é o nosso Pai! Exatamente como Je-sus 
nos recebeu com todas as nossas 
ruínas, falhas, e imaturidade, assim re-cebamos 
também uns aos outros. 
Dê Este Passo Agora 
O único passo para a unidade pode 
ser dado onde você estiver, neste exa-to 
momento. Você pode voltar-se ao 
Senhor neste momento e orar: “Pai, 
em nome de Jesus Cristo meu Senhor, 
eu realmente reconheço que sou um 
membro do Teu Corpo espiritual, a 
Igreja desta cidade e de todo o mun-do. 
“Eu realmente aceito e recebo a 
todos os Teus filhos como meus ir-mãos 
ou irmãs porque Tu és o nosso 
Pai. Não importa onde os Teus filhos 
morem, não importa de qual raça se 
originem. Não importa quais opiniões 
ou práticas peculiares eles possam ter. 
Não importa se eles batizam por asper-são 
ou por imersão, ou se são Armini-anistas 
ou Calvinistas. Não importa se 
vão à igreja aos sábados, domingos, 
às segundas, ou terças. Não importa a 
que denominação pertençam. 
“Eu agora declaro solenemente, 
em nome de Jesus Cristo de Nazaré, o 
Filho do Deus Todo-Poderoso, que eu 
sou um com todos os outros crentes 
nascidos de novo que vivem, que já 
viveram, ou que ainda viverão no tem-po 
e na eternidade. Eu os aceito e os 
recebo. 
“Eu os amarei, os sustentarei, e 
orarei por eles. À medida que me di-rigires, 
Senhor, trabalharei com eles. 
Procurarei manter esta unidade do Es-pírito 
por meio do vínculo da paz. 
Amém!” 
Você quer fazer esta oração ago-ra? 
Se você puder fazer sinceramente 
esta oração acima, você terá dado o 
único passo à unidade. 
Unidade Doutrinária 
“Mas”, você poderá perguntar, “e 
a unidade doutrinária? Como podere-mos 
caminhar juntos, a menos que es-tejamos 
de acordo?” 
Em primeiro lugar, Deus não está 
nos dirigindo para caminharmos na 
mesma direção. Em segundo lugar, 
Efésios 4:13 nos diz que devemos 
manter esta unidade do Espírito, “até 
que todos cheguemos à unidade da 
fé”. Este versículo está simplesmente 
dizendo que podemos ter uma unida-de 
espiritual enquanto ainda estiver-mos 
alcançando uma unidade doutri-nária. 
Uma Verdade Central 
Há somente uma verdade central 
ao redor da qual podemos todos de-clarar 
a nossa unidade. Esta verdade 
não é um ensino, um conceito, um 
princípio, ou uma doutrina. Não é uma 
igreja, denominação, ou movimento. 
Esta Verdade, é uma Pessoa. Jesus 
é a Verdade. Ele disse: “Eu sou o ca-minho, 
e a verdade, e a vida “ (Jo 14:6). 
Quando nos voltamos a Ele, Ele 
nos dá vida. Nascemos de novo! 
Quando o carcereiro filipense pergun-tou 
a Paulo e Silas: “Senhores, que 
devo fazer para que seja salvo?”, a 
resposta não foi: “Creia em nossa dou-trina 
e una-se à nossa organização.” 
A resposta foi: “Crê no Senhor Jesus 
Cristo e serás salvo” (At 16:30,31). 
Nós cremos na Pessoa de Jesus e 
nascemos no Reino de Luz. Quando 
nos unimos a Jesus, unimo-nos uns 
aos outros. Somos um n’Ele. 
Quem tem a Jesus tem a vida. Quem 
não tem a Jesus não tem a vida. Somos 
salvos, não pelo fato de adotarmos uma 
posição doutrinária, mas por receber-mos 
ao Próprio Jesus Cristo. 
Recebam uns aos Outros 
Em todas as igrejas, quer sejam 
igrejas em casas ou algum outro tipo 
de igreja, precisamos ensinar os mem-bros 
a aceitarem todos os outros cren-tes. 
Somos membros do mesmo Cor-po, 
independentemente de uma afili-ação 
denominacional. 
Deus nos dirige às vezes a coope-rarmos 
juntamente com outros em 
projetos para a extensão do Seu Rei-no. 
No entanto, a mais poderosa ex-pressão 
de unidade não está no fato 
de nos unirmos para demonstrarmos 
uma solidariedade externa, através da 
promoção de projetos especiais, mas 
sim, aceitando e confirmando uns aos 
outros nas coisas que já estiver fazen-do 
para o Senhor. 
Muitos Líderes 
– um Só Exército 
Estamos todos em guerra e há mui-tos 
generais, tenentes, capitães, e sol-dados 
de infantaria. 
No entanto, há somente um Cabe-ça, 
o nosso Comandante-Chefe, o Pró-prio 
Jesus Cristo. 
Ele disse: “Edificarei a Minha 
Igreja”, e é isto o que Ele está fazen-do 
(Mt 16:18). Vamos abrir espaço 
para que Ele o faça. Ele tem a respon-sabilidade 
sobre todas as pequenas 
unidades do Seu poderoso Exército. 
Talvez estejamos em diferentes di-visões, 
em diferentes unidades, em di-ferentes 
frentes, mas ainda assim so-mos 
um só Exército. Somos um só 
povo, lutando na mesma guerra con-tra 
o Reino das Trevas. 
Vamos confirmar e sustentar uns 
aos outros em nossos vários lugares 
de serviço. Não vamos pensar que 
estamos separados pelo simples fato 
de não estarmos todos no mesmo lu-gar, 
fazendo as mesmas coisas, ao 
mesmo tempo, sob o mesmo porta-estandarte. 
Muitas Tribos – 
Uma Só Nação 
Havia doze Tribos em Israel. Cada 
uma delas tinha o próprio território, 
genealogia, líderes e bandeira. No 
entanto, elas ainda eram um só povo 
– Israel. 
Podemos ser constituídos de cen-tenas 
ou milhares de denominações, 
organizações, e igrejas. No entanto, 
somos um só povo – o povo de Deus 
– o Israel de Deus. 
Não temos de estar fisicamente 
juntos, fazendo as mesmas coisas, sob 
a mesma bandeira, a fim de sermos 
um. Já somos um. Portanto, vamos 
proclamar ousadamente a nossa uni-dade. 
Vamos nos ocupar com a nossa 
responsabilidade de ampliarmos o Seu 
Reino e, ao mesmo tempo, confirmar 
mos, aceitarmos, e recebermos uns aos 
outros. Isso é o que significa “preser-var 
a unidade do Espírito no vínculo 
da paz” n 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 23
A IGREJA EM CASAS 
O Modelo do Novo Testamento Para a 
Multiplicação de Congregações 
Capítulo 8 
O QUE FAZEMOS NUMA 
IGREJA EM CASA? 
Se você nunca esteve numa reu-nião 
de uma igreja em casa, talvez 
suas primeiras perguntas fossem: 
“Como seria uma igreja em casa? Será 
que haveria cânticos? Será que have-ria 
um sermão? 
“Será que haveria um convite para 
se receber a Cristo? Haveria batismos 
e Santa Ceia? E a Escola Dominical? 
E um culto de oração no meio da se-mana? 
É significativo o fato de que nem 
o Apóstolo Paulo nem o Próprio Je-sus 
nos deram instruções específicas 
na Palavra escrita, com relação ao que 
deveria ser feito exatamente quando 
nos congregamos como igreja. 
As palavras de Jesus foram muito 
simples em Mateus 18:20: “Porque, 
onde estiverem dois ou três reunidos 
em meu nome, ali estou no meio de-les.” 
Ele não disse que eles teriam de 
estar fazendo certas coisas para que 
Ele pudesse estar no meio deles. Eles 
simplesmente precisavam estar reuni-dos. 
O Apóstolo Paulo nos deu uma pe-quena 
revelação com relação à natu-reza 
das reuniões da Igreja Primitiva 
em l Coríntios 14:26: “Que fazer, pois, 
irmãos? Quando vos reunis, um tem 
salmo, outro, doutrina, este traz re-velação, 
aquele, outra língua, e ain-da 
outro, interpretação. Seja tudo fei-to 
para edificação.” 
As reuniões de igreja naqueles dias 
não enfatizavam um certo palestrante. 
Elas eram reuniões abertas, onde cada 
pessoa deveria contribuir para o be-nefício 
de todo o corpo local. O exer-cício 
de dons espirituais era estimu-lado 
a fim de que todos fossem aben-çoados 
e edificados. 
Não há nenhuma instrução especí-fica 
dada a nós por Jesus ou Seus após-tolos 
com relação ao que fazermos 
exatamente em nossas reuniões regu-lares. 
No entanto, podemos encontrar 
no Livro de Atos e nas Epístolas al-guns 
dos elementos essenciais de uma 
reunião de igreja. O que se segue são 
algumas das coisas importantes a ob-servarmos 
ao nos reunirmos: 
• Louvor e adoração 
• Dons ministeriais proféticos 
• Outros dons do Espírito 
• Testemunhos 
• Ceia 
• Avisos 
• Orações de um membro pelo outro 
• Ensino 
24 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
O Espírito Santo o guiará com re-lação 
à ordem e quanto tempo deverá 
ser dado a cada segmento. As vezes, 
alguns desses itens não são incluídos, 
mas, como via de regra, seria bom in-cluir 
todos eles. 
Louvor e Oração 
Sempre é bom iniciarmos cada reu-nião 
com um tempo prolongado de mi-nistério 
ao Senhor através de cânticos 
de louvor e adoração. Deve ser per-mitido 
um tempo para orações infor-mais 
no meio da adoração. 
Quando o Espírito Santo começar 
a Se mover sobre nós enquanto esti-vermos 
adorando, é inteiramente 
apropriado levantarmos nossas ora-ções 
ao Senhor. Às vezes isso é feito 
somente entre nós e Deus. Outras 
vezes, Ele nos dirige a orarmos em 
voz alta a fim de que os outros pos-sam 
dizer “AMÉM” às nossas ora-ções. 
Os músicos são uma bênção adici-onal 
durante o tempo de louvor. Ore 
para que Deus dê à sua igreja em casa 
uma forte e habilidosa equipe de lou-vor. 
Ainda que isso não seja absolu-tamente 
essencial, certamente será um 
grande impulso para o período de lou-vor. 
Muitos grupos não terão ninguém 
que toque um instrumento na hora do 
louvor. Há várias fitas de louvor po-derosas 
que podem ser usadas como 
música de fundo, enquanto as pesso-as 
estiverem cantando. 
Não encurte o tempo de louvor. 
Que todas as outras partes da reunião 
sejam encurtadas antes mesmo de 
você considerar a diminuição do tem-po 
de louvor e adoração. 
As igrejas mais vitais e dinâmicas 
hoje são as que dão muito tempo e 
atenção ao louvor e à adoração. Ha-verá 
ocasiões em que o Espírito San-to 
o dirigirá a não fazer nada mais 
além de louvar ao Senhor. Esteja aber-to 
à Sua direção. Todas as coisas flu-em 
da fonte da oração, louvor, e ado-ração. 
Ministério de uns aos Outros 
Membros 
Agora é um tempo de se comparti-lhar 
os dons ministeriais de acordo 
com l Coríntios 14:26: “Que fazer, 
pois, irmãos? Quando vos reunis, um 
tem salmo, outro, doutrina, este traz 
revelação, aquele, outra língua, e ain-da 
outro, interpretação. Seja tudo fei-to 
para edificação.” 
Numa reunião aberta, o líder diri-ge 
e estimula o grupo a compartilhar 
testemunhos, experiências, pedidos de 
oração, breves ensinamentos, revela-ções, 
relatórios de louvor, e assim por 
diante. 
Vigie para que algumas pessoas 
ousadas não dominem o tempo de 
compartilhamento. Estimule os quie-tos 
fazendo perguntas. 
Queremos compartilhar bênçãos 
financeiras de acordo com 2 Coríntios 
9:6-8 : “E isto afirmo: aquele que se-meia 
pouco, pouco também ceifará; 
e o que semeia com fartura com abun-dância 
também ceifará. 
“Cada um contribua segundo ti-ver 
proposto no coração, não com 
tristeza ou por necessidade; porque 
Deus ama a quem dá com alegria. 
“Deus pode fazer-vos abundar em 
toda graça, afim de que, tendo sem-pre, 
em tudo, ampla suficiência, 
superabundeis em toda boa obra.” 
A segunda parte do tempo de com-partilhamento 
são as ofertas ao Se-nhor. 
Esta é uma parte tão vital de um 
culto de adoração que ela merece pelo 
menos um pequeno ensino sobre a 
“graça das doações” todas as vezes em 
que nos reunimos. 
Muitos cristãos sinceros caem na 
escravidão da pobreza porque ainda 
não compreenderam o princípio es-piritual 
da generosidade. Muitos de 
nós estamos aprendendo que a nos-sa 
maior arma em tempos de proble-mas 
financeiros é a nossa generosi-dade. 
Os nossos membros precisam sa-ber 
disto e ser fortalecidos na graça 
de dar. A maioria das ofertas deveriam 
ser encaminhadas ao sustento de líde-res 
espirituais que dão tempo integral 
ao pastoreamento, à evangelização, e 
à implantação de igrejas. 
Uma quantia generosa também 
deveria ser encaminhada à obra mis-sionária 
em outras nações. Deus 
abençoa ricamente a igreja que tem 
uma visão para o mundo todo, e não 
somente para a sua própria vizinhan-ça. 
Avisos 
Precisamos informar aos nossos 
membros sobre reuniões especiais, 
planos para eventos evangelísticos, 
além de compartilharmos o que Deus 
está fazendo na cidade, na nação, e ao 
redor do mundo. Precisamos enfocar 
a obra do Senhor numa escala maior 
do que somente na nossa pequena con-gregação. 
Somos cristãos com visão mundi-al. 
Jesus disse: “Levantai os vossos 
olhos e vede os campos... “ (Jo 4:35.) 
Somos apenas uma pequena parte 
do quadro maior. Vamos manter nos-so 
coração, nossos olhos e as nossas 
orações, no mundo, enquanto procu-ramos 
fazer a nossa parte na implan-tação 
do Reino de Deus na terra. 
Ceia – 1 Coríntios 11:20-34 
Esse é também um tempo de ensi-no. 
Antes da participação com o pão 
e com o cálice, permita que alguém 
explique bem resumidamente algum 
aspecto do significado da Ceia. Em se-guida, 
permita que os irmãos e irmãs 
participem do corpo e do sangue do 
nosso Senhor com compreensão e fé. 
Esse pode ser um tempo muito pode-roso. 
É uma boa ocasião para se fazer 
um convite aos incrédulos presentes 
para receberem a Cristo como seu 
Senhor. Dirija-os numa oração para 
que O recebam antes de você servir o 
pão e o cálice. 
Muitas pessoas estão prontas para 
receberem a Jesus. Dê uma breve ex-plicação 
do Evangelho e dirija a con-gregação 
numa oração de recebimen-to 
de Cristo. Muitos são levados a 
Cristo desta maneira. 
Os que recebem a Cristo como Sal-vador 
devem receber o batismo nas 
águas imediatamente. O exemplo da 
Igreja Primitiva no Livro de Atos era 
sempre o de batizar os novos conver-tidos 
no mesmo dia em que recebiam 
a Jesus. 
Ministério 
Estejam abertos para ministrarem 
uns aos outros através da imposição 
de mãos, da oração pêlos enfermos, 
ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 25
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  • 1. JULHO / AGOSTO / SETEMBRO 2002 Volume 17 / Número 2 EDIÇÃO PORTUGUÊS ATOS A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Bob Fitts PARE! Antes de você ler esta revista, por favor, olhe para a etiqueta de endereço em seu envelope. No topo direito de sua etiqueta, depois da palavra "EXPIR", está sua data de ven-cimento da assinatura da Revista ATOS. (month/year). Por favor, escreva essa data aqui: ________ / _________ mês ano No topo esquerdo de sua etiqueta está o seu número de ATOS. Por favor, escreva esse número aqui. 1 / ATOS OUTUBRO/ NOVEMBRO / DEZEMBRO 2001 Você deverá dar esta informação cada vez que escrever ao World MAP, ou quando preencher seu Formulário de Renovação de Assinatura ou solicitação do livro O Cajado do Pastor. AB1R/ILAT/ MOASI O / JUNHO 2002 OUTUBRO / NOVEMBRO / DEZEMBARTOOS20/ 101
  • 2. A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 1 A RAZÃO PARA TERMOS IGREJAS EM CASAS “Saudai Priscila e Áqüila, meus cooperadores em Cristo Jesus... saudai igualmente a igreja que se re-úne na casa deles” (Rm 16:3-5). ‘’As igrejas da Ásia vos saúdam. No Senhor, muito vos saúdam Áqüila e Priscila e, bem assim, a igreja que está na casa deles” (l Co 16:19). “Saudai os irmãos de Laodicéia, e Ninfa, e à igreja que ela hospeda em sua casa” (Cl 4:15). “Ao amado Filemom... e à igreja que está em tua casa” (Fm 1,2). Com base nos versículos acima, é óbvio que a Igreja Primitiva reunia-se em casas. Essas casas não eram o que poderíamos chamar de um prédio característico e específico de uma igreja. Eram casas em que as pessoas moravam, e eram abertas como um local de reunião para a igreja. A Igreja Primitiva não tinha prédi-os de igreja. Os prédios não aparece-ram até o ano 232 d.C. O período mais explosivo do crescimento da Igreja na história, até recentemente, aconteceu durante os primeiros anos, quando não havia nenhum prédio de igreja. Bob Fitts Contudo, neste exato momento, na China, há um incomum mover do Es-pírito de Deus que é até mesmo maior que o crescimento inicial da Igreja. Isso está acontecendo sem o uso de prédios de igreja. Esse reavivamento é um movimento de igrejas em casas. A seguinte citação foi extraída do Relatório Calebe da edição de Jan/Fev de 1990 da REVISTA MINISTÉRIOS. Este relatório foi feito por Loren Cunningham, fundador e presidente da JOCUM (Jovens com Uma Missão): “De acordo com o U.S. Center For World Mission (Centro Americano Para Missões Mundiais), mais de 22.000 chineses estão vindo a Cristo a cada dia. É o equivalente a 7 dias de Pentecostes a cada 24 horas. Isso está acontecendo neste exato momento. A maior parte dessa explosão de uma nova fé está vindo das comunidades rurais da China, onde vive 80% da população chinesa. “Jonathan Chão, fundador da Chinese Church Research Center (Centro de Pesquisas da Igreja Chi-nesa), contou-me como o reavivamen-to chinês está sendo espalhado por jovens, em sua maioria com idades de 15 a 19 anos. Os adolescentes vão aos vilarejos e compartilham o Evangelho onde ele nunca foi ouvido antes. “Quando os convertidos são organi-zados em pequenos grupos, os adoles-centes chamam os ‘presbíteros’ ou ‘anciãos’ (crentes de 20 a 30 anos de idade) para virem e ensinarem as recém-formadas igrejas em casas. Ao mesmo tempo, os adolescentes seguem adian-te, para alcançarem o próximo vilarejo. “Os pastores e mestres chineses não têm barreiras financeiras para es-palharem a mensagem cristã. Eles moram com os camponeses e fazen-deiros em cada região nova, e não constróem edifícios. Eles têm muito pouco e precisam de muito pouco. “Através deste meio simples, as Boas-Novas estão saltando sobre os campos e montanhas da China.” O explosivo crescimento da Igreja que está acontecendo agora na China tem algo em comum com o crescimen-to da Igreja Primitiva do Livro de Atos. Ambos são um movimento de igrejas em casas. Este mesmo tipo de crescimento é visto em outros países 2 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 3. hoje, onde os prédios de igrejas não são permitidos. Há um princípio simples que é ex-presso aqui: Quanto mais obstáculos que atrapalham a implantação de no-vas igrejas forem removidos, tanto maior será o crescimento que veremos. Já tive experiências, tanto na im-plantação como no pastoreamento de igrejas em casas. Vejo algumas claras vantagens na implantação de igrejas em casas para a multiplicação de igrejas: AS IGREJAS EM CASAS SÃO FÁCEIS DE SE INICIAR Para se implantar uma igreja numa casa, você não precisa comprar propri-edades, nem construir um prédio. Você não precisa de um púlpito, bancos de igreja, hinários, nem de um piano. Você pode ficar sem um batistério, uma es-cola dominical, e um pastor de jovens. Você não precisa pertencer a uma denominação, nem tornar-se membro. Você não precisa ter uma reunião aos domingos, ter um boletim da igreja, nem ter uma reunião no mesmo lugar todas as semanas. Você não precisa ter uma placa com o nome da sua igreja. Ela não pre-cisa de um nome. Na verdade, você nem mesmo precisa chamá-la de “igreja”, contanto que você saiba que ela é uma igreja. Nenhuma das situa-ções acima são ruins ou erradas, mas também não são necessárias. O Após-tolo Paulo não usava nenhuma das coisas acima em seu ministério de im-plantação de igrejas. Muitas das nossas igrejas moder-nas deixaram a simplicidade do Novo Testamento e acrescentaram tantas coisas extras, que na verdade não são necessárias. Por essa razão, tem fica-do cada vez mais difícil iniciarmos uma nova igreja. Não podemos ir a nenhum país hoje onde o Apóstolo Paulo implan-tou igrejas e apontarmos para um pré-dio e dizermos: “Aquela é a Igreja de Corinto!” ou “Olhe para aquele lindo prédio! É a Igreja dos Efésios!” ou “Eis aqui a Igreja dos Tessalonicen-ses!” Não há nenhum prédio assim. Pelo que saibamos, as igrejas que Pau-lo iniciou reuniam-se em casas. Ray Willians, um amigo íntimo, é missionário no México há 25 anos. Ele tem sido usado por Deus para iniciar dezenas de igrejas no México, das quais centenas de outras igrejas têm sido geradas. Ele me contou recentemente, que EDIÇÃO PORTUGUÊS Volume 17 / Número 2 ATOS Índice A IGREJA EM CASAS 1. A Razão Para Termos Igrejas em Casas .... 2 2. As Igrejas em Casas no Novo Testamento .................................................... 6 3. O que é Uma Igreja? ................................... 9 4. Implantação de Igrejas por Saturação .... 13 5. Uma Roda ou Uma Videira? ..................... 17 6. Será que os Prédios de Igrejas São Mesmo Necessários? .................................. 18 7. Um Passo à Unidade .................................. 21 8. O que Fazemos Numa Igreja em Casa? .. 24 9. Perguntas e Respostas ............................... 27 Suplemento A – Por que a JOCUM (Jovens com Uma Missão) Implanta Igrejas .............. 30 Suplemento B – Por que Implantar Novas Igrejas ............................................................... 32 Como Fazer a Sua Igreja Crescer ................. 34 O Crescimento da Igreja e as Escrituras ...... 37 Diretor Responsável ................... Ralph Mahoney Diretores ......................... Frank & Wendy Parrish Diretores Administrativos África .................................. Loreen Newington Índia .................................................... Bill Scott Internacional ................................ Gayla Dease Artes Gráficas ... Dennis McLain & Vander Santos Tradutor ....................................... Marcos Taveira Revisora ........................................... Nadya Denis Leitora de Provas ...................... Maura Ocampos Impressão Gráfica ................ Editora Betânia S/C VISÃO E MISSÃO Como um ministério ao Corpo de Cristo, o World MAP existe para: 1. Fornecer aos líderes de igrejas nos paí-ses da Ásia, África e América Latina um treinamento prático que os torne efica-zes ministros do Evangelho. 2. Compartilhar com os crentes das nações ocidentais as vitórias e as tribulações de obreiros de igrejas nacionais, a fim de que a Igreja: Ore mais fervorosamente e dê mais sacrificialmente para abençoar e desenvolver a obra dos que servem nas linhas de frente do evangelismo. ATOS, no original, (ISSN 0744-1789) é publi-cada a cada três meses pelo “World MAP”, 1419 N. San Fernando Blvd., Burbank, CA 91504, EUA. Toda correspondência deve ser dirigida para o en-dereço acima ou para Caixa Postal 5053, 31611- 970 Venda Nova, MG, Brasil ou ainda para o e-mail: revista.atos@uol.com.br SR. AGENTE POSTAL: Favor enviar as mudan-ças de endereço para “World MAP”, Caixa Postal 5053, 31611-970 Venda Nova, MG, Brasil. Todas as passagens das Escrituras serão da Bíblia Sagrada, traduzida em português por João Ferreira de Almeida – Sociedade Bíblica do Brasil – 1981, a menos que outra fonte seja indicada. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 3
  • 4. certa vez, iniciou uma igreja num tri-gal. A igreja cresceu, e dela surgiu uma multidão de “igrejas-filhas e netas”, e cada uma delas com uma visão de im-plantação de novas igrejas. Temos a tendência de tornar nos-sas igrejas complexas demais. Deus está nos chamando de volta à simplici-dade e naturalidade da multiplicação. AS IGREJAS EM CASAS SÃO DESCONTRAÍDAS E INFORMAIS Vários anos atrás, levei minha fa-mília a uma igreja cujo pastor era um notável mestre da Bíblia. Eu gostava muito daquela igreja e queria freqüentá-la. No entanto, todos os membros de lá vestiam-se com rou-pas que eram muito caras para as con-dições financeiras da minha família. Algumas pessoas não frequentam certas igrejas hoje porque o nível do padrão do vestuário é alto demais. Eles transformaram a igreja num even-to “formal”. Muitos que não frequen-tam uma igreja do tipo formal, fre-quentam uma igreja numa casa por-que ela é mais descontraída e tem um ambiente informal e familiar. Em seu livro UNDERSTANDING CHURCH GROWTH (Comprendendo o Crescimento da Igreja), o Dr. Donald McGavran cita “Oito Chaves Para o Crescimento da Igreja nas Cidades”. A primeira delas nos dá a idéia do Dr. McGavran sobre a importância da implantação e multiplicação das igre-jas em casas. Ele afirma: “As oito chaves que estou para mencionar não são meras adivinha-ções. Elas descrevem princípios com os quais concordam homens especi-alizados no crescimento da Igreja. “Em primeiro lugar, enfatize as igre-jas em casas. Quando a igreja começa a crescer, cada congregação precisa en-contrar logo um lugar para se reunir. “A congregação deveria reunir-se nos ambientes mais naturais. Deveria ser um lugar em que os não-cristãos pos-sam vir com a maior tranqüilidade. Ela deveria estimular os próprios converti-dos a darem prosseguimento aos cultos. A obtenção de um lugar de reunião não deveria colocar um peso financeiro so-bre as pequenas congregações. “A igreja em casas supre todos es-ses requisitos de forma ideal. Elas de-veriam sempre ser consideradas, tan-to para uma implantação inicial como para expansões posteriores.” AS IGREJAS EM CASAS SÃO FERRAMENTAS EVANGELÍSTICAS O Dr. Peter Wagner é considerado por muitos como a maior autoridade sobre o crescimento de igrejas hoje. Ele diz: “O melhor método debaixo do céu para a evangelização é a im-plantação de igrejas. Nunca houve um método melhor e nunca haverá.” IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO é o nome dado à visão que agora está sendo adotada por lí-deres de missões no mundo todo. Uma igreja que se divide a fim de multiplicar-se experimenta uma adi-ção. Uma igreja que tem o seu enfoque somente na adição tem a tendência de atolar-se e estagnar-se. O objetivo de muitos líderes de igrejas tem sido o de se tentar fazer uma só congregação muito grande, em vez de se multiplicar as congregações. Contudo, a Igreja de qualquer cidade aumenta muito mais rapidamente pela multiplicação das congregações do que pela tentativa de se edificar uma só super-congregação. A maior igreja do mundo encon-tra- se em Seul, Coréia, sob a lideran-ça pastoral do Dr. Yonggi Cho, que tem aplicado o princípio de multipli-cação. A sua igreja está evangelizan-do a Cidade de Seul de uma maneira notável, multiplicando as congrega-ções, que são chamadas de “células”. Eles se dispuseram a dividir-se a fim de se multiplicarem, e a adição tem sido incrível. AS IGREJAS EM CASAS FACILITAM O TREINAMENTO DE PASTORES E LÍDERES Os educadores têm entendido há muito tempo que o melhor método de treinamento ainda é o método de apren-dizagem, isto é, o treinamento de “um mestre a um aprendiz na prática”. É o que um ferreiro, encanador, ou advo-gado teria recebido há cem anos atrás. Eles aprendiam observando e pratican-do, e, ao mesmo tempo, sendo respon-sáveis a um mestre na profissão. Esse era o método de Jesus. Seus discípulos aprendiam observando, ou-vindo e praticando, enquanto con-viviam com o Próprio Mestre dos mes-tres. Nas igrejas em casas os pastores podem ser treinados no sentido de fa-zerem de fato a obra de pastoreio. Ao mesmo tempo, eles estão sob a super-visão de um pastor sênior. Eles cres-cem à medida que a igreja cresce sob a liderança deles. Os pastores que têm empregos re-munerados de tempo integral podem continuar, a trabalhar até que a igreja possa sustentá-los financeiramente. Al-guns pastorearão mais do que uma igre-ja numa casa, uma vez que nem todas elas se reúnem no domingo de manhã. AS IGREJAS EM CASAS AJUDAM A ESTREITAR OS RELACIONAMENTOS Uma pequena igreja numa casa tem uma probabilidade muito maior de que as pessoas tímidas encontrem sua identidade no Corpo de Cristo. Em nossa igreja em casa geralmen-te almoçávamos juntos nos domingos. Todas as famílias participavam, pre-parando e servindo as refeições. A for-mação de relacionamentos ocorre muito mais facilmente neste tipo de situações “familiares”. Em seu periódico Church Growth Report (Relatório do Crescimento da Igreja), Win Arn faz a seguinte afir-mação sob o título “UM PRINCÍPIO DE CRESCIMENTO COMPROVADO”: GRUPOS PEQUENOS EFICAZES: “Em nossos estudos de igrejas cres-centes, descobrimos que uma carac-terística comum é o alto nível de ‘cola relacionamental’ entre os membros. Podemos chamar esta característica de ‘amor’, ‘amizade’, ‘solicitude’..., mas é o que genuinamente atrai e retém os membros.” AS IGREJAS EM CASAS SÃO ECONÔMICAS Uma igreja numa casa pode cana-lizar para o ministério quase todos os seus recursos financeiros. Já que as 4 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 5. reuniões são feitas em casas, todas as despesas com construções são evita-das. Desta forma, somente dez famí-lias que dizimam poderiam sustentar financeiramente um pastor em tempo integral. Já que um pastor poderia supervi-sionar mais do que uma igreja em casa, ele não precisa receber todo o seu sustento de uma só congregação. As reuniões podem ser feitas em ou-tros dias ou noites, como também aos domingos. Ouvi sobre um pastor que estava fazendo regularmente 12 reu-niões em casas toda as semanas. Não há nada no Novo Testamento que diga que domingo às 11 horas da manhã é a hora de a igreja se reunir. Aliás, o padrão do Livro de Atos é que eles se reuniam diariamente. O primeiro dia da semana é raramente mencionado, e nunca é enfatizado como um dia es-pecial, separado para a adoração. Obviamente, muitas destas igrejas em casas são dirigidas por pastores em treinamento. Estas pessoas possuem empregos regulares e pastoreiam uma igreja numa casa à medida que seu tempo permitir. A honra de um salário razoável de-veria ser dada aos que estão em tem-po integral na obra. Contudo, até mes-mo os que servem como pastor em tempo parcial deveriam receber uma honra semelhante. Eles deveriam re-ceber algumas ofertas de amor e uma remuneração proveniente dos dízimos e ofertas. Isso ressarciria seus gastos e os encorajaria na obra do ministé-rio. Quer esteja em tempo parcial ou integral, “digno é o trabalhador do seu salário” (Lc 10:7). AS IGREJAS EM CASAS PODEM RESOLVER O PROBLEMA DO CRESCIMENTO Algumas das nossas congregações crescem tanto que precisam construir prédios maiores, alugar instalações maiores, ou fazer dois cultos. Isso é o que chamamos de um “problema agra-dável”. No entanto há também uma solu-ção agradável. Comece a treinar pas-tores, designando-lhes uma área da ci-dade. Em seguida, dê-lhes algumas fa-mílias para iniciarem uma igreja em casa nestas áreas da cidade, com o pro-pósito de “terem um bebê”. A coisa mais vivificante que uma igreja pode fazer é ter um bebê. Te-nho visto muitas e muitas igrejas mor-rendo por causa de um espírito pos-sessivo na liderança. As igrejas que Deus está abençoando são as igrejas que continuamente dão tudo o que Deus lhes dá. Jesus disse: “dai, e dar-se-vos-á” (Lc 6:38). Uma igreja que dá é uma igreja que cresce. Michael Green é o diretor da Fa-culdade de Saint John de Nottingham, Inglaterra. Em seu discurso no Con-gresso Internacional sobre a Evange-lização Mundial em Lausanne, Suíça, em 1974, ele falou sobre os Métodos e Estratégias na Evangelização da Igreja Primitiva. Ele disse: “Na Igre-ja Primitiva, os prédios não eram im-portantes. Eles não tiveram nenhum prédio de igreja durante o período de seu maior avanço. “Hoje em dia, os prédios de igreja parecem importantíssimos a muitos cristãos. A sua manutenção consome o dinheiro e o interesse dos membros. Isso geralmente os afunda em dívidas e os isola dos que não frequentam a igreja. “Em alguns casos, até mesmo a pa-lavra ‘igreja’ mudou o seu significa-do. Ela não significa mais um grupo de pessoas, como significava na épo-ca do Novo Testamento. Nos dias atu-ais, ‘igreja’ muitas vezes significa in-corretamente um prédio.” Há muitas vantagens nas igrejas em casas. A mais importante delas é a simplicidade e facilidade de multipli-cação. Os movimentos de igreja que cres-ceram mais rapidamente na história foram os que não tiveram enormes es-truturas organizacionais. Os movi-mentos mais bem-sucedidos têm enfocado os aspectos essenciais sem hesitações. n ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 5
  • 6. A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 2 AS IGREJAS EM CASAS NO NOVO TESTAMENTO Durante a vida de Jesus na terra, residências comuns e simples eram usadas para a propagação do Evange-lho e para o discipulado de novos con-vertidos. Isso também aconteceu du-rante a expansão da Igreja no Livro de Atos. Os versículos abaixo mos-tram isto: Uma Casa Onde Jesus Foi Adorado “Entrando na casa, viram o meni-no com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus te-souros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra” (Mt 2:11). A primeira vez em que um grupo se reuniu para adorar a Jesus e ofere-cer- Lhe presentes foi numa casa – a casa de Maria e José. A Casa de Pedro Foi Usada Para Uma Reunião de Curas “Tendo Jesus chegado à casa de Pedro, viu a sogra deste acamada e ardendo em febre. Mas Jesus tomou-a pela mão, e a febre a deixou. Ela se levantou e passou a servi-lo. Chega-da a tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados; e ele meramente com a palavra expeliu os espíritos e curou todos os que estavam doentes” (Mt 8:14-16). Nos primeiros dias do Seu minis-tério, Jesus usou a casa de Pedro para fazer reuniões de pregação, cura, e li-bertação. O Primeiro Culto de Ceia foi Realizado Numa Casa Na última semana do ministério de Jesus, Ele disse aos Seus discípulos: “Ide à cidade ter com certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo; em tua casa dis-cípulos” celebrarei a Páscoa com os meus (Mt 26:18). O nosso Senhor poderia ter esco-lhido celebrar a primeira Ceia com os Seus discípulos numa sinagoga, no Templo, ou em algum outro lugar de importância religiosa. Contudo, Ele escolheu celebrá-la numa casa comum e simples. Assim sendo, Ele deu a Sua apro-vação à residência comum como sen-do um lugar consagrado e santifica-do, digno dos mais solenes cultos de adoração. Jesus Pregou a Multidões Reunidas em Casas “Vários dias mais tarde, Ele vol-tou a Capemaum e as notícias da Sua chegada espalharam-se rapidamente por toda a cidade. Logo, a casa em que Ele estava ficou tão lotada de vi-sitantes que não havia espaço para nem mais uma pessoa, nem mesmo fora da porta. E Ele lhes pregou a Palavra” (Mc 2:1,2 – A Bíblia Viva). Jesus fez em casa as mesmas coi-sas que fazemos em nossos prédios de igrejas hoje em dia. Ele também fez estas coisas ao ar livre e no pátio do Templo. O Pentecostes Veio a Uma Igreja em Casa Pentecos-tes, “Ao cumprir-se o dia de mes-mo estavam todos reunidos no lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e as-sentados” encheu toda a casa onde estavam (At 2:1,2). Muitos de nós nunca consideramos o número de eventos bíblicos funda-mentais que aconteceram em residên-cias particulares. LEMBRETES: • O primeiro culto de adoração aconteceu numa casa • O primeiro culto de Ceia foi numa casa • O primeiro culto de curas foi rea-lizado numa casa • A primeira ocasião de pregação do Evangelho aos gentios aconteceu na casa de Cornélio • O derramamento do Espírito San-to no Dia de Pentecostes foi numa casa, e • As primeiras igrejas que o Após-tolo Paulo iniciou foram todas or-ganizadas em casas. Através dos séculos nós perdemos a vida que pode ser encontrada na sim-plicidade. Ao contrário, temos acres-centado coisas que retardaram o pro- 6 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 7. gresso e a expansão da Igreja a todas as nações. Nas Ruas e nas Casas “Eles adoravam juntos, regular-mente, no Templo, todos os dias, reu-niam- se em pequenos grupos nas ca-sas para a comunhão, e compartilha-vam as suas refeições com grande ale-gria e gratidão” (At 2:46 – A Bíblia Viva). A Igreja Primitiva não somente se reunia em pequenos grupos nas casas, mas também em reuniões maiores em lugares públicos. O crescimento mais rápido da Igreja acontece quando ela não usa locais formais de reunião. Por toda a história, a Igreja cresceu mais rapidamente quando ela permaneceu flexível, móvel e militante. Saulo, o Perseguidor, Ataca as Igrejas em Casas Saulo começou a perseguir a Igre-ja. Indo de casa em casa, ele arrastava os crentes e os colocava na prisão. “Saulo, porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, encerrava-os no cárcere” (At 8:3). Onde ia Saulo de Tarso para en-contrar o “povo do caminho” a fim de arrastá-los à prisão e à morte? Ele os encontrava nas casas. Ele próprio, mais tarde, iniciaria igrejas em casas em suas viagens missionárias. Onde Vocês se Reúnem? “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de en-sinar e de pregar Jesus, o Cristo” (At 5:42). Os crentes não se reuniam no Tem-plo em si, mas nos pátios, ou perto do Templo, onde as pessoas se reuniam. Eram reuniões ao ar livre. A HISTÓRIA DO CRISTIANISMO de Lion afirma que os cristãos não ti-nham nenhum prédio especial, mas reuniam-se em casas particulares: “Rústico, o Perfeito, perguntou o ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 7
  • 8. vendo os irmãos, os confortaram. En-tão, partiram” (At 16:40). A Igreja de Filipos foi formada na casa de Lídia. O Livro de Atos não conta como a igreja cresceu. Muito provavelmente, quando o grupo não podia mais caber na casa de Lídia, os membros formaram uma outra igreja em casa em alguma outra parte da ci-dade. Desta maneira eles continuaram a dividir-se e a multiplicar-se. A Igreja Primitiva não somente se reunia em pequenos grupos nas casas, mas também em reuniões maiores em lugares públicos. O crescimento mais rápido da Igreja acontece quando ela não usa locais formais de reunião. Por toda a história, a Igreja cresceu mais rapidamente quando ela permaneceu flexível, móvel, e militante. seguinte a Justino Mártir (100-165 d.C.): ‘Onde vocês se reúnem?’ Justi-no disse: ‘Onde as pessoas escolhem e podem, ou você supõe que todos nós nos reunimos exatamente no mesmo lugar? Nada disto, porque o Deus dos cristãos não está confinado (restrito) a um só lugar’.” Em seu livro CELLS FOR LIFE (Cé-lulas Para a Vida), Ron Trudinger diz: “Eles iniciaram a prática de se reu-nirem diariamente no Templo e de partirem o pão de casa em casa. Esta última frase também pode-ria ser traduzida por: ‘nas várias casas particulares’. “A oposição dos judeus logo impediu o uso do Templo pêlos cristãos. As sinagogas foram usa-das por algum tempo, mas não de-morou muito até que muitas de-las fossem fechadas aos cristãos (veja Atos 19). No entanto, con-tinuamos encontrando muitas re-ferências em Atos e nas Epísto-las de igrejas em casas.” A Igreja em Casa que Abriu o Evangelho às Nações “No dia imediato, entrou em Cesaréia. Cornélio estava espe-rando por eles, tendo reunido seus parentes e amigos íntimos. Aconteceu que, indo Pedro a en-trar, lhe saiu Cornélio ao encon-tro e, prostrando-se-lhe aos pés, o adorou... Pedro... entrou, en-contrando muitos reunidos ali” (At 10:24-27). Esse é um bom exemplo de como iniciarmos uma igreja em casa. Al-guém que esteja faminto por Deus re-úne vários membros de sua família e amigos. Aí então esta pessoa pede que o homem de Deus venha e comparti-lhe a Palavra de Deus. Tão simples assim! A reunião na casa de Cornélio foi um irrompimento histórico. Ela con-venceu os crentes judeus que as Boas- Novas eram para todas as nações, e não somente para os judeus. A Casa de Lídia Foi a Primeira Igreja da Europa “Tendo-se retirado do cárcere, di-rigiram- se para a casa de Lídia e, A Casa Alugada de Paulo “Por dois anos, permaneceu Pau-lo na sua própria casa, que alugara, onde recebia todos que o procuravam, pregando o reino de Deus, e, com toda a intrepidez, sem impedimento algum, ensinava as coisas referentes ao Se-nhor Jesus Cristo” (At 28:30,31). Estas palavras finais do Livro de Atos revelam que, em Roma, Paulo usou sua casa alugada para divulgar as Boas-Novas do amor de Deus. O movimento que cresce mais ra-pidamente no mundo hoje começou em casas. O movimento cristão teve o seu maior crescimento enquanto os seus membros permaneceram flexí-veis e móveis. Os cristãos multiplica-ram- se mais quando o seu objetivo principal era os relacionamentos, e não os rituais. Da Sombra à Substância Todos os tipos e sombras do Anti-go Testamento foram totalmente cum-pridos em Cristo. Não precisamos mais do Tabernáculo, das vestes sa-cerdotais do Templo, da sua mobília, ou de nenhuma outra coisa semelhan-te. Cristo é tudo e em todos. Somos completos n’Ele. Não precisamos mais de um “Lugar Santo”, como tinham os judeus. Não precisamos de um al-tar de incenso, da pia, dos pães da proposição, nem do Urim ou Tumim. Não precisamos das som-bras, pois temos a substância – O NOME DELE É JESUS. Analisemos agora João 4:20- 23, quando a mulher de Samaria disse a Jesus: “Nossos pais ado-ravam neste monte; vós, entretan-to, dizeis que em Jerusalém é o lugar onde se deve adorar. Dis-se- lhe Jesus: Mulher, podes crer-me que a hora vem, quando nem neste monte, nem em Jerusalém adorareis o Pai. Vós adorais o que não conheceis; nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores ado-rarão o Pai em espírito e em ver-dade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores”. Jesus esclareceu que DA SUA ÉPO-CA EM DIANTE Jerusalém não era um lugar mais santo que Samaria. Isso se devia ao fato de que ELE HAVIA VIN-DO. Em Sua vinda, Ele colocaria um fim para sempre na idéia de lugares santos. Isso porque Ele Próprio havia cumprido todos os tipos e sombras do Antigo Testamento. Louvemos ao Senhor por termos sido libertos de toda escravidão refe-rente a um lugar onde possamos ado-rar a Deus. Regozijemo-nos porque fomos libertos do legalismo. Somos livres para adorá-Lo quando estiver mos a sós ou com outras pessoas. So-mos livres para adorarmos a qualquer hora, dia ou noite, em qualquer lugar que escolhermos. n 8 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 9. A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 3 O QUE É UMA IGREJA? “Talvez você pense que foi uma ta-refa fácil. No entanto, ficamos muito frustrados. “Considere todas as circunstânci-as das pessoas na terra. Aí então exa-mine todos os vários modelos da Igre-ja na Bíblia. Agora você começará a entender a nossa frustração. Após muitas horas de discussão havíamos produzido muitos modelos bons. Con-tudo, não encontramos nenhuma de-finição absoluta para a Igreja, a não ser ‘pessoas movendo-se juntamente sob o senhorio de Jesus’.” Gosto da definição “pessoas mo-vendo- se juntamente”. A maioria de nós fomos levados a crer que a igreja é um prédio – algo imóvel. Se Deus estremecesse e retirasse Uma igreja certamente não é aque-le prédio da esquina, com as lindas ja-nelas de vitrais e o campanário em cima. A igreja talvez se reúna lá, mas este prédio não é a igreja. A palavra original no grego, ekklesia, é composta por duas palavras: ek, que significa “para fora de” e kalleo, que significa “Eu chamo”. O signifi-cado pleno e simples de “igreja”, de acordo com a palavra grega original, é “Eu chamo para fora de”. Quando Jesus disse: “Edificarei a Minha Igreja”, Ele estava dizendo: “Chamarei o Meu povo para fora do mundo. Eles se reunirão em Meu Nome e as portas do Inferno não prevalece-rão contra eles.” Isso mostra que o povo de Jesus chamado para fora se agrupa-rá como um exército. Eles tomarão o mundo para Ele. O inimigo não será capaz de parar este avanço. Este exér-cito invencível será motivado pelo amor de Deus no coração de seus mem-bros. Eles terão uma mensagem de amor e perdão em seus lábios. Na verdade, ekklesia tem dois sig-nificados: o de sermos chamados para fora e o de estarmos reunidos. Não podemos experimentar a Igreja até que nos reunamos. A minha esposa e eu somos UM. Somos UM até mesmo quando estiver-mos separados um do outro, por mui-tos quilômetros de distância. Porém, não experimentamos os benefícios e bênçãos da nossa união matrimonial até que nos reunamos. Semelhantemente, você e todos os outros crentes da sua cidade constitu-em a Igreja desta cidade. Mesmo quan-do vocês não estiverem reunidos, ain-da assim são a Igreja. Mas vocês não podem receber os benefícios e bênçãos da Igreja até que se reúnam. “Reunir-se” não significa que vocês precisam estar no mesmo lugar ao mes-mo tempo. Isso provavelmente nunca acontecerá em nenhuma cidade. “Pessoas Movendo-se Juntamente” John Dawson, em seu livro TAKING OUR CITIES FOR GOD (Tomando Nos-sas Cidades Para Deus), diz: “Não há nenhum modelo absoluto para o que deveria ser uma igreja local. “Certa vez eu passei uma tarde com mais de cem líderes espirituais de várias denominações. Tentamos en-contrar uma definição universal de uma igreja local bíblica. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 9
  • 10. todas as coisas até que não houvesse nada, senão uma simples e básica igre-ja neo-testamentária, o que teríamos de sobra? Imagine que eu tirasse todas as coisas desnecessárias do que eu en-tendo ser uma igreja. O que permane-ceria? O nosso propósito neste capí-tulo é respondermos essa pergunta. Em primeiro lugar examinemos a palavra “paraigreja”. O que é Uma Paraigreja? Li recentemente um livro que pro-curava explicar a natureza da igreja. Um subtítulo do livro era “Qual é o Relacionamento da Igreja com as Or-ganizações Paraeclesiásticas?” O au-tor fez a seguinte observação: “A Bíblia é clara no sentido de que é através da Igreja que Deus realizará o Seu grande propósito. Contudo, a Igreja nem sempre tem sido o que de-veria ser. Por esta razão, muitos cren-tes ficam desanimados com a Igreja. Eles percebem que a Igreja, da forma como é, não supre certas necessida-des óbvias. “Cristãos cuidadosos e solícitos têm desejado suprir as necessidades urgentes. Por essa razão, eles têm es-tabelecido sociedades missionárias, orfanatos, organizações para homens de negócios cristãos, e outras institui-ções semelhantes. (Nota do Editor: Estas organiza-ções são geralmente chamadas de “mi-nistérios paraeclesiásticos”. A palavra “paraigreja” ou “paraeclesiástico” sig-nifica “fora da igreja” ou “paralelo à igreja”.) “À medida que Deus continuar a restaurar e fortalecer a Sua Igreja, a necessidade dessas organizações exis-tirem diminuirá. As comunidades eclesiásticas estarão ministrando às necessidades das pessoas em toda par-te.” É óbvio na citação acima que o es-critor tinha um forte sentimento de que “paraigreja” não era realmente “igre-ja” absolutamente. Parece que ele acha que algo inferior à “igreja” apareceu, até que a igreja verdadeira possa ser curada ou despertada para fazer a obra que deveria estar fazendo. Este é um clássico exemplo da seguinte idéia: “Se você não for parecido com uma igreja, então não é uma igreja.” O fato é que, quando uma organi-zação “paraeclesiástica” é constituí-da de crentes nascidos de novo em Jesus e eles se reúnem para servi-Lo e adorá-Lo, ela não é uma “paraigre-ja” – é uma igreja! A Igreja São Pessoas A igreja não é uma organização, instituição, ou denominação. São “pessoas movendo-se juntamente sob o senhorio de Jesus”. Seria difícil encontrarmos uma verdadeira organização “paraeclesiás-tica”. Uma organização destas, com-posta por cristãos, não seria uma “pa-raigreja”. Seria uma IGREJA – O POVO DE DEUS CHAMADO PARA FORA! Até mesmo se alguns membros não fossem nascidos de novo, ainda assim seria uma igreja. Qual é a igre-ja que não tenha algumas pessoas não-salvas frequentando os cultos? Há alguns anos eu também tinha uma idéia incorreta sobre as paraigre-jas. Em meu ministério de ensino eu geralmente dizia: “Se a igreja estives-se fazendo o que deveria estar fazen-do não precisaríamos de todas estas organizações paraeclesiásticas.” Nunca me ocorreu que as pessoas paraeclesiásticas constituíam uma igreja exatamente da mesma maneira que nós, muito embora o prédio em que se reuniam não tivesse o mesmo formato que o nosso. Eu não percebia que elas eram o povo de Deus, mo-vendo- se juntamente sob o senhorio de Jesus. Meu filho mais velho é membro de uma organização “paraeclesiástica” há muitos anos. Seu grupo está fazendo um trabalho notável em missões e evangelização. Ele está crescendo muito rapidamente em todo o mundo. Alguns anos atrás meu filho e eu estávamos discutindo o futuro dele com essa organização específica. Compartilhei que eu tinha algumas idéias negativas sobre aquela orga-nização, porque ela não era uma igre-ja, e sim uma organização “paraecle-siástica”. Aparentemente ele foi apologético 10 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 11. e concordou plenamente comigo. Ele disse que o que ele e os outros esta-vam fazendo naquela organização es-tava sendo maravilhosamente abenço-ado por Deus. No entanto, ele achava que o ministério da organização ainda não era o que Deus realmente queria. Isso se devia ao fato de que aquele mi-nistério não estava sendo feito através de uma igreja, mas sim de uma “paraigreja”. (Ele também estava con-fuso sobre “igreja” e “paraigreja”.) Um dia ou dois mais tarde eu esta-va dirigindo o meu carro e pensando sobre a minha conversa com o meu filho. Senti o Senhor docilmente me perguntando: “O que é que faz de uma organização uma igreja?” Enquanto eu tentava responder esta pergunta, senti que Deus estava me dando uma revelação. Eu nunca havia visto antes tão claramente como vi naquele momento. Uma organização não é uma igre-ja pelo fato de ter um prédio com um certo formato que as pessoas chamam de igreja. Não é uma igreja pelo fato de ter sido devidamente registrada pelo go-verno federal como sendo uma igreja. Não é uma igreja pelo fato de ter sido reconhecida por uma sede denominacional como sendo uma igreja. Não é uma igreja pelo fato de ter cultos regulares aos domingos pela manhã, e por praticar o batismo e a Ceia do Senhor. Não é uma igreja pelo fato de se reunir regularmente ou num determi-nado local. É UMA IGREJA SIMPLESMENTE E SOMENTE PELO FATO DE SER O POVO DE DEUS CHAMADO PARA FORA, MOVENDO-SE JUNTAMEN-TE SOB O SENHORIO DE JESUS. O autor do livro / WILL BUILD MY CHURCH (Edificarei a Minha Igre-ja), Alfred Kuen escreveu: “E fácil ficarmos atolados com as-suntos e questões insignificantes. Apa-rentemente não há uma forma bem clara e precisa de se definir uma igre-ja local. “Quando, então, um corpo de cren-tes poderá ser chamado de Igreja? Eu pessoalmente tenho a tendência de aceitar uma definição simples: um corpo de crentes pode ser chamado de igreja sempre que um grupo se reunir regularmente para uma edificação mú-tua. “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18:20). “É claro o que Tertuliano, um dos patriarcas da Igreja Primitiva, achava ser o significado das palavras de Je-sus. Tertuliano disse: ‘Onde houver dois ou três crentes, até mesmo lei-gos, aí haverá uma igreja’.” Jim Montgomery, autor de DAWN 2000: 7 MILLION CHURCHES TO GO (Alvorada 2000: Ainda Faltam 7 Mi-lhões de Igrejas) também aborda a questão “O que é uma igreja?”. Ele escreve: “Estou impressionado com a maneira pela qual um grupo de cris-tãos enfrentou esta questão bem fun-damental na China. “Esses crentes chineses comenta-ram: ‘Muitos cristãos mais velhos dis-seram que não podiam predizer a for-ma futura das igrejas chinesas. Eles recorreram à Bíblia para encontrarem uma resposta. Eles descobriram que o formato de igrejas em casas era uma igreja legítima. Paulo menciona uma igreja em casa em l Coríntios 16:19. “Mais tarde encontramos um livro escrito por Wang Ming-dao. Ele era talvez o crente mais respeitado na China no que se refere à igreja. Por causa da sua fé ele ficou preso por mais de 20 anos. Ele acreditava que onde houvesse cristãos havia uma igreja. “Estávamos felizes com relação a isto. O nosso grupo consistia de ape-nas algumas pessoas. Contudo, supú-nhamos que éramos de fato uma igre-ja e que a nossa Cabeça era Jesus. “A afirmação de Wang Ming-dao ‘Onde há cristãos há uma igreja’ é uma definição profunda, especialmente pelo fato de ser proveniente de uma igreja que está crescendo rapidamen-te e que está trabalhando sob as mais difíceis circunstâncias.” Uma Congregação de Crentes é Uma Igreja Há alguns meses eu estava ensi-nando um pequeno grupo de crentes na vila de La Rumurosa, no Antigo México. Eu estava explicando Mateus 18:20 – “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles.” Em espanhol, este versículo é o se-guinte: “Donde hay dos o três con-gregados en Mi Nombre, alli estoy en médio de ellos.” Uma palavra saltou aos meus olhos. Eu nunca a havia notado antes. É a palavra espanhola congregados, que significa “reunidos” em por-tuguês. “Reunidos” significa “congrega-dos”. “Onde dois ou três estiverem CONGREGADOS em Meu Nome, aí es-tou Eu no meio deles.” Isto me fez lembrar da palavra “congregação”. Então perguntei ao grupo de cren-tes mexicanos: “De acordo com este versículo, quantas pessoas são neces-sárias para termos uma congregação?” Enquanto eu aguardava que eles res-pondessem, fui surpreendido com o peso da resposta que estava se forman-do em minha própria mente. Duas ou três pessoas é tudo o que é necessário para termos uma congre-gação – uma congregação de crentes com Jesus no meio é uma igreja! Isso não significa que os dois ou três se-jam simplesmente quaisquer pessoas. Significa duas ou três pessoas que se-jam chamadas pelo nome de Jesus, porque pertencem a Ele. Jesus no Meio “Jesus dentro do coração” é a ex-periência do indivíduo em seu cami-nhar particular com o Senhor. “Jesus no meio” tem o mesmo sig-nificado no contexto de uma comuni-dade de igreja. “Jesus no meio” significa Jesus andando em nosso meio, tocando-nos, falando conosco através dos dons do Espírito. É Jesus fluindo por intermé-dio dos membros do Seu Corpo, a Igreja. “Jesus no meio” é a experiência corporativa. “Jesus dentro do cora-ção” é a experiência particular. Quando dois ou três crentes ver-dadeiros, nascidos de novo, se reúnem em Seu Nome, Jesus está NO MEIO. Jesus em nosso meio é IGREJA! ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 11
  • 12. Essa experiência é diferente de quando temos Jesus no coração. Não podemos experimentar Jesus em nos-so meio enquanto estamos sozinhos. Somente podemos ter essa experiên-cia quando estivermos na companhia de outros – pelo menos uma ou duas outras pessoas. Será que dois ou três juntos são uma igreja no mais pleno sentido da palavra? Sim, são uma igreja no mais pleno sentido da palavra. É a igreja básica. Podemos ter mais do que dois ou três, e, ainda assim, ser uma igreja, uma igreja no sentido mais pleno, mas ela não se torna mais igreja pelo fato de haver mais de dois ou três membros. Ela apenas se torna uma igreja maior. O Papel dos Líderes de Igrejas E os pastores, mestres, apóstolos, evangelistas, e profetas? Será que uma organização poderá ser uma igreja sem que esses ministérios estejam presen-tes? Sim, será uma igreja, até mesmo sem todos os ministérios citados aci-ma. O quarto Capítulo de Efésios diz que o Senhor deu esses cinco minis-térios à Igreja. Ele deu esses dons a algo que já existia. Quando Paulo saiu de Antioquia em sua Primeira Viagem Missionária, ele estabeleceu igrejas em quatro ci-dades. Em seu caminho de volta à Antioquia, ele ordenou presbíteros para essas igrejas. Isso indica que o Espírito Santo, que é o Autor do Livro de Atos, sabia que elas eram igrejas ANTES que a li-derança fosse designada. “E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade efeito muitos discípu-los, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia, fortalecendo a alma dos discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus. E, promoven-do- lhes, em cada igreja, a eleição de presbíteros, depois de orar com jejuns, os encomendaram ao Senhor em quem haviam crido” (At 14:21-23). Os presbíteros foram escolhidos dentre os discípulos que constituíam as igrejas. Os discípulos eram pesso-as chamadas por Deus das trevas para a luz. Esse tipo de pessoa constitui a IGREJA! Observe que o escritor de Atos usa as palavras “discípulos” e “igreja” de uma forma intercambiável. Observe também que Paulo achou seguro deixar aquelas igrejas recém-formadas nas mãos do Senhor, em quem as pessoas haviam crido. Esta é uma afirmação fundamental e precisa ser compreendida mais plenamente. Nós, que estamos em posições de liderança na igreja, às vezes coloca-mos erroneamente uma importância demasiada sobre nós próprios. Faze-mos isso quando presumimos que a igreja não pode funcionar sem a nos-sa total “supervisão e vigilância” com relação ao rebanho. O bispo, presbítero, ou pastor é um supervisor e alimentador. Ele funcio-na como um pai ou uma enfermeira aos seus “filhos” espirituais. No en-tanto, é preciso que haja um limite à sua supervisão espiritual. Muitos lí-deres violam esse princípio frequen-temente. A nossa violação principal como líderes de igreja é que tiramos quase que por completo a capacidade de ministração dos membros e entrega-mos esta capacidade ao “clero profis-sional”. O que é Então Uma Igreja? Se retirarmos tudo o que não é es-sencial na igreja sobrará somente o que é essencial. Teríamos então a Je-sus e pelo menos duas pessoas que se reuniram em Seu Nome. Duas pessoas que nasceram de novo, reunindo-se para reconhecerem a presença de Jesus, são uma igreja em seu nível mais básico. Não impor-ta onde e nem quando estas duas pes-soas se reúnem. Quando elas se reú-nem para honrarem a Jesus isto ainda é uma igreja. Isso, obviamente, não significa que esse nível essencial é onde o Senhor quer que operemos o tempo todo. Lou-vado seja Deus por grupos maiores. No entanto, nunca percamos de vista a igreja básica. Se o fizermos teremos a tendência de cairmos de volta em formalismos, rituais, cerimônias, re-ligiosidade, e legalismo. n 12 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 13. A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 4 IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO O principal defensor de implanta-ção de igrejas do Século XX foi o fa-lecido Dr. Donald McGavran. No DAWN REPORT (Relatório da Alvora-da), Jim Montgomery conta o seguin-te incidente: “Durante os últimos meses da en-fermidade de Mary McGavran, a mi-nha esposa Lyn passava frequente-mente algum tempo com ela. O Donald McGavran estava presente também. Ele não fazia caso do seu próprio câncer doloroso enquanto to-mava conta da sua amada Mary. “ ‘Vocês podem ter a certeza de que o Jim e eu continuaremos o nosso compromisso com relação ao cresci-mento das igrejas depois que você fa-lecer’, disse Lyn ao Donald certo dia. ‘“Não o chame mais de crescimen-to de igreja’, foi a sua rápida respos-ta. ‘Chame-o de multiplicação de igre-jas!’ “Duas semanas antes da sua morte ele disse: ‘A única maneira pela qual completaremos a tarefa da Grande Comissão é implantando uma igreja em todas as comunidades do mundo.’” O Movimento A. D. 2000 e Além O Movimento A.D. 2000 e Além está ganhando um impulso em todo o mundo. O seu objetivo é mobilizar o Corpo de Cristo a trabalhar diretamen-te no cumprimento da Grande Comis-são em nossa época. É uma visão que está sendo adota-da por igrejas, organizações missio-nárias e denominações em todo o mun-do. Há mais interesse hoje em missões, na evangelização do mundo, e na implan-tação de igrejas do que em qualquer ou-tra época da história. O seguinte diagrama mostra o nos-so progresso na conclusão da Grande Comissão: Não Crentes Para Cada Crente Ano = D.C. Proporção 100 360 para 1 1000 220 para 1 1500 69 para 1 1900 27 para 1 1950 21 para 1 1970 11 para 1 1990 7 para 1 2000 ? O Dr. Ralph Winter é o fundador do U.S. Center For World Mission (Centro Americano Para Missões Mundiais). Com relação a este diagra-ma ele diz o seguinte: “Nos últimos 20 séculos, os mansos têm herdado a terra silenciosamente!” Ao estudar o diagrama acima você perceberá que há 1900 anos, havia 360 pessoas não-salvas no mundo para cada crente nascido de novo. Esta era uma proporção de 360 para 1. No ano de 1500, esta proporção já havia sido reduzida a apenas 69 para 1. No início do século passado, esta proporção já havia caído a 27 para 1. Veja agora o que está acontecen-do. Desde 1950 somente, a propor-ção de não-cristãos para verdadeiros crentes foi reduzida em 67%. Ela passou de 21 para l a apenas 7 para l! Exatamente como Jesus predis-se, a Sua Igreja está penetrando irresistivelmente em toda a Terra. Estamos chegando mais perto do tempo em que verdadeiramente “a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor” (Hc 2:14). Igrejas em Todos os Bairros Jesus ordenou que a Igreja fosse a todo o mundo e discipulasse todas as nações. A palavra “nação” significa grupo étnico, ou um grupo em que as pesso-as compartilham da mesma cultura e língua. De acordo com líderes missi-onários, há aproximadamente seis mil nações ou grupos étnicos que ainda não possuem uma igreja. São necessárias mais do que algu-mas igrejas para se discipular uma nação. A única maneira de fazê-lo é por intermédio de implantação de muitas igrejas dentro dessa nação. Isso requer uma estratégia de IM-PLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATU-RAÇÃO, que significa a implantação de igrejas em todos os bairros com uma população de 500 a 1000 pessoas. Esta visão de IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO não é so-mente para nações em desenvolvimen-to. É para todas as nações, incluindo-se as da Europa, América Latina e América do Norte. ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 13
  • 14. A maioria dos líderes das igrejas existentes não ficam nervosos ao pen-sarem sobre um movimento de igre-jas em casas, se esse movimento esti-ver localizado do outro lado do mun-do. No entanto, se o movimento esti-ver acontecendo em suas cidades, po-derá haver uma reação bem diferente. Damos brados de louvores a Deus por todos os chineses que estão sendo salvos por causa do movimento de igre-jas em casas na China. Contudo, os brados param e, às vezes, tornam-se um resmungo de protesto se esse movi-mento chegar em nossas cidades. Por-quê? Muitos temem que isso cause uma divisão dentro de suas igrejas e leve embora alguns de seus membros. Seria bom se pudéssemos ver o movimento de igrejas em casas como uma multiplicação de congregações. Aí então todas as igrejas de uma dada cidade poderiam tornar-se ativas na multiplicação de congregações, em vez de tentarem edificar uma só con-gregação gigantesca. Seríamos desafiados na área do preparo de novos líderes. Nós já de-veríamos mesmo estar treinando líde-res. “O campo é o mundo” (Mt 13:38). Sempre é o tempo certo para alcan-çarmos todos os não-salvos em todo o mundo. Ninguém deveria dizer: “Ei, não comece uma igreja aqui. Este é o MEU território!” Não há nenhuma igreja que esteja alcançando todos os não-salvos em uma cidade, ou mesmo em alguma região ou bairro. Precisamos de toda ajuda que pudermos obter para alcançarmos os necessitados. Se um movimento de igrejas em casas acelerasse a evangelização da minha cidade, eu gostaria de iniciar tantas igrejas em casas quanto possí-vel. Eu tomaria as providências para que elas se multiplicassem e eu tam-bém estimularia a quaisquer outros pastores que amam a Jesus a multi-plicarem as congregações na minha própria cidade ou em outra qualquer. Desenvolvam Líderes Leigos Não-Remunerados Alguns se preocupam, achando que a multiplicação de igrejas em ca-sas produz líderes não-qualificados. Há uma preocupação de que líde-res ineptos possam causar um aumen-to de heresias e de ignorância. Esse argumento supõe que a rápi-da multiplicação de congregações es-vazia o nosso suprimento de líderes qualificados. Alguns acham que essa multiplicação torna necessária a co-locação, como líderes nas igrejas em casas, de homens e mulheres que Deus não pode usar. Precisamos manter em mente que Jesus não foi às instituições religio-sas da Sua época para escolher líde- 14 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 15. res para a Sua Igreja. Ele escolheu ho-mens que eram pescadores ignoran-tes e leigos simples e comuns. Em se-guida Ele os capacitou com o enchi-mento do Espírito Santo. Deus gosta muito de usar coisas pequeninas e fracas. Considere a se-guinte passagem bíblica: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chama-dos muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mun-do, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (l Co 1:26-29). Têm havido muitos movimentos mundiais significativos na divulgação do Evangelho por toda a história da Igreja. Em cada um deles, homens e mulheres ordinários e comuns têm tido um papel importante. João Wesley era um homem muito instruído, com anos de aprendizado e treinamento religioso. Ele foi o líder de um dos grandes movimentos de reavivamento e implantação de igre-jas da história. No entanto, Wesley não foi às escolas estabelecidas de treina-mento religioso para encontrar os seus pastores e líderes. Ele disse: “Dê-me doze homens que amem a Jesus com todo o seu co-ração e que não temam os homens ou os demônios. Não dou a mínima im-portância se forem clérigos ou leigos. Com estes homens eu mudarei o mun-do.” E foi exatamente isso que João Wesley fez. Pregar o Evangelho ao ar livre na época de Wesley era o cúmulo do sa-crilégio. Era considerado como uma grave afronta à Igreja estabelecida. A Sagrada Palavra de Deus não podia ser proclamada fora de um prédio de igreja. Os Irmãos Wesley e George Whitefield sofreram anos de persegui-ções por quebrarem as antigas tradi-ções da Igreja estabelecida. No entan-to, isso não os deteve. Eles conheciam as Escrituras. Eles estavam convencidos de que se Jesus podia quebrar as tradições, era acei-tável para eles fazerem o mesmo. Agora citaremos uma vez mais os escritos do Dr. McGavran, o “Pai” do Movimento de Crescimento de Igre-jas. Em seu livro UNDERSTANDING CHURCH GROWTH (Compreendendo o Crescimento da Igreja), ele afirma: “Desenvolva líderes leigos não-remunerados. Os leigos têm tido um papel importante nas expansões urba-nas da Igreja. “Desde o início do crescimento de igrejas nas cidades da América Lati-na, homens comuns não-remunerados dirigiram as congregações. “Em alguns lugares, trabalhadores, mecânicos, balconistas, ou motoristas de caminhão ensinam a Bíblia, dirigem as orações, contam o que Deus tem fei-to por eles, ou exortam os irmãos. Nes-tes lugares, o cristianismo realmente parece natural a homens comuns. “Estes leigos que estão no minis-tério estão sujeitos aos mesmos ris-cos e estão limitados pelo mesmo ho-rário de trabalho que os membros de suas congregações. Talvez eles este-jam carentes na precisão dos ensinos bíblicos ou na beleza de suas orações. Contudo, eles compensam abundan-temente essa falha através do contato íntimo com as pessoas comuns. “Nenhum obreiro remunerado que venha de fora pode saber tanto sobre uma região ou bairro quanto alguém que tenha dezenas de amigos íntimos e parentes ao seu redor. “É verdade que em ‘território no-vo’, alguém de fora deve ser a pessoa indicada para iniciar novos trabalhos. No entanto, seria melhor a pessoa en-tregar logo a direção das novas igre-jas a homens da própria região.” Em seu livro BREAKING THE STA1NED GLASSBARRIER (Quebran-do a Barreira das Janelas de Vitrais), David Womack escreveu: “Há somen-te uma maneira pela qual a Grande Comissão pode ser realizada, a saber, estabelecendo-se congregações que preguem o Evangelho em todas as comunidades sobre a face da terra.” Roger Greenway, um especialista na evangelização de cidades, diz em DISCIPLING THE CITY (Discipulando a Cidade): “A tarefa evangelística da Igreja exige que cada bairro, prédio de apartamentos, e vizinhança tenha uma igreja fiel à Palavra de Deus estabelecida.” Igrejas aos Milhões Há pouco tempo eu estava lendo o livro de Jim Montgomery intitulado DAWN 2000 (Alvorada 2000). Ele tem um subtítulo que eu quase não conse-guia crer: AINDA FALTAM SETE MI-LHÕES DE IGREJAS. Pensei comigo mesmo: “Como alguém consegue até mesmo ousar pensar em termos de milhões de igrejas?” Eu ainda não havia lido muito até descobrir que eu também poderia crer que sete milhões de igrejas pudessem ser implantadas por todo o mundo nos próximos anos. Creio que seja provável porque es-tamos no limiar do mais forte movi-mento missionário da história do mun-do. Há mais interesse agora em alcan-çarmos todas as línguas, tribos e na-ções do que jamais houve desde que Jesus subiu ao Pai. Há um grande clamor subindo em todo o mundo, a saber: VAMOS TER-MINAR A TAREFA! VAMOS CUMPRIR O MANDAMENTO DE CRISTO DE PREGARMOS O EVANGELHO A TO-DAS AS CRIATURAS. VAMOS OBE-DECER O SEU MANDAMENTO DE DISCIPULARMOS TODAS AS NA-ÇÕES. VAMOS TRAZER CRISTO DE VOLTA PARA REINAR EM JUSTIÇA. VAMOS VER OS REINOS DESTE MUNDO TORNANDO-SE OS REINOS DO NOSSO DEUS E DO SEU CRISTO. Há uma grande onda que está ga-nhando impulso diariamente. Certamente a pedra que foi corta-da sem mãos, que o profeta Daniel viu em sua visão, é Cristo. Daniel nos conta como ele viu a pedra descendo para ferir e golpear os pés da estátua que representa os poderes do mundo (Dn 2:34). Essa pedra, que é Cristo, está fi-cando cada vez maior e ganhando im-pulso. Ela já colidiu ruidosamente contra os pés do sistema deste mun-do. Em breve ela crescerá e se trans- ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 15
  • 16. formará numa montanha que cobrirá a terra “do conhecimento do SE-NHOR, como as águas cobrem o mar” (Is 11:9). A chave para o cumprimento da Grande Comissão é a implantação de igrejas. Há um plano que está atraindo a atenção de muitos estrategistas de missões hoje em dia. É a implantação de uma congregação de crentes em todas as comunidades com 500 a 1000 habitantes. Isto é a IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO. Teremos de jogar fora o nosso con-ceito de igreja com janelas de vitrais. Não podemos mais pensar em “igre-jas” como sendo uma construção de tijolos. Precisamos começar a pensar em igreja como sendo pessoas, que se re-únem em nome de Jesus. Essas pes-soas estão se reunindo em casas, lo-jas, escritórios, fábricas, armazéns, es-colas, salões fúnebres, parques, peni-tenciárias, prisões, hospitais, prédios abandonados, esquinas, saguões, clu-bes femininos, clubes de serviço, e até mesmo em prédios de igreja. O Sistema de Aprendizes A pergunta urgente é a seguinte: Onde vamos arrumar todos os pasto-res que serão necessários para dirigi-rem todas essas novas igrejas? Há alguns anos, na América Lati-na, vários missionários se reuniram para traçarem um plano para o treina-mento de jovens para o ministério. A maioria das pessoas em suas regiões eram muito pobres. Portanto, era mui-to improvável que qualquer um daque-les homens fossem enviados a uma cidade para serem instruídos numa escola teológica. Aqueles missionários apresenta-ram um plano chamado de ETE – Edu-cação Teológica por Extensão. Era um curso que os rapazes podiam fazer em casa. Foi uma idéia oportuna para o tempo em que estavam vivendo e tor-nou- se um programa muito bem-su-cedido. Mais tarde, um outro missionário chamado George Patterson acrescen-tou um outro “E” ao nome deste pro-grama. Ele chamou o seu plano de ETEE – Educação Teológica e Evan-gelização por Extensão. Era um pla-no para os pastores treinarem rapazes para o ministério através de um siste-ma de aprendizes. O plano exigia que cada pastor su-pervisionasse o treinamento pessoal do aprendiz. Ele deveria dar ao jovem um “laboratório” para que ele apren-desse a pastorear uma igreja. O “laboratório” era uma igreja ver-dadeira, um pequeno grupo de pessoas que se reuniam numa casa ou em al-gum outro lugar. O aprendiz era envia-do para pastorear esse grupo. De vez em quando o aprendiz recebia tarefas especiais do pastor patrocinador. Al-gumas destas tarefas eram: ler certos livros, ouvir fitas, frequentar reuniões, ou participar de seminários. Semana após semana, o aprendiz cumpria as tarefas dadas pelo seu pastor-mestre. A visão de multiplicação aconte-cia à medida que cada aprendiz era en-sinado a patrocinar também outro ho-mem da própria congregação. Assim sendo, a visão do movimento de im-plantação de igrejas estava se cum-prindo. n 16 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 17. A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 5 UMA RODA OU UMA VIDEIRA? Pense numa roda caída no chão, com raios saindo em todas as direções, procedentes de seu eixo no centro. Pense agora numa videira, crescen-do no chão, que começa num lugar e estende os seus ramos em todas as di-reções. Cada um dos ramos está in-troduzindo raízes no solo que também crescem e transformam-se em plantas. Cada raiz está gerando uma outra planta exatamente igual à primeira. Todas essas novas plantas têm o mes-mo potencial de enviarem ramos, os quais também introduzem raízes no solo. Qual das duas, a roda ou a videira, descreve melhor a estratégia de IM-PLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SA-TURAÇÃO? A VIDEIRA, obviamente. Não é uma questão de qual das duas funciona. Ambas funcionam. Uma delas, no entanto, funciona me-lhor do que a outra. Algumas igrejas estão usando o conceito da roda e ou-tras estão começando a ver a sabedo-ria do conceito da videira com rela-ção à implantação de igrejas. A Roda O conceito da roda requer que to-das as igrejas-bebês estejam intima-mente ligadas e dependentes da igre-ja- mãe. Normalmente elas não são chamadas de igrejas. Às vezes são chamadas de “grupos familiares” ou “células”. Elas são consideradas como uma extensão da igreja-mãe. Todos os membros dos pequenos grupos reúnem-se durante a semana a fim de poderem freqüentar a igreja-mãe no domingo de manhã. Todos os dízimos e ofertas são canalizados à igreja-mãe. Os líderes das células não são con-siderados como pastores. De vez em quando uma das igrejas-células é li-berada no sentido de tornar-se uma igreja adulta e um pastor é designa-do. Esse, em essência, é o conceito da roda. Ele tem sido muito bem-sucedi-do em alguns lugares e tem produzi-do algumas congregações bem gran-des. A Videira O conceito da videira com relação à implantação de igrejas pode ser ilus-trado pela “planta-aranha”. Ela tem fo-lhas longas, graciosas, e diversifica-das, e assemelha-se a um chorão em miniatura. De suas folhas crescem lon-gos ramos que produzem “plantas-ara-nhas” menores em intervalos ao lon-go dos ramos. A “planta-aranha” geralmente é plantada num vaso suspenso. As “plantas-aranhas” bebezinhas nunca se tornam tão grandes quanto a plan-ta- mãe. Isso se deve ao fato de que, diferentemente da planta-mãe, que tem as suas raízes plantadas no solo, as “plantas-aranhas” bebês são deixa-das pendentes no ar. Elas recebem toda a sua vida da planta-mãe. Imagine agora que você tirou essa linda planta de sua posição suspensa e a plantou no chão. Cada uma das “plantas-aranhas” bebezinhas come-çarão a introduzir suas raízes no chão. Quando isso acontece, cada plan-ta- bebê começa a crescer e a enviar novos ramos em todas as direções. Dessa forma, ela eventualmente gera um infindável número de lindas e ma-duras “plantas-aranhas”. Tendências A roda tem a tendência a atrair os raios para si mesma; a videira, a libe-rar os ramos para fora. A roda tem a tendência a ser local; a videira, a estar tanto dentro como fora de sua área local. A roda tem a tendência a adição; a videira, à multiplicação. A roda tem a tendência a edificar uma só igreja; a videira, a edificar muitas igrejas. A roda tem a tendência a restringir a visão missionária; a videira, a incen-tivar a visão missionária. A roda abrange a cidade; a videi-ra, o mundo. A roda treina líderes de grupos; a videira, pastores e líderes. A roda tem a visão de células, es-tudos bíblicos, ou de grupos familia-res; a videira tem a visão de igrejas reunindo-se em casas. Igrejas em Casas Que o Senhor da Colheita nos dê uma visão de longo alcance para a im-plantação de igrejas. Que essa visão permita uma liberdade total para que a vida da igreja possa expressar-se. Que não haja nenhuma restrição na expressão da vida da igreja! Esta é a nossa oração. Amém! n ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 17
  • 18. A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 6 SERÁ QUE OS PRÉDIOS DE IGREJAS SÃO MESMOS NECESSÁRIOS? Howard Snyder escreveu um livro muito importante, intitulado THE PROBLEM WITH WINESKINS (O Problema com os Odres). Nesse livro, ele aborda detalhadamente os proble-mas das estruturas eclesiásticas. Ele fala sobre os propósitos de Deus para a Sua Igreja que estão sen-do revelados. Ele fala da nossa inca-pacidade, algumas vezes, em fazermos os ajustes apropriados com relação a esses propósitos. O texto a seguir é do capítulo intitulado “Os Prédios de Igrejas São Supérfluos?” “Imagine só! Imagine que você está em qualquer cidade importante do Primeiro Século, onde o cristianismo havia penetrado. “Agora faça a pergunta: ‘Onde está a igreja?’ Você seria dirigido a um gru-po de adoradores reunidos numa casa. “Não havia nenhum prédio espe-cial e nenhuma evidência de riqueza com que pudéssemos associar a igre-ja. Havia somente pessoas.” Walter Oetting, em seu livro THE CHURCH IN THE CATACOMBS (A Igreja nas Catacumbas), escreveu: ‘“Os cristãos não começaram a edificar prédios de igrejas até aproxi-madamente o ano 200 d.C. Esse fato sugere que os prédios não são essen-ciais para um crescimento numérico ou profundidade espiritual. ‘“A Igreja Primitiva possuía tanto o crescimento quanto a profundidade. Até épocas recentes, o maior período de vitalidade e crescimento da Igreja ocorreu durante os dois primeiros sé-culos d.C. Em outras palavras, a Igre-ja cresceu mais rapidamente quando ela não tinha a ajuda – ou o estorvo – dos prédios de igrejas.’” Creio que o Senhor está chaman-do Seu povo para arrepender-se da ên-fase demasiada que se tem dado aos prédios nos últimos séculos. Ele está nos dizendo para nos livrarmos de to-das as barreiras à rápida implantação de igrejas. O objetivo é que “a palavra do Se-nhor se propague e seja glorificada” (2 Ts 3:1). Um dos principais obs-táculos, em muitos casos, é a constru-ção ou prédio que chamamos de “igre-ja”. Quebrando a Barreira dos Vitrais da Igreja O Dr. Donald McGavran, em seu livro Understanding Church Growth (Compreendendo o Crescimento da Igreja), diz: “As igrejas em casas pos-sibilitaram que a pequenina Igreja do Primeiro Século crescesse poderosa-mente. Com uma só cajadada, eles venceram quatro obstáculos ao cres-cimento, com os quais a Igreja se de- 18 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 19. parou, à medida que liberava novas populações: (1) ”O custo de um prédio de igreja. Sem desembolsar absolutamente, nenhum dinheiro, as igrejas em ca-sas forneceram tantos lugares de adoração quanto havia grupos de cristãos. Esse primeiro obstáculo comum à multiplicação de igrejas nunca apareceu.” (2) “O obstáculo da conexão judaica. As igrejas em casas tiraram a Igre-ja da sinagoga e a introduziu na po-pulação gentia.” (3) “O obstáculo de nos voltarmos para dentro. Cada nova igreja em casa expunha um novo grupo de amigos e parentes a um contato ín-timo com cristãos ardentes.” (4)“O obstáculo de uma liderança li-mitada. Cada igreja em casa lan-çava as responsabilidades e o prestígio da liderança em homens capazes da nova congregação. Os líderes trabalhavam de acordo com os ensinamentos do Antigo Testamento, com a tradição oral da vida de Jesus, e uma ou duas das Cartas de Paulo. Com esses limites flexíveis, eles eram livres para seguirem a direção do Espí-rito Santo.” “Em nosso contexto moderno, es-ses quatro obstáculos e suas soluções ainda são importantes. Ao falarmos sobre as causas do crescimento da Igreja Primitiva, deveríamos levar em consideração o fato físico das igrejas em casas. A IMPLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO exige um irrompi-mento. Precisamos irromper através das “barreiras das janelas de vitrais” e entrar na comunhão simples e aber-ta do povo de Deus. Precisamos ver essa comunhão no maior número pos-sível de aspectos em que o Espírito Santo nos conduzir, e não termos medo de chamar de igreja. Quer estejamos nos reunindo em nome de Jesus numa catedral ou numa cozinha, ainda assim é “igreja”. É o povo de Deus chamado para fora e reunido. Sim, usaremos prédios. No entan-to, nunca permitiremos que os prédi-os atrapalhem a nossa mobilidade, visão, ou zelo de multiplicarmos as congregações. O Fiasco de Constantino James Rutz, em seu livro THE OPEN CHURCH (A Igreja Aberta), diz: “O que realmente nos matou foram os tijolos! Na maior asneira de sua histó-ria, a Igreja começou a construir um grande número de prédios. “Ela desalojou as catacumbas (tú-mulos subterrâneos) e os estreitos va-les florestais em que os santos se reu-niam. Ela terminou para sempre com as calorosas e preciosas reuniões na sala de estar das pessoas. “Seguindo o modelo dos tribunais romanos, os novos prédios tinham ca-pacidade para centenas de cristãos. Obviamente não podemos ter uma interação íntima e fácil com uma mul-tidão deste tamanho. Um novo santu-ário, desde o primeiro domingo em que foi aberto, colocava limites na li-vre expressão das pessoas. O novo berço sufocou o bebê. “Imagine que você estivesse viven-do naquela época. “Talvez você se sentisse à vonta-de, confessando um pecado a vinte ou trinta amigos na casa de Josephus e Johanna (ou vamos chamá-los de Zé e Maria). Mas será que conseguiria fazer ISTO na frente de quinhentas pessoas desconhecidas? “Se Deus colocasse algo muito for-te em seu coração nesta semana, você não hesitaria em levantar-se para pas-sar dez ou quinze minutos comparti-lhando isto na sala de estar do Zé e .da Maria. Mas aqui, no novo salão, há provavelmente doze homens e mulheres, no mínimo, com uma men-sagem queimando em seu coração. Você provavelmente nunca teria a chance de se expressar! “Na casa do Zé e da Maria, todos se envolveram na hora da adoração. Você pôde louvar ao Senhor de cora-ção, vez após vez, da forma como se sentia dirigido. Foi o momento mais significativo e benéfico da sua sema-na. Mas e aqui no novo prédio? Você teria de esperar por sua vez que tal-vez nunca chegue! “Eu poderia prosseguir, mas você já faz idéia de onde quero chegar. Sem os modernos equipamentos eletrôni-cos de som, as reuniões ao ar livre tornaram-se difíceis. Não difíceis DEMAIS, note bem, somente difíceis. Assim sendo, as reuniões em locais fechados assumiram a supremacia. “Tudo o que era falado ficou cen-tralizado num púlpito. A ordem foi mantida. Parecia uma boa idéia na época. “Na casa do Zé e da Maria você era um participante. Aqui, você é um espectador – um ouvinte passivo. De alguma forma você não se sente mais importante ou necessário.” Paraíso Perdido “Quando mudamos das salas de estar para os prédios de igreja com uma equipe profissional, perdemos todo o impulso. A igreja local tornou-se fraca e fria. “Os que não eram sacerdotes fo-ram chamados de ‘leigos’, uma pala-vra que nem mesmo é encontrada na Bíblia – e por uma boa razão. “Como ‘leigo’ num prédio de igre-ja do Quarto Século, você não mais se aproximava de Deus diretamente. O sacerdote fazia isso por você. “Desta maneira, um problema arquitetônico tornou-se um problema doutrinário. Foi perdido o sacerdócio do crente. “A Bíblia foi tirada das mãos do leigo e entregue ao sacerdote. E se não lhe é permitido decidir o que ela sig-nifica, por que você deveria se inco-modar em lê-la?” O Caminho da Ruína “O que de fato saiu errado? Como eu já disse, a Igreja ficou tão grande e popular que ela conseguia erigir os próprios prédios. “Infelizmente, isto resolveu um an-tigo ‘problema’ que deveria ter sido deixado sem solução. Sempre que uma sadia igreja em casa ficava gran-de demais para a sua sala de estar, ela tinha que se dividir – em duas salas de estar. Desta forma, novos líderes estavam sempre sendo empurrados para cima através da hierarquia. “Mas quando os prédios de igre-jas começaram a surgir em toda par-te, as congregações não tiveram mais ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 19
  • 20. que enfrentar esse ‘problema’. Não havia mais aquela embaraçosa agonia de se saber quem ficaria com os pres-bíteros favoritos e quem teria que se separar com os presbíteros menos po-pulares. Todo mundo ficava com todo mundo. “O problema era que o comparti-lhamento e a intimidade ficavam com-plicados numa multidão de quinhen-tas pessoas. As grandes multidões da-vam muita importância aos discursos eloqüentes. Portanto, os novos conver-tidos gaguejantes começaram a ficar escondidos ‘em suas cascas’. “A situação em que nenhum mem-bro conhecia os outros membros subs-tituiu a comunhão. A comunicação du-rante as reuniões começou a ser do-minada pêlos poucos que tinham li-vros e sabiam ler. No final, isso pas-sou a significar os sacerdotes. “Os leigos (ou não-sacerdotes) eram cidadãos de um Império Roma-no que já estava ruindo há muito tem-po. Eles foram transformados em ‘eunucos’ espirituais. Eles perderam a força que o Império necessitava tão desesperadamente naquela época. “Em 476, Roma caiu pela última vez. Aí então a Igreja abriu o cami-nho para a Idade Média ou ‘Eras Es-curas’.” O Uso Apropriado dos Prédios Não estamos sugerindo que os pré-dios não têm lugar algum na expan-são do Reino de Deus. O Senhor cer-tamente nos dará sabedoria e direções com relação a como utilizarmos os prédios de todos os tipos no cumpri-mento da Grande Comissão. No entanto, nunca podemos cair numa atitude doentia e não-bíblica com relação à importância de um pré-dio quando estivermos implantando e edificando igrejas. As igrejas podem certamente fun-cionar sem a ajuda de prédios especi-almente construídos para essa finali-dade. Isto tem sido provado na histó-ria da igreja em todas as épocas. Ali-ás, a história mostra que a Igreja, na verdade, cresce mais rapidamente e fica mais sadia sem prédios de igrejas do que com eles. O movimento de igrejas em casas é somente uma parte do mover de Deus de volta à simplicidade. Deus está Se movendo em muitas frentes no sentido de levar a Sua Igreja à santi-dade e pureza. Essa sempre foi Sua vontade e Seu plano. Não é como se Deus subitamente acordasse um dia com relação à ne-cessidade da Igreja e iniciasse um mo-vimento para supri-la. A questão é que finalmente há cada vez mais pessoas ouvindo o que o Senhor tem dito o tempo todo: “DEVOLVAM-ME A MINHA IGREJA!!!” Estou convencido de que a atitude da Igreja deveria ser: “Senhor, a me-nos que Tu nos digas especificamen-te para construirmos, comprarmos, ou alugarmos prédios, vamos implantar e multiplicar igrejas sem eles.” Estou aberto à idéia de prédios, mas não estou aberto a restringirmos a implantação de igrejas à tradicional idéia de igrejas centralizadas em cons-truções. A necessidade de uma IM-PLANTAÇÃO DE IGREJAS POR SATURAÇÃO é grande demais. Nunca cumpriremos a Grande Co-missão num futuro previsível, conti-nuando a adotar o conceito tradicio-nal de “igreja”. Essa idéia simples-mente não permitirá um movimento em grande escala de implantação de igrejas que será necessário para discipularmos as nações. Durante séculos a Igreja, requin-tada e pomposamente, projetou e de-corou lindos e imponentes prédios, que foram chamados de “igrejas”. Em alguns casos, os prédios cha-mados de “igrejas” tornaram-se, eles próprios, objetos de adoração. Enormes quantias de dinheiro dedicadas a Deus foram gastas na construção e manuten-ção destes prédios “sagrados”. Esta era está chegando a um fim. Há um movimento no meio do novo de Deus de volta à simplicidade. E um movimento que está se afastando do cristianismo institucionalizado, poli-tiqueiro, e super-organizado. O Novo Testamento precisa ser o nosso guia de fé e prática em todas as coisas. Que ele seja também o nosso guia nesta questão de prédios de igre-jas. Que ele guie a nossa compreen-são com relação ao lugar verdadeiro dos prédios na expansão mundial da mensagem de Jesus Cristo, nosso Se-nhor. n 20 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 21. A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 7 UM PASSO À UNIDADE Alguém pode perguntar: “Mas to-das as pequenas igrejas em casas, es-palhadas em uma cidade, não causa-rão uma divisão e desunião no Corpo de Cristo daquela cidade? A verdade é que as igrejas peque-nas não causam mais divisões do que as grandes. As igrejas muito grandes e as igrejas muito pequenas têm o mes-mo desafio quando a questão é a uni-dade. Unidade Organizacional ou Unidade Espiritual No final da década de 1970 eu es-tava envolvido com uma nova orga-nização cristã chamada “João Dezessete Vinte e Um”, que era um esforço no sentido de ajudar a estimu-lar e promover a unidade dentro do Corpo de Cristo, tanto nos Estados Unidos como em outros países. Essa organização baseava-se na ora-ção de Jesus encontrada em João 17:21: “afim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, tam-bém sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste.” Num período de vários anos tenta-mos reunir o povo de Deus em retiros, encontros, eventos, paradas, marchas, reuniões de oração, e em todas as ma-neiras possíveis. Acreditávamos que por intermédio da nossa “unidade” or-ganizada o mundo veria e creria. Foi uma das tentativas mais frus-trantes de que eu já havia participa-do. Isso não significa que esses even-tos não tenham o seu lugar de impor-tância. Certamente são importantes. No entanto, estávamos tentando orga-nizar a unidade, e a unidade simples-mente não estava acontecendo. A unidade nunca acontecerá por meio de uma organização. Ela preci-sa acontecer no espírito mediante uma compreensão do que é a unidade. Certo dia comecei a questionar a nossa compreensão de João 17:21 e vi, em primeiro lugar, que não havía-mos interpretado corretamente a ora-ção de Jesus. Ele não estava orando por uma unidade organizacional nes-ta passagem. Ele estava orando por uma unidade espiritual. Além disso, Jesus não estava oran-do por uma unidade espiritual no meio dos crentes. Ele estava orando pela união do crente individual com o Pai, ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 21
  • 22. e não pela união dos crentes uns com os outros. Toda esta passagem da oração de Jesus aborda a união do indivíduo com o Pai e o Filho. Ela não aborda o rela-cionamento do crente com outros crentes. Uma interpretação errônea desta passagem causa uma grande e dolo-rosa frustração. Isso também faz com que percamos o verdadeiro significa-do daquilo pelo qual Jesus está de fato orando. João 17:21 poderia ser parafrase-ado da seguinte maneira: “Para que cada um deles possa ser um Contigo, Pai, exatamente como Tu és em Mim, e Eu sou em Ti, a fim de que o mundo possa crer que Tu Me enviaste.” O mundo nunca se convencerá de que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus Vivo, através de uma união organiza-cional. Deus sempre usa homens e mu-lheres que têm o mesmo relaciona-mento de união com o Pai que Jesus tinha. O plano de Deus ainda é o mesmo – encher os homens com o Seu Espí-rito e demonstrar o Seu amor e poder por intermédio deles. O que Ele fez através de Jesus Ele quer fazer em todo o mundo. Ele quer habitar em nós e caminhar em nós. Ele quer fazer obras de amor e graça por meio de nós, exatamente como Ele fez através de Jesus. Este é o significado de João 17:21. Uma Cidade – Uma Igreja O único tipo de unidade que é abor-dado no Novo Testamento é a unidade espiritual e os seus resultados. Procu-ramos em vão tentando encontrar qualquer palavra na Bíblia que se re-fira a organizações, sociedades, mis-sões, ou qualquer outra coisa seme-lhante às nossas atuais estruturas or-ganizacionais. O que encontramos de fato no Novo Testamento é autoridade espiritual sen-do enviada no ministério de apóstolos e profetas. Vemos esta autoridade sen-do recebida pelas igrejas. Vemos uma igreja unida, dentro de cada cidade, mantida em união pela “unidade do Espírito no vínculo da paz” (Ef 4:3). O Apóstolo Paulo nunca escreveu às “igrejas” de nenhuma cidade. Ele sempre endereçava as suas cartas à “igreja” de uma dada cidades. Havia e há somente uma igreja em cada cidade ou localidade. Ele escre-ve à “igreja” de Roma, Corinto, Éfeso, e assim por diante. No entanto, ele escreve às “igrejas” da Galácia, às “igrejas” da Ásia, e assim por diante. Isso se deve ao fato de que esses lu-gares eram províncias, e não cidades. Talvez haja dezenas, ou até mesmo centenas de “igrejas” que se reúnem em nome de Jesus numa certa cidade. No entanto, há na verdade somente uma igreja nesta localidade. Esta úni-ca igreja consiste dos muitos grupos cristãos menores desta cidade. Exata-mente como todas as igrejas de todas as cidades do mundo constituem o Corpo de Cristo, assim também as igre-jas (congregações) de uma localidade constituem a igreja daquela cidade. Mantenham a Unidade Em Efésios 4:3-6 lemos: “esfor-çando- vos diligentemente por preser-var a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito... um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos.” Na passagem acima Paulo não dis-se “Estabeleçam a unidade do Espí-rito.” Ele disse: “preservar a unidade do Espírito.” É como se esta unidade fosse algo que já foi estabelecido. Ele fala aqui como se a unidade fosse algo que vem automaticamente como parte de todo o “pacote” cristão. Nascemos de novo e somos intro-duzidos na unidade porque “há so-mente um corpo e um Espírito... um só Senhor... um só Deus e Pai.” A nossa parte é simplesmente um reco-nhecimento de que já somos um. Cum-prir o mandamento de mantermos a unidade do Espírito no vínculo da paz significa mantermos algo que já te-mos, pois não podemos manter o que ainda não temos. Esta unidade não se encontra em estruturas externas. Ela não nasce em vínculos externos, nem é mantida por vínculos externos. Ela nasce no Espí-rito e no coração. É uma atitude in-terior, uma atitude para com as pesso-as – o povo de Deus. Unidade com Diversidade Podemos ter todas as diversidades que quisermos em organizações, de-nominações, corporações, sociedades, clubes, comunidades, movimentos, cruzadas, e campanhas, e ainda assim termos a unidade no Espírito. Não somos mantidos em união por sermos membros no “papel”. Somos mantidos em união pela “unidade do Espírito no vínculo da paz” Por outro lado, podemos ter uma gigantesca organização que inclua to-dos os cristãos da terra e ainda assim não termos nenhuma unidade verda-deira no Espírito. Podemos ter uma unidade organizacional sem uma ver-dadeira unidade. O “vínculo” de Efésios 4:3-6 fala de algo que une como uma corda ou cinturão. Este vínculo é a “paz”. É chama-do de “vínculo da paz”. O oposto da paz é a rivalidade ou guerra. Se você tiver uma atitude de amor e aceitação para com os seus irmãos e irmãs de outras igrejas, então você irá “preservar a unidade” com eles. Você não estará criando esta unidade; você estará mantendo-a viva em seu espí-rito. É aí que existe a unidade – no es-pírito ou no coração. A unidade é ma-nifestada em diferentes maneiras, mas ela existe no espírito por meio do Es-pírito Santo. Por outro lado, se você tiver uma atitude de rivalidade, de divisão, ou separação, você não estará mantendo a unidade do Espírito através do vín-culo da paz. Um Passo Intrínsico O único passo à unidade, então, en-contra- se em Romanos 14:1 e 15:7: “Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões... Por-tanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu.” A palavra “acolher” significa dar as boas-vindas, abraçar, receber – re-conhecer um parentesco. Aceitar sig-nifica confessar e declarar o fato de que somos um. 22 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 23. Somos um porque, pelo novo nas-cimento, todos nascemos na mesma família espiritual. Somos todos irmãos e irmãs por-que Jesus é o nosso Salvador, e Deus é o nosso Pai! Exatamente como Je-sus nos recebeu com todas as nossas ruínas, falhas, e imaturidade, assim re-cebamos também uns aos outros. Dê Este Passo Agora O único passo para a unidade pode ser dado onde você estiver, neste exa-to momento. Você pode voltar-se ao Senhor neste momento e orar: “Pai, em nome de Jesus Cristo meu Senhor, eu realmente reconheço que sou um membro do Teu Corpo espiritual, a Igreja desta cidade e de todo o mun-do. “Eu realmente aceito e recebo a todos os Teus filhos como meus ir-mãos ou irmãs porque Tu és o nosso Pai. Não importa onde os Teus filhos morem, não importa de qual raça se originem. Não importa quais opiniões ou práticas peculiares eles possam ter. Não importa se eles batizam por asper-são ou por imersão, ou se são Armini-anistas ou Calvinistas. Não importa se vão à igreja aos sábados, domingos, às segundas, ou terças. Não importa a que denominação pertençam. “Eu agora declaro solenemente, em nome de Jesus Cristo de Nazaré, o Filho do Deus Todo-Poderoso, que eu sou um com todos os outros crentes nascidos de novo que vivem, que já viveram, ou que ainda viverão no tem-po e na eternidade. Eu os aceito e os recebo. “Eu os amarei, os sustentarei, e orarei por eles. À medida que me di-rigires, Senhor, trabalharei com eles. Procurarei manter esta unidade do Es-pírito por meio do vínculo da paz. Amém!” Você quer fazer esta oração ago-ra? Se você puder fazer sinceramente esta oração acima, você terá dado o único passo à unidade. Unidade Doutrinária “Mas”, você poderá perguntar, “e a unidade doutrinária? Como podere-mos caminhar juntos, a menos que es-tejamos de acordo?” Em primeiro lugar, Deus não está nos dirigindo para caminharmos na mesma direção. Em segundo lugar, Efésios 4:13 nos diz que devemos manter esta unidade do Espírito, “até que todos cheguemos à unidade da fé”. Este versículo está simplesmente dizendo que podemos ter uma unida-de espiritual enquanto ainda estiver-mos alcançando uma unidade doutri-nária. Uma Verdade Central Há somente uma verdade central ao redor da qual podemos todos de-clarar a nossa unidade. Esta verdade não é um ensino, um conceito, um princípio, ou uma doutrina. Não é uma igreja, denominação, ou movimento. Esta Verdade, é uma Pessoa. Jesus é a Verdade. Ele disse: “Eu sou o ca-minho, e a verdade, e a vida “ (Jo 14:6). Quando nos voltamos a Ele, Ele nos dá vida. Nascemos de novo! Quando o carcereiro filipense pergun-tou a Paulo e Silas: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?”, a resposta não foi: “Creia em nossa dou-trina e una-se à nossa organização.” A resposta foi: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo” (At 16:30,31). Nós cremos na Pessoa de Jesus e nascemos no Reino de Luz. Quando nos unimos a Jesus, unimo-nos uns aos outros. Somos um n’Ele. Quem tem a Jesus tem a vida. Quem não tem a Jesus não tem a vida. Somos salvos, não pelo fato de adotarmos uma posição doutrinária, mas por receber-mos ao Próprio Jesus Cristo. Recebam uns aos Outros Em todas as igrejas, quer sejam igrejas em casas ou algum outro tipo de igreja, precisamos ensinar os mem-bros a aceitarem todos os outros cren-tes. Somos membros do mesmo Cor-po, independentemente de uma afili-ação denominacional. Deus nos dirige às vezes a coope-rarmos juntamente com outros em projetos para a extensão do Seu Rei-no. No entanto, a mais poderosa ex-pressão de unidade não está no fato de nos unirmos para demonstrarmos uma solidariedade externa, através da promoção de projetos especiais, mas sim, aceitando e confirmando uns aos outros nas coisas que já estiver fazen-do para o Senhor. Muitos Líderes – um Só Exército Estamos todos em guerra e há mui-tos generais, tenentes, capitães, e sol-dados de infantaria. No entanto, há somente um Cabe-ça, o nosso Comandante-Chefe, o Pró-prio Jesus Cristo. Ele disse: “Edificarei a Minha Igreja”, e é isto o que Ele está fazen-do (Mt 16:18). Vamos abrir espaço para que Ele o faça. Ele tem a respon-sabilidade sobre todas as pequenas unidades do Seu poderoso Exército. Talvez estejamos em diferentes di-visões, em diferentes unidades, em di-ferentes frentes, mas ainda assim so-mos um só Exército. Somos um só povo, lutando na mesma guerra con-tra o Reino das Trevas. Vamos confirmar e sustentar uns aos outros em nossos vários lugares de serviço. Não vamos pensar que estamos separados pelo simples fato de não estarmos todos no mesmo lu-gar, fazendo as mesmas coisas, ao mesmo tempo, sob o mesmo porta-estandarte. Muitas Tribos – Uma Só Nação Havia doze Tribos em Israel. Cada uma delas tinha o próprio território, genealogia, líderes e bandeira. No entanto, elas ainda eram um só povo – Israel. Podemos ser constituídos de cen-tenas ou milhares de denominações, organizações, e igrejas. No entanto, somos um só povo – o povo de Deus – o Israel de Deus. Não temos de estar fisicamente juntos, fazendo as mesmas coisas, sob a mesma bandeira, a fim de sermos um. Já somos um. Portanto, vamos proclamar ousadamente a nossa uni-dade. Vamos nos ocupar com a nossa responsabilidade de ampliarmos o Seu Reino e, ao mesmo tempo, confirmar mos, aceitarmos, e recebermos uns aos outros. Isso é o que significa “preser-var a unidade do Espírito no vínculo da paz” n ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 23
  • 24. A IGREJA EM CASAS O Modelo do Novo Testamento Para a Multiplicação de Congregações Capítulo 8 O QUE FAZEMOS NUMA IGREJA EM CASA? Se você nunca esteve numa reu-nião de uma igreja em casa, talvez suas primeiras perguntas fossem: “Como seria uma igreja em casa? Será que haveria cânticos? Será que have-ria um sermão? “Será que haveria um convite para se receber a Cristo? Haveria batismos e Santa Ceia? E a Escola Dominical? E um culto de oração no meio da se-mana? É significativo o fato de que nem o Apóstolo Paulo nem o Próprio Je-sus nos deram instruções específicas na Palavra escrita, com relação ao que deveria ser feito exatamente quando nos congregamos como igreja. As palavras de Jesus foram muito simples em Mateus 18:20: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio de-les.” Ele não disse que eles teriam de estar fazendo certas coisas para que Ele pudesse estar no meio deles. Eles simplesmente precisavam estar reuni-dos. O Apóstolo Paulo nos deu uma pe-quena revelação com relação à natu-reza das reuniões da Igreja Primitiva em l Coríntios 14:26: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz re-velação, aquele, outra língua, e ain-da outro, interpretação. Seja tudo fei-to para edificação.” As reuniões de igreja naqueles dias não enfatizavam um certo palestrante. Elas eram reuniões abertas, onde cada pessoa deveria contribuir para o be-nefício de todo o corpo local. O exer-cício de dons espirituais era estimu-lado a fim de que todos fossem aben-çoados e edificados. Não há nenhuma instrução especí-fica dada a nós por Jesus ou Seus após-tolos com relação ao que fazermos exatamente em nossas reuniões regu-lares. No entanto, podemos encontrar no Livro de Atos e nas Epístolas al-guns dos elementos essenciais de uma reunião de igreja. O que se segue são algumas das coisas importantes a ob-servarmos ao nos reunirmos: • Louvor e adoração • Dons ministeriais proféticos • Outros dons do Espírito • Testemunhos • Ceia • Avisos • Orações de um membro pelo outro • Ensino 24 / ATOS ABRIL / MAIO / JUNHO 2002
  • 25. O Espírito Santo o guiará com re-lação à ordem e quanto tempo deverá ser dado a cada segmento. As vezes, alguns desses itens não são incluídos, mas, como via de regra, seria bom in-cluir todos eles. Louvor e Oração Sempre é bom iniciarmos cada reu-nião com um tempo prolongado de mi-nistério ao Senhor através de cânticos de louvor e adoração. Deve ser per-mitido um tempo para orações infor-mais no meio da adoração. Quando o Espírito Santo começar a Se mover sobre nós enquanto esti-vermos adorando, é inteiramente apropriado levantarmos nossas ora-ções ao Senhor. Às vezes isso é feito somente entre nós e Deus. Outras vezes, Ele nos dirige a orarmos em voz alta a fim de que os outros pos-sam dizer “AMÉM” às nossas ora-ções. Os músicos são uma bênção adici-onal durante o tempo de louvor. Ore para que Deus dê à sua igreja em casa uma forte e habilidosa equipe de lou-vor. Ainda que isso não seja absolu-tamente essencial, certamente será um grande impulso para o período de lou-vor. Muitos grupos não terão ninguém que toque um instrumento na hora do louvor. Há várias fitas de louvor po-derosas que podem ser usadas como música de fundo, enquanto as pesso-as estiverem cantando. Não encurte o tempo de louvor. Que todas as outras partes da reunião sejam encurtadas antes mesmo de você considerar a diminuição do tem-po de louvor e adoração. As igrejas mais vitais e dinâmicas hoje são as que dão muito tempo e atenção ao louvor e à adoração. Ha-verá ocasiões em que o Espírito San-to o dirigirá a não fazer nada mais além de louvar ao Senhor. Esteja aber-to à Sua direção. Todas as coisas flu-em da fonte da oração, louvor, e ado-ração. Ministério de uns aos Outros Membros Agora é um tempo de se comparti-lhar os dons ministeriais de acordo com l Coríntios 14:26: “Que fazer, pois, irmãos? Quando vos reunis, um tem salmo, outro, doutrina, este traz revelação, aquele, outra língua, e ain-da outro, interpretação. Seja tudo fei-to para edificação.” Numa reunião aberta, o líder diri-ge e estimula o grupo a compartilhar testemunhos, experiências, pedidos de oração, breves ensinamentos, revela-ções, relatórios de louvor, e assim por diante. Vigie para que algumas pessoas ousadas não dominem o tempo de compartilhamento. Estimule os quie-tos fazendo perguntas. Queremos compartilhar bênçãos financeiras de acordo com 2 Coríntios 9:6-8 : “E isto afirmo: aquele que se-meia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abun-dância também ceifará. “Cada um contribua segundo ti-ver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. “Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, afim de que, tendo sem-pre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra.” A segunda parte do tempo de com-partilhamento são as ofertas ao Se-nhor. Esta é uma parte tão vital de um culto de adoração que ela merece pelo menos um pequeno ensino sobre a “graça das doações” todas as vezes em que nos reunimos. Muitos cristãos sinceros caem na escravidão da pobreza porque ainda não compreenderam o princípio es-piritual da generosidade. Muitos de nós estamos aprendendo que a nos-sa maior arma em tempos de proble-mas financeiros é a nossa generosi-dade. Os nossos membros precisam sa-ber disto e ser fortalecidos na graça de dar. A maioria das ofertas deveriam ser encaminhadas ao sustento de líde-res espirituais que dão tempo integral ao pastoreamento, à evangelização, e à implantação de igrejas. Uma quantia generosa também deveria ser encaminhada à obra mis-sionária em outras nações. Deus abençoa ricamente a igreja que tem uma visão para o mundo todo, e não somente para a sua própria vizinhan-ça. Avisos Precisamos informar aos nossos membros sobre reuniões especiais, planos para eventos evangelísticos, além de compartilharmos o que Deus está fazendo na cidade, na nação, e ao redor do mundo. Precisamos enfocar a obra do Senhor numa escala maior do que somente na nossa pequena con-gregação. Somos cristãos com visão mundi-al. Jesus disse: “Levantai os vossos olhos e vede os campos... “ (Jo 4:35.) Somos apenas uma pequena parte do quadro maior. Vamos manter nos-so coração, nossos olhos e as nossas orações, no mundo, enquanto procu-ramos fazer a nossa parte na implan-tação do Reino de Deus na terra. Ceia – 1 Coríntios 11:20-34 Esse é também um tempo de ensi-no. Antes da participação com o pão e com o cálice, permita que alguém explique bem resumidamente algum aspecto do significado da Ceia. Em se-guida, permita que os irmãos e irmãs participem do corpo e do sangue do nosso Senhor com compreensão e fé. Esse pode ser um tempo muito pode-roso. É uma boa ocasião para se fazer um convite aos incrédulos presentes para receberem a Cristo como seu Senhor. Dirija-os numa oração para que O recebam antes de você servir o pão e o cálice. Muitas pessoas estão prontas para receberem a Jesus. Dê uma breve ex-plicação do Evangelho e dirija a con-gregação numa oração de recebimen-to de Cristo. Muitos são levados a Cristo desta maneira. Os que recebem a Cristo como Sal-vador devem receber o batismo nas águas imediatamente. O exemplo da Igreja Primitiva no Livro de Atos era sempre o de batizar os novos conver-tidos no mesmo dia em que recebiam a Jesus. Ministério Estejam abertos para ministrarem uns aos outros através da imposição de mãos, da oração pêlos enfermos, ABRIL / MAIO / JUNHO 2002 ATOS / 25