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• Zona de forte gradiente de temperatura, umidade e vorticidade.
• Uma zona de confluência ao longo da frente.
• Movimento vertical.
• Grande estabilidade estática.
• Um mínimo relativo de pressão, isto é, uma baixa.
• Mudanças rápidas das propriedades das nuvens e da precipitação.
• Forte cisalhamento vertical e horizontal ao longo da frente.
* Estas propriedades não, necessariamente, coincidem espacialmente ou
movem com a mesma velocidade.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS– CARACTERÍSTICAS GERAIS
• Estão associadas às ondas baroclínicas de latitudes médias (o cisalhamento
vertical do vento está diretamente ligado a gradientes horizontais de temperatura).
• Agem no sentido de diminuir o gradiente horizontal de temperatura (levando o ar
polar para a região tropical e ar tropical para a região polar).
• Causam variações na distribuição de precipitação e temperatura em quase todo o
país.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – DEFINIÇÃO– DEFINIÇÃO
Imagem de satélite GOES, 24/08/2005 às 12UTC.
Fonte: Czarnobai et al., 2006.
• Zona frontal: quando duas massas de ar de diferentes regiões de origem e,
portanto com diferentes características, aproximam-se, formam uma zona de
transição chamada zona frontal, caracterizada pelos elevados gradientes
horizontais de temperatura e umidade (Kousky e Elias, 1982). Em alguns casos
esta zona é bastante abrupta enquanto em outros ela pode ser bastante gradual.
• As frentes são classificadas de acordo com o movimento relativo das massas
de ar quente e fria envolvidas:
• Frente fria (quente): linha de confluência que define o limite entre uma
massa de ar quente homogênea e a zona frontal. Borda anterior
(posterior) da zona frontal, quando o ar frio (quente) avança e substitui
o ar mais quente (frio) (Wallace e Hobbs, 1977).
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – DEFINIÇÃO– DEFINIÇÃO
Esquema que ilustra frente fria e
frente quente para o Hemisfério
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – DEFINIÇÃO– DEFINIÇÃO
Frente Fria Frente Quente
Se a massa fria avança em
direção à massa quente, a
frente é denominada FRIA
Se a massa quente avança em
direção à massa fria, a frente é
denominada QUENTE
• Quando ocorre o encontro de duas massas de ar, elas não se misturam
imediatamente. A massa mais fria (mais densa) é sobreposta pela massa mais
quente (menos densa), formando uma zona de transição, denominada de frente.
• Frente estacionária: quando não há o avanço do ar frio e quente
relativamente um ao outro.
• Frente oclusa: ocorre quando o setor frio (move-se mais rápido) de uma
frente alcança o setor quente, e o ar quente é forçado a subir. A camada
limite onde a frente fria encontra a frente quente é chamada de frente
oclusa.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – DEFINIÇÃO– DEFINIÇÃO
Esquema que ilustra frente estacionária para o Hemisfério Sul.
• Um sistema frontal clássico é geralmente composto de frente fria, frente
quente e centro de baixa pressão na superfície (ciclone).
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS– CARACTERÍSTICAS GERAIS
• Na superfície frontal, o ar frio e denso ao descer força o ar quente a subir e se
condensar em uma série de nuvens cumuliformes.
• O vento de altos níveis desprende cristais de gelo do topo dos Cbs formando
uma faixa de cirrus.
• A inclinação da superfície frontal está relacionada com a velocidade da frente:
para frentes rápidas (12m/s), a inclinação é de 1 para 50; para frentes lentas
(7m/s), a inclinação é de 1 para 100.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS– CARACTERÍSTICAS GERAIS
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS: SP– CARACTERÍSTICAS GERAIS: SP
• No inverno, o vento dois dias antes da
passagem é de noroeste o que implica
em um ar quente e seco, como mostra a
UR maior para o dia -2 em relação ao dia
seguinte.
• Para o inverno e verão o vento médio no
dia da passagem e nos dois que seguem
são de sudeste, trazendo para São Paulo
ar frio.
• Diferentemente do inverno no qual a UR
diminui um dia antes da passagem da
frente fria, para o verão há um pequeno
aumento.
• A temperatura sofre um aumento um dia antes da passagem e uma diminuição
um dia depois.
• A pressão diminui um dia antes da passagem e sobe nos dois dias que
seguem.
Síntese das variáveis meteorológicas na passagem de frentes
frias na cidade de São Paulo (1981-2002).
Fonte: Dametto e Rocha, 2006.
• Mudanças importantes nas condições de tempo são observadas durante a
passagem de uma frente fria, tais como: mudança da direção do vento, presença
de nuvens e precipitação, variações no conteúdo de umidade, decréscimo da
temperatura, aumento da pressão atmosférica, forte cisalhamento vertical e
horizontal (Petterssen, 1956).
• Após a passagem de uma frente fria, normalmente, observa-se queda de
temperatura acentuada, aumento de pressão, rajadas de vento, quando o
gradiente de pressão é intenso, e a precipitação cessa.
• Nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil os ventos em baixos níveis têm direção
de nordeste influenciados pela presença da alta subtropical que fica
climatologicamente situada sobre o Oceano Atlântico. Numa situação pré-frontal
o vento gira tipicamente para noroeste e depois para sudoeste e sudeste na
medida em que a frente passa.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS– CARACTERÍSTICAS GERAIS
Síntese das variáveis meteorológicas na passagem de
frentes frias na cidade de São Paulo (1981-2002).
Fonte: Dametto e Rocha, 2006.
• As frentes frias que atingem o Sudeste do Brasil são orientadas na direção
noroeste-sudeste com deslocamento típico de sudoeste para nordeste.
• Algumas frentes atingem latitudes mais baixas, chegando na região amazônica
inclusive, provocando o fenômeno conhecido como friagem descrita em Marengo
et al. (1997).
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS– CARACTERÍSTICAS GERAIS
• Cθe: gradiente na região frontal, onda com altos (baixos) valores na vanguarda
(retaguarda).
• CAθe: advecções positiva (negativa) na vanguarda (retaguarda). O CAθe é um
ótimo identificador para o início de uma ciclogênese.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO– EXEMPLO
Imagem de satélite com campos sobrepostos em 850hPa para o dia 30/04/2005 às 18UTC: PNM (hPa) e LC; Cθe(K) e advecção
de temperatura (°C/s*103
); CAθe(K/s*103
). Fonte: Cruz et al., 2008.
• Iniciou o processo de oclusão do sistema (CAθe).
• A frente fria estende-se sobre a costa do NEB, organizando e intensificando a
convecção sobre o centro-norte do Brasil.
• Padrão clássico: advecção de ar quente na vanguarda e frio na retaguarda.
• Forte adv. + de θe na vanguarda evidencia a entrada de ar úmido proveniente da
esteira transportadora da zona frontal e do flanco NW do anticiclone a leste.
• Forte adv. - de θe na retaguarda, confirmando o deslocamento de ar seco na
região do anticiclone pós-frontal e mostrando o posicionamento da rampa frontal.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO– EXEMPLO
Imagem de satélite com campos sobrepostos em 850hPa para o dia 01/05/2005 às 18UTC: PNM (hPa) e LC; Cθe(K) e advecção
de temperatura (°C/s*103
); CAθ (K/s*103
). Fonte: Cruz et al., 2008.
• O Cθe mostra a região oclusa com o rompimento do padrão ondulatório,
formando dois núcleos bem definidos.
• Na vanguarda do sistema, é possível observar uma extensa região apresentando
valores positivos de advecção de θe, conectando-se a vanguarda de outro
ciclone mais ao sul.
• Na retaguarda da frente fria, há uma extensa região com advecções negativas
de θe, indicando seu posicionamento.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO– EXEMPLO
Imagem de satélite com campos sobrepostos em 850hPa para o dia 02/05/2005 às 18UTC: PNM (hPa) e LC; Cθe(K) e advecção
de temperatura (°C/s*103
); CAθ (K/s*103
). Fonte: Cruz et al., 2008.
• No setor ocluso do sistema, são observadas advecções positivas de θe na
retaguarda do centro do vórtice (entre a oclusão e o anticiclone pós-frontal), com
sentido SW-NE. Essa faixa com advecções positivas de θe atravessa a frente fria,
recebendo um incremento advindo de outra extremidade frontal mais ao sul,
associada a família de ciclones passando em torno dos 55S de latitude.
• Na vanguarda do centro do vórtice (entre a oclusão e frente quente), são
observadas advecções negativas de θe, no sentido SW-NE. Essa faixa com
advecções negativas de θe atravessa a frente fria, estendendo-se para SW onde
corta a frente quente. Tal configuração demonstra claramente a ruptura total do
sistema, apresentando a separação do setor ocluso e a fratura das frentes.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO– EXEMPLO
Imagem de satélite com campos sobrepostos em 850hPa para o dia 02/05/2005 às 18UTC: PNM (hPa) e LC; Cθe(K) e advecção
de temperatura (°C/s*103
); CAθ (K/s*103
). Fonte: Cruz et al., 2008.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO– EXEMPLO
Modelo conceitual para evolução de um ciclone mostrado na baixa troposfera, com campo de pressão, CAθe e frentes: (I) disparo
ciclogenético; (II) perturbação na onda; (III) estreitamento do setor quente; (IV) oclusão e (V) fratura das zonas frontais. Fonte:
Cruz et al., 2008.
• Síntese para o modelo conceitual do evento: aplicável a sistemas que surgem
próximo a regiões subtropicais e se deslocam para baixas latitudes.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CICLO DE VIDA– CICLO DE VIDA
Modelo conceitual para evolução de um ciclone mostrado na baixa troposfera, com campo de pressão, CAθe e frentes: (I) disparo
ciclogenético; (II) perturbação na onda; (III) estreitamento do setor quente; (IV) oclusão e (V) fratura das zonas frontais. Fonte:
Cruz et al., 2008.
• Variação de temperatura de até 20°C ao longo do sistema frontal.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO TRIDIMENSIONAL– EXEMPLO TRIDIMENSIONAL
Frente Termal – isoterma de 10°C, 24/08/2005 às 00UTC.
Fonte: Czarnobai et al., 2006.Imagem de satélite GOES, 24/08/2005 às 12UTC.
Fonte: Czarnobai et al., 2006.
• As linhas de corrente na vertical correspondem a 10000 vezes o valor real.
• O centro da circulação ciclônica (em vermelho, latitude 40°S) indica que ocorre
convergência do vento, caracterizando-se assim o centro da baixa pressão.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO TRIDIMENSIONAL– EXEMPLO TRIDIMENSIONAL
Velocidade vertical relativa e linha de corrente do vento, 24/08/2005 às
00UTC. Fonte: Czarnobai et al., 2006.
Imagem de satélite GOES, 24/08/2005 às
12UTC. Fonte: Czarnobai et al., 2006.
• Para a identificação do sistema, geralmente observa-se a área em que ocorre
confluência dos ventos.
• Essa convergência do vento estende-se até 700 hPa, sendo associada à atuação
do sistema frontal.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO TRIDIMENSIONAL– EXEMPLO TRIDIMENSIONAL
Convergência do vento, 24/08/2005 às 00UTC.
Fonte: Czarnobai et al., 2006.
Imagem de satélite GOES, 24/08/2005 às
12UTC. Fonte: Czarnobai et al., 2006.
• Frontogênese: formação ou intensificação de uma frente através do aumento
do gradiente de temperatura (densidade), isto é, quando ocorre um aumento na
concentração de isotermas (isopicnas).
• Mecanismos que favorecem a frontogênese:
• Campo de deformação horizontal (frentes frias entre dois anticiclones).
• Campo de cisalhamento horizontal (confluência de massas de ar).
• Campo de dilatação vertical (região de baixa pressão).
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – FORMAÇÃO– FORMAÇÃO
Deformação horizontal.
Dilatação vertical.
Cisalhamento horizontal.
Situação sinótica esquemática na qual o
campo de deformação horizontal é dominante
sobre o continente sul americano. Linhas
cheias são isóbaras, linhas tracejadas são
isotermas, as flechas representam o campo do
fluxo no qual o eixo de dilatação é destacado.
• Frontólise: enfraquecimento ou destruição de uma frente (Petterssen, 1956)
através da diminuição do gradiente de temperatura.
• Mecanismos que favorecem a frontólise: liberação de calor latente, atrito com a
superfície, turbulência e mistura, e radiação.
• Movimentos verticais diferenciados podem ser frontogenético ou frontolítico.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – DISSIPAÇÃO– DISSIPAÇÃO
Movimento vertical.
Satyamurty e Mattos, 1989
• Dados mensais do National Meteorological Center (NMC) de 1975-1981.
• Função frontogenética depende da deformação horizontal (D) e do campo de
divergência (ς) (Pettersen, 1956):
onde é o ângulo entre o eixo de dilatação e o gradiente de temperatura. Se F é
positivo (negativo) as isotermas tendem a se aproximar (afastar) – frontogênese
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA
( )ς+γ∇−= 2cosDT
2
1
F
2/122
y
T
x
T
T














∂
∂
+





∂
∂
=∇
( ) 2/12
2
2
1 DDD += 





∂
∂
+
∂
∂
=
y
u
x
v
D1 





∂
∂
−
∂
∂
=
y
v
x
u
D2
y
v
x
u
∂
∂
+
∂
∂
=ς
β−α=γ 




=α
2
1
D
D
)2tan(










∂
∂
∂
∂
=β
x
T
y
T
tan
γ
Representação esquemática do eixo de dilatação e
contração do campo de deformação.
Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989.
• Regiões frontogenéticas: na ZCPS, sudoeste da África e da Austrália, na parte
sul da AS e no Oceano Atlântico Subtropical.
• A frontogênese no HS é menos intensa do que no HN.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA
Função frontogenética climatológica em 850hPa para os
meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas
tracejadas (contínuas) representam frontólise
(frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989.
ZCPSZCPS
• Uma linha orientada NW-SE passando pelo Rio de Janeiro separa a região
frontogenética, ao sudoeste, da região frontolítica, ao nordeste.
• As bandas frontogenéticas e frontolíticas no HS são alinhadas NW-SE.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA
Função frontogenética climatológica em 850hPa para os
meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas
tracejadas (contínuas) representam frontólise
(frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989.
ZCPSZCPS
• Relação com as zonas de convergência do HS (ZCPS e ZCAS).
• Sobre o centro-sul da Argentina, na AN e Japão a função frontogenética é
mais forte em janeiro (verão no HS e inverno no HN).
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA
Função frontogenética climatológica em 850hPa para os
meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas
tracejadas (contínuas) representam frontólise
(frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989.
ZCPSZCPS
• O sul da AS é a única região do HS que apresenta condições frontogenéticas
quase o ano todo.
• A região equatorial não é frontogeneticamente ativa devido ao fraco .
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA
Função frontogenética climatológica em 850hPa para os
meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas
tracejadas (contínuas) representam frontólise
(frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989.
ZCPSZCPS
T∇
• A região frontogenética mais intensa em janeiro está situada no sul da
Argentina e migra para norte em julho ocupando o noroeste da Argentina e
vizinhança.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA
Função frontogenética climatológica em 850hPa para os
meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas
tracejadas (contínuas) representam frontólise
(frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989.
ZCPSZCPS
• Relação com as montanhas (Cordilheira dos Andes, Himalaia e Rochosas).
• As ondas baroclínicas de latitudes médias modificam-se ao atravessar os Andes e
interagem com a circulação atmosférica sobre a AS.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA
Função frontogenética climatológica em 850hPa para os
meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas
tracejadas (contínuas) representam frontólise
(frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989.
ZCPSZCPS
• Os cavados vindos do Pacífico Sul se desenvolvem como frentes depois de
atravessarem a Cordilheira dos Andes sobre o norte e leste (sul) da Argentina
no inverno e primavera (verão e outono). Estas frentes adquirem um movimento
para nordeste e estão associadas a centros de baixa pressão com movimento
leste-sudeste (Satyamurty e Mattos, 1989).
• As frentes podem se acoplar com mecanismos típicos de convecção,
intensificando-se e permanecendo ativas durante vários dias (meses de primavera e
verão).
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA
Dametto e Rocha, 2006
• Os dados utilizados para estabelecer a climatologia das passagens frontais na
cidade de São Paulo são as observações diárias entre 1981 e 2002 realizadas na
estação meteorológica do IAG-USP.
• O critério utilizado para a identificação das frentes considerou o giro do vento
meridional do quadrante norte para sul, sua manutenção no quadrante sul por
pelo menos 24 horas e queda de temperatura entre o dia e mais dois dias após
o giro do vento.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP– CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP
• No litoral Sudeste do Brasil, Oliveira
(1986) e Justi da Silva e Silva Dias (2000)
encontraram um número de sistemas
frontais relativamente maior no inverno
comparado ao verão.
• No verão as frentes frias tendem a atuar
por mais tempo (frentes estacionárias),
associadas à Zona de Convergência do
Atlântico Sul (ZCAS), produzindo chuvas por
uma vasta região por muitos dias.
• No inverno, são as principais (senão a
única) causadoras das bruscas e
acentuadas quedas de temperatura.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP– CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP
Frequência absoluta de frentes frias
sobre São Paulo entre 1981-2002.
Fonte: Dametto e Rocha, 2006.
• Os maiores valores de frequência para o intervalo entre uma passagem frontal
e outra são de 3 a 5 dias.
• Presença de eventos extremos: São Paulo fica mais de 15 dias sem ser afetada
por passagem frontal, em ambas as estações.
FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP– CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP
Distribuição de frequência do número de dias de intervalo entre passagens de frentes frias para o verão e inverno (1981-2002).
Fonte: Dametto e Rocha, 2006.
05/06 – 28/07/198207/01 – 10/02/1998
CICLONES E CICLOGÊNESECICLONES E CICLOGÊNESE – REFERÊNCIAS– REFERÊNCIAS
ANDRADE, K. M.; CAVALCANTI, I. F. A. Climatologia dos sistemas frontais e padrões de
comportamento para o verão na América do Sul In: XIII Congresso Brasileiro de Meteorologia,
Fortaleza – CE. Anais do XIII Congresso Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2004.
CAVALCANTI, I. F. A.; KOUSKY, V. E. Configuração de anomalias associadas à propagação
de sistemas sinóticos sobre a América do Sul In: IX Congresso Brasileiro de Meteorologia,
Campos do Jordão – SP. Anais do IX Congresso Brasileiro de Meteorologia, 1331-1332, 1996.
CAVALCANTE, I. F. A.; KOUSKY, V. E. Climatology of Sout American cold fronts In: VII
International Conference on Southern Hemisphere Meteorology and Oceanography, Ellington,
New Zealand, 2003.
CRUZ, C. D.; FIGUEIREDO, E. L.; FEDOROVA, N.; LEVIT, V. Utilização do campo de
advecção de temperatura potencial equivalente para análise de um sistema frontal na região
tropical In: XV Congresso Brasileiro de Meteorologia, São Paulo – SP. Anais do XV Congresso
Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2008.
CZARNOBAI, A. F.; COMBAT, D. A. A.; BORTOLOTTO, J.; SANTIS, R. F.; ARAUJO, C. E. S.
Visualização tridimensional de sistemas frontais: análise do dia 24 de agosto de 2005 In: IX
Congresso Brasileiro de Meteorologia, Campos do Jordão – SP. Anais do IX Congresso
Brasileiro de Meteorologia, 1331-1332, 1996.
DAMETTO, G. S.; ROCHA, R. P. Características climáticas dos sistemas frontais na cidade de
São Paulo In: XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia, Florianópolis – SC. Anais do XIV
Congresso Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2006.
CICLONES E CICLOGÊNESECICLONES E CICLOGÊNESE – REFERÊNCIAS– REFERÊNCIAS
FERNANDES, D. S.; JACONDINO, C. R. Comparações em diferentes períodos de estudo de
passagens de sistemas frontais no Brasil In: XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia,
Florianópolis – SC. Anais do XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2006.
FERREIRA, A. G. Meteorologia Prática. São Paulo: Oficina de Textos, pp 188, 2006.
HARAKAWA, M. T.; PRUDÊNCIO, R. S.; RODRIGUES, M. L. G. Climatologia de frentes frias
para a região da grande Florianópolis – SC In: XV Congresso Brasileiro de Meteorologia, São
Paulo – SP. Anais do XV Congresso Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2008.
JUSTI DA SILVA, M. G. A.; SILVA DIAS, M. A. F. A Estatística dos Transientes na América do
Sul In : XI Congresso Brasileiro de Meteorologia, Rio de Janeiro – RJ. Anais do XI Congresso
Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2000.
KOUSKY, V. E.; ELIAS, M. Meteorologia Sinótica: Parte 1. INPE – 2605 – MD/021, pp 107,
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LEMOS, C. F.; CALBETE, N. O. Sistemas Frontais que atuaram no Brasil de 1987 a 1995.
Climanálise Especial, Edição comemorativa de 10 anos. CPTEC, 1996.
MARENGO, J.; CORNEJO, A.; SATYAMURTY, P.; NOBRE, C.; SEA, W. Cold surges in
tropical and extratropical South America: The strong event in June 1994. Monthly Weather
Review, 125, 2759-2786, 1977.
CICLONES E CICLOGÊNESECICLONES E CICLOGÊNESE – REFERÊNCIAS– REFERÊNCIAS
OLIVEIRA, A. S. Interações entre sistemas frontais na América do Sul e convecção na
Amazônia, INPE – 4008 – TDI/239, 1986.
PETTERSSEN, S. Weather analysis and forecasting. Second Edition, McGraw-Hill, Ney York,
v.1, pp 428, 1956.
RODRIGUES, M. L. G.; FRANCO, D.; SUGAHARA, S. Climatologia de frentes frias no litoral de
Santa Catarina. Revista Brasileira de Geofísica, v. 22, n. 2, pp 135-151, 2004.
SATYAMURTY, P.; MATTOS, L. F. Climatological lower tropospheric frontogenesis in
midlatitudes due to horizontal deformation and divergence. Monthly Weather Review, 117,
1355-1364, 1989.
WALLACE, J. M.; HOBBS, P. V. Atmospheric Science: An Introductory Survey. New York,
Academic Press, 1977.

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  • 1. • Zona de forte gradiente de temperatura, umidade e vorticidade. • Uma zona de confluência ao longo da frente. • Movimento vertical. • Grande estabilidade estática. • Um mínimo relativo de pressão, isto é, uma baixa. • Mudanças rápidas das propriedades das nuvens e da precipitação. • Forte cisalhamento vertical e horizontal ao longo da frente. * Estas propriedades não, necessariamente, coincidem espacialmente ou movem com a mesma velocidade. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS– CARACTERÍSTICAS GERAIS
  • 2. • Estão associadas às ondas baroclínicas de latitudes médias (o cisalhamento vertical do vento está diretamente ligado a gradientes horizontais de temperatura). • Agem no sentido de diminuir o gradiente horizontal de temperatura (levando o ar polar para a região tropical e ar tropical para a região polar). • Causam variações na distribuição de precipitação e temperatura em quase todo o país. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – DEFINIÇÃO– DEFINIÇÃO Imagem de satélite GOES, 24/08/2005 às 12UTC. Fonte: Czarnobai et al., 2006.
  • 3. • Zona frontal: quando duas massas de ar de diferentes regiões de origem e, portanto com diferentes características, aproximam-se, formam uma zona de transição chamada zona frontal, caracterizada pelos elevados gradientes horizontais de temperatura e umidade (Kousky e Elias, 1982). Em alguns casos esta zona é bastante abrupta enquanto em outros ela pode ser bastante gradual. • As frentes são classificadas de acordo com o movimento relativo das massas de ar quente e fria envolvidas: • Frente fria (quente): linha de confluência que define o limite entre uma massa de ar quente homogênea e a zona frontal. Borda anterior (posterior) da zona frontal, quando o ar frio (quente) avança e substitui o ar mais quente (frio) (Wallace e Hobbs, 1977). FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – DEFINIÇÃO– DEFINIÇÃO Esquema que ilustra frente fria e frente quente para o Hemisfério
  • 4. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – DEFINIÇÃO– DEFINIÇÃO Frente Fria Frente Quente Se a massa fria avança em direção à massa quente, a frente é denominada FRIA Se a massa quente avança em direção à massa fria, a frente é denominada QUENTE • Quando ocorre o encontro de duas massas de ar, elas não se misturam imediatamente. A massa mais fria (mais densa) é sobreposta pela massa mais quente (menos densa), formando uma zona de transição, denominada de frente.
  • 5. • Frente estacionária: quando não há o avanço do ar frio e quente relativamente um ao outro. • Frente oclusa: ocorre quando o setor frio (move-se mais rápido) de uma frente alcança o setor quente, e o ar quente é forçado a subir. A camada limite onde a frente fria encontra a frente quente é chamada de frente oclusa. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – DEFINIÇÃO– DEFINIÇÃO Esquema que ilustra frente estacionária para o Hemisfério Sul.
  • 6. • Um sistema frontal clássico é geralmente composto de frente fria, frente quente e centro de baixa pressão na superfície (ciclone). FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS– CARACTERÍSTICAS GERAIS
  • 7. • Na superfície frontal, o ar frio e denso ao descer força o ar quente a subir e se condensar em uma série de nuvens cumuliformes. • O vento de altos níveis desprende cristais de gelo do topo dos Cbs formando uma faixa de cirrus. • A inclinação da superfície frontal está relacionada com a velocidade da frente: para frentes rápidas (12m/s), a inclinação é de 1 para 50; para frentes lentas (7m/s), a inclinação é de 1 para 100. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS– CARACTERÍSTICAS GERAIS
  • 8. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS: SP– CARACTERÍSTICAS GERAIS: SP • No inverno, o vento dois dias antes da passagem é de noroeste o que implica em um ar quente e seco, como mostra a UR maior para o dia -2 em relação ao dia seguinte. • Para o inverno e verão o vento médio no dia da passagem e nos dois que seguem são de sudeste, trazendo para São Paulo ar frio. • Diferentemente do inverno no qual a UR diminui um dia antes da passagem da frente fria, para o verão há um pequeno aumento. • A temperatura sofre um aumento um dia antes da passagem e uma diminuição um dia depois. • A pressão diminui um dia antes da passagem e sobe nos dois dias que seguem. Síntese das variáveis meteorológicas na passagem de frentes frias na cidade de São Paulo (1981-2002). Fonte: Dametto e Rocha, 2006.
  • 9. • Mudanças importantes nas condições de tempo são observadas durante a passagem de uma frente fria, tais como: mudança da direção do vento, presença de nuvens e precipitação, variações no conteúdo de umidade, decréscimo da temperatura, aumento da pressão atmosférica, forte cisalhamento vertical e horizontal (Petterssen, 1956). • Após a passagem de uma frente fria, normalmente, observa-se queda de temperatura acentuada, aumento de pressão, rajadas de vento, quando o gradiente de pressão é intenso, e a precipitação cessa. • Nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil os ventos em baixos níveis têm direção de nordeste influenciados pela presença da alta subtropical que fica climatologicamente situada sobre o Oceano Atlântico. Numa situação pré-frontal o vento gira tipicamente para noroeste e depois para sudoeste e sudeste na medida em que a frente passa. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS– CARACTERÍSTICAS GERAIS Síntese das variáveis meteorológicas na passagem de frentes frias na cidade de São Paulo (1981-2002). Fonte: Dametto e Rocha, 2006.
  • 10. • As frentes frias que atingem o Sudeste do Brasil são orientadas na direção noroeste-sudeste com deslocamento típico de sudoeste para nordeste. • Algumas frentes atingem latitudes mais baixas, chegando na região amazônica inclusive, provocando o fenômeno conhecido como friagem descrita em Marengo et al. (1997). FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CARACTERÍSTICAS GERAIS– CARACTERÍSTICAS GERAIS
  • 11. • Cθe: gradiente na região frontal, onda com altos (baixos) valores na vanguarda (retaguarda). • CAθe: advecções positiva (negativa) na vanguarda (retaguarda). O CAθe é um ótimo identificador para o início de uma ciclogênese. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO– EXEMPLO Imagem de satélite com campos sobrepostos em 850hPa para o dia 30/04/2005 às 18UTC: PNM (hPa) e LC; Cθe(K) e advecção de temperatura (°C/s*103 ); CAθe(K/s*103 ). Fonte: Cruz et al., 2008.
  • 12. • Iniciou o processo de oclusão do sistema (CAθe). • A frente fria estende-se sobre a costa do NEB, organizando e intensificando a convecção sobre o centro-norte do Brasil. • Padrão clássico: advecção de ar quente na vanguarda e frio na retaguarda. • Forte adv. + de θe na vanguarda evidencia a entrada de ar úmido proveniente da esteira transportadora da zona frontal e do flanco NW do anticiclone a leste. • Forte adv. - de θe na retaguarda, confirmando o deslocamento de ar seco na região do anticiclone pós-frontal e mostrando o posicionamento da rampa frontal. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO– EXEMPLO Imagem de satélite com campos sobrepostos em 850hPa para o dia 01/05/2005 às 18UTC: PNM (hPa) e LC; Cθe(K) e advecção de temperatura (°C/s*103 ); CAθ (K/s*103 ). Fonte: Cruz et al., 2008.
  • 13. • O Cθe mostra a região oclusa com o rompimento do padrão ondulatório, formando dois núcleos bem definidos. • Na vanguarda do sistema, é possível observar uma extensa região apresentando valores positivos de advecção de θe, conectando-se a vanguarda de outro ciclone mais ao sul. • Na retaguarda da frente fria, há uma extensa região com advecções negativas de θe, indicando seu posicionamento. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO– EXEMPLO Imagem de satélite com campos sobrepostos em 850hPa para o dia 02/05/2005 às 18UTC: PNM (hPa) e LC; Cθe(K) e advecção de temperatura (°C/s*103 ); CAθ (K/s*103 ). Fonte: Cruz et al., 2008.
  • 14. • No setor ocluso do sistema, são observadas advecções positivas de θe na retaguarda do centro do vórtice (entre a oclusão e o anticiclone pós-frontal), com sentido SW-NE. Essa faixa com advecções positivas de θe atravessa a frente fria, recebendo um incremento advindo de outra extremidade frontal mais ao sul, associada a família de ciclones passando em torno dos 55S de latitude. • Na vanguarda do centro do vórtice (entre a oclusão e frente quente), são observadas advecções negativas de θe, no sentido SW-NE. Essa faixa com advecções negativas de θe atravessa a frente fria, estendendo-se para SW onde corta a frente quente. Tal configuração demonstra claramente a ruptura total do sistema, apresentando a separação do setor ocluso e a fratura das frentes. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO– EXEMPLO Imagem de satélite com campos sobrepostos em 850hPa para o dia 02/05/2005 às 18UTC: PNM (hPa) e LC; Cθe(K) e advecção de temperatura (°C/s*103 ); CAθ (K/s*103 ). Fonte: Cruz et al., 2008.
  • 15. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO– EXEMPLO Modelo conceitual para evolução de um ciclone mostrado na baixa troposfera, com campo de pressão, CAθe e frentes: (I) disparo ciclogenético; (II) perturbação na onda; (III) estreitamento do setor quente; (IV) oclusão e (V) fratura das zonas frontais. Fonte: Cruz et al., 2008. • Síntese para o modelo conceitual do evento: aplicável a sistemas que surgem próximo a regiões subtropicais e se deslocam para baixas latitudes.
  • 16. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CICLO DE VIDA– CICLO DE VIDA Modelo conceitual para evolução de um ciclone mostrado na baixa troposfera, com campo de pressão, CAθe e frentes: (I) disparo ciclogenético; (II) perturbação na onda; (III) estreitamento do setor quente; (IV) oclusão e (V) fratura das zonas frontais. Fonte: Cruz et al., 2008.
  • 17. • Variação de temperatura de até 20°C ao longo do sistema frontal. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO TRIDIMENSIONAL– EXEMPLO TRIDIMENSIONAL Frente Termal – isoterma de 10°C, 24/08/2005 às 00UTC. Fonte: Czarnobai et al., 2006.Imagem de satélite GOES, 24/08/2005 às 12UTC. Fonte: Czarnobai et al., 2006.
  • 18. • As linhas de corrente na vertical correspondem a 10000 vezes o valor real. • O centro da circulação ciclônica (em vermelho, latitude 40°S) indica que ocorre convergência do vento, caracterizando-se assim o centro da baixa pressão. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO TRIDIMENSIONAL– EXEMPLO TRIDIMENSIONAL Velocidade vertical relativa e linha de corrente do vento, 24/08/2005 às 00UTC. Fonte: Czarnobai et al., 2006. Imagem de satélite GOES, 24/08/2005 às 12UTC. Fonte: Czarnobai et al., 2006.
  • 19. • Para a identificação do sistema, geralmente observa-se a área em que ocorre confluência dos ventos. • Essa convergência do vento estende-se até 700 hPa, sendo associada à atuação do sistema frontal. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – EXEMPLO TRIDIMENSIONAL– EXEMPLO TRIDIMENSIONAL Convergência do vento, 24/08/2005 às 00UTC. Fonte: Czarnobai et al., 2006. Imagem de satélite GOES, 24/08/2005 às 12UTC. Fonte: Czarnobai et al., 2006.
  • 20. • Frontogênese: formação ou intensificação de uma frente através do aumento do gradiente de temperatura (densidade), isto é, quando ocorre um aumento na concentração de isotermas (isopicnas). • Mecanismos que favorecem a frontogênese: • Campo de deformação horizontal (frentes frias entre dois anticiclones). • Campo de cisalhamento horizontal (confluência de massas de ar). • Campo de dilatação vertical (região de baixa pressão). FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – FORMAÇÃO– FORMAÇÃO Deformação horizontal. Dilatação vertical. Cisalhamento horizontal. Situação sinótica esquemática na qual o campo de deformação horizontal é dominante sobre o continente sul americano. Linhas cheias são isóbaras, linhas tracejadas são isotermas, as flechas representam o campo do fluxo no qual o eixo de dilatação é destacado.
  • 21. • Frontólise: enfraquecimento ou destruição de uma frente (Petterssen, 1956) através da diminuição do gradiente de temperatura. • Mecanismos que favorecem a frontólise: liberação de calor latente, atrito com a superfície, turbulência e mistura, e radiação. • Movimentos verticais diferenciados podem ser frontogenético ou frontolítico. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – DISSIPAÇÃO– DISSIPAÇÃO Movimento vertical.
  • 22. Satyamurty e Mattos, 1989 • Dados mensais do National Meteorological Center (NMC) de 1975-1981. • Função frontogenética depende da deformação horizontal (D) e do campo de divergência (ς) (Pettersen, 1956): onde é o ângulo entre o eixo de dilatação e o gradiente de temperatura. Se F é positivo (negativo) as isotermas tendem a se aproximar (afastar) – frontogênese FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA ( )ς+γ∇−= 2cosDT 2 1 F 2/122 y T x T T               ∂ ∂ +      ∂ ∂ =∇ ( ) 2/12 2 2 1 DDD +=       ∂ ∂ + ∂ ∂ = y u x v D1       ∂ ∂ − ∂ ∂ = y v x u D2 y v x u ∂ ∂ + ∂ ∂ =ς β−α=γ      =α 2 1 D D )2tan(           ∂ ∂ ∂ ∂ =β x T y T tan γ Representação esquemática do eixo de dilatação e contração do campo de deformação. Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989.
  • 23. • Regiões frontogenéticas: na ZCPS, sudoeste da África e da Austrália, na parte sul da AS e no Oceano Atlântico Subtropical. • A frontogênese no HS é menos intensa do que no HN. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA Função frontogenética climatológica em 850hPa para os meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas tracejadas (contínuas) representam frontólise (frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989. ZCPSZCPS
  • 24. • Uma linha orientada NW-SE passando pelo Rio de Janeiro separa a região frontogenética, ao sudoeste, da região frontolítica, ao nordeste. • As bandas frontogenéticas e frontolíticas no HS são alinhadas NW-SE. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA Função frontogenética climatológica em 850hPa para os meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas tracejadas (contínuas) representam frontólise (frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989. ZCPSZCPS
  • 25. • Relação com as zonas de convergência do HS (ZCPS e ZCAS). • Sobre o centro-sul da Argentina, na AN e Japão a função frontogenética é mais forte em janeiro (verão no HS e inverno no HN). FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA Função frontogenética climatológica em 850hPa para os meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas tracejadas (contínuas) representam frontólise (frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989. ZCPSZCPS
  • 26. • O sul da AS é a única região do HS que apresenta condições frontogenéticas quase o ano todo. • A região equatorial não é frontogeneticamente ativa devido ao fraco . FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA Função frontogenética climatológica em 850hPa para os meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas tracejadas (contínuas) representam frontólise (frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989. ZCPSZCPS T∇
  • 27. • A região frontogenética mais intensa em janeiro está situada no sul da Argentina e migra para norte em julho ocupando o noroeste da Argentina e vizinhança. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA Função frontogenética climatológica em 850hPa para os meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas tracejadas (contínuas) representam frontólise (frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989. ZCPSZCPS
  • 28. • Relação com as montanhas (Cordilheira dos Andes, Himalaia e Rochosas). • As ondas baroclínicas de latitudes médias modificam-se ao atravessar os Andes e interagem com a circulação atmosférica sobre a AS. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA Função frontogenética climatológica em 850hPa para os meses de janeiro, abril, julho, outubro e anual. As linhas tracejadas (contínuas) representam frontólise (frontogênese). Fonte: Satyamurty e Mattos, 1989. ZCPSZCPS
  • 29. • Os cavados vindos do Pacífico Sul se desenvolvem como frentes depois de atravessarem a Cordilheira dos Andes sobre o norte e leste (sul) da Argentina no inverno e primavera (verão e outono). Estas frentes adquirem um movimento para nordeste e estão associadas a centros de baixa pressão com movimento leste-sudeste (Satyamurty e Mattos, 1989). • As frentes podem se acoplar com mecanismos típicos de convecção, intensificando-se e permanecendo ativas durante vários dias (meses de primavera e verão). FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA– CLIMATOLOGIA
  • 30. Dametto e Rocha, 2006 • Os dados utilizados para estabelecer a climatologia das passagens frontais na cidade de São Paulo são as observações diárias entre 1981 e 2002 realizadas na estação meteorológica do IAG-USP. • O critério utilizado para a identificação das frentes considerou o giro do vento meridional do quadrante norte para sul, sua manutenção no quadrante sul por pelo menos 24 horas e queda de temperatura entre o dia e mais dois dias após o giro do vento. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP– CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP
  • 31. • No litoral Sudeste do Brasil, Oliveira (1986) e Justi da Silva e Silva Dias (2000) encontraram um número de sistemas frontais relativamente maior no inverno comparado ao verão. • No verão as frentes frias tendem a atuar por mais tempo (frentes estacionárias), associadas à Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), produzindo chuvas por uma vasta região por muitos dias. • No inverno, são as principais (senão a única) causadoras das bruscas e acentuadas quedas de temperatura. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP– CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP Frequência absoluta de frentes frias sobre São Paulo entre 1981-2002. Fonte: Dametto e Rocha, 2006.
  • 32. • Os maiores valores de frequência para o intervalo entre uma passagem frontal e outra são de 3 a 5 dias. • Presença de eventos extremos: São Paulo fica mais de 15 dias sem ser afetada por passagem frontal, em ambas as estações. FRENTES E FRONTOGÊNESEFRENTES E FRONTOGÊNESE – CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP– CLIMATOLOGIA: CIDADE DE SP Distribuição de frequência do número de dias de intervalo entre passagens de frentes frias para o verão e inverno (1981-2002). Fonte: Dametto e Rocha, 2006. 05/06 – 28/07/198207/01 – 10/02/1998
  • 33. CICLONES E CICLOGÊNESECICLONES E CICLOGÊNESE – REFERÊNCIAS– REFERÊNCIAS ANDRADE, K. M.; CAVALCANTI, I. F. A. Climatologia dos sistemas frontais e padrões de comportamento para o verão na América do Sul In: XIII Congresso Brasileiro de Meteorologia, Fortaleza – CE. Anais do XIII Congresso Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2004. CAVALCANTI, I. F. A.; KOUSKY, V. E. Configuração de anomalias associadas à propagação de sistemas sinóticos sobre a América do Sul In: IX Congresso Brasileiro de Meteorologia, Campos do Jordão – SP. Anais do IX Congresso Brasileiro de Meteorologia, 1331-1332, 1996. CAVALCANTE, I. F. A.; KOUSKY, V. E. Climatology of Sout American cold fronts In: VII International Conference on Southern Hemisphere Meteorology and Oceanography, Ellington, New Zealand, 2003. CRUZ, C. D.; FIGUEIREDO, E. L.; FEDOROVA, N.; LEVIT, V. Utilização do campo de advecção de temperatura potencial equivalente para análise de um sistema frontal na região tropical In: XV Congresso Brasileiro de Meteorologia, São Paulo – SP. Anais do XV Congresso Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2008. CZARNOBAI, A. F.; COMBAT, D. A. A.; BORTOLOTTO, J.; SANTIS, R. F.; ARAUJO, C. E. S. Visualização tridimensional de sistemas frontais: análise do dia 24 de agosto de 2005 In: IX Congresso Brasileiro de Meteorologia, Campos do Jordão – SP. Anais do IX Congresso Brasileiro de Meteorologia, 1331-1332, 1996. DAMETTO, G. S.; ROCHA, R. P. Características climáticas dos sistemas frontais na cidade de São Paulo In: XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia, Florianópolis – SC. Anais do XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2006.
  • 34. CICLONES E CICLOGÊNESECICLONES E CICLOGÊNESE – REFERÊNCIAS– REFERÊNCIAS FERNANDES, D. S.; JACONDINO, C. R. Comparações em diferentes períodos de estudo de passagens de sistemas frontais no Brasil In: XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia, Florianópolis – SC. Anais do XIV Congresso Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2006. FERREIRA, A. G. Meteorologia Prática. São Paulo: Oficina de Textos, pp 188, 2006. HARAKAWA, M. T.; PRUDÊNCIO, R. S.; RODRIGUES, M. L. G. Climatologia de frentes frias para a região da grande Florianópolis – SC In: XV Congresso Brasileiro de Meteorologia, São Paulo – SP. Anais do XV Congresso Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2008. JUSTI DA SILVA, M. G. A.; SILVA DIAS, M. A. F. A Estatística dos Transientes na América do Sul In : XI Congresso Brasileiro de Meteorologia, Rio de Janeiro – RJ. Anais do XI Congresso Brasileiro de Meteorologia. SBMET, 2000. KOUSKY, V. E.; ELIAS, M. Meteorologia Sinótica: Parte 1. INPE – 2605 – MD/021, pp 107, 1982. LEMOS, C. F.; CALBETE, N. O. Sistemas Frontais que atuaram no Brasil de 1987 a 1995. Climanálise Especial, Edição comemorativa de 10 anos. CPTEC, 1996. MARENGO, J.; CORNEJO, A.; SATYAMURTY, P.; NOBRE, C.; SEA, W. Cold surges in tropical and extratropical South America: The strong event in June 1994. Monthly Weather Review, 125, 2759-2786, 1977.
  • 35. CICLONES E CICLOGÊNESECICLONES E CICLOGÊNESE – REFERÊNCIAS– REFERÊNCIAS OLIVEIRA, A. S. Interações entre sistemas frontais na América do Sul e convecção na Amazônia, INPE – 4008 – TDI/239, 1986. PETTERSSEN, S. Weather analysis and forecasting. Second Edition, McGraw-Hill, Ney York, v.1, pp 428, 1956. RODRIGUES, M. L. G.; FRANCO, D.; SUGAHARA, S. Climatologia de frentes frias no litoral de Santa Catarina. Revista Brasileira de Geofísica, v. 22, n. 2, pp 135-151, 2004. SATYAMURTY, P.; MATTOS, L. F. Climatological lower tropospheric frontogenesis in midlatitudes due to horizontal deformation and divergence. Monthly Weather Review, 117, 1355-1364, 1989. WALLACE, J. M.; HOBBS, P. V. Atmospheric Science: An Introductory Survey. New York, Academic Press, 1977.