SlideShare a Scribd company logo
1 of 20
Largo das Palmas (Filho, Adonias)
Adonias Filho ,[object Object]
Características gerais ,[object Object],[object Object],[object Object]
[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],Características gerais
A moça dos pãezinhos de queijo ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]
Enredo O pão traz a idéia do divino, do maravilhoso. O milagre do pão, a multiplicação, o fazer o pão tem o efeito de sentido de recuperar, de salvação. O fermento simbolicamente representa transformação, com a noção de pureza e de sacrifício. O menino que ficou mudo pela perda da mãe, embora rico, acarinhado pela família, recupera a voz através do amor, isto é evidente pela primeira palavra que consegue pronunciar. A moça através de seu amor, de seu trabalho, devolve a fala do namorado, traz o mistério que os sentimentos podem operar.  O Jardim de Nazaré embora seja um espaço físico, nesse episódio, ganha a conotação de Jardim do Éden, o lugar do milagre, a voz que nasce, pode ser relacionada com o Menino que nasceu em Belém, mas que viveu humildemente em Nazaré.
O largo de branco ,[object Object],[object Object],[object Object]
Enredo Eliane, “cabelos brancos”, sozinha, morando num quarto muito pobre e pequeno na rua Bângala, vai a um encontro. Ela foi abandonada por seu companheiro, Geraldo, depois de 30 anos, ficando sem recursos. Ela vai encontrar-se com Odilon, seu primeiro marido de quem ela tinha se separado há trinta anos. Ele estava voltando a Salvador e queria um encontro, “naquele dia mesmo, ao meio dia, no Largo da Palma. Em frente, bem em frente da igreja” Na carta ele lhe dizia que soubera de sua situação e queria vê-la. Eliane tendo como sua  infância, o nascimento da irmãzinha, Joanita, a alegria da mãe, sempre a sorrir, o pai calado, cada vez mais calado. Depois, o tempo em que o pai chega bêbado, até o dia em que cai, deitado de bruços, como um morto.  A ambulância chega, vem o médico e um estudante, que Eliane ouve o médico chamar de Odilon. O pai é levado, e Odilon vai todo dia dar notícias, até o dia em que o pai volta, e finalmente morre. Conclui que Odilon não é um homem comum. A casa fica triste, a mãe perde o riso, a família está na miséria. A morte do pai foi um alívio.
Todos viam que Odilon estava apaixonado por Eliane. Eles ficam noivos, casam. Ela entende, então que para o marido o que interessava a ele eram os doentes, o hospital, o ambulatório, chegando ao ponto de comprar remédios para os doentes, mesmo sabendo que a mãe e a irmã precisavam muito de dinheiro. Algumas vezes, irritada, zangada, dirigia-se a ele ofendendo-o, dizendo palavrões. Ele era incapaz de zangar-se. No último dia o agrediu aos gritos, saiu batendo a porta. Foi para um hotelzinho, à beira da praia, e foi lá que viu Geraldo, o homem mais bonito que tinha conhecido. Quando ele se aproximou, olhou-a, não teve coragem de se afastar. Agora, depois de trinta anos, Odilon voltava, sabendo do abandono, queria vê-la. Ela sentiu fome e lembrou que, talvez “A Casa dos Pãezinhos de Queijo” estivesse aberta.  Mas ela se aproxima da igreja, e vê Odilon. Enredo
Um avô muito velho ,[object Object],[object Object]
A narrativa inicia-se anunciando que algo aconteceu ao avô Loio, muito velho. Morava no Gravatá a poucos passos do Largo da Palma aonde chegava sem pressa, sentindo o cheiro do incenso que vinha da igreja se misturando com o aroma dos pãezinhos de queijo. A neta Pintinha é a alegria do avô. Desde os primeiros passos ela anda com ele; ele a leva à escola, depois ela vai com as amigas e, finalmente, chega o dia em que Pintinha recebe o diploma de professora. O velho Loio era tocador de sanfona. Numa ocasião, Aparecida põe as cartas e lhe diz que viu que há uma morte nas mãos dele. Um dia a polícia chegou e ele foi reconhecer Aparecida no chão, morta, numa poça do próprio sangue Continuou a tocar a sanfona, mas nunca aceitou convites para tocar nas festas Vem a recordação do dia em que Pintinha é professora nomeada, e vai ensinar na Amaralina. Encanta-se com a dedicação da neta com os alunos, filhos de pescadores.  Mas naquela noite, Pintinha não voltou das aulas.  Enredo
O desespero e a loucura tomam conta de Maria Eponina e de Chico Timóteo. A polícia veio dizer que Pintinha foi agredida, bateram, violentaram e atiraram nela e agora está entre a vida e a morte. Três meses de dor, de sofrimento. Duas operações depois voltou para casa. Tão doente, com tantas dores, não reconhecia ninguém. O velho negro Loio buscava paz no Largo da Palma. Um dia vai falar com o médico, Dr. Eulálio Sá, e soube que as operações só prolongaram um pouco a vida, mas que as dores seriam insuportáveis. Quando foi ver a neta, doeu muito seu coração de velho e saiu de cabeça baixa para o Largo da Palma. Procurou o farmacêutico, pediu um veneno para matar um cachorro que estava velho e doente. Ao chegar em casa, dissolve o veneno na água e dá para Pintinha. Lavou o copo muito bem, depois e ficou na sala. Agora ele tem uma morte nas mãos. A filha veio do quarto, “indiferente, sem lágrimas e quase sem voz: Traga uma vela, pai, Pintinha acaba de morrer.”
Um corpo sem nome ,[object Object],[object Object],[object Object]
Logo se verifica ser cocaína, uma saboneteira com mais de dez dentes da criatura humana. O laudo médico é conclusivo; a morte foi por tóxico. Dois meses depois, o narrador volta ao Largo da Palma. A visão humanizada do largo cuja memória não abarca todos os acontecimentos, talvez tenha esquecido a mulher sem nome.  O narrador se aproxima de “A Casa dos Pãezinhos de Queijo”, o ar tem o perfume de trigo, misturado com o incenso que vem da igreja. Ao falar com o inspetor fica sabendo que não identificaram a mulher, o corpo com tóxico em todos os poros, o mistério dos dentes guardados nunca foi desvendado, só há conhecimento de que eles pertenciam a ela mesma. Agora, à noite, o narrador vê os gatos, que na madrugada se tornam os donos do largo porque os homens e os pombos estão dormindo. E sobre a mulher: “A morte não a matou, porque morreu fora do corpo. E, por isso, não morreu no Largo da Palma”. A presença dos gatos, simbolicamente, relacionado com o mistério da vida e da morte, segundo a tradição oriental, está encarregado de transportar as almas para o outro mundo.
Os enforcados ,[object Object],[object Object],[object Object]
Esta narrativa está localizada temporalmente. Através de um cego, a história da revolução dos alfaiates é contada numa perspectiva de pessoas que assistiram ao enforcamento dos revolucionários acusados.  O ceguinho do Largo da Palma, como era chamado, sentiu que o largo estava vazio, que a igreja tinha poucos fiéis e todos saíram apressados. Ficou sabendo que era o dia dos enforcados. Como não recebe nenhuma esmola, vai para a Piedade, mas antes pára na birosca do Valentim. É o Valentim que vai narrar o enforcamento para o ceguinho, ele que tinha uma voz de sermão, hoje fala baixo, tem medo fruto das prisões e das torturas. A cidade traz a marca da tragédia: —  A cidade parece triste. —  A Bahia nunca foi alegre — Valentim, abaixando a voz disse por sua vez. — Uma cidade com escravos é sempre triste. É muito triste mesmo. Quando os quatro condenados estão chegando, a multidão se agita. O cego tudo tomava conhecimento pela voz de Valentim, voz emocionada, afinal era ele quem via.  Enredo
Quando a morte do último condenado aconteceu Valentim sumiu, deixando o ceguinho só, tão só, apenas com o porrete na mão. Andou até reconhecer o Largo da Palma. Tudo o que queria era seu canto do pátio da igreja. “ E ao aproximar-se, ao sentir o cheiro de incenso, pensou que naquele momento já cortavam as cabeças e as mãos dos enforcados. Colocadas em exposição, no Cruzeiro de São Francisco ou na Rua Direita do Palácio, até que ficassem os ossos. O Largo da Palma, porque sem povo e movimento, seria poupado. Ajoelhou-se, então, pondo as mãos na porta da Igreja.” E, única vez em toda a vida, agradeceu à Santa Palma ter ficado cego.
A pedra ,[object Object]
Esta narrativa faz referência ao período da peste bubônica na Bahia. Nesse período era proibido terreno baldio. As casas e os sobradinhos foram se erguendo ao redor da igreja, tão antiga. “O sino da igreja, aqui na Palma, anuncia finados dia e noite. Maior que a peste, de verdade, só o medo”. Se o terreno estava barato, a construção era cara porque naqueles dias o rei acabou com a escravidão. Um negociante português construiu uma casa no terreno baldio próximo à igreja: uma casa comum, pequena, baixa. Quem a comprou foi Cícero Amaro, um garimpeiro de Jacobina. A narrativa descreve o temperamento folgado de Cícero, a vida dura de sua mulher Zefa, até o dia em que ele achou um brilhante do tamanho do caroço de uma azeitona. Vendeu e veio com a Zefa para a capital. Aqui comprou a casa do português, comprou uma quitanda para a Zefa e foi para a ladeira de Montanha, todo caprichado em busca de uma aventura. Lá encontra Flor que tira dele tudo que pode e lhe dá o fora. Quando está empobrecido, volta para Zefa que não o quer mais. Acha que é uma grande ingratidão, mas pensa em arrumar algum dinheiro para voltar a Jacobina e retornar à sua vida de garimpeiro. Enredo
Realização ,[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object],[object Object]

More Related Content

What's hot

Capitães de Areia
Capitães de AreiaCapitães de Areia
Capitães de Areia
quel.silva
 
Análise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel Macedo
Análise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel MacedoAnálise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel Macedo
Análise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel Macedo
Marcely Duany Correa de Brito
 
Jorge amado tenda dos milagres
Jorge amado   tenda dos milagresJorge amado   tenda dos milagres
Jorge amado tenda dos milagres
educacaocedbc
 

What's hot (20)

Capitães de Areia
Capitães de AreiaCapitães de Areia
Capitães de Areia
 
Enquanto Deus não está olhando
Enquanto Deus não está olhandoEnquanto Deus não está olhando
Enquanto Deus não está olhando
 
A moreninha - análise
A moreninha - análiseA moreninha - análise
A moreninha - análise
 
Capitães da Areia, Jorge Amado
Capitães da Areia,  Jorge AmadoCapitães da Areia,  Jorge Amado
Capitães da Areia, Jorge Amado
 
Análise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel Macedo
Análise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel MacedoAnálise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel Macedo
Análise Literária do Livro "A Moreninha" de Joaquim Manuel Macedo
 
Literatura o gaúcho josé de alencar leitura e analize 2014
Literatura  o gaúcho   josé de alencar  leitura e analize 2014Literatura  o gaúcho   josé de alencar  leitura e analize 2014
Literatura o gaúcho josé de alencar leitura e analize 2014
 
Seminário - Capitães da Areia
Seminário - Capitães da AreiaSeminário - Capitães da Areia
Seminário - Capitães da Areia
 
São bernardo especial
São bernardo especialSão bernardo especial
São bernardo especial
 
Capitães da Areia 3ºB - 2011
Capitães da Areia 3ºB - 2011Capitães da Areia 3ºB - 2011
Capitães da Areia 3ºB - 2011
 
Resumos das obras derek e isabella 2º b
Resumos das obras   derek e isabella 2º bResumos das obras   derek e isabella 2º b
Resumos das obras derek e isabella 2º b
 
Capitaes da areia port
Capitaes da areia portCapitaes da areia port
Capitaes da areia port
 
Amoreninha
AmoreninhaAmoreninha
Amoreninha
 
Resenha Jorge Amando Capitães da Areia
Resenha Jorge Amando Capitães da Areia Resenha Jorge Amando Capitães da Areia
Resenha Jorge Amando Capitães da Areia
 
José de Alencar
José de AlencarJosé de Alencar
José de Alencar
 
Ariano Suassuna
Ariano SuassunaAriano Suassuna
Ariano Suassuna
 
Rachel de queiroz
Rachel de queirozRachel de queiroz
Rachel de queiroz
 
Lima barreto
Lima barretoLima barreto
Lima barreto
 
Capitães da Areia 3ª C - 2013
Capitães da Areia   3ª C - 2013Capitães da Areia   3ª C - 2013
Capitães da Areia 3ª C - 2013
 
Geração de 30
Geração de 30Geração de 30
Geração de 30
 
Jorge amado tenda dos milagres
Jorge amado   tenda dos milagresJorge amado   tenda dos milagres
Jorge amado tenda dos milagres
 

Similar to Largo Das Palmas Cepra 3 V1

Olhos d'água autora-resumo-análise
Olhos d'água   autora-resumo-análiseOlhos d'água   autora-resumo-análise
Olhos d'água autora-resumo-análise
Josi Motta
 
Livro: Noite na Taverna
Livro: Noite na TavernaLivro: Noite na Taverna
Livro: Noite na Taverna
Calebe Cecatto
 
O gato malhado e a andorinha sinhá
O gato malhado e a andorinha sinháO gato malhado e a andorinha sinhá
O gato malhado e a andorinha sinhá
mariagsalgueiro
 
Apresentação de Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação  de  Sofia de Mello Breyner AndresenApresentação  de  Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação de Sofia de Mello Breyner Andresen
Maria Costa
 
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
BiiancaAlvees
 
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
BiiancaAlvees
 
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
BiiancaAlvees
 
Carlos drumond de andrade
Carlos drumond de andradeCarlos drumond de andrade
Carlos drumond de andrade
Rita Santana
 
10 livros da literatura brasileira
10 livros da literatura brasileira10 livros da literatura brasileira
10 livros da literatura brasileira
Diego Peterson
 

Similar to Largo Das Palmas Cepra 3 V1 (20)

Olhos d'água autora-resumo-análise
Olhos d'água   autora-resumo-análiseOlhos d'água   autora-resumo-análise
Olhos d'água autora-resumo-análise
 
Literaturapiauiense 2.1
Literaturapiauiense 2.1Literaturapiauiense 2.1
Literaturapiauiense 2.1
 
Literatura Piauiense
Literatura PiauienseLiteratura Piauiense
Literatura Piauiense
 
Proj letura
Proj leturaProj letura
Proj letura
 
Livros acafe
Livros acafeLivros acafe
Livros acafe
 
Quarenta dias
Quarenta diasQuarenta dias
Quarenta dias
 
Livro: Noite na Taverna
Livro: Noite na TavernaLivro: Noite na Taverna
Livro: Noite na Taverna
 
3°ano_Revisão Obras UFPR.pdf
3°ano_Revisão Obras UFPR.pdf3°ano_Revisão Obras UFPR.pdf
3°ano_Revisão Obras UFPR.pdf
 
O gato malhado e a andorinha sinhá
O gato malhado e a andorinha sinháO gato malhado e a andorinha sinhá
O gato malhado e a andorinha sinhá
 
Apresentação de Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação  de  Sofia de Mello Breyner AndresenApresentação  de  Sofia de Mello Breyner Andresen
Apresentação de Sofia de Mello Breyner Andresen
 
A moreninha, iracema jaqueline
A moreninha, iracema  jaquelineA moreninha, iracema  jaqueline
A moreninha, iracema jaqueline
 
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
 
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
 
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
Alguns livros essenciais da literatura brasileira1
 
Contacto 1.º período
Contacto   1.º períodoContacto   1.º período
Contacto 1.º período
 
Resumos obras - Romantismo
Resumos obras - RomantismoResumos obras - Romantismo
Resumos obras - Romantismo
 
Enredos das principais obras da prosa romântica
Enredos das principais obras da prosa românticaEnredos das principais obras da prosa romântica
Enredos das principais obras da prosa romântica
 
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de AndradeA Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
A Rosa do Povo - Carlos Drummond de Andrade
 
Carlos drumond de andrade
Carlos drumond de andradeCarlos drumond de andrade
Carlos drumond de andrade
 
10 livros da literatura brasileira
10 livros da literatura brasileira10 livros da literatura brasileira
10 livros da literatura brasileira
 

More from Lúcia Dantas

More from Lúcia Dantas (20)

Marcelino
MarcelinoMarcelino
Marcelino
 
Convivio Social
Convivio SocialConvivio Social
Convivio Social
 
Conflito
ConflitoConflito
Conflito
 
AssimilaçãO
AssimilaçãOAssimilaçãO
AssimilaçãO
 
André LuíS Galiza E JucéLia
André LuíS Galiza E JucéLiaAndré LuíS Galiza E JucéLia
André LuíS Galiza E JucéLia
 
Sociabilidade
SociabilidadeSociabilidade
Sociabilidade
 
HáBitos SaudáVeis 2 M5
HáBitos SaudáVeis  2 M5HáBitos SaudáVeis  2 M5
HáBitos SaudáVeis 2 M5
 
HáBitos SaudáVeis 2m6
HáBitos SaudáVeis 2m6HáBitos SaudáVeis 2m6
HáBitos SaudáVeis 2m6
 
HáBitos SaudáVeis 2
HáBitos SaudáVeis 2HáBitos SaudáVeis 2
HáBitos SaudáVeis 2
 
Habitos Saudaveis 2m5
Habitos Saudaveis 2m5Habitos Saudaveis 2m5
Habitos Saudaveis 2m5
 
H Abito Saudaveis
H Abito SaudaveisH Abito Saudaveis
H Abito Saudaveis
 
HáBitos SaudáVeis 2m5
HáBitos SaudáVeis   2m5HáBitos SaudáVeis   2m5
HáBitos SaudáVeis 2m5
 
Saberes E Sabores Filosoficos 1 M4
Saberes E Sabores Filosoficos 1 M4Saberes E Sabores Filosoficos 1 M4
Saberes E Sabores Filosoficos 1 M4
 
Poesia Concreta Eliana E Fatima 3 N5
Poesia Concreta Eliana E Fatima 3 N5Poesia Concreta Eliana E Fatima 3 N5
Poesia Concreta Eliana E Fatima 3 N5
 
Poesia Concreta Vera E Colegas 3N5
Poesia Concreta Vera E Colegas 3N5Poesia Concreta Vera E Colegas 3N5
Poesia Concreta Vera E Colegas 3N5
 
O Que é Pddu
O Que é PdduO Que é Pddu
O Que é Pddu
 
Senhora Cepra 3 V1
Senhora   Cepra   3 V1Senhora   Cepra   3 V1
Senhora Cepra 3 V1
 
Trabalho de Historia 1V3 Ejllr
Trabalho de Historia 1V3 EjllrTrabalho de Historia 1V3 Ejllr
Trabalho de Historia 1V3 Ejllr
 
Trabalho de História Camila Oliveira Deise Brito e Beatriz Costa
Trabalho de História  Camila Oliveira Deise Brito e Beatriz CostaTrabalho de História  Camila Oliveira Deise Brito e Beatriz Costa
Trabalho de História Camila Oliveira Deise Brito e Beatriz Costa
 
Trabalho de História Alex Najara e Wendell 1V2
Trabalho de História Alex Najara e Wendell 1V2Trabalho de História Alex Najara e Wendell 1V2
Trabalho de História Alex Najara e Wendell 1V2
 

Largo Das Palmas Cepra 3 V1

  • 1. Largo das Palmas (Filho, Adonias)
  • 2.
  • 3.
  • 4.
  • 5.
  • 6. Enredo O pão traz a idéia do divino, do maravilhoso. O milagre do pão, a multiplicação, o fazer o pão tem o efeito de sentido de recuperar, de salvação. O fermento simbolicamente representa transformação, com a noção de pureza e de sacrifício. O menino que ficou mudo pela perda da mãe, embora rico, acarinhado pela família, recupera a voz através do amor, isto é evidente pela primeira palavra que consegue pronunciar. A moça através de seu amor, de seu trabalho, devolve a fala do namorado, traz o mistério que os sentimentos podem operar. O Jardim de Nazaré embora seja um espaço físico, nesse episódio, ganha a conotação de Jardim do Éden, o lugar do milagre, a voz que nasce, pode ser relacionada com o Menino que nasceu em Belém, mas que viveu humildemente em Nazaré.
  • 7.
  • 8. Enredo Eliane, “cabelos brancos”, sozinha, morando num quarto muito pobre e pequeno na rua Bângala, vai a um encontro. Ela foi abandonada por seu companheiro, Geraldo, depois de 30 anos, ficando sem recursos. Ela vai encontrar-se com Odilon, seu primeiro marido de quem ela tinha se separado há trinta anos. Ele estava voltando a Salvador e queria um encontro, “naquele dia mesmo, ao meio dia, no Largo da Palma. Em frente, bem em frente da igreja” Na carta ele lhe dizia que soubera de sua situação e queria vê-la. Eliane tendo como sua infância, o nascimento da irmãzinha, Joanita, a alegria da mãe, sempre a sorrir, o pai calado, cada vez mais calado. Depois, o tempo em que o pai chega bêbado, até o dia em que cai, deitado de bruços, como um morto. A ambulância chega, vem o médico e um estudante, que Eliane ouve o médico chamar de Odilon. O pai é levado, e Odilon vai todo dia dar notícias, até o dia em que o pai volta, e finalmente morre. Conclui que Odilon não é um homem comum. A casa fica triste, a mãe perde o riso, a família está na miséria. A morte do pai foi um alívio.
  • 9. Todos viam que Odilon estava apaixonado por Eliane. Eles ficam noivos, casam. Ela entende, então que para o marido o que interessava a ele eram os doentes, o hospital, o ambulatório, chegando ao ponto de comprar remédios para os doentes, mesmo sabendo que a mãe e a irmã precisavam muito de dinheiro. Algumas vezes, irritada, zangada, dirigia-se a ele ofendendo-o, dizendo palavrões. Ele era incapaz de zangar-se. No último dia o agrediu aos gritos, saiu batendo a porta. Foi para um hotelzinho, à beira da praia, e foi lá que viu Geraldo, o homem mais bonito que tinha conhecido. Quando ele se aproximou, olhou-a, não teve coragem de se afastar. Agora, depois de trinta anos, Odilon voltava, sabendo do abandono, queria vê-la. Ela sentiu fome e lembrou que, talvez “A Casa dos Pãezinhos de Queijo” estivesse aberta. Mas ela se aproxima da igreja, e vê Odilon. Enredo
  • 10.
  • 11. A narrativa inicia-se anunciando que algo aconteceu ao avô Loio, muito velho. Morava no Gravatá a poucos passos do Largo da Palma aonde chegava sem pressa, sentindo o cheiro do incenso que vinha da igreja se misturando com o aroma dos pãezinhos de queijo. A neta Pintinha é a alegria do avô. Desde os primeiros passos ela anda com ele; ele a leva à escola, depois ela vai com as amigas e, finalmente, chega o dia em que Pintinha recebe o diploma de professora. O velho Loio era tocador de sanfona. Numa ocasião, Aparecida põe as cartas e lhe diz que viu que há uma morte nas mãos dele. Um dia a polícia chegou e ele foi reconhecer Aparecida no chão, morta, numa poça do próprio sangue Continuou a tocar a sanfona, mas nunca aceitou convites para tocar nas festas Vem a recordação do dia em que Pintinha é professora nomeada, e vai ensinar na Amaralina. Encanta-se com a dedicação da neta com os alunos, filhos de pescadores. Mas naquela noite, Pintinha não voltou das aulas. Enredo
  • 12. O desespero e a loucura tomam conta de Maria Eponina e de Chico Timóteo. A polícia veio dizer que Pintinha foi agredida, bateram, violentaram e atiraram nela e agora está entre a vida e a morte. Três meses de dor, de sofrimento. Duas operações depois voltou para casa. Tão doente, com tantas dores, não reconhecia ninguém. O velho negro Loio buscava paz no Largo da Palma. Um dia vai falar com o médico, Dr. Eulálio Sá, e soube que as operações só prolongaram um pouco a vida, mas que as dores seriam insuportáveis. Quando foi ver a neta, doeu muito seu coração de velho e saiu de cabeça baixa para o Largo da Palma. Procurou o farmacêutico, pediu um veneno para matar um cachorro que estava velho e doente. Ao chegar em casa, dissolve o veneno na água e dá para Pintinha. Lavou o copo muito bem, depois e ficou na sala. Agora ele tem uma morte nas mãos. A filha veio do quarto, “indiferente, sem lágrimas e quase sem voz: Traga uma vela, pai, Pintinha acaba de morrer.”
  • 13.
  • 14. Logo se verifica ser cocaína, uma saboneteira com mais de dez dentes da criatura humana. O laudo médico é conclusivo; a morte foi por tóxico. Dois meses depois, o narrador volta ao Largo da Palma. A visão humanizada do largo cuja memória não abarca todos os acontecimentos, talvez tenha esquecido a mulher sem nome. O narrador se aproxima de “A Casa dos Pãezinhos de Queijo”, o ar tem o perfume de trigo, misturado com o incenso que vem da igreja. Ao falar com o inspetor fica sabendo que não identificaram a mulher, o corpo com tóxico em todos os poros, o mistério dos dentes guardados nunca foi desvendado, só há conhecimento de que eles pertenciam a ela mesma. Agora, à noite, o narrador vê os gatos, que na madrugada se tornam os donos do largo porque os homens e os pombos estão dormindo. E sobre a mulher: “A morte não a matou, porque morreu fora do corpo. E, por isso, não morreu no Largo da Palma”. A presença dos gatos, simbolicamente, relacionado com o mistério da vida e da morte, segundo a tradição oriental, está encarregado de transportar as almas para o outro mundo.
  • 15.
  • 16. Esta narrativa está localizada temporalmente. Através de um cego, a história da revolução dos alfaiates é contada numa perspectiva de pessoas que assistiram ao enforcamento dos revolucionários acusados. O ceguinho do Largo da Palma, como era chamado, sentiu que o largo estava vazio, que a igreja tinha poucos fiéis e todos saíram apressados. Ficou sabendo que era o dia dos enforcados. Como não recebe nenhuma esmola, vai para a Piedade, mas antes pára na birosca do Valentim. É o Valentim que vai narrar o enforcamento para o ceguinho, ele que tinha uma voz de sermão, hoje fala baixo, tem medo fruto das prisões e das torturas. A cidade traz a marca da tragédia: — A cidade parece triste. — A Bahia nunca foi alegre — Valentim, abaixando a voz disse por sua vez. — Uma cidade com escravos é sempre triste. É muito triste mesmo. Quando os quatro condenados estão chegando, a multidão se agita. O cego tudo tomava conhecimento pela voz de Valentim, voz emocionada, afinal era ele quem via. Enredo
  • 17. Quando a morte do último condenado aconteceu Valentim sumiu, deixando o ceguinho só, tão só, apenas com o porrete na mão. Andou até reconhecer o Largo da Palma. Tudo o que queria era seu canto do pátio da igreja. “ E ao aproximar-se, ao sentir o cheiro de incenso, pensou que naquele momento já cortavam as cabeças e as mãos dos enforcados. Colocadas em exposição, no Cruzeiro de São Francisco ou na Rua Direita do Palácio, até que ficassem os ossos. O Largo da Palma, porque sem povo e movimento, seria poupado. Ajoelhou-se, então, pondo as mãos na porta da Igreja.” E, única vez em toda a vida, agradeceu à Santa Palma ter ficado cego.
  • 18.
  • 19. Esta narrativa faz referência ao período da peste bubônica na Bahia. Nesse período era proibido terreno baldio. As casas e os sobradinhos foram se erguendo ao redor da igreja, tão antiga. “O sino da igreja, aqui na Palma, anuncia finados dia e noite. Maior que a peste, de verdade, só o medo”. Se o terreno estava barato, a construção era cara porque naqueles dias o rei acabou com a escravidão. Um negociante português construiu uma casa no terreno baldio próximo à igreja: uma casa comum, pequena, baixa. Quem a comprou foi Cícero Amaro, um garimpeiro de Jacobina. A narrativa descreve o temperamento folgado de Cícero, a vida dura de sua mulher Zefa, até o dia em que ele achou um brilhante do tamanho do caroço de uma azeitona. Vendeu e veio com a Zefa para a capital. Aqui comprou a casa do português, comprou uma quitanda para a Zefa e foi para a ladeira de Montanha, todo caprichado em busca de uma aventura. Lá encontra Flor que tira dele tudo que pode e lhe dá o fora. Quando está empobrecido, volta para Zefa que não o quer mais. Acha que é uma grande ingratidão, mas pensa em arrumar algum dinheiro para voltar a Jacobina e retornar à sua vida de garimpeiro. Enredo
  • 20.