1. O documento descreve um método para mapear o perigo de deslizamentos em áreas urbanas utilizando análise multicritério de decisão.
2. O método atribui pesos numéricos aos indicadores de perigo por meio de comparação par a par, resultando em um índice numérico de perigo e classificação do grau de perigo.
3. O método pretende minimizar a subjetividade dos mapeamentos de risco tradicionais, permitindo uma melhor prevenção e gerenciamento de riscos de deslizamentos
1. 1
MAPEAMENTO DE PERIGO ASSOCIADO A ESCORREGAMENTOS EM
ÁREAS URBANAS UTILIZANDO MÉTODO MULTICRITÉRIO DE
ANÁLISE DE DECISÃO.
Msc. DANIELA GIRIO MARCHIORI-FARIA
Discente do Programa de Pós-graduação em Geotecnia, Escola de Engenharia de São Carlos
– EESC-USP.
Pesquisador Científico do Instituto Geológico (IG- SMA).
Av. Miguel Stéfano, 3900 – Água Funda, São Paulo/SP, CEP: 04301-903.
e-mail: dgmfaria@uol.com.br
Dr. OSWALDO AUGUSTO FILHO
Docente do Departamento de Geotecnia, Escola de Engenharia de São Carlos – EESC-USP.
Av. São-Carlense, 400, São Carlos/SP, CEP: 13.566-590.
e-mail: oafilho@sc.usp.br
RESUMO
A metodologia de mapeamento adotada neste trabalho baseia-se em investigações geológico-
geotécnicas de superfície por meio de levantamento de campo onde são identificados os
indicadores de perigo e as feições de instabilidade associados aos processos de
escorregamentos em encostas urbanas. Apesar do método ser bastante conhecido e aplicado
no Brasil, sua base é qualitativa e envolve certo grau de subjetividade.
No presente estudo a subjetividade é minimizada através da comparação e hierarquização dos
indicadores de perigo nos processos de escorregamentos adotando-se um Método Multicritério
de Análise de Decisão.
O novo método proposto baseia-se na atribuição de pesos numéricos obtidos por meio da
comparação par a par no Processo de Análise Hierárquica (AHP), atribuídos aos indicadores e
suas respectivas classes de atributos e posteriormente combinados por meio de ponderação
simples. Como resultado obteve-se um valor numérico do índice de perigo ao qual foi atribuído
um grau de perigo (baixo, médio, alto e muito alto).
Finalmente, os graus de perigo foram comparados com os do mapeamento de risco realizado
pelo Instituto Geológico (IG-SMA) no município de São Sebastião, SP.
Palavras-chave: risco, perigo, escorregamentos
ABSTRACT
The mapping methodology adopted in this study is based on geological and geotechnical
surface through field survey which identifies the indicators of hazard and the features of
instability to landslides processes on urban hillslopes. Although the method is well known and
applied in Brazil, its base is qualitative and involves a degree of subjectivity.
In the present study the subjectivity is minimized through the comparison and ranking of
indicators of hazard in the landslides process adopting a Multicriteria Method Analysis.
Decision.
This new method is based on assigning numerical weights obtained by pairwise comparison in
the Analytic Hierarchy Process (AHP), assigned to the indicators and their class attributes and
2. 2
then combined by simple weighting. As a result we obtained a numerical value of the hazard
index, which was awarded a degree of risk (low, medium, high and very high).
Finally, the hazard degree were compared with the risk mapping done by the Geological
Institute (IG-SMA) in São Sebastião, SP
Keywords: risk, hazards, landslides
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, os processos de instabilização em taludes estão entre os principais fenômenos
relacionados a desastres naturais em áreas urbanas. Os escorregamentos em encostas estão
associados a eventos pluviométricos intensos e prolongados, repetindo-se a cada período
chuvoso. Nesta passagem de ano (2009-2010), os eventos chuvosos excederam a média
histórica, deflagrando vários movimentos de encostas e ceifando a vida de aproximadamente
44 pessoas, conforme dados da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC-SP),
publicado em relatório de 28/02/2010.
A remoção da vegetação, a execução de cortes e aterros instáveis para a construção de
moradias e vias de acesso; a deposição de lixo nas encostas; a ausência de sistemas de
drenagem de águas pluviais e servidas; a elevada densidade populacional e a fragilidade das
moradias aumentam tanto a frequência das ocorrências como a magnitude dos acidentes.
A identificação e análise de riscos consistem na primeira etapa para se estabelecer um
programa de gerenciamento de riscos (UNDRO, 1991). Sem o conhecimento da dimensão do
problema, não há como planejar e agir adequadamente para resolvê-lo. O diagnóstico de risco
deve informar quais são os indicadores ou evidências dos processos ambientais que,
potencialmente, podem causar danos à população, às edificações ou à infra-estrutura e
descrevê-los; estabelecer alguma gradação ou hierarquização das situações identificadas; e
estimar o número de edificações potencialmente afetadas (Nogueira, 2006).
O presente trabalho propõe o aprimoramento da metodologia adotada pelo Ministério das
Cidades na realização dos Planos Municipais de Redução de Riscos (PMRRs), descrita em
Canil et al. 2004; Cerri et al. 2004 Macedo et al. 2004; Cerri (2006) e Cerri et. al. (2007).
Essa metodologia de mapeamento baseia-se em investigações geológico-geotécnicas de
superfície por meio de levantamento de campo onde são identificados os indicadores de perigo
naturais e induzidos e as feições de instabilidade nos processos de escorregamentos em
encostas urbanas. O risco é classificado, de forma qualitativa, em baixo, médio, alto e muito
alto.
O mapeamento de risco vem auxiliando a elaboração de políticas públicas de prevenção e
redução dos impactos dos escorregamentos em encostas urbanas, visando a proteção da
população e seus bens materiais.
O objetivo deste trabalho é apresentar uma nova proposta de mapeamento de forma a
minimizar a subjetividade comumente utilizada na classificação do grau de risco a
escorregamentos nos mapeamentos.
O presente trabalho visa contribuir no aperfeiçoamento das análises qualitativas de risco nos
mapeamentos de perigo associados a escorregamentos, diminuindo a subjetividade da análise,
promovendo maior consistência nos resultados, o que permitirá uma melhor atuação na
prevenção e gerenciamento do risco a escorregamentos.
A análise do risco utilizando a probabilidade subjetiva, de acordo com Carvalho (1996), é mais
simples e ágil; é adequada para situações em que se objetiva elaborar uma hierarquia
3. 3
preliminar dos setores de risco como subsídio para a implementação de ações que não
dependem de maior precisão no estabelecimento da magnitude do risco de cada setor e que
admitem, portanto, a agregação dos níveis de risco em poucas classes mais abrangentes
(muito alto, alto, médio, e baixo).
Neste trabalho adotou-se o conceito de Varnes (1984) utilizando o termo “perigo” no
zoneamento das áreas de risco. Entende-se que, a possibilidade de ocorrência de um
fenômeno potencialmente perigoso é indicada por meio da identificação e caracterização dos
condicionantes e indícios de instabilidade do processo de escorregamento. A severidade com
que o processo se manifestará é dada pela análise do perigo (grau de perigo). A área com
possibilidade de ser atingida (onde) é delimitada por meio da setorização (zoneamento) do
perigo. O período de tempo considerado (quando) corresponde ao ciclo hidrológico anual,
conforme sugerido por Carvalho (1996) e Macedo (2001).
A escolha e aplicação do Método Multicritério de Análise de Decisão foram realizadas como
forma de explicitar e quantificar aspectos subjetivos envolvidos na análise do perigo de
escorregamentos. Essa escolha deve-se principalmente a possibilidade da qualidade e
consistência dos resultados obtidos serem testados por meio da análise de sensibilidade.
2. MÉTODOS E ETAPAS DE TRABALHO
As principais etapas de trabalho desenvolvidas neste estudo estão resumidas em:
Levantamento dos dados do mapeamento de risco do IG-SMA e seleção do município e
setores de risco para aplicação do estudo;
Estruturação da planilha de indicadores de perigo e escolha do Método Multicritério de
Análise de Decisão;
Ensaios de aplicação, onde foram definidos os processos e os indicadores de perigo
associados a escorregamentos e os seus respectivos pesos para posterior
hierarquização do risco. Também foram realizados trabalhos de campo, cujos dados
obtidos foram aplicados na planilha, classificando os graus de perigo para cada setor;
Análise dos dados, por meio da comparação entre os resultados obtidos com a
aplicação do AHP e os resultados do mapeamento de risco desenvolvido pelo IG-SMA.
2.1. Definição do Método Multicritério de Análise de Decisão.
O Método Multicritério de Análise à Decisão utilizado neste trabalho é o Processo de Análise
Hierárquica (Método AHP – Analytic Hierarchy Process) desenvolvido por Thomas L. Saaty em
meados da década de 1970 (Abreu et al., 2000). Segundo Barbarosoglu & Pinhas (1995), é
aplicado para sistematizar uma ampla gama de problemas de decisão nos contextos
econômico, político, social e ambiental, devido a sua simplicidade, sólida base matemática e
capacidade de avaliar fatores qualitativos e quantitativos, sejam eles tangívies ou intangíveis
(Shiau et al., 2002). É um dos métodos mais conhecidos e utilizados mundialmente (Jansen et.
al., 2004).
A metodologia do AHP tem como princípio que para a tomada de decisão, a experiência e o
conhecimento das pessoas são pelo menos tão valiosos, quanto os dados utilizados (Schimidt,
1995).
O AHP baseia-se na capacidade humana de usar a informação e a experiência para estimar
magnitudes relativas através de comparações par a par (Toma & Asharif, 2003). Seu uso é
4. 4
indicado para problemas que envolvem a priorização de soluções potenciais através da
avaliação de um conjunto de critérios (Asahi et. al., 1994; Finnie & Wittig, 1999; Kim, 1999).
Apesar de existir software do Método AHP com disponibilidade gratuita, optou-se por estruturar
todo o processo do método em planilhas utilizando o programa Microsoft Excel. Dessa forma,
consultou-se um tutorial do AHP (Teknomo, 2006) que auxiliou na compreensão, aplicação e
estruturação do método.
O processo de comparação par a par, proposto pelo Método AHP, é uma ferramenta útil nas
análises expeditas de risco/perigo, onde não se tem condições de validar resultados, por meio
de ensaios ou medições com instrumentos.
2.2. Estruturação da planilha de indicadores de perigo.
Esta fase foi realizada concomitantemente com os Ensaios de Aplicação, descrito
posteriormente.
As planilhas dos indicadores de perigo foram estruturadas utilizando o programa Microsoft
Excel, escolhido por ser de fácil obtenção, simplicidade na sua utilização como planilha, além
disso, o arquivo gerado pode ser transportado para um palmtop para ser preenchido em
campo.
A estruturação da planilha de indicadores foi realizada, conforme as seguintes etapas:
2.2.1. Dados de entrada
Essa planilha abordou os dados do levantamento de campo que no mapeamento de risco do
IG-SMA foram identificados em fichas de campo. É composta dos dados de localização, área
de estudo, data, equipe de campo, processos identificados, indicadores de perigo,
conseqüências (correspondendo ao número de moradias ameaçadas), números das fotos
aérea e de chão, além dos dados de GPS (Global Positioning System). Além destes dados foi
inserida uma coluna onde foram transportados os resultados obtidos na análise de perigo
(índice e grau).
Cada planilha representa uma área mapeada e cada linha representa um tipo de processo
identificado para determinado setor.
As planilhas dos dados de entrada apresentam a tabela da legenda dos indicadores de perigo
com suas respectivas classes de atributos para facilitar sua identificação e o preenchimento
dos dados durante os trabalhos de campo.
2.2.2. Chave de ponderação
A planilha da chave de ponderação consiste dos dados dos indicadores de perigo e de suas
respectivas classes com os valores dos pesos obtidos por meio do Método AHP. A forma de
obtenção destes pesos está descrita no item 2.3.4. As classes de perigo foram denominadas
por meio de letras para facilitar o preenchimento e a leitura dos pesos na planilha “análise do
perigo”, descrita a seguir.
2.2.3. Análise do perigo
Novamente foi estruturada uma planilha para cada área mapeada. Esta planilha contém os
dados de entrada, na forma de letras, definidas na chave de ponderação. Foi criada outra área
dentro desta planilha onde os pesos correspondentes às letras são transportados da chave de
ponderação.
5. 5
Em seguida é efetuado o cálculo do índice de perigo (IP) com os valores numéricos dos pesos,
conforme a seguinte fórmula de ponderação:
Onde:
p = peso do condicionante do processo (indicador de perigo);
x = peso da classe do respectivo indicador de perigo.
Cada processo de perigo identificado no setor receberá um valor do índice de perigo.
O grau de perigo foi calculado na planilha da classificação geral, descrita a seguir.
2.2.4. Classificação geral do perigo.
A planilha de classificação geral foi estruturada com os dados obtidos na planilha de análise do
perigo, abordando todos os setores das áreas mapeadas. O objetivo desta planilha é classificar
o grau de perigo para cada processo identificado nos diversos setores das áreas mapeadas.
Essa classificação foi realizada através da média aritmética dos índices de perigo calculados
na planilha de análise do perigo.
O critério numérico adotado para a classificação do perigo foi a média aritmética ( ) dos
valores numéricos do índice de perigo, somada ou diminuída da metade do desvio padrão (Δ),
conforme apresentado na Tabela 1, abaixo:
Tabela 1 – Critérios adotados para a Classificação do Perigo.
Critério do Índice de Perigo (IP) Grau de Perigo
IP < -½Δ BAIXO
- ½ Δ ≤ IP ≤ +½Δ MÉDIO
IP > +½Δ ALTO
Presença de feições de instabilidade
MUITO ALTO
significativas
Na metodologia de mapeamento de risco adotada neste trabalho, a classificação do risco
“muito alto” é realizada com base na presença de feições de instabilidade (Macedo, 2001).
As feições de instabilidade principais se referem às juntas e fraturas de alívio; fendas de tração;
trincas; degraus de abatimento; inclinação de estruturas rígidas como árvores, postes e muros
e o “embarrigamento” de muros e paredes.
Na classificação do perigo “muito alto” foi adotado o seguinte critério: independente do grau de
perigo encontrado para o setor, a presença de feições de instabilidade significativas reclassifica
o grau de perigo para “muito alto”.
Na classificação final do perigo, adotou-se postura a favor da segurança, ou seja, para um
mesmo setor, foi atribuído o maior grau de perigo encontrado para determinado tipo de
processo.
2.3. Ensaios de Aplicação
Foram consideradas as seguintes etapas: (i) definição dos tipos de processos de
escorregamentos; (ii) seleção dos fatores condicionantes de escorregamentos (indicadores de
perigo); (iii) seleção das classes dos indicadores de perigo; (iv) estruturação da planilha AHP;
(v) trabalhos de campo e (vi) classificação dos indicadores, por meio do grau de perigo.
6. 6
2.3.1. Definição da tipologia dos processos associados a
escorregamentos.
Este trabalho trata dos riscos geológicos associados aos movimentos de massa, ou
escorregamentos, no seu sentido amplo, assim como foi definido por Cruden (1990). Segundo
este autor, o escorregamento é um movimento de rocha, terra ou detritos encosta abaixo.
Visando simplificar e otimizar a análise do risco, os processos adotados tiveram como base a
classificação de Augusto Filho (1992) e experiências em campo, sendo definidos como:
escorregamentos em solos rasos localizados em encostas naturais;
escorregamentos em solo e rocha localizados em taludes de cortes;
rolamento/desplacamento de matacões e;
escorregamentos em aterros localizados em depósitos artificiais em solo, lixo e/ou
entulho.
Os processos de escorregamentos relacionados às corridas de detritos/lama não foram
analisados neste trabalho.
2.3.2. Seleção dos fatores condicionantes de escorregamentos.
Os fatores condicionantes dos processos de escorregamentos adotados e denominados de
“indicadores de perigo” foram selecionados com base nos trabalhos desenvolvidos por: Cerri
(1993); Macedo (2001); Fundunesp (2003), Cerri et al. (2004, 2007), Marchiori-Faria et al.
(2005) e Santoro et al. (2005). Nesses estudos, os indicadores foram sistematizados em fichas
de campo (“check-list”), simplificados, agrupados e avaliados de forma qualitativa a partir de
observações diretas em campo, compondo assim a avaliação e análise de risco.
2.3.3. Seleção das classes de indicadores de perigo.
Os indicadores de perigo foram subdivididos em classes de atributos. A seleção e o número de
atributos foram elaborados de tal forma que o resultado da aplicação apresentasse rapidez e
facilidade na interpretação, sem prejudicar a qualidade da análise.
A obtenção das classes de indicadores foi realizada por meio de consultas bibliográficas,
consultas a banco de dados de atendimentos emergenciais em ocorrências de
escorregamentos e em observações de campo.
2.3.4. Estruturação da planilha do AHP.
A planilha da aplicação do Método Multicritério de Análise de Decisão foi elaborada com base
no tutorial do método do Processo de Análise Hierárquica (Teknomo, 2006). A matriz de
comparação par a par foi estruturada no programa Microsoft Excel, de acordo com as seguintes
etapas:
Primeira Etapa
A matriz de decisão AHP foi estruturada para cada tipo de processo associado a
escorregamentos e consistiu na comparação par a par entre os indicadores de perigo (nível
hierárquico 1); e num segundo momento, a comparação par a par ocorreu entre os atributos de
cada classe de indicadores de perigo (nível hierárquico 2). A Figura 2 indica os níveis
hierárquicos com suas respectivas classes de atributos no caso de ocorrência de
escorregamentos de solos em encostas naturais.
7. 7
Figura 2 – Estruturação dos níveis hierárquicos para a aplicação do Método AHP. Exemplo do
processo de escorregamento em solo raso nas encostas naturais.
Para cada tipo processo associado a escorregamentos foi estruturada uma planilha Excel onde
foram realizadas comparações par a par em cada nível hierárquico com base na Escala
Fundamental Saaty apresentada na Tabela 1.
Tabela 1 – Escala de julgamento de importância do Método AHP (modificada de Saaty, 1990).
Valores numéricos Termos verbais Explicação
Duas alternativas contribuem
1 Igual importância
igualmente para o objetivo.
Experiência e julgamento
Moderadamente mais
3 favorecem levemente uma
importante
alternativa em relação a outra.
Experiência e julgamento
5 Fortemente mais importante favorecem fortemente uma
altenativa em relação a outra.
Alternativa fortemente favorecida
Muito fortemente mais em relação a outra e sua
7
importante dominância é demonstrada na
prática.
A evidência favorece uma
Extremamente mais
9 alternativa em relação a outra, com
importante
grau de certeza mais elevado.
Valores importantes Quando é necessária uma condição
2, 4, 6 e 8
intermediários de compromisso.
Se a alternativa i tem uma das intensidades de importância ou de
Recíprocos dos
preferência de 1 a 9, quando comparada com a alternativa j, então j
valores acima
tem o valor recíproco quando comparado com i.
A Figura 3 mostra o exemplo da comparação par a par entre os indicadores de perigo
declividade e uso/cobertura para o processo de escorregamento em encosta natural.
8. 8
Figura 3 – Exemplo da Escala Fundamental de Saaty na comparação par a par da declividade
e do uso/cobertura do solo para o processo de escorregamento em encosta natural.
Segunda Etapa
Nesta etapa foi elaborada a matriz de decisão com os dados obtidos na comparação par a par
(Figura 4). Em seguida foram realizadas duas normalizações, conforme a metodologia AHP:
a) Normalização dos pesos relativos das colunas da matriz: onde cada elemento da
coluna é dividido pela soma total da mesma. Portanto, a soma de cada coluna é 1,
conforme indicado na Figura 4;
b) Normalização principal (Vetor de Prioridades): obtida por meio da média aritmética
dos elementos de cada linha da matriz normalizada. O vetor de prioridades (vetor
prioritário ou autovetor), por conseguinte, fornece a hierarquia ou ordem de
prioridade das características analisadas.
Como exemplo, na Figura 4 é apresentado o vetor prioritário dos indicadores de
perigo para o escorregamento em encosta natural, onde observa-se que a
declividade é o indicador de perigo de maior importância para este processo de
escorregamento.
Terceira Etapa
A qualidade ou consistência da solução obtida na comparação pareada deve ser testada por
meio da análise de sensibilidade. Esta medida indica se os dados estão logicamente
relacionados (Pamplona, 1999).
O parâmetro utilizado para determinar se a análise realizada é aceitável, é a Razão de
Consistência (CR) que deve ser menor do que 10% para valores consistentes de preferências
(julgamentos). Caso o resultado seja um valor maior ou igual a 10%, os valores dos
julgamentos na matriz de decisão devem ser revistos (Saaty, 1990).
A Razão de Consistência (CR) é calculada conforme equação abaixo, onde CA é o índice de
consistência aleatória, apresentado na Tabela 2, proveniente de uma amostra de 500 matrizes
recíprocas positivas, de ordem de até 11 por 11, geradas aleatoriamente (Pamplona, 1999).
CR = IC/CA
9. 9
Tabela 2 – Valores de consistência aleatória (CA) em função da ordem da matriz (modificado
de PAMPLONA, 1999).
n 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
CA 0 0 0,58 0,9 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49 1,51
Figura 4 – Exemplo da estruturação da matriz de decisão AHP para o processo de
escorregamentos em encostas naturais.
Os valores obtidos no vetor prioritário correspondem aos pesos atribuídos aos indicadores de
perigo e suas classes de atributos. O Índice de Perigo (IP) foi obtido por meio da ponderação
dos valores dos indicadores de perigo e suas respectivas classes, conforme equação indicada
no item 2.2.3.
Ressalta-se que a obtenção classificação geral do perigo, não utilizou o Método AHP e sim a
média aritmética e o desvio padrão dos resultados obtidos.
Quarta Etapa: Trabalhos de campo
Os trabalhos de campo se desenvolveram da mesma forma que nos mapeamentos de risco
realizados pelo IG-SMA, identificando a tipologia dos processos associados a
escorregamentos, os indicadores de perigo e as feições de instabilidade. A planilha dos dados
de entrada, que corresponde a ficha de campo, foi preenchida conforme as observações em
campo. Os setores de perigo foram traçados nas imagens em papel e posteriormente passados
para o formato digital.
No zoneamento do perigo, a delimitação dos setores em campo foi realizada com base nos
seguintes critérios:
10. 10
pré-setorização a uma distância que possibilitasse a visão geral do cenário de risco,
observando o relevo e a forma de ocupação da área a ser mapeada. Nesta etapa foram
considerados: a posição da ocupação em relação a encosta (topo, meia-encosta e
base, com possibilidades de queda; queda ou atingimento e atingimento,
respectivamente), forma do perfil da encosta (retilínea, convexo, côncavo, côncavo-
convexo), identificação da tipologia dos processos esperados e a delimitação da área
possível de ser afetada pelo processo;
setorização em escala de detalhe, verificando as observações realizadas à distância,
identificando os indicadores de perigo e as feições de instabilidade no setor.
Ressalta-se que no zoneamento são delimitados setores com moradias numa situação de
perigo semelhante, ocorrendo dessa forma, a homogeneização dessas condições de perigo
para aquele setor. Portanto, não é aconselhável delimitar setores extensos, evitando
generalizações.
Os dados utilizados no preenchimento da ficha de campo representam a situação mais crítica
de perigo a escorregamentos observados no setor.
A forma de preenchimento da ficha de campo pode se realizada diretamente na planilha Excel
(por meio de um palmtop) ou na planilha impressa em papel.
Concluído o levantamento de campo, os dados obtidos foram aplicados na planilha de
indicadores de perigo.
3. ÁREA DE ESTUDO
A área definida para a aplicação da metodologia de mapeamento (zoneamento) de perigo com
a utilização do Método AHP foi o município de São Sebastião (SP).
O Litoral Norte do Estado é uma das regiões onde o Instituto Geológico-SMA tem considerável
atuação. Desenvolveu trabalhos, tais como: atendimentos aos Planos Preventivos de Defesa
Civil (PPDC); “Carta de Risco a Movimentos de Massa e Inundação” (SMA, 1996); diversos
laudos para o Ministério Público; projeto em áreas de mineração de saibro (caixas de
empréstimo), onde foi realizado o mapeamento de risco no entorno das áreas de mineração
(projeto FAPESP); “Mapeamento de Áreas de Risco a Escorregamentos e Inundações” (SMA,
2005), entre outros.
Os escorregamentos ocorridos nas encostas urbanas do município de São Sebastião, assim
como na região do Litoral Norte, estão relacionados a taludes de cortes e aterros lançados,
configurando-se em escorregamentos que mobilizam pouco volume de material. No entanto,
são volumes suficientes para causar danos às pessoas e bens.
No universo de 19 áreas mapeadas pelo IG-SMA neste município, foram selecionadas 6 áreas
para realizar o mapeamento com a aplicação do Método AHP. Essas áreas são representativas
dos processos de escorregamentos descritos na classificação adotada (Augusto Filho, 1992) e
correspondem a 21 setores de perigo identificados e mapeados. A definição destas áreas
também foi norteada pelas recomendações da “Carta de Risco a Movimentos de Massa e
Inundação” (SMA, 1996).
11. 11
Figura 5: Localização e distribuição das 6 áreas de risco no município de São Sebastião, SP.
Em destaque a área de Toque-toque pequeno.
4. RESULTADOS
4.1. Matriz AHP
A Tabela 3 apresenta os pesos dos indicadores do perigo e suas respectivas classes de
atributos. Os pesos representam os resultados, em ordem decrescente de importância, obtidos
na comparação par a par utilizando o Método AHP.
4.2. Análise do Perigo
O Índice de Perigo (IP) para cada processo de escorregamento analisado dentro de um
determinado setor de perigo, foi calculado conforme a equação do IP indicada anteriormente,
por meio dos pesos dos indicadores de perigo e das suas respectivas classes de atributos.
Esses pesos foram obtidos no vetor prioritário, na matriz de decisão AHP, conforme
estruturação mostrada na Figura 4.
Em seguida foi calculado o grau de perigo utilizando como critério a média aritmética acrescida
ou diminuída da metade do desvio padrão ( ± ½ Δ), obtendo-se dessa forma, os resultados
apresentados na Tabela 4 apresentada abaixo. Esses intervalos foram definidos por meio dos
40 valores dos Índices de Perigo, os quais resultaram dos tipos de processos identificados nos
21 setores de perigo.
12. 12
Tabela 4 – Resultados obtidos para a Classificação do Perigo.
Análise do Perigo a Escorregamentos
Índice de Perigo (IP) Grau de Perigo
IP < 25,68 BAIXO
25,68 ≤ IP ≤ 37,41 MÉDIO
IP > 37,41 ALTO
Presença de feições de instabilidade
MUITO ALTO
significativas
A Tabela 5 a seguir, correspondente a classificação geral do perigo com a aplicação do AHP,
adaptada aos critérios definidos na metodologia de mapeamento adotada pelo Ministério das
Cidades.
Tabela 5– Critérios para a classificação do perigo com a aplicação do AHP.
PERIGO IP DESCRIÇÃO
Os condicionantes geológicos- geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc) e o nível de intervalo no setor são de baixa potencialidade para o
desenvolvimento de processos de escorregamentos. Não há indícios de
P1 IP < 25,68 desenvolvimento de processos de instabilização de encostas. Os registros de
eventos se ocorreram são raros. É a condição menos crítica. Mantidas as
Baixo condições existentes, são muitos reduzidas as possibilidades de ocorrência de
eventos destrutivos no período de 1 ano.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são média potencialidade para o
desenvolvimento de processos de escorregamentos. Observa-se a presença de
algumas evidências de instabilidade, porém incipientes. Processo de
P2 25,68 ≤ IP ≤ 37,41 instabilização em estágio inicial de desenvolvimento. Os registros de eventos
Médio nos últimos anos são mais comuns. Mantidas as condições existentes, são
médias as possibilidades de ocorrência de eventos destrutivos durante
episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de 1 ano.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de alta potencialidade para o
desenvolvimento de processos de escorregamentos. Observa-se a presença de
significativas evidências de instabilidade (trincas no solo, degraus de abatimento
P3 IP > 37,41 em taludes, marcas de água em paredes e muros, etc.) Processo de
instabilização em pleno desenvolvimento, ainda sendo possível monitorar a
Alto evolução do processo. Mantidas as condições existentes, é perfeitamente
possível a ocorrência de eventos destrutivos durante episódios de chuvas
intensas e prolongadas, no período de 1 ano.
Os condicionantes geológico-geotécnicos predisponentes (declividade, tipo de
terreno, etc.) e o nível de intervenção no setor são de muito alta potencialidade
para o desenvolvimento de processos de escorregamentos. As evidências de
Presença de instabilidade (trincas no solo, degraus de abatimento em taludes, trincas em
P4 moradias ou em muros de contenção, árvores ou postes inclinados, cicatrizes
feições de
Muito de escorregamento, etc) são expressivas e estão presentes em grande número
instabilidade ou magnitude. Processo de instabilização em avançado estágio de
Alto significativas desenvolvimento. É a condição mais crítica, necessitando de intervenção
imediata devido ao seu elevado estágio de desenvolvimento. Mantidas as
condições existentes, é muito provável a ocorrência de eventos destrutivos
durante episódios de chuvas intensas e prolongadas, no período de 1 ano.
13. 13
4.3. Comparação dos setores de risco e perigo resultantes dos mapeamentos.
Das 06 áreas mapeadas representando 21 setores de perigo, será apresentada, neste
trabalho, apenas uma área como exemplo de aplicação do Método AHP.
Ressalta-se que cada setor pode ser avaliado em mais de um processo de escorregamento e o
grau de perigo final adotado foi o de maior relevância.
Os dados de perigo caracterizados nas fichas de campo do mapeamento de risco do IG-SMA
não diferem dos dados de entrada do mapeamento aplicando o AHP. Entretanto, de modo
geral, a forma de setorização das áreas difere nos dois mapeamentos. Esta diferenciação
ocorre devido a necessidade da definição de critérios para a delimitação dos setores, conforme
apontado no item “trabalhos de campo”.
A seguir será apresentada a análise de perigo obtida por meio do Método AHP e do
mapeamento de risco do IG-SMA, descrita para a área de Toque-toque Pequeno.
Área de Toque-toque Pequeno
A área de Toque-toque pequeno é composta por três setores de perigo, os quais foram
delimitados de forma semelhante, no mapeamento do IG-SMA e na aplicação do Método AHP.
As Figuras 6 e 7 indicam os resultados do mapeamento com a aplicação do AHP e do IG-SMA,
respectivamente.
Figura 6 – Zoneamento de perigo na área de Toque-toque pequeno.
14. 14
Figura 7 – Zoneamento de risco realizado pelo IG-SMA na área de Toque-toque pequeno.
Os dados levantados em campo mostram que os três setores diferem principalmente na
amplitude da encosta. Os setores 1 e 2 situam-se em amplitudes acima de 35 metros e o setor
3 em amplitude de aproximadamente 15 metros.
Nos setores 1 e 2 foram caracterizados dois processos de escorregamentos: em encosta
natural e em taludes de cortes. No setor 3, além dos processos citados anteriormente, foi
caracterizado processo de escorregamento em talude de aterro.
Outro fator condicionante que contribuiu para a diferenciação do grau de risco foi o tipo de
material que compõe a encosta. No setor 1 ocorre principalmente solo residual e nos setores 2
e 3 ocorrem depósitos naturais, denominados colúvios. Nestes depósitos foi observada a
presença de matacões dispersos no solo, mas numa posição de equilíbrio, geralmente
localizados em áreas de declividade pouco acentuada (Figura 8b), portanto não foi identificada
possibilidade de rolamento de blocos.
Observa-se, na Tabela 3 para o indicador “tipo de material”, que o peso (importância) é maior
para a classe dos depósitos naturais, nos processos de escorregamentos em encostas naturais
e em taludes de corte; rolamento/desplacamento de blocos.
A Figura 8 mostra a seqüência de fotos referentes aos setores mapeados.
15. 15
(a) (b)
(c) (d)
Figura 8 – (a) Setor 1: moradia situada em encosta com declividade alta; (b) Setor 2: matacões
dispersos em encosta com declividade pouco acentuada; (c) Setor 3:com amplitude menor que os
demais setores, com execução de cortes e aterros; (d) a área tracejada em laranja indica os
setores 1 e 2, com amplitude alta, situados na meia encosta (Fotos: acervo IG-SMA).
A Tabela 6 indica os setores mapeados na área de Toque- toque pequeno com seus graus de
perigo e risco.
Tabela 6 – Resultados dos setores dos mapeamentos de risco e perigo para a área de Toque-
toque pequeno.
ÁREA 2 – TOQUE-TOQUE PEQUENO
Mapeamento de risco IG-SMA
Setor Processo adverso Grau de risco nº de moradias ameaçadas
S1 Escorregamento em solo R2 - Médio 12
Escorregamento em solo e rolamento
S2 R2 - Médio 20
de blocos rochosos
S3 Escorregamento em solo R2 - Médio 11
Mapeamento de perigo aplicando o Método AHP
Análise de Perigo
Feições de
Setor Encosta Processo n° moradias
Instab.. IP Grau
A2_S1 Natural Esc.solo raso não 38,75 Alto
12
A2_S1 Corte Esc. solo.rocha não 30,99 Médio
A2_S2 Natural Esc .solo.raso não 38,75 Alto
20
A2_S2 Corte Esc solo/rocha não 31,66 Médio
A2_S3 Natural Esc. solo raso não 11,90 Baixo
A2_S3 Corte Esc. solo/rocha não 20,03 Baixo 11
A2_S3 Aterro Escorregamento não 15,87 Baixo
A marcação hachurada representa o grau de perigo final.
16. 16
De acordo com a Tabela 6, no mapeamento do IG-SMA os três setores foram classificados
com o mesmo grau de risco, ou seja, risco médio. Entretanto, no mapeamento com a aplicação
do AHP, dois setores foram diferenciados e classificados com grau de perigo alto para
processos de escorregamentos em encosta natural e outro com grau de perigo baixo para três
processos de escorregamentos: encosta natural, taludes de corte e de aterro.
5. CONCLUSÕES
Este trabalho contribuiu para uma melhor definição do grau de perigo nos mapeamentos
associados a escorregamentos em encostas urbanas. O grau de perigo foi definido com base
em análises qualitativas, minimizando a subjetividade, tornando a classificação do perigo mais
objetiva e consistente.
O método multicritério do Processo de Análise Hierárquica (AHP), aplicado no aprimoramento
da metodologia de mapeamento de risco adotada pelo Ministério das Cidades, proporcionou a
constatação de duas importantes características: a flexibilidade e a possibilidade de verificação
da consistência dos julgamentos adotados na análise. Esta verificação da consistência dos
dados, ou seja, a análise de sensibilidade promove aos técnicos envolvidos uma maior
percepção do julgamento qualitativo dos processos de perigo, aumentando o nível de confiança
na tomada de decisão, minimizando dessa forma, a subjetividade.
A flexibilidade está associada a facilidade com que se pode adaptar novas estruturações da
matriz de decisão, dependendo dos processos e critérios de risco e perigo a serem analisados.
Dessa forma, este método pode ser aplicado, de forma homogênea, em diferentes cenários de
perigo.
A estruturação da análise do perigo em planilhas utilizando o programa Microsoft Excel tornou
o método mais prático, de fácil compreensão, promovendo uma visualização mais clara da
contribuição dos processos associados a escorregamentos na análise do perigo.
Com base nos resultados, será possível definir de forma otimizada as ações necessárias para
a gestão dos riscos/perigos identificados nos mapeamentos. Esses resultados irão contribuir,
de forma mais precisa, para a realização de medidas de prevenção ao perigo nas áreas
prioritárias, classificadas com grau de perigo alto e muito alto.
Verificou-se, também, a importância em se aplicar critérios previamente definidos de modo a
obter uniformização na delimitação dos setores de perigo.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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20. 20
Tabela 3 – Planilha geral dos pesos dos indicadores de perigo e suas respectivas classes de atributos, obtidos por meio da Matriz de Decisão AHP.
PESOS
ENCOSTA PROCESSO CLASSES ATRIBUTOS
(%)
Amplitude 9,93 AMPLITUDE PESOS DECLIVIDADE PESOS USO/COBERT. PESOS N.A. PESOS ÁGUA SUPERF. PESOS MATERIAL PESOS
Declividade 33,52 (A1) ≤10 m 6,69% (D1) ≤17˚ 6,69% (U1) Arbórea 3,72% (NA1) N.O. 10,00% (AS1) Conc. baixa 4,48% (M1) S.Res. 12,50%
Uso/cobertura 20,01 (A2) 10<A≤20 22,00% (D2) 17°<D≤30˚ 22,00% (U2) Arbustiva 6,70% (NA2) Surg. 90,00% (AS2) Conc. média 9,85% (M2) Dep. Nat. 87,50%
Esc. Solo
NATURAL N.A. 17,90 (A3) >20 m 71,32% (D3) >30° 71,32% (U3) Campo 14,22% (AS3) Conc. alta 24,09%
Raso
Água Superf. 10,77 (U4) Urbana 21,16% (AS4) L. Drenagem 61,57%
Material 5,21 (U5) Solo exp. 54,20%
Estrutura Geol. 2,66
Amplitude 10,37 (A1) ≤2 m 5,69% (D1) ≤17˚ 4,35% (U1) Arbórea 3,72% (NA1) N.O. 10,00% (AS1) Conc. baixa 4,48% (M1) S. Re. 5,55%
Declividade 23,53 (A2) 2<A≤5 12,19% (D2) 17˚<D≤30˚ 12,37% (U2) Arbustiva 6,70% (NA2) Surg. 90,00% (AS2) Conc. média 9,85% (M2) Dep. Nat. 54,46%
Uso/cobertura 10,86 (A3) 5<A≤10 26,33% (D3) 30<D≤45˚ 27,09% (U3) Campo 14,22% (AS3) Conc. alta 24,09% (M3) Rocha Alt. 22,92%
CORTE Esc. Solo N.A. 20,57 (A4) >10 m 55,79% (D4) D>45˚ 56,19% (U4)Urbana 21,16% (AS4) L. Drenagem 61,57% (M4) Rocha Sã 17,08%
Água Superf. 12,00 (U5) Solo exp. 54,20%
Material 13,59
Estrutura Geol. 9,07
Amplitude 2,97 (A1) ≤10 m 6,69% (D1) ≤17˚ 4,35% (U1) Arbórea 3,72% (NA1) N.O. 10,00% (AS1) Conc. baixa 4,48% (M1) S. Res. 5,55%
Declividade 10,18 (A2) 10<A≤20 22,00% (D2) 17˚<D≤30˚ 12,37% (U2) Arbustiva 6,70% (NA2) Surg. 90,00% (AS2) Conc. média 9,85% (M2) Dep. Nat. 54,46%
Uso/cobertura 3,02 (A3) >20 m 71,32% (D3) 30<D≤45˚ 27,09% (U3) Campo 14,22% (AS3) Conc. alta 24,09% (M3) Rocha Alt. 22,92%
N.A. 4,81 (D4) D>45˚ 56,19% (U4) Urbana 21,16% (AS4) L. Drenagem 61,57% (M4) Rocha Sã 17,08%
Rolamento Água Superf. 12,68 (U5) Solo exp. 54,20%
BLOCO
Desplaca- Material 5,10
ROCHOSO
mento Estrutura Geol. 24,01
Contato 10,03
Plano Basal 7,02
Forma Geom. 11,53
Área Contato 8,63
Amplitude 9,51 (A1) ≤2 m 5,69% (D1) ≤17˚ 6,69% (U1) Arbórea 3,72% (NA1) N.O. 10,00% (AS1) Conc. baixa 4,48% (M1) Solo 5,98%
Declividade 12,07 (A2) 2<A≤5 m 12,19% (D2) 17˚<D≤30˚ 22,00% (U2) Arbustiva 6,70% (NA2) Surg. 90,00% (AS2) Conc. média 9,85% (M2) Lixo/ent. 65,83%
Escorrega- Uso/cobertura 9,29 (A3) 5<A≤10 26,33% (D3) D>30˚ 71,32% (U3) Campo 14,22% (AS3) Conc. alta 24,09% (M3) Misto 28,19%
ATERRO
mento N.A. 22,32 (A4) >10 m 55,79% (U4) Urbana 21,16% (AS4) L. Drenagem 61,57%
Água Superf. 18,69 (U5) Solo exp. 54,20%
Material 28,12
No (uso/cobertura) – campo = campo, vegetação rasteira, cultura; solo exp. = solo exposto. (N.A.) – N. O. = não observado; Surg. = Surgência. (água superficial) – Conc. = concentração; L. Drenagem =
linha de drenagem. (Material) - S. Res. = solo residual; Dep. Nat. = depósitos naturais (colúvio/tálus); Lixo/ent. = lixo/entulho.
21. 21
Continuação da Tabela 3
ENCOSTA PROCESSO ATRIBUTOS
ÂNG. DO FORMA ÁREA DE
ESTR. GEOLÓGICA PESOS CONTATO PESOS PLANO BASAL PESOS GEOMÉTRICA PESOS CONTATO PESOS FEIÇÕES DE INSTAB.
ESC.SOLO (NC) Não Obs. 7,14% (FI1) Sulcos erosivos
NATURAL
RASO (E1) Favor. à estab. 18,04% (FI2)Trincas/degraus
(E2) Desfav.à estab. 74,82% (FI3) Cicatrizes
(NC) Não Obs. 7,14%
(E1) Favor. à estab. 18,04%
CORTE ESC.SOLO
(E2) Desfav.à estab. 74,82%
(C1) Rocha/rocha (AC1) Área
(NC) Não Obs. (B1) 0<P≤15° (F1) Lasca 10,00%
6,69% liso 6,41% 6,69% 6,69% Maior
(C2) Rocha/rocha (AC2) Área
ROLAMENTO (E1) 1 família de fraturas (B2) 15°<P≤35° (F2) Laje 90,00%
BLOCO 22,00% preenchido 28,95% 22,00% 22,00% menor
DESPLACA- (F3) Arred. ou
ROCHOSO (E2) 2 famílias de fraturas (C3) Rocha/solo (B3) >35°
MENTO 71,32% 64,63% 71,32% cúbico 71,32%
ESCORREGA
ATERRO
-MENTO
(Estrutura Geológica) – Favor. à estab. = favorável à estabilidade; Desfav. à estab. = desfavorável à estabilidade.