2. Após a morte de meu corpo vaguei no purgatório (bardo)
até passar o choque Traumático do desligamento. Após
49 dias de erraticidade no bardo eis que me encontro
aqui no salão das recordações, a confrontar-me com o
grande juiz de minhas ações. E com certeza, ninguém
mais além de mim as sabe, e por isso serei o meu grande
e único juiz. E creiam-me, não há juiz mais severo do que
o confronto com nossa própria culpa. Ao contrário do que
se pensa Deus não julga, o amor jamais julga algo ou
alguém, o amor é símbolo de unificação, e o ódio símbolo
de separação, e cabe ao ser reconhecer por si só seus
atos.
3. Jamais alguém sofrerá a danação no inferno ou em
qualquer lugar do gênero como se supõe. Deus não
seria toda bondade se enviasse ao inferno alguém por
suas faltas, por seus erros, ou seja, pelos seus
pecados. A lei do amor funciona de forma contrária a do
ódio, que tem por lei olho por olho.
No amor, por exemplo, um homicida nascerá com o
profundo desejo curar ou salvar vidas, e será
direcionado a participar de grandes grupos de cura
junto com outros que o fazem normalmente, podendo
ser um médico, bombeiro, ou outros auxiliadores das
dores humanas.
4. Contudo continuo aqui neste salão de paredes
reluzentes, translúcidas, minha vida se
desenrolando passo a passo, desde o momento da
união de minha alma a este corpo que por hora já
se foi. Revendo o início de tudo, desde o começo
da gravidez de minha mãe biológica, escolhida por
mim, para complementar os acertos e erros da vida
pregressa. O casal que escolhi para serem meus
pais, é que fizeram o alicerce da nova casa que
habitei (vida).
5. E foi a partir deste alicerce que tive construir a minha nova
morada. Devo agradecer e não amaldiçoá-los por
qualquer falha ou enganos que cometeram, até porque
foram a partir destes que aprendi e aprendendo pude
corrigi-los, porque o que já está bem feito, está bem feito,
e sobre o que já está bem feito não se aprende nada. Só
se corrige o que está mal feito, esta e a graça de vir a este
mundo, são corrigir as imperfeições, com as limitações
impostas pelo signo e seu ascendente, dado que sob o
signo que se nasce é que são abertas as janelas para
este mundo, ferramentas do qual eu tenho para edificar a
obra.
6. Quando encarnado jamais imaginei que o autor e ator de
tudo eram eu. E até me questionava sempre querendo
saber o porquê de tanto sofrimento! E somente agora me
dei conta que as escolhas foram minha e segundo minhas
necessidades de aprendizado. Agora sei que não há
acasos! Tudo é planejado conforme as necessidades,
desde doenças, traumas, isto ou aquilo, ter ou não ter,
qualquer que seja o motivo ou a razão, tudo e até mesmo
os grandes traumas intrauterinos, (medos que
desconhecemos).
7. Como disse a escolha foi minha. Anteriormente quando aqui
estive (por já estive aqui outras vezes) eu optei por uma
nova encarnação e que seria do sexo masculino. Para que
ocorra a opção do sexo a alma tem que ser atraída por um
dos cônjuges. A lei da atração é o amor, ou seja, se for
masculino, é atraído pelo amor para com a mãe, e se for
feminino, a atração é pelo amor com o pai. Qualquer termo
fora estes dois é segundo a necessidade do aprendizado.
Dado que ocorre com algum desequilíbrio hormonal,
emocional do casal, ou vicio que se adquire na fase sexual
pré-adolescente.
8. Com ajuda de amigos (astrais) procurei um casal que pelo
seu estilo de vida propiciasse as minhas necessidades.
Encontrado me aproximei e fiquei ao lado até o momento
que calculado daria a data do nascimento, determinando
assim signo e até a hora do nascimento.
E na hora certa prevista, a cúpula se iniciou, acompanhei
passo a passo o desenvolvimento do feto, protegendo,
induzindo formas mentais para que a criança tivesse a
sensibilidade à altura de minha evolução.
9. No final de quatro meses foi me dado o soro do esquecimento
um bloqueio às minhas memórias passadas que me impedia
lembrar-se de tudo que já fizera, e isso porque se eu já viesse
sabendo o que iria acontecer poderia me esquivar dos outros
aprendizados e fizesse só o que era para fazer e fugisse do
restante da aula.
E no quinto mês da gravidez um cordão umbilical foi ligado a
mim, e deste momento em diante eu estava encarnado
novamente para aprender e me aperfeiçoar. Mas, aprender o
que mesmo? A sim! - “Que para uma gota d’ água não secar,
deve-se misturá-la ao oceano, a sua origem”.