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Modelo Conceitual
Michel Alves dos Santos ∗
Outubro de 2011
1 Modelo Conceitual
Modelo Conceitual é um tipo de modelo que
foca suas atenções na representação dos concei-
tos e características observados no ambiente, ig-
norando particularidades de implementação ou
construção de um artefato. No início do projeto
de um artefato interativo é difícil explicar e dis-
cutir com outros projetistas como vai se dar a
interação, pois a interação acontece no espaço-
tempo. As relações entre as formas do arte-
fato (espaço) e as sequências de transformações
(tempo) podem estar claras na mente, mas no
momento de apresentar ou assimilar uma idéia,
a tradução da idéia pode torna-se extremamente
complexa, o que podemos traduzir como o efeito
das ações sobre o artefato.
Um bom modelo conceitual permite prever o
efeito de ações tomadas presentemente e futu-
ramente relacionando suas consequências. Sem
um bom modelo conceitual opera-se sob co-
mando cego. Efetuam-se operações receitadas,
sem saber que efeitos esperar ou, o que fazer
se as ações tomadas não produzirem resultado.
Conforme as coisas vão dando certo, aprende-se
a operar. Agora, quando as ações são improdu-
tivas ou quando nos deparamos com situações
novas necessita-se de um maior entendimento,
de um bom modelo.
Consideremos o exemplo de uma tesoura.
Mesmo que nunca tenhamos visto uma anterior-
mente, é claro o seu limitado número de funções
possíveis. Os buracos deixam evidente que algo
deve ser colocado neles, e a única coisa lógica
de se colocar e que pode encaixar são os dedos.
Os buracos têm affordances1
, que possibilitam
∗Bacharelando em Ciência da Computação, Univer-
sidade Federal do Estado de Alagoas (UFAL). E-mail:
michel.mas@gmail.com. Disciplina: Interação Homem-
Computador. Docente Responsável: Fábio Paraguaçu.
1Affordance é a qualidade de um objeto, ou de um
ambiente, que permite que um indivíduo realize uma
ação. O termo é utilizado em vários campos, como
em psicologia de percepção, psicologia cognitiva, psico-
logia de ambiente, design industrial, interação homem-
que os dedos sejam inseridos. O tamanho dos
buracos fornece restrições que limitam quais de-
dos podem ser usados: o buraco maior sugere
diversos dedos e o menor apenas um. O mapea-
mento entre os buracos e os dedos é então suge-
rido e restringido pelos buracos. Entretanto, a
operação não é limitada à colocação dos dedos
corretos. A tesoura irá funcionar com qualquer
dedo. Consegue-se entender a tesoura e seu fun-
cionamento porque suas partes são visíveis e as
implicações claras. O modelo conceitual é por-
tanto claro, e até óbvio, existindo um efetivo uso
de affordances.
Um contra exemplo, é o de um relógio di-
gital simples, com dois ou até quatro botões
no mostrador. Para que servem esses botões?
Como descobrir se são de puxar e empurrar e
não girar? Como acertar a hora, a data? Não
existe um relacionamento evidente entre os con-
troles e suas funcionalidades, nenhum mapea-
mento claro e aparente.
O modelo conceitual do artefato não precisa
necessariamente ser igual ao modelo mental do
usuário. Na verdade, isso é impossível de acon-
tecer, pois cada pessoa interpreta o mundo de
forma diferente e o artefato é sempre o mesmo.
Para objetos do dia a dia, modelos conceituais
podem ser bastante simples, mas quando consi-
deramos a complexidade de sistemas computa-
cionais, a relevância de um bom modelo é mais
que óbvia e necessária.
Figura 1: Exemplo de Modelo Conceitual: Arqui-
tetura von Neumann.
computador, design de interação e inteligência artificial.
De forma mais intuitiva, affordance pode ser entendida
como: quanto potencial a forma de um objeto possui
para que ele seja manipulado da maneira que fora pen-
sado para funcionar. Por exemplo, uma maçaneta re-
donda de porta convida o usuário a girá-la.
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Modelo Conceitual: Entendendo Funcionamento de Artefatos

  • 1. Modelo Conceitual Michel Alves dos Santos ∗ Outubro de 2011 1 Modelo Conceitual Modelo Conceitual é um tipo de modelo que foca suas atenções na representação dos concei- tos e características observados no ambiente, ig- norando particularidades de implementação ou construção de um artefato. No início do projeto de um artefato interativo é difícil explicar e dis- cutir com outros projetistas como vai se dar a interação, pois a interação acontece no espaço- tempo. As relações entre as formas do arte- fato (espaço) e as sequências de transformações (tempo) podem estar claras na mente, mas no momento de apresentar ou assimilar uma idéia, a tradução da idéia pode torna-se extremamente complexa, o que podemos traduzir como o efeito das ações sobre o artefato. Um bom modelo conceitual permite prever o efeito de ações tomadas presentemente e futu- ramente relacionando suas consequências. Sem um bom modelo conceitual opera-se sob co- mando cego. Efetuam-se operações receitadas, sem saber que efeitos esperar ou, o que fazer se as ações tomadas não produzirem resultado. Conforme as coisas vão dando certo, aprende-se a operar. Agora, quando as ações são improdu- tivas ou quando nos deparamos com situações novas necessita-se de um maior entendimento, de um bom modelo. Consideremos o exemplo de uma tesoura. Mesmo que nunca tenhamos visto uma anterior- mente, é claro o seu limitado número de funções possíveis. Os buracos deixam evidente que algo deve ser colocado neles, e a única coisa lógica de se colocar e que pode encaixar são os dedos. Os buracos têm affordances1 , que possibilitam ∗Bacharelando em Ciência da Computação, Univer- sidade Federal do Estado de Alagoas (UFAL). E-mail: michel.mas@gmail.com. Disciplina: Interação Homem- Computador. Docente Responsável: Fábio Paraguaçu. 1Affordance é a qualidade de um objeto, ou de um ambiente, que permite que um indivíduo realize uma ação. O termo é utilizado em vários campos, como em psicologia de percepção, psicologia cognitiva, psico- logia de ambiente, design industrial, interação homem- que os dedos sejam inseridos. O tamanho dos buracos fornece restrições que limitam quais de- dos podem ser usados: o buraco maior sugere diversos dedos e o menor apenas um. O mapea- mento entre os buracos e os dedos é então suge- rido e restringido pelos buracos. Entretanto, a operação não é limitada à colocação dos dedos corretos. A tesoura irá funcionar com qualquer dedo. Consegue-se entender a tesoura e seu fun- cionamento porque suas partes são visíveis e as implicações claras. O modelo conceitual é por- tanto claro, e até óbvio, existindo um efetivo uso de affordances. Um contra exemplo, é o de um relógio di- gital simples, com dois ou até quatro botões no mostrador. Para que servem esses botões? Como descobrir se são de puxar e empurrar e não girar? Como acertar a hora, a data? Não existe um relacionamento evidente entre os con- troles e suas funcionalidades, nenhum mapea- mento claro e aparente. O modelo conceitual do artefato não precisa necessariamente ser igual ao modelo mental do usuário. Na verdade, isso é impossível de acon- tecer, pois cada pessoa interpreta o mundo de forma diferente e o artefato é sempre o mesmo. Para objetos do dia a dia, modelos conceituais podem ser bastante simples, mas quando consi- deramos a complexidade de sistemas computa- cionais, a relevância de um bom modelo é mais que óbvia e necessária. Figura 1: Exemplo de Modelo Conceitual: Arqui- tetura von Neumann. computador, design de interação e inteligência artificial. De forma mais intuitiva, affordance pode ser entendida como: quanto potencial a forma de um objeto possui para que ele seja manipulado da maneira que fora pen- sado para funcionar. Por exemplo, uma maçaneta re- donda de porta convida o usuário a girá-la. 1