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Vendo a fotografia

[FAIP 2012] – FOTOGRAFIA I
Prof. Marcio Duarte
Espaço
• Por ESPAÇO PLÁSTICO, entende-se os
  elementos como a superfície da imagem, a
  gama de valores – luminosidade – , a gama de
  cores e a matéria da própria imagem, com os
  quais o espectador se defronta.

• Espaço Concreto (real) X Espaço Abstrato
  (imaginário)
Espaço da representação
• A representação do espaço é uma modelização do real. No caso da
  fotografia, devemos estar conscientes que a imagem obtida é
  sempre o resultado de uma operação de recorte do continuum
  espacial, uma seleção que, consciente ou inconscientemente,
  responde sempre aos interesses do fotógrafo. É no espaço da
  representação, enquanto dimensão coadjuvante e estrutural, que
  tem lugar o desdobramento dos elementos plásticos e as técnicas
  compositivas que examinámos até ao momento.

• A inclusão de um sub-tópico dedicado ao exame do espaço da
  representação deve-nos ajudar a definir como é o espaço que
  constrói a fotografia que analisamos, desde as suas variáveis mais
  materiais até às suas implicações mais filosóficas.
Espaço da representação
• No campo da fotografia, o controlo do parâmetro técnico
  da abertura do diafragma e a objetiva eleita pelo fotógrafo
  possibilitam a construção da dimensão espacial da imagem.

   –   Campo/Fora de campo
   –   Aberto/Fechado
   –   Interior/Exterior
   –   Concreto/Abstrato
   –   Profundo/Plano
   –   Habitabilidade
   –   Encenação
   –   Outros
   –   Comentários
Todo o ato fotográfico implica “uma tomada de
     vista ou olhar na imagem”, quer dizer, um
                                 gesto de corte.
                                Philippe Dubois
Campo/Fora de campo
• O campo fotográfico define-se como o espaço
  representado na materialidade da imagem, e que
  constitui a expressão plena do espaço da
  representação fotográfica. Mas a compreensão e
  interpretação do campo visual pressupõe sempre a
  existência de um fora de campo, que se lhe supõe
  contíguo e que o sustenta.

• Sem dúvida, o fora de campo e a ausência são
  elementos estruturais de uma interpretação ou leitura
  da representação fotográfica, como sucede no terreno
  da representação fílmica.
Campo/Fora de campo
• As formas de representação do fora de campo em fotografia e as
  suas significações podem ser muito variadas. A representação
  fotográfica dominante, que poderíamos relacionar com o
  paradigma de representação clássico, caracteriza-se por oferecer
  um campo visual fragmentário, mas que oculta, ao mesmo tempo,
  a sua natureza descontínua, mediante um apagamento das marcas
  enunciativas para que o espectador não perceba a natureza
  artificial da construção visual. O paradigma clássico baseia-se na
  construção de uma impressão de realidade, mais acentuada ainda
  que noutros meios audiovisuais como o cinema e o vídeo.

• Independentemente de outras reflexões, torna-se evidente que os
  objetos ou personagens no campo podem “apontar” para o fora de
  campo, com o que se obtém uma complicação de ambos por
  contiguidade; mas, sobretudo, espelhos, sombras, etc. são
  elementos que inscrevem diretamente o fora de campo no campo.
Billy Ray
NICHOLAS NIXON
Aberto/Fechado
• Este par de conceitos não se refere somente à
  dimensão física ou material da representação.
  A representação de um espaço aberto tem
  uma série de implicações no que respeita às
  determinações que este contém
  relativamente ao sujeito ou objeto
  fotografado, e também com o tipo de relação
  de fruição que a imagem promove no
  espectador. O mesmo sucede com os espaços
  fechados.
ROBERT DOISNEAU
ROBERT DOISNEAU
Interior/Exterior
• Este par de conceitos não se refere somente à
  dimensão física ou material da representação.
  A representação de um espaço interior tem
  uma série de implicações no que respeita às
  determinações que este contém
  relativamente ao sujeito ou objeto
  fotografado, e também com o tipo de relação
  de fruição que a imagem promove no
  espectador. O mesmo sucede com os espaços
  exteriores.
ROBERT FRANK
HENRI CARTIE-BRESSON
Concreto/Abstracto
• Este par de conceitos não se refere somente à
  dimensão física ou material da representação. A
  representação de um espaço concreto tem uma
  série de implicações no que respeita às
  determinações que este contém relativamente
  ao sujeito ou objeto fotografado, e também com
  o tipo de relação de fruição que a imagem
  promove no espectador. O mesmo sucede com
  os espaços abstratos. Os efeitos metafóricos que
  a representação de um ou outro tipo de espaço
  supõe.
CHARLES HARBUTT
ROBERT MAPPLETHORPE
Profundo/Plano
• No estudo do sistema compositivo temos feito
  referência à importância da perspectiva e da
  profundidade de campo na construção do
  espaço da representação. Neste nível de
  análise, trata-se de avaliar em que medida a
  representação plana do espaço corresponde a
  um olhar mais estandardizado ou normalizado
  como o classicismo, em confronto com a
  representação em profundidade, mais
  próxima da configuração plástica barroca.
HENRI CARTIE-BRESSON
HENRI CARTIE-BRESSON
Habitabilidade/Simbólico
•   Segundo o grau de abstração da imagem, torna-se mais ou menos fácil que o espaço
    possa ser habitável pelo espectador. A habitabilidade faz referência ao tipo de
    implicação que a representação fotográfica promove na operação de leitura da
    imagem. Deste modo, a habitabilidade em função da identificação ou distanciamento,
    atua como forças centrípeta e centrifuga, que o espaço sugira ao espectador.
•   A caracterização de um espaço como espaço simbólico produz-se quando a
    representação fotográfica se afasta da vocação indicial da fotografia, enquanto marca
    do real.
•   Se em alguns fotógrafos David Kinsey ou Timothy O’Sullivan a fotografia de paisagem
    tem um valor testemunhal, em Ansel Adams todo o trabalho parece dirigir-se para “a
    construção de uma visão substancialmente estética do mundo e das coisas”. Em
    Adams, a poética indicialista é substituída por “um trabalhado jogo luminoso que
    estende pontes entre a cascata, o rio e o arco-íris criando uma emotiva sensibilidade
    dramática ante a luz” (p. 152).
•   De facto, o espaço simbólico de que vimos falando poderia considerar-se como um
    espaço subjectivo, em termos estritamente semânticos. O reconhecimento de uma
    poética simbólica é algo que dependerá do sujeito que realize a análise, já que na
    operação de leitura o que irrompe é também a própria experiência subjectiva do
    intérprete.
Timothy O’Sullivan
Ansel Adams
Encenação
• O dispositivo fotográfico não pode ser
  entendido como uma mero agente
  reprodutor, mas antes como um meio
  desenhado para produzir determinados
  efeitos, isto é, a impressão de realidade, entre
  outros. Neste sentido, a imagem fotográfica
  não é estranha a uma ação deliberada de
  enunciação textual, a uma encenação que
  transporta uma ideologia concreta e que
  qualquer análise não pode ignorar.
Robert Doisneau

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  • 1. Vendo a fotografia [FAIP 2012] – FOTOGRAFIA I Prof. Marcio Duarte
  • 2. Espaço • Por ESPAÇO PLÁSTICO, entende-se os elementos como a superfície da imagem, a gama de valores – luminosidade – , a gama de cores e a matéria da própria imagem, com os quais o espectador se defronta. • Espaço Concreto (real) X Espaço Abstrato (imaginário)
  • 3. Espaço da representação • A representação do espaço é uma modelização do real. No caso da fotografia, devemos estar conscientes que a imagem obtida é sempre o resultado de uma operação de recorte do continuum espacial, uma seleção que, consciente ou inconscientemente, responde sempre aos interesses do fotógrafo. É no espaço da representação, enquanto dimensão coadjuvante e estrutural, que tem lugar o desdobramento dos elementos plásticos e as técnicas compositivas que examinámos até ao momento. • A inclusão de um sub-tópico dedicado ao exame do espaço da representação deve-nos ajudar a definir como é o espaço que constrói a fotografia que analisamos, desde as suas variáveis mais materiais até às suas implicações mais filosóficas.
  • 4. Espaço da representação • No campo da fotografia, o controlo do parâmetro técnico da abertura do diafragma e a objetiva eleita pelo fotógrafo possibilitam a construção da dimensão espacial da imagem. – Campo/Fora de campo – Aberto/Fechado – Interior/Exterior – Concreto/Abstrato – Profundo/Plano – Habitabilidade – Encenação – Outros – Comentários
  • 5. Todo o ato fotográfico implica “uma tomada de vista ou olhar na imagem”, quer dizer, um gesto de corte. Philippe Dubois
  • 6. Campo/Fora de campo • O campo fotográfico define-se como o espaço representado na materialidade da imagem, e que constitui a expressão plena do espaço da representação fotográfica. Mas a compreensão e interpretação do campo visual pressupõe sempre a existência de um fora de campo, que se lhe supõe contíguo e que o sustenta. • Sem dúvida, o fora de campo e a ausência são elementos estruturais de uma interpretação ou leitura da representação fotográfica, como sucede no terreno da representação fílmica.
  • 7. Campo/Fora de campo • As formas de representação do fora de campo em fotografia e as suas significações podem ser muito variadas. A representação fotográfica dominante, que poderíamos relacionar com o paradigma de representação clássico, caracteriza-se por oferecer um campo visual fragmentário, mas que oculta, ao mesmo tempo, a sua natureza descontínua, mediante um apagamento das marcas enunciativas para que o espectador não perceba a natureza artificial da construção visual. O paradigma clássico baseia-se na construção de uma impressão de realidade, mais acentuada ainda que noutros meios audiovisuais como o cinema e o vídeo. • Independentemente de outras reflexões, torna-se evidente que os objetos ou personagens no campo podem “apontar” para o fora de campo, com o que se obtém uma complicação de ambos por contiguidade; mas, sobretudo, espelhos, sombras, etc. são elementos que inscrevem diretamente o fora de campo no campo.
  • 10. Aberto/Fechado • Este par de conceitos não se refere somente à dimensão física ou material da representação. A representação de um espaço aberto tem uma série de implicações no que respeita às determinações que este contém relativamente ao sujeito ou objeto fotografado, e também com o tipo de relação de fruição que a imagem promove no espectador. O mesmo sucede com os espaços fechados.
  • 13. Interior/Exterior • Este par de conceitos não se refere somente à dimensão física ou material da representação. A representação de um espaço interior tem uma série de implicações no que respeita às determinações que este contém relativamente ao sujeito ou objeto fotografado, e também com o tipo de relação de fruição que a imagem promove no espectador. O mesmo sucede com os espaços exteriores.
  • 16. Concreto/Abstracto • Este par de conceitos não se refere somente à dimensão física ou material da representação. A representação de um espaço concreto tem uma série de implicações no que respeita às determinações que este contém relativamente ao sujeito ou objeto fotografado, e também com o tipo de relação de fruição que a imagem promove no espectador. O mesmo sucede com os espaços abstratos. Os efeitos metafóricos que a representação de um ou outro tipo de espaço supõe.
  • 19. Profundo/Plano • No estudo do sistema compositivo temos feito referência à importância da perspectiva e da profundidade de campo na construção do espaço da representação. Neste nível de análise, trata-se de avaliar em que medida a representação plana do espaço corresponde a um olhar mais estandardizado ou normalizado como o classicismo, em confronto com a representação em profundidade, mais próxima da configuração plástica barroca.
  • 22. Habitabilidade/Simbólico • Segundo o grau de abstração da imagem, torna-se mais ou menos fácil que o espaço possa ser habitável pelo espectador. A habitabilidade faz referência ao tipo de implicação que a representação fotográfica promove na operação de leitura da imagem. Deste modo, a habitabilidade em função da identificação ou distanciamento, atua como forças centrípeta e centrifuga, que o espaço sugira ao espectador. • A caracterização de um espaço como espaço simbólico produz-se quando a representação fotográfica se afasta da vocação indicial da fotografia, enquanto marca do real. • Se em alguns fotógrafos David Kinsey ou Timothy O’Sullivan a fotografia de paisagem tem um valor testemunhal, em Ansel Adams todo o trabalho parece dirigir-se para “a construção de uma visão substancialmente estética do mundo e das coisas”. Em Adams, a poética indicialista é substituída por “um trabalhado jogo luminoso que estende pontes entre a cascata, o rio e o arco-íris criando uma emotiva sensibilidade dramática ante a luz” (p. 152). • De facto, o espaço simbólico de que vimos falando poderia considerar-se como um espaço subjectivo, em termos estritamente semânticos. O reconhecimento de uma poética simbólica é algo que dependerá do sujeito que realize a análise, já que na operação de leitura o que irrompe é também a própria experiência subjectiva do intérprete.
  • 25. Encenação • O dispositivo fotográfico não pode ser entendido como uma mero agente reprodutor, mas antes como um meio desenhado para produzir determinados efeitos, isto é, a impressão de realidade, entre outros. Neste sentido, a imagem fotográfica não é estranha a uma ação deliberada de enunciação textual, a uma encenação que transporta uma ideologia concreta e que qualquer análise não pode ignorar.