O documento discute as dificuldades de convivência familiar e como melhorar a harmonia no lar. Sugere que os membros da família devem cobrar mais de si mesmos do que dos outros e elogiar as virtudes um do outro. Também enfatiza a importância do diálogo para manter a afetividade familiar.
18. Um dos mais graves problemas
humanos está na dificuldade de
convivência no lar. Pessoas que
enfrentam desajustes físicos e
psíquicos tem, não raro, uma história
de incompatibilidade familiar,
marcada por frequentes conflitos.
19. Espíritos que se prejudicaram uns aos outros
e que, não raro, foram inimigos ferozes,
reencontram-se no reduto doméstico.
Unidos não por afetividade, nem por
afinidade, e sim por imperativos de
reconciliação, no cumprimento das leis
divinas, enfrentam inegáveis dificuldades
para a harmonização, mesmo porque
conservam, inconscientemente, a mágoa do
passado. Daí as desavenças fáceis que
conturbam a vida familiar.
20. Importante considerar, todavia, que
esses desencontros são decorrentes
muito mais de nosso
comportamento no presente do que
dos compromissos do pretérito. Não
seria razoável Deus nos reunir no lar
para nos agredir e magoarmos uns
aos outros.
21. Se desejamos melhorar o ambiente doméstico,
em favor da harmonização, o primeiro passo é
inverter o processo de cobrança.
Normalmente os membros de uma casa
esperam demais dos outros, reclamando
atenção, respeito, compreensão, tolerância . . . A
moral cristã ensina que devemos cobrar tudo
isso sim, e muito mais, mas de nós mesmos,
porquanto nossa harmonia íntima depende não
do que recebemos, mas do que damos. E,
melhorando-nos, fatalmente estimularemos os
familiares a fazer o mesmo.
22. Diante de familiares difíceis, não
diga: "É minha cruz!" O único peso
que carregamos, capaz de esmagar a
alegria e o bom-ânimo, é o de nossa
milenar rebeldia ante os sábios
planos de Deus;
23. Elogie as virtudes do familiar, ainda
que incipientes, e jamais critique
seus defeitos. Como plantinhas
tenras, tanto uns como outros
crescem na proporção em que os
alimentamos;
24. Evite, no lar, hábitos e atitudes não
compatíveis com as normas de
respeito pelos companheiros de
jornada evolutiva, pois fica difícil
sustentar a harmonia doméstica;
25. Cultive o diálogo. Diz André Luiz que
quando os companheiros de um lar
perdem o gosto pela conversa, a
afetividade logo deixa a família.
26. “A família é um grupo de espíritos
normalmente necessitados,
desajustados, em compromisso
inadiável para a reparação, graças a
contingência reencarnatória.”
27. “A família é, antes de tudo, um
laboratório de experiências
reparadoras, na qual a felicidade e a
dor se alternam, programando a paz
futura.”
29. A família é a célula básica da
sociedade, onde a criança forma sua
identidade e amadurece
emocionalmente. A família
estabelece as funções entre seus
membros. É o espaço de confrontação
de gerações e onde homens e
mulheres manifestam suas diferenças
e relações de poder.
30. Nem sempre é fácil o entendimento
entre os membros da família. A
rápida evolução da sociedade
frequentemente gera conflitos dentro
da família e fora dela. É
compreensível e natural que os
jovens e os adultos tenham uma visão
de mundo diferente.
31. O conflito entre gerações sempre existiu.
Seria surpreendente se um adolescente
pensasse como uma pessoa madura. Os
jovens têm impulsos de rebeldia quando
começam a formar seus próprios valores.
Todavia, com o passar dos anos
compreendem que os pais tinham razão
em muitas coisas com as quais não
concordavam no passado.
32. A experiência de vida e o amor dos pais
pelos filhos são fatores importantes para
o bom relacionamento familiar. Compete
aos pais facilitar esse relacionamento com
flexibilidade e espírito jovial. Educar com
liberdade e ensinar a administrá-la com
responsabilidade é a melhor forma para
desenvolver a confiança e consolidar a
amizade entre pais e filhos.
33. Atualmente, um dos maiores conflitos
entre pais e filhos se dá no aspecto
material. O pai e a mãe que não dedicam
muito tempo e atenção aos filhos, acabam
tentando compensar sua ausência com
recompensas materiais. Esses pais
desconhecem que as crianças não
desenvolvem suas relações apenas em
termos de tempo, mas também pela
forma como se desenvolvem essas
relações.
34. Os pais que têm dificuldade de
demonstrar afeto reforçam ainda
mais os conflitos. A criança que
percebe o sentimento de culpa ou a
dificuldade dos pais em demonstrar
afeto poderá manipular e fazer
chantagem emotiva para obter mimos
ou regalias.
35. Pais sensatos são aqueles que observam a
educação e os conflitos familiares como
algo que requer sabedoria, dedicação e
amor para lidar com tão complicada
tarefa. É necessário respeito mútuo e
reconhecer que as pessoas são únicas e
diferentes. São essas diferenças que as
tornam especiais. Há necessidade de
reflexão e tranquilidade para manter o
equilíbrio de forças antagônicas que
existem nas relações familiares.