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Física II – 2° ano – Prof°. Wellington Sampaio

                                              FÍSICA E HISTÓRIA:

                         CAPITALISMO, MÁQUINAS TÉRMICAS E A TERMODINÂMICA

        Será que o conhecimento físico surge do nada ou ele já é um saber
pronto e acabado que sempre existiu e continua aí só pra atormentar a vida
dos alunos de ensino médio às vésperas do vestibular? A resposta: não! O
conhecimento, em quase sua totalidade, surge da necessidade como
resposta a um problema. Quando nos referimos a Termodinâmica (do grego
therme, que significa calor, e dynamis, que significa potência) estamos no
referindo a um ramo da física que despontou a todo vapor – literalmente –
durante o século XVIII. Para entendermos, no geral, o contexto histórico que
envolve a origem da termodinâmica, vamos aos fatos.

         Embora as máquinas térmicas (dispositivos capazes de converter
energia térmica – o calor – em trabalho mecânico, ou seja, movimento) tivessem papel importante durante a
Revolução Industrial, na antiguidade clássica já havia sido desenvolvido aquilo que ficou conhecido como a primeira
máquina térmica da história – a eolípila – também conhecida como a Máquina de Heron. Nada de especial esse
aparelho possuía e sua função era basicamente de entretenimento. Ele consistia em uma câmara com tubos
encurvados e, dentro, era depositada água. Ao ser aquecido, o vapor de água era expelido pelos orifícios e, pelo
princípio da Ação e Reação (ou 3ª Lei de Newton), a câmara era colocada em rotação.

                            Somente durante a Revolução Industrial é que as máquinas térmicas ganharam
                            destaque, dando impulso ao sistema de produção Capitalista. Sua origem nos remete ao
                            feudalismo (idade Medieval) período no qual os primórdios das indústrias surgiram – as
                            chamadas corporações de ofício – no século XII. Essas corporações eram unidades de
                            produção artesanal marcadas pela hierarquia e o controle da técnica de produção das
                            mercadorias pelo produtor. Surge também nessa época as noções básicas do capitalismo,
                            as ideias de lucro e produtividade. Com as Grandes Navegações, no século XV e XVI, as
                            atividades econômicas se expandem e a produção de mercadorias em pequena escala
                            das corporações de ofício já não é mais suficiente para suprir a demanda do mercado
                            consumidor. Esse sistema arcaico é substituído pela produção manufatureira.
                            Na produção manufatureira, artesãos trabalhavam sob encomenda e eram dirigidos por
                            um comerciante que controlava a produção de vários artesãos. As ferramentas e a
                            matéria-prima pertenciam ao comerciante e, em troca, os artesãos recebiam um salário.
                            Com a prática, por volta do século XVIII, vários desses comerciantes perceberam que
                            poderiam aprimorar esse trabalho aumentando a produção e os seus lucros. Seria muito
melhor se os comerciantes reunissem esses artesãos em um único local no qual todos trabalhariam sob a sua
vigilância (agora a produção poderia ser controlada de perto, haveria menos desperdício de matéria-prima, dentre
outras vantagens). Surge, assim, o sistema fabril.
         Com a produção de mercadorias em série, cada trabalhador poderia se especializar em uma única etapa da
produção e, assim, melhorar o ritmo e a qualidade da produção. Com a redução dos gastos nessa nova maneira de
produção, os comerciantes aumentavam seus lucros e o mercado consumidor.
         As fábricas foram o símbolo da Revolução Industrial, trazendo boas e más conseqüências, pois, por exemplo,
ao mesmo tempo que elas propiciaram o crescimento das cidades, elas trouxeram prejuízos ao meio ambiente
(poluição devido descarte de resíduos tóxicos) e à classe trabalhadora da época (eles eram explorados com baixos
salários e rapidamente perderam espaço para as máquinas, que os substituíam em várias etapas da produção).

Por que na Inglaterra?

        Uma série de motivos foram os responsáveis pelo fato da Revolução Industrial ter ocorrido na Inglaterra.
Analisá-los todos e com muita profundidade demandaria tempo demais e, por isso, vamos comentar de modo
sucinto só os principais.
        A Inglaterra possuía controle de vários mercados consumidores e sua economia estava em expansão tanto
interna quanto externa. Havia um grande capital acumulado devido a sua tradição com o comércio marítimo e o
tráfico negreiro. Além disso, grande oferta de mão-de-obra existia devido à expulsão dos camponeses das suas
terras (grandes extensões de terra foram desapropriadas para a criação de ovelhas para a produção de lã
empregada na produção de tecidos). Até mesmo os artesãos tiveram que se render ao sistema de produção fabril,
pois eles não suportaram a concorrência.
        A produção de tecidos na Inglaterra era intensa e, com o tempo, percebeu-se que os tecidos de algodão
eram mais vantajosos que os de lã, pois era mais barato. Mas havia um problema: o produto comercializado pelos
ingleses vinha da Índia (mais barato e de ótima qualidade). Os pequenos produtores de algodão, em consequência,
decidiram abrir concorrência com o produto indiano se estabelecendo perto dos portos ingleses e, para isso, esses
produtores precisavam aprimorar suas técnicas de cultivo. Esse fato é, digamos, o “estopim”, para uma revolução
tecnológica sem precedentes.
        Para o cultivo do algodão era necessário melhorar as técnicas de plantio, o que passava pelo aprimoramento
das técnicas de irrigação. Até a época em questão, os modos de se tirar água do poço eram por meio extensos
“canudos” ligados a uma câmara de vácuo (pelo mesmo princípio que conseguimos tomar suco com um canudinho).
Esse modo de retirar água de poços era aplicável quando os poços tinham profundidade máxima de 10 metros; os
que eram mais profundos, no entanto, não eram exploráveis. Nessa época um engenheiro militar inglês chamado
Thomas Savery desenvolveu um mecanismo para a extração de água de poços profundos. Esse aparelho já era um
motor a vapor cujo combustível era o carvão mineral. O carvão mineral, por sua vez, era encontrado em
profundidades consideráveis e para extraí-lo, era preciso recolher a água das aberturas feitas no solo para sua
extração. Como se percebe, isso gerava um círculo vicioso no qual a máquina a vapor era movida pelo carvão e o
carvão estava em minas inundadas que, para drenar a água, era preciso o auxílio da máquina. Esse conhecimento
prático serviu como propulsor para o aperfeiçoamento desta máquina térmica.
        Paralelamente às melhorias das técnicas de plantio de algodão, nas fábricas em si, os motores a combustão
já eram usados. O matemático e engenheiro escocês James Watt avançou na tecnologia dos motores a vapor
amplamente usados nas fábricas e posteriormente nas locomotivas. Estava aí montado o panorama necessário para
a Revolução Industrial cujas conseqüências vivenciamos até hoje. Toda a tecnologia dos carros e refrigeradores, por
exemplo, passa pelos conceitos que serão estudados em Termodinâmica. É com base em todos esses
acontecimentos históricos e suas conseqüências é que daremos continuidade ao nosso estudo. É claro que todas as
informações aqui contidas foram “filtradas” e resumidas, tentando não se sacrificar muito os fatos e a biografia dos
personagens que contribuíram para a construção deste ramo da Física. Consulte a bibliografia a seguir caso queira
se aprofundar mais no assunto.

Bibliografia:

FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. São Paulo. Editora Ática, 2002, 440 p.

MÁXIMO, Antônio e ALVARENGA, Beatriz. Curso de Física. São Paulo, Scipione, 2000.

WIKIPÉDIA, A Enciclopédia Livre. <http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal>. Acesso em 27/09/2009.




  A ENERGIA DE JOULE
                                                              JAMES WATT A TODO VAPOR
  James Prescott Joule foi uma vez
  O revolucionário industrial inglês quem fez                 James Watt a todo vapor
                                                              Aplicou a conversão de calor
  Uso da sua jovem potencial energia                          Movida pela revolução industrial
  Ligando-se na conservação que existia                       Em trabalho com perda parcial
  Enquanto transformava energia em energia                    Seguindo o ciclo de carnot

  Obs:De tanto tratar de tal tema                             Watt se tornou a unidade da potência
  Acabou virando unidade do sistema                           Ao construir a Máquina aliada à ciência
                                                              Todo vapor que é fonte de energia cinética
                                                              Tem pavor da frente fria cibernética
                                                              Obs: A automação moderna tem como perna
                                                              A busca de um rendimento de 100%
                                                              O trabalhador rende o serviço ao maquinário
                                                              E a máquina rende o lucro do seu salário
                                                                                              (Washington Lerias)

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  • 1. Física II – 2° ano – Prof°. Wellington Sampaio FÍSICA E HISTÓRIA: CAPITALISMO, MÁQUINAS TÉRMICAS E A TERMODINÂMICA Será que o conhecimento físico surge do nada ou ele já é um saber pronto e acabado que sempre existiu e continua aí só pra atormentar a vida dos alunos de ensino médio às vésperas do vestibular? A resposta: não! O conhecimento, em quase sua totalidade, surge da necessidade como resposta a um problema. Quando nos referimos a Termodinâmica (do grego therme, que significa calor, e dynamis, que significa potência) estamos no referindo a um ramo da física que despontou a todo vapor – literalmente – durante o século XVIII. Para entendermos, no geral, o contexto histórico que envolve a origem da termodinâmica, vamos aos fatos. Embora as máquinas térmicas (dispositivos capazes de converter energia térmica – o calor – em trabalho mecânico, ou seja, movimento) tivessem papel importante durante a Revolução Industrial, na antiguidade clássica já havia sido desenvolvido aquilo que ficou conhecido como a primeira máquina térmica da história – a eolípila – também conhecida como a Máquina de Heron. Nada de especial esse aparelho possuía e sua função era basicamente de entretenimento. Ele consistia em uma câmara com tubos encurvados e, dentro, era depositada água. Ao ser aquecido, o vapor de água era expelido pelos orifícios e, pelo princípio da Ação e Reação (ou 3ª Lei de Newton), a câmara era colocada em rotação. Somente durante a Revolução Industrial é que as máquinas térmicas ganharam destaque, dando impulso ao sistema de produção Capitalista. Sua origem nos remete ao feudalismo (idade Medieval) período no qual os primórdios das indústrias surgiram – as chamadas corporações de ofício – no século XII. Essas corporações eram unidades de produção artesanal marcadas pela hierarquia e o controle da técnica de produção das mercadorias pelo produtor. Surge também nessa época as noções básicas do capitalismo, as ideias de lucro e produtividade. Com as Grandes Navegações, no século XV e XVI, as atividades econômicas se expandem e a produção de mercadorias em pequena escala das corporações de ofício já não é mais suficiente para suprir a demanda do mercado consumidor. Esse sistema arcaico é substituído pela produção manufatureira. Na produção manufatureira, artesãos trabalhavam sob encomenda e eram dirigidos por um comerciante que controlava a produção de vários artesãos. As ferramentas e a matéria-prima pertenciam ao comerciante e, em troca, os artesãos recebiam um salário. Com a prática, por volta do século XVIII, vários desses comerciantes perceberam que poderiam aprimorar esse trabalho aumentando a produção e os seus lucros. Seria muito melhor se os comerciantes reunissem esses artesãos em um único local no qual todos trabalhariam sob a sua vigilância (agora a produção poderia ser controlada de perto, haveria menos desperdício de matéria-prima, dentre outras vantagens). Surge, assim, o sistema fabril. Com a produção de mercadorias em série, cada trabalhador poderia se especializar em uma única etapa da produção e, assim, melhorar o ritmo e a qualidade da produção. Com a redução dos gastos nessa nova maneira de produção, os comerciantes aumentavam seus lucros e o mercado consumidor. As fábricas foram o símbolo da Revolução Industrial, trazendo boas e más conseqüências, pois, por exemplo, ao mesmo tempo que elas propiciaram o crescimento das cidades, elas trouxeram prejuízos ao meio ambiente (poluição devido descarte de resíduos tóxicos) e à classe trabalhadora da época (eles eram explorados com baixos salários e rapidamente perderam espaço para as máquinas, que os substituíam em várias etapas da produção). Por que na Inglaterra? Uma série de motivos foram os responsáveis pelo fato da Revolução Industrial ter ocorrido na Inglaterra. Analisá-los todos e com muita profundidade demandaria tempo demais e, por isso, vamos comentar de modo sucinto só os principais. A Inglaterra possuía controle de vários mercados consumidores e sua economia estava em expansão tanto interna quanto externa. Havia um grande capital acumulado devido a sua tradição com o comércio marítimo e o tráfico negreiro. Além disso, grande oferta de mão-de-obra existia devido à expulsão dos camponeses das suas terras (grandes extensões de terra foram desapropriadas para a criação de ovelhas para a produção de lã empregada na produção de tecidos). Até mesmo os artesãos tiveram que se render ao sistema de produção fabril, pois eles não suportaram a concorrência. A produção de tecidos na Inglaterra era intensa e, com o tempo, percebeu-se que os tecidos de algodão eram mais vantajosos que os de lã, pois era mais barato. Mas havia um problema: o produto comercializado pelos ingleses vinha da Índia (mais barato e de ótima qualidade). Os pequenos produtores de algodão, em consequência,
  • 2. decidiram abrir concorrência com o produto indiano se estabelecendo perto dos portos ingleses e, para isso, esses produtores precisavam aprimorar suas técnicas de cultivo. Esse fato é, digamos, o “estopim”, para uma revolução tecnológica sem precedentes. Para o cultivo do algodão era necessário melhorar as técnicas de plantio, o que passava pelo aprimoramento das técnicas de irrigação. Até a época em questão, os modos de se tirar água do poço eram por meio extensos “canudos” ligados a uma câmara de vácuo (pelo mesmo princípio que conseguimos tomar suco com um canudinho). Esse modo de retirar água de poços era aplicável quando os poços tinham profundidade máxima de 10 metros; os que eram mais profundos, no entanto, não eram exploráveis. Nessa época um engenheiro militar inglês chamado Thomas Savery desenvolveu um mecanismo para a extração de água de poços profundos. Esse aparelho já era um motor a vapor cujo combustível era o carvão mineral. O carvão mineral, por sua vez, era encontrado em profundidades consideráveis e para extraí-lo, era preciso recolher a água das aberturas feitas no solo para sua extração. Como se percebe, isso gerava um círculo vicioso no qual a máquina a vapor era movida pelo carvão e o carvão estava em minas inundadas que, para drenar a água, era preciso o auxílio da máquina. Esse conhecimento prático serviu como propulsor para o aperfeiçoamento desta máquina térmica. Paralelamente às melhorias das técnicas de plantio de algodão, nas fábricas em si, os motores a combustão já eram usados. O matemático e engenheiro escocês James Watt avançou na tecnologia dos motores a vapor amplamente usados nas fábricas e posteriormente nas locomotivas. Estava aí montado o panorama necessário para a Revolução Industrial cujas conseqüências vivenciamos até hoje. Toda a tecnologia dos carros e refrigeradores, por exemplo, passa pelos conceitos que serão estudados em Termodinâmica. É com base em todos esses acontecimentos históricos e suas conseqüências é que daremos continuidade ao nosso estudo. É claro que todas as informações aqui contidas foram “filtradas” e resumidas, tentando não se sacrificar muito os fatos e a biografia dos personagens que contribuíram para a construção deste ramo da Física. Consulte a bibliografia a seguir caso queira se aprofundar mais no assunto. Bibliografia: FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. São Paulo. Editora Ática, 2002, 440 p. MÁXIMO, Antônio e ALVARENGA, Beatriz. Curso de Física. São Paulo, Scipione, 2000. WIKIPÉDIA, A Enciclopédia Livre. <http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal>. Acesso em 27/09/2009. A ENERGIA DE JOULE JAMES WATT A TODO VAPOR James Prescott Joule foi uma vez O revolucionário industrial inglês quem fez James Watt a todo vapor Aplicou a conversão de calor Uso da sua jovem potencial energia Movida pela revolução industrial Ligando-se na conservação que existia Em trabalho com perda parcial Enquanto transformava energia em energia Seguindo o ciclo de carnot Obs:De tanto tratar de tal tema Watt se tornou a unidade da potência Acabou virando unidade do sistema Ao construir a Máquina aliada à ciência Todo vapor que é fonte de energia cinética Tem pavor da frente fria cibernética Obs: A automação moderna tem como perna A busca de um rendimento de 100% O trabalhador rende o serviço ao maquinário E a máquina rende o lucro do seu salário (Washington Lerias)