O que é arte. Definição de arte. História da arte.
Afectividade2
1. Afectividade
O aspecto afectivo tem uma profunda influência sobre o desenvolvimento
intelectual. Ele pode acelerar ou diminuir o ritmo de desenvolvimento. Ele
pode determinar sobre que conteúdo a actividade intelectual se concentrará.
Paralelo ao desenvolvimento cognitivo está o desenvolvimento afectivo.
Afecto inclui sentimentos, interesses, desejos, tendências, valores e
emoções em geral. E é responsável pela activação da actividade intelectual.
Com as suas capacidades afectivas e cognitivas expandidas através da
contínua construção, as crianças tornam-se capazes de investir afecto e ter
sentimentos validados nelas mesmas. Neste aspecto, a auto-estima mantém
uma estreita relação com a motivação ou interesse da criança para
aprender.
O afecto é o princípio norteador da auto-estima. Após desenvolvido o
vínculo afectivo, a aprendizagem, a motivação e a disciplina como 'meio'
para conseguir o auto-controle da criança e seu bem-estar são conquistas
significativas. O desenvolvimento do afecto e da inteligência são temas
nucleares nos estudos sobre psicologia da educação. Atendendo as
necessidades afectivas de seus filhos, desde cedo, eles se tornarão mais
satisfeitos consigo mesmos e com os outros, e terão mais facilidades e
disposição para aprender.
Fora um receituário, diria que a criança sente-se amada quando:
• Precisa de consolo e encontra braços abertos: Mãos que lhe
acariciam o joelho ferido ou enxugam suas lágrimas, quando está
triste ou de mau humor;
• Ouve uma história aconchegada no colo, recebendo carícias;
• O tom de voz lhe é agradável e suave, produzindo-lhe um ambiente
sereno e sem tensão. E as palavras ditas ("-Gosto de ti!") talvez
sejam a melhor coisa.
• Não é comparada a outra, mas aceite como é (Quando for preciso
diga-lhe que não aprova ou não gosta de certas coisas que ela faz,
mas deixe claro que gosta sempre dela).
• A criança observa o seu modelo, por isso procure sorrir sempre e
cuidar do seu modo de agir diante dela.
• Considerando-se tais observações, não podemos nunca esquecer que
a criança tem, mais que o "senso", a sensibilidade da justiça, do que
é justo. Portanto não deixe que faça tudo o que quer. Procure ser
justo. Saiba dizer não, os limites devem ser colocados desde cedo.
Ofereça-lhe segurança e não lhe negue a mão. Que ela assim não
2. tenha medo, face às novas experiências que lhe são propostas.
Quanto mais coisas ela realiza, mais segura se sente. Se necessário,
não tema incentivá-la a brincar com outras crianças, fazendo com
que se relacione com pessoas diferentes. E à frente destas, que nunca
se sinta envergonhada, nem ridicularizada.
• A verdade sempre prevalece. Por exemplo, não saia às escondidas,
mesmo que ela chore e não ameace com mentiras ou coisas que não
cumprirá. Um outro aspecto a lembrar é que a super protecção cria
dependências em excesso. Seja firme sem ser duro. É importante
obedecer ao que é justo e acrescente "sei como te sentes" explicando-
lhe o porquê. Sempre é bom orientá-la sobre o que é seguro e o que é
perigoso ensinando-lhe a fazer coisas que sejam capazes (para que
conquistem auto-confiança e autonomia).
• É fundamental para o desenvolvimento da criança o brincar... o
inventar coisas (com sucata ou os próprios brinquedos), a
curiosidade.
• Poderíamos lembrar ainda que a criança precisa aprender a controlar-
se, tão logo possa compreender o sentido da palavra "controlar" e
que tenha tarefas para realizar, terminando o que começou (elogie o
que ela fez). O diálogo que a leve a reflectir sobre os outros irá
ajudá-la a respeitar as pessoas. Lembre-a que não deve rir das
pessoas, colocar-lhes apelidos ou zombar de seus erros.
• Enfim, cabe-nos ajudá-las a acreditar em si mesmas. O que a criança
pensa de si mesma é mais importante do que ela sabe.
• OS BONS SENTIMENTOS SÃO IMPORTANTES. OS
EDUCADORES SABEM QUE AS CRIANÇAS APRENDEM
MELHOR QUANDO ESTÃO SATISFEITAS COM ELAS
MESMAS.
• A criança que se sente amada, aceite, valorizada e respeitada, adquire
autonomia, confiança e aprende a amar, desenvolvendo um
sentimento de auto-valorização e importância. A auto estima é uma
coisa que se aprende. Se uma criança tem uma opinião positiva sobre
si e sobre os outros, terá maiores condições de aprender.
• O sentimento de não sou ninguém levará a criança a não se esforçar
muito, a não ter desejo de aprender, a ficar indiferente diante do
êxito ou do fracasso. E esse sentimento pode criar problemas de
aprendizagem e de comportamento.
• Maria do Rosário Silva Souza
• Psicopedagoga - Campinas/SP