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BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB   1
BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB   2
A 13 de Setembro de 1923 nascia nos Açores, na ilha de São Miguel, a
escritora e mulher que viria a dar um dos maiores contributos para a
cultura portuguesa do século XX, Natália Correia. Ainda de tenra idade
veio para Lisboa na companhia de sua mãe e irmã.
  O Liceu Filipa de Lencastre foi o local onde estudou e a Rádio Clube
Português foi onde deu início à sua vida profissional como jornalista.
Dominadora, encantadora, provocatória, irreverente, afectiva, lutadora,
são alguns dos adjectivos que mais se utilizam para caracterizar esse
grande símbolo da cultura portuguesa do século XX.
Defensora da liberdade e da cultura, desenvolveu uma intensa actividade
como escritora, poetisa e ensaísta, também entrou e marcou o mundo da
política, lutou contra o fascismo e, mais tarde, tornou-se deputada pelo
PSD e pelo PRD. Ficou célebre não só pela sua actividade literária, mas
sobretudo pelos seus discursos acesos e apaixonados proferidos no
Parlamento.

                        BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB                  3
Obras:                                                                              Reuno coisas comovidamente:
•        As Grandes Aventuras de um Pequeno Herói, 1945;                            Da mãe, o xaile azul, do namorado
•        Anoiteceu no Bairro, 1946;
•        Rio de Nuvens, 1947;
                                                                                    Um beijo no Relvão, da avó demente,
•        Poesia, 1955;                                                              O anjo que cantava no telhado;
•        Dimensão Encontrada, 1957;
•        Passaporte, 1958;
•        Comunicação, 1959;                                                         Da ilha, a hora lassa que ao poente
•        Cântico do País Emerso, 1961;
•        A Questão Académica de 1907, 1964;                                         Rendia o mar a um sono nacarado,
•        O Homúnculo, 1965;                                                         De febris coisas, já no Continente,
•        Antologia de Poesia Erótica e Satírica, 1966;
•        O Vinho e a Lira, 1966;                                                    Num clarão de ametista, o amado,
•        O Encoberto, 1969;
•        Matria, 1969;
•        Cantares dos Trovadores Galaico-Portugueses, 1970;                         Dos meus passos da cruz, as cicatrizes;
•        Trovas de D. Dinis, 1970;
•        As Maçãs de Orestes, 1970;
                                                                                    Da minha estrela errante outros países;
•        A Madona, 1971;                                                            Do breve encontro, um rosto que se esfuma...
•        A Mosca Iluminada, 1972;
•        A Mulher, 1973;
•        O Surrealismo na Poesia Portuguesa, 1973;                                  Coisas que em busca da sua ligação
•        O Anjo do Ocidente à Entrada do Ferro, 1973;
•        Uma Estátua para Herodes, 1974;                                            Reuno. Absurda sensação
•        Poemas a Rebater, 1975;                                                    De as juntar e não ter coisa nenhuma.
•        Epístola aos Iamitas, 1976;
•        Não Percas a Rosa, 1978;
                                                                                                   (Na câmara de reflexão) – Natália Correia
•        A Pécora, Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente, 1982 (teatro)




                                                               BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB                                                   4
O centro da sua casa situava-se na zona de estar                A sua era uma luz que nem todos conseguiam
(biblioteca, escritório, sala de comer, de receber,          suportar, até porque não permitia filtros aos que a
de festejar, de preguiçar), espaço grandioso                 fitavam.
forrado a livros, a quadros, a fotos, a referêncas, a            O tempo foi, entretanto, mudando, mudando-a,
recordações, a simbolos, mesa gigantesca ao                  isolando-a. A força da palavra, a sua arma,
centro, mármore negro, pés esculpidos de oiro,               enfraqueceu. A cultura e o espírito, a imaginação e
tinteiro de cobre, candeeiro de haste, poltronas de          a utopia depreciaram-se. Tentou resistir: ‘Não, não
rebordo, televisão sem som, telefone sem fios,               me mato/ antes me zango até ficar um cacto/ Quem
recordações sem negrumes.                                    me tocar, maldito/ que se pique’.
  Por ela passaram vultos universais, Henry Miller,           [...]
Ionesco, Claude Roi, Michaux; nele se representou
Sartre (clandestinamente) pela primeira vez em
                                                        Fernando Dacosta – ‘A natalidade de Natália’ in ‘Natália: dez anos
Portugal.                                                    depois’. Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
                                                             Porto, 2003.
[...]




                                        BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB                                                   5
•   Ai madrugada pálida e sombria
•   Em que deixei a terra de meus pais...
•   E aquele adeus que a voz do mar trazia
•   Dum lenço branco, a acenar no cais...
•
•   O meu veleiro – era de espuma fria –
•   Levava-o o fervor dos vendavais.
•   À passagem gritavam-me: onde vais?
•   Mas só o meu veleiro respondia.
•
•   Cruzei o mar em direcções diferentes.
•   Por quantas terras fui, por quantas gentes,
•   Nesta longa viagem que não finda.
•
•   Só uma estrada resta – mais nenhuma.
•   Na Ilha que o passado envolve em bruma,
•   Um lenço branco que me acena ainda...



                                     BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB   6
Escritora com obra editada desde 1946, destacou-se na poesia, teatro, romance e ensaio. Foi
   também tradutora, jornalista (nomeadamente com colaboração no Diário de Notícias e A Capital),
   guionista e editora. Com um estilo literário muito próprio e de difícil definição, na sua escrita têm
   sido apontadas pelos críticos características barrocas, românticas e surrealistas.

      Na televisão, notabilizou-se com programas culturais como “Mátria”. Na política, enquanto
   deputada eleita pelo PPD (e depois como independente), entre 1980 e 1991, demonstrou uma
   invulgar coragem combativa, intervindo polemicamente ao nível da cultura e do património, na
   defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres.

   Teve também um passado de ligação a movimentos anti-fascistas, participando no Movimento de
   União Democrática (1945) e na Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (1969), e apoiando os
   candidatos à presidência Norton de Matos (1949) e Humberto Delgado (1965).

    Com algumas das suas obras apreendidas pela Censura, chegou mesmo a ser condenada, durante
   a Ditadura, a três anos de prisão, com pena suspensa, e sob a acusação de abuso de liberdade de
   imprensa, pela publicação de uma Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica (1966) e
   processada pela responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno,
   Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta.

http://blx.cm-lisboa.pt/gca/?id=1025



                                       BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB                                  7
Zeca Afonso: Trovador da voz d’ouro
    insubmisso

•   É de murta e de mar a tua voz
•   Com algas de canção estrangulada.
•   Aberta a concha da trova malsofrida
•   Saíste como sai a madrugada
•   Da noite, virginal e humedecida.


•   É de vinho e de pinho a tua voz
•   Com pranto de insofríveis flores banidas.
•   Mas é pela tua garganta que soltamos
•   As eriçadas aves proibidas
•   Que no muro do medo desenhamos.


                            Natália Correia




                                     BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB   8
•   Quem disse que eras fraco, ó Povo? Os que te chamam oprimido para mais te
    sugarem. Abriram-te as portas do Inferno mas teu instinto genésico segredou-te:
    aqui começa a morte. E num clarão da tua antiga clarividência viste que os que a ti
    se submetiam em peçonhenta piedade populista te queriam subjugar. E
    encrespaste-te. E empunhando a tocha de um Abril que te haviam roubado
    queimaste as máscaras dos diligentes vampiros da Pátria.
•   Em ti eu louvo o guardião da Nave que perpetuamente carrega os tesouros da
    descoberta. Outrora em transparências dissolveste o breu do Mar Ignotus. Hoje
    teu albedo é a flor azul que desponta nos confins da ansiedade com que te
    perscrutas. E é sempre o mesmo e único segredo. Os monstros entornaram o teu
    vinho? Queimaram as tuas searas? Salgaram as fontes onde cantavam os teus
    deuses? Estás triste, ó operário dessas coisas por ti criadas? Engolfa-te na dor já
    que és ourives do ouro atormentado. A tua tristeza está destinada a iluminar o
    mundo. Com ela nivelo o meu canto. E dissipo as nuvens. Por detrás delas
    embusca-se a besta.

                                In ‘Poesia completa: o sol nas noites e o luar nos dias’ - p. 416



                                BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB                                       9
Durante o debate da lei contra o alcoolismo

•   Num país de beberrões
•   Em que reina o velho Baco
•   Se nos tiram os canjirões
•   Ficamos feitos num caco.

•   E querem os deputados
•   Com um ar de beatério
•   Que fiquemos desmamados
•   Quais anjos num baptistério.

•   Se o verde e o tinto são
•   As cores da nossa bandeira,
•   Ai, lá se vai a nação
•   Se acabar a bebedeira.

•   De abstemia não se faça
•   A lex neste plenário
•   Que o direito à vinhaça
•   Esse é consuetudinário.                 (Natália Correia)




                                       BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB   10
No meu aniversário
•   Já por cinquenta e tal esta jangada
•   Do corpo em águas negras abrevia
•   De Aqueronte a outra margem: e corada
•   De moça fica a alma à rebelia

•   Da ruga pelo tempo concertada.
•   Pede bengala a reuma? Assim a Pítia
•   Pede o tripé que só nele sentada
•   Inala os fumos da Sabedoria.

•   Amigos que ao fortuito aniversário,
•   Por édito de torto calendário,
•   Cinquenta e tal hortênsias me trazeis!

•   Pelos anos letais descendo as pernas,
•   Sobe a alma por louros às lanternas
•   Do canto que me furta a humanas leis.




                                             BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB   11
A 16 de Março de 1993 morria Natália Correia,
  um dos grandes ícones da cultura portuguesa.




                 BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB   12

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Natalia Correia

  • 3. A 13 de Setembro de 1923 nascia nos Açores, na ilha de São Miguel, a escritora e mulher que viria a dar um dos maiores contributos para a cultura portuguesa do século XX, Natália Correia. Ainda de tenra idade veio para Lisboa na companhia de sua mãe e irmã. O Liceu Filipa de Lencastre foi o local onde estudou e a Rádio Clube Português foi onde deu início à sua vida profissional como jornalista. Dominadora, encantadora, provocatória, irreverente, afectiva, lutadora, são alguns dos adjectivos que mais se utilizam para caracterizar esse grande símbolo da cultura portuguesa do século XX. Defensora da liberdade e da cultura, desenvolveu uma intensa actividade como escritora, poetisa e ensaísta, também entrou e marcou o mundo da política, lutou contra o fascismo e, mais tarde, tornou-se deputada pelo PSD e pelo PRD. Ficou célebre não só pela sua actividade literária, mas sobretudo pelos seus discursos acesos e apaixonados proferidos no Parlamento. BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB 3
  • 4. Obras: Reuno coisas comovidamente: • As Grandes Aventuras de um Pequeno Herói, 1945; Da mãe, o xaile azul, do namorado • Anoiteceu no Bairro, 1946; • Rio de Nuvens, 1947; Um beijo no Relvão, da avó demente, • Poesia, 1955; O anjo que cantava no telhado; • Dimensão Encontrada, 1957; • Passaporte, 1958; • Comunicação, 1959; Da ilha, a hora lassa que ao poente • Cântico do País Emerso, 1961; • A Questão Académica de 1907, 1964; Rendia o mar a um sono nacarado, • O Homúnculo, 1965; De febris coisas, já no Continente, • Antologia de Poesia Erótica e Satírica, 1966; • O Vinho e a Lira, 1966; Num clarão de ametista, o amado, • O Encoberto, 1969; • Matria, 1969; • Cantares dos Trovadores Galaico-Portugueses, 1970; Dos meus passos da cruz, as cicatrizes; • Trovas de D. Dinis, 1970; • As Maçãs de Orestes, 1970; Da minha estrela errante outros países; • A Madona, 1971; Do breve encontro, um rosto que se esfuma... • A Mosca Iluminada, 1972; • A Mulher, 1973; • O Surrealismo na Poesia Portuguesa, 1973; Coisas que em busca da sua ligação • O Anjo do Ocidente à Entrada do Ferro, 1973; • Uma Estátua para Herodes, 1974; Reuno. Absurda sensação • Poemas a Rebater, 1975; De as juntar e não ter coisa nenhuma. • Epístola aos Iamitas, 1976; • Não Percas a Rosa, 1978; (Na câmara de reflexão) – Natália Correia • A Pécora, Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente, 1982 (teatro) BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB 4
  • 5. O centro da sua casa situava-se na zona de estar A sua era uma luz que nem todos conseguiam (biblioteca, escritório, sala de comer, de receber, suportar, até porque não permitia filtros aos que a de festejar, de preguiçar), espaço grandioso fitavam. forrado a livros, a quadros, a fotos, a referêncas, a O tempo foi, entretanto, mudando, mudando-a, recordações, a simbolos, mesa gigantesca ao isolando-a. A força da palavra, a sua arma, centro, mármore negro, pés esculpidos de oiro, enfraqueceu. A cultura e o espírito, a imaginação e tinteiro de cobre, candeeiro de haste, poltronas de a utopia depreciaram-se. Tentou resistir: ‘Não, não rebordo, televisão sem som, telefone sem fios, me mato/ antes me zango até ficar um cacto/ Quem recordações sem negrumes. me tocar, maldito/ que se pique’. Por ela passaram vultos universais, Henry Miller, [...] Ionesco, Claude Roi, Michaux; nele se representou Sartre (clandestinamente) pela primeira vez em Fernando Dacosta – ‘A natalidade de Natália’ in ‘Natália: dez anos Portugal. depois’. Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Porto, 2003. [...] BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB 5
  • 6. Ai madrugada pálida e sombria • Em que deixei a terra de meus pais... • E aquele adeus que a voz do mar trazia • Dum lenço branco, a acenar no cais... • • O meu veleiro – era de espuma fria – • Levava-o o fervor dos vendavais. • À passagem gritavam-me: onde vais? • Mas só o meu veleiro respondia. • • Cruzei o mar em direcções diferentes. • Por quantas terras fui, por quantas gentes, • Nesta longa viagem que não finda. • • Só uma estrada resta – mais nenhuma. • Na Ilha que o passado envolve em bruma, • Um lenço branco que me acena ainda... BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB 6
  • 7. Escritora com obra editada desde 1946, destacou-se na poesia, teatro, romance e ensaio. Foi também tradutora, jornalista (nomeadamente com colaboração no Diário de Notícias e A Capital), guionista e editora. Com um estilo literário muito próprio e de difícil definição, na sua escrita têm sido apontadas pelos críticos características barrocas, românticas e surrealistas. Na televisão, notabilizou-se com programas culturais como “Mátria”. Na política, enquanto deputada eleita pelo PPD (e depois como independente), entre 1980 e 1991, demonstrou uma invulgar coragem combativa, intervindo polemicamente ao nível da cultura e do património, na defesa dos direitos humanos e dos direitos das mulheres. Teve também um passado de ligação a movimentos anti-fascistas, participando no Movimento de União Democrática (1945) e na Comissão Eleitoral de Unidade Democrática (1969), e apoiando os candidatos à presidência Norton de Matos (1949) e Humberto Delgado (1965). Com algumas das suas obras apreendidas pela Censura, chegou mesmo a ser condenada, durante a Ditadura, a três anos de prisão, com pena suspensa, e sob a acusação de abuso de liberdade de imprensa, pela publicação de uma Antologia da Poesia Portuguesa Erótica e Satírica (1966) e processada pela responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta. http://blx.cm-lisboa.pt/gca/?id=1025 BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB 7
  • 8. Zeca Afonso: Trovador da voz d’ouro insubmisso • É de murta e de mar a tua voz • Com algas de canção estrangulada. • Aberta a concha da trova malsofrida • Saíste como sai a madrugada • Da noite, virginal e humedecida. • É de vinho e de pinho a tua voz • Com pranto de insofríveis flores banidas. • Mas é pela tua garganta que soltamos • As eriçadas aves proibidas • Que no muro do medo desenhamos. Natália Correia BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB 8
  • 9. Quem disse que eras fraco, ó Povo? Os que te chamam oprimido para mais te sugarem. Abriram-te as portas do Inferno mas teu instinto genésico segredou-te: aqui começa a morte. E num clarão da tua antiga clarividência viste que os que a ti se submetiam em peçonhenta piedade populista te queriam subjugar. E encrespaste-te. E empunhando a tocha de um Abril que te haviam roubado queimaste as máscaras dos diligentes vampiros da Pátria. • Em ti eu louvo o guardião da Nave que perpetuamente carrega os tesouros da descoberta. Outrora em transparências dissolveste o breu do Mar Ignotus. Hoje teu albedo é a flor azul que desponta nos confins da ansiedade com que te perscrutas. E é sempre o mesmo e único segredo. Os monstros entornaram o teu vinho? Queimaram as tuas searas? Salgaram as fontes onde cantavam os teus deuses? Estás triste, ó operário dessas coisas por ti criadas? Engolfa-te na dor já que és ourives do ouro atormentado. A tua tristeza está destinada a iluminar o mundo. Com ela nivelo o meu canto. E dissipo as nuvens. Por detrás delas embusca-se a besta. In ‘Poesia completa: o sol nas noites e o luar nos dias’ - p. 416 BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB 9
  • 10. Durante o debate da lei contra o alcoolismo • Num país de beberrões • Em que reina o velho Baco • Se nos tiram os canjirões • Ficamos feitos num caco. • E querem os deputados • Com um ar de beatério • Que fiquemos desmamados • Quais anjos num baptistério. • Se o verde e o tinto são • As cores da nossa bandeira, • Ai, lá se vai a nação • Se acabar a bebedeira. • De abstemia não se faça • A lex neste plenário • Que o direito à vinhaça • Esse é consuetudinário. (Natália Correia) BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB 10
  • 11. No meu aniversário • Já por cinquenta e tal esta jangada • Do corpo em águas negras abrevia • De Aqueronte a outra margem: e corada • De moça fica a alma à rebelia • Da ruga pelo tempo concertada. • Pede bengala a reuma? Assim a Pítia • Pede o tripé que só nele sentada • Inala os fumos da Sabedoria. • Amigos que ao fortuito aniversário, • Por édito de torto calendário, • Cinquenta e tal hortênsias me trazeis! • Pelos anos letais descendo as pernas, • Sobe a alma por louros às lanternas • Do canto que me furta a humanas leis. BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB 11
  • 12. A 16 de Março de 1993 morria Natália Correia, um dos grandes ícones da cultura portuguesa. BiBLIOTECA ESCOLAR EPADD - PB 12