SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Agrupamento Vertical Vallis Longus
                                                                  Escola EB 2,3 de Valongo - Curso Efa – B3 ( 2008 – 2009)




                      Luís Vaz de Camões

        Luís Vaz de Camões nasceu por volta de 1524 ou 25, provavelmente em Lisboa ou
Alenquer, filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá, que pertenciam à pequena aristocracia
falida da época.
           Entre 1549 e 1551 esteve em Ceuta, em cujo cerco perdeu o olho direito.
    A paixão pela lírica e a participação nos divertimentos poéticos aproximaram-no das damas
da corte, que galanteava, e dos fidalgos da alta nobreza, com quem mantinha relações de
amizade. Mas a actividade literária de Luís de Camões não se restringia à poesia, sendo
também conhecidos numerosos textos epistolares autobiográficos, que escrevia de Lisboa e
da Índia (para onde embarcou em 1553, na armada de Fernão Álvares Cabral) deixam o leitor
contactar com o lado mais sarcástico e boémio do escritor.
      Foi na Índia, mais exactamente em Goa, que colheu muita da inspiração para escrever a
quase totalidade d’Os Lusíadas, obra épica que o coloca, em termos de genialidade, ao lado de
Virgílio, Cervantes e Shakespeare.
    Por volta de 1556 partiu para Macau. No naufrágio na foz do rio Mekong, de que se salvou a
nado, conservou heroicamente o manuscrito do épico, que estava na altura já bastante
avançado.
    Em 1569, falido e cansado, regressa a Lisboa.
     Em 1572 publica Os Lusíadas com alguma liberdade (visto a censura ter sido branda), mas
continua a viver na pobreza, não obstante a tença anual de 15 000 reis, que lhe foi atribuída.
    A 10 de Junho de 1580 morreu Camões, “Príncipe dos poetas de seu tempo”.
Os Lusíadas
     Inclui um dos versos mais conhecidos da literatura portuguesa: "As armas e os barões assinalados...“.
Esta é a abertura da maior epopeia literária nacional, a obra-prima de Luís Vaz de Camões, o grande poema
do povo português.
       Publicado em 1572, este livro é constituído por dez cantos, isto é, dez partes que narram os feitos
históricos dos portugueses, ao longo da sua história, até à época quinhentista. Na viagem marítima de Vasco
da Gama para a Índia e subsequentes aventuras dos marinheiros portugueses nas Descobertas entrelaçam-
se os mitos, as figuras e os momentos que definem a História de Portugal: Inês de Castro, D. Afonso
Henriques, Nuno Álvares Pereira e tantos outros passeiam pelas estrofes e compõem um quadro de
grandiosa exaltação dos descendentes de Luso, os portugueses.
    Na linha das epopeias clássicas, tais como a Odisseia, Ilíada ou a Eneida, a obra está dividida em quatro
partes: Proposição, Invocação, Dedicatória e Narração. As três primeiras condensam-se no Canto I, com o
maior excerto a mencionar D. Sebastião, o jovem rei a quem a obra foi dedicada.
    Polémicas à parte, e se contarmos que o livro foi aprovado pelos censores do Santo Ofício, braço-direito
da Inquisição, mesmo com as sensuais descrições do episódio da "Ilha dos Amores", este continua a ser um
dos textos mais importantes da literatura portuguesa
      O Velho do Restelo ou o gigante Adamastor, mais que figuras míticas de um poema, já se tornaram
referências desta cultura que é a nossa e que Camões tão sublimemente cantou.
Os Dez Cantos d‘Os Lusíadas

                                             Canto I
    O poeta indica o assunto global da obra, pede inspiração às ninfas do Tejo e dedica o poema ao
Rei D. Sebastião. Na estrofe 19 inicia a narração de viagem de Vasco da Gama, referindo brevemente
que a Armada já se encontra no Oceano Índico, no momento em que os deuses do Olimpo se
reúnem em Consílio convocado por Júpiter, para decidirem se os Portugueses deverão chegar à
Índia.
       Com o apoio de Vénus e Marte, apesar da oposição de Baco, a decisão é favorável aos
Portugueses que, entretanto, chegam à Ilha de Moçambique. Aí Baco prepara-lhes várias ciladas,
que culminam com o fornecimento de um piloto, por ele instruído, para os conduzir ao perigoso
porto de Quíloa. Vénus intervém, afastando a armada do perigo e fazendo-a retomar o caminho certo
até Mombaça.
    No final do Canto, o poeta reflecte acerca dos perigos que em toda a parte espreitam o Homem.

                                            Canto II
      O rei de Mombaça, influenciado por Baco, convida os Portugueses a entrar no porto para os
destruir. Vasco da Gama, ignorando as intenções, aceita o convite, pois os dois enviados, que
mandara a terra colher informações, tinham regressado com a notícia de que aquela era uma terra de
cristãos. Na verdade, tinham sido enganados por Baco, disfarçado de sacerdote. Vénus, ajudada
pelas Nereidas, afasta, novamente, a Armada dos perigos e os emissários do Rei de Mombaça e o
falso piloto põem-se em fuga.
      Vasco da Gama, apercebendo-se do perigo, reza. Vénus comove-se e vai pedir a Júpiter que
proteja os Portugueses, ao que ele acede e, para a consolar, profetiza futuras glórias aos Lusitanos.
    Na sequência do pedido, Mercúrio é enviado a terra e, em sonhos, indica a Vasco da Gama o
caminho até Melinde onde, entretanto, lhe prepara uma calorosa recepção. A chegada dos
Portugueses a Melinde é saudada com festejos e o Rei desta cidade visita a Armada, pedindo a
Vasco da Gama que lhe conte a história do seu país.
Canto III
      Após uma invocação do poeta a Calíope, Vasco da Gama inicia a narrativa da História de
Portugal. Começa por referir a situação de Portugal na Europa e a história lendária de Luso a
Viriato. Segue-se a formação da nacionalidade e depois a narração dos feitos guerreiros dos Reis
da 1.ª Dinastia, de D. Afonso Henriques a D. Fernando.
      Destaca-se os episódios de Egas Moniz, da Batalha de Ourique, no reinado de D. Afonso
Henriques, e o da Formosíssima Maria, da Batalha do Salado e de Inês de Castro, no reinado de D.
Afonso IV.


                                            Canto IV
     Vasco da Gama prossegue a narrativa da História de Portugal. Conta agora a história da 2.ª
Dinastia, desde a revolução de 1383-85 (D. João I, Nuno Álvares Pereira e a Batalha de Aljubarrota),
acontecimentos dos reinados de D. João II (sobretudo a expansão para África), até ao reinado de
D. Manuel, em que a Armada de Vasco da Gama parte para a Índia.
      D. Manuel, a quem os rios Indo e Ganges apareceram em sonhos, profetizando as futuras
glórias do Oriente viverá a maior glória.
       Este canto termina com a partida da Armada, cujos navegantes ouvem assombrados as
palavras profeticamente pessimistas de um velho entre a multidão que se despedia deles na praia
(episódio do Velho do Restelo).
Canto V
    Vasco da Gama prossegue a sua narrativa ao Rei de Melinde, contando agora a viagem
da Armada, desde Lisboa a Melinde - é a narrativa da grande aventura marítima portuguesa,
em que os marinheiros, maravilhados ou inquietos, observaram o Cruzeiro do Sul, o Fogo
de Santelmo ou a Tromba Marítima, enfrentaram perigos e obstáculos enormes, como a
hostilidade dos nativos, a fúria de um monstro, a doença e a morte.
     O canto termina com a censura do poeta aos seus contemporâneos que desprezam a
poesia.

                                          Canto VI
    Finda a narrativa de Vasco da Gama, a Armada sai de Melinde, guiada por um piloto que
deverá ensinar-lhe o caminho até Calecut.
      Baco, vendo os portugueses estão prestes a chegar à Índia, resolve pedir ajuda a
Neptuno, que convoca um Consílio dos Deuses Marinhos, cuja decisão reforça a posição de
Baco e, então, soltam-se os ventos para fazer afundar a Armada.
      Surge uma violenta tempestade e Vasco da Gama, vendo as suas caravelas quase
perdidas, reza a Deus e, mais uma vez, Vénus ajuda os Portugueses, conseguindo que as
Ninfas seduzissem os ventos, acalmando-os.
   Dissipada a tempestade, a Armada avista Calecut e Vasco da Gama agradece a Deus.
     O canto termina com considerações do Poeta, sobre o valor da fama e da glória, se
conseguidas com grandes feitos.
Canto VII
     A Armada chega a Calecut. O poeta elogia a expansão portuguesa, verdadeira cruzada, e
critica as nações europeias que não seguem o exemplo português. Após a descrição da
Índia, relata os primeiros contactos entre os portugueses e os indianos, pela voz de um
mensageiro, enviado por Vasco da Gama a anunciar a sua chegada.
     O mouro Monçaíde visita a nau de Vasco da Gama e descreve Malabar. Depois, o Capitão
e outros nobres portugueses desembarcam, são recebidos pelo Catual e posteriormente
pelo Samorim. O Catual também visita a Armada e pede explicações a Paulo da Gama sobre
o significado das figuras das bandeiras portuguesas.
     O poeta invoca as Ninfas do Tejo e do Mondego, ao mesmo tempo que critica duramente
quem explora e oprime o povo.

                                       Canto VIII
   Paulo da Gama explica ao Catual o significado dos símbolos das bandeiras portuguesas,
contando-lhe os episódios da História de Portugal nelas representados.
    Baco intervém de novo contra os portugueses, aparecendo em sonhos a um sacerdote
brâmane, fazendo-o acreditar que os Portugueses vêm com a intenção de pilhar.
    O Samorim interroga Vasco da Gama, que acaba por regressar à nau, mas é retido pelo
caminho, pelo Catual subornado, que apenas deixa partir os portugueses depois de
conseguir as fazendas que eles traziam.
   O poeta tece considerações sobre o vil poder do ouro.
Canto IX
         Após algumas dificuldades, os portugueses saem de Calecut, para
regressarem, finalmente, à Pátria. Vénus decide preparar-lhes uma recompensa,
fazendo-os chegar à Ilha dos Amores. O seu filho Cupido dispara setas sobre as
Ninfas que, feridas de Amor e instruídas pela Deusa, recebem apaixonadas os
Portugueses.
    A Armada avista a Ilha dos Amores, os marinheiros desembarcam para caçar,
vêem as ninfas e estas deixam-se seduzir.
       Tétis explica a Vasco da Gama a razão daquele encontro como prémio
merecido pelos “longos trabalhos” e narra as glórias futuras destinadas aos
portugueses. Dá também uma explicação sobre a simbologia da Ilha.
    O poeta termina, tecendo considerações sobre a forma de alcançar a Fama.

                                   Canto X
    As Ninfas oferecem um banquete aos portugueses e uma ninfa faz profecias
sobre as futuras vitórias dos portugueses no Oriente. Tétis conduz Vasco da
Gama ao cume de um monte para lhe mostrar a Máquina do Mundo e nela indica
os lugares onde chegará o império português. Os portugueses despedem-se e
regressam a Portugal.
   Invocação do poeta a Calíope.
    O poeta termina, lamentando o seu destino infeliz de poeta incompreendido,
por aqueles a quem canta, e encorajando D. Sebastião a continuar a dar glória
aos Portugueses.
Episódios Presentes n'Os Lusíadas

EPISÓDIOS
MITOLÓGICOS:                                         EPISÓDIOS LÍRICOS:
   Consílio dos Deuses                                  A Formosíssima Maria
no Olimpo                                               Morte de Inês de Castro
   Consílio dos Deuses                                  Despedida do Restelo
Marinhos


EPISÓDIO                                               EPISÓDIOS NATURALISTAS:
CAVALHEIRESCO:
   Os Doze de Inglaterra                                   Fogo de Santelmo e
                                                       Tromba Marítima
                                                          Escorbuto
                                                          Tempestade
EPISÓDIOS BÉLICOS:
   Batalha de Ourique
   Batalha do Salado                                    EPISÓDIOS SIMBÓLICOS:
   Batalha de Aljubarrota                                  Velho do Restelo
                                                           Adamastor
                                                           Ilha dos Amores
1524/1525 – 10 de Junho de
          1580


        Ricardo Pinto e João Fernandes
                Curso EFA-B3
    (2008/2009 – Escola E.B. 2,3 de Valongo)

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Mais procurados (20)

Os lusiadas resumo
Os lusiadas resumoOs lusiadas resumo
Os lusiadas resumo
 
Ft28 Quadro Global Lusiadas
Ft28 Quadro Global LusiadasFt28 Quadro Global Lusiadas
Ft28 Quadro Global Lusiadas
 
Os Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos CantosOs Lusíadas: sistematização dos Cantos
Os Lusíadas: sistematização dos Cantos
 
Os Lusíadas, de Camões
Os Lusíadas, de CamõesOs Lusíadas, de Camões
Os Lusíadas, de Camões
 
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do PoetaOs Lusíadas - Reflexões do Poeta
Os Lusíadas - Reflexões do Poeta
 
Os Lusíadas Canto 8
Os Lusíadas Canto 8Os Lusíadas Canto 8
Os Lusíadas Canto 8
 
Estrutura d'Os Lusíadas
Estrutura d'Os LusíadasEstrutura d'Os Lusíadas
Estrutura d'Os Lusíadas
 
Diapositivos os lusíadas
Diapositivos os lusíadasDiapositivos os lusíadas
Diapositivos os lusíadas
 
Lusiadas
LusiadasLusiadas
Lusiadas
 
Tudo sobre "Os lusíadas"
Tudo sobre "Os lusíadas"Tudo sobre "Os lusíadas"
Tudo sobre "Os lusíadas"
 
Os lusíadas
Os lusíadasOs lusíadas
Os lusíadas
 
Os lusíadas
Os lusíadasOs lusíadas
Os lusíadas
 
Resumos de Português: Os Lusíadas
Resumos de Português: Os LusíadasResumos de Português: Os Lusíadas
Resumos de Português: Os Lusíadas
 
Planos estruturais «Os Lusíadas»
Planos estruturais «Os Lusíadas»Planos estruturais «Os Lusíadas»
Planos estruturais «Os Lusíadas»
 
Os lusíadas- Canto VII
Os lusíadas- Canto VIIOs lusíadas- Canto VII
Os lusíadas- Canto VII
 
Os Lusíadas - a estrutura
Os Lusíadas - a estruturaOs Lusíadas - a estrutura
Os Lusíadas - a estrutura
 
Ft22 Lusiadas Estruturas Externa E Interna
Ft22 Lusiadas Estruturas Externa E InternaFt22 Lusiadas Estruturas Externa E Interna
Ft22 Lusiadas Estruturas Externa E Interna
 
Estrutura externa e interna d'os lusíadas
Estrutura externa e interna d'os lusíadasEstrutura externa e interna d'os lusíadas
Estrutura externa e interna d'os lusíadas
 
Os Lusíadas - Canto VII
Os Lusíadas -  Canto VIIOs Lusíadas -  Canto VII
Os Lusíadas - Canto VII
 
Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas Análise de Os Lusíadas
Análise de Os Lusíadas
 

Semelhante a Os Lusíadas em

lusiadas_lexicoenarradores.docx
lusiadas_lexicoenarradores.docxlusiadas_lexicoenarradores.docx
lusiadas_lexicoenarradores.docxFamIndisciplinadAA
 
Aula 04 camões épico - os lusíadas
Aula 04   camões épico - os lusíadasAula 04   camões épico - os lusíadas
Aula 04 camões épico - os lusíadasJonatas Carlos
 
Os lusiadas introdução
Os lusiadas introduçãoOs lusiadas introdução
Os lusiadas introduçãoElsa Maximiano
 
Os lusíadas luís de camões- Poesia Lirica- marcos, mariana, paulo-
Os lusíadas  luís de camões- Poesia Lirica- marcos, mariana, paulo- Os lusíadas  luís de camões- Poesia Lirica- marcos, mariana, paulo-
Os lusíadas luís de camões- Poesia Lirica- marcos, mariana, paulo- teresakashino
 
Lusiadas eloisa silva, jailson barbosa, nilton estevão e eric luis
Lusiadas eloisa silva, jailson barbosa, nilton estevão e eric luisLusiadas eloisa silva, jailson barbosa, nilton estevão e eric luis
Lusiadas eloisa silva, jailson barbosa, nilton estevão e eric luisjuninhowwave
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Seção de Obras Raras - Os lusíadas
Sistema de Bibliotecas UCS - Seção de Obras Raras - Os lusíadasSistema de Bibliotecas UCS - Seção de Obras Raras - Os lusíadas
Sistema de Bibliotecas UCS - Seção de Obras Raras - Os lusíadasBiblioteca UCS
 
2 os lusiadas_resumos_episodios.docx
2 os lusiadas_resumos_episodios.docx2 os lusiadas_resumos_episodios.docx
2 os lusiadas_resumos_episodios.docxMargaridaMendona10
 
01 Box Os Lusiadas Luis de Camoes.pdf
01 Box Os Lusiadas Luis de Camoes.pdf01 Box Os Lusiadas Luis de Camoes.pdf
01 Box Os Lusiadas Luis de Camoes.pdfMarceloA17
 
Luís Vaz de Camões Vida e Obras
Luís Vaz de Camões Vida e Obras Luís Vaz de Camões Vida e Obras
Luís Vaz de Camões Vida e Obras Alvaro Gomes
 
Slide - Biografia de Luís de Camões
Slide - Biografia de Luís de CamõesSlide - Biografia de Luís de Camões
Slide - Biografia de Luís de CamõesPIBID HISTÓRIA
 

Semelhante a Os Lusíadas em (20)

lusiadas_lexicoenarradores.docx
lusiadas_lexicoenarradores.docxlusiadas_lexicoenarradores.docx
lusiadas_lexicoenarradores.docx
 
Camões e a epopeia
Camões e a epopeiaCamões e a epopeia
Camões e a epopeia
 
Aula 04 camões épico - os lusíadas
Aula 04   camões épico - os lusíadasAula 04   camões épico - os lusíadas
Aula 04 camões épico - os lusíadas
 
Os lusiadas introdução
Os lusiadas introduçãoOs lusiadas introdução
Os lusiadas introdução
 
Os lusíadas luís de camões- Poesia Lirica- marcos, mariana, paulo-
Os lusíadas  luís de camões- Poesia Lirica- marcos, mariana, paulo- Os lusíadas  luís de camões- Poesia Lirica- marcos, mariana, paulo-
Os lusíadas luís de camões- Poesia Lirica- marcos, mariana, paulo-
 
Os lusíadas
Os lusíadasOs lusíadas
Os lusíadas
 
Luís vaz de camões
Luís vaz de camõesLuís vaz de camões
Luís vaz de camões
 
Trabalho lp
Trabalho lpTrabalho lp
Trabalho lp
 
Lusiadas eloisa silva, jailson barbosa, nilton estevão e eric luis
Lusiadas eloisa silva, jailson barbosa, nilton estevão e eric luisLusiadas eloisa silva, jailson barbosa, nilton estevão e eric luis
Lusiadas eloisa silva, jailson barbosa, nilton estevão e eric luis
 
Camões 2.0
Camões 2.0Camões 2.0
Camões 2.0
 
Vida de camões epopeia
Vida de camões epopeiaVida de camões epopeia
Vida de camões epopeia
 
Camões
CamõesCamões
Camões
 
Camões
CamõesCamões
Camões
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Seção de Obras Raras - Os lusíadas
Sistema de Bibliotecas UCS - Seção de Obras Raras - Os lusíadasSistema de Bibliotecas UCS - Seção de Obras Raras - Os lusíadas
Sistema de Bibliotecas UCS - Seção de Obras Raras - Os lusíadas
 
Lusiadas Figurasdeestilo
Lusiadas FigurasdeestiloLusiadas Figurasdeestilo
Lusiadas Figurasdeestilo
 
O mar na literatura port.
O mar na literatura port.O mar na literatura port.
O mar na literatura port.
 
2 os lusiadas_resumos_episodios.docx
2 os lusiadas_resumos_episodios.docx2 os lusiadas_resumos_episodios.docx
2 os lusiadas_resumos_episodios.docx
 
01 Box Os Lusiadas Luis de Camoes.pdf
01 Box Os Lusiadas Luis de Camoes.pdf01 Box Os Lusiadas Luis de Camoes.pdf
01 Box Os Lusiadas Luis de Camoes.pdf
 
Luís Vaz de Camões Vida e Obras
Luís Vaz de Camões Vida e Obras Luís Vaz de Camões Vida e Obras
Luís Vaz de Camões Vida e Obras
 
Slide - Biografia de Luís de Camões
Slide - Biografia de Luís de CamõesSlide - Biografia de Luís de Camões
Slide - Biografia de Luís de Camões
 

Mais de maria.j.fontes

Mais de maria.j.fontes (9)

Camões, o homem e a obra
Camões, o homem e a obraCamões, o homem e a obra
Camões, o homem e a obra
 
Tipos de Drogas
Tipos de DrogasTipos de Drogas
Tipos de Drogas
 
Declaração dos Direitos das Crianças
Declaração dos  Direitos das CriançasDeclaração dos  Direitos das Crianças
Declaração dos Direitos das Crianças
 
Direitos e Deveres do Consumidor
Direitos e Deveres do ConsumidorDireitos e Deveres do Consumidor
Direitos e Deveres do Consumidor
 
Energias Renováveis
Energias RenováveisEnergias Renováveis
Energias Renováveis
 
Camões
CamõesCamões
Camões
 
Tabagismo
TabagismoTabagismo
Tabagismo
 
Alcoolismo
AlcoolismoAlcoolismo
Alcoolismo
 
Projecto Ler Por Prazer
Projecto Ler Por PrazerProjecto Ler Por Prazer
Projecto Ler Por Prazer
 

Último

Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasCassio Meira Jr.
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.keislayyovera123
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADOcarolinacespedes23
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasCasa Ciências
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxRonys4
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfAdrianaCunha84
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxKtiaOliveira68
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxleandropereira983288
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 

Último (20)

Habilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e EspecíficasHabilidades Motoras Básicas e Específicas
Habilidades Motoras Básicas e Específicas
 
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.Época Realista y la obra de Madame Bovary.
Época Realista y la obra de Madame Bovary.
 
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADOactivIDADES CUENTO  lobo esta  CUENTO CUARTO GRADO
activIDADES CUENTO lobo esta CUENTO CUARTO GRADO
 
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de PartículasRecurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
Recurso Casa das Ciências: Sistemas de Partículas
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptxD9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
D9 RECONHECER GENERO DISCURSIVO SPA.pptx
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdfWilliam J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
William J. Bennett - O livro das virtudes para Crianças.pdf
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptxPedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
Pedologia- Geografia - Geologia - aula_01.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 

Os Lusíadas em

  • 1. Agrupamento Vertical Vallis Longus Escola EB 2,3 de Valongo - Curso Efa – B3 ( 2008 – 2009) Luís Vaz de Camões Luís Vaz de Camões nasceu por volta de 1524 ou 25, provavelmente em Lisboa ou Alenquer, filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá, que pertenciam à pequena aristocracia falida da época. Entre 1549 e 1551 esteve em Ceuta, em cujo cerco perdeu o olho direito. A paixão pela lírica e a participação nos divertimentos poéticos aproximaram-no das damas da corte, que galanteava, e dos fidalgos da alta nobreza, com quem mantinha relações de amizade. Mas a actividade literária de Luís de Camões não se restringia à poesia, sendo também conhecidos numerosos textos epistolares autobiográficos, que escrevia de Lisboa e da Índia (para onde embarcou em 1553, na armada de Fernão Álvares Cabral) deixam o leitor contactar com o lado mais sarcástico e boémio do escritor. Foi na Índia, mais exactamente em Goa, que colheu muita da inspiração para escrever a quase totalidade d’Os Lusíadas, obra épica que o coloca, em termos de genialidade, ao lado de Virgílio, Cervantes e Shakespeare. Por volta de 1556 partiu para Macau. No naufrágio na foz do rio Mekong, de que se salvou a nado, conservou heroicamente o manuscrito do épico, que estava na altura já bastante avançado. Em 1569, falido e cansado, regressa a Lisboa. Em 1572 publica Os Lusíadas com alguma liberdade (visto a censura ter sido branda), mas continua a viver na pobreza, não obstante a tença anual de 15 000 reis, que lhe foi atribuída. A 10 de Junho de 1580 morreu Camões, “Príncipe dos poetas de seu tempo”.
  • 2. Os Lusíadas Inclui um dos versos mais conhecidos da literatura portuguesa: "As armas e os barões assinalados...“. Esta é a abertura da maior epopeia literária nacional, a obra-prima de Luís Vaz de Camões, o grande poema do povo português. Publicado em 1572, este livro é constituído por dez cantos, isto é, dez partes que narram os feitos históricos dos portugueses, ao longo da sua história, até à época quinhentista. Na viagem marítima de Vasco da Gama para a Índia e subsequentes aventuras dos marinheiros portugueses nas Descobertas entrelaçam- se os mitos, as figuras e os momentos que definem a História de Portugal: Inês de Castro, D. Afonso Henriques, Nuno Álvares Pereira e tantos outros passeiam pelas estrofes e compõem um quadro de grandiosa exaltação dos descendentes de Luso, os portugueses. Na linha das epopeias clássicas, tais como a Odisseia, Ilíada ou a Eneida, a obra está dividida em quatro partes: Proposição, Invocação, Dedicatória e Narração. As três primeiras condensam-se no Canto I, com o maior excerto a mencionar D. Sebastião, o jovem rei a quem a obra foi dedicada. Polémicas à parte, e se contarmos que o livro foi aprovado pelos censores do Santo Ofício, braço-direito da Inquisição, mesmo com as sensuais descrições do episódio da "Ilha dos Amores", este continua a ser um dos textos mais importantes da literatura portuguesa O Velho do Restelo ou o gigante Adamastor, mais que figuras míticas de um poema, já se tornaram referências desta cultura que é a nossa e que Camões tão sublimemente cantou.
  • 3. Os Dez Cantos d‘Os Lusíadas Canto I O poeta indica o assunto global da obra, pede inspiração às ninfas do Tejo e dedica o poema ao Rei D. Sebastião. Na estrofe 19 inicia a narração de viagem de Vasco da Gama, referindo brevemente que a Armada já se encontra no Oceano Índico, no momento em que os deuses do Olimpo se reúnem em Consílio convocado por Júpiter, para decidirem se os Portugueses deverão chegar à Índia. Com o apoio de Vénus e Marte, apesar da oposição de Baco, a decisão é favorável aos Portugueses que, entretanto, chegam à Ilha de Moçambique. Aí Baco prepara-lhes várias ciladas, que culminam com o fornecimento de um piloto, por ele instruído, para os conduzir ao perigoso porto de Quíloa. Vénus intervém, afastando a armada do perigo e fazendo-a retomar o caminho certo até Mombaça. No final do Canto, o poeta reflecte acerca dos perigos que em toda a parte espreitam o Homem. Canto II O rei de Mombaça, influenciado por Baco, convida os Portugueses a entrar no porto para os destruir. Vasco da Gama, ignorando as intenções, aceita o convite, pois os dois enviados, que mandara a terra colher informações, tinham regressado com a notícia de que aquela era uma terra de cristãos. Na verdade, tinham sido enganados por Baco, disfarçado de sacerdote. Vénus, ajudada pelas Nereidas, afasta, novamente, a Armada dos perigos e os emissários do Rei de Mombaça e o falso piloto põem-se em fuga. Vasco da Gama, apercebendo-se do perigo, reza. Vénus comove-se e vai pedir a Júpiter que proteja os Portugueses, ao que ele acede e, para a consolar, profetiza futuras glórias aos Lusitanos. Na sequência do pedido, Mercúrio é enviado a terra e, em sonhos, indica a Vasco da Gama o caminho até Melinde onde, entretanto, lhe prepara uma calorosa recepção. A chegada dos Portugueses a Melinde é saudada com festejos e o Rei desta cidade visita a Armada, pedindo a Vasco da Gama que lhe conte a história do seu país.
  • 4. Canto III Após uma invocação do poeta a Calíope, Vasco da Gama inicia a narrativa da História de Portugal. Começa por referir a situação de Portugal na Europa e a história lendária de Luso a Viriato. Segue-se a formação da nacionalidade e depois a narração dos feitos guerreiros dos Reis da 1.ª Dinastia, de D. Afonso Henriques a D. Fernando. Destaca-se os episódios de Egas Moniz, da Batalha de Ourique, no reinado de D. Afonso Henriques, e o da Formosíssima Maria, da Batalha do Salado e de Inês de Castro, no reinado de D. Afonso IV. Canto IV Vasco da Gama prossegue a narrativa da História de Portugal. Conta agora a história da 2.ª Dinastia, desde a revolução de 1383-85 (D. João I, Nuno Álvares Pereira e a Batalha de Aljubarrota), acontecimentos dos reinados de D. João II (sobretudo a expansão para África), até ao reinado de D. Manuel, em que a Armada de Vasco da Gama parte para a Índia. D. Manuel, a quem os rios Indo e Ganges apareceram em sonhos, profetizando as futuras glórias do Oriente viverá a maior glória. Este canto termina com a partida da Armada, cujos navegantes ouvem assombrados as palavras profeticamente pessimistas de um velho entre a multidão que se despedia deles na praia (episódio do Velho do Restelo).
  • 5. Canto V Vasco da Gama prossegue a sua narrativa ao Rei de Melinde, contando agora a viagem da Armada, desde Lisboa a Melinde - é a narrativa da grande aventura marítima portuguesa, em que os marinheiros, maravilhados ou inquietos, observaram o Cruzeiro do Sul, o Fogo de Santelmo ou a Tromba Marítima, enfrentaram perigos e obstáculos enormes, como a hostilidade dos nativos, a fúria de um monstro, a doença e a morte. O canto termina com a censura do poeta aos seus contemporâneos que desprezam a poesia. Canto VI Finda a narrativa de Vasco da Gama, a Armada sai de Melinde, guiada por um piloto que deverá ensinar-lhe o caminho até Calecut. Baco, vendo os portugueses estão prestes a chegar à Índia, resolve pedir ajuda a Neptuno, que convoca um Consílio dos Deuses Marinhos, cuja decisão reforça a posição de Baco e, então, soltam-se os ventos para fazer afundar a Armada. Surge uma violenta tempestade e Vasco da Gama, vendo as suas caravelas quase perdidas, reza a Deus e, mais uma vez, Vénus ajuda os Portugueses, conseguindo que as Ninfas seduzissem os ventos, acalmando-os. Dissipada a tempestade, a Armada avista Calecut e Vasco da Gama agradece a Deus. O canto termina com considerações do Poeta, sobre o valor da fama e da glória, se conseguidas com grandes feitos.
  • 6. Canto VII A Armada chega a Calecut. O poeta elogia a expansão portuguesa, verdadeira cruzada, e critica as nações europeias que não seguem o exemplo português. Após a descrição da Índia, relata os primeiros contactos entre os portugueses e os indianos, pela voz de um mensageiro, enviado por Vasco da Gama a anunciar a sua chegada. O mouro Monçaíde visita a nau de Vasco da Gama e descreve Malabar. Depois, o Capitão e outros nobres portugueses desembarcam, são recebidos pelo Catual e posteriormente pelo Samorim. O Catual também visita a Armada e pede explicações a Paulo da Gama sobre o significado das figuras das bandeiras portuguesas. O poeta invoca as Ninfas do Tejo e do Mondego, ao mesmo tempo que critica duramente quem explora e oprime o povo. Canto VIII Paulo da Gama explica ao Catual o significado dos símbolos das bandeiras portuguesas, contando-lhe os episódios da História de Portugal nelas representados. Baco intervém de novo contra os portugueses, aparecendo em sonhos a um sacerdote brâmane, fazendo-o acreditar que os Portugueses vêm com a intenção de pilhar. O Samorim interroga Vasco da Gama, que acaba por regressar à nau, mas é retido pelo caminho, pelo Catual subornado, que apenas deixa partir os portugueses depois de conseguir as fazendas que eles traziam. O poeta tece considerações sobre o vil poder do ouro.
  • 7. Canto IX Após algumas dificuldades, os portugueses saem de Calecut, para regressarem, finalmente, à Pátria. Vénus decide preparar-lhes uma recompensa, fazendo-os chegar à Ilha dos Amores. O seu filho Cupido dispara setas sobre as Ninfas que, feridas de Amor e instruídas pela Deusa, recebem apaixonadas os Portugueses. A Armada avista a Ilha dos Amores, os marinheiros desembarcam para caçar, vêem as ninfas e estas deixam-se seduzir. Tétis explica a Vasco da Gama a razão daquele encontro como prémio merecido pelos “longos trabalhos” e narra as glórias futuras destinadas aos portugueses. Dá também uma explicação sobre a simbologia da Ilha. O poeta termina, tecendo considerações sobre a forma de alcançar a Fama. Canto X As Ninfas oferecem um banquete aos portugueses e uma ninfa faz profecias sobre as futuras vitórias dos portugueses no Oriente. Tétis conduz Vasco da Gama ao cume de um monte para lhe mostrar a Máquina do Mundo e nela indica os lugares onde chegará o império português. Os portugueses despedem-se e regressam a Portugal. Invocação do poeta a Calíope. O poeta termina, lamentando o seu destino infeliz de poeta incompreendido, por aqueles a quem canta, e encorajando D. Sebastião a continuar a dar glória aos Portugueses.
  • 8. Episódios Presentes n'Os Lusíadas EPISÓDIOS MITOLÓGICOS: EPISÓDIOS LÍRICOS: Consílio dos Deuses A Formosíssima Maria no Olimpo Morte de Inês de Castro Consílio dos Deuses Despedida do Restelo Marinhos EPISÓDIO EPISÓDIOS NATURALISTAS: CAVALHEIRESCO: Os Doze de Inglaterra Fogo de Santelmo e Tromba Marítima Escorbuto Tempestade EPISÓDIOS BÉLICOS: Batalha de Ourique Batalha do Salado EPISÓDIOS SIMBÓLICOS: Batalha de Aljubarrota Velho do Restelo Adamastor Ilha dos Amores
  • 9. 1524/1525 – 10 de Junho de 1580 Ricardo Pinto e João Fernandes Curso EFA-B3 (2008/2009 – Escola E.B. 2,3 de Valongo)