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Paradigmas da Comunicação
    Los modelos de La comunicación
           Miquel Rodrigo Alsina
         Teorias da Comunicação
                  Mauro Wolf
        Apocalípticos e Integrados
                 Umberto Eco

   Beatriz Sallet, Daniel Pedroso, Karine Vieira


                   junho, 2011
Paradigmas da Comunicação



 Los modelos
      de
La comunicación
Paradigmas da Comunicação


 Teorias
   da
Comunicação
Contextos e Paradigmas na
    pesquisa sobre os Mass Media
A pesquisa sobre os mass media está ordenada para:
a) o contexto social, histórico e econômico em que um
   determinado modelo teórico apareceu;
b) o tipo de teoria social pressuposta, de referência sociológica e
   sobre os MCM;
c) o modelo de processo comunicativo que cada teoria dos meios
  de comunicação apresenta.
Segundo Wolf, entender as relações entre estes três fatores
  permite entender porque determinado paradigma permaneceu
  por determinado período, e o que foi relevante ou não como
  objeto de pesquisa.
Teoria hipodérmica
Posição que sustenta que cada elemento do
 público é atingido diretamente pela mensagem
 (Wright,1975,p.79).
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 comunicação de massa; novidade dos MCM;
 períodos totalitários; abordagem global dos
 MCM: que efeitos têm os mass media numa
 sociedade de massa?
Teoria hipodérmica
Sociedade de massa – conseqüência da
 industrialização progressiva, da evolução dos
 transportes e do comércio, da difusão de valores
 abstratos de igualdade e liberdade.
“A massa é tudo o que não avalia a si próprio – nem
  para o bem, nem para o mal – (...)que se sente como
  toda a gente e não se aflige por isso, antes se sente à
  vontade ao reconhecer-se idêntico aos outros. (...) A
  massa subverte tudo o que é diferente, singular,
  individual, tudo o que é classificado e selecionado.”
  (Ortega y Gasset, 1930,8).
O modelo comunicativo da teoria
         hipodérmica
Teoria elaborada a partir da psicologia
 behaviorista; estuda o comportamento humano
 através de métodos de experimentação: o
 comportamento é decomposto através da
 ciência psicológica, em unidades
 compreensíveis, diferenciáveis e observáveis.
 Na complexa relação entre organismo e
 ambiente, o estímulo é o elemento crucial:
 “Estímulos e resposta parecem descrever o
 comportamento” (Lund, 1933).
Teoria hipodérmica
Crítica a esta teoria: a simplificação do modelo
 Estímulo – Resposta em relação a sociedade
 de massa, onde procurar cada uma das
 respostas aos estímulos era um expediente
 prático metodológico, tendo-se que levar em
 conta o caráter complexo do estímulo e a
 heterogeneidade da resposta.
Mass Media
constituem “uma espécie de sistema nervoso
   simples que se espalha até atingir olhos e
 ouvidos, numa sociedade caracterizada pela
escassez de relações de relações interpessoais
 e por uma organização social amorfa” (Katz –
             Lazarsfeld, 1955,4).
Modelo de Lasswell (1948):
Descrição do ato comunicativo
quem (estudo dos emissores) diz o quê
 (análise de conteúdo) através de que canal
 (análise dos meios) com que efeito? (análise
 da audiência e dos efeitos)
Lasswell sustenta que o estudo científico do
 processo comunicativo tende a concentrar-se
 em uma ou outra destas interrogações.
Superação e inversão da teoria
        hipodérmica
Seguiu três diretrizes distintas (ainda que em
muitos aspectos interligadas e sobrepostas): a
primeira e a segunda centradas em abordagens
empíricas,do tipo psicológico-experimental e do
tipo sociológico; a terceira, representada pela
abordagem funcional à temática dos meios de
comunicação no seu conjunto, em consonância
ao nível sociológico geral do estrutural-
funcionalismo.
A abordagem empírico-experimental
         ou da persuasão
A partir dos anos 40, conduz-se ao abandono da teoria
  hipodérmica.
Os estudos psicológicos experimentais foram em grande número
  micro pesquisas; o autor aponta as mais freqüentes.
Constituem um setor autônomo na pesquisa porque carregam
  pertinência psicológica.
Consistem, sobretudo, em uma revisão do processo comunicativo
  da relação estímulo-resposta.
Torna evidente a complexidade na relação entre emissor,
  mensagem e destinatário.
Estuda a eficácia e os insucessos das tentativas de persuasão.
A abordagem empírica de campo
    ou “dos efeitos limitados”
Caracteriza o início da pesquisa sociológica
 empírica sobre os mass media do ponto de
 vista da capacidade da influência sobre o
 público. Problema continua sendo os efeitos
 (qualitativamente diferentes aos das pesquisas
 anteriores).
Duas correntes: estuda a composição
 diferenciada dos públicos e dos modelos de
 consumo de comunicações de massa; pesquisa
 sobre a mediação social que caracteriza esse
 consumo (esta última mais significativa,
 segundo Wolf).
As pesquisas sobre o consumo
         dos mass media
-análise de conteúdo: que procura saber o que
  os ouvintes extraem do conteúdo do programa;
- estudos sobre as satisfações: deveria ser
  executada a muitos níveis, mas grosso modo
  refere-se ao significado de determinado
  programa para o ouvinte.
Questão de fundo sobre os efeitos dos MCM:
 aproxima-se sobre o estudo dos processos e
 fenômenos comunicativos socialmente
 vinculados; centra atenção no âmbito social em
 que essas comunicações operam.
A teoria funcionalista das
       comunicações de massa
Constitui uma abordagem global dos meios de
 comunicação de massa. Reconhece as
 distinções entre gêneros e meios específicos,
 mas destina-se fundamentalmente na
 explicitação das funções exercidas pelo
 sistema das comunicações de massa.
Percurso da pesquisa sobre os mass media:
 manipulação – persuasão – influência –
 funções.
Paradigmas da Comunicação



Apocalípticos
      e
 Integrados
Apocalípticos e Integrados
   A cultura de massa é a           O otimismo do integrado: já que a
 anticultura. Mas, como nasce            televisão, o jornal, o rádio, o
no momento em que a presença         cinema, a estória em quadrinhos, o
das massas, na vida associada,           romance popular (...) agora
                                         colocam os bens culturais à
  se torna um fenômeno mais
                                     disposição de todos, tornando leve
     evidente de um contexto        e agradável a absorção das noções
 histórico, a “cultura de massa”        e a recepção de informações,
    não indica uma aberração          estamos vivendo numa época de
 transitória e limitada: torna-se    alargamento da área cultural, onde
        sinal de uma queda          finalmente se realiza, a nível amplo,
   irrecuperável, ante a qual o       com o concurso dos melhores, a
     homem de cultura (último         circulação de uma arte e de uma
     supérstite da pré-história,    cultura “popular”. Para o integrado
 destinado a extinguir-se) pode          não existe problema dessa
                                         cultura sair de baixo ou vir
   dar apenas um testemunho
                                      confeccionada de cima para os
externo e termos de Apocalipse.     consumidores indefesos. pg: 08-
               pg: 08                                  09
Apocalípticos e Integrados

Mas até que ponto não encontramos ante duas faces de
    um mesmo problema, e não representarão esses
      textos apocalípticos mais sofisticado produto
   oferecido ao consumo de massa? Então a fórmula
     “Apocalípticos e integrados” não sugeriria a
 oposição entre duas atitudes (e os dois termos não
   teriam valor substantivo), mas a predicação de
   adjetivos complementares, adaptáveis a esses
   mesmos produtores de uma “crítica popular da
                   cultura popular”.
Industria Cultural

(…) surge como um sistema de condicionamentos, aos quais todo
  operador de cultura deverá prestar contas, se quiser comunicar-se
  com seus semelhantes.


O uso indiscriminado do conceito de indústria cultural implica a
  incapacidade de aceitar esses eventos históricos – jornal, luta de
  classes, civilização democrática, revoluções burguesas – e com eles
  – a perspectiva de uma humanidade que saiba operar sobre a
  história.
Cultura de massa

Cultura de massa torna-se, então uma definição de
     ordem antropológica (...) válida para indicar o
 impreciso contexto histórico (em que vivemos), onde
   todos os fenômenos comunicacionais (...) surgem
dialeticamente conexos, cada um deles recebendo do
    contexto uma qualificação que não mais permite
reduzi-los a fenômenos análogos surgidos em outros
                 períodos históricos.
Cultura de massa
Papel do crítico da cultura:
O crítico da cultura encontra-se diante de um dever de pesquisa que não
  lhe permite nem as reações temperamentais nem as indulgências
  neuróticas. A primeira coisa de que deve aprender a duvidar é das
  suas próprias reações, que não dão texto. (...) terá o crítico que
  retornar, de cada vez, aos objetos e seus consumidores como se se
  aprestasse a descobrir algo inédito.
(...) Não se podem reduzir esses fenômenos a uma fórmula teórica
    unitária, cumpre torná-los objeto de uma pesquisa que não tema
    submete-los a todas as verificações. Que não tema, sobretudo,
    empregar instrumentos demasiadamente nobres para objetos vis. (...)
    Do momento em que se aceitar fazer dessas mensagens objeto de
    crítica, não haverá instrumento inadequado, e elas deverão ser
    experimentadas como objetos dignos de máxima consideração.
Cultura de massa
Críticas a cultura de massa:
os mass media dirigem-se a um público heterogênio – busca o
  gosto médio
assim difunde uma cultura de tipo homogênio, destruindo
  características culturas locais
os mass media dirigem-se a um público incônsio de si; não
  questiona o que recebe
os mass media tendem a secundar o gosto existente; sem
  renovações, homologam o que já foi difundido
Cultura de massa
A defesa da cultura de massa:
a cultura de massa não é típica de um regime capitalista. Nasce
   de uma sociedade em que toda a massa de cidadãos se vê
   participando
a cultura de masa de maneira alguma tomou lugar da cultura
   superior, mas sim se difundiu para aqueles que anteriormente
   não tinham acesso à cultura
acúmulo de informação difundido pelos mass media pode
  converter-se em formação
desde sempre as massas gostaram do circense, que se tem é a
  difusão desses produtos de entretenimento em outras
  condições de produção e difusão
Uma problemática mal formulada
O erro dos apologistas é afirmar que a multiplicação dos produtos da
  indústria seja boa em si, segundo um ideal homeostase do livre
  mercado, e não deva submeter-se a uma única crítica e a novas
  orientações.
O erro dos apocalípticos-aristocráticos é pensar que a cultura de massa
  seja radicalmente má, justamente por ser um fato industrial, que hoje
  se possa ministrar uma cultura subtraída ao condicionamento
  industria.


No plano científico, ocorre, por ora, uma só alternativa fecunda, que é a
  de examinar, nesse ínterim, como o fenômeno se configura agora,
  dentro do âmbito em que é possível realizar uma investigação
  concreta, baseada em dados experimentais.
Algumas propostas de pesquisa
a) uma pesquisa técnico-retórica sobre as linguagens típicas dos meios de
   massa e sobre as novidades formais por elas introduzidas.
b) uma pesquisa crítica sobre as modalidades e os êxitos dos
   transversamentos de estilemas do nível superior para o nível médio.
c) uma análise estético-psicológico-sociológica de como as diferenciações de
   atitude fruitiva podem influir no valor do produto fruído. (…) Deve-se
   proceder a uma análise dos limites teóricos e práticos, dentro dos quais uma
   dada atitude fruitiva não altere irremediavelmente a natureza da obra fruída;
   e os limites dentro dos quais uma obra é capaz de impor certos valores,
   independentemente da atitude fruitiva com que a abordemos.
d) análise crítico-sociológica dos casos em que novidades formais, embora
   dignas, agem como simples artifícios retóricos para veicularem um sistema
   de valores que, de fato, nada tem a ver com elas.
Paradigmas da Comunicação

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Paradigmas da Comunicação

  • 1. Paradigmas da Comunicação Los modelos de La comunicación Miquel Rodrigo Alsina Teorias da Comunicação Mauro Wolf Apocalípticos e Integrados Umberto Eco Beatriz Sallet, Daniel Pedroso, Karine Vieira junho, 2011
  • 2. Paradigmas da Comunicação Los modelos de La comunicación
  • 3. Paradigmas da Comunicação Teorias da Comunicação
  • 4. Contextos e Paradigmas na pesquisa sobre os Mass Media A pesquisa sobre os mass media está ordenada para: a) o contexto social, histórico e econômico em que um determinado modelo teórico apareceu; b) o tipo de teoria social pressuposta, de referência sociológica e sobre os MCM; c) o modelo de processo comunicativo que cada teoria dos meios de comunicação apresenta. Segundo Wolf, entender as relações entre estes três fatores permite entender porque determinado paradigma permaneceu por determinado período, e o que foi relevante ou não como objeto de pesquisa.
  • 5. Teoria hipodérmica Posição que sustenta que cada elemento do público é atingido diretamente pela mensagem (Wright,1975,p.79). Período histórico entre guerras; expansão da comunicação de massa; novidade dos MCM; períodos totalitários; abordagem global dos MCM: que efeitos têm os mass media numa sociedade de massa?
  • 6. Teoria hipodérmica Sociedade de massa – conseqüência da industrialização progressiva, da evolução dos transportes e do comércio, da difusão de valores abstratos de igualdade e liberdade. “A massa é tudo o que não avalia a si próprio – nem para o bem, nem para o mal – (...)que se sente como toda a gente e não se aflige por isso, antes se sente à vontade ao reconhecer-se idêntico aos outros. (...) A massa subverte tudo o que é diferente, singular, individual, tudo o que é classificado e selecionado.” (Ortega y Gasset, 1930,8).
  • 7. O modelo comunicativo da teoria hipodérmica Teoria elaborada a partir da psicologia behaviorista; estuda o comportamento humano através de métodos de experimentação: o comportamento é decomposto através da ciência psicológica, em unidades compreensíveis, diferenciáveis e observáveis. Na complexa relação entre organismo e ambiente, o estímulo é o elemento crucial: “Estímulos e resposta parecem descrever o comportamento” (Lund, 1933).
  • 8. Teoria hipodérmica Crítica a esta teoria: a simplificação do modelo Estímulo – Resposta em relação a sociedade de massa, onde procurar cada uma das respostas aos estímulos era um expediente prático metodológico, tendo-se que levar em conta o caráter complexo do estímulo e a heterogeneidade da resposta.
  • 9. Mass Media constituem “uma espécie de sistema nervoso simples que se espalha até atingir olhos e ouvidos, numa sociedade caracterizada pela escassez de relações de relações interpessoais e por uma organização social amorfa” (Katz – Lazarsfeld, 1955,4).
  • 10. Modelo de Lasswell (1948): Descrição do ato comunicativo quem (estudo dos emissores) diz o quê (análise de conteúdo) através de que canal (análise dos meios) com que efeito? (análise da audiência e dos efeitos) Lasswell sustenta que o estudo científico do processo comunicativo tende a concentrar-se em uma ou outra destas interrogações.
  • 11. Superação e inversão da teoria hipodérmica Seguiu três diretrizes distintas (ainda que em muitos aspectos interligadas e sobrepostas): a primeira e a segunda centradas em abordagens empíricas,do tipo psicológico-experimental e do tipo sociológico; a terceira, representada pela abordagem funcional à temática dos meios de comunicação no seu conjunto, em consonância ao nível sociológico geral do estrutural- funcionalismo.
  • 12. A abordagem empírico-experimental ou da persuasão A partir dos anos 40, conduz-se ao abandono da teoria hipodérmica. Os estudos psicológicos experimentais foram em grande número micro pesquisas; o autor aponta as mais freqüentes. Constituem um setor autônomo na pesquisa porque carregam pertinência psicológica. Consistem, sobretudo, em uma revisão do processo comunicativo da relação estímulo-resposta. Torna evidente a complexidade na relação entre emissor, mensagem e destinatário. Estuda a eficácia e os insucessos das tentativas de persuasão.
  • 13. A abordagem empírica de campo ou “dos efeitos limitados” Caracteriza o início da pesquisa sociológica empírica sobre os mass media do ponto de vista da capacidade da influência sobre o público. Problema continua sendo os efeitos (qualitativamente diferentes aos das pesquisas anteriores). Duas correntes: estuda a composição diferenciada dos públicos e dos modelos de consumo de comunicações de massa; pesquisa sobre a mediação social que caracteriza esse consumo (esta última mais significativa, segundo Wolf).
  • 14. As pesquisas sobre o consumo dos mass media -análise de conteúdo: que procura saber o que os ouvintes extraem do conteúdo do programa; - estudos sobre as satisfações: deveria ser executada a muitos níveis, mas grosso modo refere-se ao significado de determinado programa para o ouvinte. Questão de fundo sobre os efeitos dos MCM: aproxima-se sobre o estudo dos processos e fenômenos comunicativos socialmente vinculados; centra atenção no âmbito social em que essas comunicações operam.
  • 15. A teoria funcionalista das comunicações de massa Constitui uma abordagem global dos meios de comunicação de massa. Reconhece as distinções entre gêneros e meios específicos, mas destina-se fundamentalmente na explicitação das funções exercidas pelo sistema das comunicações de massa. Percurso da pesquisa sobre os mass media: manipulação – persuasão – influência – funções.
  • 17. Apocalípticos e Integrados A cultura de massa é a O otimismo do integrado: já que a anticultura. Mas, como nasce televisão, o jornal, o rádio, o no momento em que a presença cinema, a estória em quadrinhos, o das massas, na vida associada, romance popular (...) agora colocam os bens culturais à se torna um fenômeno mais disposição de todos, tornando leve evidente de um contexto e agradável a absorção das noções histórico, a “cultura de massa” e a recepção de informações, não indica uma aberração estamos vivendo numa época de transitória e limitada: torna-se alargamento da área cultural, onde sinal de uma queda finalmente se realiza, a nível amplo, irrecuperável, ante a qual o com o concurso dos melhores, a homem de cultura (último circulação de uma arte e de uma supérstite da pré-história, cultura “popular”. Para o integrado destinado a extinguir-se) pode não existe problema dessa cultura sair de baixo ou vir dar apenas um testemunho confeccionada de cima para os externo e termos de Apocalipse. consumidores indefesos. pg: 08- pg: 08 09
  • 18. Apocalípticos e Integrados Mas até que ponto não encontramos ante duas faces de um mesmo problema, e não representarão esses textos apocalípticos mais sofisticado produto oferecido ao consumo de massa? Então a fórmula “Apocalípticos e integrados” não sugeriria a oposição entre duas atitudes (e os dois termos não teriam valor substantivo), mas a predicação de adjetivos complementares, adaptáveis a esses mesmos produtores de uma “crítica popular da cultura popular”.
  • 19. Industria Cultural (…) surge como um sistema de condicionamentos, aos quais todo operador de cultura deverá prestar contas, se quiser comunicar-se com seus semelhantes. O uso indiscriminado do conceito de indústria cultural implica a incapacidade de aceitar esses eventos históricos – jornal, luta de classes, civilização democrática, revoluções burguesas – e com eles – a perspectiva de uma humanidade que saiba operar sobre a história.
  • 20. Cultura de massa Cultura de massa torna-se, então uma definição de ordem antropológica (...) válida para indicar o impreciso contexto histórico (em que vivemos), onde todos os fenômenos comunicacionais (...) surgem dialeticamente conexos, cada um deles recebendo do contexto uma qualificação que não mais permite reduzi-los a fenômenos análogos surgidos em outros períodos históricos.
  • 21. Cultura de massa Papel do crítico da cultura: O crítico da cultura encontra-se diante de um dever de pesquisa que não lhe permite nem as reações temperamentais nem as indulgências neuróticas. A primeira coisa de que deve aprender a duvidar é das suas próprias reações, que não dão texto. (...) terá o crítico que retornar, de cada vez, aos objetos e seus consumidores como se se aprestasse a descobrir algo inédito. (...) Não se podem reduzir esses fenômenos a uma fórmula teórica unitária, cumpre torná-los objeto de uma pesquisa que não tema submete-los a todas as verificações. Que não tema, sobretudo, empregar instrumentos demasiadamente nobres para objetos vis. (...) Do momento em que se aceitar fazer dessas mensagens objeto de crítica, não haverá instrumento inadequado, e elas deverão ser experimentadas como objetos dignos de máxima consideração.
  • 22. Cultura de massa Críticas a cultura de massa: os mass media dirigem-se a um público heterogênio – busca o gosto médio assim difunde uma cultura de tipo homogênio, destruindo características culturas locais os mass media dirigem-se a um público incônsio de si; não questiona o que recebe os mass media tendem a secundar o gosto existente; sem renovações, homologam o que já foi difundido
  • 23. Cultura de massa A defesa da cultura de massa: a cultura de massa não é típica de um regime capitalista. Nasce de uma sociedade em que toda a massa de cidadãos se vê participando a cultura de masa de maneira alguma tomou lugar da cultura superior, mas sim se difundiu para aqueles que anteriormente não tinham acesso à cultura acúmulo de informação difundido pelos mass media pode converter-se em formação desde sempre as massas gostaram do circense, que se tem é a difusão desses produtos de entretenimento em outras condições de produção e difusão
  • 24. Uma problemática mal formulada O erro dos apologistas é afirmar que a multiplicação dos produtos da indústria seja boa em si, segundo um ideal homeostase do livre mercado, e não deva submeter-se a uma única crítica e a novas orientações. O erro dos apocalípticos-aristocráticos é pensar que a cultura de massa seja radicalmente má, justamente por ser um fato industrial, que hoje se possa ministrar uma cultura subtraída ao condicionamento industria. No plano científico, ocorre, por ora, uma só alternativa fecunda, que é a de examinar, nesse ínterim, como o fenômeno se configura agora, dentro do âmbito em que é possível realizar uma investigação concreta, baseada em dados experimentais.
  • 25. Algumas propostas de pesquisa a) uma pesquisa técnico-retórica sobre as linguagens típicas dos meios de massa e sobre as novidades formais por elas introduzidas. b) uma pesquisa crítica sobre as modalidades e os êxitos dos transversamentos de estilemas do nível superior para o nível médio. c) uma análise estético-psicológico-sociológica de como as diferenciações de atitude fruitiva podem influir no valor do produto fruído. (…) Deve-se proceder a uma análise dos limites teóricos e práticos, dentro dos quais uma dada atitude fruitiva não altere irremediavelmente a natureza da obra fruída; e os limites dentro dos quais uma obra é capaz de impor certos valores, independentemente da atitude fruitiva com que a abordemos. d) análise crítico-sociológica dos casos em que novidades formais, embora dignas, agem como simples artifícios retóricos para veicularem um sistema de valores que, de fato, nada tem a ver com elas.