O documento fornece instruções sobre os procedimentos de atendimento pré-hospitalar, incluindo a avaliação inicial da cena, abertura e manutenção das vias aéreas do paciente, ventilação, circulação e avaliação neurológica. Há também orientações específicas para o atendimento de crianças e idosos.
2. Atendimento Pré- Hospitalar
Define-se atendimento pré-hospitalar como o conjunto de
medidas e procedimentos técnicos que objetivam o suporte
de vida à vítima. Muitas são as vítimas que têm sido salvas por
pessoas que foram treinadas com técnicas de Reanimação
Cardiopulmonar(RCP) e princípios básicos em atendimento à
vítimas de trauma; que têm como meta principal: avaliação
rápida da cena, avaliação rápida do nível de consciência,
abertura de vias aéreas, ventilação artificial, compressão
torácica(ABC da vida), desfibrilação semi-automática (DEA)
e o gerenciamento de recursos que venham identificar
urgências (clínicas e traumas)e manter a viabilidade dos
órgãos vitais, até a chegada da equipe do sistema de urgência
com o atendimento avançado.
3. Parte 1- Cenário
ANTES DE INICIAR QUALQUER TIPO DE
ATENDIMENTO MÉDICO DE EMERGÊNCIA
1º - AVALIE O LOCAL DO ATENDIMENTO E USE
PROTEÇÃO
4. Parte 1- Cenário
• Avalie a cena quanto à presença de situações de risco
antes de se aproximar da vítima.
• A sua segurança pessoal é o mais importante.
• Socorrista, só aproxime-se da vítima se a cena estiver
segura para você!
5. Parte 1- Cenário
Medidas de Proteção Individual
• Cuide da sinalização e isolamento da área para prevenir
acidentes secundários tais como: em transito, incêndio,
explosões, tiroteios, choque elétrico, e desabamentos.
• Use uniformes refletores.
• É obrigatório o uso de luvas e óculos de proteção.
• Caso o local de socorro ofereça riscos que não possam ser
neutralizados, remova a vítima para local seguro antes de
iniciar qualquer avaliação do paciente.
• Evite se contaminar por agentes biológicos, substâncias
tóxicas, ou radioativas presentes na superfície do corpo,
sangue e secreções do paciente.
6. Parte 2- Avaliação do Paciente
A avaliação inicial deve identificar lesões que comprometem a
vida do paciente e, concomitantemente, estabelecer condutas
para a estabilização dos sinais vitais e tratamento destas
anormalidades.
CHEQUE A RESPOSTA DA VÍTIMA
• Ajoelhe-se ao lado da vítima ao nível de seus ombros.
• Estimule-a verbalmente e tocando levemente o ombro para
avaliar resposta – Pergunte: Você está me ouvindo?
• Qualquer resposta da vítima indica a ausência de PCR - Vítima
viva, (siga para o exame secundário).
• Em casos de Trauma, CUIDADO com a coluna cervical -
coloque sua mão na testa, firmando a cabeça da vítima contra o
chão e cheque a resposta fitando-a nos olhos, para evitar que se
vire e, caso não responda proceda à movimentação da vítima
com cuidado.
7. Abertura de Vias Aéreas
Libere vias aéreas aplicando a técnica de hiperextensão
do pescoço e protusão mandibular.
8. Manobra de Extensão da Cabeça
A. Posicionar uma das mãos sobre a testa e a outra com
os dedos indicador e médio tocando o mento da
vítima;
B. Mantendo apoio com a mão sobre a testa, elevar o
mento da vítima;
C. Simultaneamente, efetuar uma leve extensão do
pescoço;
D. Fazer todo o movimento de modo a manter a boca
da vítima aberta.
9. B- Boa Ventilação
Após as manobras de abertura de vias aéreas, o socorrista deverá
checar a ventilação. Caso a vítima esteja respirando de forma
anormal, o socorrista deverá realizar duas ventilações. A
quantidade de ar a ser insuflada para dentro da vítima, deve ser
apenas o suficiente para mover o tórax, com duração de 1 segundo
cada uma; Se houver dificuldade para ventilar a vítima, reposicione
a cabeça e tente ventilar novamente (faça isso já reavaliando se a
entrada de ar está livre); se o tórax não se expandir, iniciar
imediatamente as compressões torácicas. Mas se a vítima respira
normalmente, o socorrista deverá atentar para manter as VA
abertas, permanecendo com a mão na testa/queixo da vítima e
oferecer oxigênio suplementar, através do uso de máscara facial
com reservatório de oxigênio.
10. A manutenção das vias aéreas é o grande diferencial que o
socorrista (básico) pode fazer no atendimento pré-hospitalar,
pois a obstrução de vias aéreas (hipóxia) é uma importante
causa de óbitos que poderia ser evitada, se os devidos
cuidados fossem implementados em conjunto com os
equipamentos apropriados.
11. C- Circulação
Procure sentir o pulso, verificando na artéria carótida se
for adulto ou criança, em caso de bebê verifique o pulso
na artéria braquial.
Procure por sangramentos graves observando todo o
corpo da vítima.
Procure por sinais de sangue nas roupas ou no chão.
13. Nível de Consciência
AVDI
A: Acordado;
V: Responde a estímulos verbais;
D: Responde a estímulos dolorosos;
I: Inconsciente.
14. Na Criança
O atendimento inicial da criança politraumatizada
obedece a sequencia "ABCDE", segundo rotina do curso
Suporte Avançado de Vida em Pediatria, da American
Heart Association.
15. Na Criança
A - VIAS AÉREAS
A criança apresenta diferenças anatômicas quando
comparadas ao adulto, que tornam mais difíceis a
manutenção das vias aéreas permeáveis e a intubação
traqueal. As vias aéreas são facilmente obstruídas por corpos
estranhos como sangue, muco e fragmentos de dente, e
devem ser limpas e aspiradas com cuidado, eventualmente
com pinças adequadas. Para a abertura e manutenção de vias
aéreas, a posição ideal é a extensão moderada do pescoço,
mantendo a coluna cervical alinhada, com uso de coxim
posterior na região interescapular (2 a 3 cm), deixando-a em
"posição de cheirar". A hiperextensão ocasionará compressão
das vias aéreas, que são mais flexíveis na criança. Quanto
menor a criança, menor deve ser a extensão.
16. Na Criança
B – BOA VENTILAÇÃO (RESPIRAÇÃO)
A efetividade da ventilação e oxigenação deve ser continuamente
avaliada, observando-se expansibilidade simétrica e ausência de
cianose. A região axilar é ótima área de ausculta para verificar a
ventilação pulmonar na criança. Lembrar que a freqüência
respiratória nela é maior que no adulto.
Ofertar oxigênio suplementar sob máscara - 10 a 12 litros/minuto.
Usar ressuscitador infantil para prevenir barotrauma (os pulmões
são pequenos, sensíveis e sujeitos a lesões se insuflados demais). A
quantidade de ar a ser insuflada é a suficiente para demonstrar
expansibilidade pulmonar bilateral.
17. No Idoso
Os idosos apresentam particularidades que necessitam ser
consideradas no momento do atendimento pré-hospitalar.
18. No Idoso
A- VIAS AÉREAS
A manutenção da via aérea pérvia significa que próteses, secreções
orgânicas e a própria língua, não devem impedir o fluxo de ar.
Deve-se ficar atento, pois no paciente idoso o reflexo de vômito
está diminuído, tornando-o vulnerável à aspiração de fluidos,
alimentos ou de outros objetos sólidos, o que pode ser fatal. O
paciente geriátrico frequentemente usa próteses dentárias,
portanto a cavidade oral deve ser examinada em busca de algum
corpo ou substância estranha que esteja obstruindo a via aérea, e
que deverá ser removida nessa etapa do atendimento de
emergência.
Algumas manobras empregadas para tornar as vias aéreas pérveas
podem produzir ou agravar uma lesão de coluna cervical. Por esse
motivo, é essencial que durante todos estes procedimentos seja
mantida a imobilização e o alinhamento da coluna cervical.
19. No Idoso
B – BOA VENTILAÇÃO (RESPIRAÇÃO)
Após a abertura da via aérea, deve-se realizar a avaliação da
respiração com a exposição do tórax, avaliando simetria,
expansibilidade, frequência e realizando ausculta, palpação e
percussão. A dispnéia e a hipóxia são eventos que podem estar
presentes no idoso, sem que tenha ocorrido um trauma de tórax ,
porém seu tratamento deve ser instituído imediatamente com
oxigênio suplementar.